Days of Our Lifes
Escrito por Cáa Pardine | Revisado por Cáa
- , a gente nem precisa se preocupar com o presente da tia Lilian. - Ouvi falando pela milésima vez naquela manhã.
- Mas é claro que precisamos! Você comprou presente para todo mundo!
- E? - Ele falou emburrado e quase desisti de ir as compras em plena véspera de natal por causa de sua carinha fofa. Quase.
- Como assim 'e'? - Fingi estar brava. - Meu amor, precisamos comprar pelo menos uma lembrança para ela. Sua tia é sempre tão atenciosa.
- Por que minha noiva precisa ser tão educada, mesmo? - Ele continuou emburrado e apertei sua bochecha.
- Não é questão de educação. - Falei sem pensar e fiquei pensando. - Ok, é sim. Vamos logo para o shopping. Quanto mais cedo irmos, mais cedo saímos.
- O que eu não faço pela tia Lilian? - e suas ironias.
Véspera de Natal é um caos. Shopping normalmente é um caos. Tudo fica um caos no final de ano. DEUS DO CÉU! Por que o tem que esquecer tudo, mesmo? Bufei e me segurei mais ainda nele para não nos perdermos no meio da enchente de gente que vinha em nossa direção.
Avistei uma loja vazia e fui para lá sem pensar duas vezes.
- ? - Meu noivo sussurrou em meu ouvido e estremeci. Ele tinha o poder sobre mim, não era possível.
- Hm? - Resmunguei de volta.
- Por que a gente tá entrando em uma loja de camas e colchas? - Ele continuou sussurrando, mas dessa vez não estremeci tanto. Olhei ao redor e comecei a rir.
- Tava vendo que era bom demais pra ser verdade. - Vi a loja praticamente vazia. me olhou e começou a rir. Tivemos um ataque de riso no meio de uma loja vazia - a não ser pelos vendedores que nos olhavam estranho -, mas logo tentamos nos recompor. É claro que isso demorou mais uns cinco minutos.
- Em que posso ajudá-los? - Um vendedor com aparência cansada veio em nossa direção. Estava com um uniforme vermelho, uma touca de papai Noel e uma guirlanda verde enrolada no pulso. Por que os chefes desses pobres coitados dão esses uniformes? Tadinhos.
- Então. - começou, coçando sua nuca sem jeito. - Estou procurando algo para minha tia...
- Ah, o que acha de uma colcha bordada? - O atendente falou, fingindo animação.
- Claro, por que não? - Retruquei educada e ele abriu um pequeno sorriso. Senti apertar minha cintura e beijar demoradamente minha bochecha.
- Ok, eu volto logo com algumas opções. - O vendedor diminuiu o sorriso e se afastou de nós. Olhei confusa para .
- O que aconteceu? Perdi algo?
- O cara estava dando em cima de você, ! - Ele falou surpreso por não ter notado nada. Arregalei levemente meus olhos.
- Que mentira! - Dei a língua para ele e não demorou muito para nos beijarmos carinhosamente.
- Amo você. - Ele sussurrou contra meus lábios e sorriu.
- Amo também. - Aumentei meu sorriso e logo ouvimos alguém fingir uma tosse para atrair nossa atenção.
- Eu achei essas aqui. - O vendedor falou mostrando umas três colchas de diferentes modelos e tamanhos.
- Eu achei essa bonitinha. - Apontei para uma branca. Lilian era bem básica, acho que a colcha rosa e a verde não combinavam com ela.
- Levaremos essa, então. - falou e beijei seu maxilar.
- Certo. - O vendedor pronunciou desanimado. - Vou embrulhar para presente e chamo vocês quando fechar a conta.
- Ok! - e eu dissemos juntos e começamos a andar pela loja. Vimos uma cama de casal e ele olhou pervertidamente para mim.
- Sempre tive vontade de fazer em um lugar público. - Ele me abraçava por trás e sussurrava provocante em meu ouvido.
- Oh claro. Bem aqui. Agora. - Fingi que concordava e o virei para cama, empurrei-o e peguei uma almofada. Ele me olhava sedento e joguei a almofada em seu rosto.
- Ah, ! - Ele fez bico e joguei mais uma almofada nele.
- Guerra. - Sussurrei provocante e ele jogou as duas almofadas em mim. Começamos uma mini guerra de almofadas no meio da loja, mas nem nos importamos.
- HEY VOCÊS! - O mesmo vendedor que nos atendia gritou. - O que estão fazendo? - e eu nos olhamos e paramos no lugar.
- ! - Coloquei uma mão na cintura e fechei a cara. - Pode parar agora.
- Quem disse que fui eu quem começou, ? - Ele retrucou provocante e o olhei espantada.
- Bobo. - Resmunguei rindo enquanto ele me mandava beijos no ar e segui o vendedor para pagar a tal colcha.
- Espero que goste, tia. - falava calmo, me abraçando.
- Adorei, meu lindo. - Ela falou animada e nos cumprimentou.
- Que bom, comprou pensando na senhora. - Olhei para ele com olhar reprovador, mas sustentava um sorriso provocante em meus lábios.
- Claro! - Ele entrou no meu jogo. - É sua cara, tia. - Ele completou, voltando a olhar para ela.
- Não poderia ganhar nada melhor. - Ela falou sorrindo para nós dois. - E aí, o que fizeram hoje?
- Muita coisa, tia. Muita coisa. - falou e rimos de nossa piadinha particular.
FIM!