Disaster

Anna Jackmann | Revisada por Naty

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Prólogo

  - É isso o que você quer? – ele questionou-me, vi lágrimas em seus olhos.
  - Não. – disse num fio de voz, estava sendo doloroso para mim tanto quanto para ele. – Mas você não me deixou alternativa. – encarei aqueles olhos tão lindos que me fizeram tão feliz nesses últimos três anos, mas era a coisa certa a fazer aquela situação não poderia continuar. – É hora de dizer adeus.
  - Eu te amo, . – ele pediu baixo se aproximando mais de mim, mas hesitou em me tocar. – Não vá embora... Eu prometo que vou mudar, só me deixa tentar... Por favor? – segurou meus pulsos puxando-me para mais perto de seu corpo. A sensação de estar em contato com seu corpo quente me fez tremer, mas minha decisão já havia sido tomada, eu precisava ir, nossa vida como um casal tinha se tornado um verdadeiro desastre, e eu não aguentaria vê-lo sofrer preso a um relacionamento tão frustrante e cheio de rancor, mágoa e sofrimento. tinha que entender que aquela decisão era o melhor para nós dois. Eu o amava mais que qualquer coisa no mundo posso me arriscar a dizer que o amo até mais que a minha própria vida, mas meu coração merecia um tempo.
  Lágrimas inundavam meus olhos descendo lentamente por meu rosto totalmente vermelho, chorava desesperado, e isso apertava meu coração. Livrei-me de suas mãos que ainda seguravam meus pulsos, toquei seu rosto acariciando levemente e fechou os olhos fazendo assim que mais lágrimas descessem por seu rosto. Aproximei meu rosto do dele e beijei seu rosto demoradamente. Afastei-me assim que senti suas mãos tocarem minha cintura. Encarei a figura de pela última vez, funguei secando inutilmente meu rosto e virei as costas pra ele, peguei minha bolsa que estava em cima da mesa e saí rapidamente daquele apartamento que marcou a minha vida.

Capítulo 01

  19 de maio de 2012, 07:30 da manhã.

  Estava em um sono tão perfeito quando a droga do meu celular tocou em cima do meu criado mudo, passei a mão procurando o mesmo até encontrá-lo e desligá-lo ainda de olhos fechados, tentei me virar para o lado e senti uns braços me apertarem mais contra seu corpo quente, virei meu rosto para descobrir quem me apertava daquele jeito, e vi o rosto mais lindo do mundo de olhos fechados dormindo. Até hoje me pergunto como tive essa sorte de ter um homem daquele na minha cama, na minha vida. Forcei um pouco e consegui me virar para abraçá-lo e meu movimento o fez acordar, ele abriu os olhos e eu me perdi naqueles olhos tão azuis, que me fez sorrir e ele retribuiu no mesmo instante.
  - Bom dia, . - disse ainda sorrindo e selando nossos lábios rapidamente. – Dormiu bem, querida?
  - Sim e você? - passei minha mão livre em seus cabelos o que o fez me puxar para mais perto de seu corpo e isso me fez rir alto.
  - , você é muito escandalosa. – colocou uma de suas mãos em minha boca na intenção de me fazer parar de rir como uma louca.
  - Eu sou escandalosa mais você me ama, não é verdade? - falei convencida e ele ficou por cima de mim beijando meu rosto fazendo-me fechar os olhos.
  – Tem razão, eu amo você, minha escandalosa favorita. – riu e começou a me fazer cócegas.
  - , para com isso agora! - gritei em meio às gargalhadas.
  - Só se me disser que eu sou o cara mais lindo do planeta. - pediu convencido me fazendo gargalhar ainda mais. – Diga, bonequinha, e eu paro.
  - Tá bem, você é o homem mais lindo, perfeito e sexy do mundo inteiro. - assim que eu comecei a falar, ele parou com as cócegas e ficou me observando. – Tá bom ou quer mais? - questionei o fitando, maravilhada com sua beleza.
  - Acho que você poderia fazer uma coisinha por mim... - ele sorriu malicioso passando suas mãos quentes, fortes, macias e grandes na lateral do meu corpo me causando arrepios, e eu tive que morder os lábios para conter um gemido. Meu Deus, por que ele faz isso comigo? Pensei. Fechei os olhos e tive certeza que ele sorriu ao me ver naquela situação.
  - , pa... - minha voz falhou e eu mordi os lábios outra vez.
  - O quê você disse? - questionou enquanto dava leves beijos em meu pescoço me provocando, eu o abracei.
  - , para... - sussurrei e o riso dele foi abafado pelos meus cabelos. – Agora não.
  - , por favor, vai? Você já esta quase sem roupa, a única coisa que está atrapalhando é só essa sua lingerie que sinceramente eu amei. - ele disse e logo em seguida mordeu de leve meu pescoço.
  - Seu pervertido. - eu ri e ele beijou meus lábios intensamente, desceu uma de suas mãos até minha coxa esquerda e apertou sem muita força, eu tive que ceder, minhas mãos passeavam por suas costas arranhando-a, tirou minha lingerie, e logo começou a se mover sobre meu corpo, e isso me fez gemer alto, meus pulmões imploravam por ar. Pouco tempo depois, deixou seu corpo sobre o meu lentamente tentando fazer sua respiração voltar ao normal, assim como eu, e logo se deitou ao meu lado e me puxou para perto e beijou meu rosto carinhosamente.
  - Eu te odeio, sabia? - disse sorrindo.
  - Não odeia nada, eu sabia que você cederia. - ele riu e eu dei um tapa no braço dele que estava em volta da minha cintura.
  - Eu cedi por que eu te amo - eu o beijei.
  - Quero mais? - sussurrou em meu ouvido.
  - Não, temos que ir pra faculdade, esqueceu?
  - Droga, não vejo à hora disso acabar logo. - coçou os olhos e se levantou, e eu pude contemplar seu corpo nu indo em direção ao banheiro. Quando ele saiu do meu campo de visão e me espreguicei e fiquei fitando o teto branco do nosso quarto.
  Já fazia quase três anos que morávamos juntos, eu realmente estava feliz, eu cursava engenharia e música. Nos conhecemos em um bar aqui de Londres, alguns amigos nossos nos apresentaram e foi questão de tempo para ele me chamar pra sair, ele foi tão fofo, atencioso. Nós fomos ao parque no nosso primeiro encontro e ele me beijou dando a desculpa que meu rosto estava sujo de sorvete, e como eu queria aquele beijo mais do que qualquer outra coisa, rolou. Estava em meus devaneios quando ele jogou-se em cima de mim outra vez, e me admirava, e eu tentava descobrir o quê ele pensava e antes que eu pudesse falar qualquer coisa ele quebrou o silêncio:
  - , eu queria tomar banho. - disse fazendo biquinho.
  - Queria? - questionei confusa. – Achei que já tivesse tomado seu banho, bebê.
  - É, mais você está demorando pra entrar lá comigo, bonequinha. - colou nossas testas e eu mergulhei naquele azul tão intenso que eram seus olhos. – , você é um pervertido mesmo. - eu ri e saí de baixo dele e fui para o banheiro, e ele logo em seguida entrou. Ele agarrou minha cintura e me levou para dentro do box, e tomamos um banho longo, eu não vou mentir não consigo resistir aos beijos de , simplesmente não consigo.
  Depois do banho, nos arrumamos e fomos para mais um dia entediante na faculdade, fui para minha sala e para a dele.
  A professora falava andando entre os alunos, mais eu não prestava a atenção em nada. Na maioria das vezes, eu sempre fui uma boa aluna, presto atenção na aula, tiro notas boas, mas definitivamente aquele não era um bom dia para escutar a senhora Hunter falando, no impulso levantei a mão e ela me olhou por cima dos óculos.
  - Sim, senhorita .
  - Posso sair? Tenho que resolver umas coisas muito importantes. - disse alto o suficiente para que ouvisse, ela apenas assentiu, então me levantei peguei minhas coisas e saí rapidamente da sala. Caminhei pelo corredor sem prestar muita atenção a minha volta até que bati em algo, ou melhor, em alguém. Levantei meu olhar e vi que era um rapaz muito bonito por sinal.
  - Me desculpe, eu estava distraída. - desculpei-me e senti que estava corando e desviei meu olhar do dele.
  - Tudo bem, eu também estava distraído. - ele sorriu maroto, ele era lindo, simplesmente lindo. – Será que você pode me informar onde fica a sala cinco? - ele perguntou me olhando e ainda sorrindo.
  - S-sim. - gaguejei tentando desviar meus olhos dele. – É a minha sala, é aquela ali. - apontei para a única sala que estava de porta aberta.
  - Tudo bem, obrigado - ele deu dois passos apenas. – A propósito, meu nome é Nicholas. - ele sorriu. E meu DEUS que sorriso é aquele?
  - . - ergui minha mão para que a apertasse e quando ele o fez senti um choque percorrer por todo meu corpo.
  - Prazer, bem eu vou indo... - ele soltou minha mão e se despediu com um sorriso magnífico nos lábios.
  Sorri de volta e voltei a andar pelo corredor. Minha mente se empenhava em pensar no único que eu queria que estivesse ao meu lado naquele instante, eu só queria que aqueles olhos tão azuis me olhassem tão intensamente que fazia com que eu me perdesse e implorasse para nunca mais sair do transe que eles me proporcionavam, era uma sensação maravilhosa e o único que me fazia sentir esse turbilhão de emoções, desejo, necessidade, amor tinha nome e sobrenome... .
  Foi pensando nele que tirei meu IPhone da bolsa e digitei uma mensagem.

   “Que saudade queria ter ficado naquela cama com você estou indo pra casa te espero lá. Te amo Xx

  Enviei e antes mesmo de eu pensar em guardar o celular de volta na bolsa ele vibrou e eu olhei para o visor vendo uma mensagem dele, sorrir foi quase impossível quando li o que estava escrito.

   “Bonequinha fiquei com dó de você vou ficar só até essa aula e vou correndo pra casa me espera. EU AMO VOCÊ Xx

  Mandei um “certo” de volta e guardei meu celular na bolsa e saí da faculdade, logo indo até um ponto de táxi, esperei um pouco até que avistei um e dei sinal e entrei nele, dei o endereço ao motorista e em menos de vinte minutos ele parou em frente ao prédio azul. Paguei o moço e desci do carro, passei pela portaria, cumprimentei o porteiro, chamei o elevador que demorou um pouco para chegar e quando finalmente ele chegou, abriu as portas e estava vazio, entrei e apertei o número 15 e logo as portas se fecharam. Poucos minutos depois, já estava jogada no sofá com as mãos atrás da cabeça fitando o teto branco da sala. Depois de longos minutos ali, resolvi tomar um banho rapidamente, vesti uma lingerie vermelha e uma camisa de , que ficava sobre minha coxa, prendi meu cabelo em um coque frouxo e fui para a cozinha. Fiquei com preguiça de preparar algo mais nutritivo, então resolvi pegar alguns morangos e um pouco de chocolate e fui para o quarto, me sentei na cama e liguei a tv. Passei alguns minutos comendo até que ouvi um barulho de chaves e desci correndo até a sala, e quando vi de costas fechando a porta, me peguei observando-o trancando a porta com a chave, ele se virou em minha direção e mordi meu lábio inferior. sorriu maliciosamente me olhando de cima a baixo, me aproximei lentamente, subi minhas mãos até o primeiro botão da camisa que vestia e comecei a desabotoar botão por botão lentamente, mordeu o lábio inferior, quando já estava a dois passos dele puxei as partes da camisa para os lados revelando a minha lingerie. suspirou e diminuiu o espaço entre nós, ficamos frente a frente, eu olhando fixamente nos olhos azuis dele e ele fazia o mesmo comigo. Fiquei alguns segundos esperando alguma reação dele, mas como não obtive resposta alguma resolvi eu mesma me manifestar:
  - Vai ficar ai parado? - murmurei sorrindo maliciosamente e no instante em que eu fechei a boca ele envolveu minha cintura com seus braços e meus lábios procuraram os dele rapidamente em um beijo intenso que logo foi partido por ele.
  - Já disse que você fica sexy assim? - ele sussurrou em meu ouvido e eu me arrepiei da cabeça aos pés.
  - Não. - sorri fraco, dei impulso e entrelacei minhas pernas em seu quadril, segurou minhas coxas apertando-as levemente.   - , você se tornou à mulher mais sexy vestida assim. - ele sorriu e eu voltei a beijá-lo agarrei seus cabelos bagunçando-os. Em minutos, já estávamos no quarto jogados na cama ele por cima, já estávamos sem roupas, se movimentava sobre mim e eu mordia meus lábios tentando conter os gemidos que se tornavam cada vez impossíveis de controlar, gemia baixo em meu ouvido e isso me fazia fincar minhas unhas sem dó em suas costas. Minutos depois, senti um arrepio tomar meu corpo por inteiro, e chegamos ao clímax juntos. deixou seu corpo cair sobre o meu, eu o abracei tentando normalizar minha respiração, beijou meu pescoço, poucos segundos depois com a respiração um pouco mais controlada que a minha, ele deitou-se ao meu lado, me puxou pela cintura para mais perto fazendo-me repousar minha cabeça sobre seu peito. Ficamos alguns minutos em silêncio até que ele mesmo o quebrasse:
  - Bonequinha, por que saiu mais cedo? Não me diga que se arrependeu mesmo de ter saído da cama? - questionou acariciando meu ombro.
  - Eu não estava prestando atenção em nada do que a senhora Hunter falava, então eu pensei: pra que eu iria ficar lá se passar o dia com melhor namorado do mundo seria muito mais interessante? - eu ri baixo desenhando círculos em seu peito nu.
  - Você é a melhor namorada do mundo, sabia? - murmurei ficando sobre mim outra vez.
  - É. Eu já sabia disso. - eu ri e ele começou a me fazer cócegas.
  Passamos o dia inteiro no quarto conversando, rindo brincando e bom tudo que um casal faz quando estão sozinhos em casa.

Capítulo 02

  Duas semanas depois daquela tarde perfeita com o cara mais perfeito do mundo aos meus olhos, tudo estava perfeito, fomos para a faculdade todos os dias, fiz amizade com o aluno novo o Nicholas e queria apresentá-lo a e então marquei de nos encontrarmos em uma lanchonete perto da faculdade, Pérola uma amiga minha iria junto, queria apresentá-la a Nick, achei que os dois combinavam um pouco. Nick e eu fomos à frente, pois não teríamos a última aula, Pérola já estava lá nos esperando, pois não havia ido a faculdade hoje. Ela cursava medicina e era bastante inteligente por isso achava que combinava com Nick porque também o achava inteligente. Fomos a pé mesmo já que iria até lá com o carro. Nicholas era engraçado, fomos o caminho inteiro rindo das palhaçadas que ele falava. Entramos no estabelecimento e logo avistei Pérola olhando para alguma coisa sob a mesa, eu sorri ao ver aquela cena. Pérola tinha a mania de se perder em seus pensamentos rapidamente.
  Andamos até ela sem que nos percebesse.
  - Pérola Walker! - disse firme segurando o riso. Ela deu um pulo da cadeira e me olhou assustada, e ri um pouco alto de demais porque percebi os olhares das poucas pessoas ali presentes.
  - , sua louca, quase me mata do coração. - Pérola disse ofegante com um das mãos a altura do coração.
  - Desculpe, Pérlly. - ri sem humor e me sentei na cadeira a sua frente e Nick na cadeira ao meu lado esquerdo deixando a cadeira ao meu lado vaga para . – Pérola esse é Nicholas Jones. Nick essa é Pérola Walker.
  Apresentei ambos e eles se olharam de um jeito diferente.
  - Muito prazer. - murmurou Nick estendendo a mão para Pérola que a apertou imediatamente e sorriu.
  - Bem, , - disse Pérola, olhando-me um pouco maliciosa, digamos assim. – semana que vem, você e o completam três anos o que vocês irão fazer, hein, seus safadinhos? - ela riu alto ao me ver corando.
  - Sexo. - levantei as sobrancelhas ao vê-la arregalar os olhos. - Muito sexo, pode apostar. - contive o riso, Nick gargalhou. Pérola me olhava incrédula por ter me ouvido falar aquilo na frente de outro cara.
  - O que foi, Pérlly? Vai me dizer que ficou com vergonha do Nicholas? - questionei e a vi corar e olhei para Nick que se contorcia na cadeira ainda rindo. – Nicholas, você faz sexo, né?
  - Muito. - assentiu tentando parar de rir.
  - Viu só, Pérlly, - voltei minha atenção a ela. – ele não é um E.T - ironizei e ri debochando dela.
  - HAHAHA, engraçadinha. - ela riu sarcástica. – Ei, olha o . - ela disse ao olhar para frente. Eu me levantei e fui até ele e o abracei envolvendo meus braços em seu pescoço.
  - Oi, bebê. - sussurrei em seu ouvido ainda agarrada a ele.
  - Oi, bonequinha. - ele me afastou para me olhar e me deu um selinho rápido.
  - Vem, quero que conheça alguém. - me soltei dos braços dele e o puxei levando-o até a mesa. – esse é o Nicholas, aquele meu amigo que te falei. - olhei e ele assentiu. – Nick esse é , meu namorado. - sorri.
  - Prazer , a fala muito de você. - Nick se levantou e estendeu a mão para cumprimentá-lo.
  - Prazer. - apertou a mão estendida do garoto e logo se sentou ao meu lado.
  Passamos um tempo agradável, não falava muito, ele limitava-se a responder só o que lhe perguntavam e isso estava me incomodando, e apertei sua mão pra chamar sua atenção e deu certo.
  - O que foi? - perguntei fitando-o.
  - Eu estou cansado, vamos pra casa? - sussurrou.
  - Mas, ... - comecei a falar mais ele me interrompeu.
  - Se quiser ficar tudo bem, eu vou embora. - disse seco.
  - Tudo bem, eu vou com você. - murmurei e me levantei ao mesmo tempo em que ele. – Bom, pessoal, nós já vamos, mas aproveitem a tarde, amanhã nos vemos na faculdade. - disse olhando de Pérola para Nick que me encaravam sem entender nada. já havia se afastado.
  - Esta tudo bem, ? - perguntou Pérola com o cenho franzido.
  - Sim o não esta se sentindo bem, nos falamos depois. Tchau, Nick - o olhei e ele acenou pra mim e saí o mais rápido possível atrás de . Ele estava dentro de seu carro, um Air Cross preto, com o motor já ligado. Entrei e bati a porta com uma certa força, coloquei o cinto e deu a partida, às imagens passavam como um borrão sob meus olhos. Fomos o trajeto inteiro em silêncio. Quando chegamos ao nosso prédio assim que ele estacionou o carro na vaga da garagem, desci rapidamente e chamei o elevador que chegou rápido. Pelo menos hoje ele esta colaborando. Pensei enquanto entrava, apertei o número 15. As portas estavam quase se fechando quando entrou quase ficando preso.
  - Por que não me esperou? - questionou sério, eu apenas continuei do jeito que estava com os braços cruzados e olhando para um ponto fixo.
  Chegamos ao apartamento em silêncio, tirei meu casaco e joguei em cima do sofá e andei até a cozinha com em meu encalço, lavei as mãos, as sequei, e fui procurar algo pra comer, abri a geladeira, e tirei de lá um bolo de morango que eu havia comprado. Coloquei em cima da mesa e fui atrás de um prato e dos talheres, logo me sentei e me servi. estava parado encostado no batente da porta da cozinha me olhando, continuei quieta fingindo não vê-lo e continuaria assim, mas ele quebrou o silêncio.
  - Esse seu amigo, o tal Nick, - continuei comendo. – tem tanta intimidade assim com você pra te chamar de ? - bufei e joguei o garfo no prato e o olhei.
  – Então foi por isso que resolveu voltar pra casa? - cerrei os olhos e mordi os lábios. – Ciúmes? - sorri sem humor algum e balancei a cabeça negativamente.
  - Claro, você é minha namorada, não tem nada haver outro cara ficar te chamando de . - murmurou ele, me olhando incrédulo.
  - A sei, você queria que ele me chamasse de bonequinha, é isso? - disse irônica e me levantei, veio em minha direção me prendendo na mesa e agarrando meus braços.
  - Você nem pense em deixá-lo te chamar assim, ouviu?
  - Me solta, esta me machucando. - minha voz saiu fraca.
  - Me desculpe. - ele me soltou e se afastou de mim.
  - Você é um idiota. Por que tem tanto ciúmes? Eu nunca te dei motivos ou já? - perguntei com a voz um pouco mais alta que o normal.
  - Não, mas é qu... - ele tentou se explicar mais eu o interrompi.
  - Mas o quê? eu amo você, nunca te trocaria ou te trairia, não confia em mim? - ele me olhou confuso e se aproximou outra vez, o suficiente para que eu sentisse sua respiração em minha pele.
  - Eu confio em você, mas eu não gosto de outro cara todo meloso com você. - ele disse baixo, passando seus dedos gelados sob meus braços me causando arrepios.
  - Eu te amo, não precisa ter ciúmes. - segurei o rosto dele fazendo carinho em suas bochechas com os polegares.
  - Me desculpe, - se desculpou e me abraçou. – eu tenho medo de perder você. - balbuciou afastando-se um pouco para me olhar.
  - Não devia sentir, porque eu não quero ter que me separar de você, por conta do seu ciúme. - resmunguei tentando me manter firme.
  - Desculpe, eu prometo me controlar. - ele sorriu. – Agora, você lembra que semana que vem é uma data muito importante, não sabe?
  - Sei, lógico que sei. - sorri envolvi meus braços em seu pescoço e selei nossos lábios.

Capítulo 03

  A semana passou mais rápido do que eu esperava, eu decidi preparar um jantar especial para comemorar nosso aniversário, eu estava tão feliz comprei um perfume para , um que ele adorava, embalei e deixei escondido no meu closet, faltava apenas um dia, eu estava tão ansiosa, combinei com Pérola e Nick que não iríamos sair esse dia, queria passar o dia arrumando tudo para a grande noite, queria que se sentisse feliz com a minha surpresa. era o amor da minha vida, estava tão apaixonada por ele que não me via mais sem ele, seria uma tortura, acho que não duraria nem uma semana eu confesso, eu era dependente dele.
  À noite de quinta finalmente chegou, não vi o dia inteiro e nem noite passada, ele chegara tarde em casa, ficou fazendo um trabalho da faculdade na casa de um de seus amigos.
  Eu já estava pronta com um vestido vermelho curto de alças finas, um salto preto, deixei meus cabelos soltos, fiz uma maquiagem leve apenas destaquei os olhos com muito rímel, lápis e a boca com um batom vermelho, passei um pouco de perfume no pescoço e nos punhos, coloquei dois pratos na mesa, duas taças, peguei o vinho coloquei tudo na mesa, acendi algumas velas perfumadas. Fiquei o esperando, ele já devia estar chegando, eu acho. Sentei-me no sofá e liguei a TV, mas nada do que passava me interessou, olhei o relógio da parede da sala, já eram dez horas onde foi que ele se meteu? tinha que chegar logo se não quisesse que a comida esfriasse, fui até meu quarto, peguei meu celular, mas não havia nenhuma mensagem ou ligação perdida e isso me preocupou. Deitei-me um pouco e fitei o teto, aquela espera estava me deixando nervosa e preocupada, ele pelo menos deveria me mandar uma mensagem avisando que chegaria tarde ou até mesmo dizer onde estava. Cansei de ficar no quarto e fui para a sala, me sentei no sofá, encostei-se a ele e fechei os olhos por alguns minutos e os abri rapidamente quando ouvi barulho de chave na porta, olhei para a mesma, mas não eram as chaves da minha porta e sim da porta vizinha, olhei o relógio da sala, já eram meia noite e meia acho que dormi esperando por ele. Eu estava furiosa com como ele pode me deixar esperando tanto tempo? Nosso jantar foi por água abaixo, apaguei as velas, tirei meus saltos e joguei em qualquer canto, enchi uma taça de vinho e peguei a garrafa e fui para o quarto, tirei meu vestido, o joguei no chão, peguei uma camisola branca de seda, vesti e me sentei no chão. Tomei o vinho em grandes goles, enchi a taça outra vez e tomei tudo rapidamente, ouvi barulho de chaves novamente, me levantei com pouco de dificuldade, acho que exagerei um pouco no vinho, cambaleie até a sala e dessa vez era ele, fiquei parada o olhando fechar a porta e passar a chave duas vezes. Eu o fuzilava com os olhos, me olhou e sorriu, eu cruzei os braços sobre meus seios e batia o meu pé esquerdo.
  - Você acha que eu tenho cara de idiota? - questionei balançando a cabeça negativamente.
  - Como assim? O que aconteceu? - eu revirei os olhos, eu não estava acreditando no que estava ouvindo, sério que ele não sabia?
  - Você sabe que dia foi ontem, não sabe? - senti um nó se formando em minha garganta.
  - , me desculpe, eu... - ele começou, mas o interrompi, meus olhos estavam queimando por conta das lágrimas que se acumulavam em meus olhos.
  - Para... Eu não quero ouvir mais. Você nem se deu ao trabalho de me ligar pra avisar que chegaria tarde, aliás, onde você estava que sumiu o dia inteiro? Não venha me dizer que estava fazendo trabalhos da faculdade, porque eu já cansei de ouvir isso. – disparei, minhas mãos estavam tremulas, tentou se aproximar, mas eu dei um passo pra trás, e quase cai, contudo consegui me equilibrar. – Eu. Esperei. Você o dia inteiro. . - falei pausadamente para que ele entendesse. – Fiz um jantar pra você, me arrumei pra você, e você simplesmente não aparece, seu IDIOTA! Não consegui aguentar e as lágrimas escorreram pelo meu rosto. Passei minhas mãos no rosto. me abraçou ou pelo menos tentou, mas eu o afastei. – Não me toca.
  - , me desculpe. - murmurou me olhando.
  - Eu preciso dormir, acho que bebi demais... Ah e fiquei sozinha a noite toda esperando o MEU namorado, mas adivinha só... - o encarei cerrando os olhos. – Ele não apareceu. - andei de volta para o quarto e bati a porta e me joguei na cama. Fiquei um bom tempo limpando meu rosto e senti o colchão ao meu lado afundar, me afastei mais do ser ao meu lado.
  Acordei com uma luz irritando-me, e minha cabeça latejava de dor, me virei e ainda estava lá, eu ainda estava com raiva. Olhei para o relógio, seis e cinco. Então não poderia ser o sol, a luz que irritava vinha do meu abajur, desliguei aquela droga, me levantei e fui pra sala e me deitei no sofá e acabei pegando no sono outra vez. Acordei um tempo depois, sentido uma mão acariciar meus cabelos e outra segurar uma de minhas mãos, abri os olhos e vi .
  - Bom dia, bonequinha. – sussurrou, me encarando.
  - Só se for pra você. - respondi seca e me afastei dele.
  - , por favor, me desculpe, eu não tive a intenção.
  - Você nunca tem intenção de fazer nada, e mesmo assim faz.
  Ele abaixou a cabeça e se eu não estivesse tão irritada com ele poderia abraçá-lo, mas daria meu braço a torcer, não mesmo.
  - O que posso fazer pra me desculpar? - foi o que eu ouvi sair da boca dele, quase num sussurro.
  - Nada, ... Nada. - sussurrei antes de me levantar e voltar para o quarto e em seguida para o banheiro e pretendia fechar a porta se não fosse por um pé atrapalhando.
  - Será que eu posso tomar um banho ou tá difícil? - disse seca, sem nem ao menos olhar pra ele.
   empurrou mais a porta e entrou no banheiro e a fechou, me prensando na mesma apoiando suas mãos nela, me deixando sem saída.
  - Será que você pode pelo menos me escutar? - ele me encarou e eu revirei os olhos e assenti para que começasse a falar, mesmo contra minha vontade. – Me desculpe, eu admito ter esquecido do nosso aniversário, admito meu erro de não ter ligado para avisar que chegaria tarde, me desculpe por isso. Eu te amo.
  Um nó se formou em minha garganta e senti meus olhos arderem por conta de algumas malditas lágrimas, abaixei a cabeça e soltei todo o ar que estava preso em meus pulmões.
  - Eu amo você também. - disse baixo e ele ergueu meu rosto. Eu o encarei.
  - Me perdoa, nós podemos fazer de novo, se você quiser. - segurou meu rosto em suas mãos, eu mordi os lábios e fechei os olhos.
  - Isso me magoou, sabia? Mas acho que consigo te perdoar, eu te amo. - ouvi minha própria voz sair sem que percebesse, e antes que eu pudesse falar ou fazer alguma coisa, me beijou intensamente, prendendo minhas mãos na porta e colando seu corpo ao meu. Mordeu meu lábio levemente e o puxou um pouco o que me fez gemer baixo, ele desceu seus lábios para o meu pescoço e começou a distribuir selinhos demorados e algumas mordidas pela pele exposta. Desvencilhei-me de suas mãos que prendiam as minhas e envolvi meus braços em seu pescoço e arranhei sua nuca. desceu suas mãos até minhas coxas, e me puxou pra cima, fazendo-me entrelaçar minhas pernas em volta de sua cintura, e me prendeu ainda mais na porta, encostei minha cabeça na mesma. A respiração dele estava pesada e batia sob minha pele me causando arrepios. Minhas mãos deslizaram até barra de sua camiseta branca e a puxei pra cima a tirando em segundos. abriu a porta com certa dificuldade, e voltamos para o quarto, ele caminhou comigo até a cama e me colocou sobre a mesma, tirando minha camisola rapidamente e deixando-me apenas de calcinha, ele mordeu os lábios sensualmente ao me ver daquele jeito e eu o puxei para mais perto, e me apressei em tirar sua calça de moletom levando junto sua boxer branca. estava completamente nu, mordi o lábio ao olhá-lo daquele jeito, e o puxei para mais um beijo dessa vez mais urgente. A raiva que estava sentindo antes havia sido deixada de lado, mas não quer dizer que havia esquecido, isso nunca aconteceria, o que aconteceu me magoou muito e com certeza sabia disso. desceu até meu pescoço e voltou a beijá-lo e sussurrou próximo ao meu ouvido:
  - Me desculpe, vou te compensar, eu prometo. - e voltou a beijar meu pescoço, eu não disse nada, apenas fechei os olhos, nem percebi quando minha calcinha fora tirada. E quando dei por mim, já estava dentro de mim, movimentando-se devagar, mas logo começou com movimentos rápidos o que me fez morder os lábios para conter os gemidos o que não deu muito certo. aumentava os movimentos cada vez mais, o que me fez fincar minhas unhas em sua pele das costas, e ouvi um gemido baixo sair de seus lábios e tive que sorrir mesmo ele não vendo. Senti um arrepio tomar meu corpo passando por minha espinha, e minutos depois ambos soltamos um único gemido alto e largou seu corpo sobre o meu. O abracei, tentando normalizar minha respiração um tanto ofegante e depositei um selinho demorado em seu ombro. caiu ao meu lado, me puxando para perto dele e entrelaçando sua perna nas minhas, o abracei e apoiei minha cabeça em seu peito, seu coração batia acelerado.
  - ? - chamei minha respiração um pouco mais calma.
  - Sim - disse num sussurro.
  - Eu ainda estou magoada com você. - minha voz saiu mais baixa e triste do que pretendia. suspirou e eu o encarei.
  - Eu sei, bonequinha, mas eu vou te compensar de uma forma ou de outra, eu vou. - ele me olhou. – Eu te amo.
  Sorri, estava chateada, mas sabia que ele se esforçaria para me agradar e se redimir, eu sei que deveria me sentir feliz e tudo mais. Mas algo me dizia que daqui pra frente tudo ficaria mais difícil.

  Quatro semanas depois daquele episodio desagradável, e eu discutimos mais uma vez, pelo mesmo motivo, ele outra vez chegou tarde. Eu não queria acreditar que ele estaria me traindo, mas era meio difícil com seu namorado chegando as duas da manhã com a mesma desculpa de estar fazendo trabalhos de faculdade. Agora aqui estou eu caminhando até a sala dos professores para tirar essa história a limpo, bati na porta e um homem de cabelos louros a abriu.
  - Senhorita , em que posso ajudar? - ele perguntou.
  - Queria saber se o senhor pediu algum trabalho para o aluno . - fui direta e sem medo das consequências.
  - Sim.
  - E é muita coisa? - cruzei meus braços na altura dos meus seios.
  - Sim, teremos um show de talentos mês que vem e quero o melhor trabalho não só dele como de todos, é claro. - fez uma pausa e me encarou. – Por que o interesse?
  - Nada demais, obrigada pela informação. - sorri e nem dei tempo para ouvir sua resposta, dei as costas e saí andando de volta para o corredor.

...

  A luz do sol afetou meus olhos imediatamente assim que coloquei meus pés para fora do prédio, caminhei até meu carro mais antes que minhas mãos tocassem a porta do mesmo, ouvi meu nome ser chamado, e imediatamente olhei pra trás.
  Vi Nick correr em minha direção e sorri para ele.
  - Oi, Nick, o que aconteceu? - parei de rir assim que vi seu rosto triste.
  - A Pérola vai embora, ela vai me deixar.
  - O quê? - foi à única coisa que eu disse antes de sentir os braços de Nick me apertarem num abraço forte. – Nick, não fica assim, vocês nem tinham nada. - disse assim que senti lágrimas em minha blusa verde musgo.
  - Eu sei, mais eu iria pedir pra ela ser minha namorada. - ele me soltou e secou as lágrimas com as costas das mãos e me olhou em seguida. – Na verdade eu até pedi, mas ela disse que não queria se prender a ninguém. - a voz dele saiu embargada pelo choro, eu não sabia exatamente o quê fazer, e a única solução que vi foi abraçá-lo.
  - Vai ficar tudo bem, Nick, eu vou conversar com a Pérola. - disse acariciando as costas dele.
  O que eu podia fazer? Nada, a única solução era consolá-lo e conversar com Pérola e tentar convencê-la a ficar. Coisa que seria muito difícil depois que fiquei sabendo do real motivo de sua partida. Pérola tinha que ir ela havia pedido transferência para a faculdade no Texas dois meses antes da chegada de Nick assim ficaria perto de seu pai que estava doente, ele era sua única família, desde que sua mãe morrerá há três anos. Eles sofreram muito e Pérola sofreu ainda mais quando teve que deixar seu pai para vir estudar em Londres. Nicholas teria que entender o lado dela, ela não poderia abandonar sua única família. Já estava decidida iria para o Texas na semana seguinte, Nick estava arrasado.
  - Pérola, você vai se despedir do Nick pelo menos? - perguntei vendo apoiar os cotovelos nas pernas e apertar os cabelos entre os dedos.
  - Vou, eu gosto muito dele, não seria justo ir embora sem pelo menos me despedir, vamos sair hoje. - ela disse baixo, ainda sem me olhar.
  - Certo. Bom eu vou pra casa, tenho que conversar com o .
  - Vocês brigaram de novo? - Pérola perguntou agora me olhando carinhosamente.
  - Não é bem isso - sorri gentilmente. Eu não sabia o quê exatamente eu tinha, estava enjoada, frágil, sensível demais, e para completar meu desespero, minha menstruação estava atrasada há dez dias isso não é normal.
  - Então o que é? - Pérola perguntou curiosa, se aproximando de mim.
  - Eu... – hesitei, não queria criar expectativas antes da hora.
  - Você...? - Pérola me incentivou a continuar.
  Respirei fundo antes de seguir.
  - Minha menstruação está atrasada alguns dias...
  - Você está grávida, . - ela sorriu me interrompendo.
  - Eu não sei. - soltei todo ar que tinha em meus pulmões e sorri para Pérola que me abraçou apertado.
  - Ah, meu Deus - disse alto ao se afastar um pouco apenas para me olhar e um sorriso enorme desenhava seu rosto. – Eu vou ser tia.
  - Pérlly, eu não tenho certeza.
  - Vamos ter agora.
  - O quê? - perguntei quando a vi pegar sua bolsa.
  - Eu vou comprar um teste pra você, volto já.
  - Eu vou com você. - disse já de pé.
  - Não, , você fica afinal a farmácia é aqui em frente. - disse já próxima à porta e antes que eu pudesse protestar ela já havia saído, me deixando sozinha em seu apartamento. Perguntas tomaram conta dos meus pensamentos. E se eu realmente estivesse grávida? Qual seria a reação de ? Qual seria a MINHA reação? O que seria, uma menininha, pequena, loirinha de olhos azuis como os dele ou um menino com os cabelos e os olhos castanhos como os meus? Será que ele ou ela teria o meu gênio ou teria o gênio de ? Bom tanto faz. A única certeza que eu tenho que se eu estivesse mesmo grávida ele ou ela seria muito amado.
  - , voltei. - Pérola gritou me tirando do transe. – Vem, vamos, trouxe três testes pra ter certeza. Vai, menina. - pediu, ou melhor, ordenou me empurrando para ir até o banheiro. Peguei os três testes e fui até o banheiro e fiz xixi em cada um. Pérola bateu na porta e eu a deixei entrar ficamos esperando o tempo certo, cinco minutos no máximo. Peguei uns dos testes e olhei tinha duas linhas vermelhas, olhei para Pérlly e mordi o lábio inferior.
  - O que significa isso, Pérlly? - perguntei assustada com a resposta.
  Ela leu o que estava escrito no rótulo da embalagem, olhou pra mim e sorriu sem mostrar os dentes.
  - Bem, de acordo com isso aqui essas duas linhas querem dizer que você esta grávida, mais ainda faltam duas - minha respiração tornou-se mais ofegante e rápida entreguei os outros dois testes para Pérlly, e ambas estavam azuis. – Oh, Meu Deus! - Pérola disse alto e eu a olhei assustada.
  - O quê?
  - , você está grávida.

Capítulo 04

  Eu estava andando de um lado para o outro na sala de espera do consultório, já fazia duas semanas que eu descobri a suposta gravidez, Pérola já havia ido embora para o Texas. Fiz o exame só para confirmar, eu não confiei muito naquele teste. Os meus enjoos ficaram cada vez mais frequentes, mas não queria que ficasse sabendo, não agora.
  Minhas mãos suavam muito, eu estava visivelmente nervosa, por que também essa não era a primeira vez. Há um ano, eu me apressei, contei para antes de saber e acabei quebrando a cara, eu sei que ele ficou triste por isso e foi tudo culpa minha. Mas agora tudo seria diferente eu teria certeza antes de fazer ou falar qualquer coisa.
  Fechei meus olhos, respirei fundo quando os abri novamente o médico estava na minha frente sorrindo talvez do meu nervosismo.
  - Senhorita , aqui estão os resultados. - disse me entregando um envelope, entrelacei os dedos na frente do corpo, minhas mãos não paravam de tremer. – Parabéns a senhorita está grávida de dois meses.
  Ah! Meu Deus. Eu estou grávida!
  No exato momento em que ouvi aquelas palavras pareceu que o chão me faltava, sorri sem nem perceber, não ouvi mais o que o médico dizia, guardei os papéis em minha bolsa e caminhei para fora do consultório em direção ao meu carro, entrei rapidamente, e me curvei sobre o volante e no segundo seguinte senti lágrimas molharem meu rosto. É, eu estava chorando mais não de tristeza e sim de alegria. Eu estava feliz muito feliz. Passei uma das mãos sob meu ventre e sorri. Dei a partida no carro. No caminho, eu ensaiava modos diferentes de como contar a boa nova para o mais novo papai, o que me deixou muito mais nervosa, eu não sabia como seria a reação dele. Trinta minutos foi o tempo que levei para chegar, guardei o carro e tomei o elevador.
  Parei em frente à porta do meu apartamento reunindo talvez um pouco de coragem, eu não sei por que sentia tanto medo, era estranho. Respirei fundo e por fim abri a porta e adentrei, logo ouvi o som da TV. estava em casa, um frio passou por meu corpo, balancei a cabeça para os lados rapidamente, fechei a porta atrás de mim e fui ao encontro dele. Assim que cheguei à sala vi sentado no sofá olhando atentamente para a TV, ele assistia ao jogo, ele ficava lindo quando ficava concentrado, eu simplesmente amava vê-lo daquele jeito. Suspirei alto e o vi virar o rosto percebendo então minha presença. sorriu abertamente e levantou-se vindo em minha direção, abraçou-me beijando meu pescoço e causando-me arrepios.
  - Onde estava? – perguntou sussurrando em meu ouvido e logo depois se afastou para me olhar. – Cheguei e não encontrei você. Fiquei preocupado.
  - Ah, sim. – me afastei dele indo até o sofá e me sentando no mesmo logo em seguida. – Precisamos conversar. – eu disse alto o suficiente para não precisar encará-lo. Logo, estava sentado ao meu lado.
  - O que aconteceu? – ele perguntou preocupado, pousando uma das mãos em minha perna.
  Respirei fundo antes de começar. Abri a bolsa tirando o envelope da mesma e o entreguei, olhei para e sua expressão estava totalmente confusa, eu poderia rir da careta que ele fez se eu não estivesse tão tensa.
  - O que é isso?
  - São os resultados dos exames que fiz e... – ele me interrompeu deixando os papéis de lado e se ajoelhou em minha frente.
  - Bonequinha, você esta doente? – tocou meu rosto com suas mãos, eu fechei os olhos com seu toque. Respirei fundo, abri os olhos e o encarei.
  - Eu fiz os exames só pra confirmar um teste que fiz há algumas semanas... – mordi o lábio inferior com um pouco de força e segurei as mãos dele. – Eu não queria ter falsas esperanças outra vez. – me olhava com os olhos levemente arregalados e confusos também – E o resultado deu positivo. – abaixei a cabeça rapidamente, precisava dizer aquilo olhando em seus olhos. E foi o que fiz. – Eu estou grávida, .
  O encarei e ele não se movia, seus olhos estavam presos nos meus, achei que ele estivesse petrificado ou talvez estivesse se recusando a acreditar ou até aceitar. Mas seus lábios se abriram num sorriso lindo, seus olhos ganharam um brilho diferente, as lágrimas já se pronunciavam.
  - É sério? – ele perguntou num tom de voz baixo.
  - É. Nós vamos ter um filho, . - riu alto totalmente maravilhado com a notícia, seus olhos brilhavam, meus olhos capturavam cada emoção que seu rosto transmitia.

  POV’S

  Um filho. Eu seria pai. Estava tão feliz, e queria que minha bonequinha soubesse disso. Por isso a beijei de uma forma que nunca havia beijando-a antes, fora uma mistura de emoções. Amor, felicidade.
  Tomei o corpo dela em meus braços caminhando em direção ao nosso quarto.
  Sempre desejei ter um filho com aquela mulher que amei desde a primeira vez que a vi e sempre vou amar independente de qualquer coisa, fora ela quem eu escolhi para passar ao lado pelo resto dos meus dias e nem uma outra seria melhor que ela. Minha bonequinha.
  - Eu amo você – sussurrei depois de deitá-la na nossa cama e me ajeitar ao seu lado abraçando-a de uma forma protetora.
  - Eu amo você também, eu estou tão feliz que nem consigo descrever. – ela sorriu lindamente, toquei seus lábios com os meus outra vez levemente, encarei seus lindos olhos, ergueu uma de suas mãos até meu rosto fazendo um carinho gostoso em minha bochecha. E essa fora a minha deixa para beijá-la outra vez, no começo era um beijo simples, delicado, mas que logo se tornou intenso, e feroz de certa forma. Curvei-me sobre ela sem partir o beijo, as mãos pequenas da minha bonequinha passeavam pelas minhas costas ainda coberta pela camisa. Arrepiei-me quando senti seus dedos tocarem meu abdômen, parti o beijo para fitá-la, eu estava ofegante com apenas um beijo. tinha aquele poder sobre mim e ela sabia disso.
  - Eu quero você. Agora. – ela sussurrou. Mordeu o lábio inferior.
  Não esperei mais nada e voltei a beijá-la, tirou minha camisa jogando a mesma em qualquer canto. Suas pequenas mãos alisavam minha barriga arranhando-a vez ou outra, desci minhas mãos até a barra da blusa fina que ela usava e senti seu corpo se arrepiar. Parti o beijo para tirar aquela peça inútil ao meu ver. Os olhos de encontraram os meus e a vi sorrir.
  - Obrigado por isso. – sussurrei próximo aos lábios dela. Desci meus lábios até o pescoço dela dando beijos e deixando algumas mordidas e a ouvi gemer.
  Toquei seus seios ainda cobertos pelo sutiã e gemeu um pouco mais alto e sorri vitorioso, fui descendo meus lábios por sua barriga até chegar ao cós do jeans que ela usava, abri o botão e desci o zíper, comecei a descer a calça lentamente dando leves selinhos pela pele que ficava exposta, logo me livrei daquela peça. Apertei as coxas da minha bonequinha a vendo segurar os lençóis da cama com força e jogar a cabeça pra trás. Procurei pelo fecho do sutiã dela e o abri rapidamente assim que o encontrei, desci as alças pelos braços dela deixando seus seios a mostra, joguei o sutiã em qualquer lugar.
  Sua respiração estava pesada e falha assim como a minha, sem esperar mais abocanhei um de seus seios enquanto massageava o outro, e ela gemeu outra vez me deixando louco de prazer, fazendo com que a bermuda já me incomodasse. Desci outra vez deixando beijos pelo corpo dela até chegar em sua intimidade ainda coberta pela calcinha, passei o dedo lentamente vendo-a soltar o ar de uma vez. Segurei as partes da calcinha vermelha que ela usava naquele dia e a desci lentamente ao mesmo tempo em que a encarava, joguei aquela peça em qualquer lugar. Beijei cada uma de suas coxas até finalmente chegar onde queria, afastei as pernas dela e aproximei meu rosto de sua intimidade e sem esperar mais a abocanhei sem pudor algum enquanto se contorcia e apertava os lençóis.
  Meu membro pulsava desesperadamente e eu sabia que não aguentaria por muito tempo, precisava fazê-la minha, me afastei de sua intimidade, para tirar minha bermuda levando junto minha boxer branca. Deitei-me sobre ela, procurei seus lábios desesperadamente, a beijei ferozmente, envolveu minha cintura em um pedido mudo para que eu a penetrasse logo, mas não o fiz. Sorri quando ela apertou mais suas pernas.
  - Por favor... . – pediu ofegante após partir o beijo.
  Mordi o lábio, levantei-me a puxando junto comigo e então finalmente a penetrei lentamente ouvindo-a gemer, passei uma de minhas mãos em seu rosto tirando alguns fios de cabelo, nossos olhares se encontraram e ela sorriu, ao mesmo tempo em que começou a se movimentar. Seus seios roçavam em meu peitoral, levei minhas mãos até a cintura segurando-a firmemente afim de fazê-la aumentar os movimentos e foi o que ela fez, apoiou os braços em meus ombros enquanto seus dedos embrenhavam-se em meus cabelos, um gemido baixo escapou de minha garganta.
  - Eu te amo, . – ela sussurrou em meu ouvido deixando-me ainda mais louco por ela, a deitei outra vez sem sair de dentro dela e fiquei ajoelhado na cama voltando a me movimentar, fechei meus olhos com força o suor já escorria por meu corpo.
  - ... Mais... Rápido, droga! – pediu com a voz falha, eu ri do seu desespero, eu adorava quando ficava assim, totalmente entregue. Aumentei os movimentos enquanto apertava suas coxas, logo trocamos de posições, agora ela estava no comando, apoiou suas mãos em meu peitoral enquanto as minhas estavam firmes em seus quadris, movimentei o corpo dela e gemi com a sensação maravilhosa que era de estar dentro dela.
   começou a se movimentar ainda mais rápido enquanto mordia os lábios com força a fim de conter os gemidos, tirei minhas mãos de seus quadris e entrelacei nossos dedos, meu ápice estava próximo e sabia que o dela também estava. parou de tentar controlar os gemidos e eu não queria que ela se controlasse era extremamente sexy vê-la naquela situação. Senti um arrepio, meu corpo parecia flutuar e então um gemido uniforme foi ouvido por ambos, deixou seu corpo cair sobre o meu e então a abracei com todo o amor e carinho que eu sentia por aquela mulher.
  Mulher que me daria um filho.

...

  Os corredores da faculdade estavam cheios demais para o meu gosto, tentei sair o mais rápido que pude do meio daquele povo.
  Cheguei até o campo de futebol onde algumas pessoas ajudavam a montar um pequeno palco para o show de talentos que teríamos amanhã à noite. estava em sua sala vendo os últimos detalhes, ele cantaria uma música, confesso que me senti mais aliviada ao saber do paradeiro do meu namorado. Ele não quis me contar que música ele cantaria, disse que era uma surpresa, e eu estava muito ansiosa.
  Pérola não dava noticia a mais ou menos três semanas e Nicholas estava inconsolável. É realmente ele gostava dela mesmo, estávamos muito próximos por conta disso, quem não estava gostando muito disso tudo era que reclamava sempre que Nicholas estava próximo demais de mim e eu simplesmente o ignorava até porque eu estava grávida e não queria e nem poderia me estressar.
  Caminhei até um lugar mais afastado a fim de tomar um pouco de sol. Sentei-me na grama, apoiando minhas mãos na mesma, o dia estava lindo, de onde eu estava o que se ouvia eram vozes ao longe, grilos e pássaros. Suspirei sentindo o ar fresco. Fechei os olhos sentindo o vento atingir gentilmente, que nem ao menos percebi a presença de alguém ao meu lado, virei meu rosto e vi Nick me fitando. Não sei ao certo, mas aquele olhar deixou-me desconfortável, pode parecer besteira, porém foi como se Nick pudesse olhar minha alma.
  Limpei a garganta chamando sua atenção.
  - Nick, você não deveria estar na aula do Raymond? – disse em tom brincalhão.
  - Você também deveria estar e mesmo assim esta aqui. – disse ele seco. Arquei as sobrancelhas, totalmente surpresa com tal resposta.
  - , desculpe. – Nick respirou fundo fechando os olhos fortemente, ele parecia cansado. – Eu só estou em um dia ruim.
  - E eu fui a sortuda que você escolheu para descarregar a raiva? – disse sorrindo. Eu não queria levar para o lado pessoal, eu estava grávida e não faria bem ao bebê qualquer tipo de estresse.
  - Não... Não foi minha intenção... Droga! – resmungou cobrindo o rosto com as mãos.
  - Tudo bem, Nicholas, é só um dia ruim. – disse tocando um de seus ombros e quase que no mesmo instante ele relaxou. – Relaxe. Mas me conta, o que houve? – perguntei tentando ignorar seu olhar outra vez.
  - Eu sinto falta da Pérlly – sorri levemente. – Liguei várias vezes, mas ela não me atende. – Nick suspirou passando as mãos nos cabelos castanhos. – Ela esta me ignorando e eu não sei o quê fazer.
  - Tudo bem, vou ver o que posso fazer. – encarei-o – Agora, eu preciso ir, tenho que estudar um pouco. – sorri. Levantei-me rapidamente.
  - Ok, eu vou com você.
  Nick se levantou e passamos a caminhar lado a lado. Nicholas era um homem bonito, atraente qualquer mulher se interessaria, ou ficaria com as estruturas abaladas por ele. Um simples olhar deixaria qualquer mulher aos pés dele. Confesso que aquele olhar tinha efeito sobre mim, eu sei o quão errado é pensar nele de outra forma, mas a primeira vez que eu o vi meu corpo inteiro, tremeu, meu coração batia desesperadamente. Mas o efeito dele em mim, mesmo que fosse forte, nunca chegaria à metade do efeito que causava em mim.
  A ansiedade por um simples toque de suas mãos ou de seus lábios. O som de sua voz mesmo que num simples sussurro me causava sensações que eu nunca havia sentido antes. Ele era o homem da minha vida.
  Não demorou muito até estarmos na sala de aula, o professor escrevia alguns tópicos na lousa do nosso próximo trabalho, curvei-me sobre minha cadeira, eu estava exausta levantei meu tronco e senti uma vontade muito forte de comer morangos com chocolate. Deus. Eu podia sentir o gosto. Passei uma mensagem rápida para , contando meu desejo, mas ele não respondeu o jeito era aguentar até o fim das aulas.
  Finalmente a última aula chegou, saí em disparada, sem ao menos esperar Nick. Eu precisava encontrar uma padaria urgentemente.
  Quando o morango tocou meus lábios senti um prazer enorme. Deus, como aquilo era bom! Comi tudo em menos de dez minutos.
  - Bebê, você será tão faminto quanto seu pai. – eu disse enquanto alisava minha barriga.
  - E com certeza será tão linda como a mamãe dela. – sorri automaticamente ao ouvir aquela voz. alisou minha barriga suavemente.
  - Como me encontrou? – perguntei observando seu rosto.
  - Vi sua mensagem a pouco e vim aqui comprar seus morangos. – ele disse puxando-me para perto de seu corpo. – Mas acho que a nossa princesinha não aguentou esperar.
  - Como pode ter tanta certeza de que é uma menina? – perguntei afastando-me.
  - Não tenho certeza, mas ficaria feliz se for uma menininha.
  - Sei. Bem... Eu estou indo pra casa, vem comigo? – olhei-o enquanto seguia em direção a rua com ele em meu encalço.
  - Ah, não, eu preciso ficar, tenho que deixar algumas coisas prontas para amanhã. Mas eu não vou demorar. – disse segurando meu rosto entre suas mãos.
  - Tudo bem, mas, por favor, , não demore, certo? – pedi quase suplicante.
  - Prometo que não vou demorar. – afirmou, beijando meus lábios rapidamente.
  - Eu te amo. – sussurrei contra seus lábios.
  - Não tanto quanto eu amo você. – sorriu dando-me um selinho e logo refez seu caminho de volta para o prédio da faculdade e eu tomei um táxi para casa.

  A casa estava silenciosa eu podia ouvir somente o som da minha respiração. Eu estava deitada no sofá da sala esperando chegar.
  Ouvi o barulho da porta, mas continuei onde estava com os olhos fechados.
  - , já cheguei. – ele disse, ouvi seus passos virem em direção à sala. Segundos depois, pude sentir seus lábios tocarem os meus, eu quis sorrir, mas não o fiz.
  - Que passe bem rápido esses meses, minha princesa. – ele disse baixinho. – Para que o papai possa te ver. – senti suas mãos subirem minha blusa e seus lábios tocarem minha barriga. – Papai te ama, filha. – sussurrou, e eu não pude aguentar, acariciei seus cabelos. – Estava acordada esse tempo todo? – perguntou.
  - Estava esperando por você. – sussurrei abrindo os olhos. – Eu te amo.
  - É eu sei. – disse convencido, ficando em cima de mim sustentando o peso do corpo nas mãos apoiadas no sofá.
  - Já está tudo pronto? – perguntei referindo-me a apresentação.
  - Sim. Preciso ir mais cedo amanhã só para ensaiar. – ele sussurrou aproximando seu rosto do meu.
  - E eu posso saber que música você vai cantar? – perguntei envolvendo meus braços ao redor de seu pescoço, trazendo-o para mais perto.
  - Não, é uma surpresa. – ele disse selando nossos lábios num beijo calmo.
  Senti os dedos frios de subirem minha blusa, até tirá-la totalmente.
  Quando percebi estávamos nus, jogados no chão da sala e completamente exaustos.

...

  - Mas, Pérlly, pelo menos atenda as ligações dele. – eu disse um pouco alto demais. Pérola Hunter às vezes conseguia ser muito cabeça dura.
  - Eu não posso, , vai ser melhor assim. – ela disse com a voz firme. Como ela poderia ser tão fria?
  - Tudo bem, Pérola, se você quer assim, eu não vou mais insistir. – respirei fundo. – O problema é que ele esta apaixonado.
  - Desculpe, mas preciso desligar, papai esta me chamando. – ela murmurou e antes que eu pudesse responder o telefone ficou mudo, Pérola Hunter havia desligado na minha cara.
  Bufei irritada, joguei o celular no sofá e me levantei rapidamente, dei apenas dois passos e parei quando senti uma dor forte na barriga, apoiei minha mão no encosto do sofá, e a outra levei até a barriga, fechei meus olhos fortemente, fiquei parada alguns minutos até que a dor passou.
  Respirei fundo, alisei a barriga com as mãos trêmulas, andei o mais rápido que pude até o banheiro.
  Passei uns vinte minutos embaixo d’agua então resolvi sair, hoje seria um dia especial, meu bebê se apresentaria eu estava tão orgulhosa dele.
  Vesti um jeans escuro, uma blusa fina azul. Coloquei um casaco mais reforçado, a cidade estava gelada, calcei um All Star branco. Deixei meus cabelos soltos, não passei nenhuma maquiagem, eu estava tão preguiçosa ultimamente. Olhei para o relógio e o mesmo marcava seis e dez, estava em tempo peguei as chaves do carro – que estava comigo – e de casa, peguei minha bolsa celular e saí.
  Dirigi por aproximadamente vinte minutos. O campus da faculdade não estava cheio a maioria das pessoas com certeza já estava reunida no campo, então caminhei até lá.
  Estava tudo muito lindo, cadeiras foram colocadas organizadamente, o palco já tinha alguns instrumentos e algumas pessoas testavam alguns deles.
  Sentei bem perto do palco, queria ver meu bebê mostrando seu talento que eu sabia que ele tinha.
  Mais pessoas chegavam e tomavam seus lugares, eu não havia visto Nicholas, talvez ele nem tenha vindo. Pérola tinha que pelo menos atender ao telefone para que o garoto pudesse pelo menos ouvir a voz dela. Meus olhos foram vendados por uma mão quente e macia, em seguida recebi um beijo molhado em minha nuca me fazendo arrepiar. Eu não precisava ver para saber quem era, o perfume dele entrou em contato com meus pulmões e então sorri largamente tocando suas mãos com as minhas tirando-as dos meus olhos.
  - Bonequinha... – ele sussurrou contra meus lábios sorrindo, agachado em minha frente.
  - Bebê... – mordi o lábio e o beijei.
  - E a princesinha? – perguntou tocando minha barriga e eu a cobri com a minha.
  - Ela esta ótima. – eu disse. Eu guardaria a parte em que tive um pequeno mal estar pela manhã.
  - Que bom, eu preciso voltar. – ele disse olhando rapidamente para o palco. – Eu te amo.
  - Eu te amo também. – sorri e beijei seus lábios. Logo estava sozinha esperando que começasse o show.
  Meia hora depois, o reitor fez seu pequeno discurso, logo dando lugar ao professor que organizara o evento.
  - Espero que gostem. Quero lembrar que o dinheiro arrecadado será doado a uma das instituições que a University Queen ajuda. Ok, sem mais enrolações, o primeiro a se apresentar é Kart Jones. – disse o professor, todos aplaudiram o rapaz que logo começou a cantar. A música era bem legal, acho que era alguma do Nickelback.
  As horas foram passando, alguns alunos se apresentaram, eu estava ansiosa demais, eu queria muito ver meu namorado se apresentar e parece que meu pedido fora atendido.

N/A: Coloque essa música para carregar.

  Meu sorriso não poderia estar maior, aplaudi com gosto meu namorado quando ele subiu ao palco.
   ajeitou o microfone, o vi respirar fundo e nossos olhares se encontraram, ele sorriu envergonhado enquanto seus amigos se preparavam.
  - Boa noite. Bem, em primeiro lugar quero dedicar essa música à mulher da minha vida. , eu amo você. – quando ele terminou de falar todos os olhares se voltaram para mim e senti minhas bochechas esquentarem. – E em segundo lugar, vamos começar, quero ver a reação dela quando acabarmos. – sorriu sapeca. Eu o olhei, confusa, o que será que ele estava aprontando?

N/A: Coloque a música para tocar agora.

  Os primeiros acordes foram ouvidos e de cara eu reconheci a música, ele havia cantado ela pra mim quando me pediu em namoro, depois do piquenique que fizemos a noite.
  Lembro que chorei, sorri, gritei foi um misto de sentimentos que na hora eu não soube explicar e agora muito menos.
  Nossos olhares voltaram a se cruzar e ele estava sorrindo.
  Ele apontou em minha direção, e eu já chorava. Funguei lembrando-me de tudo o que vivemos até hoje.
  A voz rouca dele me fazia bem, seus gestos em cima do palco eram perfeitos, como se ele estivesse no seu próprio show e que as pessoas ali presentes fossem seus fãs. era meu ponto fraco e também o mais forte, desde que nos conhecemos e que começamos a namorar eu nunca me interessei por outros homens e nunca em hipótese alguma pensei em deixá-lo, minha família - principalmente meu pai - deixaram claro que não gostavam dele, mas eu não me importei com isso me fazia e me faz feliz e só isso que realmente importa pra mim, e eu não via meu pais há dois anos e eles também não faziam questão de me visitar.
  Eu simplesmente amava aquela música e ele sabia disso, porque depois do pedido eu continuava a ouvir ela repetidas vezes sem me cansar. cantava determinadas partes da música olhando diretamente para mim, as pessoas ao meu redor, sorriam achando a cena linda outras cantavam junto a ele. Até que ele parou de cantar, o olhei sem entender e desceu do palco caminhando em minha direção o olhei confusa com o cenho franzido. Quando ele parou em minha frente, segurou minha mão a apertando um pouco e logo em seguida eu estava sendo puxada até o palco. Corei.
  Quando por fim estávamos em cima do pequeno palco, cantou pra mim e parou um pouco depois, apertei sua mão na intenção de pedir-lhe alguma explicação para aquilo tudo.
  - Se lembra de quando cantei essa música para você quando te pedi em namoro? – ele perguntou com o microfone próximo a seus lábios para que assim todos escutassem. Eu assenti já emocionada. – Depois daquilo você não parava de ouvi-la nem um segundo sequer. – sorri. – E depois de hoje acho que vai ouvi-la pra sempre. – olhava dentro dos meus olhos. – Eu te amo muito. Mas eu queria saber de uma coisa.
  - … - pedi baixinho quando o vi se ajoelhar diante de mim, abri a boca e arregalei os olhos, surpresa. Não, ele não estava fazendo aquilo. Levei minha mão livre a boca muito emocionada, soltou minha mão para pegar alguma coisa no bolso do casaco, e no segundo seguinte abriu uma pequena caixinha azul diante de mim revelando um anel de brilhante, maravilhoso.
  - , você aceita se casar comigo? – paralisei eu não sabia o que dizer e agir, minhas lágrimas já desciam livremente. Senti apertar minha mão levemente me incentivando dizer alguma coisa. Respirei com dificuldade.
  - Sim. – minha voz soou tão baixa que por um momento pensei que ele não tivesse ouvido. – Sim, eu aceito. – disse mais uma vez agora um pouco mais alto e confiante vendo-o abrir um sorriso magnífico pra mim, sorri. colocou o anel em meu dedo e então o abracei.
  - Eu te amo, bonequinha. – ele sussurrou em meu ouvido, afastei-me um pouco e o beijei intensamente, eu não me importava se havia muitas pessoas nos vendo naquele exato momento, eu estava feliz demais para me importar com aquilo, parti o beijo e voltei a abraçá-lo o mais apertado que consegui.
  - Eu também te amo muito. – sussurrei.

Capítulo 05

  Abri os olhos lentamente para que minhas retinas se acostumassem com a luz que entrara pela janela naquela manhã. Virei para o lado ainda sonolento e deparei-me com acordada, seus olhos brilhavam, e eu me perguntei como eles conseguiam ser tão lindos? Sorri para ela e a puxei pela cintura trazendo-a para mais perto e antes que ela pensasse em dizer qualquer coisa eu a beijei, pressionando meus dedos em seu quadril, mas com todo o cuidado, afinal minha noiva estava grávida.
  - Bom dia! – eu disse baixo ainda próximo a sua boca. – Como dormiram as duas mulheres da minha vida? – perguntei ao mesmo tempo em que acariciava sua barriga por cima da camisola dela.
  - Muito bem, obrigada, noivo mais lindo do mundo. – ela disse sorrindo. Meu Deus, como ela consegue ser tão linda assim?
  - Ótimo. – subi minha mão lenta e carinhosamente por seu corpo até chegar a seu rosto e acariciei fitando seus lindos olhos castanhos. – O que acha de um café da manhã maravilhoso? – murmurei enquanto afundava meu rosto em seus cabelos desgrenhados. – Só nós três.
  - Acho ótimo. – ela me abraçou mais apertado e assim ficamos por algum tempo, e é claro que eu não reclamei.

  - Vai querer creme de amendoim ou geleia de morango na torrada, bonequinha? – perguntei colocando os dois potinhos bem perto de seu rosto.
  - Ahn... – ela alternava os olhares entre ambos, visivelmente indecisa. – Acho que vamos querer os dois – sorriu sapeca mordendo as pontas de alguns dedos.
  - Assim você vai ficar enorme, garota. – disse fingindo indignação, mas acho que a brincadeira não fora muito boa, pois me encarava séria.
  - É o que você acha, ? – cruzou os braços acima dos seios, em seus lábios um biquinho muito fofo havia se formado.
  - Não é isso , você maravilhosa, mas é que você esta comendo demais. – tentei consertar, mas acho que piorei ainda mais.
  - Agora esta me chamando de gorda? – levantou-se de onde estava sentada e parou em minha frente. E a visão que tive foi de uma de braços cruzados, biquinho e batia um dos pés no chão demonstrando seu nervosismo.
  - Eu não disso isso. – retruquei.
  - E nem precisou, , se eu estou gorda a culpa não é só minha. A sua filha come mais que você. – arqueei uma das sobrancelhas, indignado, e ela apenas balançou a cabeça como se confirmasse o que dizia. – Então pare de me chamar de gorda... Porque, – descruzou os braços levando as mãos ao rosto e fungou. É, ela estava chorando, mulheres e seus hormônios – a culpa não é minha. – ela virou de costas pra mim, e seu corpo começou a tremer.
  - Me desculpe, bonequinha. – pedi me aproximando dela, que tentou desviar, mas fui mais rápido e segurei seus braços. – Você não esta gorda, esta linda, amor. – eu disse a abraçando por trás.
  - Você jura? – ela disse toda manhosa, então a virei de frente pra mim, e seu olhos estavam marejados. – Promete que não vai mais me chamar de gorda? – Deus, como ela estava manhosa eu quis rir, mas já teve confusão demais.
  - Eu prometo. – fixei meus olhos nos dela e a vi sorrir. – Eu te amo. – disse e a beijei.
  Depois daquela pequena discussão, sim, porque fez questão de deixar claro que eu estava brigando por ela está comendo o dobro, nós fomos tomar nosso café da manhã.

  Um mês havia se passado desde que pedi em casamento, ela já tinha ligado para Pérlly e para a família para contar a novidade, mas é claro que nenhum deles além de Pérola, haviam gostado muito da notícia, a família dela não gostava de mim e sinceramente não sei o porquê disso, nunca fiz nada para merecer aquilo. Eu sei que , senti falta deles, mas ela havia tomado a decisão de que ficaria comigo com ou sem o consentimento deles, no começo tentei fazê-la mudar de pensamento, mas com nada é tão fácil assim.
  Eu havia saído de casa deixando sozinha, mas prometi a ela que voltaria logo. Resolvi tomar uma cerveja com alguns amigos, apesar de não deixar transparecer para que não percebesse, eu estava tenso, apreensivo, eu seria pai daqui a alguns meses, me casaria logo, mas não tinha plano algum, não tinha nenhuma noção de como sustentaria minha futura mulher e meu filho, logo eu teria de abrir mão da mesada que eu recebia dos meus pais, eu sei uma vergonha um homem de vinte cinco anos ainda receber mesada dos pais, mas não foi uma decisão minha, felizmente a um mês de receber nossos diplomas, e então eu começaria a tentar a sorte, começaria a tocar em pubs.
  Entrei no pub em que marquei com os rapazes, logo avistando Jesse meu melhor amigo e guitarrista do grupo. Logo, eu estava com um copo de cerveja na mão. Senti meu celular vibrar, peguei-o rapidamente, era me ligando, resolvi não atender com certeza era algum desejo, ligaria de volta assim que estivesse voltando pra casa, desliguei o celular e voltei a conversar com os caras.
  - , como se sente ao saber que daqui a alguns meses será um pai de família? – perguntou Mark em tom brincalhão fazendo a mim e os outros rirem. Balancei a cabeça negativamente sorrindo.
  - Sinceramente, assustado. – ri, lembrando-me do rosto dela quando me contou da gravidez. – Mas, eu sei que posso conseguir. Eu amo a e é o que basta. – disse olhando meus amigos.
  - Isso mesmo, diga a que serei padrinho do mini . – disse Jesse animado.
  - E quem disse que é menino? – arqueei as sobrancelhas. – Tenho certeza de que é uma menina. – eu ri e beberiquei um pouco da minha cerveja.
  - Toma cuidado, eu vou estar com uns quarenta, e ela com uns quinze, mas ainda posso ser seu genro. – brincou David fazendo os outros caras rirem, mas eu não achei a menor graça.
  - Quem deve tomar cuidado é você, ou já esqueceu que sei atirar, mané? – resmunguei e todos eles riram de mim.
  Conversamos bastante, tanto que não vi a hora passar. Era bom conversar com os amigos.
  Sai do pub em direção ao meu carro, aproveitei para ligar o celular, estranhei quando me deparei com vinte ligações de .
  - O desejo dessa vez foi grande. – disse para mim mesmo sorrindo, entrei no carro logo dando a partida.
  Não demorou muito para que eu chegasse, tomei o elevador da garagem. Abri a porta e estranhei o silêncio, as luzes estavam acesas.
  - Bonequinha? – chamei, mas o que recebi como resposta fora o silêncio, pus-me então a procurá-la, fui até o quarto e banheiro nada, voltei para a cozinha e também não encontrei nada. Então fui ao último lugar que me restava, talvez ela só estivesse dormindo. Mas o que encontrei ao chegar não fora minha bonequinha dormindo cansada de me esperar, mas sim uma pequena quantidade de sangue no chão da sala. No mesmo instante senti meu coração acelerar.
  - ? – chamei-a mais uma vez, mas sem resposta – Droga! – tirei meu celular do bolso do casaco e disquei o número dela, mas para o meu desespero lembrei-me que a mesma estava no Texas.
  Bufei irritado, passei as mãos nos cabelos desgrenhando-os, peguei a chave do carro que havia deixado sob a bancada e saí do apartamento. Aquele maldito elevador demorou mais do que o normal para chegar à recepção.
  Saí em disparada assim que as portas do elevador se abriram.
  - Senhor , tem um recado. – disse Alan ao me ver chegar.
  - Depois, Alan, quero saber se deixou algum recado. – olhei-o aflito.
  - O recado é sobre ela. A senhorita passou mal e um amigo dela a levou para o hospital – ele disse tudo de uma vez e meu desespero aumentou.
  - O quê? Para que hospital? – perguntei exasperado, meus olhos já ardiam.
  - O senhor Jones me ligou a pouco e deixou o endereço. – peguei o papel das mãos dele. Agradeci rapidamente antes de correr em direção a garagem, entrei no carro. Logo eu estava correndo o mais rápido que pude. Não queria pensar no que poderia ter acontecido.
  Não sei como consegui chegar ao hospital, mas cheguei. Corri até a recepção esbarrando em várias pessoas pelo caminho.
  - Em que quarto esta a paciente ? – perguntei.
  - Ela esta sendo atendida no momento – a mulher loura disse.
  - E como ela esta? – perguntei outra vez, meu desespero já era bem notável.
  - Desculpe, mas ainda não temos informações sobre a paciente – ela disse calma. Eu respirei fundo, não queria gritar.
  - Mas que droga! – gritei. – Eu quero saber como a minha noiva esta? – eu disse aos berros dando socos na bancada. A moça me olhou assustada, mas eu não estava me importando com nada.
  - Senhor, por favor, controle-se estamos em um hospital! – uma outra mulher pediu, olhando-me brava.
  - Eu não posso – disse quase gritando.
  - Assim que todos os exames forem feitos, o médico vira conversar com o senhor. – a loura disse ainda usando seu tom calmo. Bufei irritado e me afastei indo até a sala de espera encontrando Nicholas sentado desajeitadamente na cadeira, assim que me viu, levantou-se e veio até mim.
  - O que aconteceu? – perguntei.
  - Eu não sei, ela me ligou chorando. – ele disse tão confuso quanto eu. – Disse que estava doendo, perguntei onde, mas ela não respondeu então corri pra lá. – senti meu coração apertar, eu deveria estar lá com ela para ajudá-la – Quando cheguei ela estava caída no chão. – meu ar parou de sair em entrar em meus pulmões. Baguncei meus cabelos, eu estava arrasado eu deveria estar com ela, para protegê-la, para dizer-lhe que tudo ficaria bem.
  Soquei a parede em minha frente sem me importar com a dor que aquele ato me provocaria.

  Eu já estava ali a mais ou menos quarenta minutos, Nicholas insistiu em ficar. Já estava cansado de esperar, até que finalmente o médico apareceu, me levantei no mesmo instante.
  - Parentes de ? – ele perguntou.
  - Como ela esta, doutor? – pedi preocupado, meus olhos ardiam. Alguma coisa me dizia que algo estava errado.
  - O que você é da paciente? – droga, será que ele não estava vendo meu desespero?
  - Sou noivo dela. – controlei-me para não gritar.
  - A notícia não é boa. – ele me olhou receoso. Engoli em seco – Eu sinto muito...
  E as palavras seguintes foram como se um tiro tivesse atingido meu coração e então as lágrimas vieram.

  Pov’s

  Senti meu corpo confortável, estava leve, passei a mão pela cama procurando por e então percebi que não estava na minha cama.
  Levantei-me e me senti um pouco tonta, mas o que eu fazia ali? Aquele lugar era um hospital. Ah, droga! Agora eu me lembrava. Dores, choro, ligações, Nick e depois disso, escuridão.
  Passei as mãos na barriga tentando passar tranquilidade ao meu bebê. Ela tinha que estar bem, eu não podia decepcionar , não podia. Ouvi um barulho vindo da porta e direcionei meu olhar a mesma e no segundo seguinte um homem de cabelos pretos entrou no quarto. O homem era baixo, barba por fazer e usava um jaleco branco, o homem olhava uma prancheta e logo seus olhos castanhos me observavam. E eu sinceramente não gostei nada daquele olhar, eu tinha certeza que ele não me daria boas notícias. Suspirei.
  - Senhorita , como se sente? – perguntou cruzando os braços enquanto continuava me olhando.
  - Com medo. – disse sincera. – O que... Aconteceu? – perguntei receosa. O homem suspirou e eu engoli em seco.
  - Eu sinto muito... – hesitou. O homem descruzou os braços e sentou-se na beirada da cama. – A senhorita perdeu o bebê.
  - Oh, meu Deus – sussurrei. Levei minhas mãos a boca. – Não, você esta mentindo – murmurei, minha voz já estava embargada pelo choro.
  - Eu sinto muito. A senhorita sofreu um aborto espontâneo é muito comum em uma primeira gravidez. – ele finalizou.
  Eu só conseguia pensar que não era possível isso estar acontecendo. Isso não era verdade. Escondi meu rosto entre as mãos e comecei a chorar, logo meus soluços eram ouvidos em alto e bom som.
  Senti braços me abraçarem e então, eu me descontrolei. Tudo o que eu queria era que entrassem naquele quarto e gritassem que tudo aquilo era mentira e que meu bebê nasceria bem.
  Chorei tanto que acabei pegando no sono outra vez.

  “ Tudo estava lindo, o dia, o céu, o mar. havia pensando em tudo, fechei os olhos para sentir o vento bater levemente em meu rosto.
  - Mamãe – ouvi o gritinho de Mary e isso me fez abrir os olhos. Ela corria ou tentava já que suas perninhas curtas não lhe permitiam fazer direito, ela sorria e gritava por mim, era o causador daquele desespero. Levantei-me e a alcancei tomando-a nos braços.
  - Amo você, mamãe. – ela disse com sua voz doce e suave. Sorri e a abracei com toda a minha força. Coloquei-a de volta no chão, levantei meus olhos procurando pelos dele, mas não estava lá, olhei para todos os lados e não o encontrei.
  - Mary, onde o... – parei assim que me vi sozinha. Mary também havia desaparecido.
  O desespero tomou conta de mim. Gritei com toda a minha força, mas não obtive resposta. Cai de joelhos chorando...”

  Abri os olhos minha respiração estava ofegante, sentei na cama desajeitadamente, passei as mãos freneticamente pelo rosto.
  - . – ouvi alguém me chamar e olhei assustada e encontrei ao meu lado. Seus olhos estavam vermelhos. Suspirei e então seus braços envolveram meu corpo.
  - Vai ficar tudo bem, amor, eu prometo. – sussurrou, engoli em seco. Aquelas palavras não me convenceram nem um pouco.

...

  Uma semana se passou e eu... Não estava bem, não é nada fácil perder algo que você já amava sem nem mesmo tê-la em seus braços.
  Eu não saia mais, e quando acontecia era para ir a faculdade que por sinal faltava um mês para eu me formar.
  Deixei a água morna cair sobre meu corpo. Suspirei.
  Queria esquecer que tudo aquilo aconteceu, que havia decepcionado . A culpa de tudo era minha, eu deveria ter contado desde a primeira vez em que senti aquela dor. deveria estar me odiando, eu sei que sim. Eu me mantinha afastada dele nesses últimos dias, eu sei que não era certo, mas eu não queria que ele me olhasse com desprezo, raiva ou até mesmo ódio.
  Saí do banheiro enrolada em uma toalha e vi sentado na cama olhando para o chão, seus dedos entrelaçados com os punhos apoiados nos joelhos. Passei reto por ele e fui até o closet tirando uma calça de moletom, uma blusa larga e minhas roupas íntimas e refiz o caminho para o banheiro, mas antes de conseguir concluir meu percurso meu braço direito foi segurado com gentileza. Fechei os olhos sentindo o toque dele.
  - ? – sua voz estava rouca e eu senti os pelos da minha nuca se arrepiarem. – Podemos conversar? – respirei fundo e me virei para encará-lo e lá estavam seus olhos opacos sem vida e aquilo apertou meu coração.
  - , por favor... – pedi suplicante.
  - , a culpa não foi sua. – ele disse ignorando meu pedido, fechei os olhos fortemente. – Por favor, conversa comigo? – abri meus olhos que já estavam marejados.
  - Não ha o que conversar, ... – olhei para o chão. – Eu decepcionei você.
  - O quê? ... Você... Olha pra mim? – pediu e então levantou queixo com uma das mãos fazendo-me encará-lo – Você não me decepcionou, não foi culpa sua. Eu te amo, nós iremos nos casar e teremos outros filhos. – me afastei de quase que no mesmo instante e ele franziu o cenho confuso com minha atitude.
  - A culpa foi minha... – eu disse antes de entrar outra vez no banheiro.

  Duas semanas haviam se passado e eu estávamos bem de certa forma, mas eu continuava longe, eu não queria que ele me tocasse.
  Eu já havia chegado da faculdade e estava sozinha em casa, sentada no sofá a TV estava ligada, mas minha atenção não era dela.
  Embrenhei meus dedos nos cabelos, estava exausta, a parte ruim de ficar sozinha era que a cada segundo as lembranças daquela noite vinham com força total. Respirei fundo fechando os olhos.

  FLASHBACK ON

  Relaxei meu corpo no sofá, fazia algum tempo que saiu de casa para encontrar os amigos, ele merecia se divertir. Toquei minha barriga e um sorriso enorme formou-se em meus lábios, eu já pensava em como seria se o bebê fosse menina e em como Mary ficaria mimada. Sim eu já havia escolhido o nome.
  Suspirei levantando-me, mas não saí do lugar a dor que eu senti foi de longe a pior que já havia sentido em toda a minha vida, não consegui segurar o grito, curvei-me sobre meu corpo, mas só fez a dor aumentar, minhas lágrimas saiam sem que eu pudesse controlar.
  Sentei no sofá, procurando por meu celular. Disquei o número de , mas ele desligou, tentei outras vezes, mas não consegui falar com ele. Solucei alto, disquei o número de Nicholas e depois de dois toques ele atendeu.
  - Nick, por favor... Por favor. – solucei, eu não aguentava mais a dor parecia ficar cada vez mais forte a cada minuto.
  - , o que houve? – perguntou preocupado.
  - Esta doendo, Nick... Por... Favor – a dor seguinte fora a mais forte e eu não aguentei e a última coisa que lembro foi de sentir o chão frio tocar meu corpo.

  FLASHBACK OFF

  Abri meus olhos lentamente, todas as aquelas lembranças eram ruins demais.
  Ouvi o barulho de chaves e minutos depois avistei .
  - ? – ele sorriu. – Chegou cedo, amor, por que não me ligou eu viria para ficar com você. – ele disse agachado ao meu lado. Respirei fundo.
  - Pra quê? Para você não me atender como da última vez? – perguntei sem olhá-lo.
  - O quê? – foi a vez dele perguntar totalmente atônito. Ri sem humor e me sentei no sofá.
  - Eu... Lembrei de umas coisas, daquela noite – olhei para o chão. – Liguei para você, . – o encarei e vi seus olhos brilharem – Várias e várias vezes e você simplesmente desligou a droga do celular.
  - Desculpe...
  - Não vai adiantar – levantei-me, queria ficar longe dele. – Se você tivesse atendido eu... – minha voz vacilou. – Talvez ela tivesse alguma chance.
  - , por favor... – senti suas mãos tocarem meus braços me fazendo arrepiar – Eu sinto muito. – sussurrou.
  - Eu também, . Agora eu sei que a culpa não foi só minha. – eu disse com a voz embargada.
  - Me perdoa, eu achei quê... – começou, mas eu o interrompi.
  - Achou que não era nada demais, talvez mais um desejo e você queria se divertir um pouco. – suspirei derrotada e abaixei a cabeça – E você merecia isso. – me afastei de suas mãos e caminhei até o quarto.
  Sentei-me na cama e cobri meu rosto com as mãos apoiando os cotovelos nos joelhos.
  Queria que minhas lágrimas cessassem.
  Queria que me abraçasse.
  Queria que ele me perdoasse.
  Soltei todo o ar preso em meus pulmões e me levantei, eu não podia perder mais ninguém, era tudo o que tinha. Apressei meus passos até a sala, e o encontrei em pé no mesmo lugar, me aproximei devagar e entrelacei meus dedos nos dele, só então ele pareceu notar minha presença, seus olhos estavam marejados e o rosto molhado, meu coração doeu ao vê-lo daquele jeito.
  - , eu... – ele começou, mas o interrompi o abraçando. Agarrei-me a como se minha vida dependesse daquele contato e de certa forma dependia. Expirei seu perfume enquanto ele apertava seus braços em volta da minha cintura.
  - Eu te amo... – sussurrei. – Me desculpe pelo o que aconteceu? – pedi. Afastei nossos corpos um pouco, queria olhá-lo nos olhos.
  - A culpa não foi só sua, amor, eu deveria ter atendido, me perdoa? – ele pediu soltando minha cintura para segurar meu rosto.
  - Não há o que perdoar, amor, me desculpe pelos últimos dias, por ter me afastado de você. Eu sinto muito. – disse abaixando o rosto.
  - Tudo bem – ele disse voltando a levantar meu rosto fazendo nossos olhares se encontrarem – Você estava confusa, eu entendo, mas, por favor – grudou nossas testas e eu pude sentir sua respiração falha tocar meus lábios – Nunca mais se afaste de mim. – assenti e no segundo seguinte nossos lábios iniciaram um beijo calmo. Envolvi meus braços outra vez em volta de seu pescoço e ele abraçou minha cintura com os seus.
  Eu senti tanta falta daquele corpo em contato com o meu, eu deveria estar completamente louca por ter me afastado dele. era a minha força para continuar, ele era o meu alicerce, meu tudo.

...

  Eu estava na cozinha, preparando uma omelete para , depois que prometemos recomeçar, então decidi que cozinhar um pouco seria bom. Assim que eu terminasse iríamos ver alguns filmes.
  - Anda, , eu vou começar sem você. – eu disse alto e não demorou muito para que ele aparecesse na sala.
  - Nem pense, mocinha. – fingiu-se de bravo e eu ri. – Que filme vamos ver? – perguntou assim que se sentou ao meu lado.
  - Busca implacável. – disse com a boca cheia.
  - Sabe, às vezes eu gosto de te ver chorando por um filme bobo de romance. – ele disse em tom brincalhão.
- Cala a boca e começa logo o filme.
  - Claro, mas só por que você foi educada, bonequinha. – sorriu iniciando o filme. Eu simplesmente amava aquele filme, já havia perdido a conta de quantas vezes forcei e Pérola a assistirem comigo.
  O filme já havia acabado, agora os créditos finais rolavam na tela. levou os pratos e os copos sujos para a cozinha. Levantei-me para tirar o filme e então a campainha tocou, ouvi gritar para eu atender e o fiz depois de desligar tudo. Caminhei a passos largos até a porta, e tamanha foi a minha surpresa e frustração ao ver quem estava parada ali com um sorriso irritante e debochado, ao me ver.
  - Carrie.

Capítulo 06

  - Carrie. – disse a contra gosto, olhei-a de cima a baixo.
  - Olá, . – sorriu cínica, cruzando os braços sobre os seios.
  - O que faz aqui? – perguntei por educação é claro. Ela riu. Deus, como eu odeio essa garota.
  - Agora não posso mais visitar meu melhor amigo? – bufou e eu revirei os olhos – Posso entrar? – pediu irônica.
  - Claro. – disse numa gentileza exagerada, balancei a cabeça negativamente quando ela entrava no apartamento. – , a insuportável... Ops!... Quero dizer sua amiga esta aqui. – sorri cinicamente para Carrie parada em minha frente.
  Carrie era baixa com aproximadamente 1,58 de altura, cabelos vermelhos ondulados, rosto fino e elegante, seus olhos eram de um verde-avelã, a boca pequena e rosada, as maçãs do rosto vermelhas no ponto certo. Ela era uma mulher muito bonita qualquer homem se interessaria por ela, o único problema era que ela não queria outro homem e sim o meu namorado/noivo. Ela pensava que eu não sabia disso. Nós nunca nos demos bem, desde a primeira vez que a vi, ela queria passar por cima de mim na frente de . Carrie, sempre se fingiu de amiguinha de , e eu sei que ela era e com certeza é apaixonada por ele.
  - Quem? – perguntou, chegando a sala procurando por ela que no segundo seguinte pulou em cima dele, fazendo com que os dois caíssem.
  - , a cara que saudade eu senti de você, gracinha. – ela gritou em meio às risadas, suspirei achando tudo aquilo forçado demais para o meu estômago.
  - Também senti saudade, lindinha. – ele disse ainda caído no chão com ela sobre seu corpo. Cruzei os braços levantando uma das sobrancelhas, esperando toda aquela palhaçada acabar.
  Pigarreei chamando a atenção dos dois o que pareceu funcionar. levantou-se ajudando a criatura a levantar-se também.
  - O que veio fazer aqui, sua maluca? – ele perguntou a abraçando de lado.
  - Vim fazer uma visita, já que você não me faz isso. – Carrie levou as mãos à cintura.
  - Desculpe é que com tantas coisas acontecendo, eu não tive tempo. – desculpou-se. Era só o que faltava. Respirei fundo ainda encarando os dois.
  - , é impressão minha ou você engordou um pouco? – perguntou Carrie e eu engoli em seco, qualquer lembrança me fazia mal. Olhei para e ele me olhava com o olhar triste.
  - Eu... – comecei, mas Carrie me interrompeu.
  - Devia fazer uma dieta. – brincou, mas eu me irritei.
  - E você deveria tomar vergonha na cara e parar de dar em cima do meu noivo. – disse rude. Quem aquela garota pensa que é para chegar em minha casa e dizer essas coisas?
  - Nossa – levantou as mãos em defesa rindo – Desculpe, não quis ofender – olhei fixamente, seus olhos brilhavam de raiva – E que história é essa de noivo, ela já te trocou.
  - Carrie, pare com isso. – ordenou .
  - Desculpe. – disse seria. – Mas você esta noivo? – perguntou voltando a lançar seu sorriso para ele. sorriu tímido abaixando a cabeça – Por que não me contou?
  - Iria te ligar, depois da formatura, quero você como minha madrinha. – olhei incrédula para ele e vi o sorriso da cobrinha desmanchar.
  - Sei.
  - Bom, Carrie, você não acha que já esta tarde para fazer visitas? – perguntei direcionando minha atenção inteiramente para ela, que nem ao menos me olhou.
  - Você vai ficar por muito tempo na cidade? – quis saber, lançando-me um olhar reprovador, mas eu não me abalei.
  - Sim, vou ficar um mês ou dois meses no máximo. – ela sorriu para ele que retribuiu o gesto.
  - Ótimo, podemos por a conversa em dia. Onde você esta hospedada? – perguntou curioso.
  - Estou na casa de uma amiga. Nos vemos amanhã, certo? – pediu aproximando-se outra vez dele, envolveu a cintura dela e a puxou para perto de seu corpo. Deus, como eu queria que ela desaparecesse.
   a acompanhou até a porta. Voltei para a sala enquanto ambos se despediam, eu só conseguia ouvir ruídos, mas não me importei só queria que ela fosse embora da minha casa.
  - , porque vocês duas são assim? – perguntou assim que voltou para a sala.
  - Ela é irritante e eu simplesmente odeio pessoas irritantes. – indaguei enquanto me aconchegava em seu corpo. passou os braços por meus ombros.
  - Ela é uma garota legal. – disse. Mas eu sei o quão legal aquela cobrinha pode ser.
  - Tudo bem, , podemos mudar de assunto? – virei meu rosto para poder encará-lo e nossos olhares se encontraram e então tudo parou, tudo simplesmente parou. Aqueles lindos olhos azuis eram minha perdição, minha respiração tornou-se ofegante assim como a dele nossos rostos foram se aproximando lentamente, até que a distancia fosse mínima. Olhei para seus lábios rosados e convidativos, mordi meu lábio, respirou fundo. Senti uma de suas mãos subir por meu corpo até alcançar meu rosto onde fez carinho, fechei meus olhos e então senti os lábios macios dele nos meus. O beijo era calmo e delicado, parecia tomar cuidado comigo e eu estava adorando isso, me puxou para mais perto de seu corpo, descendo a mão que estava em meu rosto para minha coxa, arfei ao senti-lo apertá-la com um pouco de força, prendi meus dedos entre os cabelos dele e os puxei fazendo-o gemer. Mordi os lábios dele partindo o beijo.
  - Eu te amo tanto. – ofegou com os olhos ainda fechados.
  - Não tanto quanto eu amo você. – sussurrei, colando nossas testas, suspirei.
  - Vamos para o quarto. – disse levantando-se e me puxando junto não hesitei em acompanhá-lo.
  Fechei a porta do quarto e segui até a cama, e eu sentamo-nos lado a lado. Entrelacei nossos dedos.
  - Tudo vai dar certo não é? – perguntei olhando-o.
  - Vai, tudo vai dar certo – ele assentiu e eu sorri e o vi retribuir o gesto.

...

  - Aonde você vai? – perguntei. Um mês havia se passado, nossa formatura havia sido semana passada e posso dizer que fora horrível, nunca vi coisa mais desorganizada. Além de ter convidado Carrie, brigamos por causa dela e desde então não estamos nos falando direito. Agora ele estava todo arrumado para sair Deus sabe onde.
  - Vou sair com a Carrie, se não se importar é claro. – disse sem nem ao menos me olhar.
  - Sem ironias, por favor. – pedi forçando um sorriso.
  - , eu não tenho tempo para conversinhas sem importância, certo. – disse enquanto ajeitava a manga da jaqueta – Eu vou indo, não precisa me esperar vou chegar tarde. – anunciou andando em direção a porta.
  Bufei alto, quando ouvi a porta se fechar. Levantei do sofá indo até meu quarto, essa noite eu não ficaria em casa sozinha, não mesmo. Abri o closet e tirei um jeans escuro, uma camiseta preta deixando tudo em cima da cama e corri para o banheiro. Tomei um banho rápido e logo sai, troquei-me, fiz uma maquiagem natural, penteei os cabelos deixando-os soltos, calcei meu All Star surrado branco e tirei um casaco mais reforçado do closet. Sai do quarto, peguei meu celular e minha bolsa e sai do apartamento.
  As ruas estavam movimentadas esta noite, caminhei até meus pés cansarem, atravessei o farol avistando um pub do outro lado. O lugar parecia bem frequentado pela quantidade de pessoas na frente dele.
  O segurança me deixou passar e então minutos depois estava tentando caminhar entre o aglomerado de gente, avistei o bar e aumentei os passos até lá. Sentei-me em uma das cadeiras altas e pedi um whisky puro e outro, e outro e mais outro até não estar mais em meu juízo perfeito, tudo rodava, eu via dobrado. Paguei minha conta e sai do pub, eu queria voltar logo para casa, mas eu estava bêbada demais para conseguir assim tão facilmente e depois de tentar bastante, entrando em ruas erradas sem saídas finalmente cheguei em casa. Abri a porta num baque quase caindo e isso me fez gargalhar feito louca, fechei a porta ainda rindo. Comecei a me despir na sala indo em direção ao meu quarto, entrei aos tropeços no mesmo e quando estava perto de cair algo, ou melhor alguém me segurou pela cintura impedindo que o chão me recebesse de braços abertos. Ri ainda mais com aquilo.
  Fui virada com certa brutalidade e então me assustei. Encontrei os olhos azuis de e isso me fez gargalhar o mais alto que pude.
  - Onde você estava? – perguntou rude encarando meus olhos e meu sorriso debochado.
  - E você se importa? – retruquei sarcástica, vendo-o revirar os olhos, impaciente.
  - Onde. Você. Estava? – voltou a perguntar pausando em cada palavra dizendo com firmeza cada uma delas.
  Mordi o lábio, sorrindo vitoriosa.
  - Não. Te. Interessa. – disse da mesma forma que ele só que o mais debochado possível. – Me solta – pedi tentando me livrar de suas mãos que apertavam meus braços, cada vez mais forte.   - Não solto, vai me dizer agora onde estava até uma hora dessas e ainda por cima cheirando a álcool! – esbravejou furioso.
  - Já disse para me soltar, não quero falar com você, aliás, – murmurei pensativa. – não era você que não queria falar comigo? Então me deixa em PAZ. – gritei empurrando-o, mas foi inútil, suas mãos ainda me apertavam e então ele me beijou como se sua vida dependesse daquilo, mas eu não cederia não desta vez, eu não facilitaria as coisas para o pobre . O empurrei com toda a força ainda contida em mim e o vi cambalear encontrando a parede. Passei as costas da mão nos lábios limpando qualquer vestígio de sua boca. arregalou os olhos, surpreso.
  - Não quero que me toque – disse o mais sóbria possível, encarando-o com raiva. – Se pensa que com uma noite de sexo vai conseguir resolver o que você fez esta muito enganado. – balancei a cabeça olhando com repudia. – Não desta vez, , eu posso estar bêbada, mas não vou ceder desta vez, entendeu? – encarei-o. – Boa noite. – finalizei.
  Andei até o quarto, tirei os restantes das roupas, prendi meu cabelo num rabo de cavalo simples, entrei embaixo das cobertas e não demorei em adormecer.

P.O.V’S

  Há horas eu estava acordado apenas a observando dormir calmamente, eu amava isso eu nunca poderia negar ou deixar de fazê-lo, ela é a mulher da minha vida, mas de uns tempos para cá a convivência vendo sendo impossível, brigamos por qualquer coisa, e também sei que a maioria delas é culpa minha, estou sempre a deixando em segundo lugar e isso nunca deveria acontecer. Sei que depois do que aconteceu, ela merece uma atenção especial da minha parte, afinal iremos nos casar. Levantei-me fiz minha higiene matinal e fui direto para a cozinha, enchi um copo com água e procurei nos armários algum remédio para dor, e logo o encontrei. Voltei para o quarto com o copo e o comprimido e me sentei na cama ao lado da minha bonequinha, esperaria ela acordar, talvez ela precisasse de mim para qualquer coisa. A discussão de horas atrás não saia da minha cabeça, cada palavra que saiu de sua boca me atingiram com lâminas afiadas cortando em pedaços minúsculos, o meu coração.

   “Não quero que me toque”

   “Se pensa que com uma noite de sexo vai conseguir resolver o que você fez esta muito enganado”

   “Não desta vez, , eu posso estar bêbada, mas não vou ceder desta vez, entendeu?”

  As palavras dela ecoavam sem parar na minha cabeça.
  Fiquei a observando, esperando que ela acordasse, seu rosto estava sereno e calmo, apoiei minha cabeça na cabeceira da cama para continuar olhando-a.
   respirou fundo e abriu os olhos lentamente, prendi a respiração por um instante.
  Ela observou o quarto por um instante e num impulso jogou as pernas para fora da cama e sentou-se apoiando as mãos na mesma. respirou uma, duas, três vezes e então saiu cambaleando apressada até o banheiro e segundos depois a ouvi vomitar respirei fundo e me levantei caminhando ao banheiro. Segurei seus cabelos para que não sujassem.
  Levou exatos cinco minutos para que ela se recuperasse, ficou de pé indo até a pia, escovou os dentes e eu continuei a observando atentamente cada movimento dela.
  - Você esta bem, ? – perguntei preocupado.
  - Sim, só preciso de um remédio para a dor. – ela disse sem nem ao menos me olhar.
  - Eu pego para você. – disse e sai do banheiro sem esperar resposta dela, peguei o copo com água e o comprimido e levei até ela.
  - Obrigada. – sussurrou. deixou o copo em cima da pia e saiu do banheiro me deixando sozinho. Suspirei passando as mãos nos cabelos e a segui.
  - , temos que conversar. – eu disse.
  - Sobre o quê? – ela estava de costas pra mim, e aquilo me irritou.
  - Sobre o que você acha que é? – perguntei irritado, cruzei os braços.
  - Acho que ainda não ganhei poderes paranormais ou tenho uma bola de cristal, . – ela disse irônica e meu sangue ferveu.
  - Quero saber o que deu nessa sua cabeça de voltar tão tarde e ainda por cima bêbada? – exaltei-me e a vi virar para mim com um sorriso debochado nos lábios.
  - Ah, você percebeu. – riu. – Não, é que você estava tão interessado em sair com a sua amiguinha que achei difícil você notar. – disse sarcástica.
  - Ah, claro, isso foi para chamar a atenção. – debochei e por fim ela virou para me olhar.
  - Eu não preciso chamar atenção, , nunca precisei e não é agora que vou fazer algo do tipo. – disse rude. Engoli em seco. – Eu sai porque eu quis, cheguei tarde porque eu quis e eu bebi porque eu quis ou você acha que é o único que pode fazer isso? – cuspiu as palavras com arrogância. – Agora se me der licença, eu vou tomar banho.
   passou por mim indo em direção ao banheiro.
  Bufei alto, puxei os cabelos com força, eu tinha que fazer alguma coisa para contornar a situação. Caminhei a passos largos e firmes até o banheiro, abri a porta sem pedir licença. me olhou assustada tentando cobrir seu corpo.
  - O quê...? Saia daqui, . – disse rude se afastando.
  - Por que eu faria isso? – retruquei olhando-a fixamente.
  - Porque eu quero que saia. – me aproximei dela e bufou impaciente e me deu as costas. Qual é ela achou mesmo que desistiria?
  Aproximei-me mais, a abraçando por trás, juntando nossos corpos, a senti estremecer e eu sorri vitorioso. Mordi o lóbulo da orelha dela vagarosamente e a ouvi suspirar.
  - Pare já com isso. – ela sussurrou já ofegante.
  - Quer mesmo isso, bonequinha? – disse baixinho em seu ouvido. Desci minhas mãos em sua cintura apertando-a.
  - Eu não quero...
  - Você quer sim, que eu sei. – passei meu nariz pela pele exposta do pescoço dela tocando meus lábios em seguida.
  - Por favor... Pare! – disse mais alto me afastando.
  - , eu amo você, sabe disso e quero fazer as pazes, mas você tem que me ouvir. Eu sei que fui um idiota, deixei você sozinha na nossa formatura, sei que ando agindo como um estúpido com você, mas prometo que se me perdoar por tudo isso, vou mudar de atitude. – eu disse sincero. se virou de frente para mim, seus olhos estavam marejados. Engoli em seco outra vez.
  - Eu não sei. – ela disse simplesmente.
  - Por favor, eu prometo que não vai acontecer de novo. – pedi um pouco desesperado me aproximando outra vez dela que agora já havia coberto seu corpo em uma toalha.
   mordeu o lábio inferior, talvez ponderando a possibilidade de me perdoar, e eu estava nervoso, ansioso pela sua resposta.
  - Tudo bem, está perdoado. – ela disse seria. Sorri para ela e avancei para abraçá-la, mas ela levantou a mão na intenção de manter longe e funcionou por que eu simplesmente congelei. – Agora saia, por favor. – pediu e assim o fiz. Agora eu estava mais nervoso que antes.

Capítulo 07

  - Vou sair, não me espere para o almoço acho que não chego a tempo. – eu disse ao encontrá-lo na sala. Eu estava indo para uma entrevista de emprego.
  - Tudo bem. – ele disse vindo em minha direção. – Quero te mostrar uma coisa depois que voltar. – se aproximou de mim tocando meus braços.
  - Ta. – assenti. – Eu preciso ir agora. – se aproximou selando nossos lábios. Meu corpo esquentou, deixei minha bolsa cair e passei meus braços em volta de seu pescoço, puxando-o para perto de mim. envolveu minha cintura, aprofundei o beijo. Nossas línguas travaram uma briga insana, mordi seu lábio inferior devagar e assim nos afastamos. juntou nossas testas, respirei fundo encarando , ele continuava de olhos fechados, selei nossos lábios outra vez e me afastei pegando minha bolsa no chão. Caminhei apressada até a porta e por fim sai do apartamento.

  O taxi parou em frente a um prédio enorme azul marinho, desci do carro paguei o motorista e adentrei o hall da empresa, caminhei até a recepcionista ruiva.
  - Bom dia, tenho hora marcada com o senhor King. – disse gentil e ela sorriu em minha direção.
  - Claro, senhorita, . – ela disse olhando em algo sobre o balcão. – Pode subir, ele esta esperando.
  Agradeci e entrei no elevador. Depois que me formei, desenhei uma planta de uma clínica, fiquei empolgada em uma noite em que fiquei sozinha, ou melhor em uma DAS noites em que fiquei sozinha.
  Dei duas batidas na porta logo tendo autorização, entrei confiante, eu precisava estar.
  - Senhorita , por favor, sente-se. – o homem de cabelos grisalhos pediu e assim o fiz. – É um prazer conhecê-la. – ele disse estendendo-me a mão.
  - É um prazer conhecê-lo também. – sorri apertando sua mão. Ajeitei-me na cadeira.
  - Então o que tem para mim? – perguntou entrelaçando os dedos em cima da mesa me encarando fixamente. Sorri abertamente encarando-o.

   P.O.V’S Nick

  Bufei alto pela décima vez jogando o celular na cama. Eu não sei quantas vezes eu já tinha ligado para Pérola, mas ela não atendia e isso estava me deixando irado, eu só queria ouvir sua voz outra vez, ela nem ao menos se despediu de mim, me deixou sozinho.
  Ela não sabe o quão arrasado fiquei quando acordei pela manhã e não a encontrei ao meu lado. Depois da noite que tivemos achei que ela pensaria melhor e ficaria comigo, mas não foi o suficiente.
  Passei as mãos pelo rosto derrotado, me joguei na cama, eu só queria dormir para sempre, queria que a dor passasse, queria Pérola aqui ao meu lado, nos meus braços. Queria poder sentir seu corpo outra vez junto ao meu, sua pele em contato com a minha, sua boca me beijando, suas mãos me acariciando.
  Aconteceu tão rápido que quando percebi já estava apaixonado, pela garota mais linda do mundo. prometeu me ajudar, mas acho que ela deve ter se esquecido, mas também depois do que aconteceu acho que ela não deve estar com cabeça para nada disso e não posso culpá-la. Quando ela me ligou naquela noite, fiquei desesperado, fui o mais rápido que pude até o apartamento dela e quando a encontrei caída no chão, não consegui pensar em mais nada. é uma mulher maravilhosa, gostei dela desde a primeira vez que a vi, era como se nos conhecêssemos há anos, nosso papo era bom, eu a considero como uma irmã mais nova.
  Suspirei fechando os olhos e ouvi o celular tocar, procurei o mesmo pela cama até encontrá-lo, arregalei os olhos quando li o nome na tela do celular. Eu não estava acreditando. Atendi sem hesitar.
  - Pérola. – disse baixo, ofegante.
  - Oi, Nick. – a voz dela soou baixa e trêmula.
  - Eu te liguei. – minha voz saiu embargada.
  - É, eu sei... – ela suspirou e eu fechei os olhos. – Desculpe por ignorar você, mas eu precisava vir, Nick.
  - Eu sinto sua falta, preciso de você aqui. – pedi suplicante. – Volta pra mim, Pérlly.
  - Também sinto a sua falta, também quero voltar pra você. – um sorriso enorme nasceu em meus lábios, eu não estava acreditando que estava ouvindo aquelas palavras.
  - Eu te amo. – sussurrei as lágrimas já molhavam meu rosto, mas eram lágrimas de felicidade. Ouvi a risada dela do outro lado da linha e ri junto.
  - Eu também te amo.

  P.O.V’S

  Eu estava deitado no sofá, descansando depois do almoço, havia saído fazia um tempo, eu estava feliz por estar bem com a minha bonequinha, mas agora estava ansioso para que ela chegasse logo para lhe mostrar o que comprei. Eu esperava que ela gostasse assim como eu gostei.
  Fiquei mais algumas horas deitado ali, a esperando chegar. Estava ficando impaciente onde será que ela estava até essa hora? Fui para o quarto, com a intenção de dormir um pouco, mas antes que eu pudesse concluir meu trajeto ouvi a porta se abrir e voltei à sala no mesmo instante. Vi , entrar com uma pasta na mão, ela parecia feliz.
  - ! – chamei vendo ela levantar o olhar para mim, seus olhos estavam brilhando.
  - Oi, ! – ela sorriu graciosamente. – Desculpe a demora. Já almoçou? – quis saber enquanto deixava a bolsa em cima do sofá, andei até ela, passando meus braços em volta de sua cintura.
  - Tudo bem, o que é isso? – perguntei.
  - Meu projeto – disse.
  - Projeto?
  - É, fiz em uma noite dessas enquanto estava sozinha. – ela disse baixo enquanto alternava o olhar em mim e a pasta.
  - Posso ver? – pedi.
  - Claro. – afastou-se de mim indo pegar algo na bolsa. – É a planta de uma clínica para gestantes. – olhei o desenho, eu não entendia nada do que estava ali, mas é claro que eu não diria nada para ela. – Apresentei para um empresário, agora eu preciso esperar a ligação dele. – ela sorriu, e aquele sorriso foi o mais lindo de todos.
  - Fico feliz por você.
  - Ele vai marcar uma reunião com os acionistas, e depois entram em contato comigo. – assenti e voltei a abraçá-la pela cintura. – O que queria me mostrar? – pediu envolvendo seus braços em volta do meu pescoço.
  - Eu comprei uma coisa. – a puxei para mais perto de mim. – Acho que vai facilitar muita coisa, só não sei se você vai gostar.
  - Me mostra logo, . – resmungou, ri alto.
  - Vem.
  A puxei pela mão saindo do apartamento, chamei o elevador e quando as portas se abriram entramos. Quando se abriram novamente, a puxei para fora e andamos pela garagem.
  Avistei logo o que queria mostrar, linda minha moto nova, parecia não entender nada.
  - O que estamos fazendo aqui? – perguntou impaciente enquanto eu a arrastava pela garagem. – ?
  - Calma, bonequinha. – pedi. Parei em frente ao meu mais novo xodó. – Pronto, aqui está. – apontei para a moto preta. – O que achou? – perguntei.
  - Gostei, mas não vou subir nessa coisa. – disse arqueando uma das sobrancelhas.
  - Não chame a de coisa. – sorri.
  - Você deu meu apelido pra essa coisa? – indagou.
  Assenti.
  - Eu não vou subir nessa coisa. – disse fingindo um medo exagerado. E eu ri e a abracei pelos ombros.
  - Não se preocupe, eu nunca te deixaria cair. – prometi.
  - Tudo bem, agora por que não me contou antes? – quis saber. Respirei fundo.
  - É que comprei ontem, foi meio que por impulso. – expliquei.
  - Como assim? – , se afastou para me encarar. Ela odiava quando eu fazia aquilo.
  - É que a Carrie e eu, estávamos indo até a casa do Jessé. – menti. – Então passamos em frente a uma loja... – ela me interrompeu.
  - Então ela disse: Por que você não compra? Então você respondeu: Ótima ideia! – ela acertou em cheio.
  - É, foi mais ou menos assim. – eu disse desconcentrado, cocei a nuca tentando disfarçar.
  - Sei... Já conversamos sobre isso, você não pode simplesmente sair comprando tudo. – é ela estava certa.
  - Eu sei, mas eu sempre quis ter uma dessas. – fiz manha.
  - Eu sei, bebê, agora não adianta mais falar nada. Eu gostei, mas não vou subir nela. – decidiu.
  - Tudo bem, você fica com o carro e eu com a moto. – eu disse puxando-a para perto de mim.
  - Ótimo. Agora será que podemos subir? Eu estou com fome. – pediu manhosa e eu não resisti.
  Sorri e a segui de volta ao apartamento.

  P.O.V’S

  Estávamos na casa de Jessé, os garotos ensaiavam, hoje à noite eles fariam uma pequena apresentação em um pub.
  Carrie, também estava lá para a minha infelicidade. Cinco dias haviam se passado, Nick, me contara da ligação que recebeu de Pérola e eu fiquei feliz por isso e pelo os dois.
   e eu voltamos para casa uma hora antes da apresentação.
  Nos arrumamos e por fim fomos para o tal pub. Eu no carro e na preciosa moto. Quando chegamos, os garotos já estavam lá assim como Carrie. Nick também resolveu ir, ele estava feliz.
  Entramos na boate, os rapazes foram para o camarim improvisado, Nick e eu fomos até o bar beber alguma coisa, Carrie, felizmente desapareceu do meu campo de visão o que agradeci em voz alta.
  As horas passaram e então finalmente os rapazes subiram ao palco.
  Fui até perto do palco deixando Nick sozinho no bar, mas não me importei, tudo o que eu queria era ouvir a voz maravilhosa do meu noivo. As músicas tocadas eram lindas, algumas eram deles outras eram covers.
  Eles tinham tanta sintonia uns com os outros, eles se divertiam primeiramente, era mágico vê-los assim tão entrosados uns com os outros.
  Assim que a música acabou os rapazes agradeceram ao pequeno público e desceram do palco, aplaudidos.
  Demorei um pouco para chegar até eles, e quando finalmente cheguei, meus olhos arderam, mas não por lágrimas e sim por raiva.
  Carrie e estavam abraçados. Seria uma cena normal de melhores amigos se não fosse pelo fato de Carrie se aproximar dele lentamente, como se fosse beijá-lo e ele lá parado a encarando. Eu quis ir até lá e tirá-la de perto dele, arrastá-la pelos cabelos. Mas meu corpo simplesmente não respondia.
  Eu não conseguia desviar meus olhos deles, até que desviou seu olhar encontrando o meu, o vi arregalar os olhos minimamente. Mordi o canto da boca, virei meu corpo e pus-me a caminhar a passos largos até o bar encontrando Nick terminando seu suco de laranja.
  - Oi, Nick. – disse chamando sua atenção.
  - Aconteceu alguma coisa? – perguntou preocupado.
  Bufei fechando os olhos, balançando a cabeça negativamente. Eu não choraria não ali, não me permitiria.
  - Nada.
  - Quer ir para casa? – perguntou.
  - Quero, posso te levar – eu disse olhando-o.
  - Obrigado, amanhã preciso acordar cedo – sorriu deixando o copo vazio em cima do balcão.   - Ok, vamos. – sorri fraco.
  - , espera! – ouvi a voz de , mas não o esperei, puxei Nicholas pela mão saindo daquele lugar.
  Desativei o alarme do carro, queria sair logo dali, vi correr tentando alcançar, mas dei a partida antes.

...

  - Você está bem? – perguntou Nick, olhando-me. Seu semblante era um misto de pena e preocupação.
  - Estou ótima. – sorri, passando-lhe confiança.
  - Ok, me ligue quando chegar em casa. – pediu. Assenti. Nick, me olhou e me abraçou apertado saindo do carro em seguida, esperei até que ele entrasse e dei a partida. Eu só queria chegar em casa tomar um bom banho, cair na cama e esquecer de tudo.

Capítulo 08

  Tirei os travesseiros de cima da cama, jogando os mesmos no chão. Mandei uma mensagem rápida para Nick avisando sobre minha chegada.
  Sentei na cama exausta, apoiei meus cotovelos nos joelhos e cobri meu rosto com as mãos. Suspirei alto e cansada, aquela cena se repetia várias e várias vezes seguidas.
  Se aquilo tivesse acontecido, eu não saberia o que fazer. Levantei e fui até a cozinha a passos largos, tomei dois copos cheios d´água, a porta da frente fora aberta num baque e fechada do mesmo modo, me assustei, mas já sabia quem era e não me importei, deixei o copo na pia e refiz o caminho para o quarto, porém minha passagem foi barrada por um corpo ofegante.
  Suspirei cansada, e olhei para parado em minha frente.
  - , aquilo o que você viu tem uma explicação. – ele disse com a voz falha.
  Ri sem humor levando as mãos à cintura.
  - Deve ter mesmo, mas eu não estou muito a fim de ouvir. – ironizei encarando-o.
  - Por favor, . – ele aproximou-se de mim. – Eu não sei o que deu na Carrie... – ele parecia confuso. Eu gargalhei. Gargalhei alto. Curvei meu corpo para trás. Só um idiota para não saber o que havia dado nela.
  - Você é um idiota! – esbravejei depois de me recompor. – Porque só um idiota para não perceber o que deu naquela garota. – continuei com meu tom de voz alto.
  - O que quer dizer com isso? – perguntou ainda mais confuso que antes.
  Bufei irritada.
  - Ela ama você, . – gritei empurrando-o pelo peitoral. – Ama.
  - Isso não é verdade. – resmungou incrédulo.
  - Você é tão idiota por não ter percebido. – rosnei.
  - Mesmo que seja verdade, eu não me importo. – ele rebateu enquanto se aproximava de mim segurando meus pulsos. – Porque eu só posso e quero amar você. – engoli em seco. Mas fiquei firme. – A única que preciso que me ame é você, . – tentei me soltar, mas quando dei por mim estava sendo presa na parede. Minha respiração tornou-se ofegante, os olhos azuis de tão perto dos meus.
  - Me solta. – pedi, mas minha voz falhou e entendeu isso como uma permissão para avançar. Seus lábios trêmulos tocaram os meus numa urgência assustadora. Empurrei , mas nada adiantou além de ele ser mais forte que eu. Eu também não queria que ele me soltasse de jeito nenhum.
  A minha vida ultimamente esta tão previsível. sempre me ganhava, sempre me fazia repensar se deveria ficar com raiva dele.
   me levantou e eu entrelacei minhas pernas em sua cintura o puxando para mais perto, aquele homem era a minha perdição.
  Minhas unhas arranhavam as costas nuas de deixando marcas vermelhas, , gemia em meu ouvido, nossos corpos se movimentavam ao mesmo tempo. O suor escorria por meu corpo, , mordeu meu pescoço e eu arquei meu corpo, trêmula, levantou o rosto para me olhar. Seus olhos azuis pareciam duas labaredas de fogo, queimando por mim. Acariciei seus cabelos louros. Ele era tão lindo, seus traços firmes e fortes, seu maxilar delicado e ao mesmo tempo másculo, a boca rosada.
  Mordi seu lábio inferior trazendo-o para mais um beijo tão intenso quanto os outros que já tínhamos dado antes. Agarrei com força seus cabelos, eu queria que ele fosse mais rápido e mais fundo, queria senti-lo completamente em mim.
  - Eu quero mais, ... Mais. – sussurrei depois de partir o beijo. E ele me deu muito mais, aquele homem era o meu vício.
  Apertei mais minhas pernas em volta de sua cintura. Estávamos em um vai e vem maravilhoso até que um gemido alto e uníssono fora proferido e ouvido anunciando nosso ápice.

...

  Abri meus olhos com certo esforço, pisquei algumas vezes até me acostumar com a claridade. Levantei e fui até o banheiro, eu precisava tirar qualquer vestígio da noite passada. Aquilo já estava ficando ridículo, toda a vez que brigávamos pedia desculpa e acabávamos na cama ou em qualquer outro lugar da casa exaustos. Droga! Estava dando tudo errado.
  A água fria escorria por meu corpo fazendo-me arrepiar. Deixei que a água levasse tudo, passei as mãos pelo cabelo molhado e fui surpreendida quando a porta do box se abriu.
  Olhei para sobressaltada, ele fechou a porta e se aproximou de mim lentamente. Forcei um sorriso, quando ele puxou-me para mais perto, espalmei minhas mãos em seu peito, queria afastá-lo, mas acho que ele acharia estranho.
  - Bom dia, bonequinha. – murmurou baixinho perto da minha boca.
  - Er... Bom dia. – gaguejei.
  - Senti sua falta na cama, amor. – sussurrou mordiscando minha orelha. Arfei, mas aquilo estava me incomodando.
  - ... – tentei empurrá-lo. – , por favor, me solta. – pedi. se afastou me olhando confuso.
  - O que houve? – perguntou preocupado.
  - Nada... É que tenho que sair. – não era mentira, tinha uma reunião importante com o senhor King.
  - Para onde você vai? – perguntou desconfiado.
  - Tenho uma reunião com o senhor King – me afastei dele, me virei de costas e terminei meu banho.
  Enquanto eu me vestia, preparava o café da manhã. Coloquei um vestido azul de mangas cumpridas, o vestido marcava minha cintura, calcei um scarpin preto, eu havia secado meu cabelo e o deixei solto, passei uma maquiagem leve, apenas destaquei os olhos, peguei minha bolsa e finalmente sai do quarto.
  - Uau! – disse , ao me ver. Ele me olhava admirado. – Você esta linda.
  - Obrigada. – sorri fraco, sentei a mesa, enquanto me servia eu percebia os olhares dele em mim.
  - O que foi? – perguntei envergonhada. Beberiquei meu café enquanto ainda era observada.
  - Nada, é que você esta tão linda, que acho difícil você sair daqui hoje. – brincou.
  - . – o repreendi e ele gargalhou.
  - Você vai demorar? – quis saber.
  - Acho que sim. – deixei a xícara sobre a mesa, peguei uma torrada e a mordi com vontade.
  - Queria ser essa torrada. – ele disse malicioso.
  - O que há com você hoje? – ri. deu de ombros com um sorriso torto no canto dos lábios.
  Balancei a cabeça negativamente rindo do comportamento do meu noivo.
  - Eu vou para a casa do Jesse, pode ir para lá quando acabar. – levantei, peguei a chave do carro e a bolsa, não queria me atrasar.
  - Tudo bem, te ligo quando sair. – beijei seus lábios carinhosamente e finalmente sai do apartamento.

  A reunião corria perfeitamente bem, todas as pessoas em volta daquela mesa gigante, pareciam empolgadas com o meu desenho. Eu esperava que ele fosse aprovado, seria um sonho se realizando.
  - Senhorita , nós iremos discutir mais com outros acionistas e entramos em contato com você. – disse o senhor King, olhando-me fixamente.
  - Claro. Bom eu vou indo. – anunciei levantando-me e vi todos se levantarem, sorri graciosamente e sai do escritório. Eu estava confiante, precisava estar.
  Liguei para e ele ainda estava na casa do Jesse, ensaiando para uma apresentação em uma casa de show no sábado. Dirigi até a casa de Jessé, era bem grande, estacionei o carro e desci, não precisei tocar a campainha, mas com todo aquele barulho ninguém escutaria. Entrei e a bagunça estava maior do que imaginei, os quatro estavam jogados, jogando vídeo game. Garotos. Ri com aquele pensamento e isso pareceu fazê-los notarem minha presença.
  - Princesa . – David levantou-se e veio correndo até mim e me abraçou.
  - Senti saudade, esse seu noivo é um chato. – resmungou ainda abraçando comigo.
  - Também senti e nos vimos não tem nem uma semana. – zombei dele e ele me mostrou a língua. David era um grande amigo.
  - E ai, . – disse Jesse cumprimentando-me com um abraço. Logo em seguida foi a vez de Mark.
  - Agora chega, soltem minha bonequinha. – disse autoritário.
  - Chato. – sussurrou David, me fazendo rir.
  - Oi, amor. – beijei seus lábios rapidamente.
  - Como foi lá? – quis saber interessado.
  - Foi ótimo. – sorri. Ficamos jogando conversa fora. Aqueles garotos eram ótimos até esqueci da presença insignificante da Carrie que chegou depois de mim. E acabei descobrindo que Jesse também não ia muito com a cara dela.
  - Já esta tarde, vamos para casa, . – chamei-o, já eram quase cinco da tarde. Nos despedimos dos rapazes e saímos da casa do Jesse.
  - Vem aqui. – me puxou enquanto eu ia até meu carro.
  - O que foi ? – pedi manhosa enquanto me encostava na moto.
  - Fiquei com saudades. – disse baixinho, segurou meu rosto e selou nossos labios, sorri durante o nosso beijo puxando-o para mais perto pela cintura. – Quero chegar logo em casa, para poder tirar esse vestido chato do seu corpo. – ele disse depois de partir o beijo.
  - Mas acho que quero ficar com ele. – provoquei.
  - Não depois que eu te tocar do jeito certo, amor. – sussurrou malicioso. Ele se aproximou outra vez, minha boca quase tocando a sua, fiquei esperando pelo choque, mas ele não veio. A voz irritante de Carrie se fez presente me fazendo bufar de raiva.
  - , você pode me levar para casa? – perguntou num tom inocente. Revirei os olhos.
  - Existem táxis, Carrie. – alfinetei.
  - , não custa nada. – disse , exausto.
  - Custa minha paciência, . – resmunguei irritada. – Quer saber, vai, . – me afastei dele indo em direção ao carro. – Não deixe Carrie “a desamparada” esperar. – ironizei abrindo a porta do carro.
  - ...
  - Tchau, – balancei a mão no ar e entrei no carro, batendo a porta com a força, dando a partida em seguida.
  Aquilo estava me irritando. Carrie já passou de todos os limites.

Capítulo 09

(N/A: Coloque a música para carregar)

  Toquei a campainha da casa de Nick, ele disse que tinha uma surpresa para mim. Eu realmente não sei o que deu na cabeça dele para me tirar de casa às nove da manhã. Mas minha curiosidade fora maior que qualquer coisa. Deixei dormindo e fui.
  Toquei a campainha outra vez e por fim a porta fora aberta, mas quem estava lá parado não era Nicholas, nem de longe se parecia. Quem estava parada ali era a minha melhor amiga Pérola, meu sorriso não poderia estar maior. Meus movimentos foram tão rápidos, que quando percebi já estava abraçada a minha amiga como se minha vida dependesse daquele abraço.
  - Pérlly, como eu senti sua falta. – murmurei baixo de olhos fechados.
  - Também senti, . – sorri. Afastei-me dela segurando suas mãos para olhá-la melhor, Pérlly estava linda.
  - Quando chegou? – perguntei curiosa.
  - Ontem à noite. – sorriu se aproximando de mim outra vez.
  - Obrigada por voltar. – agradeci emocionada.
  Depois de me afastar outra vez de Pérola fui abraçar Nicholas. Conversamos tanto, Pérola me fazia tanta falta.
  O pai dela estava fazendo tratamento para se recuperar da doença, e como Londres tem clínicas ótimas então nada certo, a não ser trazê-lo para se tratar aqui.
  - Pérlly, mas, como conseguiu convencê-lo de vir? O tio é tão teimoso... – indaguei curiosa.
  - Ele sabia que era a única solução, . – ela disse cansada.
  Assenti, conversamos por tanto tempo que nem notei o tempo passar, Pérola me fazia falta.
  Quando cheguei em casa dei de cara com os rapazes, David foi o primeiro a me cumprimentar, logo em seguida os outros também vieram.
  - Onde esta o ? – perguntei deixando minha bolsa no sofá.
  - Na cozinha com a amiguinha dele. – disse Jesse jogando-se outra vez. Assenti e sai indo até a cozinha. Quando estava bem próxima pude ouvir a risada dela, parei no mesmo instante.
  - Ah, , eu não faço nada e você sabe. – ouvi a voz de Carrie melosa demais.
  - Você bem que provoca, Carrie. – disse.
  - Se sua noiva ou qualquer coisa assim é um poço de chatice, o que eu posso fazer? – ela disse debochada. Aquilo já era demais e ainda por cima na minha própria casa. Adentrei a cozinha e a vi sentada em cima do meu balcão enquanto fazia algo para ele e talvez para os rapazes.
  - Primeiramente, sai de cima do meu balcão, depois da minha casa. – eu disse rude. Carrie olhou-me surpresa e também teve a mesma reação. – Pode ter certeza de que seria maravilhoso. – sorri cínica e ela então desceu do meu balcão.
  - Oi, . – disse vindo até mim, ele tentou beijar meus lábios, mas virei meu rosto e ele acabou beijando minha bochecha.
  - Oi. O que os garotos estão fazendo aqui? – perguntei ignorando Carrie ao passar por ela, e fui até a geladeira e peguei uma garrafa d’água.
  - Vamos fazer uma reunião de grupo. – ele disse voltando aos seus afazeres.
  - Hum... – resmunguei. Terminei de beber minha água e deixei a garrafa sobre o balcão. – Vou tirar essa roupa e volto logo. – avisei dei uma última olhada para Carrie, e sai da cozinha.
  Quando voltei já com uma roupa confortável, todos já estavam na sala, sentei-me ao lado de o mesmo alisou minha perna carinhosamente e eu sorri em resposta.
  - Então sobre o que especificamente essa reunião fala? – perguntei interessada.
  - É que temos um “show grande” e precisamos escolher as músicas certas. – disse Mark, pegando um pouco de batata.
  - O que quer dizer “show grande”? – o imitei o fazendo rir.
  - Será em uma casa de show bem frequentada. – foi David quem respondeu, ele parecia nervoso.
  - Não brinca... – disse quase gritando de emoção. – Oh, Deus, isso é maravilhoso.
  - Pois é, estou ansioso. – disse radiante, sorri para ele e o vi fazer o mesmo.
  Era tão bom vê-los felizes. Eles começaram a falar sobre músicas e em que ordem elas seriam tocadas, eu sempre gostei de música, aprendi a tocar violão com , eu também sabia cantar um pouco minha voz era razoável, mas eu não me atrevia a cantar em público.
  Peguei o violão de que estava por ali e dedilhei, eles continuavam a conversar, apoiei o violão direito no meu colo, escolhi a música e logo a melodia dela foi ouvida.

(N/A: Coloque a música para tocar)

  Eu sempre amei essa música, só não sabia o porquê, talvez por que toda vez que a escuto ou a canto lembro-me da minha família, só o que sei é que ela é simplesmente perfeita.

You tucked me in
Turn out the light
Kept me safe and sound
At night
Little girls depend on things like that

Brushed my teeth and combed my hair
Had to drive me everywhere
You were always there
When I looked back

You had to do it all alone
Make a living
And make a home
Must of been as hard as it could be

And when I couldn't sleep at night
Scared things wouldn't turn out right
You would hold my hand
And sing to me

   deve ter reconhecido a música porque logo o ouvi começar a cantar junto comigo.

Caterpillar in the tree
How you wonder who you'll be
Can't go far
But you can always dream
Wish you may and wish you might
Don't you worry
Hold on tight
I promise you there will come a day
Butterfly fly away

Butterfly fly away
Butterfly fly away
Got you're wings
Now you can't stay
Take those dreams
And make them all come true
Butterfly fly away
Butterfly fly away
You've been waiting for this day
All along you know just what to do
Butterfly, Butterfly, Butterfly
Butterfly fly away
Butterfly fly away
Butterfly fly away

  Dedilhei os últimos acordes da música então acabou, deixei o violão ao mesmo tempo em que , me abraçou pelos ombros.
  - Não sabia que cantava tão bem assim, . – disse Jesse surpreso. Corei, nunca tinha me empolgado antes.
  - É. – sorri envergonhada.
  - Você foi demais, bonequinha – sussurrou em meu ouvido.
  A reunião durou mais algumas horas e logo todos foram embora, me deixando sozinha com o meu noivo.
  A TV estava ligada, mas eu não prestava atenção nela. Senti dedos tocarem minha perna descoberta, encarei e minha cabeça fora tomada por perguntas. O que há de errado? O que aconteceu? Onde foi parar o casal feliz de três anos atrás?
  - No que esta pensando? – perguntou . Ele entrelaçou nossos dedos e se aproximou de mim.
  - Em tudo o que aconteceu. – respondi fixando meu olhar em um ponto qualquer.
  - No que especificamente? – insistiu.
  Ponderei um pouco, talvez ele não quisesse ouvir a verdade de qualquer forma ele ficaria magoado.
  - Em tudo o que eu aceitei sem pensar. – olhei para a aliança em meu dedo e tive a certeza que ele olhava a mesma coisa. Suspirei cansada a passos largos.
  De todas as crises que o nosso relacionamento teve esse era o pior de todas elas.

  POV’S

(N/A: Coloque a música para carregar)

  “Em tudo o que eu aceitei sem pensar”

  Aquelas palavras ainda rodavam minha cabeça. Eu poderia não ter demonstrado, mas aquelas palavras me magoaram muito.
  Mas eu precisava me manter focado no show que eu faria em algumas horas, tudo tinha que sair perfeito. E se eu pudesse fazer algo para consertar o que fiz errado, eu faria.
  Arrumei minhas coisas e coloquei tudo no carro de Mark, depois que fiz isso subi para pegar as chaves da moto e meu casaco.
  - , eu já estou indo. – disse ao vê-la deitada no sofá.
  - Tudo bem. – ela disse baixo sem desviar os olhos da TV.
  Respirei fundo, eu precisava que ela estivesse lá.
  - ... – caminhei até ela me agachei diante dela. – Você vai, não é? – perguntei, olhou para mim e sorriu fraco. – Preciso de você lá, preciso saber que estará la torcendo por nós.
  - Ok, vou pegar a Pérola e o Nick em casa antes. – disse por fim. Senti-me aliviado e sorri para ela. Acariciei o rosto dela e selei nossos lábios num selinho demorado.
  - Até mais tarde. – eu disse antes de sair.
  Dei a partida na moto e sai o mais rápido possível de lá. Assim que cheguei, ajudei os caras com os instrumentos, montamos tudo e fizemos um pequeno ensaio. Ficamos horas preparando tudo, as pessoas chegavam aos poucos e meu coração acelerava um pouco mais, estava ansioso para vê-la chegar logo. Eu sempre gostei de cantar, mas depois que a conheci passei a me dedicar mais. Todas as músicas que eu canto e que componho são para ela tudo pelo simples motivo de vê-la sorrir.

  - Ela chegou? – perguntei a Mark, quando o mesmo voltou ao camarim depois de sair para ver o movimento.
  - Já, ela esta perto do bar com a Pérlly, e um cara – respondeu, depois de se jogar de qualquer jeito no sofá. Respirei fundo. Eu sei que Nicholas era amigo dela por que quando ela precisou ele estava lá, mas eu não gostava o quão perto ela ficava dele. Eu sei que sou inseguro, mas ela era minha e isso já era o bastante.
  - Vamos lá, rapazes, já esta na hora. – Peter o dono do lugar nos avisou. Nós nos juntamos no centro da sala, conversamos algumas coisas e saímos.
  O lugar estava cheio, passei meus olhos por todos ali até encontrar meu ponto de paz. Pigarreei ao pegar o microfone.
  - Boa noite, eu sou e nós somos a The Strong, espero que curtam o show. – eu disse confiante. O público aplaudiu. Começamos a tocar alguns covers do Mcfly e dos Backstreet Boys, cantamos algumas nossas. Todos naquele lugar se divertiam, encontrei Carrie, animada perto do palco e sorri ao ver minha melhor amiga dançar descontroladamente, mas meu foco estava nela perto do bar mexendo o corpo no ritmo da música.
  Quando a penúltima música terminou, respirei fundo antes de falar com o público.
  - Bom. Essa é a última música e a dedico a uma pessoa especial. – disse olhando diretamente para ela e tive a certeza de que ela corou.

(N/A: Coloque a música para tocar agora)

  Os primeiros acordes da música foram ouvidos, as pessoas se juntaram em casais.

Oh her eyes, her eyes
Make the stars look like they're not shining
Her hair, her hair
Falls perfectly without her trying

She's so beautiful
And I tell her every day

  Fechei os olhos, aquela música era perfeita para ela.

Yeah I know, I know
When I compliment her
She won't believe me
And it's so, it's so
Sad to think that she don't see what I see
But every time she asks me do I look okay
I say

  Voltei a abrir os olhos e foquei nela, sorri de lado, tomando fôlego para voltar a cantar.

When I see your face
There's not a thing that I would change
'Cause you're amazing
Just the way you are
And when you smile
The whole world stops and stares for a while
'Cause girl you're amazing
Just the way you are

   sorriu, então eu soube que estava tudo bem.

Her lips, her lips
I could kiss them all day if she'd let me
Her laugh, her laugh
She hates but I think it's so sexy

She's so beautiful
And I tell her every day

  Andei de um lado para o outro no palco.

Oh you know, you know, you know
I'd never ask you to change
If perfect is what you're searching for
Then just stay the same

So don't even bother asking
If you look okay
You know I'll say

When I see your face
There's not a thing that I would change
'Cause you're amazing
Just the way you are
And when you smile
The whole world stops and stares for a while
'Cause girl you're amazing
Just the way you are

  Eu a amava do jeitinho que ela era desde o primeiro olhar. Fui para o meio do palco para finalizar a música olhando-a fixamente.

The way you are
The way you are
Girl you're amazing
Just the way you are

When I see your face
There's not a thing that I would change
'Cause you're amazing
Just the way you are
And when you smile
The whole world stops and stares for a while
'Cause girl you're amazing
Just the way you are

  Quando a música acabou todos aplaudiram inclusive minha bonequinha.
  Nós nos despedimos do público e descemos do palco. Fui em direção a ela e por ironia ela vinha em minha direção.
  - O que achou? – perguntei, quando paramos frente a frente. Eu estava doido para abraçá-la, beijá-la e tudo o que fosse possível.
  - Gostei. Vocês foram incríveis e adorei a última música. – ela disse e abriu um daqueles sorrisos meigos e então foi a minha deixa para tomá-la em meus braços e beijá-la.

  Já eram quase duas da manhã e uma música dançante tocava, estava ao meu lado bebendo um suco de abacaxi que havia pedido há pouco. Carrie se juntou a nós assim que o show tinha acabado. O clima estava agradável, mas eu sentia que não seria por muito tempo.
  - , vou ao banheiro. – avisei, falando ao seu ouvido. Ela assentiu e eu fui.
  Lavei e sequei as mãos, quando sai do banheiro percebi que a música havia mudado, agora uma mais lenta tocava pelo local, andei o mais rápido entre as pessoas queria dançar aquela música com . Mas quando finalmente cheguei ao bar, , não estava mais lá. Procurei por todos os lados, mas não encontrei. Olhei para a pista e lá estava ela, dançando um tanto próxima a ele. Nicholas.
  Trinquei os dentes, eu precisava me controlar, ela ria jogando a cabeça para trás. Respirei fundo uma, duas, três vezes. Eles eram somente amigos, eu repetia em minha mente...
  - Acho que perdeu sua noiva para outro... – a voz de Carrie, interrompeu meus pensamentos.
  - O quê? – indaguei olhando-a com o cenho franzido.
  - Não era você quem deveria estar ali? – disse apontando para eles na pista.
  - Eles são só amigos, Carrie. – tentei me convencer daquilo. Carrie riu.
  - Desculpa, amigo, mas não é o que parece. – insistiu. Engoli em seco, voltando a olhá-los. Nicholas a girou deixando , de costas e beijou o rosto dela. – Olha aquilo. – Carrie alfinetou. Meu sangue ferveu nas veias.
  - Já chega. – rosnei e a passos largos fui acabar com aquela cena patética.
  Puxei , pelo braço com certa força e empurrei Nicholas para longe dela.
  - , o que você esta fazendo? – ela gritou irritada.
  - Eu? O que você esta fazendo? Dançando com ele? – apontei para o idiota do Nicholas.
  - , é só uma dança. – ouvi a voz irritante dele atrás de mim.
  - Cala à boca. – esbravejei, voltando minha atenção para ele. – Não quero você perto dela. – o encarei e ele fez o mesmo.
  - Não vou me afastar dela por conta do seu ciúme idiota. – ele disse alto. Ele estava me desafiando.
  - Você não sabe de nada, seu imbecil. – murmurei entre dentes avançando na direção dele, mas , segurou um de meus braços me impedindo.
  - , pare com isso agora! – ordenou me puxando com força. Olhei para ela incrédulo.
  - Parar se eu ainda nem comecei. – eu disse alto, algumas pessoas que estavam por perto olhavam assustadas.
  - Vamos para casa. Agora – ela disse firme me puxando por entre as pessoas.

  O caminho inteiro fora feito em silêncio, nos fomos de táxi, ou poderíamos bater o carro no primeiro poste pela frente. desceu primeiro, ela estava chateada, mas eu também estava. Paguei o taxista e segui para o prédio, , esperava o elevador, parei ao seu lado, mas não me atrevi a olhá-la.
  A porta fora aberta num estrondo, fechei a mesma com mais delicadeza, , andava de um lado para o outro, os dedos embrenhados nos cabelos.
  - Você é um imbecil. – ela gritou virando-se para mim.
  - É, eu devo ser imbecil mesmo por deixar você ter tanta intimidade com aquele cara. – gritei também me aproximando dela.
  - Eu já disse que o Nick é meu amigo. – ela disse já impaciente se afastando.
  - Amigo. Amigo, aquele cara não parece querer ser só seu amigo. E eu não quero ver você perto dele. – encarei-a fixamente, meu corpo tremia de raiva, queria que entendesse que aquilo não havia sido um pedido e sim uma ordem.
  - Você não quer? – ela perguntou rindo sem humor, seus olhos pareciam duas labaredas de fogo. – E quem você pensa que é para me proibir de alguma coisa, seu estúpido? – gritou descontrolada voltando a andar de um lado para o outro.
  - Sou seu noivo. Acho que isso deveria contar, . – indaguei rude, me aproximando dela outra vez. – Isso não é mais o suficiente para você? – perguntei segurando-a pelos ombros.
  - Eu não sei mais... – ela disse ríspida, seus olhos agora fixos nos meus. – Eu não sei mais há muito tempo. Eu só queria que soubesse – sussurrou – que o Nicholas é e sempre foi apaixonado pela Pérola e que vai pedi-la em namoro, ou até mais que isso. – soltei seus ombros, aflito – E quero que saiba também que eu nunca me decepcionei tanto com alguém, como me decepcionei com você hoje, . – acrescentou. Seu tom de voz era firme ao frisar cada palavra.
  Engoli em seco, eu tinha feito merda outra vez. Fechei os olhos abaixando a cabeça e pouco depois ouvi a porta do quarto bater.

Capítulo 10

  Três meses. Três longos meses se passaram desde que ouvi aquelas idiotices saírem da boca dele. Eu me sentia uma burra por ainda chorar. No dia seguinte depois daquilo fui até a casa de Nicholas, me desculpar, e ele foi tão gentil e compreensivo Pérola tinha sorte. E eu quis tanto que o meu de antes voltasse.
  Eu ainda não havia obtido informações sobre o que aconteceria com o meu projeto, eu queria tanto que pelo menos isso desse certo.
  Peguei minha bolsa e as chaves do carro e sai precisava relaxar, tomar um bom café e foi o que fiz, dirigi até um Starbucks entrei pedi um café puro e me sentei em uma mesa distante perto da janela, o movimento era razoável. As pessoas andavam de um lado para o outro, alheias a tudo e todos, imersas em seus próprios pensamentos, me peguei invejando alguns sorrisos sinceros que vi. Eu não me lembrava da última vez que sorri daquela mesma forma.
  Deus! O que minha vida se tornou? Nem eu mesma sabia descrever, era algo tão mesquinho e medíocre. Minha vida se tornou um verdadeiro desastre.
  Terminei meu café e sai do Starbucks, o dia estava frio, mas nada que me fizesse desistir de respirar fora de casa. Deixei meu carro por perto e caminhei até avistar a linda London Eye, a última vez que fui até la fora com ele, tínhamos ido ao cinema e ele me levou até la. Foi uma noite inesquecível.
  Desejei que noites como aquela se repetisse, mas não foi o que aconteceu, nada aconteceu como o planejado. Observei o anel que brilhava em meu dedo, ele não deveria estar ali, não depois do que aconteceu, o tirei e o guardei no bolso do casaco. Respirei fundo e voltei para onde meu carro estava. Quando estava pronta para dar partida, meu celular apitou. Era uma mensagem de Pérola, dei a partida indo em direção a casa dela, a nova casa, o pai dela estava melhor o tratamento estava fazendo efeito, pelo menos uma coisa boa.
  Dirigi calmamente até a casa de Pérlly, deixei o carro em frente ao prédio dela e subi. Toquei a campainha e quando a porta foi aberta, não tive tempo de para pensar em nada, o impacto que recebi foi forte e o aperto em volta do meu pescoço quase me fez perder o ar.
  - Pérola, o que houve? – perguntei assustada, ela ainda estava agarrada a mim.
  - Eu estou grávida, . – ela sussurrou, iniciando um choro baixo. Sorri. Mais uma notícia boa, a abracei com toda a força e carinho.

[...]

  - O que vai fazer? Quando vai contar para o Nicholas? Quando descobriu? – disparei. Ela riu.
  - Calma, mulher. – pediu debochando de mim.
  - Desculpe. – respirei fundo e ri.
  - Primeiro, eu vou ter esse filho é óbvio – começou. – Vou contar para Nick hoje à noite. E eu descobri hoje, quando te mandei a mensagem estava com o teste na mão. Ai, , eu fiquei tão feliz. – ela estava radiante e não era para menos.
  - Eu estou tão feliz por você, Pérlly. – disse sincera, segurei suas mãos entre as minhas.
  - Obrigada. E como vai tudo? – ela perguntou olhando-me fixamente.
  - Esta tudo bem. – sussurrei abaixando a cabeça.
  Ah, Deus a quem eu queria enganar? Nada estava bem.
  - Tem certeza? – insistiu.
  - Tenho, esta tudo bem. – suspirei cansada, levantei a cabeça encontrando os olhos acolhedores de Pérlly.
  - Pode confiar em mim, . – pediu. Respirei fundo e contei tudo o que havia acontecido desde o bebê à chegada de Carrie, tudo e eu me senti aliviada por ter colocado tudo para fora.
  - E o nem percebe que tudo isso está acontecendo depois que Carrie apareceu? – ela perguntou. Pérola também não gostava nem um pouco de Carrie.
  - Se percebe ele fingi que não. – disse. – Eu estou cansada disso tudo, estou cansada de brigar. – levantei de onde estava sentada. – E agora ele vem com essa de ciúmes do Nick. – comecei a andar de um lado para o outro. – Nick e eu somos amigos, tipo irmãos. Confesso que a primeira vez que o vi quase cai para trás. – eu ri por puro nervosismo. – Mas ele é como um irmão. E ele tem a você não precisa de nenhuma outra. – encarei Pérola e seus olhos estavam marejados. – E eu não sei mais o que fazer para que ele acredite, Pérola. – agachei diante dela e segurei suas mãos. – Eu amo o , mas esta difícil. – meus olhos estavam marejados.
  - Vai ficar tudo bem. – Pérola murmurou baixo acariciando meu rosto. Assenti.
  Eu precisava tanto da minha amiga, Pérola era minha irmã a pessoa em quem eu podia confiar sem pensar duas vezes.

  POVS

  - Anda, , vamos? – pediu Carrie, enquanto me puxava em direção à moto.
  - Carrie não, vamos ficar aqui mesmo. – resmunguei. – Daqui a pouco preciso ir para a casa do Jesse, ensaiar.
  - Por favor, , eu só quero andar um pouco de moto. – insistiu manhosa. – Já sei, você me leva para casa, o que acha? – sugeriu. Assenti, eu nunca ganharia mesmo.
  Dei um capacete para ela e coloquei o meu. Agradeci mentalmente pelo o trânsito estar bom. Deixei Carrie, em casa e sai pilotando a minha moto pelas ruas de Londres. Eu precisava de um tempo sozinho, para rever minhas ações, colocar meus pensamentos em ordem.
  Eu estava confuso irritado e triste, minha cabeça estava a mil por hora, eu precisava resolver tudo.
  Dirigi para fora de Londres, fiquei por uma duas horas na estrada até finalmente achar o lugar perfeito, estacionei a moto perto de uma pedra enorme e subi na mesma. Sentei-me admirando a paisagem, mas nada daquilo poderia me fazer sentir melhor, eu tinha feito burrada outra vez.
  Eu havia prometido que me controlaria, mas como eu poderia deixar aquele cara beijá-la, abraçá-la daquela forma? é minha. MINHA.
  Eu poderia estar sendo possessivo demais, mas o que eu poderia fazer? era tudo o que tinha e precisava, não poderia e nem aceitaria perdê-la, eu a amava demais para simplesmente aceitar. Todos os momentos que passamos juntos começaram a fazer questão de encher meus pensamentos.
  O sorriso dela, os beijos, os abraços, tudo. Minha bonequinha era perfeita, e eu como um idiota nato a magoei. Eu sei que Carrie às vezes exagera, mas ela é minha amiga, minha melhor amiga, as duas não se davam bem, mas tinha que entender que eu não poderia simplesmente magoar minha amiga.
  Passei as mãos pelos cabelos, puxando alguns fios, a minha vida estava uma bagunça. Eu sei que precisava lutar para reconquistar , mas ao mesmo tempo eu temia receber um ‘precisamos de um tempo separados’, essa hipótese me deixava assustado a ponto de me fazer chorar. As lágrimas desciam lentas e silenciosamente por meu rosto. Um nó se fez presente em minha garganta, minhas mãos e corpo tremiam, levantei num impulso. O desespero tomou conta do meu ser, minha respiração tornou-se ofegante, descompassada e falha. Gritei o mais alto que pude, depositei toda a minha dor naquele grito sôfrego e doloroso, minha garganta ardeu, fechei meus olhos com força tive a impressão de ter arrancado alguns fios de cabelo, mas o que isso importava? Sentei outra vez de qualquer jeito, exausto.
  Tudo aquilo era culpa minha.

[...]

  - Ótimo, por hoje é só. – disse David enquanto se jogava no sofá da sala da casa do Jesse.
  Deixei minha guitarra perto do sofá e peguei o celular, nenhuma mensagem ou ligação dela. Mordi o lábio inferior e suspirei em seguida.
  - O que aconteceu, ? – ouvi a voz de Mark ao meu lado.
  - Ahn... Nada eu só... – suspirei outra vez cansado. – Estou cansado, nada demais – ri sem humor. – Eu vou indo. – avisei já pegando as chaves da moto e o capacete.
  Dei a partida na moto e sai pelas ruas de Londres, eu precisava chegar em casa logo, tinha que me redimir com ela.
  Abri a porta do apartamento encontrando-o silencioso demais, ela não estava em casa. Joguei as chaves no balcão e fui direto para o quarto, e lá eu pude confirmar, ela realmente não estava em casa me joguei na cama, ela tinha o cheiro da minha bonequinha, onde será que ela estava?
  Respirei fundo e me levantei indo até o banheiro, me olhei no espelho eu estava horrível, os cabelos bagunçados demais, olheiras fundas e escuras, meus olhos azuis não tinham o brilho que costumava ter, a pele um pouco pálida. Balancei a cabeça negativamente, cansado e triste.
  Tirei minhas roupas e entrei no box e abri o registro, quando as primeiras gotas de água tocaram minha pele todo o meu corpo relaxou, passei as mãos pelos cabelos tirando um pouco da água. Não sei quanto tempo fiquei ali encarando a parede preta do banheiro, finalizei meu banho e sai do banheiro com a toalha enrolada na cintura. Depois de me secar, andei até o closet e peguei uma calça de moletom preta e uma blusa de mangas cumpridas branca, sequei os cabelos e fui para a cozinha procurar algo para comer. Preparei um sanduíche rápido acompanhado de um suco de laranja. Comi rapidamente, lavei o que sujei e fui para a sala ver um pouco de TV, até que ela finalmente chegasse.
  Já eram quase três e quinze e ela não havia chegado, eu estava ansioso e preocupado, estava provando do meu próprio veneno, era eu quem havia sido deixado esperando em casa. Suspirei e percebi que era a única coisa que eu estava fazendo ultimamente, ouvi barulhos vindo da porta pouco tempo depois, era ela, esperei até que viesse até a sala, mas ela passou direto indo para o quarto, me levantei deixei a TV ligada e fui atrás dela. estava de costas para mim parada no meio do quarto. Entrei e então ela pode sentir minha presença.
  - Ah... Oi - murmurou. andou até a cama sentou-se para tirar os sapatos e se deitou em seguida.
  - , precisamos conversar. – eu disse baixo com os olhos fixos nos dela.
  - Tudo bem – assentiu, sua voz saiu baixa e trêmula. Estranhei.
  - O que aconteceu? – perguntei preocupado, me aproximei dela sentando-me ao seu lado.
  - Nada, estou bem. O que quer conversar? – pediu, mudando de assunto.
  - Eu sei que não mereço, mas, por favor, peço que me perdoe por tudo o que fiz. – pedi suplicante. – Sei que errei e continuo errando. E eu sinto muito por tê-la decepcionado, sei também que prometi me controlar, mas eu simplesmente não sei dividir você com ninguém, eu não quero. – olhei nos olhos dela e os vi brilhar por conta das lágrimas. – Eu te amo. Eu não quero ficar longe de você, eu não queria ter gritado com você, eu juro. – meus lábios tremiam denunciando um choro próximo. – Tudo o que vivemos durante esses três anos foram os melhores e eu não poderia querer nada melhor que o seu amor e a cada momento que vivi ao seu lado. – funguei tentando de qualquer forma conter o choro.
  - Estou machucada demais, , mais do que pude prever, meu coração dói. – ela disse com a voz fraca. se sentou na cama. – Você anda agindo diferente, em três anos de relacionamento, você nunca agiu assim e tudo só piorou depois que ela chegou. – olhei para o chão envergonhado. – Eu não sei mais o que fazer. – finalizou. Seus olhos pareciam cansados sem brilho, a voz embargada denunciava seu choro.
  - Me desculpe, eu realmente não quis te magoar assim, mas podemos recomeçar eu só preciso de uma chance para provar que eu posso ser melhor – pedi me aproximando, mas segurei suas mãos entre as minhas. – Quero te fazer feliz outra vez, não vou te decepcionar de novo... Só me dá uma segunda chance para eu provar que eu posso mudar, por favor... – supliquei. As lágrimas tanto minhas quanto dela já desciam sem pudor por nossos rostos.
  - Ninguém pode mudar da noite para o dia, . – resmungou receosa, desviando seus olhos dos meus por um instante.
  - Mas eu quero tentar por você... Por nós – respirou fundo fechando os olhos por alguns minutos e o quarto caiu em um silêncio total só as nossas respirações eram ouvidas.
  Quando os olhos castanhos dela voltaram a se abrir ela me encarou por um instante e então quebrou o silêncio.
  - Prometa... Prometa que vai tentar? – sussurrou.
  - Eu prometo. – afirmei sorrindo esperançoso.
  - Então vamos tentar juntos. – ela disse sorrindo fraco para mim. O alívio tomou conta de mim. Puxei minha bonequinha para os meus braços.
  - Eu senti tanto a sua falta. – sussurrei afagando seus cabelos.
  - Eu também senti a sua. – ela também sussurrou me apertando em seus braços.
  - Eu te amo. – beijei seu pescoço e ela se arrepiou.
  - Eu te amo.

Capítulo 11

  Equilibrei a bandeja cheia em minhas mãos e caminhei cuidadosamente até o quarto, agradeci mentalmente por ter deixado a porta encostada, empurrei a mesma com cuidado e entrei, deixei a bandeja sobre o criado-mudo ao lado da cama e fui para perto dela, tirei um pouco do cobertor que a cobria até os ombros deixando seu pescoço a mostra me curvei sobre ela e comecei a distribuir beijos em seu pescoço lentamente.
  - Hum... – ela resmungou baixinho manhosa. Eu ri contra sua pele e mordi logo em seguida. – ... Para. – pediu se remexendo na cama, os olhos continuavam fechados, voltei a beijar seu pescoço e se arrepiou.
  - Bom dia, bonequinha – disse baixo.
  - Bom dia. – ela sorriu. virou-se para mim, passei minhas pernas por seu quadril deixando uma de cada lado.
  - Trouxe café da manhã para você. – eu disse aproximando minha boca da dela. sorriu passando os braços por meu pescoço selando nossos lábios levemente – Senti falta disso, sabia? – passei meu nariz por seu rosto carinhosamente.
  - Eu também senti. – ela suspirou e fechou os olhos. Deus! Como aquela mulher era linda.
  Beijei seu pescoço e a senti se arrepiar sorri e continuei beijando ora ou outra mordendo, suspirou segurando firmemente meus cabelos.
  - ... O café. – gaguejei, sua respiração já estava ofegante.
  - Deixei isso para depois. – ergui a cabeça para olhá-la.
  - , voc... – não a deixei terminar e a beijei com fervor.
  Tirei o cobertor do seu corpo e me coloquei entre as pernas dela, eu sentia tanta a falta daquele corpo. Coloquei minhas mãos por baixo da blusa do pijama dela. Senti as mãos da minha bonequinha, chegar até a barra da minha camiseta, puxando a mesma para cima, parti o beijo ofegante e tirei a camiseta e a joguei em qualquer lugar e voltei a beijá-la com vontade, tirei a blusa dela e o short um pouco depois, levei meus lábios até os seios dela, dando atenção a cada um deles, arfou. Desci beijando sua barriga embaixo do umbigo até finalmente alcançar a barra da calcinha dela, me afastei um pouco e segurei a barra da calcinha e a puxei para baixo lentamente até tirá-la totalmente, meu membro pulsava desesperado, me livrei da calça do meu pijama antes de me abaixar diante dela. Beijei suas coxas antes de finalmente dar atenção à intimidade dela. Passei minha língua lentamente por ela, gemeu e arqueou, eu ri e continuei, abocanhei a intimidade totalmente molhada da minha garota, alternando entre mordidas, lambidas e chupões, os gemidos dela aumentavam, eu já estava no meu limite, mas não conseguia parar, mas ela também estava no seu limite, porque me fez parar afastando meu rosto de sua intimidade, me puxando para cima, suas mãos tremulas seguraram a barra da minha cueca e a tirou com a minha ajuda. tomou meu membro em sua mão direita e foi a minha vez de gemer. Ela o levou até sua entrada e com a outra mão puxou meu quadril me fazendo penetrá-la.
  Eu ri do desespero dela e então comecei a me mover dentro dela, afundei meu rosto na curva do pescoço dela e enlaçou minha cintura com as pernas me dando mais liberdade para penetrá-la mais fundo, e foi o que fiz segurei suas coxas com força e entrei nela com força e rapidez. As unhas de estavam cravadas em minhas costas me fazendo ora ou outra gemer de dor e morder seu pescoço. Nossos corpos moviam numa sincronia maravilhosa, dizia coisas sem nexos.
  Aumentei a velocidade e o que se ouvia naquele quarto era o sons da cama, dos nossos corpos em movimento e os nossos gemidos cada vez mais altos, aquele quarto estava no clima perfeito, apertei a cintura de para intensificar os movimentos e eu estava quase no limite máximo e eu sabia por isso dei o meu melhor. Senti um arrepio tomar meu corpo, procurei pelos lábios dela e então chegamos ao ápice.
  Corpo dela tremia em baixo do meu, separei nossos lábios e me deitei ao seu lado. Respirei fundo tentando controlar minha respiração falha e ofegante, puxei para perto do meu corpo, ficamos a manhã, trocando carinhos. Só Deus, e eu sabíamos a falta que eu sentia de tudo isso.

[...]

  - Não vai sair, ? – perguntou depois de sair do banheiro enrolada numa toalha. Sorri malicioso ao vê-la daquele jeito.
  - O quê? Esta querendo se livrar de mim? – indaguei fingindo estar ofendido.
  - Não é isso, mas você não tinha ensaio hoje? – ela perguntou enquanto vestia a calcinha.
  - É, eu tinha, mas avisei os caras que ficaria hoje com você. – levantei e fui até ela enquanto a mesma se livraria da toalha para terminar de se vestir.
  - Isso é bom. – ela murmurou baixo.
  - É, eu quero pelo menos tentar recuperar o tempo que eu perdi. – eu disse sincero. Eu estava agindo como um imbecil isso era visível agora eu precisava me redimir.
  - Claro. Mas então o que iremos fazer o dia inteiro? – quis saber.
  - Eu não sei, podemos ficar em casa ver uns filmes, comer doces, podemos preparar o almoço juntos. – sugeri e a virei de frente para mim.
  - Certo, vamos tentar. – ela sorriu e eu podia jurar que foi o sorriso mais lindo que eu já tinha visto em toda a minha vida. A puxei para mais perto selando nossos lábios.
  Passamos o dia inteiro juntos brincando, cozinhando trocando carinhos era bom tê-la tão perto o dia inteiro e a noite toda eu estava feliz por tê-la de volta em meus braços.
  As semanas seguintes foram as melhores da minha vida. Claro que ela às vezes se chateava, mas eu sempre dava um jeito de arrumar tudo. E foi assim que o mês seguinte tentando consertar o que estava chegando eram nas próximas duas semanas e eu precisava fazer algo especial para ela. E foi então que eu lembrei de um restaurante que ela queria muito ir. Liguei fiz as reservas estava tudo certo agora era só esperar o dia certo chegar.

  POVS

  As buzinas dos carros soavam a todo o instante, pessoas estressadas demais, xingavam uns aos outros, essa era a mesma rotina de sempre, respirei fundo, tentando de alguma forma me livrar de todo aquele fardo que não era meu.
  Eu olhava toda essa agonia pela janela do meu apartamento da sala para ser mais específica.
  Há um mês eu e , estávamos tentando melhorar a nossa relação, ele estava mais romântico que o normal o que me irritava às vezes. me ligava ao menos umas cinco vezes quando estava fora. Ele queria que as coisas voltassem a ser como antes, mas não seriam como antes. Não até ela ter ido embora. Mas mesmo com tudo o que aconteceu eu me sinto feliz. Sai de perto da janela e me joguei no sofá, encarei o teto e me perdi em pensamentos.

...

  - . – ouvi meu nome e logo em seguida o barulho da porta da frente ser fechada. – . – abri os olhos e esperei aparecer no meu campo de visão, bocejei ainda um tanto sonolenta.
  - Ah, te achei. – ele disse sorrindo, me sentei e logo , estava ao meu lado. – Precisamos conversar. – ele indagou um tanto afobado, eu ri dele.
  - Sobre o quê? – perguntei. Passei as mãos pelo cabelo.
  - Sobre o casamento, é óbvio. – ele fez careta e eu ri de novo. – Temos que marcar a data, ver seu vestido, fazer a lista de convidados, tudo. – ele parecia uma matraca falando sem parar. – Quem vai ser a sua madrinha, ah óbvio que vai ser a Pérlly. – ele riu, balancei a cabeça negativamente.
  - Ok. Vamos começar pela data, podemos ir a igreja amanhã. – eu disse olhando-o fixamente. Seus olhos brilhavam e seu sorriso era maior que qualquer outro que já tenha visto. Toquei seu rosto com carinho.
  - Ótimo, quero que seja uma data bem próxima, tipo mês que vem. – eu ri com gosto. Ele riu.
  - Não acha que é pouco tempo? – perguntei me levantando e o vi fazer o mesmo. – O que acha de daqui dois meses? – sugeri. fez uma careta – É tempo suficiente para ajeitarmos tudo. – o abracei jogando meus braços em volta de seus ombros.
  - Ta. – ele disse a contra gosto. Selei nossos lábios levemente. – Mas podemos marcar a data amanhã, não é? – perguntou fitando-me.
  - Sim, vamos marcar a data amanhã. – sorri e ele também nos abraçamos e ficamos ali por um tempinho até a Pérola me ligar e dizer que tinha novidades. Marcamos um jantar aqui em casa para a noite seguinte. Avisei e ele não fez objeção nenhuma pelo contrario, disse que seria ótimo.
  No dia seguinte acordamos cedo e depois do café da manhã fomos até a igreja. Eu ri muito da careta que o fez quando o padre nos disse que a única data disponível era para daqui a dois meses e meio e é claro que eu aceitei. Na volta para casa, passamos no supermercado para comprar algumas coisas para o jantar. Eu estava animada fazia algum tempo, que isso não acontecia, eu precisava caprichar para que tudo saísse perfeito.

  Ouvi a campainha soar, sequei as mãos e fui atender, já estava lá sorrimos um para o outro e ele abriu a porta.
  - Boa noite! – Pérlly disse sorrindo e eu sorri de volta e a abracei tão forte que ela quase não conseguia respirar.
  - Ah, desculpe – pedi a soltando.
  - Tudo bem. – ela foi até .
  - Oi, Nick. – o cumprimentei com um abraço que foi retribuído no mesmo instante.
  - Oi, . – ele sorriu, Nick parecia radiante.
  - E como vão os papais? – perguntei enquanto fechava a porta.
  - Papais...? – indagou confuso. Eu havia esquecido de contar.
  - É, a Pérlly esta grávida, esqueci de contar.
  - Ah... Ahn... Parabéns, fico feliz por vocês. – ele disse e eu sabia que era sincero, ele estava tentando.
  - Obrigado. – Nicholas disse gentilmente.
  Ficamos um bom tempo conversando e o jantar fora servido e foi bem agradável, eu estava muito feliz com tudo isso, assim terminamos de comer. Retirei os pratos com a ajuda de Pérlly, deixamos tudo na pia, peguei a torta de pêssego e o sorvete deixando em cima do balcão.
  - , eu vou ao banheiro, volto rapidinho. – Pérola disse ao meu lado. Peguei quatro pratos pequenos e os talheres necessários.
  - Claro. E vá direto para a sala, eu levo tudo. – pedi, Pérlly assentiu e desapareceu do meu campo de visão.
  Preparei cada prato, coloquei todos em uma bandeja e fui para a sala, mas parei antes de entrar na mesma, parei ao ouvir a voz de .
  - Queria pedir que me desculpasse. – começou. – Por ter agido como um idiota, naquele dia no show. Eu morro de ciúmes da e isso não é segredo para ninguém, mas eu sei que passei dos limites e decepcionei a mulher que eu amo. – eu sorri ao ouvir aquilo. – Então, por favor, me desculpe. – ele pediu, fechei os olhos me encostando à parede.
  - Não precisa se desculpar, todos nós sentimos ciúmes, mas você mais do que ninguém sabe que a ama somente você, meu sentimento por ela é como de um irmão nada mais que isso... E eu amo a Pérola mais que qualquer outra coisa no mundo, não se preocupe a é somente sua. – Nick terminou, respirei fundo mordendo o lábio inferior.
  - Eu sei... – entrei na sala antes que falasse qualquer outra coisa.
  - Sobremesa. – eu disse alto para que eles notassem minha presença e encerraram o assunto. Pérola voltou pouco depois, servi cada um e voltamos a conversar sobre o pai dela, fiquei sabendo que ele estava bem melhor.
  - E tem mais uma coisa. – Pérlly disse, ela sorria. Entrelaçou os dedos nos de Nick, arqueei uma das sobrancelhas. – Nicholas me pediu em casamento e eu aceitei. – ela riu. Paralisei por um instante, mas logo abri o sorriso mais sincero e fui abraçar minha melhor amiga.
  - Oh meu Deus, eu... – hesitei – Eu estou muito feliz por vocês, Pérlly, eu não acredito que a minha amiga vai se casar. – eu disse com os olhos marejados e vi que os dela também estavam. Ela sorriu e me puxou para outro abraço. Assim que me soltei dela fui parabenizar Nick e a Pérola.
  - É, e eu nos casaremos em dois meses e meio. – disse radiante. Pérola me olhou surpresa e me abraçou outra vez.

[...]

  - Tchau, amor. – disse enquanto pegava as chaves da moto e o capacete. – Não quer mesmo ir? Os caras vão adorar ter você lá. – ele se aproximou de onde eu estava sentada no sofá.
  - Não, mas mande um beijo para eles, ok? – pedi sorrindo. selou nossos lábios e andou até a porta.
  - OK, até mais tarde.
  - Até. – ele saiu apressado, estava atrasado.
  Liguei a TV para me distrair, meu celular começou a tocar, levantei do sofá e peguei o celular em cima do balcão.
  - Alô. – disse voltando a me sentar.
  - Senhorita ? – perguntou uma voz masculina, eu tive a impressão de conhecê-la.
  - Sim, sou eu. – franzi o cenho.
  - Quem fala é James King. – ele disse eu mordi o lábio temerosa, por sua ligação. – O motivo da ligação é sobre o seu projeto. – engoli em seco.
  - Sim, senhor King, pode dizer. – pedi receosa.
  - Certo, vou direto ao ponto. – respirei fundo esperando ele finalmente dizer. – Eu sinto muito, senhorita , mas o seu projeto foi rejeitado, os outros acionistas não aprovaram, eu sinto muito.
  Meu coração doeu.
  - Claro, eu entendo, senhor King, muito obrigada por ter se interessado por meu projeto. – prendi o choro, fechei os olhos.
  - Foi um prazer, senhorita , você tem talento, desejo tudo de bom. – ele disse sincero.
  - Obrigada e até logo. – despedi-me e desliguei o celular e então as lágrimas vieram.
  Toda a minha felicidade dos últimos dias se foi. O meu projeto ser aceito era só o que faltava para tudo ficar completo. Mas tudo acabou num piscar de olhos. Minha alegria era limitada. E o limite chegou.

  POVS

  - Carrie, eu estava ocupado, será que pode entender? – pedi irritado com a birra da minha melhor amiga.
  Ela bufou.
  - Te liguei a semana inteira e você nem atendeu ou retornou, . – ela disse fazendo manha. Cocei a nuca impaciente.
  - Eu estava com a minha noiva, Carrie. – indaguei olhando-a fixamente.
  - O quê? – perguntou olhando-me indignada como se eu tivesse dito a pior besteira do mundo – Você simplesmente me ignorou por causa da ? – disse levando as mãos à cintura. Eu ri.
  - Carrie, a é a minha noiva, minha prioridade, eu não posso simplesmente deixá-la e ir atrás de você. – eu disse, mas me arrependi no segundo seguinte ao ver sua expressão triste, ergui minha mão para tocá-la, mas ela se afastou.
  - Tudo bem, fique com a sua noivinha. – ela murmurou rude.
  - Carrie... – chamei quando a mesma saiu correndo. Revirei os olhos, cansado, me virei para os caras que mexiam nos instrumentos e encontrei o olhar de Jessé. – Vai, diz logo. – pedi rude respirando fundo em seguida. Andei até a minha guitarra que estava ao seu lado.
  - Dizer o quê? – perguntou. Jesse estava parado de braços cruzados, seu semblante estava sério. – Que você vai perder a , por culpa dessa ai. – ele disse sarcástico.
  - Jessé, a Carrie é minha amiga. – resmunguei já estava impaciente com tudo aquilo.
  - Quer um conselho? – perguntou, olhei-o e ele continuou.– Esclareça tudo com a Carrie, antes que você perca a . – finalizou. Jesse se afastou indo até Mark e David.

Capítulo 12

(N/A: Coloque a música para carregar)

  O ensaio durou horas a fio, os rapazes estavam animados e isso me animou também, tocamos a tarde inteira.
  Despedi-me dos caras e fui direto para casa. Deixei a moto na vaga ao lado do carro de e subi para o meu apartamento, o mesmo estava silencioso.
  - ! – chamei. Deixei minhas coisas perto da porta e fui até o nosso quarto e lá estava ela deitada na cama, coberta até o pescoço, sorri e fui até ela, sentei-me ao seu lado e senti seu corpo tremer levemente. Estranhei, ela parecia chorar. – ... – tirei o cobertor dela e me assustei ao vê-la realmente chorando. – Amor, o que foi?
  - Nada. – ela disse fungando.
  - Como nada, , você esta chorando. – eu disse a ajudando a se sentar, ela passou uma das mãos pelo rosto secando as lágrimas. – Me diz o que aconteceu – fechou os olhos, respirou fundo.
  - Meu projeto foi recusado. – ela sussurrou agora olhando para as mãos.
  Droga! Ela estava tão feliz com esse projeto. Tão animada.
  - Ah, amor, eu sinto muito. – disse a abraçando, tentando lhe confortar. Seus braços me cercaram pela cintura, seu rosto encostado em meu ombro.
  - Eu queria que isso desse certo, , tanto. – choramingou. Acariciei seus cabelos.
  - Eu sei, mas pensa que outras oportunidades virão e você vai ver que tudo vai dar certo. – murmurei. levantou o rosto e me olhou fungando.
  - Promete?
  - Prometo, e eu vou estar ao seu lado quando acontecer. – afirmei, vendo-a sorrir fraco. – Quer que eu faça algo para você? – perguntei atencioso, tomando seu rosto em minhas mãos.
  - Não, só quero que fique perto de mim, por favor – pediu manhosa e é claro que eu não recusei, tirei os sapatos e a jaqueta e me deitei ao lado dela aconchegando-a em meus braços.

  POVS off

  Às vezes eu me pergunto como tudo passou tão rápido, estou ficando mais velha, seria uma mulher casada em pouco tempo, tudo estava indo perfeitamente bem.
   estava tão atencioso, ele até fez reservas em um restaurante maravilhoso que eu queria tanto ir. Procurei uma roupa perfeita para a noite, queria que tudo ficasse perfeito. Marquei hora no cabeleireiro, queria ficar bonita para ele.
  Passei umas duas ou três horas no salão, resolvi passar em um Starbucks e comer alguma coisa, depois fui direto para casa. Eu não havia visto o dia inteiro, nós nos falamos por telefone, mas ele não tocou no assunto, o que me fez pensar que ele havia esquecido, mas não ele não faria isso de novo.
  Tomei um longo banho relaxante, assim que sai, rapidamente me vesti. O vestido preto caiu perfeitamente em meu corpo, ele terminava um pouco abaixo das minhas coxas, calcei um salto aberto da mesma cor do vestido, fiz uma maquiagem leve deixei meus cabelos soltos e quando finalmente estava pronta peguei uma bolsa pequena e transferi alguns documentos e dinheiro, peguei um casaco e sai do quarto, tranquei a porta quando finalmente estava fora do apartamento. Hoje eu iria de táxi já que pegou o carro emprestado.

[...]

  O restaurante era ainda mais lindo à noite, um homem elegante, vestido com um terno branco veio até mim.
  - Boa noite, senhorita. – ele disse gentil com as mãos atrás do corpo.
  - Boa noite. Tenho uma reserva, esta em nome de e . – eu disse.
  - Um segundo. – ele olhou rapidamente a lista e logo se voltou para mim. – Me acompanhe, por favor, sua mesa já esta pronta. – disse. Sorri em agradecimento e o acompanhei.
  Ele puxou a cadeira, então eu me sentei.
  - Deseja pedir algo? – perguntou voltando à mesma posição elegante de antes.
  - Não, irei esperar até que meu noivo chegue – informei o homem assentiu e voltou até a entrada do restaurante.
  Percorri meus olhos em todo o ambiente, ele era grande a iluminação divina, lustres de cristais deixavam o lugar com ar mais requintado, as mesas redondas muito bem posicionadas forradas com toalhas de mesa brancas de renda, as pessoas muito bem vestidas, com certeza eram pessoas importantes.
  O ambiente era muito agradável, não poderia esquecer de agradecer muito a depois, olhei as horas em meu celular, sete e cinco sorri ao constatar que logo ele estaria ali e nós teríamos uma noite maravilhosa juntos.
  Um tempo depois, olhei outra vez as horas e deveria ter chegado à uma hora atrás. Liguei, mas sempre caia na secretaria. Eu estava magoada por ter sido feita de palhaça outra vez, às vezes dava a impressão de que nós deveríamos estar juntos.
  Meia hora depois eu cansei e sai do restaurante frustrada, magoada e machucada. Assim que pus meus pés na rua uma onda de vento gelado me atingiu, mas não me importei tudo o que eu queria era sumir. Segui sem rumo pelas ruas eu tentava a todo custo segurar as lagrimas, mas minha tentativa foi falha quando um soluço escapou de minha garganta, sentei na calçada e chorei. Os carros passavam, pessoas passavam e me viam chorar. Funguei secando meu rosto, respirei fundo e me levantei dando sinal para o táxi que passava.
  Pérola me abraçou quando abriu a porta da casa, me puxando para dentro, chorei ainda mais, conversamos assim que sai do banho. Ela preparou chá para nós duas. E passei a noite em sua casa, minha cabeça estava a mil por hora eu tentava a todo custo entender o que houve essa noite e então adormeci.

  - , fica mais um pouco, toma café da manhã comigo. – pediu Pérlly enquanto eu vestia a mesma roupa da noite anterior.
  - Não, Pérola, eu preciso ir, quero conversar com o , ele me deve uma explicação, – eu disse enquanto prendia meu cabelo num coque muito mal feito, peguei minha bolsa e o casaco e sai da casa da minha amiga, peguei um táxi e fui direto para casa. Eu estava exausta.

[...]

(N/A: Coloque a música para tocar agora)

  Entrei em casa e fui direto para o quarto, estava em casa, as coisas dele estavam perto da porta, deixei minha bolsa em cima da cama e voltei com toda a certeza estava na cozinha, me aproximei até ouvir a voz dele e de Carrie, parei perto do batente e fiquei ali.
  - Pare com isso, Carrie. – ouvi pedir, mas parar com o quê?
  - Por que, Thom vai me dizer que não gosta? – Carrie perguntou, sua voz soava malícia, fechei minhas mãos em punhos.
  - Carrie... O que há com você? Pare. – ele disse firme, mordi o lábio inferior, tentando não fazer barulho.
  - Eu amo você. Desejo você. – ela continuou. Droga, eu sabia. Segurei as lágrimas a todo custo.
  - Esquece essa loucura. – ele parecia suplicar, talvez para não magoá-la – Imagina se escuta isso, eu...
  - Escutar o quê? – o interrompi entrando de vez na cozinha – O que eu sempre soube? – indaguei. estava estático e Carrie... Aquela vadia estava sem blusa e com um sorriso irritante nos lábios.
  - , não é o que esta pensando. – disse afobado vindo em minha direção, mas eu me afastei.
  - Saia da minha casa agora! – disse alto ignorando – E faça o favor de Não voltar tão cedo, Vadia. – disse ríspida indo em direção a ela, puxei-a pelo braço com força e a levei para longe da cozinha.
  - Me solte, sua maluca. – Carrie gritava enquanto eu a puxava de um jeito grosseiro, mas eu não me importei se estava a machucando ela merecia isso e muito mais.
  - , solte-a. – ouvi pedir, mas não parei eu já estava cansada de suportar tudo aquilo, Carrie já havia passado dos limites há muito tempo e vinha abusando da minha paciência.
  - Me solta! – ela gritou arisca e se soltou do aperto de minhas mãos e me encarou. – Eu me arrependo de não ter feito nada antes, você não merece o , nem o filho dele você conseguiu segurar. – ela riu e aquilo foi à gota d’água. Minha mão foi de encontro ao seu rosto cínico em segundos deixando meus dedos marcados em sua bochecha. Segurei seus cabelos com força e puxei seu rosto para perto do meu, suas mãos automaticamente seguraram meu pulso. tentou me tirar de perto de Carrie, mas eu o afastei.
  - Para o seu bem – murmurei entre os dentes. – Eu espero nunca mais ver você, sua vadia imunda. – a puxei pelos cabelos, abria a porta e a empurrei para fora e bati a porta com força.
  Eu estava tremendo de raiva, fechei os olhos com força e mordi o lábio inferior.
  - Qual é o seu problema, ? – perguntou . Olhei para ele indignada.
  - O meu problema? – ri sem humor. – Ela estava em cima de você sem blusa, se mostrando para um cara comprometido e eu tenho problema? – levei as mãos aos cabelos, irritada.
  - Não estava acontecendo nada, ela é minha amiga, e eu não vou permitir que a trate desse jeito. – ele disse rude.
  Eu não podia acreditar que estava ouvindo aquilo.
  - Você é um imbecil. – gritei me aproximando dele e o empurrei com toda a força que eu tinha – Eu sempre soube e eu te avisei, mas você não me deu a mínima – comecei a estapeá-lo – Era com ela que você estava ontem a noite, não era? – perguntei exausta, perdendo as minhas forças.
  - Do que esta falando? – indagou confuso franzindo o cenho.
  - Estou falando do meu aniversario, do jantar, . – respirei fundo e me afastei dele secando as lágrimas que saíram sem eu nem ao menos perceber.
  - ... Me desculpe, por favor, eu acabei esquecendo. – a voz dele vacilou por um instante e o senti se aproximar ou pelo menos tentar.
  - Não tem mais desculpas, , eu cansei. Estou cansada disso tudo. Cansada de perdoar, cansada de insistir em algo que eu sei que não tem mais jeito. – eu disse cabisbaixa, minha voz embargada me fez caminhar para o quarto e me trancar antes que começasse a chorar na frente dele. Não demorou muito até a porta da frente bater com força. Eu estava cansada de chorar, cansada de ouvir desculpas, cansada de perdoar, nada do que pudéssemos fazer resolveria, mudaria. Nada voltaria a ser como antes, eu tinha que aprender a perder. Respirei fundo e fui em direção ao closet peguei minhas malas e comecei a guardar minhas coisas. Por mais que a decisão fosse dolorosa já estava tomada.

[...]

  A porta foi aberta meia hora depois, passou por ela e eu me levantei. Ele me olhou e viu minhas malas, franziu o cenho, confuso.
  - O quê... O que é isso? – perguntou jogando as chaves no balcão.
  - Minhas malas. – hesitei – Eu... Vou embora.
  - O quê? Não, . – se aproximou me tocando.
  - Não adianta mais fingir que vai da certo, porque não vai. – suspirei – Eu já tomei minha decisão e eu não vou voltar atrás. – tentei ser firme, mas estava difícil.
  - Por favor, , tudo aconteceu rápido demais, vamos conversar. – ele suplicou me puxando juntando nossos corpos, uma de suas mãos estavam em minha cintura e a outra em minha nuca, nossas testas juntas, fechei meus olhos, não queria vê-lo sofrer. – Por favor, fica. Eu te amo. – sua voz embargada fez meu coração doer. Só Deus sabe o quanto eu quis desistir e ficar com ele.
  - Me perdoa. Mas não ha mais nada o que fazer. – sussurrei. Abri meus olhos e me afastei. – Acabou. – finalizei engolindo em seco.
  - É isso que você quer? – ele questionou-me, vi lagrimas em seus olhos.
  - Não. – disse num fio de voz, estava sendo doloroso para mim tanto quanto para ele. – Mas você não me deixou alternativa. – encarei aqueles olhos azuis tão lindos que me fizeram tão feliz nesses últimos três anos, mas era a coisa certa a fazer aquela situação não poderia continuar. – É hora de dizer adeus.
  - Eu te amo, ...– ele pediu baixo se aproximando mais de mim, mas hesitou em me tocar. – Não vá embora... Eu prometo que vou mudar, só me deixa tentar... Por favor. – segurou meus pulsos puxando-me para mais perto de corpo. A sensação de estar em contato com seu corpo quente me fez tremer, mas minha decisão já havia sido tomada, eu precisava ir, nossa vida como um casal tinha se tornado um verdadeiro desastre, e eu não aguentaria vê-lo sofrer preso a um relacionamento tão frustrante e cheio de rancor mágoa, e sofrimento, tinha que entender que aquela decisão era o melhor para nós dois. Eu o amava mais que qualquer coisa no mundo posso me arriscar a dizer que o amo até mais que a minha própria vida, mas meu coração merecia um tempo.
  Lágrimas inundavam meus olhos descendo lentamente por meu rosto totalmente vermelho, chorava desesperado, e isso apertava meu coração. Livrei-me de suas mãos que ainda seguravam meus pulsos, toquei seu rosto acariciando levemente e fechou os olhos fazendo assim que mais lágrimas descessem por seu rosto. Aproximei meu rosto do dele e beijei seu rosto demoradamente. Afastei-me assim que senti suas mãos tocarem minha cintura outra vez. Encarei a figura de pela última vez, funguei secando inutilmente meu rosto e virei as costas pra ele, peguei minha bolsa que estava em cima da mesa as malas do chão e sai rapidamente daquele apartamento que marcou a minha vida. Tanto em plena alegria como também em plena tristeza.

Epílogo

  Quatro anos é muito tempo, quatro longos anos que passei longe de tudo o que me fez feliz um dia, não que eu tenha ido morar em outro país, porque não fui, tentei no começo fiquei sete meses fora, mas Pérola queria que eu estivesse perto para o nascimento de Julie e também para o casamento. Julie ou Lie era a menina mais linda e mimada do mundo.
  Depois desse tempo fora, resolvi deixar de lado a engenharia e agora estou à procura do que realmente me faz feliz e acho que descobri a duas noites atrás enquanto assistia um musical na TV. Eu acho que é isso o que eu quero fazer. Cantar. Estava tão na cara o tempo todo só eu que ainda não havia percebido agora eu iria atrás dos meus sonhos.
  Avistei um Starbucks, caminhei até la a passos largos eu precisava de um bom cappuccino. O lugar era um daqueles bem movimentados, as mesas estavam praticamente ocupadas.
  - O que vai querer, senhorita? – perguntou uma moça morena.
  - Um cappuccino, por favor... – olhei para o lugar rapidamente e não tinha como ficar ali. – Para a viagem. – acrescentei. A moça assentiu. Esperei por alguns minutos e então sai daquele lugar, caminhei sem rumo até finalmente avistar um parque, sentei-me na grama. O dia estava bem agradável, os pássaros cantando, adultos, crianças e animais se divertiam, mas o que me chamou minha atenção foi um aglomerado de garotas gritando sem parar enquanto cercavam alguém, com toda a certeza era alguém famoso. Balancei a cabeça negativamente e me levantei, me sentaria bem longe desse povo maluco. Passei as mãos pela calça tirando as gramas, peguei o copo do Starbucks da grama, estava pronta para caminhar para longe dali, mas minha curiosidade foi maior, olhei para o aglomerado de garotas... E foi então que eu vi aquele par de olhos azuis, que por três anos me fizeram feliz. Sim, estava ali, cercado por aquelas garotas histéricas.
   o famoso cantor da The Strong estava ali me encarando. Fiquei sabendo por Pérola que a banda tinha assinado contrato com uma famosa gravadora de Londres três meses depois que fui embora e agora a banda fazia um sucesso enorme. Ele estava ainda mais lindo que antes, os cabelos ainda louros bem arrumados ele usava uns óculos pretos, ele havia mudado muito assim como eu, meus cabelos ainda estavam castanhos, mas um pouco mais curtos. Respirei fundo e acenei brevemente com a cabeça e sorri. Virei-me e comecei a caminhar para longe dali, minha vida estava ótima do jeito que estava. E o meu sonho estava pronto para ser realizado por mim.

FIM



Comentários da autora
E então as cortinas se fecharam anunciando o fim de Disaster.
Só Deus sabe o quão difícil é escrever essa última nota. Disaster é o meu bebê e eu estou triste demais pelo fim dela, mas enfim tudo um dia tem que acabar não é? Pois é.
Espero que tenham gostado do final e entendam que foi a melhor assim os dois separados até por que a música que me inspirei fala sobre isso.
Agora vamos aos agradecimentos. Em primeiro lugar para a minha beta maravilhosa Naty, que me aturou todo esse tempo obrigada. Em segundo lugar obrigada a JoJo pelas músicas maravilhosas – Disaster e Too little Too late – que me inspiraram tanto. As minhas irmãs Kym e Bruna que tiveram que aguentar os meus ataques tagarelas hahahaha! Obrigada a você que leu e que comentou foi muito importante para mim.
É isso obrigada pelo apoio e até a próxima, um beijo grande.
Xx Annynha!