Dark Madness

Escrito por Milly | Revisada por Paulinha

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Prólogo

  Encolheu-se por debaixo da cama, tremendo de medo. Seus dentes batiam conforme via os pés dele chegando mais perto. Ouviu sua voz amedrontadora pelo corredor da casa.
  - Onde está essa menina, Shanice? - Gritou ele para a empregada, que olhou pros olhos dele com medo e, gaguejando, abriu a boca pra falar, mas não saia som nenhum. A empregada pôs-se a dizer onde eu estava, quando ele a pegou pelo pescoço e ela enfartou. - Maldita mulher! Deu infarto no momento de dizer onde aquela idiota criança está. - Ele soltou a falecida Shanice, que tinha em torno de 40 ou 43 anos.
  Esbravejou e tomou decisão de olhar pelo quarto da menina, que era no imundo sótão, com ratos e baratas e, se dependesse, poderia haver uma cobra dentro daquele lugar.
  Ele estava subindo as escadas, e ela com medo, não sabia o que fazer. Abriu o armário até procurar suas roupas. Jogou-as em duas malas. Ouviu a porta abrindo e um momento de tensão houve naquele quarto.
  Ele chegou esbravejando no pequeno cômodo, correu até a vela da cabeceira e pegou seu isqueiro, com qual fuma, e ascendeu a vela.
  - Onde você está, ? - Gritou pelo nome da menina, mas ela sequer moveu os lábios.
  Ele retirou a colcha de cama e enfiou sua cabeça por debaixo da cama. Nada.
  Até que ouviu um gritinho abafado.
  Dirigiu-se até o armário. sentia medo de que ele tocasse em seu nariz ou nos seus cabelos. Ele sentiu algo embaraçado, como os cabelos dela, em suas mãos.
  Puxou-o e revelou a menina.
  - Aí está você. - Disse e pegou a vela que deixou no chão. Puxou a menina pelos cabelos e jogou fogo na cama da menina, jogou-a pela janela, mas ele conseguiu escapar. Umas pessoas a viram sair da casa e ligaram para o manicômio mais desnaturado e rude de toda a cidade. Dois minutos depois, dois homens grandes vieram a pegar. Aplicaram a camisa de força e uma anestesia, para que ela não fugisse.


Capítulo. 01 - O Começo e o Recomeço

  Narração de :

  Tudo o que vi foram 2 homens do tamanho de um prédio vieram me pegar, quando senti uma picada, e uma tontura. Acho que desmaiei.
  Acordei um tempo depois, numa sala trancada. A fraca luz branca meio amarelada iluminava a sala cheia de sangue no teto. Eu me via deitada em uma cama de lençóis brancos. O travesseiro não era nem um pouco confortável. Tentei correr, mas tinham cordas ou fita isolante me prendendo pelos pés. Eu tentei esticar meus braços, mas era impossibilitada pela camisa de força. Um homem vestido de branco com um símbolo de duas argolas azuis juntas e em baixo escrito "Mad Tratamennt- Manicômio" estava do meu lado esquerdo, olhando tudo como se fosse o supervisor de tratamento. Soube disso através de alguns jornais que tinham no quartinho pequeno que eu até então dormia. Uma mulher gorda com a blusa de manga do mesmo tipo do homem, uma calça jeans branca, meio amarelada estava ajudando um homem quase igual ao outro. Havia também uma mulher magra, com a camiseta branca do uniforme colada no corpo, sobretudo comum jeans, combinando com a saia, salto alto agulha preto e ela usava um coque elegante nos seus cabelo  s loiros, como ambas as enfermeiras. Ela segurava uma prancheta e sua pele branca ficava pálida com a luz do quartinho. Ela praticamente deveria ser a diretora.
  Tentei gritar, mas o som não saia de minha garganta. Porém, ouvi a voz da diretora ecoando pela sala. Era rude e meio doce, mas firme, como uma diretora de posse.
  - Wellon. - Colocou uma etiqueta em minha camisa, e saiu, me deixando quieta com aquele monte de malucos. Eu não sou louca!
  - Eu... - Disse fraquejando. - ... Preciso... - Estendi lentamente a minha mão. - Por favor... - Abaixei. Tentei gritar, mas tudo o que eu conseguia era sussurrar. - Ajude- me... - Foi o que eu disse, antes de desmaiar.

  Narração pelo Narrador:

  - A paciente 250 acabou de desmaiar. - Disse um dos homens, com voz folgada, como se não quisesse saber de .
  - Ah. - Bufou a diretora Marrie - Então esperem ela acordar, e, em seguida, façam um exame de sanidade nela. - Disse a mulher, saiu do quarto e se dirigiu às escadas. parecia acordar com o barulho do eco dos sapatos de agulha dela.
  - Anh... Ai minha cabeça... Diretora? - Falou a menina com a mão na cabeça. Dava para perceber que sua respiração estava fraca, mas seu coração continuava pulsando, lentamente... Sua pele fria e branca suava pela quantidade do calor dali dentro.
  - Sim. - Virou-se a mulher. - Conte-me o que queres no momento! - Disse andando até a menina.
  - Desejo ajuda. - Falou a menina com voz firme.
  - Para? - Perguntou Marrie, a diretora.
  - Eu não sou louca! Preciso sair daqui! - Respondeu tentando sair da camisa de força.
  - Não! Nem em um milhão de anos. Pelos papéis que recebi da Stª. Wellon a que matou todos da casa, inclusive Shanice, a empregada. Mas eu duvido, porém as autoridades sempre têm razão. - Disse a mulher virando-se para sair.
  - Se a senhora duvida, por favor, me ajude. E além disso, deu no repórter que Ashlyn tinha morrido, não? - Falou a menina dando um sorriso simples, mas meio forçado.
  - Sim. E o corpo dela foi encontrado no mês passado. - Concordou a diretora.
  - Pois bem, saiba que Ashlyn apenas mudou-se para a Argentina. Ela forjou sua morte, e colocou o corpo de Ashley Benson, sua irmã-gêmea, que morreu ano passado, mas o corpo não foi encontrado. Nem tudo o que as autoridades dizem é verdade! Não acredite nisso. - Falou a menina calmamente.
  - Ham... Ouvi o Mestre Adams chamar-me. - Falou a diretora, gaguejando. Ela sabia que tinha razão. Correu para as escadas.

- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - Dez Anos Depois. . . - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

   tinha agora 15 anos. Ficou desde seus 5 anos naquele lugar imundo, fazendo exames e planejando uma fuga. Ela precisou de um refúgio para fugir de tudo o que passou. Foi assim que nasceu o Wonderland. Mas o Wonderland dessa é diferente, principalmente essa .
   armou uma fuga. E iria praticá-la essa madrugada.

  Narração de :

  Eu descobri um jeito de tirar a camisa de força. Era esse laço, com esse. Ops, eu sei que você não está vendo... Enfim, é quase uma missão impossível, mas quando se passa 10 anos com caras que querem te matar, ficam vendo sombras e fantasmas e com caras que te dão medo (Eu estou falando do Doutor Rubens, ele me dá medo com aquele sorriso macabro depois de... GLUP... Aproveitar-se do meu corpo graças aos efeitos daquelas drogas de remédios.) só de olhar a porta do quarto se abrindo, você aprende até os números da senha do portão.
  Esperei até ás 3:00 da manhã, onde tudo iria acontecer. Esperei Rubens sair do meu quarto com aquele sorriso malicioso.
  Fui até a janela, rocei o tecido da camisa com o vidro e...
  - Ai. - Sussurrei, enquanto o vidro cortava minha pele. Mas não tinha importância, eu finalmente estaria livre. Quando o tecido rasgou, diretamente no meu braço, tirei o braço dali e procurei um pé-de-cabra pra arrancar aquelas coisas que me fechavam. Pulei a janela, agora com meu tradicional vestido preto e branco. Minha sapatilha preta de veludo tentava pisar no chão logo. Pulei e consegui sentir um cheiro não-químico e pisar na grama. Andei pelo local e depois corri para a cidade. Estava ameaçando a chover, quando apertou a chuva e eu precisei entrar em algum lugar. Bati na porta de uma casa, nem vi o que era.
  - Oi - Uma mulher de longos cabelos loiros e vestida com um vestido amarelo e sandálias laranjas abriu a porta e se surpreendeu. - O que faz lá fora, menininha? - Perguntou sorridente. Foi para trás de mim e me empurrou para o lugar.
  - Sou Wellon, e eu me perdi de meus pais. - Menti.
  - Tudo bem, mas fique longe da chuva. Pode pegar uma gripe... - Ela subiu as escadas e pediu para acompanhá-la em um gesto. Assenti e subi. - Aqui está seu quarto. - Li a placa de número "22" na porta. Entrei e era um quarto bem simples e bonito, com móveis de madeira e uma cama confortável. Tinha um armário grande, uma escrivaninha com um abajur do lado. Ela fechou a porta e olhou pra mim.
  - Boa noite, . - Disse ela.
  - Pra você também. E vai ser uma ótima noite, porque é um recomeço. - Disse eu.
  - Com certeza. - Disse ela e piscou pra mim. - Ah, ia me esquecendo. Sou a Lisa. - Ela fechou a porta do quarto e ouvi seus largos passos saindo dali. Praticamente ela teria que dormir agora, pois eram 4:00 da manhã.
  Era o melhor dia da minha vida. Era o começo da minha nova vida. Era um Recomeço Total.

Capítulo. 02 - A compra

  Narração de :
  Um ano se passou e eu não fui adotada pelo simples fato de todos saberem o que houve. Era tão triste. Bem... sabe a Lisa? Ela morreu. Eu não tive nem tempo de chorar, porque o péssimo tratamento dos outros (ir)responsáveis pela gente corrompia o orfanato. Durante todo esse tempo eu não visitei o Wonderland. Quando pequena, achava que era mesmo real. Hoje eu sei que era um sonho, um sonho que se perdeu no vento com a infantilidade e inocência que eu tinha antes de conhecer o Doutor Rubens. Eu tenho saudades do tempo que eu não entendia as notícias ruins que passavam no telejornal.
  Bem, hoje eu estou indo dormir cedo, porque Dr. Kalse, o doutor que faz a gente esquecer o que passou, disse que estava ocupado com algumas coisas da casa dele e hoje não teve nenhuma consulta.
  Bem, eu ia sim para o meu dormitório, mas eu não vou dormir.
  Peguei todas as roupas que eu tinha, joguei em umas malas e entrei no dormitório da falecida Lisa, roubei seu salário e mais algumas coisas que eu ia precisar na minha jornada. (Como algumas roupas dela, uma fotografia minha e dela, uma pistola, e uma faca, já que ela estava cortando um pão e então morreu, com os dedos cortados.)
  Pulei a janela e senti a brisa pelos meus cabelos . Fazia tempo que não pisava na grama do velho e mal cuidado jardim. Na verdade, desde que Lisa morreu, eu não coloco meu pé ali.
  Meus olhos verdes fitaram um apartamento escrito “VENDE-SE”, e um número de telefone. Aproveitei o roubo do celular de Lisa e liguei.
  Ligação ON
  - Alô?
  - Olá, eu vi a placa de vende-se do seu apartamento.
  - E...?
  - Gostaria de vê-lo para talvez comprá-lo.
  - Ah, sim. Sou o Cal. Seu nome é...
  - Wellon.
  - Quando pode vir?
  - Agora mesmo. Eu estou em frente do seu apartamento.
  - Estou indo para perto. Meu carro é cinza, e assim que eu chegar pisco os faróis pra você.
  - Ah, sim. Eu estou vestida de calça jeans, blusa de Iron Maiden, capuz preto, all star preto e segurando várias malas e mochilas.
  - Até 15 minutos, .
  - Até 15 minutos, Cal.
  Ligação OFF.
  Esperei na lanchonete do lado. Quando senti uma luz no meu rosto. A balconista loira, alta, pálida e magra olhou com seus olhos negros pra mim, apontou pro carro e, com sua voz fina e feminina, disse:
  - Garota de blusa do... - Ela olhou pra minha camisa. - Iron Maiden.
  - . - Sorri.
  - Acho que aquele carro está piscando pra você. - Disse com um sorriso de canto.
  - Obrigada. - Caminhei até o carro.

- - - -

  - Oi Cal! - Sorri acenando.
  - Oi ! - Ele fez o mesmo. - Vamos? - Abriu a porta do carro pra mim. Que cavalheiro!
  - Obrigada. - Entrei e coloquei as coisas do banco de trás.
  - Com calor? - Ele disse. Assenti, então ele ligou o ar condicionado.
  - O que você faz da vida, Cal? - Perguntei, e ele ficou meio nervoso. - Desculpa.
  - Não, imagina. É um segredo meu, sabe? Mas pode ser o nosso segredinho. - Sorriu.
  - Então, fala. - Sorri de canto, com as mãos no bolso direito do capuz.
  - Eu trabalho vingando-me. - Disse enigmático.
  - Você é um assassino?- Perguntei.
  - É. - Disse pegando no volante. Ele estava nervoso. - E você, o que faz da vida?
  - Sem carreira definida - Sorri, imitando a voz de um robô.
  - Nossa! Espero poder te ajudar. - Sorriu, me fazendo gargalhar.
  - Estou pensando em ser uma de vocês também. - Disse.
  - Trabalho em uma concessionária pra disfarçar. Posso ajudar você a se disfarçar, então você entra pra minha gangue. Eu sou o chefe. - Sorriu orgulhoso, me fazendo rir.
  - Tem meninas lá?- Perguntei.
  - Só homens. - Fiz biquinho. - Mas você tem cara de ser bruta, forte e rápida. Vai aprender com os melhores professores. - Dirigiu.
  - Quantos anos você tem?- Perguntei.
  - 24. - Sorriu. - E você?
  - 16. Sou a rebeldia em pessoa!- Disse como uma criança orgulhosa de fazer um desenho.
  - Olha. Ainda é rebelde. Per-fect! - Imitou o Liam.
  - Chegamos? - Disse eu me recuperando do meu ataque de risos.
  - Sim. - Estacionou o carro.

- - -

  - Muito bom. Eu compro! - Disse eu.
  - Agora? - Perguntou surpreso.
  - Agora! - Disse surpreendendo-o.
  - Bem, é pequeno, e tudo o que eu preciso são 50 dólares. - Falou, se sentando do meu lado no chão e apreciando o meu rosto.
  - De entrada? Por mês? Por dia? Por ano? - Perguntei animada.
  - Não. Hoje você me dá 50 dólares e pronto. Não precisa de mais nada. - Sorriu.
  - Pois é. - Dei o dinheiro a ele, que sorriu e me olhou encantado. - Por que você me olha como se eu fosse uma boneca de porcelana? - Perguntei franzindo a testa.
  - Porque se alguém te quebrar, eu meto bala. - Colocou sua grande mão no meu rosto.
  - Você. Quer. Me. Beijar?- Falei pausadamente, afastando- o de perto.
  - Por quê? Você nunca beijou antes? - Perguntou.
  - Eu tenho um passado bem louco, sabe... - Falei cabisbaixa.
  - Eu simplesmente quero saber. Sou só ouvidos. - Disse sorrindo, fingindo que tirava água do seu ouvido.
  Conformada com aquela simples frase, contei ele a tudo. Sobre minha família, sobre Shanice, sobre Marie, os enfermeiros, Rubens, Lisa, os outros funcionários do orfanato, a menina magra da lanchonete. Tudo, tudo.
  - É uma história e tanto. - Falou.
  - Pois é. Por isso eu não confio muito nas pessoas. Você e Lisa são meus únicos amigos. - Disse.
  - Queria saber como era a Lisa. - Ele sorriu e eu lembrei...
  - Aqui tem uma foto dela. - Peguei a mochila e procurei pela foto. Achei e mostrei.
  - Puxa. Ela era linda. - Derramei uma lágrima. - Desculpa.
  - Não. - Sequei a lágrima. - Eu tinha que ter me preocupado mais com a saúde dela. - Deitei no chão e ele deitou ao meu lado.
  - Se ela te visse agora, teria orgulho. - Olhou para o meu rosto. - Você é especial na minha vida, . - Chegou perto de mim. Minhas mãos, pernas e boca ficaram com nervos. Até que ele olhou pra mim. - Feche os olhos, . - Obedeci ele. Senti seus lábios quentes juntos dos meus. Ficamos em um selinho demorado até que ele pediu um beijo de verdade. Tremia de medo.
  - Eu nunca beijei antes. - Ele sussurrou um “Fique calma”. Cedi a seu pedido de beijo. Ficamos nos beijando até uns 2 minutos, quando eu parei para pegar fôlego.
  - Tudo bem? - Perguntou. Assenti e levantei, procurando uma garrafa de água. Bebi. - Não imaginei em como um homem tão insano pudesse fazer mal a você. - Virei meu rosto pra ele.
  Seus lábios me chamavam, sua pele morena e seus cabelos negros me chamavam também. Aquele beijo foi calmo e simples, e eu queria beijá-lo até o amanhecer.

Capítulo. 03 - A Fraternidade

  Ele começou a me olhar e me puxou pra perto dele, encostou seus lábios nos meus, fechou os olhos, e eu também. Pediu um beijo calmo, e cedi. Coloquei minhas mãos entre seus cabelos, e ele segurou minha cintura.
  Cal me perguntou se eu não queria dormir na casa da fraternidade. Bem, eu não tinha onde ficar, então acabei aceitando seu convite.
  Quando chegamos Cal tocou a campainha, pois tinha esquecido a chave. Um garoto com um cigarro na boca, vestes modernas e sapatos caros atendeu. Ele parecia ter em torno de 30 anos, e já estava parecendo que tinha 50.
  - Oi, Cal. - O garoto sorriu. Seus dentes eram amarelados, quase nunca escovados.
  - Oi John. - Falou o Cal, entrando na casa.
  - Sua namorada? - Perguntou, fechando a porta.
  - Não. Uma amiga. - Disse Cal e andou até uma portinha.
  - Quem é? - Um garoto de mais ou menos 20 anos desceu das escadas.
  - . Uma amiga minha. - Disse e todos da sala estavam com cara de desconfiados.
  - Sei. - Falou um dos garotos na cozinha, fazendo o que parecia um frango que passou da validade.
  - Isso é um frango sem validade? - Perguntei com nojo.
  - É. Uma delícia com macarrão de espinafre. - Disse o garoto que atendeu a gente.
  - Quero apresentar sua nova “família”. - Disse o Cal, andando até o garoto da cozinha.
  - Oi. Eu sou o Josh. - Falou e apertou minha mão.
  - Sou o Wellington. - Sorriu o garoto que descia escadas.
  - Sou o John. - Falou o garoto que me atendeu.
  - Sou a . Acabei de comprar um apartamento. - Sorri e me sentei com o Wellington pra comer o frango. - Tem razão, John. Isso é uma delícia! Muito melhor do que a comida do MT e do meu antigo orfanato.
  - MT... Você foi internada no Mad Tratamment? - Perguntou o Josh.
  - É. Péssimo tempo.
  - Quero te mostrar a nossa verdadeira casa.
  - Mas Cal, ela não é... - John argumentou.
  - Vou entrar. - Sorri.
  - Aham. - Desistiu.
  - Aqui. - Disse indo até um pote pequeno de vidro com um cartão dentro. - Tire uma cópia deste cartão e me encontre no lugar, amanhã ao meio- dia. Não se esqueça de devolver, claro. - Falou, me entregando o cartão. Assenti e corri para o quarto.

- - -

  Meu despertador tocou como se estivesse apressado. Levantei da cama com os lençóis e arrumei a cama. Eu estava de um pijama de frio. Uma calça de tecido leve colorida e uma camiseta igual faziam parte do meu confortável pijama. Calcei as pantufas de pelúcia bebê e corri pro banheiro, onde estavam despejadas as minhas malas e mochilas. Procurei um short jeans, uma sandália rosa e uma camiseta de “Shut Up and Make Me A Sandwich”. E depois de vestir- me, fiz o que se faz em um banheiro de manhã.
  Corri pra baixo. E os garotos não estavam acordados. Às oito horas e nada. Procurei por algo que me agradasse na geladeira e armários, mas eles só tinham coisas velhas, e péssimas. Li um bilhete na pia que dizia “Sei que não gostou de nada aí. Dentro do pote de biscoitos tem dinheiro. O mercado fica há um quilômetro e meio daqui, Com sono, Cal.”
  Ri algumas vezes pela maluquice de Cal. Peguei o dinheiro e guardei na carteira.
  Depois (de comprar quase todo o mercado)...
  Eu pedi pra que pudesse levar o carrinho, e depois eu devolvia. Quando cheguei na casa, os garotos estavam comendo biscoitos de chocolate vencidos, na sala, vendo um programa de humor. Me assustei com a cena porque todos estavam com cara de sono, de pijamas e liberando hálitos de dar dó.
  - Eu fiz compras! - Gritei e metade deles correram pra perto de mim, tentando achar um biscoito ou refrigerante.
  Despejei as sacolas na cozinha e pedi pra que os meninos me ajudassem. Só Josh e John me ajudaram. Os outros dois ficaram ali, parados, como se estivessem de ressaca não entendendo nada.
  - Peguem algumas sacolas. Jogarei o que estava nos armários e geladeira no lixo! - Ordenei, e logo, todos me ajudaram.

- - - -

  - Pronto. Essa caixinha de leite vai na geladeira, nesse espaço. - Falei e coloquei o leite em um espaço.
  - Foi o último?
  - O último! - Falou Josh dando uma olhada nas coisas.

- - - - -

  Andei lentamente pela estradinha pequena de areia que me levava por um matagal até a mansão gigantesca da Fraternidade. O portão era gigante, de ferro com detalhes de realeza. Uma tinta que parecia fresca ou pintada há dois dias cobria o portão. No meio, perto de uma fechadura, havia um interfone pintado de prata, o que o destacava um pouco. Um botão verde estava acima de uma caixa de som. Apertei o botão.
  - Oi. - Era a voz de Josh do outro lado, sorri.
  - Oi Josh. Sou eu, ! - Sorri gritando, para ele me ouvir.
  - Oi... - Ele abriu o portão, fazendo um barulho. - Abriu?
  - Sim. - Empurrei o portão, depois o fechei.
  O jardim era bem cuidado, com flores belas e que pareceram ter sido regadas há mais ou menos 30 minutos. Havia uma estrada de pedras indo até a varanda.
  Ela tinha paredes brancas, com um tapete escrito “Bem- Vindo”. A porta estava entreaberta, liberando um hall de entrada que fazia meu queixo cair. - O que é isso? - Fiquei surpresa. Era um hall gigante. Tinha a parede, toda de branco. Umas três escadas, todas com corrimão chique e tapete vermelho. Josh desceu a primeira escada, que ficava no lado esquerdo do hall.
  - Oi, ! - Brincou sorrindo.
  - Hey, Jo! - Fizemos um cumprimento.
  - Eu quero te mostrar o que tem na primeira escada.
  - Se possível, pode me mostrar todo o lugar. - Sorri.
  Subimos as escadas. Lá tinha uma sala muito grande, com duas portas de vidro em lado esquerdo e direito. A sala tinha uma televisão colada na parede, e logo um grande móvel com algumas coisas. Uma mesa de centro de vidro e madeira tinha um vaso com azaléias, e ao lado uma estátua pequena de algo que não se conseguia distinguir. Um sofá confortável e vermelho tinha almofadas azuis milimetricamente arrumadas.
  - Essa é nossa sala. O que vem do lado esquerdo é a cozinha.
  A cozinha era simples e me deixava louca. Tinha uma geladeira chique, com duas portas e com quatro grandes espaços pra pôr comida, fora as duas gavetas. Os armários eram grandes. O fogão era quatro bocas, o que ajudava muito. Tinha uma porta deslizante de vidro, que levava a uma sacada, com vasos de flores. Voltamos para a sala, agora fomos ver a porta direita.
  - É o banheiro.
  Tinha uma pia quadrada, com espelho deslizante, e dentro, alguns produtos de higiene pessoal e outros de higiene da mansão. O ar cheirava a um cheiro gostoso de flores.
  - É tudo tão lindo. - Sorri.
  - Como você, . - Ele parou e olhou pra mim. Ele foi chegando perto, mais perto, tão perto que nossas respirações se tornaram uma só. Meus olhos o encararam. Daí ele olhou pros meus lábios e pros meus olhos.
  Nossos lábios se encostaram, dando um selinho. Ele pediu passagem pra um beijo, e eu cedi. Quando terminamos o beijo, eu o olhei e no corredor vi uma sombra masculina. Josh olhou pro mesmo ponto que eu, que fiquei de boca aberta.
  - Me desculpe, . Eu não sabia... - Ele disse. Cal chegou pra perto de mim.
  - É melhor eu ir embora. Eu nunca devia ter vindo aqui - Eu disse, pegando minha mochila.
  Saí do banheiro, entrando na sala, descendo todas as escadas e indo ao portão. Passei pelo jardim, e depois escalei o portão e saí.
  Fui para a cidade e entrei no meu apartamento, todo bem arrumado. Guardei as chaves na mochila e suspirei.
  - Tudo o que preciso é de um banho. - Falei e entrei no banheiro. Senti a água gélida cair pelo meu corpo, relaxando cada parte de mim. Bem... a reação do Cal foi meio estranha. Será que ele me ama? Não, pare de pensar nisso, .
  Passei o meu banho inteiro pensando se ele me amava. Até que vi o relógio.
  - Ai meu Deus! Está na hora! Eu tenho de convidar a Elizabeth! - Elizabeth era minha melhor amiga, a única pessoa antes de Cal que era minha amiga. Ela ficava no orfanato, e quanto Lisa morreu, ela fugiu um minuto depois de mim.
  Ligação On
  - Elizabeth na linha!
  - Lizzie? Sou eu, !
  - Oi, .
  - Quer vir no meu apartamento hoje? Agora?
  - Agora? É claro!
  - OK! Te vejo às oito!
  Ligação Off
  Não tinha passado nem 5 segundos e alguém me mandou uma mensagem.
  “Desculpe- me, . Quer vir hoje pra um jantar? - Josh”
  “Não quero falar com você. -
  “Por quê? - Josh”
  “Hoje eu tenho um jantar com uma amiga.” -
  , por favor!” - Josh
  “Não devia nem estar gastando meu crédito com você. Me deixe em paz e não me fale mais essas porcarias. Mesmo se tentar, não vai amolecer meu coração. Me deixe em paz, Josh.” -
  ... vem, por favor ” - Josh.
  Daí eu passei a não respondê-lo. Logo, o interfone tocou.
  - Senhorita ? Uma menina chamada Elizabeth Glanch quer subir.
  - Ela tem cabelos negros e cacheados, pele bronzeada e olhos negros?
  - Sim.
  - Então deixe- a.

Capítulo. 04 - Perseguição

  Ouvi passos de Lizzie pelo corredor, e ouvi também três batidas na porta.
  - Pode vir! - Berrei, para que ela me escutasse.
  - Oi, ! - Ouvi uma voz masculina e estranha.
  - Cal? O que você está... - Antes que eu dissesse algo, ele puxou meus braços e colocou seus lábios nos meus. O empurrei. - fazendo aqui?
  - Vim querer te contar uma coisa. - Franzi a testa. - , desde a primeira vez que eu te vi, eu me apaixonei.
  - Cal. Eu não sinto o mesmo, e você sabe disso. Onde está a Lizzie? - Perguntei nervosa.
  - Deu uma passadinha lá em casa... - Ele soltou uns risos. Lizzie era... ai meu Pai! Eles, eles... Não.
  - Seu idiota de uma figa. Vai plantar bananas que você fica melhor. - Eu disse isso.
  Eu peguei minha mochila e coloquei uma faca e as chaves da casa na mochila.
  - Aonde você vai ?- Perguntou Cal. - ! ! Abre essa merda de porta!
  - Pela minha vida, Cal. É a minha Irmã. - Eu falei. Elizabeth era sim, minha irmã biológica.
  - ABRE ESSA MERDA DE PORTA OU EU... - Ele tentou me ameaçar, mas para minha segurança, eu peguei todos os acessórios que ele levava. Armas, celular e as chaves de tudo.
  - Vai fazer o quê? Tacar uma torta na porta? - Falei e soltei risos. - Até mais... - Falei fazendo aquele barulho de chaves balançando. Eu desci as escadas e corri até a casa velha. Abri a porta e me deparei com os três no sofá.
  - Oi pessoal. - Disse, fingindo estar contente.
  - Oi, ! - Falou Josh. Ele me pegou pela mão e me levou até a cozinha.

-- -

  - , você fez o que com o Cal? - Perguntou sussurrando, enquanto colocava leite na caneca.
  - Eu o prendi na minha casa. - Sussurrei de volta.
  - Boa menina. Ele te contou? - Falou ele, e eu assenti. - Dorme aqui hoje, e de madrugada eu te ajudo a salvar sua amiga.
  Eu realmente estava desconfiada, mas Josh era o único amigo que eu tinha que não era da pesada naquele bando. Então resolvi concordar.

- - -

  3 Horas da Madrugada
  - , ! - Ouvi a voz de Josh.
  - Que merda você quer comigo, Josh? - Perguntei. - Ah, sim...

- - -

  Subimos uma grande escadaria que levava a um sótão velho, sujo e empoeirado.
  - Ela está na gaiola. - Ele apontou pra gaiola com tecido cobrindo.
  Retirei o lençol de couro bege e pra minha surpresa, não havia nada naquele lugar.
  - Mas não há nada aqui. - Apontei pra gaiola, e Josh me empurrou. Filho da mãe!
  - Agora tem. - Josh sorriu insanamente. - Acredita no nome Josh ainda?
  - Eu sempre te achei familiar a alguém, Doutor Rubens. - Eu achava ele muito parecido. Seu segredo foi desvendado.
  - Se prepare pro nosso ritual de sempre. - Rangi os dentes.
  - NEM SE A SUA MAMÃE QUISESSE, SEU FILHO DA MÃE! - Berrei loucamente. - São todos loucos, todos loucos.
  Aquele... aquele... idiota! Ele levou minha mochila.
  Ok, eu teria que me virar sozinha. Se eu consegui sair de uma camisa de força, eu consigo sair de uma gaiola gigante, não é mesmo?
  Ok, a chave deve estar... Droga!Tá lá em cima. Tentei me esticar, mas não deu certo. Espera, e se eu usar o graveto?
  - Espertinha... Vamos logo... - Ele chegou. Agora tudo iria começar de novo?

- -

  Livre por pelo menos um segundo. O débil mental deixou minha mochila ali em cima de uma mesa velha. Coloquei no meu bolso uma faca e no outro uma arma. Meu celular eu deixei ali, mas mandei uma mensagem pra Lizzie.
  “Eu estou presa com um monte de débeis mentais. -
  “Dr. Rubens está aqui. -
  “Onde você está? - Lizzie”
  “Rua Wolls, número 456. - . ”
  “E estou prestes a realizar uma vingança. -
  “To indo praí. - Lizzie”
  “Venha rápido, senão perderá o espetáculo. -
  “E não vai poder realizar a vingança comigo. -
  “Venha com suas armas, elas são os ingressos. -
  “Confesso que a última mensagem me deixou nervosa. – Lizzie.”
  “Eu to perto daquele parque que íamos, lembra? - Lizzie”
  “Vem rápido, se não o mágico não lhe escolherá como voluntária! -
  “Cheguei. - Lizzie”
  “Venha pelos fundos. -

  - Essa hora ele deve estar dormindo e depois iria... se ele não fizesse isso há duas horas atrás... - Lizzie ia completar, mas eu não deixei.
  - Eu sei, Lizzie. Vivi com isso quase a minha vida inteira! - Reclamei.
  - Vamos, vamos matar um por um. - Ela chegou na minha frente e subiu as escadas.
  - Quarto do Wellington, o idiotamente idiota. - Falei.
  - Dê um tiro nele antes que ele acorde. - Sussurrou.
  Mirei bem perto e logo explodiu sangue por todo o quarto.
  - Quarto do John, o drogado. - Falei.
  John estava acordado. Dei a pistola pra Lizzie que puxou o gatilho sem pena.
  - Dois já foram. Cal Mensergild. - Disse eu. Saímos da casa e abrimos a porta da minha casa a todo o vapor.
  - , sua assassina de merda, vem cá. FAZ LOGO O QUE EU MANDO. - Ele gritou. Até então não tinha olhado uma vez pra ele, mas eu odeio quando gritam comigo.
  Cheguei bem perto dele e peguei seu rosto pelo queixo.
  - É claro, amor. - Em segredo, coloquei minha pistola bem perto, mas não se encostando às costas dele. Tasquei- lhe um selinho e puxei o gatilho. - É nojento beijar alguém de cérebro explodido.
  - Agora... É o chefão. - Lizzie falou chefão como se estivéssemos jogando Sonic.
  Corremos loucamente pelo prédio até que o achamos em toda a mordomia na mansão.
  - Rubens! Me solta. - Gritou uma voz feminina pela gaiola, Lizzie a descobriu e eu vi a Diretora Marrie.
  - Marrie? - Perguntei.
  - Rubens continua sendo um homem cruel e insano, que arrumou aquele emprego, não sei como e depois começou isso. Quando eu o tentava demitir, ele me batia até meu sangue inteiro sair pela boca. E, às vezes, procurava ficar mais satisfeito com a diretora perfeita.
  Eu me agachei perto dela e olhei bem fundo dos seus olhos, e eu senti alguma espécie de vínculo materno que ligava ela a mim e Lizzie.
  - Marrie, você é a nossa mãe? - Elizabeth também percebeu.
  - É, sou. - Ela sorriu, mas seu sorriso se desmanchou. - Lutem.
  Lizzie tentou matá-lo primeiro, mas foi jogada na gaiola junto com a mamãe.
  - Vai, ! Mata esse cara.

- - -

  Foi uma luta difícil. Eu apanhei, atirei, tive de desviar e pra piorar, fiquei com o braço esquerdo fraturado, mas, rastejando, eu consegui e cravei minha faca no seu coração.
  - Sua assassina de merda, um dia você me paga. - Ele disse, caindo no chão com a faca no peito.
  - Está destinado que eu lhe vença. - Procurei pelas chaves da gaiola e abri a mesma para minha mãe e minha irmã.

Capítulo. 05 - Um Novo Tempo

  Dois meses depois...
  Eu fui no banheiro e, mais uma vez, vomitei. Eu não sei o que estava acontecendo comigo. Eu... estava?
  Lizzie foi até o banheiro e se agachou ao meu lado, me dando um pacote de pequeno de teste de gravidez.
  - Vai por mim. - Ela falou e me estendeu o teste.


  Ok, esperei um tempo. Chamei Lizzie pra me ajudar a definir se sim ou não.
  - Se sair vermelho é negativo, e se sair azul é positivo. - Ela falou isso e eu percebi sua cara surpresa. Ela me estendeu o teste e eu quase tive um surto. Isso realmente estava acontecendo?

- - -

  Nove Meses Depois...
  - Parabéns, é uma menina.
- Ouvi a voz do médico.
  - Vai se chamar Annie. - Minha mãe falou, olhando pro rosto dela.
  - VOU SER TITIA, QUE KAWAII. Gente, isso tem que ir pro meu Blog. - Lizzie falou de besteira.
  - Ok, Elizabeth, pare de surtar. - Mamãe a alertou. - Pode até assustar a Annie.
  - Isso até me assustou. - Sussurrei pra mamãe, que caiu na gargalhada.

- - -

  Não é só Lizzie que tem um Blog. Nossos blogs são em parceria. Nós seguimos, comentamos e curtimos cada postagem uma da outra. Hoje em dia eu trabalho como escritora, e minha mãe agora é apresentadora. Lizzie e eu ficamos em casa a maior parte do tempo, enquanto a mamãe faz uns 15 programas de TV todos os dias.
  Aliás, Lizzie e eu estamos publicando um livro juntas. E eu nem sei como eu ainda não desisti de fazer esse livro.

- - -

  - Ela já acordou?- Ouvi mamãe sussurrar para alguém.
  - Acho que sim, querida. - Ouvi meu pai sussurrar de volta.
  - Oiii, seus doidões! Elizabeth ta aqui pra alegrar! - Lizzie berrou.
  - Família Wellon. - O médico disse, e todos levantaram da cama. - entrou em coma porque bateu com a cabeça em um móvel da casa. Ela está acordada, mas desenvolveu um mundo paralelo em sua cabeça em dois meses.
  - Agora temos uma pessoa insana na família? - Perguntou meu pai.
  - Eu não sou louca! - Exclamei. - Só que não ia ficar em puro tédio durante dois meses, né?
  - É, . - Todos falaram em coro.

- -

  - Meu pai não é o insano que matou Shanice, que está viva até hoje. Nenhum dos meninos eu conheci, Annie não existe e pelo que eu me lembre, eu estava limpando a casa quando escorreguei e agora estou aqui. É tudo. - Falei pra Lizzie, que estava me olhando com um bloco de notas em mão.
  - Sua história é mesmo demais. Daria um ótimo livro. Ei, que tal escrevermos “Loucura Negra” juntas? - Lizzie sorria extremamente muito contente.
  - Pois é... - Sorri, enquanto mudei os canais da TV.

FIM



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