Different Case
Escrito por Victoria Correa | Revisado por Luanna
Ela se sentou na cadeira daquele lugar frio. Apesar de doer vê-lo ali, ele precisava, ele tentou dizer o quão arrependido se sentia e que havia aprendido a se controlar desde que estivesse com ela, apesar da garota não querer escutar uma palavra saindo da boca dele.
Ela mexeu nos dedos em forma de nervosismo quando escutou um barulho da tranca da porta. Dois seguranças duas vezes maiores que a garota o carregavam tranquilamente com duas algemas, vestindo uma camisa branca e uma calça simples preta. Ele se recusava a olhar quem era a visita. Colocara-o sentado quando a garota resolveu por fim falar.
- Olá - disse com a voz rouca e ela sentiu os olhos deles desligarem o resto do pouco brilho que ainda restavam.
A música estava absurdamente alta, parecia que as paredes do Strand Palace Hotel haviam diminuído para . Ela tentava se apoiar em cada uma que não havia se fechado ainda, viu de longe sendo engolida em sua visão turva por alguém. abriu a boca em pedido de socorro, porém nenhum som saiu, viu o bar a poucos metros dela onde poderia se sentar e poderia pedir para alguém levá-la para casa, se não fosse o caso de a baixista ser de uma das maiores bandas do Reino Unido, a Hometown Heroes.
Alguém havia colocado algo em sua bebida, ela tinha certeza disso, do tempo todo que passara na festa do hotel só havia ingerido seis doses de vodka e uma bloody mary... Precisaria de muito mais para derrubá-la. Tropeçou no próprio salto, se desculpando em quem havia esbarrado e continuou andando a procura de alguém de sua banda, eram seis pessoas. Logan Wade Lerman nos vocais, St Collins e Damian Jullian McGaile nas guitarras, acompanhados de Marie Odom no baixo e Elliot James na bateria. Começaram em 2008 com a famosa "Warped Tour", apesar de serem britânicos.
ainda continuava a andar, mas o bar ainda parecia distante, o que a fez dar um outro tropeço caindo em cima de alguém, sentiu dois braços rodarem sua cintura e um perfume muito parecido com o de Damian.
- Por favor, me leva pra casa, alguém colocou alguma coisa na minha bebida. - só deu tempo dela sussurrar antes que tudo ficasse escuro novamente.
Os olhos da garota não pareciam mais pesar tanto, porém seu corpo já compensava isso tudo. Abriu um pouco os olhos e piscou várias vezes até se acostumar com a claridade, se deparou com uma cortina preta na parede a sua frente, como se fosse para esconder algo, tentou se levantar e automaticamente caiu na cama novamente. Escutou o barulho da porta do banheiro daquele apartamento se abrindo, voltou a se esconder debaixo das cobertas ouvindo um riso nasal um pouco perto.
- Eu sei que você acordou - escutou a voz de um homem dizendo - Calma, eu não sou um pedófilo, tenho a mesma idade que você. Você disse pra eu te levar pra sua casa, mas eu não sei onde você mora - ela abaixou o lençol na altura dos olhos se deparando com um garoto com um casaco cinza e uma calça de moletom.
- Quem é você e há quanto tempo eu estou aqui? - ela disse com a voz abafada pelas cobertas.
- Eu sou , prazer, e você está aqui há mais ou menos dois dias. Não se preocupe, eu já liguei pro primeiro numero que havia na discagem rápida e avisei que estava salva.
- E ninguém veio me procurar? - disse desconfiada arqueando uma sobrancelha.
- Disseram que preferiam que esperasse você acordar, sabe... Pra não ficar perdida. Está com fome? - resolveu se levantar devagar reparando que ainda estava com a mesma roupa do dia da festa do hotel. Negou com a cabeça.
- É melhor eu ir, muito obrigada por me deixar ficar, mas eu tenho trabalhos a fazer - tentou sorrir e entrou no banheiro para se ajeitar. Tomou um susto quando viu como a sua cara estava. Olheiras roxas, a boca com o batom vermelho quase escuro totalmente borrado e alguns arranhões no rosto, tentou respirar e o lavou rapidamente, fazendo totalmente a higiene matinal.
- Erm, ? Eu já estou indo. - disse saindo do banheiro - ? - ele apareceu de supetão por uma outra porta fazendo-a levar um pequeno susto.
- Desculpe te assustar, eu estava... Revelando algumas fotos, pra faculdade sabe? - ele sorriu sincero e concordou. Ajeitou os seus cabelos castanhos claros com umas mechas loiras nas pontas.
- Obrigada por me salvar... Te devo essa - ela sorriu e saiu do apartamento se dando conta que era o mesmo hotel de dois dias atrás. Respirou fundo e começou o seu caminho de volta para casa.
Dois minutos após a saída de , desmoronou seu sorriso colocando seu capuz do casaco e voltou para o quarto das revelações das fotos.
Havia fotos da garota dormindo, sentada no chão do elevador com sem sorrir. Ao seu lado, a preferida dele, da qual estava terminando de pendurar, a da menina apenas de lingerie. Preta com detalhes rosa, de renda, as favoritas de , após aquela sessão de fotos da FHM com . Lembra-se de quando a edição saiu segunda, a garota parecia um pedaço de papel loiro ao lado de com sua camisa cinza e calcinha vermelha. Sorriu de lado e saiu do quarto subindo num banquinho e tirando a cortina preta, liberando um mural que ocupava quase a parede inteira que continha posters, fotos, fotos tiradas por ele mesmo da garota.
Os amigos chamavam-no de obsessivo, outros de stalker, outros de psicopata. Ele já preferia o termo de admiração. Se pudesse, poderia prendê-la numa cadeira, com roupa ou não, e admirá-la o dia todo de tamanha perfeição. Sorriu com orgulho pendurando uma foto que ela estava deitada na cama dormindo um pouco perturbada, pegou a tachinha e prendeu no novo mural, pegou uma pilot e escreveu com uma seta apontada para a foto:
"<< PRÓXIMO OBJETIVO: Fazer isso sem precisar de remédios"
O elevador parou no andar desejado, passou o cartão para a porta se abrir e entrou com os sapatos nos pés e indo direto para a banheira, tentando pensar no que havia acontecido naquela noite. Enquanto estava de olhos fechados, ouviu o telefone ao seu lado tocar. Atendeu com muita má vontade.
- Alô? - disse baixo e cansada.
- ATÉ QUE ENFIM VOCÊ APARECE NESSA BUDEGA, ESTOU TE LIGANDO HÁ DOIS DIAS E VOCÊ NÃO RESPONDE NESSA MERDA DE CELULAR. PRA QUE QUERIA O ÚLTIMO MODELO DA SAMSUNG MESMO, HEIN? PRA FICAR COM ELE DESLIGADO? - tentava entender a cada grito que dizia do outro lado da linha.
- Acabou? - disse ouvindo soltar o ar - Alguém colocou algo na minha bebida, então eu conheci alguém que eu confundi com o Damian que me levou para o hotel e cuidou de mim.
- ELE TE ESTUPROU NÉ? E AINDA POR CIMA VOCÊ GOSTOU? VAMOS PRA DELEGACIA A-GO-RA! - tentava escutar e se controlar para não gritar se quisesse que sua dor de cabeça piorasse.
- , escuta. Ele me salvou, vocês, seus vagabundos, QUE NÃO FORAM ME BUSCAR, E EU SEI QUE ESTÁ NO VIVA-VOZ! - gritou o máximo que podia e relaxou após. Escutou uns ?fodeu? do outro lado.
- Ele ligou para gente e disse que não tinha problemas, também concordamos e deixamos você lá. Ah querida, você sabe o caminho de casa né? - Damian disse a última frase num tom afeminado, bufou.
- Isso não vem ao caso, o importante é que eu estou de volta. E se fizerem o favor, não me incomodem mais. - Desligou o telefone tirando-o do gancho para que ninguém a perturbasse mais. Se levantou da banheira vestindo o seu roupão.
, ou para os muito íntimos segundo seus fãs, , era a baixista mais sexy de todos os tempos, segundo Jack Barakat e John O?Callaghan. Era de longe a mais popular dos cinco, com exceção de Logan. era conhecida por sua longa lista de namorados e rolos, Damian por sua simplicidade e seu forte sotaque, enquanto Elliot por sua beleza natural, segundo as garotas.
A banda poderia ser considerada mais popular que The Maine e All Time Low, e estavam perto de dizerem ser mais popular que o próprio Panic! At The Disco.
se sentou na sua cama de casal no colchão mais confortável do mundo, segundo ela mesma, e olhou para o seu baixo dos shows atuais e sorriu, fechando seus olhos e deixando-se levar para os sonhos.
Acordou com uma barulheira ao seu lado, tentou colocar o travesseiro em seu rosto e sentiu três corpos em cima de seu corpo.
- VÃO CAGAR, VOCÊS ESTÃO... GRAVANDO ESSA MERDA NÉ? - disse escutando risadinhas.
- Vejam senhores e senhores, como ela é nervosa em seu habitat natural - escutou a voz de Logan - ACORDA, TU TENS QUE TRABALHAR PRA MIM! - ele disse prendendo o riso e sentindo uma almofadada na câmera a desligando.
- BORA, acorda, é um novo dia fror - Elliot disse errando propositalmente - marcamos twitcam hoje, se lembra? - bufou, iria ser um longo dia.
- Será uma pequena turnê pela Inglaterra, com 14 shows - Logan terminava de explicar em frente a câmera - Será entre dezembro ou março, nada certo ainda. - pegou o violão, pois já sabia que seus fãs sempre pediam para eles cantarem algo.
- WEEE chegou a hora de cantar - Damian disse - Ok, quem vocês querem hoje? Acho que poderia ser a , o que acham? - cinco segundos depois a caixa de comentários explodiu de " VAI CANTAR OMG" ou "OH MEU DEUS, VOU PRESENCIAR ESSE FATO". pegou o violão.
- Hm, já que é a primeira música que irei cantar eu pensei em... Wild World, versão Skins, o que acham? - disse sorrindo e se preparando, e os primeiros acordes acompanhados do coro dos garotos apareceram.
La la la la
Lalalala
Lalalalala la...
Now that I've lost everything to you
You say you wanna start something new
And it's breakin' my heart you're leavin'
Baby, I'm greavin'
But if you wanna leave, take good care
I hope you have a lot of nice things to wear
But then a lot of nice things turn bad out there
Oh, baby, baby, it's a wild world
It's hard to get by just upon a smile
Oh, baby, baby, it's a wild world
I'll always remember you like a child, girl
You know I've seen a lot of what the world can do
And it's breaking my heart in two
Because I never wanna see you a sad girl
Don't be a bad girl
But if you wanna leave, take good care
I hope you make a lot of nice friends out there
But just remember there's a lot of bad and beware
Baby, I love you
But if you wanna leave, take good care
I hope you make a lot of nice friends out there
But just remember there's a lot of bad and beware
abriu os olhos novamente, batendo palmas e sendo acompanhada pelos outros.
- CHEGA, já tá bom - disse rindo e guardando o violão.
olhava abobalhado para a câmera com um sorriso no rosto. Como aquela garota poderia ser tão linda de um jeito tão simples? Uns cinco minutos após cantar o chat foi desligado. se arrumou rapidamente, precisava conseguir convites para a festa de estreia do novo cd do All Time Low, eles todos estariam lá, lembrava-se que comentou uns dias atrás no twitter que estaria lá também. Era a sua chance.
- O HANNAH MONTANA, DAR PRA DESCER LOGO GATINHA? - Elliot berrava da sala com a sua Heineken na mão - Droga de palitinho - todos haviam feito uma aposta pra quem iria levar quem, Elliot ficou encarregado de levar a garota que estava 20 minutos atrasada.
- TÁ BOM SEU GRÁVIDO, já tô indo... - pegou a sua jaqueta de couro, dando um pedala na cabeça do garoto quando chegara à sala - Dá pra ser ou tá difícil? - ela disse irônica já indo em direção ao elevador. Elliot deu algumas piscadas até se situar do que estava acontecendo pelo fato de estar cochilando. Jogou a cerveja no lixo indo correndo para o elevador.
- Esse vestido tá muito curto - ele disse com o tom autoritário e a garota revirou os olhos ajeitando-o com a jaqueta na mão - Você realmente deveria colocar essa jaqueta agora e salvar o pouco de pudor que tem esse vestido - soltou uma risada nasal - Você sabe quantos garotos doidos com os hormônios à flor da pele estarão lá? Ainda mais em festa que All Time Low dá, é praticamente um cabaré erótico.
- Elliot, um cabaré já é erótico por si mesmo. Tenho 21 anos, sei me cuidar, eu teria chamado o meu pai pra vir comigo se eu quisesse que cuidassem de mim hoje a noite - ela olhou entediada para o garoto e saiu do prédio em direção ao carro. Ele abriu a porta para que ela entrasse e deu a volta para sentar, começando a dirigir.
O caminho foi silencioso, apenas com as respirações de ambos. Começaram a ver uma movimentação, Elliot rapidamente diminuiu a velocidade reparando alguns paparazzis a sua frente. abriu a porta do carro já sendo fotografada e esperando Elliot aparecer. Encontraram o pessoal do Hey Monday sendo fotografado no tapete vermelho, Elliot deu um aceno tímido já que havia saído da banda para entrar na Hometown Heroes. O resto do pessoal da banda deles dois já os aguardava no saguão para poderem seguir para o tapete vermelho. Logan estava estranhamente bonito para , acenou para todos sorrindo e seguindo para a fila do tapete vermelho. usava um vestido da Romwe e levava um blazer na mão. Foi ao lado de , logo após que o Hey Monday saiu. O segurança deles começaram a guiá-los.
conversava com o segurança longe da fila, onde milhares de pessoas se matavam para entrar. Ele abriu a sua carteira revelando duzentos euros sendo entregues ao segurança que rapidamente liberou a passagem. Agradeceu e entrou, reparou em como era grande o telão que mostrava a capa do cd do All Time Low, e logo embaixo o contador da meia noite, que era quando ele seria lançado no Itunes e em algumas lojas. pegou uma bebida da bandeja de um garçom qualquer e seguiu para a festa.
- Obrigada - agradeceu, entregando sua jaqueta para um segurança e entrando na festa.
- O que você acabou de fazer? Seu vestido acabou de diminuir três números na barra, isso continua curto - revirou os olhos ao escutar Elliot, já entrando na festa sem o mesmo por estar mais atrás. Viu a banda da noite sendo entrevistada e falando um pouco mais do cd. Tinha uma missão, iria ficar com Alex nem que o drogasse. Sorriu maliciosa e passou confiante em sua frente recebendo um olhar discreto do garoto e de vários a sua volta. Foi em direção ao bar pedindo sua bebida e olhando o contador do telão. Havia feito uma aposta com , quem conseguisse ficar com qualquer membro do All Time Low antes da meia noite iria ter que limpar a casa da outra por um mês. Respirou fundo, teria que conseguir ficar com Alex o mais urgente possível.
Viu de longe acenando irônica fazendo rir, ajeitou o blazer e foi em direção a Jack. revirou os olhos e deu um gole na bebida.
- Quando você iria me dar parabéns? - ouviu a voz rouca de Alex em seu ouvido. Ele tinha vindo atrás dela, já era um começo. A garota sorriu e se virou para ele.
- Quando você viesse me dar atenção... - deu outro gole na bebida ao ouvir a risada nasal de Alex. - A propósito, cadê aquela sua namorada, como é o nome dela? Mia, Lia...
- Lisa. - ele disse rindo - Como você sabe, nosso relacionamento é aberto, resolvemos que hoje à noite eu seria um homem livre - ele completou sorrindo maliciosamente pedindo uma bebida. olhou para o lado e viu enrolando o cabelo nos dedos se insinuando para Jack, ela teria que ser rápida. Olhou para Alex que deu um gole rápido em sua bebida - Alguém já lhe disse o quão incrível você está essa noite? - sorriu de lado.
- Bom, se você acha que ?esse vestido está curto demais? significa isso... Então muitas vezes - disse soltando uma risada e mexendo na meia calça. Alex colocou sua cadeira mais para perto. ajeitou sua franja se virando para a pista continuando a encarar e Jack, que estavam cada vez mais perto um do outro. Resolveu ignorar e relaxar, olhando para o lado com um sorriso malicioso. Alex rapidamente entendeu e a beijou de leve. quis dar um grito, havia ganhado a aposta. Chegou mais perto de Alex e passou a mão pelo seu pescoço aprofundando o beijo, a barba fina dele roçava em seu queixo fazendo pequenos arranhões. O garoto subia e descia as mãos pelas coxas da garota, enquanto ela se contentava em seus cabelos, puxando-os de leve.
do outro lado do salão quase quebrara a taça em sua mão. Precisava se conter para não começar as suspeitas, tentou respirar fundo e se distrair tentando não olhar para a garota pela primeira vez daquela noite.
Alex fechou a porta do pequeno quarto de limpeza, o local era tão pequeno quanto um banheiro de avião. Encostou com delicadeza na parede, enquanto distribuía beijos pelo seu pescoço. imaginou por um momento com roupa de dona de casa tentando tirar a mancha de vinho do carpeta, porém rapidamente foi apagada após ver a tatuagem dos sonhos e incrivelmente sexy, segundo ela mesma dizia, que Alex carregava no pescoço.
- Sabe... Eu sempre fui louca por essa tatuagem - ela disse com a voz rouca dando um leve beijo em cima da tatuagem. Tirou a jaqueta de Alex com um pouco de dificuldade a jogando no chão. O garoto por sua vez entendeu como um sinal e começou a levantar a barra do vestido fazendo travar. Apesar de excitada, não pretendia transar num local como aquele. Tentou empurrar Alex que descia os beijos, mas como o mesmo era mais forte não conseguiu resultado nenhum. Respirou fundo tentando colocar as mãos na maçaneta, porém estava trancada.
- Alex, para - ela tentou dizer baixo mas ele não ouvia. - Alex? Eu não quero, para. - disse um pouco mais alto.
- Agora que você fez isso aqui vai terminar tudo - ele disse malicioso e apertando sua bunda de leve. começou a gritar implorando que ele parasse. Ele já estava abaixando a sua meia calça quando a porta foi arrombada e Alex caindo no chão. foi rapidamente levada para fora.
- Você está bem? - Ouve uma voz e um casaco sendo colocado por cima dos seus ombros - Olha, eu posso ir lá e terminar com aquilo pra ele não ter mais filhos e...
- ...Não, não precisa. - disse tentando sorrir e olhando para o ?herói? - Olha! Quem me salvou de novo - disse sarcástica para que revirou os olhos sorrindo.
- Bom, se você parar de ir nos lugares que eu vou - disse divertido - Tem certeza que não quer que eu acabe com ele? Eu sou visivelmente mais forte que ele.
- Não, não precisa. Eu, de certa forma, pedi pra que isso acontecesse.
- Como assim? - ele se fingiu de confuso.
- Bom... Digamos que eu apostei com a minha amiga que deveríamos ficar com alguém antes da meia noite - disse rindo sendo acompanhada de - É, eu sei, é meio louco, mas é o que vale. Ela vai ter que limpar a minha casa por uma semana. - disse orgulhosa de si mesma.
- Eu já fiz esse tipo de aposta com o meu amigo, . Ele perdeu, pra variar. Não entendo porque ele continua insistindo. - ele disse num tom irônico fazendo a menina rir. O telefone dela começara a tocar, era .
- Well, eu preciso ir. Muito obrigada mesmo por me salvar de novo, príncipe - ela disse rindo.
- Oh, de nada, querida donzela... - ele pegou um cartão no bolso e a entregou - caso precise de ajuda, é só ligar para o meu 0800 - disse piscando e assistindo a garota indo embora. Girou os calcanhares e voltou para o hotel.
Estava tudo escuro novamente. sabia que aquilo era um pesadelo, então tentou relaxar. Ela tentava desviar de cada coisa que a atingia naquele poço. Sentiu duas mãos a puxarem pela cintura e viu que era , sorriu aliviada, porém não ficou muito quando ele adquiriu a expressão fria e psicopata, tentou gritar e ele começou a puxa-la em direção desconhecida. Em alguns flashs de luz que havia, várias fotos da menina, umas que ela nunca tinha visto. Olhou para ele aterrorizada e ele só sorriu com prazer.
levantou da cama ofegante e suada, olhou a hora e viu que já eram oito horas. Hora de acordar, tentou dormir de novo, mas o celular insistia em tocar, apareceria em menos de meia hora.
terminava a centésima flexão. Deitou-se no chão e começou a refletir em frente aos posters, viu o celular começar a tocar e desligou-o. Se levantou e foi para o banheiro para começar a sua higiene matinal.
- Quem é ela? - disse ao lado de que levava uma senhora com os seus cinquenta anos e alguns produtos de limpeza.
- Martha, quero que conheça . , essa é a minha empregada Martha. - abriu a boca pra contestar, porém foi mais rápida - Você não falou em como eu teria que pagar a aposta. - sorriu cínica e entrou no apartamento.
cumprimentou o recepcionista e saiu do hotel. Ajeitou o boné em sua cabeça e a roupa de moletom cinza, estava suficientemente confortável para uma manhã de domingo. Levava um leve sorriso no rosto pela noite anterior, porém logo o desfez acabando com as suas emoções, devia voltar ao trabalho. Entrou no jornaleiro e pegou o máximo de revistas que havia ela no conteúdo.
- Nossa , sua sobrinha está cada vez mais fascinada por ela - Jay, um senhor com oitenta e poucos anos, viúvo e sentado no banquinho, dizia para que sorria ao pagar.
- Pois é, acho que eu devo levá-la para viajar um dia desses, ela precisa esquecer um pouco dessa garota - ele disse sorrindo e indo embora. Sempre usava a desculpa da sobrinha do interior inexistente, o incrível é que sempre funcionava.
- Então, quer dizer por que não para de encarar esse telefone? - disse se sentando na cama ao lado de , que encarava o numero de .
- Bom, lembra daquele garoto que me salvou ontem e naquela noite do hotel? Estou pensando em dar uma chance para ele, sei lá... Ele parece legal - A garota disse sorrindo e deu de ombros.
- Você é quem sabe, mas lembre-se. Ele é do mundo normal e você daqui. Pode ser apenas um...
- ...Aproveitador, eu sei, você já disse isso umas quarenta vezes. - disse revirando os olhos - É só que eu acho... Ele diferente, misterioso e não, não é um psicopata - ela disse antes que dissesse.
- É você quem sabe - ela sorriu e se levantou deixando a garota sozinha.
se sentou no banco do parque vendo os outros jovens. Fechou os olhos lembrando da sua adolescência, de como era tudo calmo, onde poderia sair com os seus amigos sem se preocupar onde estaria seu objeto de desejo, onde poderia correr, matar aula sem se preocupar com o amanhã. Abriu os olhos, parecia que seu corpo havia diminuído 20% do peso nele. Sorriu de leve e aumentando aos poucos. Será que ele finalmente havia tomado jeito?
e se despediram de Martha e voltaram ao apartamento visivelmente limpo.
- Uau, ela valeu a pena... E esse é apenas o primeiro dia, há! - disse rindo e deu um tapa de brincadeira na garota rindo junto.
- Bom... Pelo menos essa aposta valeu a pena. Fiquei com Jack Barakat, fuck yeah! - quase gritou em comemoração e revirou os olhos - Awn, desculpa baby, pela sua péssima noite. Porém você conseguiu o telefone do - ela disse com a voz afetada fazendo a outra rir - Vamos lá, liga pra ele! Ele parece um cara legal - ela incentivou-a.
- Eu não sei... Eu mal o conheço!
- Ah, qual é. Não é como você fosse num encontro as cegas ou algo do gênero. Você já sabe o nome dele e onde ele ?parcialmente? mora - disse fazendo aspas - Então, o que vai ser? - disse sorrindo intencionalmente.
O celular de insistia em tocar, porém ele estava mais feliz em ver os seus amigos de longe jogarem cricket. Resolveu se levantar e jogar um pouco, se livrar um pouco de tudo.
- Ele não atende - disse desistindo.
- Não desista mulher - disse sacundindo-a pelos ombros - O que acha de... sei lá, passear um pouco? - ela sorriu. concordou - Ok então, preciso de uma roupa de gente normal - ela falou já começando seu ataque de moda, fazendo rir e se levantar também.
- É sério , você não sabe como é bom ter você aqui com a gente novamente - disse se sentando e entregando a garrafa ao garoto. - Sentimos a sua falta. - ele deu um soco no ombro de , rindo.
- Me declaro de férias aos 22 anos. Sabe? Essa vida tem exigido muito de mim. - ele deu um gole na água - fazia tempo que eu não corria assim.
- Eu melhorei com o tempo, querido, agora você vai ter que correr pra me acompanhar - disse rindo. foi amarrar os sapatos e o outro garoto se deparou com duas novas meninas no parque. - Quem são?
- É sério , você precisava dessa produção toda para vir a um parque? - disse colocando as mãos nos bolsos.
- Ai, ai, querida - disse suspirando - Nunca se sabe quando irá encontrar alguém, não? Você precisa estar deslumbrante a todo momento, não importa aonde vá - sorriu em direção a garota - Falando em deslumbrante, quem é aquele ali? - Ela abaixou os óculos levemente. revirou os olhos e olhou na direção, quase engasgou, puxando de volta que quase caiu.
- Olha disfarçadamente para o garoto ao lado de boné.
- O que está vestido como band aid suado? - revirou os olhos e abriu a boca em surpresa - Não me diga que aquele é o... Oh meu Deus, aquele é o ? - concordou e abriu um sorriso malicioso - Olha só a ideia que eu tive! Você fica com o enquanto eu converso com aquele loirinho, não? Ótima, eu sei, vamos! - puxou a garota antes que percebesse.
olhou a garota vindo em sua direção. Droga, só porque havia acabado de conseguir se controlar. Respirou fundo e tentou dizer algo a , porém não conseguiu.
- Hey guys! - começou enrolando uma mecha loira de seu cabelo - ! Hey, então foi você que salvou nossa bebê aqui de estupro, né? Prazer em conhecê-lo - ela estendeu a mão e , ainda perdido no pensamento, apertou a dela confuso - Então... - ela disse andando pro lado - Você é...?
- ... - ele disse sorrindo de lado e levantando - E você?
- ... St Collins - ela disse sorrindo sem deixar transparecer a surpresa de ele não saber quem é ela. revirou os olhos e se sentou ao lado de .
- Isso não vai dar certo - ela disse e reparou que estava estranho - Hey, tudo bem? - ele a olhou nos olhos, respirou fundo e tentou sorrir.
- Claro, é só... O calor. - tentou aliviar a tensão soltando uma falsa risada nasal - Ih, olha eles dois... Você acha que é quanto tempo até eles darem a desculpa do sorvete?
- Desculpa do sorvete?
- É... Você nunca ouviu falar? Eu vou buscar um sorvete pra mim e pro fulano, vocês querem? - disse com uma voz afetada, fazendo rir alto e sorrir.
- Pessoal, eu vou com o erm, comprar cachorro quente - e prenderam o riso.
- Você odeia cachorro quente, - disse arqueando uma sobrancelha.
- Hm, to afim de experimentar, algo contra? - sorriu irônica e se virou sendo acompanhada de . Os dois riram e se olharam. olhou pra frente.
- Merda - olhou para frente e entendeu. Paparazzi.
- Vem comigo - ele puxou a garota e saíram andando. Foram rapidamente seguidos, porém puxou mais rápido e entraram numa cabine. - Eu descobri esse lugar há um ano, me segue. - eles abriram uma outra porta aonde dava uma enorme sala - Você tem ideia de que lugar é esse?
- Não - ela disse.
- Isso aqui é simplesmente o palácio imperial reserva da tia Beth - ele riu pelo apelido e deixou a sua boca cair.
- Você tá maluco? Podemos ser presos aqui, mortos, além dela acabar com a minha banda - revirou os olhos e sem que percebesse segurou pela mão e a puxou entrando no corredor.
- Aos domingos geralmente não tem ninguém.
- É bom que não tenha - a garota disse aterrorizada interrompendo .
- Dá pra manter a calma? Eles são tão burros que nem câmera mantêm ligada, está vendo? - ele apontou para a câmera desligada a sua frente - Vem, você precisa ver algo que eu achei - ele saiu correndo com a garota em seu encalço. Abriu a porta de um quarto não tão organizado.
- Que lugar é esse? Aposentos da rainha pós rave? - disse se encostando em alguma coisa. correu e tirou um quadro revelando um cofre - , você tá maluco? - ele sorriu sapeca abrindo o cofre repleto de revistas - Você sabe o que é isso aqui?
- Sei... Revistas e dai?
- Não são revistas qualquer - ele pegou uma e amostrou para a garota que abriu a boca assustada.
- Oh meu Deus, que povo pervertido, e depois querem tirar Skins do ar, que baixaria é essa?
- Bom... Eu creio que é do William na época da rebeldia. Ai se a esposa dele visse isso - disse rindo acompanhado dela. Escutaram alguns passos do corredor, se entreolharam e correram para debaixo da cama. A pessoa entrou no quarto fazendo apertar a mão de com medo, que recebeu um outro aperto de volta de apoio. O segurança xingou algo e guardou as revistas, a menina sem querer estalou um dedo em nervosismo. Fechou os olhos com medo e se virou ficando muito próxima de . O segurança escutou e procurou alguém no armário. Fungou porcamente e resmungando algo incompreensível. continuava de olhos fechados virada para que apertou-a contra o corpo já que o segurança estava perto demais. viu os calcanhares do homem virando e indo embora. Ele soltou a respiração e reparou que a garota continuava na mesma posição. Ele deu uma risada nasal.
- Ele já foi - sussurrou - pode abrir os olhos. - ela abriu lentamente e olhou para os lados e depois olhou para fazendo-o rir.
- Deu sorte dessa vez.
- Tá comigo, tá com Deus - ele disse rindo e ela revirou os olhos. Repararam o quão estavam distantes. por um momento esqueceu o quão era obcecado por aquele dia e por outro momento se lembrou de que ela era muito mais do que uma baixista da banda mais famosa do Reino Unido, e a menina mais simples que conhecera. Nem percebeu quando ela havia praticamente pulado em cima dele dando-o um beijo leve e pequeno. Ela comprimiu os lábios envergonhada e saiu de debaixo da cama.
fechou a porta ainda absorto de seus pensamentos e olhou para a parede ainda repleta de posters, ficou encarando-a por um bom tempo até bufar alto e se mover. Pegou o telefone e ligou para um número já conhecido. Enquanto falava ia arrancando cada poster com raiva. Um por um. As vezes a atendente do outro lado da linha perguntava se estava tudo bem, porém ele só dizia que estava com um pouco de falta de ar, o que ele realmente sentia dentro daquele quarto. Desligou o telefone e se ajoelhou no quarto tremendo de raiva. Pegou o monte de papéis rasgados arrancados da parede e jogou dentro do quarto de fotografias e trancando-o. Ouviu a campainha tocar e tentou se recompor, arrumando o cabelo e tentando controlar a respiração. Limpou a garganta e abriu a porta dando de cara com , olhou desesperado para dentro de casa e fechando a porta atrás de si.
- Hey, o que houve? - disse preocupado.
- Hm, você esqueceu seu celular no parque. mandou entregar - ela sorriu dando o celular para o garoto, que automaticamente pegou checando se ela não havia tocado em nada - Não se preocupe, eu não mexi nele. - ele sorriu aliviado - Então... O que anda fazendo?
- Hum, só ajeitando umas coisas. Eu vou pra Flórida por uns tempos. Visitar a minha irmã. - continuou sorrindo - E você?
- Bom, eu vou começar os ensaios para a minha turnê. Espero que você vá em algum show - ela sorriu. "Em outra situação eu iria em todos" ele pensou em dizer, mas se contentou com um "com certeza". Ela comprimiu os lábios sem graça e ele entendeu.
- Ahn, espere aqui num instante que eu vou tirar a estante daqui da porta pra você poder passar - sorriu falso e fechou a porta checando tudo. Ajeitou a cama e colocou o telefone no lugar e abriu a porta com o mesmo sorriso - Pode entrar.
- Nossa, olhando acordada o seu quarto é realmente bonito - ela disse rindo e se sentou na cama.
- Erm, quer alguma coisa? O estoque está cheio. - falou rindo e ela sorriu negando - Então... Sobre o que quer conversar? - fez uma cara fofa, segundo , que não se aguentou e foi para cima do garoto tascando um belo beijo na boca que o fez cambalear para trás, mas que logo se recuperou. começou a puxá-lo pelo cabelo e arrastando-o até a cama tirando os sapatos e o casaco. O resto ficara na memória dos dois.
acordou ainda enroscada no lençol, virou para o lado e encontrou dormindo tranquilamente, sorriu e se levantou de lingerie, pegando o seu celular caso tocasse. Reparou que havia uma porta, como se ela fosse secreta, arqueou uma sobrancelha e viu que estava aberta. Entrou de fininho se dando conta de um monte de papéis rasgado, desviou-se deles e reparou que era um estúdio de revelação de fotos. Sorriu com algumas fotos tiradas em parques, família e etc. Seu sorriso se acabou quando viu outros tipos de fotos. Do dia em que se conheceram, na sua cama, de lingerie, em shows. Apenas dela. Olhou para a montanha de papel e arregalou os olhos assustada com a quantidade de posters da parede com a cortina, ela pensou. Levou as mãos a boca para reprimir um grito, porém não poderia levantar suspeitas. Respirou fundo e pegou o celular começando a digitar com um pouco de dificuldade por conta da sua tremedeira.
- 190. Qual é a sua emergência? - a mulher do outro lado da linha disse.
- Tem um psicopata meu no Strand Hotel. - ela tentou dizer baixo.
abriu os olhos e estranhou por não estar ao seu lado. Olhou em volta e percebeu que a garota estava em pé ao lado da estante vestida. Ele sorriu verdadeiramente e ela se sentou ao seu lado começando a acariciar seu cabelo. Ele se sentou na cama e começou a falar.
- Vai ficar tudo bem - ela começou e arqueou a sobrancelha - Eu já liguei pra emergência, você vai ficar bem agora. Eu só não sei por que eu, , eu achei que havia algo verdadeiro entre nós. - ele começou a se levantar, desconfiado.
- E-E tem, , o que houve? - ele disse e olhou para a porta fechada e finalmente entendeu, obtendo uma feição desesperada - Wow, wow, wow, não é nada disso. eu posso explicar.
- Não tem o que explicar , eu entendo. Já deveria saber, sempre me avisa.
- Não, perai, é realmente outra coisa e...
- Não dá mais ... Sinto muito. - ela mal disse isso e a porta foi arrombada por homens de banco e com uma maca. O garoto começou a se desesperar - Eles vão cuidar de você , eu vou pagar e você ficara pelo tempo necessário lá - ele foi segurado pelos dois médicos.
- ME ESCUTA, EU SUPEREI ISSO. EU TE SUPEREI, ESTOU COMEÇANDO A TER UMA VIDA NORMAL E... - sentiu uma pontada na coluna e sua visão começou a ficar turva - Não me deixe. - ele disse baixinho e a última coisa que ele vira foi uma controlando o seu choro.
foi jogado numa cela onde acordou com a sua visão embaçada. Uma enfermeira ou psicóloga, não dava para ver direito, entrara na cela. Ela se ajoelhou ao seu lado com um sorriso confortante no rosto e começou a falar.
- Bom dia Sr . Meu nome é Courtney Síbila, sou sua orientadora ou psicóloga, como você preferir. - Ele se sentou ainda atordoado e Courtney se sentou numa poltrona que havia ali. - Então... Stalker? Isso é muito comum por aqui - ela disse divertida e colocou as mãos na cabeça - Eu sei, é difícil aceitar e ouvir isso, mas aqui no Bethlem Royal Hospital nós vamos ajudá-lo em todas as maneiras.
- Eu não sou um psicopata. Ou pelo menos não sou mais - ele disse convicto - Aqueles posters que ela achou e as fotos, eu ia queimar tudo, eu superei isso. - a médica sorriu sem acreditar em nenhuma palavra.
- Nós estamos aqui, . Iremos te apoiar no que for necessário. - e sentiu a sua única esperança de vida com ir embora.
UM ANO DEPOIS
Ela se sentou na cadeira daquele lugar frio. Apesar de doer vê-lo ali, ele precisava, ele tentou dizer o quão arrependido se sentia e que havia aprendido a se controlar desde que estivesse com ela, apesar da garota não querer escutar uma palavra saindo da boca dele.
Ela mexeu nos dedos em forma de nervosismo quando escutou um barulho da tranca da porta. Dois seguranças duas vezes maiores que a garota o carregavam tranquilamente com duas algemas, vestindo uma camisa branca e uma calça simples preta. Ele se recusava a olhar quem era a visita. Colocara-o sentado quando a garota resolveu por fim falar.
- Olá - disse com a voz rouca e ela sentiu os olhos deles desligarem o resto do pouco brilho que ainda restavam.
Os cabelos dela ainda continuavam exatamente como ele imaginara. Ruivos com as pontas mescladas em loiro jogados para o lado. Ele engoliu seco e ela tentou sorrir.
- Soube que você vai ser liberado em uma semana - tentou dizer com animação. O cabelo dele crescera um pouco, batendo um pouco a mais que abaixo dos olhos, com um aspecto sujo.
- O que faz aqui? Você não apareceu durante um ano para me escutar. - ele disse baixo com um tom de raiva.
- Eu estava em turnê, lançamento de novo cd... Só agora que estou de volta.
- Pra quê? Sentir pena de mim e contar a sua história comovente de um psicopata atrás de você? Então entre na fila.
- Não é isso e você sabe. - ela falou séria - , eu acredito que você tenha mudado naquela época, porém foi apenas um dia. Quem sabe quando você poderia ter uma recaída e ter feito algo seriamente ruim comigo?
- Eu nunca te machucaria - ele disse baixo.
- Bom, nunca se sabe. Por isso que eu te trouxe pra cá. Acha que não doeu em mim também? Que a cada noite quando eu olhava para o teto antes de dormir eu não pensava em você? Ou controlava minha vontade de pegar o primeiro voo e vir pra cá dizendo que foi um mal entendido? Você está muito errado. - ele continuou calado e ela respirou fundo - Eu não peço para você me perdoar, porque até eu mesma não me perdoo.
- ...
- Me deixe continuar! - ela finalmente olhou nos olhos dele - Eu só espero que você entenda um dia por que eu fiz isso. Nunca quis o seu mal. - ela se levantou pegando sua bolsa e indo embora. respirou fundo e viu a porta sendo aberta pelo segurança e carregando-o de volta para a cela.
- Foi muito bom ter você aqui, - Courtney disse - Alguém irá te levar?
- Sim, meu amigo . Lembra dele?
- Oh sim, lembro. Boa sorte - ela afagou o braço dele e saiu da cela. terminou de abotoar a camisa pegando sua mochila, quando o guarda abriu a cela e ele saiu.
- Então , quem era a garota naquele dia com você? - Robert, um tarado vizinho de sua cela disse. revirou os olhos e foi ao encontro de , quando o viu com um sorriso estampado no rosto.
- Olha o que temos aqui Sr , liberdade. - os portões foram abertos na hora em que dissera aquilo e eles dois saíram daquele hospital. respirou fundo e entrou no carro.
- Nossa, uma foto com a ? Não me diga que...
- É, finalmente colocamos nossas éguas nos lugares. Estamos juntos, queria te contar apenas quando saísse daqui.
- Eu sabia! Tinha alguma coisa estranha no seu sorriso, não sei o que era. Ah! Amor. - começou a rir.
- Soube que a veio te visitar esses dias... Quando mal acabou de voltar ela simplesmente trocou de roupa e veio para cá. Literalmente, acredite, eu estava lá. - disse com um tom divertido na última parte, mas logo se recompôs ao ver a mesma expressão séria de - Vocês deviam conversar.
- Mas nós já...
- De verdade. E não num hospital psiquiátrico. - rolou os olhos e estacionando em frente a sua casa - Você vai morar comigo por enquanto. Bem vindo - abriu a porta do carro e continuou lá - ? - perguntou pela janela.
- Posso usar o seu carro? - ele disse olhando para o garoto. estranhou, porém apenas concordou - Eu volto já. - ligou o carro e começou a dirigir, parando em frente de uma casa da qual ele visitava bastante. Tocou a campainha três vezes rapidamente, quando uma senhora atendeu usando uma roupa totalmente branca. Tremeu um pouco, havia tomado trauma de branco.
- Erm, eu sou e...
- ? - quando descia as escadas distraidamente no twitter pelo celular tratou de logo de falar - O que você está fazendo aqui? - pediu para que a empregada se retirasse - C-como soube que eu estava aqui na casa da ?
- Arrisquei. - ele disse simplesmente - Podemos conversar?
- Ahn, claro - ela deu espaço para que pudesse passar - Algum problema?
- Sim, aliás, vários. - respirou fundo e começou a falar - Eu tinha 19 anos quando você ?apareceu? com a sua banda. De inicio, eu não gostava, mas o me mandou ir a um show de vocês e tentar gostar. Eu fui, me apaixonei por você. Não sei como, foi de repente, você se tornou a mulher que eu sempre quis. Passei a pesquisar mais sobre você e não consegui parar. Eu precisava me contentar com pelo menos uma foto ao seu lado. - deu uma pausa para respirar - Só que isso foi ficando mais doentio e eu não consegui controlar - abaixou a cabeça antes de continuar - foi quando você apareceu e eu percebi que eu não precisava de todas aquelas fotos, perseguições, pra ter você comigo, apenas... Ser eu. - fungou ao continuar - Eu entendo se você não querer mais olhar na minha cara, até porque eu mesmo não olharia. Mas eu tenho que viver com isso pelo resto da minha vida, eu querendo ou não. - sentiu duas mãos puxarem seu rosto um pouco para cima para se encontrar com os olhos castanhos de .
- Não se preocupe. Eu não te culpo. Isso sempre acontece. - ela sorriu de leve - Olha, podemos tentar de novo sem essa coisa toda e...
- Eu sinto muito . - ele tirou as mãos do rosto dele - Eu acabei de pegar a minha passagem para a Flórida. Vou ficar um pouco com a minha família. - ela adquiriu uma expressão surpresa e ao mesmo tempo triste - Eu vim só para me explicar e me despedir. - ele pegara as chaves do seu bolso - Entregue isso para o , é o carro dele.
- Perai, você acabou de sair do hospital, como é que você vai viajar sem dinheiro?
- Meus pais transferiram para a minha conta. Eu pego lá do caixa eletrônico do aeroporto. - ele sorriu - Você vai viver muito bem sem mim. - e deu um beijo longo na testa da garota que fechou os olhos deixando algumas pequenas lágrimas caírem. - Quem sabe quando eu voltar podemos continuar de onde paramos, não? - disse com um grande sorriso e soltando as mãos da garota das suas se virando e indo embora.
Agora...
- E ele volta? DIZ QUE ELE VOLTA TIA! - A pequena Mollie falava animada.
- Sim, ele volta - a mulher com os seus 40 anos bem vividos se ajeitava na grande poltrona - Mas a outra jovem já tinha se conformado com alguém que a fazia feliz.
- Mas o é diferente, ele é mais... Ele sim a faz especial, eles foram feitos um para o outro - Uma outra criança dizia e a mulher ria.
- Senhora Odom? Já está na hora. - um jovem enfermeiro dizia e ela sorriu.
- Crianças já é hora de eu ir - ouviu um coro de ?aaah? - Semana que vem eu volto para contar uma outra historia - ela sorriu junto com as crianças e se levantou indo embora.
Abriu a porta do carro, correndo por causa da forte chuva que caia e fechou a porta, tirando o capuz de sua cabeça e sorrindo para o homem ao lado.
- Então? Contou a história?
- Sim, mas não todos os detalhes - ela deu um beijo no homem.
- , precisamos resolver a nossa questão e... - ela tampou com dois dedos os lábios de .
- Shh... Eu já disse que preciso apenas de tempo. Senão vai começar a tirar hipóteses loucas. - segurou o rosto dele - , eu prometo que vamos ficar juntos. Nem que tenhamos que fugir - ela sorriu do mesmo jeito que ele adorava e voltou a dirigir.
Chegaram na porta da grande mansão, onde um outro homem com terno e gel nos cabelos a aguardava. Se despediu de com um aceno com a cabeça e saiu do carro, indo para os braços do homem que a beijou com ternura. Ela mantinha os olhos abertos e olhava fixamente para o amante no carro, que sorriu e fez um sinal com o relógio marcando a hora em que iam se encontrar. Ela piscou captando a ideia e se soltando do beijo do marido. Sorriu falsa e entraram na casa... Como em qualquer outro dia comum.