Dancing So Perfect
Doado por Gabriela Santos
Escrito por vários autores
Capítulo 1
Escrito por Gillian Krein
POV
Finalmente o último ensaio da semana havia chegado ao fim. Eu e minhas colegas não aguentamos mais ensaiar para a apresentação de nossa tão esperada peça: Giselle. Depois de mais de um ano ensaiando, estávamos a exatamente duas semanas do grande dia. A emoção era tanta que mal conseguíamos dormir ou fazer qualquer outra coisa que não fosse ensaiar. Essa peça significa muito para todas nós, bailarinas, que pretendemos seguir carreira, pois os diretores e coordenadores da Royal Academy of Dance estarão na platéia, selecionando as possíveis futuras alunas da melhor faculdade de ballet do mundo.
- , a senhorita Magda está te chamando na sala dela. – Disse , minha colega aqui da classe de ballet e também uma das minhas melhores amigas, referindo-se a nossa professora, Magda.
- Obrigado , eu já estou a caminho! – Falei, trancando o meu armário. Quando terminei de me arrumar para ir embora, me encaminhei para a sala de minha professora, que estava no telefone.
- , querida, entre, por favor! – Ela disse, me apontando uma cadeira em sua frente e desligando o telefone. – Bem, eu pedi para que você viesse até aqui porque preciso saber quem dos seus familiares virão à peça, para eu poder colocar o nome deles na lista e lhe entregar os convites no próximo ensaio. Peço que você escolha-os e me comunique o mais breve possível!
- Tudo bem professora, pode deixar. Eu vou tentar conseguir a confirmação de todos o mais rápido possível. – Falei, pensando em meu irmão. Ele sempre foi muito presente em minha vida, mas após ele ganhar um concurso de música, cujo premio fora um contrato para gravar seu primeiro cd, ele quase não tinha tempo para nada. Quem dirá vir até minha apresentação de ballet. – Mas é só isso?
- Por enquanto sim, . Mas não se esqueça, não faça muito esforço, coisas que podem lhe machucar ou te deixar indisposta, não queremos a estrela da peça prejudicada! – Disse ela, sorrindo. Já comentei que ela me confiou o papel de personagem principal na peça? – Não se esqueça de se alimentar muito bem, dormir nos horários certos e, claro, ensaiar o quanto você puder!
- Deixa comigo, senhorita Magda. Você não vai se arrepender por ter me dado esse papel. – Eu sorri, pegando minha bolsa e deixei a sala. Saí da escola já decidida que, ao chegar em casa, a primeira coisa que faria era ligar para o meu irmão.
POV
- PAUSA NO ENSAIO! – Nosso empresário, Eric, gritou para nós, o que nos fez respirar aliviados.
Saímos do estúdio e fomos direto até nossa sala de lazer. Na verdade, ela é basicamente uma sala com alguns bancos, frigobar, uma televisão gigante com vídeo game e uma mesa de sinuca, mas sala de lazer soa mais profissional.
- E aí, dudes? – falei, me atirando em um dos pufes coloridos. – Temos só mais duas horas de ensaio e depois estamos liberados para as nossas merecidas férias. Quais são os planos?
- Eu vou passar em casa, ver meus pais e minha irmã, mas depois, não tenho nada em mente. – Respondeu , jogando uma bolinha de papel pro alto e pegando de volta. – E vocês?
- Praticamente a mesma coisa. – Disse . – Mas a minha família é outra e minha irmã não é minha gêmea, é uma pirralha.
- E eu também vou com vocês. – Disse – Porque meus planos envolvem ficar longe das câmeras e perto das coisas que a gente fazia na época da escola.
- ISSO! – Falei, tendo uma ótima ideia. – Que tal fazermos isso? Utilizarmos as nossas férias para agirmos como meninos normais, sem a banda nem nada, só nós quatro como nos tempos de escola?
- Olha, não é má idéia. Até porque sinto saudades das nossas tardes na piscina lá em casa. – Disse .
- Não só as tardes e não só na piscina, dude. Nós passávamos oitenta por cento do nosso tempo lá! – Disse e nós concordamos.
- Espera... E os outros vinte por cento? – Perguntou .
- Divididos entre escola e festas! – Conclui, fazendo todos rirem. Ficamos relembrando os velhos tempos até ouvirmos o celular de alguém tocar.
- Gente, é a ! Vou colocar no viva voz! – Disse , animado. A é a irmã gêmea dele, conseqüentemente cresceu comigo e com os guys e cara, sentimos muita falta dela.
- Alô? – Ela falou, assim que atendemos o telefone – ?
- MANAAA! – Ele gritou – Que saudades!
- Eu também estou morrendo de saudades, praga!
- Então por que não liga?
- Bem, até que eu tento, mas né... Ninguém tem a decência de me atender! Eu to até estranhando que consegui falar com você agora!
- Não só comigo! , você está no viva voz com a banda do momento, 5 SECONDS OF SUMMER!
- É para dar um ataque de fã histérica ou o que?
- Na verdade é para dizer oi, sua ingrata! – Falei, rindo.
- Então ok... HEEEEEY GUYS!
- OI LOTTIE! – Gritamos os quatro em conjunto.
- Enfim, a que devemos a honra de sua ligação? – Disse .
- Bem... Lembram daquela peça que estou ensaiando a mais de um ano e que eu consegui o papel principal?
- Giselle? – fez um esforço pra lembrar.
- Exatamente! Eu não quero atrapalhar vocês, nem nada do tipo, só que acontece que a apresentação é daqui duas semanas e eu queria muito que vocês viessem! – Ela pediu, toda esperançosa. Eu estava prestes a dizer que nós estaríamos lá com certeza, já que todos sabem do mega esforço que ela está tendo nessa peça e sempre estivemos muito ansiosos para assistir, já que até o ensaio ela nos vetava, mas me interrompeu.
- Sabe mana, a gente tem um mês de show pela frente, a contar a partir de amanhã... Queríamos muito ir, você sabe, mas não sei se vai dar... – falou, piscando para nós.
- Ah, claro, eu entendo... Bem, desculpa atrapalhar os ensaios de vocês, eu preciso ir, a mamãe está me chamando. Beijo , beijo meninos. Eu amo muito vocês!
- Também te amamos ! – Disse – Beijos!
desligou o celular e viramos os três com caras confusas para ele.
- Esta vai ser a primeira parte das nossas férias. Se preparem para fazer surpresa para , embarcamos para Austrália amanhã. – nos explicou, sorrindo.
Capítulo 2
Escrito por Gillian Krein
POV
Nós poderíamos viajar um milhão de vezes, eu nunca me acostumaria ao enjôo no avião. Havíamos recém aterrissado em Sydney e nem imaginávamos que temos tantas fãs em nossa terra natal. O aeroporto estava tão lotado que tivemos que sair de lá escoltados.
- E aí, qual a nossa primeira parada? – Perguntou .
- Eu estava pensando em ir buscar a no balé, mas eu tô morrendo de fome! – Falou .
- Então drive-thru depois escola de balé? – Sugeri.
- E encerramos com a casa do ! – Finalizou .
- Só espero que a não descubra nada sobre nós estarmos aqui antes de fazermos a surpresa! – Falei.
- Esperamos, . – Disse . – Mas agora vamos falar sobre o que está me incomodando...
- E o que seria? – Perguntei.
- O que vamos pedir dessa vez pra comer?!
Rimos e demos um tapa na testa dele, logo chegando ao drive-thru da nossa lanchonete preferida de Sydney. Ah, como eu estava com saudades!
POV
- Finalmente acabou seu ensaio! – Disse , assim que eu sai do vestiário, já de roupa trocada.
- Pra personagem principal da peça, todo ensaio é pouco, . – Respondi, rindo. – Mas enfim, quer ir assistir um filme lá em casa agora?
- Agora não posso, - Disse ela, fazendo beiço. – tenho que cuidar do John até a mãe chegar. Mas amanhã de manhã passo na sua casa para nós irmos juntas pra escola!
- Combinado. – Falei, vendo ela atravessar a rua e fazer caminho contrário a minha casa.
Eu sentia muita falta dos meninos quando tinha esse tempo livre, afinal, eu sempre saía com eles ou ia junto com o nos compromissos da banda e, quando eles não podiam, era quem me acompanhava. Mas agora com o novo turno do emprego da mãe, ela fica cuidando de John, seu irmãozinho de seis anos e eu, fico sozinha no meu quarto assistindo qualquer filme aleatório que esteja passando na televisão. Resolvi então, pegar logo minha mochila no armário e seguir para casa mas, ao sair da escola, vi um carro preto parado bem na frente, com um motorista segurando uma placa com meu nome escrito. Como assim?
- A senhorita se chama ? – Perguntou ele, quando eu me aproximei.
- Sim... – Falei, meio em dúvida se deveria revelar minha identidade pra ele.
- Seu irmão mandou esse carro para te buscar na escola, como um pedido de desculpas por não poder vir para sua apresentação.
Eu ri. Isso era a cara do .
- Obrigada. – Falei, deixando com ele minha mochila e entrando no enorme carro. Tamanha foi minha surpresa ao encontrar meu irmão e meus três melhores amigos lá dentro, com sacolas de comida e um ursinho de pelúcia vestido com roupas de balé.
- SURPRESA! – Gritaram todos em conjunto e minha primeira reação foi dar um abraço coletivo neles.
- Como assim? Vocês não iam estar com a agenda lotada de shows?
- Ai, ela está desprezando nossa presença. – Disse , fazendo cara de nojo pra mim, nos fazendo rir.
- Na verdade, só se forem shows particulares pra você! – Disse .
- Estamos de férias, ! – Disse .
- E por nada que faltaríamos a apresentação de balé da nossa pirralha favorita! – Disse . – Agora vamos para casa, estou com saudades de passar a tarde assistindo filmes e comendo as besteiras que nossa mãe faz.
Sorri enquanto o motorista dava partida no carro, nos levando direto a nossa casa. Abracei meu irmão e a única coisa que eu desejava era que esse momento, durasse para sempre.
Capítulo 3
Escrito por Gillian Krein
’s POV
Chegamos em casa e logo os meninos deram folga para o motorista particular. Como o costume que tínhamos, corremos para ver quem chegava primeiro na porta.
- Gente, eu senti tanta falta disso! – Disse , rindo.
- Vamos assistir que filmes dessa vez? – Perguntei.
- Bem, que tal a gente se separar? Eu escolho alguns filmes no meu quarto com a ajuda do , o pega o colchão inflável e os cobertores e você e o vão preparar alguma coisa para gente comer! – Disse .
- Certo! – Disse , me puxando pela mão até a cozinha. – Nossa... Eu estava morrendo de saudades de tudo isso...
- Eu também estava – Confessei, rindo. O fato é que, por mais idiota que isso pareça, eu estava nervosa pela presença dele. Ele estava muito mais bonito que o ano passado e agora, ele era famoso. As cenas de nossos últimos encontros antes de eles irem fazer shows pela Europa ainda estavam presentes na minha memória, mesmo que alguns meses tenham se passado. Eu sei que se tem uma coisa que nunca vai mudar, nem por causa do dinheiro, das fãs e da fama, é minha amizade com eles, mas mesmo assim, era difícil de me acostumar.
- Então... O que você fez nesse longo ano sem mim? – Ele perguntou, colocando a pipoca no micro-ondas.
- Bem, minha vida se resumia a , a ensaios de balé e a escola. Mas agora estamos muito mais focadas na nossa apresentação, dá para acreditar que faltam apenas treze dias para a apresentação que estou esperando minha vida inteira para fazer acontecer?!
- Dá pra acreditar sim, . Você se esforçou bastante para isso. – Disse ele sorrindo sincero para mim. Ele veio até mim e me abraçou. – Eu estou orgulhoso.
- E eu estou orgulhosa de vocês! – Falei, o abraçando com força. – Cara, vocês são a banda do momento!
Ele riu, corando um pouco.
- A gente nunca teria conseguido sem você, que incentivava sempre todos os ensaios da banda e nunca desistiu da gente, mesmo quando acreditávamos que nunca teríamos futuro na musica.
- É, eu sei que sou demais. – Falei, rindo. A pipoca tinha recém ficado pronta e colocava ela numa bacia, enquanto eu colocava alguns tipos de doces e chocolates em recipientes.
- A COMIDA VAI DEMORAR? – Gritou Michel lá da sala.
- Vamos? – Disse , me ajudando com os recipientes e ainda me abraçando pela cintura.
- Vamos. – Falei, sorrindo.
’s POV
Chegamos na sala e larguei as coisas na mesinha de centro, escolhendo um lugar ao lado de . Era incrível a saudades que eu estava daquela garota e agora, que estou com ela, não conseguia mais soltar. Como uma vontade que era maior do que eu, puxei ela pelo braço, fazendo-a deitar a cabeça em meu peito, me abraçando. Eu logo tratei de abraçar o seu corpo e puxar uma coberta para nos cobrir.
- Que filmes vamos assistir? – Perguntou ela, atraindo a atenção para nós, que até agora estava na comida.
- O que tu ta fazendo abraçada nesse sem graça aí? – Perguntou , com a boca cheia de comida. – Minha irmã fica abraçada comigo, eu que senti mais falta de ti!
- Mas me trocou pela comida, eu vou ficar abraçada no ! – Ela disse, rindo, me abraçando mais forte quando ele veio e deitou no colo dela.
- Pelo menos posso ficar por aqui? – Ele perguntou, fazendo beiço para irmã.
- Pode, , pode! – Ela disse, rindo. – A mãe vai surtar quando ver vocês por aqui!
- Saudades da tia! – Disse , se aproximando da também e deitando a cabeça na barriga dela, que riu da situação.
- E você, , vai deitar aonde?
Ele então deitou nas pernas de , que riu mais ainda.
- Todos acomodados?
- SIM! – Respondemos em coro.
- Então vou começar o filme! – Disse , pegando o controle. Quando começou o filme, tudo parecia os dias que passávamos a tarde inteira aqui.Tudo estava perfeito. Eu estava com as pessoas mais importantes do mundo para mim e talvez... Talvez os sentimentos que eu sentia por Clifford não sumiram durante nosso tempo fora como eu pensei que fosse sumir. Talvez eles ainda estejam e aqui e muito talvez... Eles estão aumentando.
Capítulo 4
Escrito por Gillian Krein
’s POV
Acordei com um grito. Era típico eu dormir no meio dos filmes, mas nunca era acordada desse jeito.
- EU NÃO ACREDITO, MEUS BEBÊS VOLTARAM PARA CASA! – Minha mãe escandalosa berrou, quando viu os garotos. Todos correram para abraçá-la.
- SENHORA CLIFFORD! – Ashton disse. – Que saudades a gente estava da senhora!
- Eu também quase morri de saudades dos meus garotos! – Mamãe disse, com os olhos cheios de lágrimas.
- OI MÃE! – pulou em seu pescoço e lhe deu um beijo estalado na bochecha. – Da próxima vez, você e a vem junto na mala.
- Filho, como você está magro! – Mamãe disse, olhando para e puxando seu braço. – Parece que vai quebrar!
- É saudades da sua comida, tia! – Disse , sorrindo.
- Pode deixar que eu vou preparar tudo o que vocês quiserem para comer!
- Ei! Achei injusto! – Eu que estava ainda abraçada em reclamei. – Você nunca faz tudo o que eu quero para comer!
- Oh meu Deus, ! – Minha mãe me ignorou e roubou o abraço de para ela. – Como você está lindo! A me contava tudo, mas eu pensava que ela estava exagerando de tanto que falava de você!
- MÃE! – Reclamei mais uma vez com essa mulher inconveniente. – Por favor, né?
- Ela falava muito de mim, senhora Clifford? – perguntou, sorrindo para mim.
- Pelos ouvidos, ! – Ela falou, rindo.
- Bom saber! – Ele falou, piscando para mim.
- Cara, menos. – Disse . – Bem menos. Minha irmã.
Todos riram enquanto eu me transformava em pimentão no meio da sala.
- Então, quem vai me ajudar a fazer o jantar? – Minha mãe perguntou, fazendo todos levantarem a mão. – Então venham o , o Ashton e o me ajudar enquanto a e o vão colher alguns tomates para mim na horta lá nos fundos.
- Ah, sério, mãe?! – Falei, rindo e atirando uma almofada nela que saiu para a cozinha.
- Vamos, princesa? – falou, me estendendo a mão. Eu ri com a cara de debochado em que ele estava. Ninguém merece.
’s POV
Levei pela mão até os fundos da casa, na horta.
- Então... Você falava bem ou mal de mim? – Eu amei incomodar ela com o que a Sra. Clifford nos contou.
- , faça-me o favor e para de falar disso! – Ela disse, corando.
- Ah, , só por curiosidade!
- Era bem, ok? E não era só de você que eu falava, você sabe como minha mãe é!
- Eu sei bem. – Eu ri.
- Ela sempre te chamou de genro quando você morava aqui e...
- , respira! Puxei ela para frente e coloquei as mãos em seus ombros. – Eu já entendi, só estou tirando com a tua cara! – Eu ri. – Só não sei por que você ficou nervosa...
Levantei a sobrancelha em tom de deboche.
- Os tomates ... – Disse ela, apontando para horta. – Se concentre nos tomates.
Eu ri.
- Mais tarde conversaremos sobre isso, .
Capítulo 5
Escrito por Gillian Krein
’s POV
Já era um pouco tarde quando terminamos de jantar na Sra. Clifford.
- Gente, eu vou indo, minha mãe já vai chegar em casa e eu quero estar lá para fazer uma surpresa! – Disse , se levantando.
- Mande um beijo para sua mãe, querido! – Disse Sra. Clifford.
- Eu vou contigo! – Disse .
- E eu acompanho vocês. – Disse , referindo-se a casa dos meninos que ficava na rua de trás. Eu morava na casa ao lado.
- E quem vai me acompanhar? – Perguntei, rindo.
- A ! – Disse .
- O QUÊ? – Disse ela, assustada. – Vocês estão tirando com minha cara hoje, só pode!
- Parem de zoar com a nossa loira! – Disse , abraçando-a e dando um beijo em sua testa.
- O que vocês vão fazer amanhã? – Sra. Clifford perguntou.
- Eu vou descansar, amanhã é final de semana, não tenho ensaio! – lottie disse, feliz.
- Então acho que não vamos fazer nada, porque mãe? – Perguntou .
- Que tal nós fazermos um almoço de boas-vindas para vocês amanhã aqui em casa? Tragam as suas mães, garotos!
- É uma ótima ideia, tia! – Disse .
- Mas agora eu realmente preciso ir! – Disse , rindo. – Eu vou falar com minha mãe e amanhã te dou a resposta, Sra. Clifford!
- Combinado, meninos. Até amanhã. – Minha mãe deu um beijo em cada um e foi para cozinha, recolher a mesa.
- Até amanhã, . – Os meninos se despediram dela e depois seguiram com para fora.
- Você vai me levar ou eu vou dormir aqui? – Brinquei.
- , você mora aqui do lado!
- Você sabe que horas são? E os perigos que existem essa hora da noite?
- , eu fico te vendo da janela!
- Você vai fazer essa desfeita pra minha mãe? A mulher que te considera a menina que ela nunca teve?
- , eu vejo ela todos os dias!
- Mas não na minha ilustre companhia! Por favooooor! – Fiz beiço, fazendo ela rir e levantar, me abraçando.
- Só porque eu sou muito querida!
- Eu sei que é porque você me ama! – Peguei ela no colo enquanto ela ria e a gente passava pela porta.
- Juízo, crianças! – Gritou Sra. Clifford da porta da cozinha, fazendo ficar muito vermelha.
- Pode deixar mãe! – Ela berrou de volta. – Eu te mato, .
- Vai ser uma honra ser morto por você, Clifford. – Eu respondi, rindo, chegando até a porta de minha casa.
’s POV
havia finalmente me colocado no chão e estava procurando a chave reserva da casa, onde eles sempre guardavam enterrado nas pedrinhas do vaso da planta artificial que a mãe de mantinha na varanda.
- Achei! – Gritou ele, me mostrando a dourada e brilhante chave.
- Ótimo, já posso ir?
- Já viu minha mãe, apressadinha? Pois é, né. – Ele disse, abrindo a porta e me dando passagem, logo trancando-a de volta.
- Então... O que vamos ficar fazendo até ela voltar?
- Eu não sei, você ta mais de casa que eu. – Ele riu sem graça.
- Então vem cá! – Puxei ele para a cozinha onde tirei um pote do congelador.
- O que é isso? – Perguntei.
- Sorvete caseiro. Eu, sua mãe, minha mãe e a fizemos para comermos depois do treino... – Me referi a , minha melhor amiga e prima de , que as vezes ficava aqui na casa dele quando saiamos muito tarde do balé. – Experimenta!
Coloquei uma colherada em sua boca.
- Que delícia! – Ele disse, pegando a colher de minha mão e comendo direto do pote. – Foi você mesmo que fez?
- Claro que foi. – Falei, sorrindo meio constrangida.
- Prove! – Ele sorriu, desafiadoramente. – Quero que você faça um para mim, amanhã!
- E o que eu ganho com isso? – Perguntei, entrando na brincadeira.
- Isso a gente decide mais tarde, linda. – Ele piscou para mim.
- Combinado! – Estendi minha mão para ele apertar, mas o idiota inesperadamente me surpreendeu com um selinho.
- Promessa de beijo vale mais.
- Mas selinho não é beijo!
- Tudo bem, foi você quem pediu! – Ele me agarrou depressa pela cintura e antes que pudesse selar nossos lábios, fomos surpreendidos por Liz, mãe de , entrando na cozinha.
- Mãe? – Ele falou, ainda sem nos mexer daquela posição constrangedora. Resolvi logo sair de seus braços. – MÃE!
Ele foi correndo abraçar Liz e eu fiquei observando aquela cena linda, até me dar conta do que quase aconteceu, se Liz não tivesse chegado. Arrumei minhas roupas e fui até os dois.
- Eu vou indo, . Até amanhã. – Dei um beijo em Liz e um abraço bem desconfortável nele e saí correndo daquela casa. Preciso falar urgente com , a única pessoa que sabe de toda nossa história, a única pessoa que vai me entender no momento.
Capítulo 6
Escrito por Gillian Krein
’s POV
- E VOCÊS O QUÊ? – Gritou no telefone. Logo após sair da casa de , subi correndo para meu quarto ligar para ela.
- Exatamente o que você ouviu, . – Eu falei, rindo sem graça. – A gente quase se beijou, se não fosse pela sua tia chegar.
- Tinha que ser a Liz! – falou, rindo, fingindo irritação.
- Bem que ela fez! Eu nem sei o que faria se nós tivéssemos nos beijado.
- Talvez vocês teriam recomeçado de onde pararam quando eles saíram em turnê...
- ... Melhor deixar tudo do jeito que está e se for para alguma coisa acontecer... Vai acontecer com o tempo. – De repente ouvi alguém batendo na porta e colocando a cabeça para dentro. – Amiga, nos falamos amanhã, o meu irmão está aqui.
- Beijos , até amanhã no almoço. – Ela disse rindo. – E manda um beijo pra esse lindo do teu irmão.
Eu ri.
- Pode deixar. Beijos! – Desliguei o telefone e me virei para . – A mandou um beijo.
Ele sorriu sem graça.
- Ela vem pro almoço amanhã?
- Com certeza.
- Legal. – Ele falou, fingindo desinteresse, mas logo mudando de assunto. – Eu estava com saudades de você, maninha.
Ele se deitou do meu lado na cama.
- Eu também estava. – O abracei. – Mas agora precisamos dormir, amanhã temos que acordar cedo para ajudar a mãe com o churrasco.
- Então boa noite. – Ele deu um beijo em minha testa. – Como nos velhos tempos?
- Sempre. – Afirmei, me referindo ao fato de que ele sempre esperava eu dormir para sair do quarto quando eu era menor, por ter medo de escuro.
Deitei em meu travesseiro, virada para a sacada e uma cena que eu não via faz tempo se fez diante de meus olhos.
A janela do quarto de estava com a luz acesa. E ele apoiado nela, me observando. Quando viu que eu estava olhando de volta, apenas sorriu fraco e fechou as cortinas. Eu apenas sorri. Não é possível que todos meus sentimentos estivessem voltando. E com esse pensamento, consegui adormecer facilmente.
’s POV
Acordei mais tarde do que costumo acordar nas turnês. Mal abri meus olhos e já vi minha mãe entrando no quarto e abrindo as cortinas, me dizendo para levantar e me arrumar para o almoço na casa dos Cliffords.
Ao contrário de tantas vezes que me irritei com esse gesto, hoje eu apenas sorri. Era bom estar de volta em casa.
- Já estou levantando, mãe! – Eu me coloquei de pé, abraçando-a e estalando um beijo em sua bochecha.
- Garanto que se não fosse pela , eu só te veria depois do almoço! – Disse ela. Eu ri.
- Eu vou fingir que não escutei isso e vou trocar de roupa. – Falei, empurrando ela até a porta. – To pronto em dez minutos!
Eu ri da reação de minha mãe e fui escolher alguma coisa no guarda roupas, já que ainda não havia desfeito minhas malas. Foi nesse momento que a vi pela primeira vez no dia. estava sentada em sua cama, rindo ao lado de minha prima e também sua melhor amiga, . As duas conversavam animadamente até que olhou para minha janela e acenou, sorrindo. Eu sorri envergonhado, por ter sido flagrado encarando as duas e acenei de volta, tendo certeza que estava corado. me lançou um sorriso e fez um gesto para mim apurar, o motivo que me fez ficar pronto antes do que eu esperava. Me vesti, arrumei meu cabelo e fui até o andar debaixo, onde minha mãe estava terminando de confeitar o bolo em que ela ficou de levar para a sobremesa.
- Vamos? – Perguntei, ajudando-a a limpar a cozinha.
- Pra que tanta pressa, menino? – Ela disse, rindo.
- Mãe, não vamos fazer desfeita aos nossos vizinhos!
- Então vamos, antes que você desmaie de ansiedade para ver aquela menina.
Eu ri, pegando a forma do bolo e balançando a cabeça negativamente. Quando ela fechou a porta, foi que me perguntei o quanto ela sabia da história entre eu e . Eu preciso conversar sério com ela. E vai ser neste almoço.
Capítulo 7
Escrito por Gillian Krein
’s POV
Eu e havíamos colocado nossas roupas de banho e apenas um short e uma regata por cima, para descermos até o pátio para o almoço. Quando chegamos no andar debaixo, havia recém chegado com sua mãe. Sorri para ele que, assim que me viu, veio até nós.
- Bom dia, lindas. – Ele falou, dando um beijo na bochecha minha e de .
- Bom dia! – Falamos juntas.
- ALELUIA, todos chegaram! – Disse meu irmão, surgindo na porta que dava para o pátio.
- Bem, já que estamos todos aqui, vamos nos sentar. – Sugeriu minha mãe, encaminhando todos para onde meu pai fazia o churrasco.
Chegamos no pátio e todos os meninos vieram nos comprimentar com suas devidas mães. Nos reunimos numa mesa apenas dos adolescentes e noutra apenas os adultos. Sentei entre e , Com na minha frente entre e .
- Eu estava pensando... Vamos todos ficar hoje o dia inteiro nessa piscina, o que acham? – Disse .
- Seria ótimo, mas... – Disse . – Eu e a precisamos ensaiar um pouco a peça. Mas isso não vai levar mais do que duas ou três horas.
- E nós podemos ver? – Perguntou .
- Seria uma honra! A gente iria amar, ! – Disse , animada. Essa menina sempre quis que eu e começassemos a namorar. Se um dia isso acontecer, acho que ela desmaia de emoção.
Eu apenas sorri envergonhada.
Almoçamos rindo o tempo inteiro, conversando e ouvindo as histórias que os meninos nos contaram sobre a tour e as fãs. Era até estranho imaginar que meu irmão e seus melhores amigos de infância tinham fãs espalhadas pelo mundo inteiro, sendo reconhecidos pela coisa que mais amam fazer no mundo, mas eu me sentia orgulhosa deles. Quando terminamos de comer, foi mostrar nosso estúdio a , e foram ajudar minha mãe a pegar as sobremesas e eu e ficamos sozinhos na mesa.
- ... – Ele parecia meio nervoso. – Será que depois a gente poderia conversar?
- Claro. – Eu respondi, sorrindo. – Sobre o que?
- Bem... – Nesse momento vimos os meninos vindo para mesa com potes de sorvete. – Depois eu te falo.
Ele piscou e sorriu pra mim. Logo após comermos a sobremesa, fomos até o estúdio, com e .
- Hey! – disse, ao nos ver. – Vamos ensaiar, ?
- Vamos, apenas esperem eu me trocar, por favor. – Falei, indo direto para me quarto.
’s POV
Eu, e os meninos estavamos sentados na sala de espelhos esperando chegar já havia uns cinco minutos. Estava entretido brincando com a barra da minha blusa quando a vi. E ela estava absolutamente linda. Seus cabelos presos num coque, seu collant rosa e uma meia calça branca, finalizando com uma sapatilha da mesma cor que o collant.
- Você vai se apresentar para milhares de pessoas usando isso?! – Disse - Ah, mas não vai mesmo! Minha irmã não sai de casa usando isso nunca!
- , essa é a roupa do ensaio, apenas. – Ela respondeu, rindo. - Nós não ensaiamos em casa com a roupa da apresentação, exatamente para não sujar ou estragar!
- Então ninguém de fora vai te ver usando isso?
- Além de vocês e meus colegas de ballet? Acho que não. – Ela riu.
- Então tudo bem. Pode começar o ensaio. – Michel disse, autoritário, fazendo a irmã mais nova rir.
colocou a música e as duas começaram a dançar. Em segundos me vi envolvido naquilo e já estava super concentrado no movimento de ambas. Era como se elas dedicassem tudo a aquilo. Quando elas acabaram, eu e os meninos levantamos e as aplaudimos e eu inconsequentemente fui abraçar .
- Isso foi maravilhoso. – Falei, sorrindo para ela.
- Você gostou mesmo? De verdade? – Ela perguntou.
- É claro! Tem como não gostar?
Ela riu envergonhada. Neste momento, sra. Clifford entrou no estúdio.
- O que vocês estão fazendo trancados aqui quando podem estar aproveitando o sol lá na piscina? – Disse ela. – Vamos, todos para fora que eu fiz suco e alguns biscoitos.
Sorrimos todos para ela.
- Estamos descendo, mãe. – Disse , saindo para fora.
Todos repetiram o movimento e, antes que saísse, segurei a mão dela.
- Será que poderíamos ter nossa conversa agora?
Capítulo 8
Escrito por Gillian Krein
’s POV
- Claro que podemos. – Respondi, sorrindo. Tentei parecer calma e segura, apesar de estar me matando de curiosidade e nervosismo por dentro. A última vez que fiquei sozinha com ele... Bem, foi a alguns meses atrás.
FLASHBACK ON: SEIS MESES ATRÁS – NARRADOR
estava na beira da piscina, apenas molhando os pés quando chegou por trás, abraçando-a. Logo que percebeu que a menina estava ali sozinha, se juntou a ela, puxando-a para um selinho.
- O que foi, linda? – O menino perguntou, preocupado com a cara da, talvez, futura namorada.
olhou para o mais velho com água nos olhos.
- Eu já sei de tudo, . – Ela disse, em um suspiro.
- De tudo o quê? – O garoto parecia confuso, mas também estava preocupado. Sua menina estava ali, indefesa e com uma feição triste.
- De tudo, . Eu fiquei muito feliz por vocês, sério! Mas simplesmente não podemos mais continuar juntos.
- Como assim? – Agora ele estava aflito. O que diabos pode ter acontecido para ela resolver acabar tudo, do nada? Neste momento seu celular tocou. Era o agente da banda deles, Louis. Mas no momento ele estava ocupado, ele que ligasse para outro integrante da banda. – , o que pode ter acontecido de tão grave para você querer desistir de tudo, desta forma?
- , como você acha que podemos ter futuro depois da mais nova novidade? – Ela agora gritava, fazendo gestos exagerados com as mãos. – Eu não posso ir junto, eu tenho minha apresentação de ballet, eu preciso seguir meu sonho. Com vocês longe, pelo mundo afora, como você pretende manter alguma coisa comigo? Você vai conhecer garotas do mundo inteiro e eu não posso exigir que você seja fiel, sem que eu esteja ao teu lado.
O menino estava a olhando atônito.
- Do que você está falando?
- Então... Você ainda não sabe da mais nova novidade. – Ela disse, sem encará-lo, olhando para o céu. Neste momento o celular de tocou novamente, do mesmo contato que, mais uma vez fora ignorado. Como se não bastasse toda a situação sem explicação com , seus três melhores amigos e companheiros de banda, , e entraram no pátio gritando e pularam na piscina.
simplesmente levantou, secando-se das gotas que nela respingaram e foi até os outros.
- Parabéns, meninos. Eu estou muito orgulhosa de vocês. Uma pena eu não poder ficar para a comemoração, tenho ensaio, mais tarde nos falamos.
Ela entrou pela porta e os três restantes olharam para , na beira da piscina e cabisbaixo.
- Dude, por que essa cara? – Aston disse, confuso. – Nós recebemos a melhor notícia da carreira da nossa banda e você fica por aí, triste?
- Mas que raio de notícia é essa que todos sabem, menos eu? – Ele gritou, olhando para os amigos que estampavam mega sorrisos na cara.
- Você não atendeu as ligações de Louis? – Perguntou . – Bem, de qualquer forma, cara, NOSSA PRIMEIRA TURNÊ VAI ROLAR!
- E o melhor de tudo, - Continuou , - Ela vai ser NOS ESTADOS UNIDOS!!!
Agora sim tudo fazia sentido. Por um lado, achava que poderia explodir de felicidades. Era o sonho de criança dele se realizando, viver de música com os três melhores amigos, ter o reconhecimento que eles tanto almejavam e mereciam. Por outro, ele estava aflito. Deixar , por tempo indeterminado não estava em seus planos no momento. Agora, que ele estava quase a convencendo de assumir um relacionamento sério e finalmente poder contar para a família e os amigos. Mas talvez, essa ainda não fosse a hora certa. E esse fora o jeito do destino dar este recado para ele. sorriu, se conformando com a situação.
- Dudes... EU NÃO VEJO A HORA DE ISSO ACONTECER! – Ele exclamou, tirando a camisa e se atirando na piscina, deixando uma chorando na janela de seu quarto, observando os meninos, mas feliz, por ter feito a escolha certa.
FLASHBACK OFF
me puxou pela mão até o jardim, na frente da casa.
- Sobre o que você quer conversar, afinal? – Perguntei, enquanto me sentava na grama com ele.
- Sobre... Nós. – Ele disse, assustando-me e me fazendo olhar para ele com os olhos arregalados. – Digo, é complicado, argh... Só quero saber tipo, se mais alguém sabe o que rolou nas semanas antes da turnê.
- Me senti enrubescer tanto quanto o menino ao meu lado.
- Bem... A desconfia. Mas nunca confirmei nada para ninguém. – Falei, olhando para meus pés. – Por quê?
- Minha mãe e as nóias dela. – respondeu, rindo envergonhado.
- Era só isso? – Perguntei, finalmente o olhando nos olhos.
’s POV
Não. Não era só isso. Quero te falar que sinto sua falta cada dia mais e que eu não te tirei da cabeça nem por um segundo nesses seis meses que se passaram. Que todas as músicas que escrevi para o CD foram dedicadas a você e que talvez eu te queira de volta, mas simplesmente não tenho coragem de dizer isso e temo sua reação.
- Sim, acho que é só isso. – Falei, sorrindo para ela e me levantando, a estendendo a mão.
- Ok então... Vamos para a piscina?
Abri a porta para ela.
- Estou logo atrás de você.
Burro. Idiota. Covarde. Não consigo acreditar que não consegui dizer pra ela nada do que tinha planejado.
Entrei no quintal e logo me direcionei para a mesa que todos estavam, comendo os famosos cookies da Sra. Clifford.
- Eu senti tanta falta disso. – falou, comendo os cookies.
- É para vocês aprenderem a nunca mais ficar tanto tempo fora de casa. – respondeu, rindo. – A não ser que nos levem junto.
- Pode deixar, linda – Disse . – Da próxima vez, ninguém sai da cidade sem vocês.
Todos rimos e continuamos a comer cookies e conversar, justo como nos velhos tempos.
Capítulo 9
Escrito por Gillian Krein
’s POV
Naquele dia tínhamos ido dormir cedo. Foi muitas horas de conversa jogada fora, de festejos pelos meninos estarem aqui, mas eu e precisávamos agora, mais do que nunca, focar nos ensaios. A cada minuto, nos aproximamos mais do nosso grande momento, o dia que poderá definir nosso futuro para sempre. Positivamente falando, eu espero.
Acordei e logo coloquei minha roupa de ensaio, apesar de ainda ser domingo. Esta parte eu teria que ensaiar com George, meu colega que irá interpretar Albrecht, o amor da vida de Giselle. Tentei ligar para ele diversas vezes, porém, sempre chamava até cair. Resolvi então, ensaiar minhas partes sozinhas. Fui para o estúdio e comecei o aquecimento. Logo depois coloquei a música e comecei. Senti ela ganhar vida e meu corpo começou a se movimentar quase que imediatamente. Cada segundo daquela melodia já estava decorada por mim e cada movimento que eu fazia entrava em extrema sintonia com a música. Meus olhos estavam fechados e meus pés já estavam cansados de ficar nas pontas, sustentando todo peso de meu corpo, porém eu não poderia parar. Essa é uma das melhores sensações do mundo, a sensação que eu quero sentir para sempre. Se eu não conseguir a bolsa de estudos na Royal Academy of Dance, eu não sei o que vou fazer. Não consigo me imaginar num futuro sem a dança estando presente no meu dia-a-dia.
Após ensaiar com perfeição todas as minhas partes solos, resolvi dar um tempo, porque além de estar com muito cansaço e quase sem folego, já estava morrendo de fome. Desliguei a música e olhei no meu celular, já era passado da meio dia e meia, eu cheguei no estúdio eram quase oito horas. É, a música faz isso comigo.
Escutei neste momento meu celular tocar, indicando o número de . Eu atendi, confusa.
- ?
- Você estava magnífica no ensaio, . – Ele falou, e eu pude imaginar o sorriso em seu rosto.
- Como você sabe? – Perguntei, assustada.
- Talvez porque a janela do meu quarto de hóspedes dê direto para a janela do teu estúdio.
Fui até a janela e o encontrei me acenando.
- Sério isso? Cada canto da tua casa dá para observar um canto da minha agora? – Perguntei, rindo.
- Só as partes que me interessam. – Ele piscou e eu tive a certeza que corei.
- Ok, , obrigada. – Eu ri, envergonhada. – Mas por que me ligou?
- Porque, além de te elogiar, quero te cobrar.
- Cobrar?
- O sorvete caseiro, . Ainda não acredito que foi tu quem fez.
- Mas e por que não?!
- Porque ou a menina sabe cozinhar ou ela é bonita!
Eu ri, mais envergonhada ainda e saí da janela, para evitar que ele me visse cada vez mais vermelha.
- Obrigada mais uma vez, mas acho que eu sou o combo de todas as qualidades femininas misturadas.
- E quando um garoto encontra um combo, ele não pode deixar escapar. – Ele falou. – E , me faz um favor?
- Fale.
- Volta para a janela. Adoro te ver sem jeito.
Eu ri alto dessa vez.
- , vai dormir!
- Não, quero meu sorvete, acordei com vontade. – Ele disse rindo.
- Você vem aqui ou eu vou aí?
- Chego em cinco minutos.
- Peste.
- Linda. Até daqui a pouco. – Ele riu e desligou.
’s POV
Coloquei meus sapatos e desci correndo as escadas. Nem precisei avisar minha mãe, afinal, se eu não estava em casa, estava no .
Quando cheguei lá na porta da casa dos Cliffords, nem me dei o trabalho de tocar a campainha, já era de casa. Fui esperar a no pátio, mas percebi que ela já estava lá, brincando com a tartaruga dela. Sem a garota perceber, peguei meu celular e tirei uma foto dela, que ficou linda, logo a postando no Twitter com a legenda “Não sei quem é a mais lerda das duas!”. É, ela vai me matar quando ver.
Me aproximei silenciosamente dela, até tocar sua cintura.
- BU. – Sussurrei em seu ouvido, lhe dando um susto.
- NOSSA, ! Não sabe mais bater na porta?
- Eu não preciso de formalidades, já sou de casa. – Respondi, rindo.
- Idiota. – Ela riu junto.
- Vamos para a cozinha? Quero filmar você sendo minha cozinheira por um dia inteiro.
- Meu bem, vou só fazer teu sorvete pra te provar do que sou capaz e vou voltar para o meu ensaio!
- Mais ensaio?
- Isso é importante pra mim, . Tanto quanto a banda de vocês. Um dia vocês quatro vão sentir tanto orgulho de mim quanto eu sinto de vocês.
Eu fiquei comovido com o que ela disse.
- Acredite, linda. Eu já me sinto orgulhoso de ter você do meu lado. – Sorri, abraçando ela pelos ombros e beijando sua testa. – Agora, vamos logo que estou matando por um sorvete.
Ela riu.
- Vamos matar as lombrigas dessa barriga.
Seguimos abraçados até a cozinha, onde faria ela se despreocupar um pouco em relação à pressão que o balé estava causando nela, pelo menos por hoje.
Capítulo 10
Escrito por Gillian Krein
’s POV
Chegamos na cozinha e eu já peguei uma tigela.
- , você vai me alcançando os ingredientes?
- É só pedir, linda! – Disse ele, sentando na bancada.
- Então me alcança primeiro o livro de receitas.
Ele riu e me deu o livro, que ficava na prateleira mais alta da cozinha.
Fiquei citando os ingredientes até que a mistura ficou pronta e levei-a ao congelador. Olhei para nosso estado e, apesar de usarmos aventais, estávamos completamente sujos.
- Estamos horrorosos! – Falei, rindo. apenas sacou o celular do bolso e usou como espelho.
- Eu estou mesmo, já você continua linda. – Ele disse, rapidamente tirando uma foto de mim.
- NOSSA LUKE, EU VOU TE MATAR! – Falei, enquanto ele me mostrava o celular.
- Por quê? As fãs te adoram! – Ele disse, logo me mostrando que tinha acabado de postar no Instagram, onde já tinha vários comentários que eu não conseguia acompanhar.
- , olha o que você fez! – Falei, tentando tirar o celular de sua mão e apagar a maldita foto, porém, tudo o que consegui foi ficar encurralada entre a pia e seu corpo.
- O que eu fiz, linda? – Ele perguntou, rindo, chegando cada vez mais próximo de meu rosto.
- V-você postou uma foto minha. – Gaguejei, nervosa com nossa proximidade.
- Como se o Instagram do não fosse lotado de fotos tuas. – Ele respondeu.
- Mas , é diferente!
- Sim, é diferente. – Ele passou os dedos em minha bochecha, em forma de carinho. – A verdade é que eu preciso de você muito mais que sendo minha amiga e muito mais que sendo minha irmã, cada vez mais.
Ele não disse mais nada. Apenas ficou me encarando durante alguns segundos e logo selou nossos lábios em um beijo apaixonado.
- ... – Tentei interromper, mas ele foi mais rápido.
- Não, . – Ele disse, ainda com os lábios encostados nos meus. – Não agora.
Ele logo voltou a me beijar com até mais intensidade que antes. Me sentou em cima da pia, ficando entre minhas duas pernas. Suas mãos faziam carinho em minhas costas enquanto as minhas, bagunçavam seus cabelos.
Isso até começar a gritar pela casa, anunciando sua chegada.
Nos separamos rapidamente e, quando me dei conta, estava num canto da cozinha e eu no outro. Meu irmão logo adentrou o cômodo e parou na porta, olhando para mim e para de modo suspeito.
- O que vocês estão fazendo aqui? – Ele perguntou, desconfiado.
- Sorvete. – Respondemos juntos.
- Isso explica a sujeira... Mas o sorvete é de alguma coisa que vocês tem alergia?
- Não... Por quê? - Perguntei, confusa com a pergunta.
- Os lábios de vocês dois, vermelhos e inchados...
, que havia se servido um copo de água, se engasgou na hora. Eu apenas arregalei meus olhos imediatamente.
- É que, ah, sei lá, , deve ser do cloro da piscina. – falou, depois de se recuperar.
Piscina? Essa foi mesmo a desculpa mais fácil que ele encontrou?
- Pois é... – Comentei, só para confirmar a história estúpida de .
- Mas...
- Enfim, precisamos nos lavar! – interrompeu que logo ia começar a falar e me pegou no colo, nos levando correndo em direção ao pátio.
Quando chegamos lá, ele me colocou no chão e eu comecei a estapeá-lo.
- Piscina? Sério?
- Era isso ou um interrogatório do seu irmão! – Ele respondeu, rindo.
- Eu ainda te mato, .
- Mas primeiro precisamos nos lavar.
Concordei com a cabeça, me virando para ir em direção do banheiro, porém ele parou em minha frente.
- Onde você pensa que vai? – Ele perguntou, cruzando os braços e sorrindo de canto.
- Me lavar... – Respondi, confusa.
- E quem disse que vamos para o banheiro?
- E onde a inteligência pensa que vamos nos lavar?
Ele não respondeu nada, apenas me pegou no colo e correu, se atirando na piscina.
- , CONSIDERE-SE UM HOMEM MORTO! – Gritei, rindo, indo em direção daquele que me fez perder o ensaio de balé do dia, mas que me deu uma das melhores semanas do meu ano.
Capítulo 11
Escrito por Gillian Krein
’s POV
Só mais um pouco.
Uma de minhas pernas já estava quase dormente, a outra já estava mole.
Porém, eu precisava treinar até chegar no meu limite. Só mais um pouco...
- ! – Minha professora de ballet me chamou. – Você ainda está aqui?
Olhei para o relógio e percebi que já haviam se passado quase duas horas desde que acabou as aulas.
- Desculpa, Magda. – Falei para ela. – Eu me distraí com o ensaio e...
- Não tem problema, querida. Só quero que você ensaie o necessário, ou você pode sofrer algum acidente. Lembre-se que o descanso e o preparo físico também fazem parte do ensaio. Eu sei que você está ansiosa para a grande apresentação. Mas exigir mais do que você pode fazer, não vai te ajudar.
- Mas senhora Magda, e se eu falhar?
- , eu te escolhi como a principal por um motivo. Você, para mim, é a melhor aluna desta escola. A que mais se destaca desde que entrou por aquela porta pela primeira vez. Tenho certeza que você será perfeita lá na frente.
Eu sorri.
- Obrigado, Magda. – Fui direto abraçá-la.
- De nada, querida. Só quero que você confie em si mesma. Se você fizer isso, vai perceber que tudo pode melhorar.
Fui me trocar, após me despedir de minha professora e saí da escola, muito melhor do que entrei. Coloquei meus fones e, como já era noite, resolvi ir pelo caminho mais longo, porém mais movimentado da cidade. Fiquei repassando alguns passos da apresentação em minha cabeça, enquanto uma daquelas músicas velhas e clichês da Taylor Swift tocava em meus fones. Mas bastou esta acabar e a próxima música da lista de reprodução começar a tocar, que meus pensamentos foram direcionados para outro assunto, que também me tirou horas de sono: . Quando a música deles começou a tocar, me lembrei do final de semana que tive. É muito bom ter eles de volta, mas ... Eu não consigo explicar o jeito que me sinto quando fico próxima a ele. Simplesmente não consigo definir o que temos. A única coisa que tenho certeza... é que eu não sei viver sem ele.
Cheguei em casa e os quatro estavam em uma disputa de videogame. Se eu não tivesse uma apresentação muito importante dali alguns dias, até diria que entrei pela porta que me leva ao passado, de tão nostálgica que aquela cena era.
- Boa noite gente. – Falei, atirando-me no sofá, assistindo eles jogarem.
- Oi mana, como foi a aula? – Perguntou , sem tirar os olhos da televisão.
- Muito boa, mas eu to com fome. O que tem pra comer?
- A mãe e o pai saíram, vão voltar só mais tarde, mas ela deixou lasanha no forno.
Assenti e fui até a cozinha, tirando um pedaço da forma e colocando num prato, logo a aquecendo no micro ondas. Resolvi então, me servir um copo de refrigerante e, quando estava guardando-o de volta na geladeira, fui surpreendida por quem me abraçou por trás.
- , você tá maluco? Quer que alguém nos veja aqui?
- Por quê? Tá com medo de que, mana? – entrou na cozinha, me assustando.
- , o que você faz aqui?
- Eu fiquei com sede e vim pegar uma garrafa de água, ou será que agora é proibido entrar em lugares que você e o estejam juntos e sozinhos?
Eu e o loiro arregalamos os olhos. Essa era a hora pra ele dar mais uma de suas desculpas brilhantes, porém tudo que ele fez foi ficar em silêncio.
- Não é nada do que você está pensando, . – Falei.
- AINDA não estou pensando em nada, . A não ser que eu tenha motivos para isso.
Engoli em seco.
- Não tem, nenhum.
- Ótimo. Então vamos lá para sala? – Ele convidou, exatamente no momento que o micro ondas apitou.
- Vão vocês, eu vou comer primeiro. – Falei, indo correndo pegar meu prato no micro ondas.
- Tudo bem. Te esperamos lá. – Disse . – Ah! Antes que eu me esqueça... Não pensem que eu engoli a história do cloro na piscina... Eu passei o dia inteiro lá e meu lábio não ficou vermelho e muito menos inchado. Hora de melhorar as desculpas, .
Nos olhamos assustados. Meu irmão sabe ser bem sinistro quando ele quer.
Principalmente quando se trata de sua irmã menor. É... Eu estava ferrada.
Capítulo 12
Escrito por Gillian Krein
UMA SEMANA DEPOIS
’s POV
Meu despertador tocou na mesma hora de sempre. Mas hoje, ao contrário de reclamar e ficar mais alguns minutos na cama, eu simplesmente levantei sorrindo, com um bom humor contagiante. Motivos? Eu tinha de sobra!
Hoje, falta exatamente uma semana para que eu apresente a minha tão esperada peça e eu nunca fiquei tão ansiosa a minha vida. Não, esta não seria a primeira peça. Muito menos a última. Não seria também uma peça que eu escrevi, ou que foi escrita para mim. Não é uma apresentação por datas especiais. Mas essa é a apresentação mais importante da minha vida. A que vai definir o meu futuro. Se eu mereço ou não, seguir com a profissão de bailarina.
E também tem ... O cara que vem sendo maravilhoso comigo. Todos os dias dessa semana que passou, ele vem me conquistando um pouco mais. Seja pelo jeito como ele me faz rir, o jeito que ele me olha, me abraça ou simplesmente cuida de mim. Ele sempre foi meu melhor amigo, antes da banda fazer sucesso. E um pouco antes de eles embarcarem em turnê... Pensei que nós poderíamos ter uma relação até mais séria. E hoje, ele me provou que mesmo com a fama, continua sendo o menino maravilhoso que eu sempre conheci. Aquele que cresceu comigo. O menino pelo qual eu me apaixonei. E está ficando cada vez mais difícil negar este sentimento.
Sorri com meus pensamentos e, logo após trocar de roupa, desci até a cozinha, onde os meninos estavam reunidos tomando café da manhã.
- O que vocês fazem aqui tão cedo? – Falei, cumprimentando todos com um beijo na bochecha.
- Além de não conseguirmos dispensar o bolo da tua mãe... – Disse , rindo – Viemos te acompanhar!
- Acompanhar? – Pedi, confusa. – Pra onde?
- Vamos assistir esse teu ensaio mana! – Disse . – Afinal, não assistimos nenhum dos ensaios sérios e queremos saber como vai ser essa peça.
Eu ri.
- Que bom que vocês vão! Ai eu fico entusiasmada a dar o meu melhor, já que a plateia é importante.
- SUA COISA FOFA! – Disse , escandalosamente – ABRAÇO EM GRUPO!
Eles gritaram e vieram me abraçar, ao mesmo tempo.
- Agora me soltem, deixem eu comer que eu sou a principal, não posso me atrasar!
Eles concordaram e, minutos depois de terminar o café da manhã, fomos até minha escola de balé, no carro de .
- Eu vou entrar e colocar minha roupa de ensaio. Vocês podem esperar aqui, se quiserem. – Falei, vendo eles sentarem nos bancos disponibilizados do lado de fora da sala de vidro, para quem quisesse acompanhar os ensaios. As assistentes de peça, que já estavam ali e outras meninas que também faziam parte começaram a sorrir e acenar. Aposto que depois a senhorita Magda vai colocar a culpa em mim, por ter trazido os meninos do momento para distrair suas bailarinas.
Ri dos meus pensamentos e entrei no vestiário, já com a roupa do ensaio em mãos.
’s POV
Quando entrou no vestiário, sabia que era a hora certa para mim ter um tempo em particular com ela. Afinal, hoje ela nem falou comigo direito e, perto dos meninos, tenho que agir apenas como um amigo. Não que a situação fosse um pouco diferente, mas esse tempo que passamos juntos nessa semana foi muito bom. Eu amo , sempre a amei. Acho que a amo desde que éramos crianças. Mas agora, parece que dependo da atenção dela e quando não a tenho... fico desse jeito. Por isso, estou pensando seriamente em dar um próximo passo. Se ela aceitar... Espero fazer oficialmente minha logo. E com me entendo depois. Ri com isso.
- Tá rindo de quê, doido? – Perguntou para mim.
- Ah, nada não, estou me lembrando de umas coisas engraçadas. – Disfarcei. – Gente, eu vou até o bebedouro tomar água, já volto.
Inventei uma desculpa qualquer e, me camuflando entre as pessoas e tentando não ser percebido, cheguei até a porta onde entrou momentos antes. Ela estava sentada, já com sua roupa típica de ensaio, que eu tanto amava ver ela vestindo e... rindo com um cara que eu não sabia da existência, até agora.
- Oi minha princesa. – Falei, chegando por trás dela e abraçando-a pelos ombros. – Quem é esse?
- Ham... Oi – respondeu, meio desconfortável. – Esse é George, meu colega de cena. Ele vai interpretar Albrecht e eu Giselle.
- Ah, claro. Seu par romântico.
- Na peça, exatamente. – Ela sorriu amarelo para mim. – George, será que você ode me dar licença um pouquinho? Preciso falar um instantinho com .
- Claro linda, te espero lá na sala. – Ela sorriu e esperou o tal do George sair da sala para me encarar.
- , o que foi isso?
- Eu que te pergunto! Você não me disse em momento algum que teria que ensaiar com o cara das roupinhas coladas!
- , que conversa é essa? É óbvio que eu ia ter que dançar com alguém! A peça foi escrita como uma história de romance!
- Ok, , vai lá e dança grudada com aquele cara. Eu vim aqui te desejar boa sorte e te dar um beijo porque eu estava com saudades, mas acho que você não precisa, não é mesmo?
Eu nem esperei a resposta dela e fui até onde os meninos estavam.
- Aleluia! Achei que tinha morrido antes de achar um bebedouro! – Reclamou .
- Não, só não tinha conseguido encontrar um. – Respondi, controlando a raiva.
- Cara, tem um bebedouro aqui do lado!
- Se eu tivesse visto antes talvez não estivesse assim agora. – Sussurrei.
- , tu tá legal? – me perguntou.
- Silêncio! Começou o ensaio da ! – falou, virando para nos chamar atenção.
Começamos a olhar aquilo e, como se fosse de propósito, apenas para me provocar, eles dançavam colados. Quase que literalmente colados. Assistir aquilo estava me dando raiva, mas eu não ia sair dali. Não ia deixar o tal do George ficar com ela depois do fim dos ensaios.
Se é guerra que ele quer, é isso que ele terá.
Cara, o que está acontecendo comigo?
Eu ri, não acreditando nas coisas que eu estava pensando.
Logo depois que terminou o ensaio, fomos os quatro logo atrás de . pediu permissão para senhorita Magda para liberar a irmã e ela imediatamente concordou, dando os parabéns a .
Fomos todos no meu carro, os meninos rindo de qualquer bobagem que alguém falava e fingindo que estava feliz, coisa que se alguém a observasse bem, saberia que ela está mentindo. Balancei minha cabeça negativamente e chegamos em casa. resolveu colocar um filme e, todo tempo que assistimos, nem olhou para mim.
E por mais que eu odiasse admitir, eu errei mesmo. Senti ciúmes. E agora estava sem ela... E sentindo muito sua falta.
Capítulo 13
Escrito por Gillian Krein
’s POV
Quanto mais o tempo passava, mais ansiosa eu ficava. E o tempo passa muito rápido. Hoje já é sexta-feira, um dia antes da apresentação. Eu estou tremendo de tão nervosa. Amanhã é o grande dia e dependendo de meu resultado, meu futuro como bailarina está garantido ou... Destruído.
Já são três horas da tarde e estou em meu estúdio em casa desde as seis da manhã. Admito, estou com fome, mas não consigo comer nada e nem pensar em nada que não seja ensaiar.
Até porque, se eu o fizer, todos os meus pensamentos irão se dirigir a apenas uma pessoa: . Aquele com o qual eu não falava havia uma semana. E o único, talvez, que tem o poder de me fazer ficar calma.
Parei com os ensaios por um momento, pois já não aguentava mais e tenho que ficar com os músculos descansados para amanhã. Porém, preciso de um motivo para me distrair, antes que eu enlouqueça de vez com essa história.
Desci as escadas já meio tonta e tremendo, encontrando os garotos lá embaixo fazendo um lanche e rindo de algum programa que passava na televisão, o qual não dei muita atenção.
Quando eles me viram, vieram todos direto me socorrer.
- , está tudo bem? – Meu irmão perguntou, com uma feição preocupada.
- Eu... Não sei. Preciso comer, preciso descansar, preciso me acalmar!
- , calma... – veio até mim e passou a mão em meu rosto, em um gesto de carinho. – Vai ficar tudo bem, vai dar tudo certo amanhã, você vai ver!
Aquele simples toque me despertou em mim uma calma que me fez falta a semana inteira. Sem pensar duas vezes, o abracei com todas as forças que tinha no meu corpo, o que foi quase que imediatamente correspondido.
- ...
- Shiu... – Ele me interrompeu. – Não precisamos de palavras agora, tá bom? Vamos comer alguma coisa que você não saiu hoje daquele estúdio.
Eu sorri com sua preocupação. é exatamente este tipo de pessoa, que podemos ficar sem falar por dias, quando voltarmos, ele saberá exatamente o que dizer e o que fazer para nos sentirmos bem.
rapidamente me fez um sanduiche e eu devorei em poucos minutos, enquanto ele sentava ao meu lado, apenas me observando.
- Muito obrigado . – Falei, enquanto recolhia a louça e a levava até a pia.
- Me desculpa. – Ele falou, do nada. – Eu fui um idiota essa semana que passou.
Involuntariamente, sorri com o que ele falou. Mas, no momento que ia lhe responder, fomos interrompidos pela campainha. Saí da cozinha, me desculpando com com o olhar e, vendo na porta meu companheiro de peça.
- George, que surpresa! – Falei, indo até ele e o abracei. Ouvi bufar em minhas costas. – O que faz aqui hoje? Pensei que só iríamos nos ver amanhã!
- Sim, mas... Eu estou muito nervoso e ansioso e... não sei, imaginei que você estivesse sentindo a mesma coisa...
- Eu estou. – Falei, rindo. – Estava demonstrando alguns minutos atrás, mas agora as reações exageradas já passaram...
Eu ri, sendo acompanhada por ele.
- Então, imaginei que você estivesse desta forma também e pensei então passar aqui e te levar até algum lugar, tomar sorvete, não sei.
- , você não prefere assistir um filme com a gente? – perguntou, se aproximando.
Lembrei então de que foi por causa dos ciúmes excessivos de em relação a George que ficamos sem nos falar durante uma semana. Lembrei da cena que ele fez, totalmente sem fundamentos e tomei minha decisão.
- Eu prefiro sair, tomar um ar fresco. – Falei, sorrindo amarelo para .
- Então eu te levo na praça. – Ele falou, já se colocando para fora.
- , o George veio aqui para isso. – Falei, já com raiva daquela situação. Nós não tínhamos absolutamente nenhuma relação e ele dá essas crises de ciúmes?
- Mas...
- Sem mas, . Até depois. – Bati a porta de casa, frustrada.
- Calma, linda. Não podemos nos estressar hoje.
Eu sorri, me acalmando.
- Você tem razão. Então, para onde vamos?
’s POV
A não podia ter feito isso comigo. Nós ficamos uma semana inteira praticamente vivendo sob o mesmo teto e mal nos olhamos. Claro, foi por uma idiotice minha, mas hoje que eu estava pronto para concertar tudo, ela escolheu o outro ao invés de me escolher. Após ela bater a porta em minha cara, bufei e fui me sentar no sofá, apoiando os cotovelos em meus joelhos e enterrando meu rosto em minhas mãos.
- Cara, o que foi isso?! – perguntou, assustado.
- Você tá legal? – Completou . só me olhava, sentado no outro sofá.
- Não. Eu não to legal. – Bufei. – O que aquele mauricinho tem que eu não tenho?
- Ritmo para danças – respondeu, rindo.
- Você está gostando da . – falou, simplesmente, fazendo o riso cessar e um silêncio se instalar pela sala.
- E-eu... Não é bem assim...
- Isso não foi uma pergunta, . Foi uma afirmação. Eu já sei. Ou vocês dois acham que eu sou burro? Eu posso fingir que eu não vi, mas eu sei de tudo que acontece em minha volta. Diferente do que vocês pensam, eu me preocupo com os sentimentos de todos.
- , por favor, entenda, eu não escolhi isso...
- Eu não estou irritado com isso, . – Falou ele, olhando fixamente para mim. – Mas eu preciso saber. Você realmente gosta da ?
Não tive nem o que pensar. Mas é claro que eu gostava dela. Aquela era a menina que cresceu comigo, que esteve do meu lado em todos os momentos mais importantes da minha vida e a menina que eu não consigo mais me imaginar vivendo sem.
- ... Eu estou completamente apaixonado pela . – Admiti pela primeira vez em voz alta. E palavras nunca me atingiram tanto quanto aquelas.
- Então cara, faça alguma coisa... Ficar parado não vai te fazer ganhar minha irmã. – levantou, vindo em minha direção e me puxando para um abraço. – Você vai fazer bem para ela. E vice versa. E por favor, não me faça ficar arrependido de aceitar isso numa boa.
Sorri com isso.
- Mas... como eu vou conquistar ela enquanto ela está com o mauricinho do George?
- Cara, não sei se é porque você está cego de raiva mas... O George é gay.
MAS O QUE?
- Como vocês nunca me falaram isso?!
- Você nunca perguntou. Não sabíamos que você ia ter tanto interesse.
Eu ri. Eu sou mesmo muito idiota.
- Mas então... alguma ideia de como posso conquistar a ?
Meus três melhores amigos sorriram.
- Sentem. – Ordenou . – Há muita coisa para fazermos.
Capítulo 14
Escrito por Gillian Krein
UMA HORA ANTES DA PEÇA
’s POV
Eu já estava concentrada na peça que faria em instantes. O nervosismo e a ansiedade me consumiam por inteira, mas neste momento tudo que preciso é deixar de lado os problemas de e me dedicar em Giselle. O dia hoje passou rápido demais e agora, nessa última hora, parece que os segundos se arrastam. Minha professora, senhorita Magda, não deixou ninguém entrar aqui no camarim, pois ela pensa que pode atrapalhar minha concentração, por isso, não tenho ninguém para me acalmar ou me distrair, apenas as leituras dos atos.
Por esta razão, é isto que estou fazendo a três horas, desde que entrei aqui. Mas nem a história de Giselle e Albrecht estava conseguindo me distrair dos meus pensamentos pessoais. Ontem, o passeio com George foi legal, mas meu nervosismo não foi diminuído. Pelo contrário, foi somado com o dele. Eu teria ficado bem melhor com e seu poder de me acalmar independentemente da situação e com gestos simples, mas meu orgulho não deixou. Eu só espero que não tenha outra semana como a anterior. Que ele não me ignore mais.
- ? – Ouvi minha professora chamar, batendo na porta. Rapidamente, me desprendi dos pensamentos e passei a ouvi-la.
- Sim, senhorita Magda?
- Passe para os fundos do palco. Trinta minutos e você entra em cena, vá para os ajustes finais.
Sorrindo nervosa, me dirigi até a porta, onde minha professora me parou.
- Eu confio em você, minha Giselle. Não foi por acaso que o papel principal de uma das peças mais bonitas da história do ballet e a mais importante de minhas produções naquela escola estejam com você, . Você é a melhor. Suba naquele palco e dê o seu máximo. Nós sabemos do seu potencial e sabemos o quão empenhada por esta peça você está. Não se esqueça disso, querida, você é incrível.
Sorri, confirmando com a cabeça.
- Obrigado, senhorita Magda. – Falei, a abraçando.
- Agora corra, querida, vá finalizar sua produção!
Me segurando para não deixar que meus olhos úmidos formassem lágrimas, me dirigi até os fundos do palco. Enquanto Joseph, o figurinista e maquiador, terminava uma das garotas, espiei através das cortinas. Minha família estava lá. Os convidados da Royal Academy of Dance estavam lá, ocupando os primeiros lugares. Mas nada disso importava, pois a única pessoa que me trazia segurança, estava lá também. foi o único da plateia que me enxergou e seu sorriso foi o suficiente para que eu ficasse mais tranquila e confiante. Ele piscou para mim e tudo que pude fazer foi retribuir e mandar um beijo, que foi correspondido quase que imediatamente.
- Giselle! – Joseph me chamou, sorrindo para mim. – Você está deslumbrante!
Ele não parava de falar palavras tranquilizadoras para mim, mas no momento eu precisava apenas repassar a cena do sorriso de em minha cabeça.
- Pronto, Giselle, você está linda! – Ele falou, me virando de frente para um grande espelho. – E vai arrasar nesta peça!
Sorri em resposta.
- Obrigado Joseph! – Agora sim eu poderia me concentrar bem. Repassei todas as cenas e todos os passos em minha mente, até que senhorita Magda me chamou.
- Cinco minutos e você entra, querida. Eu vou estar lá na plateia. Boa sorte.
- Obrigado senhorita Magda. Nós vamos conseguir.
Ela sorriu agradecida e eu fui para o lado de George. Todos em nossa volta nos desejavam boa sorte. Não demorou muito para que o organizador colocasse todos em seus devidos lugares. Não muito tempo depois, a cortina se abriu. Todas as luzes apontavam em minha direção e toda a atenção estava concentrada em mim. Agora era a minha tão esperada hora. Agora começa o meu momento.
A música começou a tocar. Agora eu já não era mais , agora eu sou Giselle.
(Se quiser assistir a um pedaço da peça, entre neste link, foi o melhor resumo que achei, a peça original tem em média duas horas: Link)
“Giselle é uma linda jovem que vive em um vilarejo nos campos da Alsácia, na França. Ela vive feliz com sua mãe, Bertha, suas amigas e Hilarion, seu namorado. É época de colheita da uva, e as festas atraem muita gente, inclusive os nobres. O conde Albrecht é um desses nobres, e, encantado por Giselle, decide se fazer passar por um lenhador, chamado Loys, para se aproximar da moça.
Giselle se apaixona pelo lenhador, e apesar dos avisos de sua mãe e das tentativas de Hilarion de desmascarar Loys, ela prefere acreditar em seu grande amor. O conde, também apaixonado, mantém a farsa com medo de perder Giselle.
Uma comitiva de caçadores nobres chega à vila. Giselle e sua mãe têm grande prazer em receber os nobres em sua casa, e a moça se diverte conversando com Bathilde, sem nem sequer imaginar que ela é a noiva de seu grande amor. Bathilde também não desconfia que Loys, de quem Giselle tanto fala, é na verdade o conde Albrecht.
Nesse mesmo dia, Hilarion entra escondido na casa de Loys para procurar algo que possa incriminá-lo, encontrando sua roupa de nobre e sua espada, e conseguindo finalmente desmascarar o conde.
Quando o jovem conta tudo a todos, Bathilde confirma que Loys é seu noivo, deixando cada morador da vila chocado com a notícia. Giselle, diante da grande decepção, enlouquece de tristeza e morre de amor.
O corpo da moça é enterrado na floresta, lar das Willis. Elas são almas de jovens que amavam muito e morreram antes do casamento. Materializam-se à meia-noite, desaparecendo ao amanhecer, e buscam se vingar, fazendo com que os homens que passeiam pela floresta dancem até morrerem de cansaço.
Hilarion vai visitar o túmulo de Giselle e as Willis começam a aparecer. Myrtha, a rainha das Willis, convida-as para iniciar Giselle em seus ritos. Hilarion, então, é perseguido e levado à morte. Albrecht aparece, carregando lírios, e Giselle surge para ele.
As Willis reaparecem, e Myrtha o condena a dançar até a morte, mas o amor de Giselle por ele é ainda grande. Ela o ampara e o protege com a ajuda da cruz de seu túmulo, poupando a vida de seu amado até o amanhecer, quando as Willis desaparecem.”
Na peça inteira, em seus dois atos e no pouco intervalo que tenho, tudo que pensei foi em Giselle e sua história. Momento algum me permiti olhar para a plateia. Fiz tudo como deveria ser e cada passo que fiz, foi dando o meu melhor. Minha concentração era máxima e a confiança em mim mesma era extrema.
Até que a peça chegou ao fim.
Minha emoção era tanta quando as cortinas se fecharam, eu nem sabia o que fazer. Eu estava paralisada. Ouvia aplausos e assobios intensos e aquilo ninguém poderia descrever. Foi um sentimento de que tudo deu certo, que seu trabalho estava recompensado. Senhorita Magda logo subiu ao palco novamente, dando as mãos a mim e a George e a cortina se abriu novamente, quando todos nós sorrimos e nos curvamos, em agradecimento. Os aplausos ficaram ainda mais fortes e, por incrível que pareça, todos se levantaram, assobiando e aplaudindo cada vez mais. Olhei então pela primeira vez para onde os meninos estavam, mas, para minha surpresa, eles não estavam mais lá. Não sabia como esconder sua decepção, mas sua família estava ali, sorrindo com orgulho para ela e além disso, os professores da faculdade de seus sonhos estavam lhe aplaudindo de pé. Isso ainda era motivo para sorrir, satisfeita com seu sucesso. Os bailarinos, então, um por um desceram o palco, e por conta do lugar que ela estava, teria que ser a última a descer.
- Eu estou orgulhosa de você, . – Senhorita Magda falou, me dando um abraço. – Você foi perfeita, excedeu todas as minhas expectativas.
Sorri orgulhosa.
- Obrigada, senhorita Magda. Eu devo tudo a você. – Eu sorri, retribuindo o abraço.
Quando finalmente chegou minha vez de descer do palco, uma luz parou sobre mim.
- , pedimos para você ficar no palco mais alguns minutos... – Ela reconheceria esta voz em qualquer lugar do mundo: seu irmão .
Ela então se virou, se deparando com seus quatro melhores amigos ali, em sua frente, com os instrumentos de sua banda.
- O que diabos...
- Nossa vez de falar, linda. – disse, sorrindo.
- Bem, vez do falar – completou e o loiro tomou o microfone para si.
- Bem... , você sabe que sou péssimo com palavras. Passamos ontem a tarde inteira tentando encontrar uma maneira de... De eu me declarar para você. Tentei diversas vezes fazer um discurso para chegar até o seu coração, mas todos sabemos que isso não é o que eu sei fazer. Hoje você se apresentou e deu o seu melhor. Parabéns minha linda, você estava incrível, eu estou muito orgulhoso e feliz por você. Mas agora, chegou o momento de eu fazer o que sei de melhor: cantar. Passei a noite tentando encontrar as palavras certas e... Espero que tenha conseguido. , essa é para você.
(Coloque essa música para tocar, se preferir.)
Ouvi os primeiros acordes da música com os olhos já cheios de água.
começou a cantar, com os olhos fixos em mim.
Can I call, wake you up on a Sunday?
(Posso ligar, te acordar num domingo?)
Late night, I think we need to get away
(Tarde da noite, acho que precisamos sair)
Headlights, hold tight
(Faróis acesos, se segure)
Turn your radio down
(Diminua o som do rádio)
A música, sim, estava recém começando, porém, cada palavra já estava mexendo comigo.
Let me know where to go and I'll get you there
(Diga-me onde ir e eu te levarei lá)
Tell the truth and I'll show you how to dare
(Diga a verdade e te mostrarei o desafio)
Flashlights, hold tight
(Lanternas acesas, se segure)
We can own this town
(Podemos dominar esta cidade)
Never say goodbye
(Nunca diga adeus)
Eu já deixava uma lágrima solitária rolar pelo meu rosto, mas me balançava ao som daquela música contagiante. Eu não podia negar o talento que aquele garoto tem para escrever, tocar e cantar.
So kiss me, kiss me, kiss me
(Então me beije, me beije, me beije)
And tell me that I'll see you again
(E diga que eu vou te ver de novo)
'Cause I don't know if I can let you go
(Pois eu não sei se posso te soltar)
As pessoas da plateia, que vieram apenas para a peça se sentaram novamente, vendo aquele doido cantar. Alguns arriscavam até ajudar batendo palmas.
So kiss me, kiss me, kiss me
(Então me beije, me beije, me beije)
I'm dying just to see you again
(Já estou ansioso para te ver de novo)
Let's make tonight the best of our lives
(Vamos fazer desta noite a mehor de nossas vidas)
Here's to teenage memories
(Essa vai para as memórias da adolescência)
ria e tentava fazer algumas dancinhas, me fazendo rir junto, então se aproximou de mim, segurando minhas mãos e voltando a cantar.
Close your eyes, look at mine and it's alright
(Feche os olhos ou olhe nos meus, está tudo bem)
Take your breath, no rest 'till the sunrise
(Respire fundo, sem descanso até o sol nascer)
Heartbeat, so sweet
(A batida do coração, tão doce)
When your lips touch mine
(Quando seus lábios tocam os meus)
We don't have to go home right now
(Nós não temos que ir para casa agora)
Never gonna stop, 'cause we're dreaming out loud
(Nunca pararemos, estamos sonhando bem alto)
We know what we want
(Nós sabemos o que queremos)
We know we're gonna get it somehow
(E vamos conseguir de algum jeito)
Never say goodbye
(Nunca diga adeus)
- A música ainda não está totalmente pronta, mas ... A única coisa que quero neste momento é uma resposta. – então surgiu dos fundos, ainda com sua roupa de bailarina e emocionada, segurando um buque de rosas vermelhas, que entregou para e saiu, piscando para mim. – Você quer namorar comigo?
De início, pensei que ele não poderia estar falando sério. Mas é como se não só ele, mas sim toda a plateia estivesse esperando minha resposta.
- ... – Falei, levantando. – É tudo que eu mais quero!
Aplausos foram direcionados a nós enquanto selávamos este pedido com um beijo apaixonado.
- , eu amo você.
- Eu também te amo, .
Olhei para o fundo de seus olhos e sorri.
Eu nunca me senti tão feliz e completa.
Capítulo 15
Escrito por Gillian Krein
’s POV
Saímos da peça de e de meu pedido de namoro e fomos direto para minha casa, onde estava sendo comemorada a apresentação de minha agora namorada. Sorria só de pensar nisso. Depois de tanto tempo, finalmente, é totalmente minha.
Estávamos de mãos dadas dentro do carro e ela descansava a cabeça em meu ombro. Estava muito cansada da apresentação, percebia isso só de olhar para ela. Mas com certeza, minha garota estava tão feliz quanto eu.
Chegando até o jantar, saí do carro puxando comigo e entrando no pátio com o braço em volta de sua cintura. Percebi então que minha família inteira estava lá.
- , minha querida! – Minha avó disse, sentada de sua cadeira.
- Pronta para ser massacrada pelos Hemmings?
- Não posso fazer nada se sua família me ama mais do que te ama! – Ela riu, me dando um selinho.
- É impossível não cair de amores por você, Clifford!
Eu ri, vendo ela correr até a cadeira de vovó.
- Quanto tempo, senhora Hemmings!
- Quanta formalidade, você sabe que é só me chamar de vó!
- MINHA NORA LINDA! – Minha mãe chegou berrando e abraçou com uma força que achei que iria quebrar ela pela metade. – Eu sempre, sempre disse que vocês iriam ficar juntos! Eu não falei mamãe?
- Vocês estão juntos? – Vovó Hemmings perguntou e eu confirmei com a cabeça. – Finalmente , você finalmente fez algo certo na sua vida!
Eu ri, enquanto minha namorada era levada dali pela minha mãe, sendo apresentada a todos da minha família como minha garota.
- Obrigado, vó.
- Eu estou orgulhosa de você, . Você se tornou um homem maravilhoso. Você tem a carreira dos seus sonhos, uma família que te ama, fama, dinheiro, sucesso mas acaba de conquistar o objetivo mais importante de sua vida: um amor verdadeiro. é uma menina incrível, meu neto. Cuide bem dela.
Eu estava emocionado com as palavras de vovó.
- Pode deixar, senhora Hemmings. – Falei, a abraçando e sorrindo ao ver minha namorada rir de algo que minhas tias falavam. – Eu vou cuidar dela como se fosse minha vida.
Ela apertou fortemente minha mão, como se aprovasse o que falei e se levantou.
- Eu vou ver a quantas anda o jantar, ou não comeremos nada essa noite.
- A senhora quer ajuda vovó?
- Não, meu querido. – Ela sorriu para mim. – Vá aproveitar a sua menina!
Vovó entrou em casa e eu fui ao encontro de , que conversava animadamente com e .
Cheguei por trás dela, abraçando sua cintura e beijando seu ombro descoberto, por causa da regata. No mesmo instante, senti a mão dela subir de encontro com meus cabelos, acariciando ali.
- Será que eu posso ter um tempo com minha namorada só para mim?
- Cara, por favor, eu dei permissão a isso pela felicidade da , mas não façam nada na minha frente, ela ainda é minha irmã!
riu, acompanhada de .
- Vão pra lá, pombinhos, se divirtam. – ela falou. – Eu cuido do irmão super protetor aqui.
Ela piscou, fazendo olhar espantada para ela.
- Vocês dois estão juntos?! – Ela perguntou, surpresa, recebendo como resposta um beijo dos dois. – Como assim?!
- Alguém precisava me fazer companhia enquanto você ensaiava. – Ela deu de ombros, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
- Você sabia? – Ela perguntou para mim, apontando para os dois e eu neguei, rindo.
- Então agora temos algo para usar como vingança, amor! – Ela falou, entusiasmada, me fazendo sorrir apaixonadamente, tanto por sua alegria quanto pelo apelido.
- Ah, é, amor? E qual será a chantagem?
- Você não pode se pegar com a na minha frente também! Afinal, você é meu irmão e você minha melhor amiga!
- Combinado, a gente se pega escondido e só pega o melhor amigo do irmão na frente dele se a melhor amiga tiver com ele. – falou, rindo.
- Feito! – deu a mão para ele, que apertou na hora.
Puxei então pela mão até sentarmos na borda da piscina, molhando os pés e vendo o movimento pouco distante de nós.
- Enfim sós... – Sussurrei em seu ouvido, fazendo-a se arrepiar.
Lembrei-me então da primeira vez que estávamos ali, sozinhos, na beira da piscina de minha casa, à luz das estrelas. Foi quando demos nosso primeiro beijo.
- Você se lembra da nossa primeira vez aqui? – Perguntei para ela, sorrindo com a lembrança.
- Você quer dizer do nosso primeiro beijo? – Ela riu, corando.
- Quem diria que as estrelas seriam nossa plateia no mesmo lugar, de novo...
- Mas agora nunca vamos nos separar.
- Promete?
- Por todas as estrelas do céu. – Sorri, a beijando.
Aquele pode ser a continuação de um sentimento que eu nutro por ela desde muito tempo, mas com certeza, é o início de uma nova fase na minha vida. A melhor fase dela.
Capítulo 16
Escrito por Gillian Krein
UMA SEMANA DEPOIS
’s POV
Eu não poderia estar mais feliz no momento. e eu estávamos juntos a uma semana e as coisas estavam cada vez mais maravilhosas. Até as fãs dele, que já souberam da notícia estavam nos apoiando. é o namorado mais atencioso do mundo. Aquele que me traz café na cama, que assiste todos os filmes românticos do mundo comigo, que tira as fotos mais fofas do mundo junto de mim para postar para as fãs, além de cozinhar e me paparicar o tempo todo. também estava muito feliz com , os dois estavam perfeitos, como eu e .
Estávamos nós quatro e mais e numa tarde na praça, aproveitando o tempo livre. Sentamos na grama enquanto ríamos das palhaçadas que os meninos faziam, das brincadeirinhas entre eles.
- Gente... – chamou atenção. – O que vocês acham de ir comprar alguma coisa pra gente comer e fazer um picnic?
- Eu acho uma ótima ideia! – Disse , animado.
- O que acha, amor? – Perguntou em meu ouvido. Ele se encontrava atrás de mim, me abraçando pela cintura e sentado na grama.
- Eu acho uma ótima ideia. – Sorri para ele, lhe dando um selinho.
- Ótimo! Então eu e os meninos vamos até aquele mercadinho ali na esquina e já voltamos! – Ele me respondeu, me fazendo assentir.
- Então vão! E não demorem! – Disse , fazendo os garotos rirem mas obedecerem.
- Que fofos! – Eu exclamei, rindo junto a .
- Eles são perfeitos, não? – Falou ela, com olhar apaixonado nos quatro meninos bobos que atravessavam a rua se empurrando e se xingando de brincadeira.
- Os melhores! – Falei, sorrindo.
- Nem sei como a gente passou tanto tempo sem eles... – Ela falou rindo. – E pensar que ontem completamos uma semana juntos!
Eu sorri, me lembrando da noite passada. havia me levado num encontro surpresa. Comprou meu vestido, meus sapatos e me mandou para um salão de beleza, indo me buscar logo depois para irmos jantar no melhor restaurante da cidade. Lá, ele havia me dado um colar, que combinava com meu traje vermelho e com a sua gravata da mesma cor que meu vestido. E após tudo sair perfeitamente, ele ainda me levou para sua casa, onde me entregou um buque de flores com uma foto nossa e uma dedicatória atrás. O melhor namorado do mundo. Dormimos lá e fomos acordados pelos meninos e , que chegaram e logo nos arrastaram para cá.
- Eu também não sei – respondi, rindo.
Alguns minutos se passaram enquanto eu e observámavos as crianças brincando no parquinho quando os meninos chegaram, carregando várias sacolas de compras.
Olhei para mas percebi que algo estava diferente com ele.
- Amor, está tudo bem? – Perguntei, levantando e o ajudando a estender uma grande toalha no chão.
- Está sim, minha linda. – Ele sorriu fraco. – Bem, nem tanto, mas vamos lanchar primeiro.
- ...
- Amor, depois. – Ele pediu, me olhando piedosamente. Sentamos na toalha quando os meninos e terminavam de arrumar os mais diversos tipos de comidas que escolheram.
- Então... Será que alguém pode nos explicar o porquê deste silêncio e dessas caras? – Pediu .
- Bem... – meu irmão começou – recebemos uma ligação do nosso agente...
- E isso é bom ou ruim? – Pediu minha amiga.
- Depende da razão da ligação... – Disse .
- E dessa vez, pelo jeito não foi muito boa... – Conclui, ao olhar para cara deles.
- Nós... Vamos ter que voltar para Inglaterra.
- Mas isso já não era óbvio... – começou a falar, mas logo foi interrompida por .
- Nós vamos ter que voltar para Inglaterra no próximo voo, daqui duas horas. – Ele falou, se levantando e caminhando rapidamente sem rumo.
Oh, não. Justo agora que as coisas estavam perfeitas... Parece que tudo está acontecendo novamente. Parece que o momento que vivemos antes da carreira da banda decolar está acontecendo mais uma vez. E de novo, não há nada que possamos fazer para solucionar.
Capítulo 17
Escrito por Gillian Krein
’s POV
Era isso. Era o fim, mais uma vez. Eu já estava chorando, me despedindo de minha mãe e de minha família, mas o que mais doeria eu deixei para o final. Minha .
Ela estava lá, linda, melancólica. Chorando muito, mas mesmo assim linda. E minha. nunca foi tão minha em toda a nossa vida juntos, mas até mesmo os melhores momentos chegam ao fim.
Caminhei lentamente até ela e a abracei, com toda minha força. Eu não queria soltá-la jamais, mas os caras já estavam dentro do avião e, daqui algumas horas, eu estaria em Londres, enquanto minha namorada estaria aqui, na Austrália.
- Amor, presta atenção. – Falei. – Eu estou indo, mas eu vou voltar. Vou voltar, para te buscar porque eu juro, a nossa história não termina aqui. Eu estou indo para Londres, mas meu coração vai ficar contigo, aqui na Austrália. Eu te amo, . Para sempre.
Minha garota chorava compulsivamente, mas interrompeu minhas palavras com um beijo, já cheio de saudades.
- Eu te amo, . Te amo como jamais amei alguém. Te amo mais que tudo, então para de falar essas palavras cheias de sentimento para mim, senão eu vou desidratar chorando.
- , SUBA LOGO! – O produtor da banda gritou, já dentro do avião. Abracei e beijei a testa da , antes de soltá-la.
- Não se esquece de me ligar, mandar mensagem, entrar no Skype, enfim, não esquece de mim. – tirou sua correntinha de bailarina do pescoço, que ela havia ganhado quando ingressou nas aulas de ballet, ainda criança, da avó e nunca mais tirou do pescoço, a não ser agora. Peguei o colar, sabendo o quanto aquilo significava para ela e o beijei.
- Nem se eu tentasse, você sairia de meus pensamentos, amor. – Sorri para ela, lhe entregando uma foto, que tiramos com minha polaroid e ela tanto queria. – Tenta não sentir tanto a minha falta, quando você menos perceber, estaremos de volta. Te amo.
- Te amo, . – Ela falou, deixando uma lágrima cair na foto. – E muito.
Sorri tristemente e subi no avião, deixando para trás a melhor coisa que já aconteceu na minha vida. A pessoa que eu amo.
’s POV
Já faziam seis dias que havia partido. Ele nunca me deixara sem notícias e entrava sempre que possível no Skype, mas nem que quiséssemos seria a mesma coisa. Sinto cada vez mais falta dele, mas eu não posso me deixar abater.
Por isso, sempre que a tristeza e a saudade batiam, eu ia para meu estúdio, dançar. O ballet é meu refúgio. E eu não posso negar, é a única coisa, além de , que me faz sorrir verdadeiramente nos últimos dias.
Mas quando a gente menos espera, a vida pode nos surpreender.
Cheguei no estúdio que eu fazia aulas e todas as minhas colegas já estavam lá, mas quando eu cheguei, todas sorriram fortemente para mim. Claro, que depois que comecei a namorar e aparecer em suas redes sociais, os sorrisos para mim aumentaram ainda mais, mas nunca desta forma. Senhorita Magda logo veio ao meu encontro, com um papel na mão, com um sorriso de rasgar o rosto, ao lado de Penny, que tinha a mesma expressão que a mais velha.
- Será que alguém pode me explicar o que está acontecendo?!
- , acabamos de receber a ligação da Royal Academy of Dance ligaram. Eu espero que suas malas estejam prontas porque... Bem, Londres te espera!
Meu mundo paralisou neste mesmo instante. É como se tudo que eu tivesse sentindo nesses últimos dias evaporassem e nesse momento, eu flutuasse nas nuvens. Enquanto todas me abraçavam e gritavam ao mesmo tempo, eu só conseguia pensar numa coisa: Logo mais estaria junto a de novo. E nada poderia ser melhor que isso.
Capítulo 18
Escrito por Gillian Krein
’s
A minha matrícula já estava feita online, era só levar os papéis no dia que eu chegasse em Londres. As minhas malas já estavam prontas também, junto com alguns dos meus pertences pessoais preferidos empacotados em caixas ao lado da porta do quarto. Eu iria com certeza sentir falta daqui, dessa casa, da minha mãe, da minha escola de balé, do meu estúdio pessoal no sótão, dos meus amigos, mas tenho certeza que tudo isso vai valer a pena. Eu vou seguir meu sonho, vou ser uma bailarina profissional e vou estar na companhia do meu irmão, dos meus melhores amigos e bem... Do homem que eu amo.
Sai da cama que eu estava deitada, encarando meu quarto vazio, guardando os últimos momentos e desci até a sala. Hoje eu iria pela última vez até minha escola de balé, agradecer a pessoa que eu devia meu futuro profissional: senhora Magda.
- Mãe? – Chamei, ouvindo um grito da cozinha, me fazendo ir até lá. – Eu vou para a escola, me despedir da senhora Magda e de algumas amigas minhas.
- Claro, querida! Estou indo para a casa da tia Betty, se quiser eu te deixo lá, é caminho. – Ela disse, sorrindo.
- Pode ser, melhor para mim. – Sorri, fracamente. Ultimamente, se tratando de despedidas, era difícil sorrir, porém, necessário.
- Vou apenas pegar minha bolsa, me espere no carro, querida. – Minha mãe disse, passando por mim e me dando um beijo na testa.
Assenti com a cabeça e fui até a garagem, ligando o rádio assim que entrei no carro. Oh, o destino. Assim que o locutor anunciou a música e os primeiros acordes começaram, sorri verdadeiramente, com saudades.
Within a minute I was all packed up
Dentro de um minuto eu estava todo embalado
I've got a ticket to another world
Eu tenho uma passagem para outro mundo
I don't wanna go
Eu não quero ir
I don't wanna go
Eu não quero ir
Suddenly words are hard to speak
De repente, as palavras são difíceis de falar
When your thoughts are all I see
Quando seus pensamentos são tudo que eu vejo
"Don't ever leave", she said to me
"Nunca me deixe", disse ela para mim
Beside You sempre foi uma das minhas músicas preferidas do repertório da 5SOS, ouvi-la nessa momento só me deixava com mais pressa de chegar em Londres para abraçar meus meninos. Mas também me deixava nostálgica, pensando em todos que aqui eu deixaria.
When we both fall asleep, underneath the same sky
Quando nós dois cairmos no sono, debaixo do mesmo céu
To the beats of our hearts at the same time
Para as batidas do nosso coração ao mesmo tempo
So close, but so far away
Tão perto, mas tão longe
(Can you hear me?)
(Você pode me ouvir?)
Como ele sempre me disse, desde que éramos apenas amigos, nenhum lugar é longe demais, afinal, sempre estaremos debaixo do mesmo céu. E isso que me confortou quando ele foi embora, tanto da primeira quanto da segunda vez. Com a lembrança, algumas lágrimas ameaçaram cair de meus olhos.
- Filha, está tudo bem? – Minha mãe perguntou, entrando no carro e me olhando, preocupada.
- Tudo sim, mãe. – Sorri, sem jeito, mas a música me denunciava. Ela sorriu compreensiva pra mim.
- Eu vou sentir muito sua falta. O que será de mim sem meu Michael e minha ? – Ela perguntou, com a voz também embargada. Essa música tem um poder sentimental sobre essa família, só pode.
- Oh, mãe! – Falei, a abraçando de lado, do jeito que o carro e nossas posições permitiam. – Eu prometo te ligar todos os dias, e você sabe que pode nos visitar sempre que quiser e a gente vai vir te ver sempre que der!
- Eu sei, eu sei. Só que... Não vai ser mais a mesma coisa... Quem eu vou acordar aos berros gritando que está atrasado? Para quem eu vou cozinhar? Com quem eu vou sair fazer compras? Pra quem eu vou comprar as coisas? Sei que esse momento ia ser inevitável na minha vida, mas nunca pensei que ia ser tão doloroso ver meus filhos saírem de casa.
Sorri, melancolicamente.
- Eu sempre quis sair de casa, mas admito que nunca pensei que ia ser tão difícil também, mãe.
A música continuava tocando e minha mãe, ao invés de desligar aquilo e se desligar desse momento depressivo, apenas aumentou a música e ligou o rádio.
- Já que estamos sofrendo, que seja sofrimento completo! As lágrimas são livres, ! – Ela abriu as janelas e começou a cantar a todo pulmão.
Eu ri daquela cena. Como eu não sentiria falta daquela mulher? Comecei então a acompanhá-la na música, rindo entre os versos. E foi apenas o tempo de acabar a música que chegamos no estúdio. Estranhamente, ele estava com as luzes desligadas.
- Ué, será que a senhora Magda já saiu? Eu falei que ia vir me despedir dela hoje! – Falei, descendo do carro, seguido de minha mãe.
- Que estranho, vamos até lá, eu vou com você!
Abri a porta e, quando entrei no estúdio, todas as luzes se acenderam. Os paredes que eram presos na parede estavam cheios de balões e letras formando um “Boa viagem, !”. O estúdio estava todo decorado e tinha até uma mesa, cheia de doces e salgados. e senhora Magda estavam logo em frente a todas as minhas colegas e amigas, até minha família estava lá.
- Bem vinda a sua festa de despedida surpresa, querida! – Disse minha mãe, me dando um beijo na testa e indo ao encontro de tia Betty. correu em minha direção, me abraçando, seguida de todas as minhas amigas, fazendo um abraço em grupo.
- Suas doidas! – Falei, rindo. – EU AMO VOCÊS!
- Você merece, . Vou sentir falta da melhor aluna que eu já tive. – Disse senhora Magda.
- E eu devo tudo a você, senhora Magda. Foi um prazer enorme ter tido aulas com a senhora desde o início. Obrigado, de verdade.
Ela me abraçou, cheia de lágrimas nos olhos.
- Obrigado você, por levar o ballet a sério e ser um exemplo pra minha escola. Você é meu orgulho, .
Sorri com as palavras dela.
- Sabe, eu até que sentiria saudades de você... – Disse , chegando por trás.
- Sentiria? – Perguntei, confusa. – Não vai mais sentir?
- Não. Como alguém sente falta de algo que fica o dia inteiro junto?
- Como assim, ?
Ela riu.
- LERDA, eu vou pra Londres junto contigo!
Dei um grito de comemoração e abracei minha melhor amiga com a minha maior força possível.
- NÃO BRINCA!
- Consegui 50% de bolsa na Royal também, . Meus pais concordaram em pagar o restante e bem, é nosso sonho, não é?
Comecei a rir do nada que nem uma louca. É, Londres que nos aguarde.
Capítulo 19
Escrito por Gillian Krein
’s POV
Chegamos em casa, cansados após o último ensaio antes do primeiro show da turnê, que começa amanhã, que tivemos com a banda. Aqui em Londres, eu e os meninos dividimos um apartamento perto da gravadora, o que facilita bastante as coisas, tanto para reunião e gravações, quanto para ensaios. Me joguei direto no sofá, sem ligar a televisão, pois estava com dor de cabeça. Senti se sentar ao meu lado.
- O que houve? – Ele perguntou, me olhando.
Dei de ombros.
- Cansaço e dor de cabeça.
- E saudades da ? - Sorri, apenas em escutar seu nome.
- Também...
- Sabe, eu também to sentindo falta dela. E da ...
Eu ri, claramente estava apaixonado pela garota, só ele que não admitia.
- Quem sabe não ligamos para elas, que seja apenas para... Ouvir as vozes?
- Pode ser! – Meu amigo concordou, animado, até mais que eu.
Peguei o telefone e disquei os números, mas assim que ouvi a ligação chamando, ouvi também a música que coloquei como toque no celular da . Eu só posso estar delirando mesmo, mas o som estava forte.
- Você está ouvindo isso? – Perguntei, com a testa franzida.
- Ouvindo o que?
- Essa música!
Ele reconheceu o som e começamos a tentar descobrir de onde ele vinha, até que chegamos atrás de nossa porta de entrada.
- Cara, deve ser o celular de alguém no corredor, deixa pra lá.
Eu até poderia concordar e ignorar tudo, mas assim que a ligação caiu, de tanto chamar, o som também cessou.
- Só pode ser brincadeira com minha cara. – Falei, bravo, indo até a porta e destrancando-a. Até que me deparei com aquela cena surreal.
e , bem na minha frente, discutindo em tom baixo sobre não fazer barulho, com algumas malas atrás delas. Eu até riria, se não estivesse paralisado.
Foi então que ela me viu e abriu o maior sorriso que já vi ela dar até hoje. Foi questão de segundos encarando-a, até voar até ela e abraçá-la pelo pescoço. Sem nem dar tempo dela falar qualquer coisa, tomei seus lábios em um beijo apaixonado, cheio de saudades. Era como se estivéssemos longe há anos e acabássemos de nos reencontrar.
- Oi. – Ela falou, me abraçando pelo pescoço, sorrindo.
- Oi. – Respondi, rindo, seguido dela. – O que você tá fazendo aqui, amor?
- Bem, digamos que eu sou sua nova vizinha... – Ela riu. – Eu fui aceita na Royal Academy of Dance, ! Eu vou ser uma bailarina profissional!
E foi como se todos os nossos sonhos tivessem finalmente se tornando realidade. Eu com a banda, ela com a dança e nós dois em Londres.
- Então, casal, já posso abraçar minha irmã? Ou vou ter que arrancá-la dos teus braços? – perguntou, abraçando pela cintura, que sorria; quase tanto quanto eu.
, mesmo que contra minha vontade, correu imediatamente para ele, o abraçando, enquanto eu fui cumprimentar .
Entramos no apartamento e as meninas ficaram em pé, enquanto e eu sentamos no sofá.
- , , VENHAM AQUI, AGORA, CORRENDO!
Não muitos segundos depois, os dois apareceram correndo no corredor que leva para os quartos, e quando viram do que se tratava, apenas arregalaram os olhos.
- SURPRESA! – e gritaram, ao mesmo tempo, indo abraçar os meninos.
- E aí, será que tem lugar para mais duas meninas aqui neste apartamento?
Apenas sorri com a pergunta de . Agora sim, tinha certeza, que nossa vida ali, estava completa.
Capítulo 20
Escrito por Lelen
’s POV
Seis anos se passaram desde a ultima vez em que havia colocado os pés na Austrália. Eu estava de volta ao meu país.
Nos primeiros três anos na Royal Academy eu havia me focado em estudar ballet com afinco e também havia participado de algumas apresentações de peso pela Inglaterra, mas depois de algum tempo longe da família e de tudo o que amava - pelo menos quase tudo -, comecei a pensar em formas de voltar para casa. Mas ao mesmo tempo em que sentia falta do lar, também não queria abandonar o sonho que persegui por tanto tempo em minha vida. Então, cá estou eu.
Há poucos meses os diretores principais da Royal Academy decidiram abrir uma pequena filial na Austrália para ajudar a treinar e selecionar mais candidatos a vagas na academia, e para unir o útil ao agradável, me candidatei e fui escolhida, junto de mais vinte pessoas, para passar todo meu conhecimento artístico aos aspirantes australianos.
Olhei ao meu redor enquanto caminhava pelo aeroporto e puxava minha mala. As coisas haviam mudado por ali. Estava completamente perdida no meio de tanta gente indo e vindo, quando avistei papai e mamãe acenando freneticamente em minha direção.
- Querida! - Minha mãe exclamou vindo me abraçar logo sendo acompanhada por meu pai. - Ah, sentimos tanto sua falta! - Ela disse me apertando mais em seus braços.
Claro que eu não havia passado os seis anos inteiros sem ver meus pais, mas nós só nos visitávamos em épocas de festas, como Natal e Ano Novo.
Olhei mais uma vez ao meu redor e fiquei um pouco desapontada ao não reconhecer mais nenhum rosto.
- Vamos, meu amor. Você deve estar cansada da viagem. - Papai disse pegando minha mala e já puxando em direção à saída.
Fomos caminhando em direção ao estacionamento e eu procurava pelo sedan de meu pai quando ele foi em direção a uma discreta van estacionada casualmente. Ergui a sobrancelha, mas decidi ignorar.
Eu quase tive um pequeno ataque quando, ao abrir a porta do veículo, quatro rapazes - vestidos de forma bastante peculiar - e uma garota gritaram um sonoro “bem-vinda de volta!” de dentro da van.
- Ai meu Deus! Eu não acredito! - Consegui soltar num gritinho emocionado.
, , , e estavam espremidos na parte de trás da van de braços abertos e sorrisos largos nos rostos.
Meu irmão e foram os primeiros a me abraçar.
- Estava com saudades… - murmurou depois de selar nossos lábios ternamente e me puxar pela cintura para mais perto.
- Hei, querem parar de monopolizar minha amiga? Eu também senti falta dela, está bem? - Só quando disse isso é que percebi que havia me puxado para perto de si tentando me separar de . Gargalhei.
- Certo, crianças, melhor irmos logo antes que fãs apareçam! - Papai exclamou me empurrando gentil, mas apressadamente para dentro da van.
Fizemos o possível para que todos pudessem se sentar confortavelmente e por algum tempo ficamos calados.
Era bom estar de volta. Era bom estar ao lado de novamente. Ficamos algumas semanas separados por conta de alguns shows que a banda estava promovendo por alguns países e a saudade era imensa. Durante esses seis anos, nós dois tivemos altos e baixos, mas permanecíamos firmes e juntos e era tudo o que importava.
Papai ligou o rádio para quebrar o estranho silêncio e eu sorri discretamente ao perceber que When I Come Around do Green Day tocava. Olhei para para ver se ele também havia notado.
- Hitting every red light kissing at the stop signs darling green day's on the radio and everything is alright now - Sim, ele havia notado. - We're turning up the headlights darling we're just taking it slow we're taking the long way home…
Nós havíamos tomado o caminho mais longo, mas finalmente estávamos chegando ao nosso lar.