Daejeon

Escrita porPams
Revisada por Luba

1 • Into The New World

Tempo estimado de leitura: 23 minutos

06:45 pm.

Mais uma vez eu me remexia naquela poltrona desconfortável do avião. Não imaginava que passar horas ali seria mais doloroso que calculei, porém felizmente sobrevivi, esperando mais cinco minutos para aterrissar no Aeroporto Internacional de Incheon. Sim, eu estava me mudando para a Coréia do Sul, após anos de estudo e dedicação, trabalho e algumas cartas de recomendações, recebi um convite para lecionar em uma escola infantil particular na cidade de Daejeon. Esse trabalho me ajudaria bastante em minha dissertação de mestrado, apesar do grande desafio para minha carreira como professora.
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  — Yuri?! — disse ao chegar perto de uma moça que segurava um cartaz com meu nome.
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  — Oh, %Nalla%. — Ela abriu um largo sorriso para mim. — Sim, sou eu, fiquei preocupada com seu vôo pelo mau tempo.
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  — Felizmente deu tudo certo a aterrissagem. — Sorri de volta ajeitando a bolsa no ombro.
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  — Me dê essa mala, vou te ajudar — disse ela pegando a mala pequena. — O táxi está a nossa espera.
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  — Obrigada. — Peguei a outra mala e a segui pelo saguão do aeroporto.
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  — Estou ansiosa pelo seu primeiro dia, você vai adorar a nossa escola. — Sua empolgação era evidentemente maior que a minha, o que me deixava motivada.
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  Yuri foi um dos meus poucos contatos no tempo em que estava me preparando para a mudança, algo bom, pois sua mãe me convidou para morar com ela, assim não ficaria sozinha em meu tempo indeterminado no país. Assim que chegamos, sua mãe, senhora Sora, me recebeu com alegria e gentileza, o que me pegou de surpresa foi ela ter me abraçado, como se fosse da família. Talvez ela quisesse me fazer sentir em casa, já que estava realmente longe de casa e, a partir daquele momento, elas seriam o mais perto de família que eu teria.
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  — Ah, que bom que chegou em segurança — ela continuou sorrindo com um olhar gentil. — Como foi a viagem?! Deve ter sido cansativo passar mais duas horas a caminho de Daejeon.
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  — Sim, foi mesmo um pouco cansativo, não consegui dormir direito no avião, mas pelo menos pude estudar mais um pouco — respondi encostando minha mala grande na porta.
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  — Venha, vou te mostrar o nosso quarto — disse Yuri enquanto se dirigia ao corredor, carregando minha outra mala.
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  Era de se esperar que dividiríamos o mesmo quarto, Yuri já havia mencionado que o apartamento onde vivia com a mãe era um pouco pequeno, e que o terceiro quarto era do seu irmão que estava para voltar do exército. Mesmo sendo para duas, o quarto não era tão pequeno assim, uma beliche já nos aguardava e ela logo anunciou que a cama de cima era dela. Assenti sem problema e ri da sua cara de criança feliz, ao olhar para a cama.
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  — Posso dizer que está bem mais animada que eu?! — ri dela novamente.
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  — Me desculpe pela minha euforia, é que sempre quis ter uma irmã, mas não rolou. — Ela fez uma carinha de triste. — Meus pais sempre acharam que dois era um número bom e suficiente.
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  — Seus pais foram espertos — brinquei —, mas acho que te entendo um pouco, eu sou filha única.
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  — Deve ser pior ainda… Pelo menos eu tenho o oppa, que sempre me ajudou. — Ela se sentou na cadeira em frente a escrivaninha e ficou me olhando.
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  — Oppa… — sussurrei rindo — Tenho que me acostumar com essas formas de tratamento.
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  — Acho bom mesmo — advertiu ela —, porque você é minha unnie agora.
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  — Nossa, me sinto lisonjeada por isso. — Voltei minha atenção para as malas. — Ahh… Posso arrumar isso amanhã?!
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  — Não só pode como deve, precisa descansar, amanhã de manhã teremos reunião na escola com a diretora — informou ao retirar seu celular do bolso e começar a mexer nele. — E ela não gosta de atrasos.
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  — Ah… Já imagino como ela é — sussurrei novamente.
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  Era só o que me faltava. Claro que eu não era daquelas pessoas que sempre chegava atrasada, mas cidade nova, rotina nova, tinha minhas dúvidas quanto minha pontualidade. Porém não iria me preocupar com isso agora, tomei um banho quente e relaxante, me aconcheguei com roupas quentes, mesmo sendo final de inverno, o frio ainda reinava na cidade de Daejeon.
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  — Estou impressionada com você — disse Yuri assim que terminamos de arrumar a cozinha do jantar.
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  Havia me oferecido para lavar as vasilhas sujas, já que Sora ajumma, como havia pedido para chamá-la, me acolheu de forma tão calorosa, já queria retribuir minha gratidão, mesmo que de forma pequena.
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  — Impressionada com o quê?! — A olhei confusa.
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  — Sua pronúncia, é difícil estrangeiros falarem tão bem coreano — comentou.
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  — Vou me lembrar de agradecer meu monitor da faculdade. — Ri baixo.
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  — Hummmm… — ela riu.
  — Nem comece, Yuri — a repreendi rindo também. — Ele só foi um amigo que me ajudou muito.
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  — Ahh, quer dizer que está solteira? — Seu olhar curioso estava atento aos meus movimentos, enquanto enxugava a louça.
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  — Quer dizer que não deixei ninguém me esperando no Brasil — expliquei. — Nada mais a declarar.
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  — Estou ainda mais ansiosa para te apresentar ao oppa — ela vibrou enquanto fechava a geladeira.
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  — Nem comece, senhorita Yuri. — A olhei séria. — Nada de ser cupido, o que sua mãe vai achar de mim.
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  — Somos amigas, eu gostei de você.
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  — Não quer dizer que serei namorada do seu irmão — a repreendi.
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  — Duvido que vai continuar pensando assim após conhecer ele. — Ela cruzou os braços.
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  Segurei o riso. Yuri já havia mencionado sobre seu irmão que paralisou a carreira promissora de advogado para se alistar no exército, onde passaria dois anos servindo seu país. O que me deixou admirada, não somente por ele, mas por todos que serviam de forma honrosa por amor a sua nação.
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  — Primeiro, gostaria de dar boas-vindas oficialmente para a nova professora de literatura, senhorita Miller — disse a diretora Lee Hana, estendendo suavemente sua mão em minha direção.
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  — Agradeço mais uma vez pelo convite e trabalharei duro para não decepcioná-los — breve e sucinta, como se deve, me curvei de leve em respeito a todos e logo me sentei novamente na cadeira.
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  Sim, estava nervosa, mas não deixaria que isso estragasse minha performance. Queria causar boa impressão no primeiro dia e, com a ajuda de Yuri, tudo sairia muito bem, ela era fantástica e muito comunicativa, não era à toa que era assistente da diretora Lee. Passamos a manhã naquela reunião, com a diretora Lee repassando os deveres e direitos dos funcionários da Song Elementary School, destacando principalmente a boa postura que os professores deveriam mostrar perante os pais.
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  Era de se esperar que para o primeiro dia não oficial de trabalho me entupiram de papéis para preencher e assinar. Sorte que Yuri me explicou cada parágrafo do contrato oficial de trabalho, além da cartilha informativa para os professores com algumas regras particulares, algo cansativo de ser lido, mais precisamente decorado por mim. Pouco depois do almoço, convenci Yuri de me mostrar um pouco da cidade, ou melhor, me ensinar o caminho de volta para casa e alguns pontos de referência que me ajudariam a não ficar perdida pela cidade.
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  Foi quando eu realmente me perdi dela, um piscar de olhos que minha atenção se voltou para uma criança que chorava no meio da calçada, sozinha e aparentemente abandonada. Dei um giro procurando por Yuri, mas ela misteriosamente já havia sumido do meu campo de visão; um adulto perdido era tranquilo, mas meu coração apertou ao ver aquela garotinha chorando e as pessoas passando por ela como se não a vissem. Atravessei a rua e me aproximei dela com cautela, para não assustá-la.
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  — Oi, princesinha — disse ao parar alguns passos dela, que continuava a chorar. — O que faz aqui sozinha?
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  Quanto mais eu tentava falar com ela, mas ela chorava, até que algumas pessoas que passavam começaram a nos olhar de forma estranha, o que me deixou com medo de pensarem que eu estava sequestrando ela. Então eu comecei a procurar nos bolsos da minha calça e dentro da minha bolsa, o que fez a garotinha me olhar confusa querendo saber o que eu tanto procurava.
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  — Oh, tem que estar aqui. — Revirei mais um pouco até que encontrei uma flor de papel que sempre carregava comigo. — Achei, uma flor para uma florzinha.
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  Estiquei para que ela pegasse, mesmo tímida e com receio pegou curiosa para descobrir o que era, essa foi minha deixa para me aproximar mais um pouco.
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  — Onde estão seus pais?! — Olhei em minha volta, procurando algum sinal. — O que faremos agora?! Não posso te levar para a polícia, até eu estou perdida, vão achar que eu te sequestrei.
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  Suspirei fraco, pensando no que poderia fazer, enquanto isso ela continuou concentrada na flor que havia lhe dado, então eu me sentei bem em sua frente e fiquei a observando, logo ela notou e me olhou temerosa.
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  — Não se preocupe, não vou te deixar sozinha, ficarei aqui com você até seus pais aparecerem. — Sorri para ela, que logo foi sentando de frente para mim, segurando a flor em sua mão. — Então, mocinha, qual o seu nome?
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  Ela continuou me olhando em silêncio. Mesmo fazendo uma graduação de licenciatura, ter trabalhado com crianças grande parte dos meus estágios, além de alguns cursos de pedagogia, eu não sabia o que fazer. A primeira impressão era de uma criança saudável e certamente assustada por estar longe dos pais, mas após quase duas horas com ela ali no meio da calçada, não sabia o que fazer, até que…
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  — Posso te mostrar uma coisa?! — perguntei esticando a mão para que me entregasse a flor. — Prometo devolvê-la.
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  Ela assentiu me entregando a flor, até o momento era uma flor pequena e entreaberta, então eu puxei uma parte do papel fazendo a flor abrir mais.
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  — Ohhh… — disse ao fazer a “mágica”. — Agora você tem uma flor mais bonita ainda.
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  — Sunny — gritou uma voz masculina vindo em nossa direção.
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  De imediato a garotinha se levantou e olhou para trás, assim que chegou perto, o homem a abraçou apertado, pude ver em seu olhar a mistura de preocupação com alívio.
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  — Querida, onde estava? Por que fez isso? — disse ele tentando ponderar a voz em seu estado alterado de um pai desesperado.
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  — Quem é você?! — disse uma mulher se colocando ao lado do homem. — Por acaso estava tentando sequestrar nossa Sunny?
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  — O quê?! — Eu me levantei um tanto indignada. — Espera aí, quem deixou a criança chorando no meio da rua não foi eu.
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  Claro que eu não iria aceitar desaforos, e nesta altura já tinha pessoas nos olhando.
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  — E quem me garante que você não a tirou de onde estava?! — a mulher me acusou novamente.
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  — Os negligentes são vocês e quem leva a culpa sou eu?! — retruquei — Quem são os pais aqui que deixaram essa criança sozinha.
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  — Vocês duas querem parar — o homem gritou entre nós e logo Sunny voltou a chorar, ele soltou um suspiro de cansaço. — Calma, querida, nós já vamos para casa.
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  — Não sem antes prestar queixa por sequestro. — A mulher manteve seu olhar venenoso em mim.
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  — Sim, claro, e eu vou prestar outra por abandono de incapaz — retruquei.
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  — Já disse para pararem. — O homem olhou para ela e depois para mim. — Eu não sei quem você é, mas estava com minha filha.
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  — Unnie — disse Yuri ao se aproximar de toda aquela confusão. — Unnie, o que está acontecendo, te procurei por todo lado.
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  — Acredite você que parei minha vida para ajudar essa criança e agora estou sendo acusada de sequestro. — Mantive meu olhar para o homem, com certa ironia. — Porém…
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  — Sim, eu vi. — Uma senhora que mantinha sua barraquinha do que parecia doces caseiros, ali perto se aproximou de nós. — Eu vi quando a criança chegou aqui chorando e ficou parada por um longo tempo, até que essa moça se aproximou para ajudar, ela ficou longas horas sentada no chão fazendo-a companhia.
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  Finalmente alguém do meu lado.
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  — Temos uma testemunha, com isso acho que já resolvemos a questão, essa ajumma viu tudo e nem a conhecemos. — Yuri pegou seu celular. — E se quiserem mais, podemos ligar para nosso emprego onde temos muitos álibis, para dizer que passamos a manhã trabalhando. Qual mesmo foi o horário que essa criança desapareceu?
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  Tentei esconder o sorriso de satisfação em meu rosto. Mesmo sendo fofa e meiga, Yuri sabia ser séria e afrontosa quando queria, não poderia esperar menos da assistente da diretora mais durona que existe. Por dentro eu queria xingar horrores aqueles dois irresponsáveis que se achavam pais da Sunny, além de abraçar aquela ajumma que me defendeu, porém, minha preocupação com a criança era maior do que tudo naquela hora.
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  — Me desculpem, tenho certeza que isso foi... — disse o homem, ponderando sua voz — um mal entendido, não é, Gain?
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  — Mas… — a mulher tentou argumentar com ele.
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  — Gain. — Seu olhar sério para ela, pela primeira vez no meio daquela confusão toda, me fez observar as linhas do seu rosto, ele era um tanto quanto charmoso e bonito.
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  — Sim, claro. — Ela assentiu voltando seu olhar para mim. — Me desculpe o mal entendido, estava um pouco nervosa com tudo isso.
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  — Sunny, vamos para casa agora. — Ele abaixou para ficar na altura dela, finalmente conseguindo acalmá-la de novo. — Vai ficar tudo bem, ok?!
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  Sunny assentiu ainda retraída, então voltou seu olhar para mim, como um vislumbre estranho de esperança, algo que eu não entendia de imediato, mas sentia que aquela garotinha talvez estivesse me agradecendo por ter passado aquelas horas com ela. Ela se afastou do pai e se aproximou de mim, foi então que eu entendi o que ela queria dizer, então estiquei a flor aberta a entregando.
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  — Cuide bem desta flor, mocinha. — Sorri de leve e pisquei para ela.
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  Assim que Sunny pegou a flor, assentiu com a cabeça e sorriu de volta, foi o sorriso mais fofo e acolhedor que eu recebi na vida, principalmente vindo de uma criança que acabara de me conhecer. Ela voltou para perto do pai e segurou em sua mão, então voltou sua atenção para flor em sua mão.
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  — Bem eu… Gostaria de agradecer, pelo que fez por minha filha. — O homem se curvou em agradecimento, algo que jamais imaginaria que pudesse acontecer comigo. — Obrigado.
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  — O que fiz por ela, faria por qualquer outra criança. — Sem modéstia, faria mesmo.
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  — Nem chegou direito e já está criando confusão, unnie — Yuri brincou, assim que os pais problema se afastaram com Sunny.
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  — Eu juro que só queria ajudar — me expliquei em minha defesa, e virando para a senhora dos doces. — Ajumma, muito obrigado por me defender.
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  — Oh, eu só estava dizendo a verdade, foi você quem acalmou a criança, até eu tentei pouco antes de você chegar e a menina não parava de chorar, afastou muitos clientes — reclamou ela, voltando seu olhar para a barraquinha ainda com vários pacotes de doce.
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  — Hum… Em forma de agradecimento, levarei um pouco dos pacotes que a senhora tem.
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  — Sério?! — Ela me olhou espantada.
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  — Sim. — Assenti. — Quanto custa cada um?!
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  Yuri dividiu os gastos comigo e juntas compramos a quantidade necessária para que eu pudesse levar para meus alunos, já que as aulas iniciariam na segunda, eu teria mais dois dias para me preparar. Assim que chegamos em casa, contamos o que aconteceu para Sora ajumma, que imediatamente ficou indignada com a reação da mulher.
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  — Posso ser sincera?! — disse me sentando no tapete da sala. — Aquela mulher não tinha cara de mãe, sei lá se eu estiver errada, Deus me perdoe, mas não tinha não.
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  — Hum… Ela não parecia muito preocupada com a criança, parecia mais preocupada com você por ter cuidado da pequena. — Yuri soltou uma risada maldosa. — Será que a omma desnaturada ficou com ciúmes? Aquele ajusshi tinha mais cara de oppa, é bem bonito.
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  — Isso eu tenho que concordar. — Sorri com certa malícia, porém me contive. — Mas vida que segue, só fico triste pela Sunny, ela não parecia muito feliz e tinha um olhar triste, talvez pelo susto de ter se perdido dos pais.
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  — Isso já passou, vocês duas vão trocar de roupa que o jantar está quase pronto — ordenou Sora ajumma.
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  Juntas eu e Yuri batemos continência e seguimos em risos para o quarto. Logo após o jantar, me sentei na cama e fiquei mexendo no celular, trocando algumas mensagens com meus pais pelo whatsapp. No momento em que toquei no assunto ocorrido, minha mente se transportou novamente para a cena desta tarde, quando encontrei Sunny chorando e quando seu pai lhe abraçou ao encontrá-la. Um breve sorriso escapou no meu rosto, me fazendo voltar para a realidade, onde várias mensagens da minha mãe já aguardavam minha resposta.
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  — Está pensando no pai desnaturado?! — brincou Yuri ao aparecer de sua cama com a cabeça para baixo.
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  — Yah!! — disse me apossando de uma expressão que meu monitor adorava usar comigo. — Pare de ter ideias erradas, ele é um homem casado e sabemos como é a tal Gain, além do mais, ele não me parece um pai desnaturado.
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  — Hum… — ela riu. — Então estava mesmo pensando nele.
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  — Não vou negar, me veio a cena dele abraçando a Sunny quando a encontrou — confirmei.
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  — Você se afeiçoou a garota né?! — Ela voltou a se deitar novamente.
— Confesso que tenho um carinho grande por crianças, acho que se não fosse professora, talvez seria pediatra, mas tenho tanto trauma de agulha e sangue que desisti da medicina — brinquei.
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  — Pelo menos seguiu o caminho que gosta — comentou ela.
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  — Você não?! — perguntei curiosa.
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  — Digamos que quando eu fiz administração, não era para ser assistente da diretora Lee, eu almejava mais ser assistente de um Chaebol e ele se apaixonar por mim e eu ter o casamento dos meus sonhos — respondeu detalhadamente.
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  — E o que seria chaebol? — perguntei tentando lembrar o significado da palavra.
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  — Chaebol são grandes conglomerados dirigidos por família ricas e milionárias, e os herdeiros são chamados assim — explicou.
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  — Você anda vendo muito dorama, amiga.
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  — Não custa nada sonhar, unnie, vai que acontece comigo um daqueles romances tipo no dorama O Que Há De Errado Com A Secretária Kim? — ela soltou uma risada. — Seria um sonho me casar com o Park SeoJoon!
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  Nós rimos e conversamos mais um pouco até que eu caí no sono. Meus dias que seguiram foram para organizar minhas roupas no armário e meus livros na estante, ou seja, organizar minha nova rotina e descansar minha mente para o que estava por vir. Eu seria professora de literatura e daria aula para crianças de 7 a 12 anos, não sabia o que aguardava, mas já havia provado um pouquinho da exigência da diretora Lee. O que me faz ter a certeza que trabalharia duro para que as crianças fossem instruídas por mim da melhor forma possível.
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  — Bom dia, crianças — disse com certa empolgação ao me posicionar em frente a turma.
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  — Bom dia, professora Miller — disseram em coral.
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  — Que fofo — sussurrei me controlando internamente.
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  Tinha que admitir que a disciplina coreana era surreal e nova para mim, mas estava me divertindo com aquele primeiro dia, primeiramente com a recepção do ajusshi Han, professor de esportes e treinador do time de basquete. Após a segunda aula, a diretora Lee me chamou em sua sala, estranhei Yuri não estar na recepção, e logo ao entrar na sala, levei um choque ao ver dois rostos conhecidos.
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  — Ah, aqui está ela. — A diretora se levantou da poltrona onde estava sentada. — Senhor Kim, esta é a senhorita Miller, nossa nova professora de literatura, ela ficará responsável pela pequena Sunny.
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  O que?!
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  Sim, aquele era o mesmo homem que há dois dias estava em meus pensamentos com sua filha perdida, e sim, eu estava estática. Voltei meu olhar para Yuri, mas a mesma estava tão surpresa quanto eu, e o mais louco de tudo é que o senhor Kim também estava com o mesmo olhar que nós duas, tentando entender como poderia aquilo estar acontecendo.
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  — Prazer professora Miller, eu sou o Kim %Baekhyun%, pai da Sunny — disse ele mantendo seu olhar confuso em mim.
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  Meu coração disparou, sua voz estava mais grossa e firme, voltei meu olhar para a pequena Sunny e lá estava a flor que eu havia lhe dado em sua mão direita, enquanto segurava com a outra a mão do seu pai.
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"Há uma longa estrada em nossa frente
Com um futuro desconhecido, não irei mudar
Não posso desistir."

- Into The New World / Girls' Generation

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