Capítulo único
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— Primeira vez que você anda na Montanha-russa invertida? — %Thalia% perguntou ao melhor amigo, incrédula. — Sério que é a primeira vez que você anda de cabeça pra baixo assim?
%Heeseung% riu divertido com o espanto da melhor amiga e então atravessou para dentro do apartamento dela quando a porta foi aberta. Passeou os olhos pelo local que já lhe era tão familiar.
Os dois eram melhores amigos desde sempre, desde que se entendiam por gente. Ele a protegia na escola, ela lhe ajudava com as tarefas de matemática. Mesmo com o tempo passando, com os cursos diferentes, relacionamentos, rolos, decepções — nada mudava. Aquela porta ainda se abria pra ele sem precisar bater.
— Você me conhece. Eu sou mais dos brinquedos que giram no chão — ele disse, jogando o boné no sofá e se esticando como se a casa fosse dele. — Aquilo foi loucura. Minha alma saiu do corpo umas três vezes.
%Thalia% riu e foi até a cozinha, pegando duas garrafas d’água. Quando voltou, jogou uma delas pra ele, que pegou no ar com uma das mãos.
— Bem-vindo ao mundo das
“primeiras vezes”, então — ela disse, sentando-se ao lado dele. — Já era hora, né?
%Heeseung% ergueu uma sobrancelha, provocador.
— Tá querendo me iniciar em tudo que eu ainda não fiz?
— Vai depender do que você ainda não fez — ela rebateu, com um sorrisinho no canto dos lábios e os olhos presos aos dele.
Ele a encarou por um segundo a mais. E nesse segundo, o ar entre eles pareceu mudar.
Não era exatamente novo. Mas era diferente. Como se algo estivesse ali, esperando para ser dito.
— Hum… quer mesmo entrar nesse assunto? — ele perguntou, com a voz mais baixa, deslizando os olhos dos dela para a boca por um instante antes de voltar. — Porque se for pra falar de primeiras vezes… acho que você também tá devendo uma, né?
%Thalia% parou por um instante, sentindo o coração dar uma acelerada. Ele sabia. Claro que sabia. Eles se contavam tudo — ou quase tudo.
E talvez, naquela noite, estivessem prestes a deixar o “quase” de lado.
Ela levou a garrafa até os lábios, bebendo bastante da água gelada de lá de dentro e então, olhou para ele que também bebia.
— É diferente né, %Heeseung%! Essa primeira vez é bem mais delicada do que uma montanha russa invertida.
%Thalia% revirou os olhos e bateu a porta da geladeira.
— O que? — %Heeseung% gargalhou alto, jogando a cabeça para trás, daquele jeito que ela já tanto conhecia e que aquecia algo dentro dela, e ela ignorava todas as vezes. — Tá me dizendo que sexo é mais díficil para você do que ficar pendurada de cabeça para baixo andando num troço a sei lá, 20 metros do chão?
— Provavelmente trinta, %Heeseung%. — Ela rebateu se jogando ao lado dele no sofá.
— Não desvia do assunto! — %Heeseung% se ajeitou no sofá, ficando mais ereto no mesmo, para encarar o perfil desenhado de %Thalia%. — Eu nunca entendi porque você não transou até hoje… realmente nunca sentiu vontade?
%Thalia%, começando a ficar desconfortável, também se ajeitou no sofá, depois de tirar o par de tênis. Respirou fundo, e encarou %Heeseung%.
— Você sabe! Eu nunca senti confiança em nenhum parceiro. Acho que isso tem que ser especial… e os caras que me envolvi nunca me deixaram confiantes. Nem com o meu corpo, nem com o meu possível desempenho… a minha inexperiência assustou a maioria deles.
%Thalia% deu de ombros, tentando parecer mais tranquila do que realmente estava. Passou as mãos pelas pernas cobertas pelo moletom largo, como se buscasse algum tipo de conforto no toque, e apoiou os cotovelos nos joelhos, inclinando-se levemente para frente.
Seus dedos brincavam distraidamente com a barra da blusa, num gesto involuntário que denunciava o nervosismo.
— Não é que eu tenha medo, sabe? — ela acrescentou, sem encará-lo de novo. — Eu só… quero lembrar da primeira vez com algo bom. Não com vergonha. Ou pressa. Ou com alguém que só quer riscar mais um nome da lista.
Mordeu o lábio inferior por um segundo e depois soltou um riso fraco, quase amargo.
— Às vezes eu penso que isso tá ficando grande demais. Que quanto mais o tempo passa, mais difícil fica. Como se eu tivesse que justificar... o porquê ainda não aconteceu.
Ela então virou o rosto na direção dele, os olhos tentando buscar alguma reação no olhar de %Heeseung%.
— E você? Nunca teve vontade de me perguntar isso antes? Ou… só aproveitou o assunto da montanha-russa pra me zoar?
%Heeseung% ficou em silêncio por alguns segundos, o sorriso brincalhão se desfazendo aos poucos enquanto os olhos se fixavam nos dela.
Ele não estava esperando ouvir tudo aquilo. %Thalia% sempre foi tão cheia de opinião, tão segura de si, que vê-la vulnerável, falando da própria insegurança com o corpo e com a intimidade, apertou alguma coisa dentro dele.
— Eu nunca perguntei porque achei que era o tipo de coisa que você só contaria quando quisesse — ele disse, finalmente, com a voz mais baixa, mais sincera. — Mas não vou mentir: sim, já pensei nisso. E muito.
%Thalia% o olhou, surpresa.
— É sério. — Ele riu de leve, coçando a nuca, meio sem jeito, mas ainda firme. — Quer dizer… a gente se conhece desde sempre, %Thal%. Eu já vi você chorar por cara idiota, já te empurrei na piscina de roupa, já te carreguei no colo bêbada e até já te vi arrancando pelo da perna com fita crepe. Não tem muito mais o que esconder.
Ela soltou um riso abafado, envergonhada.
— Só faltava você me ver pelada agora — ela disse num tom sarcástico, tentando quebrar a tensão. Mas %Heeseung% não riu.
Ele só a olhou. E o silêncio depois disso foi diferente. Mais denso.
— Eu te respeito demais pra brincar com isso — ele disse, com firmeza, e depois continuou, mais suave. — Mas se o problema for confiança… você sabe que comigo pode ser você. Do jeitinho que for. Sem medo, sem julgamento, sem pressa.
%Thalia% piscou, e o estômago revirou como se estivesse numa nova montanha-russa.
— Não tô dizendo que tem que ser agora — ele interrompeu, com cuidado. — Nem que tem que ser comigo. Mas… se um dia você quiser que seja… você não precisa ter medo.
Ele sorriu de leve, e então encostou o ombro no dela.
— E, se for comigo… posso te prometer uma coisa.
Ela virou o rosto, curiosa.
— Eu vou fazer você se sentir tão segura… que a única coisa que vai ficar de cabeça pra baixo vai ser a cama.
%Thalia% arregalou os olhos e deu um tapa leve no ombro dele, rindo de novo, nervosa.
Mas o rubor subindo pelo pescoço não dava mais pra esconder, nem o calor que começava a se espalhar entre os dois.
O riso de %Thalia% ainda pairava no ar quando o silêncio voltou — mas dessa vez, ele tinha um peso diferente. Não era constrangimento. Era o tipo de silêncio carregado. Vivo. Cheio de expectativa.
Ela ainda tinha a mão no ombro dele por causa da brincadeira, mas agora não sabia se deveria soltá-la.
%Heeseung% também não recuou. Continuou ali, com o corpo relaxado, mas os olhos nos dela. Fixos. Intensos. Como se estivessem dizendo tudo o que ele ainda não tinha coragem de verbalizar.
Os dedos de %Thalia% escorregaram devagar pelo ombro dele, traçando uma linha imaginária pela manga da camiseta. Era um gesto sutil, quase inocente. Mas %Heeseung% prendeu a respiração mesmo assim.
— E se eu quisesse? — ela perguntou, a voz baixa, rouca, quase um sussurro.
— O quê? — ele devolveu, mas a pergunta não tinha inocência nenhuma. Era só provocação. Só tempo.
— Que fosse com você — ela disse, finalmente, o coração batendo tão alto que ela tinha certeza de que ele podia ouvir.
%Heeseung% se aproximou mais um pouco. Só o suficiente para que os joelhos dos dois se tocassem. Só o suficiente para que o ar entre os rostos já não existisse mais.
— Aí eu ia te mostrar — ele sussurrou, os olhos presos aos lábios dela — que tem muito mais coisa gostosa do que andar de cabeça pra baixo num brinquedo qualquer.
Ela sorriu, quase sem ar.
— Então cala minha boca, %Thalia%.
Se inclinou devagar e encostou os lábios nos dele com a leveza de quem não sabia se podia… mas precisava. O beijo começou calmo, hesitante, como se estivessem ainda tentando entender o que estavam fazendo. Mas bastou que ele levasse a mão até a nuca dela, puxando-a um pouco mais para si, para que tudo explodisse de vez.
Os lábios se encaixaram com fome, com vontade. A língua dele buscou a dela com precisão, e o gemido suave que escapou da garganta dela foi tudo o que ele precisava para perder o resto da razão.
%Heeseung% deitou %Thalia% devagar no sofá, cobrindo o corpo dela com o próprio. As mãos deslizaram pela cintura, pela curva dos quadris, até alcançarem a pele sob o moletom.
— Me fala se quiser parar — ele murmurou entre beijos no pescoço, no maxilar, na clavícula. — Eu juro que paro.
%Thalia% o segurou pelo rosto, obrigando-o a olhá-la.
— Eu só quero que você me faça esquecer que é a primeira vez.
— Então me deixa te mostrar como deveria ser desde o começo.
Do jeito certo. E com mais um beijo, ele prometeu — com a boca, com os dedos, com o corpo — que ela nunca mais pensaria em
"primeira vez" com medo. Só com prazer.
%Heeseung% não se apressou.
Mesmo com o corpo vibrando, mesmo com o desejo latente na boca, nas mãos, nos quadris que já ansiavam por mais — ele manteve o controle. Porque aquela não era qualquer noite, e ela não era qualquer pessoa.
%Thalia% estava deitada sob ele, o olhar firme, mas com um leve tremor nas mãos que seguravam seu rosto. Ele notou. E por isso deslizou os dedos até as mãos dela, entrelaçando os dedos devagar, mantendo o contato.
— Tá tudo bem? — ele perguntou com um carinho que atravessava a pele.
Ela assentiu, respirando fundo.
— Eu também tô — ele confessou, com um sorriso leve. — Mas não tem pressa, %Thal%. A gente vai no seu tempo.
Ela sorriu de volta. Um sorriso pequeno, mas verdadeiro. E aquilo foi tudo o que ele precisava.
%Heeseung% abaixou o rosto e voltou a beijá-la com mais calma agora. Beijos longos, molhados, lentos. O tipo de beijo que dissolve a ansiedade, que aquece a pele antes mesmo de tirar a roupa.
As mãos dele passeavam pelas laterais do corpo dela, explorando cada curva por cima do moletom. Mas quando os dedos deslizaram por debaixo do tecido, tocando a pele nua da cintura, %Thalia% suspirou contra os lábios dele.
Era tão diferente daquele nervosismo que ela imaginava sentir. Estava vulnerável, sim, mas não havia medo. Só uma espécie de calor que começava pequeno, mas ia se espalhando, como se o toque dele acendesse lugares que ela nem sabia que existiam.
— Posso tirar? — ele sussurrou, referindo-se à blusa dela.
%Thalia% assentiu de novo e levantou os braços. Ele tirou a peça com cuidado e a deixou sobre o encosto do sofá. Em seguida, levou os lábios até os ombros dela, beijando com calma, como se quisesse deixar marcas invisíveis por todo o caminho.
O sutiã dela era simples, mas a forma como ele olhou para ela fez parecer a coisa mais bonita do mundo.
— Você é linda — ele disse, como uma verdade absoluta. E então se inclinou e a beijou no meio dos seios, antes de descer lentamente, sem pressa, com os lábios, com a língua, com o desejo guardado há muito mais tempo do que ele admitia.
Ela arqueou o corpo ao sentir a boca dele envolver um dos mamilos quando ele tirou o sutiã que ela usava, sugando de forma suave, depois mais firme, alternando com leves mordidas e o calor da língua. Os dedos dela se enterraram nos cabelos dele, instintivos, sentindo o prazer subir em ondas que se acumulavam dentro dela.
%Heeseung% desceu os beijos até a barriga, até a linha da calça de moletom.
— Tudo bem? — perguntou outra vez, com a mão já no elástico.
— Sim — ela respondeu, a voz embargada pela expectativa. — Só não para agora.
Ele sorriu e puxou a calça devagar, junto com a calcinha, até deixá-la completamente nua sob ele.
%Thalia% mordeu o lábio, quase cobrindo o rosto — mas %Heeseung% a impediu.
— Nada de esconder. Eu quero ver tudo. Quero que você sinta o quanto te quero.
Porque ele ajoelhou entre as pernas dela no sofá, e com os olhos fixos nos dela, se inclinou para beijar o interior das coxas, uma, depois a outra, até que a boca dele chegou no centro dela.
O primeiro toque da língua foi suave, exploratório. Mas bastou. O corpo dela respondeu com um suspiro profundo e um tremor que correu da espinha até os pés.
%Heeseung% a explorava com calma, como quem decora cada resposta do corpo. A língua se movia com precisão, alternando ritmo e pressão, atento aos sons que ela soltava, aos tremores leves, ao modo como os quadris buscavam mais.
Quando sentiu que o corpo dela começava a relaxar de verdade — os músculos menos tensos, a respiração mais entregue — ele deixou um beijo demorado no centro dela e então levou a mão até lá.
Com toda a delicadeza,
roçou a ponta de um dedo na entrada, molhada, quente, já receptiva.
— Tá tudo bem? — ele sussurrou, a voz baixa, carinhosa, os olhos subindo para encontrar os dela.
%Thalia% assentiu, o rosto corado, a respiração falha, mas os olhos abertos, confiantes.
Ele a beijou mais uma vez — uma promessa silenciosa de que faria tudo no tempo dela — e então, com cuidado,
introduziu o dedo devagar. Sentiu o corpo dela responder, contraindo-se em torno do gesto, e parou ali, sem forçar, apenas sentindo.
%Thalia% soltou o ar lentamente. Não doía. Era uma sensação nova — estranha, íntima, mas
incrivelmente boa. Principalmente porque era com ele. Porque ela confiava. Porque, ali, não havia espaço para medo.
%Heeseung% não se mexeu rápido. Movia o dedo lentamente, em um vaivém suave, profundo, enquanto
continuava com a boca, estimulando o clitóris com toques firmes, ritmados.
Ela gemeu alto, o corpo inteiro se curvando em direção a ele, os dedos apertando o tecido do sofá, a outra mão cravada no cabelo dele. O prazer se acumulava como uma onda quente, impossível de conter.
E quando ela finalmente se entregou, com um gemido rouco, o corpo se contraindo sob os estímulos dele, ela sentiu mais do que prazer. Sentiu que
era isso. Era sobre confiança. Era sobre sentir sem medo.
E %Heeseung% sabia disso.
Porque a forma como ele a olhou ao subir de volta, como a beijou entre suspiros, como a segurou com os braços firmes e cheios de ternura — tudo aquilo dizia que ele
não estava ali só pelo corpo. Estava por ela. Inteira.
%Thalia% ainda sentia os espasmos leves do orgasmo percorrendo o corpo quando %Heeseung% subiu, beijando o caminho inteiro de volta até o pescoço, até o queixo, até a boca.
O beijo dele era calmo, mas firme — como se dissesse
“eu tô aqui, ainda tô com você”. E ela sentia isso em cada gesto, cada toque, cada olhar.
— Você tá bem? — ele perguntou, acariciando o rosto dela com o polegar.
Ela sorriu, os olhos ainda meio marejados.
— Tô mais do que bem… tô flutuando.
Ele riu baixo e a beijou de novo, com mais ternura.
Mas, entre um beijo e outro, %Thalia% abriu os olhos e o encarou. E havia algo ali. Uma dúvida. Um incômodo silencioso.
Ela respirou fundo e mordeu levemente o lábio inferior antes de falar.
— Eu quero te tocar também…
quero te dar prazer. Mas… eu não sei direito como. E eu sei que isso pode ser idiota, mas eu fico com medo de errar. De fazer algo estranho ou…
Ele interrompeu com um beijo no nariz dela.
— Ei. — A voz dele era baixa, firme, segura. — Primeiro: nada do que vem de você vai ser estranho. E segundo… você não precisa saber tudo. Eu tô aqui pra te guiar. Pra sentir junto.
%Heeseung% assentiu, sorrindo com doçura — mas com os olhos ainda escuros de desejo.
%Heeseung% se afastou um pouco, apenas o suficiente para tirar a própria camiseta, e em seguida baixou o moletom e a cueca de uma vez, jogando tudo ao lado do sofá, sem pressa. O olhar dele nunca deixava o dela — quente, firme, como se cada gesto agora fosse feito com a certeza de que aquele momento não podia ser apressado.
Então se sentou de novo, as pernas abertas, o corpo completamente exposto e entregue a ela.
%Thalia% se ergueu devagar e foi até ele, posicionando-se entre as pernas dele, de joelhos no sofá. %Heeseung% segurou as mãos dela e as levou até sua cintura.
— Vai com calma — ele murmurou. — Sem pressa. Sente primeiro. Conhece.
Ela engoliu em seco, o coração acelerado mais uma vez — mas agora por outro motivo. Ansiedade e excitação misturadas, formando uma corrente elétrica no ar.
O olhar dela desceu, curioso, tímido, mas sem desviar. %Heeseung% estava ereto, pulsante, quente. O desejo por ela era evidente, e isso a deixou ainda mais determinada.
— Toca como se fosse descobrir o que eu gosto — ele disse, acariciando as costas da mão dela.
Ela o envolveu com os dedos, devagar, sentindo o calor e a textura. Começou a movimentar a mão lentamente, o polegar deslizando com cuidado pela glande. %Heeseung% gemeu baixo, os olhos fechando por um momento.
— Isso… desse jeito. — A voz dele era mais grave agora, arrastada. — Não precisa apertar. Deixa ele sentir que é você.
%Thalia% foi pegando o ritmo, os movimentos de vai e vem alternando entre lentos e mais firmes, observando cada reação dele — os suspiros, a forma como os músculos do abdômen se contraíam, como ele apertava as coxas sem perceber.
Ela se inclinou, impulsiva, e beijou o abdômen dele, depois a base do membro, e ouviu o ar escapar dos lábios dele com mais força.
— Tá fazendo tudo certo — ele sussurrou, com a cabeça caída para trás e os olhos fechados. — Tá me deixando louco…
%Thalia% sorriu contra a pele dele e continuou, mais confiante agora, guiada não por medo, mas pelo desejo de vê-lo sentir. De vê-lo gemer. De vê-lo perder o controle como ela havia perdido minutos antes.
A mão dela deslizava pela extensão do membro dele com um toque curioso, mas cada vez mais seguro. %Heeseung% mantinha os olhos nela, o peito subindo e descendo devagar, como se cada movimento dela lhe roubasse o ar pouco a pouco.
— Assim... — ele sussurrou, com a voz rouca e embargada, levando uma das mãos até a dela, envolvendo os dedos juntos. — Aperta um pouco mais na base… isso. Agora sobe devagar.
Ela obedeceu. E o som que ele soltou em resposta foi tudo.
Um gemido grave, entre os dentes cerrados, com o maxilar travado, o pescoço tenso.
— Isso, %Thal%… você tá fazendo tão bem — ele disse, entre arfadas. — Nem parece que é a primeira vez.
Ela alternava os movimentos, testando o que o fazia reagir mais: uma leve torção dos punhos, um deslizar mais lento com a ponta dos dedos, uma pressão a mais no polegar na parte mais sensível.
%Heeseung% jogou a cabeça para trás, os olhos fechados, os músculos do abdômen contraindo em espasmos visíveis.
— Continua… desse jeito — ele pediu, a respiração ficando mais descompassada. — Tô quase…
Ela se inclinou mais, e sem pensar, levou a língua até a base, dando uma lambida lenta, só pra ver como ele reagia. E ele reagiu.
O gemido que escapou dos lábios dele foi mais alto, mais cru.
Ela sorriu, sentindo o corpo vibrar por conseguir provocar aquilo nele. Por fazê-lo perder o controle. Ele que sempre parecia no comando, agora se contorcendo por causa dela.
— Quer que eu pare? — ela perguntou, maliciosa, os olhos brilhando.
%Heeseung% riu, ofegante.
— Quero que você suba aqui agora. Antes que eu goze só com sua mão.
Ele levou a mão até o rosto dela, os dedos deslizando pela bochecha com carinho, e então a puxou pra cima, colando a boca na dela num beijo carregado de desejo acumulado.
Os corpos se encaixaram mais uma vez. A pele quente contra a pele. O beijo dele tinha gosto de urgência. De entrega. Mas havia também uma ternura escondida entre cada movimento — como se ele quisesse que ela lembrasse daquele momento com cada célula do corpo.
— Pronta? — ele murmurou contra os lábios dela, a ponta do membro já roçando entre suas pernas.
%Thalia% assentiu, sem hesitar.
E agora, estavam prontos.
🎢🎢🎢
%Thalia% estava sobre ele agora, os corpos alinhados, os olhos grudados um no outro.
Ela se sentia exposta, sim — nua, entregue, completamente entregue — mas não havia desconforto. %Heeseung% a olhava como se ela fosse a coisa mais linda que ele já tinha visto. E só aquilo bastava para afastar qualquer insegurança que restasse.
Ele segurava a cintura dela com firmeza, mas sem pressa. Como se dissesse com as mãos:
você está segura aqui. A ponta dele roçava sua entrada, quente, rígida, pulsante.
%Thalia% engoliu em seco. A respiração já era outra — mais alta, mais rápida. O coração parecia bater no pescoço.
— A gente vai devagar — ele sussurrou, acariciando os quadris dela. — No seu ritmo, tá?
Ela assentiu. O corpo já pedia. Não era mais só o desejo — era a vontade de se sentir por inteira ali. Com ele. Pela primeira vez.
%Heeseung% a ajudou a se posicionar, guiando os quadris dela com paciência. Quando ela desceu devagar, sentiu a ponta dele forçar a entrada. Era novo, era diferente, havia uma leve pressão — mas não havia dor.
Ela travou por um instante, o corpo tentando entender aquela sensação inédita. E ele percebeu na hora.
— Respira — ele disse, com a voz baixa e tranquila. — Relaxa. Tá tudo bem.
%Thalia% soltou o ar devagar, os olhos fechados, e se concentrou na sensação. O calor. O preenchimento. O peso do corpo dele contra o dela. Era intenso. Era estranho. Mas era bom.
Ele acariciava suas costas com a palma da mão, devagar, como se embalasse o momento. E foi assim, no tempo dela, que ela foi descendo mais. Centímetro por centímetro, até que ele estivesse completamente dentro.
Os dois soltaram o ar ao mesmo tempo, como se finalmente tivessem se encontrado.
— Você tá me matando… — ele sussurrou contra a boca dela, os olhos fechados, a testa encostada na dela.
Ela sorriu, tremendo um pouco nas pernas, mas sorrindo.
— E eu achei que eu que ia morrer de nervoso.
%Heeseung% riu baixo, e a beijou de novo — um beijo calmo, profundo, cheio de carinho e desejo contido.
Os quadris começaram a se mover devagar. Ele a segurava com firmeza, guiando os movimentos de cima para baixo com calma, respeitando os limites dela, mas oferecendo prazer em cada avanço.
%Thalia% sentiu o corpo se acostumar. Primeiro a pressão, depois o calor, e então veio a onda — lenta, crescente — do prazer. O prazer de ser preenchida, de sentir os gemidos dele contra sua pele, o jeito como ele a segurava como se ela fosse feita de vidro, mas ao mesmo tempo como se fosse sua.
— Você é tão apertada… — ele murmurou, o olhar agora desfocado. — E tão linda assim em cima de mim.
Ela se moveu um pouco mais rápido, testando. E o gemido que ele soltou fez o ventre dela pulsar. Era poderoso, sentir que podia provocar aquilo nele. Era mais do que ela imaginava.
Os movimentos se intensificaram devagar, ainda no ritmo dos dois. %Heeseung% inclinou o corpo, puxando-a para mais perto, colando os peitos, os lábios e os corações. Agora era ele quem movia os quadris de baixo, com firmeza, fazendo-a arfar contra sua boca.
%Thalia% jogou a cabeça para trás e gemeu alto. O prazer crescia como uma onda quente dentro dela — não tão explosiva quanto a anterior, mas mais profunda, mais intensa, mais cheia.
— Isso… — ele sussurrou no ouvido dela. — Me sente, %Thal%… só me sente.
Cada toque no corpo e na alma.
E quando ela gemeu o nome dele de novo, sussurrado, entre os dentes, tremendo contra ele… %Heeseung% se desfez também. Gemendo rouco, apertando os quadris dela com força, os corpos se contraindo juntos como se tivessem sido feitos para isso.
%Thalia% se aninhou no peito dele logo depois, o coração ainda acelerado, o corpo sensível, a alma em paz.
%Heeseung% beijou o topo da cabeça dela, uma, duas vezes.
— Foi perfeito — ela murmurou, a voz embargada.
— Você foi perfeita — ele respondeu.
E naquele sofá, com a respiração ainda descompassada e os corpos entrelaçados, %Thalia% soube:
A primeira vez dela não foi sobre medo, nem sobre dor.
Foi sobre confiança, sobre toque, sobre carinho… Sobre amor — mesmo que nenhum dos dois ainda tivesse coragem de dizer isso em voz alta.
🎢🎢🎢
Ainda demorou um tempo até o coração dela desacelerar. O corpo ainda formigava em alguns pontos, como se as mãos dele ainda estivessem ali mesmo sem se mover. O peito dela subia e descia devagar, encostado no dele, onde ela descansava com os olhos fechados e o rosto escondido, meio envergonhada, meio entorpecida.
%Heeseung% não dizia nada. Só passava os dedos devagar pelas costas dela, traçando linhas invisíveis na pele. De vez em quando, o polegar acariciava a lateral da cintura, ou parava por um instante pra apenas sentir a respiração dela seguir junto da sua.
Estavam assim: nus, entrelaçados, envoltos por um silêncio confortável, onde nem o mundo lá fora parecia existir.
%Thalia% foi a primeira a quebrá-lo.
— Isso foi… — ela começou, e depois suspirou, tentando encontrar a palavra certa. — Muito mais do que eu imaginei que seria.
Ele sorriu, ainda de olhos fechados.
— Eu tentava, né? — ela riu, envergonhada, a voz abafada contra o peito dele. — Mas… sempre achei que fosse acabar sendo estranho. Ou desconfortável. Ou sem graça.
Ela negou com a cabeça, devagar.
— Foi… bonito. Você foi bonito. Comigo.
%Heeseung% soltou o ar com um sorriso e beijou o topo da cabeça dela.
— Você não faz ideia do quanto eu queria que fosse assim. Que você se sentisse assim.
Ela levantou o rosto e o olhou. E havia ali uma leveza diferente. O tipo de olhar que só se troca depois que você atravessa a barreira mais íntima de alguém e é recebido com carinho, com desejo e com cuidado.
— Eu ainda tô meio tremendo — ela confessou, rindo baixinho.
— Eu também — ele respondeu. — Mas se serve de consolo… você me desmontou.
— E ainda assim me montou tão bem — ela provocou, fazendo os dois rirem.
Ele puxou a coberta que estava jogada atrás do sofá e envolveu os dois com ela, acomodando %Thalia% mais perto, até que o corpo dela coubesse inteiro entre os braços dele.
— Se quiser dormir aqui… — ele começou.
— Quero — ela respondeu antes que ele terminasse.
— Então dorme, %Thal%. Hoje o mundo pode esperar.
Ela fechou os olhos com um sorriso leve, o rosto escondido no pescoço dele. E ali, aninhada, envolta em calor, pele e cheiro conhecido, ela finalmente descansou.
Não como alguém que perdeu alguma coisa por ter esperado tanto.
Mas como quem ganhou tudo — por ter esperado o momento certo. E a pessoa certa.
Fim