Daylight
Escrito por Ana Paula | Revisado por Amanda
- Obrigado New York! Boa noite! – era o fim de mais um show, o terceiro que fazíamos nos EUA. Saímos rumo aos nossos camarins.
- Ei, Liam, os caras estão querendo ir à uma boate, você tá dentro? – Era Niall, que pôs a cabeça porta adentro do meu camarim.
- É, acho que não dude, dispenso... – disse eu sorrindo de lado.
- Por que cara? É por causa de semana passada ainda?
- Não, estou cansado, mas é, também não estou a fim de ter que carregar o Harry e o Zayn bêbados, enquanto Louis corre em volta de mim e você monta de cavalinho em Paul, obrigado, mas eu dispenso!
- Ok, acho que entendi... Bom a gente vai direto, e o Paul vai com a gente, você fica bem sozinho?
- Fico sim, depois eu vou com o Joe ou o Andy, a banda vai também?
- Vai... Pensando bem, acho bom um dos outros seguranças ir com a gente – ele fez uma cara pensativa e eu cheguei a conclusão que talvez nem Paul, Andy e Joe juntos aguentariam os caras mais tarde.
- Leva todos Niall, só pede pro Paul deixar um carro pra mim, eu consigo voltar pro hotel...
- Tudo bem então, eu vou indo Liam, fica bem...
- Tchau Niall – gritei assim que ele saiu do camarim e ele gritou algo de volta que eu identifiquei ser um “desculpa por mais tarde”, e eu sabia exatamente o que isso significava: ligações deles bêbados, receber eles no hotel quase caindo e ter que ajudar a carregá-los pros quartos. Coisas cotidianas.
Troquei de roupa e segui rumo ao estacionamento reservado para nossos carros. Me deparei com Bob, o segurança do próprio estádio, e ele me levou até um carro preto, que identifiquei ser o que Harry tinha alugado assim que chegamos em NY, e me acomodei no banco do motorista.
Assim que passei pelo portão, uma quantidade absurda de fãs cercou o carro, e uma chuva de flashes começou. Dei um sorriso de lado e acenei para algumas meninas, e logo consegui sair dali.
Dirigi rumo ao hotel, e quando passava em frente ao Central Park, fui pego por uma tremenda vontade de visitá-lo. Já era tarde da noite, provavelmente o lugar estaria vazio e aquela poderia ser minha única noite sem os garotos e sem os seguranças.
Estacionei e pus um casaco do Harry que estava jogado no banco de trás, puxei o capus sobre a cabeça, fechei o carro e entrei no parque. Caia um neve fina, e o parque estaria inteiro branco se não fosse por uma distante menina de casaco vermelho. Ela se encontrava uns 10 metros a minha frente, sentada em um banco que ficava em baixo de um poste de luz. Ela lia algo e tinha um copo de Starbucks ao seu lado no banco. Cabelos negros e lisos na altura dos ombros. Bonita. E foi isso que me atraiu. Após meditar por alguns momentos, resolvi me aproximar dela.
Andei reto rumo onde ela estava e me posicionei na sua frente. Ela estava tão interessada no livro que não reparou na minha presença.
- Er... Oi! – eu disse e sorri, na tentativa de chamar sua atenção.
Ela se assustou e o livro caiu do seu colo, esbarrando no copo, que caiu no chão e derramou um líquido preto na neve branca, que identifiquei ser café, pelo cheiro.
- Puta que pariu! Você me assustou! – ela disse fechando os olhos e pousando a mão sobre o peito. – Oi... – nesse momento ela me encarou pela primeira vez, e eu fui surpreendido por belíssimos olhos verdes.
- Er, tipo, você não se assustou? Assim, você tá sozinha no Central Park, eu sou um completo estranho e são... – olhei no meu relógio de pulso e arregalei os olhos – quase duas da manhã!
- Sério, já é tão tarde assim? – ela disse normalmente, sem nem se assustar muito, e pegando o livro que ainda estava no chão. – eu estava sem sono e resolvi vir ler aqui, mas nem vi as horas passarem! – ela virou seu olhar para o livro, e o apalpou com a mão – Droga, ficou molhado, maldita neve!
- Foi mal por isso... – passei a mão na nuca, envergonhado.
- Não tem problema, sério! – ela voltou a olhar para mim – Mas então, qual o seu nome?
- Você é sempre tão simpática com estranhos? Eu posso ser um assassino, um estuprador, um louco! – ela riu do meu comentário, e que sorriso lindo!
- Sei lá, você não parece um louco, estuprador, assassino, e eu juro que te conheço de algum lugar... – ela enrugou a testa, como se tentasse se lembrar de onde me conhecia. Será que ela conhecia a banda? Ia agir feito louca? – Qual teu nome?
- Liam, e a senhorita assustada seria...? – resolvi confiar. Seus olhos se arregalaram e eu tive a certeza de que ela tinha me reconhecido.
- OMG! Você é aquele cantor... Daquela banda... Eu vou lembrar o nome, calma...! – ela se levantou e começou a mexer os braços rápido. Não pude segurar uma gargalhada.
- É, sou eu mesmo, Liam, da One Direction...
- Minha amiga ama vocês, sério!
- Obrigado... Eu acho. Você não gosta da gente?
- É, na verdade, eu nem os conheceria se não fosse por essa amiga minha. Só sei umas 4 ou 5 musicas...
-E qual sua preferida? – eu estava curioso, pois é.
- Acho que... I should’ve kissed you, ela é bem animada, e eu consigo imaginar algo engraçado quando escuto ela.
- Algo engraçado?
- É, não sei explicar, mas sempre que escuto penso em algo engraçado – ela tinha um sorriso infantil no rosto, que foi substituído por uma careta quando uma brisa gelada passou, fazendo flocos de neve grudarem no cabelo dela e ela abraçou o próprio corpo.
- Você está com frio? – que pergunta estúpida foi essa Liam? É claro que ela estava com frio!
- É, um pouco, meu café seria bem vindo agora... – e ela olhou para a mancha preta na neve.
- Ei, isso foi uma indireta? – perguntei levantando uma sobrancelha.
- Talvez... – ela disse e fez uma carinha inocente.
- Ok, então você aceita tomar um café comigo senhorita...
- Nossa! Eu nem te falei meu nome! É , e eu aceito sim!
- Ótimo, você está de carro?
- Na verdade não, vim a pé, moro aqui perto – ela disse já se levantando com o livro na mão.
- Meu carro está ali na frente, você conhece alguma cafeteria 24h?
- Aham, tem um Starbucks a umas duas quadras daqui, eu sempre vou lá. Topa?
- Por mim pode ser...
- Fomos até o carro, e assim que entramos um alivio inundou meu corpo, o carro estava aquecido, e pude ver o alivio estampado também no rosto dela. Dirigi até a tal Starbucks e estacionei bem em frente. Entramos e nos sentamos bem perto do balcão, já que o lugar estava vazio. Fizemos nossos pedidos e eu resolvi puxar assunto.
- Então... ...
- , por favor – ela disse sorrindo
- Ok, , quantos anos você tem?
- Você não tem assunto né?
- Nenhum! – admiti e rimos juntos.
- Bom, se você quer saber, eu acabei de fazer 22
- Me senti um bebê agora. – comentei
- Por quê? – ela perguntou confusa
- Tenho 19
- Me senti uma velha agora – ela disse, me imitando, e rimos juntos.
- Você é daqui mesmo? – queria saber mais sobre ela, e não podia deixar o silêncio dominar de novo.
- Yeep, nascida e criada em NY! E você é de...
- Wolverhampton, mas agora moro em Londres mesmo...
- Acho que se eu tivesse esse super sexy sotaque britânico eu não calava a boca...
- Então eu sou super sexy?
- Não foi isso que eu disse... – ela tentou corrigir, corando de leve.
- Então eu não sou sexy?
- É... Quer dizer, não... Quer dizer, sim... Eu digo... PORRA! Tu me deixou confusa! – ela disse, agora completamente corada
Nossos pedidos chegaram e então passamos a nos preocupar com as bebidas. Meu celular então toca.
Telefone on
- Alô?
- Liam! Oi meu amor, onde você tá? – Era Harry, com a voz embargada.
- Harry, você ta bêbado?
- Nããããão, eu to beeeeeeem...
- Aham, tá... Onde vocês tão?
- No hotel... – ele me respondeu e eu pude ouvir Paul murmurar algo no fundo.
- Mas já? Resolveram parar cedo hoje?
- Você que resolveu prolongar a noite! Tá onde?
- Numa Starbucks, perto do central park.
- Starbucks, no central park – ouvi ele cochichar para alguém – O Paul tá perguntando se você tá acompanhado.
- To sim... MAS NÃO DO JEITO QUE VOCÊ PENSA! – disse um pouco tarde demais.
- É mulher?
- Aham...
- LIAM GARANHÃO! – ele deu um berro super alto que até Mel ouviu e deu uma risadinha. Senti minhas bochechas queimarem.
- Porra Harry, ela ouviu...
- Passa o celular pra ela!
- Eu não sou louco de fazer isso!
- Ah cara... Ok, eu vo dormi... Volta logo, já é 3h30min
- Três e meia? – assim que falei isso, arregalou os olhos e mexeu no celular, checando as horas, se virou para mim de novo, e percebi que ela queria ir embora. – vou desligar Hazza.
Telefone off
Nem esperei ele responder e desliguei.
- Liam, eu preciso ir... -ela disse e eu juro que percebi tristeza na sua voz.
- Eu entendo... Você trabalha amanhã?
- É, sou jornalista, tenho que acordar às 9...
- Nossa, foi mal, vem, eu pago e depois te levo em casa, pode ser?
- Hm, um cavalheiro? Eu aceito a carona, mas pode deixar que eu pago meu café.
- De jeito nenhum! Eu sempre pago a conta no primeiro encontro. – eu só percebi o que disse quando ela abriu um sorriso e corou.
- Então isso é um encontro?
- Ér... Se você... Ah, é, é um encontro! – disse de uma vez.
- Legal – ela sorriu e encarou o chão.
Me levantei e fui até o balcão, paguei a conta e voltei para encontrá-la na mesa, ainda sorrindo. Sorri com essa visão.
- Ei , vamos? – eu disse enquanto colocava a mão no ombro dela, e ela se virou pra mim.
- Como? – ela perguntou confusa
- Vamos?
- Ah sim, claro!
Ela se levantou, pegando seu celular, chaves e o livro, enfiando os dois primeiros no bolso do casaco e segurando o livro com a mão direita. Assim que começamos a andar rumo a porta, lado a lado, me permiti ter um momento de loucura e entrelacei meus dedos aos dela. Ela olhou para nossas mãos, sorriu e me encarou. Caminhamos assim até o carro, eu abri a porta para ela e dei a volta para entrar no banco do motorista. Assim que o carro começou a se movimentar, ela puxou assunto.
- Liam... – ela parecia receosa de falar comigo.
- Oi ?
- Você vai ficar aqui em NY até quando?
- Só 3 dias... – disse, já entendendo onde ela queria chegar. Droga, ela me parece uma menina tão legal, tão linda, e eu queria muito conhecê-la melhor, mas logo estaríamos separados por um oceano.
- Ah... – ela murmurou e voltou a encarar a janela.
Parei em frente à uma casa de dois andares que ela indicou.
- Obrigada pela carona e pelo café Liam, foi uma ótima noite. – ela disse sorrindo.
- Não foi nada , foi um prazer te conhecer.
Ela sorriu mais uma vez, mas não era dos sorrisos mais alegres, e desceu do carro, batendo a porta atrás de si. A acompanhei com os olhos enquanto ela subia os dois degraus de frente a casa e destrancava a porta. Ela parou de repente e se virou para o carro, vindo na minha direção. Ela abriu novamente a porta e eu a encarei com curiosidade.
- Eu esqueci uma coisa.
- O quê? – perguntei passando os olhos pelo banco do passageiro para ver se encontrava algo.
- Isso... – ela então se inclinou para dentro do carro e me beijou, simples assim.
É óbvio que eu correspondi, e tomei a liberdade de puxá-la como podia pela cintura para fazê-la entrar no carro enquanto nossas bocas se mexiam lentamente e nossas línguas travavam uma luta, me fazendo aproveitar cada segundo daquele beijo.
- Você quer entrar? – ela perguntou interrompendo o beijo que começava a ficar mais urgente e eu só concordei com a cabeça.
Ela desceu do carro e foi rumo a porta enquanto eu travava o carro e mandava uma mensagem para Louis avisando que dormiria fora.
Me dirigi até a porta aberta, e entrei na casa, me deparando com um corredor e uma escada à direita. Ela trancou a porta e se virou para mim, posando as mãos em minha nuca.
- Tem certeza? Eu só vou ficar mais três dias... – disse, mesmo não devendo, antes de beijá-la.
- Então vamos fazer eles valerem pelo resto de nossas vidas.
Passei então as mãos pela cintura dela e a beijei, dessa vez com mais intensidade. Nunca fui o tipo de cara que dormia com a menina assim que a conhecia, isso era coisa dos outros garotos, mas era diferente, especial, ela tinha um jeito todo dela, não sei nem explicar, mas cada movimento que ela fazia a tornava mais sexy.
Subimos as escadas sem nos separar e ela me puxou até um quarto no andar de cima. Ela fechou a porta e eu a pressionei contra a parede. Ela puxou de leve meus cabelos e eu tomei isso como um sinal, e comecei a levantar a blusa dela. O clima foi esquentando cada vez mais e logo os beijos começaram a rolar na cama. Fui descendo os beijos pelo pescoço dela, e logo... Bom... Porra, o Harry narraria isso, mas eu sou o Liam, não me julguem.
Acordei na manhã seguinte sentindo os raios de sol esquentando meu rosto. Estava sozinho na cama. Pude então reparar no quarto. Tinha uma janela bem grande em uma parede, e as outras eram enfeitadas com quadros e fotografias. A cama de casal ficava em frente a porta, e ao lado tinha outra porta, que imaginei ser um banheiro.
Me levantei e vesti só minha calça jeans, já que não consegui encontrar minha camiseta. Saí do quarto e ouvi um barulho no andar de baixo. Desci as escadas e descobri uma cozinha no andar de baixo, onde me deparei com uma linda mulher, de calcinha preta e minha camiseta vermelha, os cabelos adoravelmente bagunçados, tentando equilibrar milhares de coisas em uma bandeja.
- Você precisa de ajuda ? – perguntei.
Ela se assustou, derramando um pouco de suco no chão e pôs a bandeja em cima da mesa.
- Você me assustou Liam!
- Estou ficando acostumado a te assustar... – comentei e ela deu uma gargalhada.
- Bom, eu ia te levar café na cama, mas já que você está aqui...
- Não tem problema, vem, senta, onde tem um pano pra eu limpar o suco que caiu?
- Deixa isso aí, depois do trabalho eu limpo, relaxa...
- Ok então... – ela se sentou e eu me acomodei ao lado dela. – Que horas são abelhinha?
- 8 horas... Hm, abelhinha? – ela perguntou enfiando uma torrada na boca.
- É, você parece uma abelhinha, sei lá, gostou do apelido?
- Amei! – ela abriu um sorriso lindo.
- Então, você tem trabalho né? – ela balançou a cabeça positivamente e eu continuei – Mas eu vou te ver de novo né?
- É claro que vai! Qual sua agenda pra hoje? – ela perguntou curiosa.
- Temos entrevistas numas rádios depois do almoço, um photoshoot de tarde e o show de noite... Ei! Você pode vir ao show...
- Que horas ele começa?
- Às 21h, pode ir?
- Eu saio da edição às 19h30min Liam, até eu chegar aqui, me arrumar, achar um lugar lá, estacionar e ainda achar meu lugar...
- Isso não é problema abelhinha – OK, cheguei a conclusão que sempre que eu a chamasse por esse apelido ela sorriria. – Fica pronta 20h30min que eu peço pra alguém vir te buscar, sua cadeira fica na primeira fila, e quando o show começar você vai pra lá... – terminei de falar e vi os olhos dela brilharem.
- Liam! Você é o melhor! – ela quase gritou e pulou nos meus braços, me abraçando. – Eu tenho que ir tomar banho pra ir trabalhar...- ela disse um pouco mais triste.
- Eu também acho melhor eu ir. Mas preciso da minha camiseta!
Ela soltou uma risada e arrancou a camiseta ali mesmo, ficando só de lingerie preta.
- Ei! Mais respeito, sou um cara direito poxa! – ri tampando os olhos com as mãos, bom, fingindo que tampava...
- Larga de ser bobo Liam, aqui não tem nada de novo pra você! – ela disse pondo as mãos na cintura.
- Bem lembrado... – disse a puxando pela cintura e beijando-a.
-Liam, menos... Menos... – ela disse quebrando o beijo que começou a ficar quente demais.
- Ok – disse a roubando mais um selinho em seguida e vestindo minha camiseta.
- Poxa... – ela murmurou
- O que houve babe?
- Estava tão bom observar teu tanquinho... – ela disse sorrindo de lado com um jeito todo safado.
- Besta! – sorri pra ela e ela seguiu rumo ao andar de cima, e eu a segui.
Ela entrou no quarto e vestiu uma camisola, eu calcei meu tênis, peguei as chaves do carro e meu celular, e me deparei com uma mensagem de Louis, datada da noite anterior.
“Daddy passando a noite fora? Safado! Essa deve valer a pena! Até amanhã. X”
Sorri de lado, sabendo que ele estava certo. E voltei a olhar pra ela, que me encarava curiosa com aqueles grandes olhos verdes.
- Era o Louis... Ei , me passa seu celular!
- Eu já gravei aí... – ela disse se virando para o armário e procurando alguma roupa.
- Como assim...? – procurei seu nome na lista telefônica e achei seu numero, com uma foto dela salva, que ela tirou deitada na cama. Dava pra ver meu braço e um pedaço da minha cabeça, já que estávamos de conchinha. O cabelo dela bagunçado e ela sorria com a boca fechada. Sorri involuntariamente. – Gostei da foto!
- É, eu também... – ela sorriu de lado ao dizer isso. – Eu vou tomar banho, Liam.
- E eu já vou indo, nos vemos de noite, certo?
- Certíssimo!
Ela foi comigo até a porta e eu a beijei uma última vez antes de entrar no carro e ir para o hotel. Subi até meu quarto, e mal deitei na cama, bateram na porta.
- Droga! – murmurei baixinho e fui atender a porta.
- Liam! – Harry e Zayn gritaram adentrando o quarto.
-É, podem entrar, eu não estava dormindo mesmo... – murmurei alto o suficiente pra eles ouvirem, e darem risada. Idiotas.
- A noite foi boa? – Zayn perguntou, enquanto se sentava em cima de uma mesa que tinha dentro do quarto. Cadeira pra quê né?
- Aham... Ela vai ao show hoje, eu a convidei... – respondi.
- A noite foi tão boa que você quer repetir? Porra... – Zayn disse e eu acabei rindo.
- E como ela é? – Harry perguntou.
- Você parece mulher perguntando isso – eu comentei e Zayn concordou rindo.
- Só sou curioso caramba... – Harry murmurou envergonhado.
- Tem uma foto dela no meu celular, olha aí... – disse e joguei o celular para Harry.
- Qual a senha? – ele me perguntou.
- Woody – respondi. Harry foi digitar a senha, mas parou e me encarou um pouco.
- É por causa de Toy Story? – ele já estava segurando a risada, e eu nem precisei responder para ele e Zayn estarem rindo e zoando comigo. Palhaços... – É essa aqui? – Harry perguntou depois que parou de rir, virando a tela do celular pra mim.
- É ela sim... – respondi ainda um pouco emburrado.
Zayn se levantou e foi na direção de Harry pra ver a foto também.
- Ela é gostosa Liam, como arranjou uma mina dessas? – Zayn disse depois de um momento de reflexão.
- Ei, tu tá me zoando? – perguntei indignado, mas nem deu tempo de eles responderem e ouvimos alguém bater na porta.
Abri e me deparei com um Paul, já nos chamando para os compromissos do dia.
Foi a mesma coisa de sempre, eu ri bastante com os meninos no photoshoot. Logo já era noite e eu estava com Niall no meu camarim, quando bateram na porta. Niall abriu e eu vi uma garota linda e saltitante entrar no cômodo.
- Liam! – foi o que ouvi antes de ela me abraçar.
estava linda! A puxei pela cintura mais firmemente e a beijei. Ela retribuiu, mas fomos interrompidos por Niall, que a puxou para trás de mim.
- Ei ei ei! Menos com isso aí ok? – ele disse fingindo estar indignado.
Eu então meio que expulsei Niall do cômodo e fiquei conversando com até a hora do show. Durante o show, não pude deixar de apontar pra ela quando cantamos I Should’ve Kissed You.
Saímos do show e fomos todos jantar num restaurante indicado por um dos seguranças, e eu aproveitei para descobrir mais sobre ela. Descobri que o pai dela havia morrido no ano anterior, ela tinha uma irmã mais velha que morava em Roma e a mãe estava viajando pelo mundo desde a morte do marido. Ela era alérgica a nozes, amava jogar tênis, sua cor preferida era amarelo, ela sonhava em conhecer a Europa e planejava visitar a irmã logo. Ela tinha a personalidade mais agradável do mundo, mas, de acordo com ela, era muito superprotetora e desastrada. As coisas que ela achava ruins, eu achava as mais adoráveis. Acho que estou virando gay, na boa...
Os meninos foram para o hotel e eu fui passear com pela cidade. Ela me falou mais cedo sobre um pouquinho perto da casa dela, e resolvemos ir até lá. Estava deserto devido ao horário – quase uma hora da manhã.
Ela se sentou em um balanço e eu me sentei no outro, ao lado dela. Soprava um vento gelado, que bagunçava o cabelo dela. Estava tão idiota olhando para os cabelos dela, que demorei para reparar que ela estava sem blusa de frio, e sem falar nenhuma palavra, tirei meu casaco e posicionei-o nas costas dela. Ela vestiu o casaco e me lançou um sorriso agradecido.
Ela se levantou e eu me levantei atrás e a segui. Andei do lado dela e entrelacei nossas mãos.
- 2 dias... – ela comentou e as palavras pairaram no ar por uns momentos enquanto refletíamos. – O que você vai fazer amanhã?
- Acho que nada... – na verdade, eu tinha combinado com os caras que iríamos a Estatua da Liberdade, pois Niall estava doido para conhecer, mas e daí? – E você?
- Nada também... – ela disse um pouco mais animada e eu a encarei.
- Você vai ser minha guia turística amanhã então, que tal? – disse parando de frente para ela.
- Acho uma ideia linda! – ela disse e me abraçou.
Nos dirigimos de mãos dadas até a casa dela.
- Vai dormir aqui de novo? – ela perguntou cheia de esperança.
- Mas eu não tenho roupas, não tem como abelhinha...
- Por favor, vai no hotel buscar, enquanto isso eu escolho um filme para assistirmos!
- Ok, você me convenceu! Eu já volto ... – Dei um beijo rápido nela, esperei ela entrar em casa, peguei o carro e fui até o hotel.
Avisei Paul e Zayn onde eu estaria. Paul anotou o endereço e Zayn ficou me zoando. Subi até meu quarto, peguei minhas roupas e me dirigi novamente até a casa dela. Toquei a campainha e ela abriu a porta vestindo um pijama listrado, com uma abelha desenhada, e calças combinando. Dei uma risada alta.
- O que é isso ? – perguntei assim que passei pela porta, e esta foi fechada.
- Comprei hoje mais cedo, você gostou? – ela disse com um sorriso e deu uma voltinha.
- Eu amei! – disse e a puxei pela cintura, começando um beijo lento e bom. Me separei dela quando o ar começou a faltar.
- E aí, qual filme você quer ver? – ela perguntou sorrindo
- Não sei, no que você tinha pensado?
- Talvez algum desenho? – ela perguntou se virando de costas pra mim. – Vamos até a sala que a gente resolve...
- Opa, opa, opa... – disse e a puxei pela cintura, fazendo suas costas baterem contra mim. A posicionei para que ficasse sob meus pés – Vamos juntos? – perguntei, e mesmo sem poder ver, sabia que ela estava sorrindo.
Chegamos até a sala e eu tirei minhas mãos da cintura dela. Ela se dirigiu até um armário e tirou alguns DVDs de lá.
-E então? Assistimos o que? – ela perguntou olhando os DVDs
- Não sei, o que temos?
- Que tal... Procurando o Nemo? – ela disse dessa vez me encarando.
- Por mim está ótimo! – me joguei no sofá.
- Folgado. – ela disse pondo as mãos na cintura
- Só um pouco... – comentei e ela riu e foi por o DVD.
Colocou o filme e deitou-se no meu peito, permitindo que eu passasse a mão pela cintura dela.
Quando estava mais ou menos na metade do filme, percebi que ela me encarava, e olhei para ela, que levou a mão até meu pescoço e ficou passando os dedos por ali.
- O que há? – perguntei e ela deu um sorriso de lado.
- Eu adoro essa sua manchinha...
- É uma marca de nascença...
- Ela é adorável! – ela disse por fim e voltou a encarar o filme.
A encarei mais um pouco, pelo simples prazer de relembrar seu comentário inocente, que me proporcionou uma felicidade boba e pura.
Acabamos de ver o filme e ela tirou o DVD. Se sentou do meu lado e foi se aproximando. Ela já estava próxima o suficiente, e eu me preparava para beijá-la, já sentindo nossas respirações se encontrarem, quando ela cantarolou
- Continue a nadar, continue a nadar, nadar, nadar, nadar... – e começou a ter uma crise de risos. Eu acabei rindo também e ela interrompeu meu riso com um beijo. A senti sorrir no meio do beijo e nos separamos.
- Você é muito esquisita... – comentei sorrindo.
- Eu sou esquisita? – ela perguntou fingindo estar indignada.
- Assim, depende do ponto de vista...
- Como assim? – ela agora estava confusa.
- É ué, se for te comparar com, sei lá, a Nicki Minaj, você é normal... – eu disse e ela me encarou por um tempo.
Se levantou e ficou de frente para mim, abriu um sorriso de repente e começou a cantar Super Bass, da Nicki Minaj, cantando todo o rap perfeitamente. Ri com sua ação e comecei a fazer beat Box, para acompanhá-la. Ela deu uma risada e continuou cantando. Acabou a musica e se sentou ao meu lado no sofá, recuperando o ar. A beijei, assim, do nada, pelo simples prazer de beijar. Foi esquentando o clima e tive que me separar para recuperar o ar.
- Poxa Liam, eu já estava sem ar, quer piorar a situação?
- Então eu te deixo sem ar? – perguntei brincando e ela se virou para mim. Passou uma perna por cima de mim e se sentou no meu colo, de frente para mim, com as pernas ao lado do meu corpo. Ela se aproximou e me beijou com mais paixão, passando as mãos na minha nuca e cabelos, e me arrepiando de leve. Se separou e encostou sua testa na minha, mantendo os olhos fechados.
- Sempre! – ela sussurrou e voltamos a nos beijar, dessa vez com mais desejo. Aconteceu ali no sofá mesmo, e ela se deitou sobre mim, assim que acabou, dormindo logo em seguida.
Observei ela por um tempo, mas acabei pegando no sono também. Acordei recebendo um selinho carinhoso de .
- Bom dia meu amor... – ela disse quando abri os olhos
- Bom dia abelhinha – respondi e ela sorriu
- Levanta logo Liam, eu quero te levar na Estatua da Liberdade
- Ah, mas os meninos vão lá hoje, não queria me encontrar com eles, queria que fossemos só nós dois...
- Relaxa, eles foram lá de manhã, as fotos já até caíram na internet
- Que horas são? – perguntei curioso
- Quase 3 horas da tarde
- Sério? Vamos logo então!
Me levantei e me troquei, ela já estava pronta. Estava frio, então coloquei uma blusa de frio com gorro, que também serviria caso fossemos encontrados por algum papparazzi. Saímos então rumo a Estatua da Liberdade
Após a visita fomos até a 5ª avenida e ficamos olhando vitrines e rindo dos tipos de roupas extravagantes que diziam estar “na moda”.
A cada momento que passava, me sentia mais encantado por essa menina, e mais triste por ter que deixá-la aqui.
Passeávamos de mãos dadas normalmente. Por incrível que pareça, nenhum papparazzi nos atormentou. Dei alguns autógrafos, mas só isso também... Nos sentamos em uma sorveteria e pedimos milkshakes. Resolvi abordar um assunto que não me agradava.
- Eu vou embora amanha...
- Eu sei – ela me responder, e vi seu sorriso desaparecer. – Que horas você vai?
- 7 horas da manhã tenho que estar no aeroporto
- Tão cedo? – ela perguntou com os olhos arregalados
- Eu sei, mas depois de amanhã já temos show em Londres.
- Você pode dormir lá em casa? – ela perguntou com cara de cachorrinho
- Claro abelhinha, eu vou para o hotel cedo pra encontrar com os meninos, mas eu fico com você de noite ok?
- Ok! – ela deu um sorrisinho e voltou a se concentrar no sorvete.
Voltamos para a casa dela, tomamos um banho (juntos, se é que você me entende) e logo já era noite.
- O que a gente vai fazer hoje? – perguntei para ela
- Estava pensando em cozinhar alguma coisa pra gente...
- Tipo um jantar romântico? – perguntei me aproximando dela.
- É... Talvez... – ela mordeu o lábio e eu passei minhas mãos pela cintura dela. – Nem vem Liam! – ela disse me empurrando – Se você quiser jantar, não me distraia! – e por fim seguiu rumo à cozinha.
Ela demoraria um pouco, então liguei para Niall e o avisei que iria encontrá-los no hotel de manhã e pedi para ele arrumar minhas coisas. Ele reclamou, é claro, aquele irlandês safado não arrumava nem as coisas dele! Mas ameacei colocar umas fotos da ultima festa que fizemos na internet, e acho que o convenci. Acabamos conversando mais um pouco. Desliguei o celular e gritei para .
- Já está pronto abelhinha?
- Ainda não amor! – ela me gritou de volta
- E o que eu faço?
- Sei lá, liga a TV! – ela me gritou e ouvi um barulho de algo quebrando. Corri até a cozinha e a vi ajoelhada no chão pegando cacos de vidro de um copo que se quebrou.
- Tá tudo bem amor? – perguntei, e quando ela foi me responder, se descuidou e um caco cortou seu dedo. – Oh meu Deus, deixa eu te ajudar! – peguei os cacos e joguei no lixo, subi com ela até o banheiro e quando fazia um curativo no dedo dela ela abre a boca pela primeira vez.
- Culpa sua, que fica me distraindo! – ela riu e eu também não consegui segurar a risada.
- Larga mão desse jantar , vamos pedir uma pizza, que tal?
- Acho uma ideia excelente! – ela sorriu e telefonou para uma pizzaria.
A pizza chegou logo e fomos comer no quarto, sentados na cama e vendo qualquer coisa sem sentido na televisão. Ficamos fazendo palhaçadas, tipo ficar puxando o queijo da pizza, sujando o nariz um do outro com catupiry e coisas do tipo. Ela levou a caixa da pizza para a cozinha enquanto eu esperava no quarto. Ela voltou, mas passou reto pela cama e entrou direto no banheiro.
- O que houve ? – perguntei levemente preocupado depois de um tempo.
- Preparei uma surpresa pra você... – ouvi ela responder e logo depois a porta se abriu, e vi minha menina vestindo só uma lingerie muito, MUITO sexy.
- WOW! – foi o barulho que minha boca conseguiu emitir. Porra Liam, cuidado se não você baba! Fecha a boca! Fui até ela e a puxei pela cintura, iniciando um beijo unicamente carnal.
(...)
Estávamos deitados na cama, ela deitada sobre meu peito e me olhando atentamente.
- Um dólar por seus pensamentos – disse pra ela
- Estou pensando em como vou sentir falta dessa sua manchinha de nascença, da sua voz, do seu cheiro, de você me chamando de abelhinha, como vou sentir sua falta, e como uma pessoa pode se tornar tão especial para mim em tão pouco tempo. – ela parou de falar e uma lágrima solitária escorreu pela sua face.
Eu enxuguei essa lágrima e fiquei a observando, ela fechou os olhos e disse bem baixinho.
- Te amo, Liam. – e então adormeceu.
Como eu poderia me despedir dela? Quando a luz do dia chegasse, eu teria que ir embora, mas nessa noite eu queria a segurar bem perto de mim. E tinha certeza, que por mais que eu conhecesse outras mulheres, eu lembraria dela para sempre.
Eu teria que partir logo, então por que adiei tanto aquele momento? Nós dois sabíamos que esse dia chegaria, mas como ele chegou tão rápido? Quando pequeno, eu tinha medo do escuro, mas agora, ele era tudo que eu desejava, pois com a luz do dia, eu teria que ir embora.
Eu tinha a perfeição nos meus braços. Tão linda. Tão minha. Mas teria que deixá-la para trás.
Fiquei divagando por tanto tempo, que mal percebi quando os primeiros raios de sol bateram na janela do quarto. Logo meu celular tocava, alertando que era hora de ir.
Senti o braço dela se apertar em mim.
- Eu queria que você pudesse ficar. – ela disse ainda de olhos fechados.
- Eu queria poder te levar comigo. – eu disse passando os dedos pelos cabelos dela. Ficamos em silêncio por um tempo.
- Promete lembrar de mim pra sempre? – ela me perguntou – Mesmo quando se apaixonar por alguém, lembra de mim com carinho?
- Lembro pequena, se você lembrar de mim também.
- Eu prometo. – ela deu um sorriso e se levantou, colocando uma roupa enquanto eu punha a minha.
Fomos juntos até a porta, e nos beijamos uma ultima vez. E eu continuaria beijando-a por muito mais, se o tempo (e o ar) permitissem. Entrei no carro e pude vê-la chorando ao olhar pelo retrovisor. Era de cortar o coração. Minha vontade era voltar lá e abraça-la para não soltar mais, mas eu tinha um compromisso com os meninos, com as fãs, e não podia desapontá-los por uma menina que eu conheci 3 dias atrás. Por mais incrível, linda, fofa, engraçada e única que ela fosse.
No momento em que meu avião levantou voo, eu soube que minhas chances de encontrá-la novamente eram mínimas, e aquele “adeus” tão odiado se tornou concreto.
1 ano depois
Voltávamos finalmente aos EUA, e eu estava decidido a encontrá-la novamente. Durante o ultimo ano eu tentei ligar pra ela, mas ela não atendia. Mandei mensagens e ela nunca respondeu, e seu twitter ainda existia, mas a muito estava abandonado.
No segundo dia lá, após ligar pra ela incontáveis vezes e não ser atendido, resolvi ir até sua casa. Chegando lá, todas as memórias boas que tivemos voltaram a minha mente e substituíram imediatamente a leve raiva que criei por ela estar fugindo de mim. Bati na porta e meu coração começou a acelerar. Toquei a campainha e, para meu desapontamento, uma senhora desconhecida atendeu a porta.
- Pois não? – ela perguntou amigavelmente
- Eu estou procurando a , você sabe onde ela está? – perguntei ainda esperançoso, e agora que reparava, a mulher tinha os mesmo olhos de .
- Oh, me desculpe querido, ela saiu, quer deixar algum recado? – ela perguntou sustentando o mesmo sorriso amigável
- É.. Você pode dizer pra ela me ligar? Meu nome é Liam... Você é mãe dela? – no momento em que falei meu nome o sorriso desapareceu do rosto da senhora, mas ela respondeu minha pergunta mesmo assim, sendo um pouco mais seca.
- Sou. Agora acho melhor você ir embora, eu deixo seu recado. – ela deu um sorriso amarelo ao terminar de falar e fechou a porta sem me dar chance de responder.
2 anos depois
Ficamos dois anos sem retornar a NY, por causa da divulgação do novo CD no Reino Unido, mas finalmente estávamos de volta para começar a divulgação nas Américas. Depois de minha ultima tentativa de falar com , e ela nunca me ligar de volta, desisti de ligar ou mandar mensagens, mas a foto dela ainda se encontrava no meu celular, e eu tinha adquirido um habito estúpido de entrar no twitter dela. De uns tempos pra cá ela postava uma coisa ou outra, mas o medo de ser ignorado novamente sempre me manteve na minha.
Agora eu namorava Danielle Peazer, e por mais que eu a amasse, nenhuma mulher substituiria aquela estranha que encontrei numa noite de neve no Central Park, e eu já tinha me conformado com isso.
Apesar de tudo, da raiva que sentia por ela, por me fazer chorar arrependido por nunca ter retribuído aquele “Te amo, Liam” que ela me falou, a confusão que minha mente ficava sempre que eu pensava nela, e odiava o simples fato de sentir sua falta. Apesar de tudo isso, eu ainda esperava encontrá-la algum dia.
Mas não iria na casa dela, não correria o risco de receber a porta na cara. Ao invés disso, no primeiro momento de folga que eu tive, no nosso quarto dia em NY, fui até o Central Park, e apesar de ser importunado por alguns papparazzi e ter que parar algumas vezes para tirar fotos com fãs, consegui me sentar em paz no mesmo banco em que nos conhecemos.
Depois de alguns minutos sentado ali, vi passar do outro lado do parque uma mulher muito bonita, de cabelos negros soltos ao vento, uma blusa amarela coverta por um casaco pretos e uma calça jeans. Ela carregava um copo de café e dois ou três livros, e se dirigia a saída do parque.
Inconfundível. Era ela. Me levantei apressado e comecei a andar na sua direção. E eu teria a alcançado, se meu celular não tivesse alertado uma chamada. Estava prestes a recusar quando vi o nome na tela: Danielle.
Eu tinha namorada. E se eu encontrasse , o que aconteceria? O que eu falaria para ela? “Oi, lembra de mim? Sou aquele cantor que você teve um caso 3 anos atrás. Agora eu tenho uma namorada, mas eu amo é você. Como vai?” É, não ia rolar.
Atendi ao celular que ainda tocava rapidamente e me dirigi de volta para o hotel, conversando com Dani. Mal sabia eu como me arrependeria dessa ação mais tarde.
Mais um ano depois
E aqui estava eu, de novo em NY. Um ano havia se passado desde que estive aqui pela ultima vez. Um ano que eu a vi pela ultima vez. Um ano que eu estava solteiro novamente. Danielle e eu havíamos terminado no dia que pus os pés novamente em Londres no ano anterior.
Logo no dia em que voltamos a NY, me dirigi novamente ao amado Central Park. Se eu já havia a encontrado ali duas vezes, era ali que esperava encontrá-la de novo.
Eram pouco mais de 17h30min, e o céu se coloria em tons de laranja e rosa, estampando um belo pôr do sol. Os papparazzi não haviam me encontrado ainda, não havia fãs ali e as únicas pessoas que eu conseguia avistar no parque era alguns poucos casais e crianças, brincando no parquinho acompanhados por mães e babás, ou chorando por não quererem ir embora.
Estava ali observando as crianças se divertindo na neve, e tentando se equilibrar no balanço, que tinha uma fina camada de gelo e fazia quem sentasse nele escorregar. As crianças faziam um tipo de competição pra ver quem conseguia balançar mais tempo sem escorregar. De repente sinto um impacto na minha perna direita, olho para baixo e percebo uma garotinha sentada ao lado de minhas pernas com um olhar confuso estampado no rosto. Me agachei ao lado dela e a pus de pé, para que ficássemos no mesmo nível.
-Desculpa moço, eu tava correndo e não te vi! – ela disse se embaraçando um pouco nas palavras, que aparentemente ainda estava aprendendo a falar.
-Não tem problema pequena! – disse com o maior sorriso que tenho e ela retribuiu o mesmo sorriso animado. – Qual seu nome?
- ! – ela respondeu ainda sorrindo
- Que nome lindo! – disse e ela alargou ainda mais o sorriso, se é que isso era possível - Quantos anos você tem?
- Três, quase quatro! – ela disse levantando a mão com três dedinhos erguidos, e tendo um pouco de dificuldade para pronunciar os números.
- Ah, você é muito nova pra estar sozinha aqui, não é?
- Eu não estou sozinha! – ela deu uma risada, aparentemente se divertindo com a ideia. – Minha mamãe está ali no... – e antes que ela acabasse de falar, uma mulher de cabelos negros e casaco vermelho veio na nossa direção. Mas não qualquer mulher, A mulher.
- ! Não saia correndo assim! Você ainda mata a mamãe do coração abelhinha! – ela disse abraçando a filha e só então levantou os olhos para mim, que ainda estava ajoelhado, olhando confuso aquela cena. Assim que os olhos dela pousaram em mim, ela se levantou com pressa e puxou para trás de si. – Li Li Liam? – ela disse arregalando os belos olhos verdes que tanto senti falta.
- Oi – disse sorrindo, me recuperando do choque.
- O que.. O que você tá fazendo aqui? – ela perguntou ainda tentando se recompor.
- Estava em NY e fiquei com vontade de vir aqui, sei lá – respondi dando de ombros - Mas e você?
- É... Eu... Er... Você conheceu a né? – ela perguntou pegando na mão da garotinha, que puxou o gorrinho amarelo que usava com a mãozinha livre e pude ver com clareza os cabelos castanhos claros, lisos com cachos nas pontas e os mesmos olhos verdes de , que só a deixavam com um ar mais angelical.
- É, conheci sim. – respondi meio sem jeito – É sua filha? – perguntei torcendo para a resposta ser não, mas ela balançou a cabeça em afirmativa.
- É, ela é. – ela finalmente falou, e a garotinha sorriu para ela. – São gêmeos, e . Ele está na casa de um coleguinha... – ela comentou e voltou a me encarar.
- Ah, você casou? – tive que perguntar, uma vez que a curiosidade já tomava conta de mim. Ela me encarou por um tempo e passou a fitar o chão, murmurando um rápido “sim”. Me contorcia de curiosidade para saber quem foi o vagabundo que me tirou minha menina, mas me controlei, sabendo que tomaria raiva do nome desse individuo. Murmurei um “hm” e passei a encarar o parque, não realmente o parque, mas , que havia corrido de volta para o parquinho.
Ela era definitivamente filha da . A cada movimento que a pequena fazia, eu podia ver um pouco de nela. Eu queria odiar aquela garotinha, afinal de contas, ela e o irmão eram frutos do casamento de com outro cara. Mas eu não conseguia, tinha muito da minha abelhinha na garota. Nesse exato momento ela veio correndo até a mãe e pegou um Rex (aquele dinossauro do Toy Story, pra quem não sabe) que estava na mochila que a mãe segurava, e logo correu em direção ao parquinho novamente. provavelmente reparou que eu observava e a menina e comentou.
- Ela até parece muito com o pai, mas o sim, é a cópia exata!
- Eu já acho que ela parece com você. – comentei e sorri pra ela que retribuiu o sorriso.
- É porque você não conhece o pai – ela comentou sem pensar muito e completou – Não como eu conheço.
- Você é feliz? – perguntei por fim, querendo cortar meus pensamentos sobre o idiota que ela chamava de marido. Ela encarou por um minuto e pude ver um sorriso discreto sorrir nos seus lábio.
- Sim, eu sou. – ela pensou mais um tempo e prosseguiu – Eu acho que é melhor irmos embora. – ela disse para mim e se virou para encarar a filha – Abelhinha, é hora de irmos!
- Abelhinha? – perguntei curioso e ela corou.
- É, ninguém nunca mais me chamaria assim, então tomei a liberdade de dar esse apelido na minha filha. – Ela disse e veio correndo até nós. – Bom, é isso... Tchau Liam, foi bom te ver de novo.
- É, tchau , foi muito bom te reencontrar. – disse e a abracei. Me ajoelhei então para ficar de frente a – E você, abelhinha, foi um prazer te conhecer. – ela então me deu um abraço apertado e eu beijei sua testa.
Fiquei ali as observando até as perder de vista. Tive a forte impressão de ver me observar um pouco antes de entrar no carro, mas deve ter sido só impressão.
Fui até o carro devagar e fiquei dentro dele pensando antes de seguir rumo ao hotel. Porra, eu tinha perdido de vez a única mulher que um dia eu iria amar. Agora ela estava casada, tinha dois filhos lindos e estava feliz. E eu? Ok, parte de uma boyband mundialmente conhecida, cantor de sucesso, mas do que adiantava isso se eu não tinha com quem dividir?
Mas percebi quando comecei a chorar. Chorei de arrependimento, por não ter parado o carro, 4 anos atrás, e voltado para abraçá-la e nunca mais soltar.
Eu, Liam James Payne, fui o maior idiota da Terra por deixá-la ir.
FIM (ou será que não?)
POV
Passei para pegar na casa do amiguinho, e o danado estava dormindo. Dirigi até em casa com tagarelando sobre o dia no parque. Não podia chorar, não na frente das minhas crianças.
Quando entrei em casa, correu em direção a sala enquanto eu carregava até o andar de cima. Fui buscá-la e ela estava assistindo Bob Esponja na TV.
- Abelhinha, tá na hora de tomar banho.
- Não mamãe, por favor, dá banho no primeiro.
- Tá bom, mas assim que ele sair do banho quero você em baixo d’água!
- Combinado! – ela abriu um sorriso e voltou a encarar a TV, peguei o casado dela que estava jogado no chão e subi para dar banho em . Meu menino com certeza se parecia com o pai!
Dei banho nele e depois em , e os coloquei para dormir. Contei uma história e assim que vi que os dois dormiam, dei um beijo de boa noite em cada um e fui para o meu quarto.
Me joguei na cama e finalmente pude pensar direito sobre aquele dia insano. Reencontrar Liam nunca esteve nos meus planos. Ele já não me ligava mais a anos, e jurei que ele tinha esquecido de nós, coisa que eu nunca fui capaz de fazer. Comecei a sentir lágrimas teimosas escorrerem por meu rosto e me virei na cama, para encarar uma foto dos gêmeos que eu tinha ali.
Eles eram tão iguais, mas também tão diferentes. realmente era parecida comigo, já , era a cópia exata do pai, começando pelos olhos, já que tinha meus olhos verdes e ele tinha os olhos castanhos do pai, indo parar naquela marquinha de nascença tão singular que ele tinha no pescoço.
Era absurdamente injusto, Liam poder me esquecer e seguir com sua vida, mas eu estaria eternamente ligada a ele. Ligada através dos nossos filhos, que ele nunca saberia serem dele. Chorei mais e mais. Se eu tivesse atendido suas ligações, pedido para ele ficar, avisado quando descobri que estava grávida, se eu não tivesse mentido pra ele, horas antes no parque, será que as coisas seriam diferentes? Melhores? Acho que isso nunca serei capaz de descobrir.
FIM (agora de verdade haha)
Oi leitora (: YAAY, mais uma fic minha finalizada, vocês gostaram? Tenho escrito muitas fics baseadas em musicas, e essa foi baseada, obviamente, em Daylight, do Marron 5, uma das minhas musicas preferidas do CD Overexposed. Me digam o que acharam nos comentários, se eu deveria fazer uma continuação (sim, essa possibilidade existe), se odiaram, enfim, comentem, não dói e faz uma criança feliz (: Sigam-me no twitter que eu sempre aviso quando tem fic nova também. É isso. Beijo lindas!