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#014 Temporada

Meu Talismã
Iza



Destiny

Escrita por Jubs | Revisada por Songfics

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  Vocês acreditam em alma gêmea? Destino? Que as pessoas são destinadas a ficarem juntas? Se você ficou com uma pessoa por anos, mas acabou… Você acha que podem voltar? Porque é destino, sei lá.
  Eu sou a , tenho 22 anos e faço faculdade de Artes Cênicas. Desde os 6 anos, eu tenho o mesmo vizinho, . Quando fizemos 14 anos, nós ficamos pela primeira vez, mas era difícil gostar de , ele era o mais popular da escola e eu odiava holofotes, então brigávamos muito; com 16 anos, decidimos namorar de verdade, éramos novos, mas deu certo por algum tempo.
  Tínhamos muitas brigas por conta de ciúme e outras coisas; quando fizemos 19, decidimos terminar. Eu disse que precisava conhecer novas pessoas e ele concordou, então ele se mudou, ia fazer faculdade no centro da cidade e decidiu morar mais perto, eu também me mudei, mas minha faculdade ficava completamente na direção oposta da dele. No começo, quando ele se mudou, nós conversávamos bastante, mas esse contato ficou cada vez menor, faz 1 ano e meio que não nos falamos direito, apesar de nos vermos nas férias quando voltamos para a casa que morávamos. Nós crescemos e mudamos, apesar de eu ainda ser apaixonada por ele desde meus dez anos.
  Minha mãe vive falando que é nosso destino ficar junto, eu já desisti mesmo, hoje estou indo pra minha casa, já que é final do ano. Temos nossas férias de natal e ano novo, eu finalmente tinha passado em todas as matérias e estava indo para meu último ano de faculdade. Fui dirigindo pra minha casa e logo eu estava estacionando e saindo do carro, quando vi que alguém estacionou logo atrás de mim, mais precisamente na casa ao lado.
  . Era ele descendo do carro, estava ainda mais lindo, seu cabelo um pouco maior e ele parecia mais bronzeado, fazia um ano que eu não o via, já que nas férias de julho, eu não consegui voltar pra casa. Fiquei olhando-o por alguns minutos, até ele perceber que eu estava ali. Ele levantou a mão como um aceno e eu agarrei minha mala de rodinhas, indo direto pra dentro de casa.
  Cumprimentei todos em casa e subi rapidamente pro meu quarto, tomei um banho e desci, já que estava próximo do horário de almoço, quando eu cheguei na sala, os pais de e ele estavam lá, congelei no pé da escada e comecei a subir de volta, quando minha mãe percebeu minha presença.
  — , vem cá – ela sorriu e me puxou pela mão.
  Eu cumprimentei meus ex sogros e me puxou para um abraço apertado, o que estranhei, mas deixei passar. Nós almoçamos todos juntos e eu só respondia o essencial, até que entraram em um assunto: namoro.
  Nesse momento eu perdi o apetite, mas continuei na mesa para evitar constrangimento, continuei tomando meu suco, até que decidiu responder:
  — Eu estava ficando com alguém, mas no momento quero focar na faculdade – o suco pareceu queimar minha garganta, só de pensar em com alguém, me dava calafrios.
  Quando ele me olhou, eu já estava me levantando, joguei o guardanapo na mesa e corri para as escadas, só ouvi me chamando, mas eu entrei no quarto e fechei a porta antes que ele chegasse.
  — , por favor, vamos conversar – ele bateu à porta e tentou abrir, eu estava na varanda, fumando um cigarro – nós precisamos dessa conversa, faz um ano que não nos vemos.
  — Não precisamos de nada – chego mais próxima da porta – por favor, vá embora.
  — Eu não preciso que você atue aqui, não é porque faz Artes Cênicas, que vou aceitar isso – ele fala bravo.
  — Então eu vou atuar mais uma vez, – como ele ousa? - mas quando eu abrir essa porta e te empurrar pra fora da minha casa, não vai ser atuação, então vai embora.
  Ele suspira derrotado e eu ouço-o descer as escadas, termino meu cigarro e decido ficar o resto do dia na cama assistindo filmes, quando pego no sono.

  Eu estou andando pela praia, meu vestido é branco e esvoaçante, meu cabelo está voando com o forte vento que vem do mar, estou andando sem rumo, até que sinto mãos me segurando, tento me soltar, mas não consigo, as mãos começam a me soltar e eu começo a correr, vejo que algumas coisas ainda tentam me segurar, mas eu desvio de todas, até que vejo correndo em minha direção, ele está com uma bermuda e camiseta, todas as peças brancas, ele me pega pelos braços e nós dois estamos sorrindo.
  — Você é meu talismã

  Acordo e estou suando, minha respiração está descompassada e eu preciso prender meu cabelo e ir direto para um banho gelado, meu corpo parece estar em brasa.

  NOITE DE NATAL.
  Depois daquela noite, ainda tive o mesmo sonho dias seguidos, hoje é véspera de natal e eu acabei de receber a notícia que vamos passar o natal na casa de , eu coloquei um vestido vermelho e um salto alto preto, deixei meu cabelo solto mesmo e não fiz nenhuma maquiagem, fui para casa dele já tomando um vinho no gargalo, mesmo minha mãe dizendo que aquilo era deselegante. Metade da minha família vinha para o natal, já que a outra metade estava passando sei lá aonde, tinha muita gente na casa ao lado, juntando minha família e a família de , já que todos se conheciam desde sempre e faz 16 anos que eu e somos vizinhos, óbvio que nossos pais seriam melhores amigos.
  Todos esperavam dar meia-noite para podermos comer e enquanto isso eu me entupia de vinho enquanto conversava com a avó de , que insistia que eu ainda namorava o neto dela e que formávamos um casal lindo; eu já tinha desistido de conversar com as tias, já que não aguentava mais a pergunta “mas por que vocês terminaram?”.
  Meia-noite e eu finalmente podia comer, comi rapidamente me desviando de qualquer pergunta constrangedora e decidi sair da mesa com uma garrafa de vinho na mão, subi até o segundo andar da casa, que tinha uma varanda enorme, que dava para o quintal, onde as pessoas ainda estavam por lá, comendo, bebendo e conversando. Sentei em uma das cadeiras, tirei meu sapato e continuei a tomar meu vinho enquanto via a vida perfeita das pessoas no instagram. Até que sinto a presença de alguém, levanto meu olhar e está sentado ao meu lado, reviro meus olhos e decido ignorá-lo.
  — Você sempre gostou daqui – ele comenta e eu tomo mais um gole do vinho – uma pergunta, . Você acredita em destino? Eu sempre acreditei que estou destinado a alguém, que tem uma pessoa exatamente certa pra mim.
  — Não – respondo – não acredito em destino, alma gêmea, ou o que seja. Não tem pessoa certa, só tem alguém que vai te fazer feliz, vai te trazer sorte e que você vai querer todos os dias, mas só. Não é destino, são coincidências.
  — Eu acho que nós somos destinados. Que você é minha alma gêmea.
  Gargalho e termino o conteúdo da garrafa.
  — Em suas palavras, eu atuo. Mas eu não atuei no nosso relacionamento e não atuei quando disse que te amava desde os meus dez anos. Eu parei de acreditar em destino, . - o olhei.
  — E por quê?
  — Almas gêmeas são destinadas a ficarem juntas, nós não somos isso. Pelo que vivemos, vemos que não somos assim, você se relacionou com outras e eu com outros.
  — Mas nós sempre voltamos um para o outro, entende? - ele tenta se aproximar, mas eu me afasto.
  — Isso são coincidências. - ameaço me levantar
  — Por que não acredita em destinos? - ele parece frustrado.
  — Isso não existe – me levanto e saio logo dali, decido voltar pra casa.

  ANO NOVO.
  Eu estou andando pela praia, meu vestido é branco e esvoaçante, meu cabelo está voando com o forte vento que vem do mar, estou andando sem rumo, até que sinto mãos me segurando, tento me soltar, mas não consigo, as mãos começam a me soltar e eu começo a correr, vejo que algumas coisas ainda tentam me segurar, mas eu desvio de todas, até que vejo correndo em minha direção, ele está com uma bermuda e camiseta, todas as peças brancas, ele me pega pelos braços e nós dois estamos sorrindo.
  — Você é meu talismã

  Tenho o mesmo sonho quando acordo dia 30 de dezembro. Hoje estamos indo viajar para o litoral para passarmos o ano novo na praia. também vai, toda sua família, o mesmo esquema do natal.
  Já no carro, meu pai vai dirigindo e eu vou atrás com minha irmã. Durmo o caminho inteiro, sou acordada quando minha mãe avisa que estamos chegando, ela faz todo o processo no hotel e me entrega a chave do quarto, que eu achei que dividiria com alguém, mas me surpreendo quando estou sozinha.
  Deixo minhas coisas no quarto e vou abrir a cortina, que dá para uma pequena varanda que tem uma linda vista para o mar, quando percebo que minha varanda é conjunta com o quarto ao lado, volto para dentro do quarto e acho um bilhete em cima da minha cama.
  Querida, o quarto ao lado é de , espero que vocês se resolvam. E não briguem, ok? Beijos, mamãe.
  Amasso o papel e jogo no lixo, fechando a porta e a cortina com certa raiva.

  DIA SEGUINTE
  Véspera de ano novo e eu estava na varanda, meu vestido estava em cima da cama e eu fiquei nervosa ao ver que o vestido que estava separado para eu usar essa noite, era o mesmo vestido do meu sonho. Minha mãe disse que tinha comprado em uma pequena loja ao lado do hotel, quando cheguei a ir na loja, a vendedora me disse que era o único.
  Fiquei na varanda desde então, estava tomando uma cerveja, faltava algumas horas para o Ano Novo, nós assistiríamos a queima de fogos do mezanino do hotel, que dava uma bela visão para a praia, reservado apenas para a nossa família.
  Comecei a cantarolar uma música, Meu Talismã, da Iza, que eu tinha escutado hoje de manhã na rádio.
  — Essa música é bonita – apareceu na varanda ao meu lado e eu me assustei – quando ela fala de sonhos… Eu tenho sonhado com você tem algum tempo.
  — O quê? - senti o ar fugir.
  Então ele falou o mesmo sonho que eu ando tendo, a mesma praia, ele sendo segurado e nos encontrando no final, com ele falando “meu talismã”. Eu olho um pouco para dentro do seu quarto, a roupa que ele vai usar essa noite está em cima da cama, a mesma do sonho.
  — Eu estou tendo o mesmo sonho que você, exatamente. - eu falo rápido – vou entrar – mas ele me segura.
  — E você ainda não acredita em nada disso? - nego com a cabeça – então não sei o que fazer, .
  Dou de ombros e entro no quarto, fechando a porta de vidro.

  NOITE DE ANO NOVO
  Coloquei meu vestido e me preparei para descer ao mezanino, entrei no elevador já bebendo champanhe, ao chegar ao mezanino, me instalei perto do parapeito e fiquei olhando a praia, muita gente por ali.
  Perto da 00h, eu, meu pai, minha mãe e minha irmã nos juntamos e esperamos, nos abraçamos assim que deu o horário, vi de longe erguer sua taça de champanhe em minha direção como um brinde à distância, eu ignorei e voltei para o parapeito para ver os fogos.
  Passei um tempo, até que percebi que estava sozinha no mezanino, estranhei, comecei a andar para um salão que tinha ao lado, a música Meu Talismã da Iza invadiu meus ouvidos e eu abracei meus braços. Na porta do salão tinha algumas rosas brancas, minhas favoritas.

Ei, ei, ei
Ei, você ainda não percebeu
Depois do que aconteceu
Só sobrou nós dois
Agora é só você e eu
Só viajar
Nem pega o passaporte e 'cê me leva pra qualquer lugar
Sem hora pra voltar

  A música estava mais alta e eu então entrei, tinha um caminho com rosas e velas, ao final estava ele: . Ele segurava um arranjo e abriu um sorriso assim que me viu. Eu caminhei até ele, ele entregou o arranjo e eu o segurei com força, algumas lágrimas insistiam em cair.

Nosso amor ninguém supera
E se eu contar dá uma novela
O que é nosso é luz e se cortarem a luz
A gente vai jantar a luz de velas
Você me traz sorte
É o meu talismã
Sonho com você
Quero ter você todas as manhãs

  — Você pode não acreditar em destino ou alma gêmea, mas eu acredito. E é por isso que eu insisto na gente, por isso que insisto em você, , sou completamente apaixonado por você desde criança, não é por acaso que nós sempre voltamos um para o outro. - ele então se ajoelhou. – Essa música fala absolutamente tudo que eu quero falar pra você todos esses anos e nunca consegui. Você é meu talismã, como falei em todos meus sonhos.

Você me traz sorte
É o meu talismã
Sonho com você
Quero ter você todas as manhãs
Ei, ei, ei
E quando os boleto vai ficando sem um puto
Mas se a gente tem amor a gente 'tá no lucro
Um pagodinho pra esquecer
Ouvindo SPC
Um funk eu e você
Um dog e dois suco

  — Quer casar comigo, ? - ele tirou uma caixa de veludo do bolso contendo um lindo anel.
  — Sim, meu talismã – então ele me abraçou e nos beijamos, ouvindo todos os aplausos da nossa família.
  Nunca acreditei em alma gêmea, mas tem gente que… nos dá sorte, né?

Você me traz sorte
É o meu talismã
Sonho com você
Quero ter você todas as manhãs

FIM