Click! My Detestable Star

Escrito por Fernanda Camillo | Revisado por Hels

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  Meu nome é , tenho 27 anos e sou uma das milhares de pessoas mais do que infelizes com seu trabalho. E só para saberem, eu sou uma paparazzi. Agora perguntem... Por que você tem tanta raiva do seu trabalho, ? Simples: porque eu estudei como uma doida toda minha vida para entrar numa federal e cursar comunicação social por quatro anos e depois vir para a Universidade de Londres ficar mais dois anos cursando uma pós em Jornalismo Cultural para ficar correndo atrás de bandas por aí para a coluna Stylish Peoples da Click!, a revista mais famosa do Reino Unido. E na maioria dos dias eu tenho vontade, como toda pessoa normal, de matar minha chefe, uma gorda de 40 anos que só fica sentada o dia inteiro comendo Donuts e que nem uma especialização em jornalismo tem, já que é graduada em Relações Exteriores. Eu poderia ao menos receber grandes eventos para cobrir, eventos em que pudesse entrevistar bandas de verdade como AC/DC, Pearl Jam, Guns n' Roses, Metallica e afins... Mas não! Eu tenho que entrevistar justo bandas que eu não gosto, como Busted, All Time Low, McFly, The Maine, e por aí vai. Felizmente, sou do tipo de pessoa que quando me disponho a fazer algo, me jogo de cabeça, então não importa a qualidade dessas bandas e sim a qualidade do MEU trabalho, é por isso que as melhores fotos, reportagens e babados você encontra aqui no meu blog... Ou na revista, é claro! Pretendo um dia ser redatora chefe da página cultural da revista e eu sei que um dia chego lá!

  Ah... Que legal! Minha chefe está me chamando. Provavelmente ela vai me avisar o que eu já descobri há uma semana... The Maine vai fazer um show aqui em Liverpool e John O'Callaghan, o vocalista, virá essa semana para conhecer o local e descansar um pouco. Bom... Deixe-me ir e continuem acompanhando meu blog pessoal para saber notícias quentíssimas dessas... "Grandes Bandas". Bye!

Pov. John O'Callaghan

  A sensação de estar em Liverpool era deliciosa e era muito bom ter um descanso de toda a gritaria e histeria das fãs, além dos paparazzi sem fim só para variar.

  johnmaine: Estou em Liverpool, essa cidade incrível.

  Postei no Twitter sorrindo abobalhado quando olhei em volta e percebi um tumulto feminino se formando perto de mim, olhando-me como se eu fosse uma atração de circo. Oh! Essa não! 1, 2, 3... Corre!
  Correndo desesperadamente, nem percebi quando mãos firmes me puxaram e quando percebi estava seguro. Percebi que estava em um quarto de limpeza quando vi os vários baldes, produtos de limpeza, espanadores, etc. Olhei para o meu salvador disposto a agradecer pela ajuda e me deparei com belos olhos azuis que me olhavam fixamente. Passei meu olhar pelo rosto bem emoldurado, os cabelos cheios e ondulados, o corpo escultural modelado pela roupa que vestia. Que gata!
  - Ahn... Obrigado! - disse meio atordoado, lembrando de suas mãos firmes, pensando em como aquilo seria bom em...
  Ouvi mais gritaria do lado de fora, as garotas pareciam histéricas por terem me perdido.
  - Não me agradeça... Ainda - sou só eu ou vocês também sentiram a conotação sexy na voz dela?
  - Prazer, sou...
  - John O'Callaghan, eu sei. Meu nome é - disse friamente. - Vem.
  "Com você eu vou até o fim do mundo", foi o que passou pela minha cabeça junto com outros pensamentos nada puritanos.
  Saímos hesitantes para o lado de fora e ela me conduziu por um corredor isolado e mal iluminado. Comecei a ficar com medo pensando nas possibilidades, ou melhor, comecei a ficar alegre, bem alegre. Mas para minha infelicidade, o caminho nos conduziu a um estacionamento, em silêncio durante todo o trajeto, ela parou de frente à um carro e abriu a porta para que eu entrasse. Tão rápido estávamos transitando pelas ruas que mal percebi.
  - Então John... O que te traz até aqui? - perguntou do nada, fazendo-me desviar os olhos de suas pernas descobertas pela saia curta.
  - Eu vim à passeio, estou de férias essa semana. - respondi, tentando soar normal.
  - E quais são suas pretensões enquanto estiver aqui? - Isso foi um convite?
  - Bom... Eu esperava passar despercebido e fazer tudo o que uma pessoa que não é conhecida pelo mundo inteiro possa fazer. É claro que não deu certo, não faço ideia de como descobriram que eu vinha para cá - comecei a refletir sobre as razões de ter um monte de garotas me esperando no aeroporto quando mal minha mãe sabia para onde eu ia. deu um sorriso malicioso por um instante. - Mas... Estou aberto à sugestões. - disse finalmente, querendo dizer na verdade que ELA era uma boa sugestão para mim.
  - Hm... - ela murmurou sem interesse. - Tem algo especial que você pensou em fazer aqui?
  - Gostaria de passar pelos lugares que os Beatles tocaram, saber um pouco mais sobre a história deles. - disse, tentando aparentar desinteresse também, mas era impossível com aqueles grandes olhos azuis desviando vez ou outra em minha direção e das pernas torneadas à mostra cada vez mais pelos movimentos que ela fazia ao dirigir, fazendo com que a saia levantasse mais.
  Ela parou de repente, assustando-me.
  - Chegamos. - disse mexendo na bolsa. - Diga "smile" John. - olhei para ela confuso e fiquei atordoado por um segundo pelo flash da câmera que ela segurava na mão. Fiquei feliz ao pensar que ela gostaria de guardar uma lembrança de mim. Ela fez menção de sair do carro e eu sai rapidamente, quando ela fechou a porta em que eu acabara de sair travando e abrindo a janela. - Até mais! - se despediu.
  Virei-me, olhando para o hotel que era exatamente o que...
  - Espera! Como você soube que... - Mas ela já havia ido embora.

  johnmaine: ... Quem será você?

Pov.

  Depois de enviar o áudio do gravador que estava no rádio em todo momento que eu estive com John e de mandar as fotos que eu tirara antes e depois de falar com ele para minha "adorada" chefe , pedi uma pizza vegetariana pelo Delivery e fui tomar um banho quente e relaxante. Vesti uma roupa confortável e liguei o aquecedor, já que felizmente eu recebera folga por ter conseguido "entrevista" exclusiva com John. Recebi a pizza feliz como uma criança quando recebe doces e me alimentei assistindo Being Human, um dos meus seriados favoritos. Apesar de cansada decidi postar no blog já que não tinha mais nada para fazer e não queria dormir cedo.
  Logo abaixo da foto de John tirada na hora da despedida, comecei...

  Olá meninas!! Só tenho a agradecer por terem ido ao aeroporto hoje, apesar de não ter sido exatamente por mim. Mas isso me deu a oportunidade incrível de dar uma carona ao John O'Callaghan! E tenho que admitir que o rapaz é lindo, muito novo, mas lindo. E vocês querem saber onde ele está hospedado? Perguntem para a Frankie Sandford, fica a dica.
  E bem.... Na conversa com John, ele disse que veio só para descansar, conhecer a cidade e que esperava poder andar pelas ruas sem despertar a atenção, como uma pessoal normal.
  John espera frequentar os lugares onde os Beatles tocaram e conhecer um pouco mais da história da banda.
  Ah, meninas! Eu não poderia esquecer, minutos antes de terminar nossa conversa, John deixou escapar que não sabe o que fazer por aqui e que "aceita sugestões". Então gurias... O que vocês sugerem?

  Terminei de postar e reli sorrindo pelo trabalho bem feito, imaginando se as fãs entenderiam que ele está no mesmo hotel que a Frankie. Abri meu e-mail que já continha vinte recados na caixa de entrada e li as várias informações sobre o que acontecia com todos os tipos de banda ao redor do mundo. Como é bom ter informantes em diversos lugares! Depois de enviar tudo para minha linda e amada chefe, desliguei o notebook e me esparramei no sofá para descansar um pouco. A revista tinha remessa diária, portanto logo no dia seguinte a cara de pateta de John O'Callaghan estaria em todas as bancas. Ele provavelmente ficaria uma fera e nosso próximo encontro seria tempestivo. Sorri com a hipótese, seria divertido.

Pov. John O'Callaghan

  - Não acredito nisso! - exclamei alto, chamando a atenção de algumas pessoas no hall do hotel. Sentado na recepção, esperando por um táxi, surpreendi-me ao ver meu rosto estampado na capa de uma revista britânica, Click!. Revirei as páginas até dar de cara com as respostas que eu dera para... Procurei a fonte no rodapé e vi o nome de quem tirou as fotos e realizou a entrevista: ! Só podia ser ela!
  Revoltado por ter sido usado dessa maneira, andei pelo hotel a procura de informações. Descobri que a garota era uma paparazzi que vivia no hotel colhendo dados dos famosos que passavam por lá, principalmente dos funcionários, já que segundo eles, ela tinha meios muito persuasivos de consegui-los. A camareira a definiu como 'a bela moça de olhos azuis, que sempre conseguia saber o que queria'. Consegui o endereço da sede da revista em Liverpool e não pensei duas vezes antes de ir exigir explicações. Ela teria uma bela informação exclusiva: John O'Callaghan não é um idiota seduzível que ela pode usar como e quando bem entender.
  Caminhei pela editora sendo observado por diversas pessoas, principalmente garotas que me sorriam admiradas, mas mal correspondi nervoso como estava. Encontrei uma garota que parecia distraída escrevendo algo em uma agenda. A moça era ruiva e tinha seus cabelos presos em um coque desajeitado, de onde escapa diversos fios, seu rosto infantil parecia absorvido no que fazia.
  - Olá. - cumprimentei pensando que ela pudesse me ajudar, já que sua mesa jazia de frente para uma porta que levava o nome da mulher que eu procurava.
  - Oh! Bom dia - se espantou, levantando e desastradamente derrubando algumas canetas no chão. - Posso ajudá-lo?
  - Espero que sim. Procuro pela . - falei seriamente.
  - Sinto muito, mas não será possível. Ela ainda não chegou. - respondeu cortesmente.
  - Bem... - olhei seu nome no crachá - Katherine... Eu preciso muito falar com ela - fiz uma cara pidona e lhe lancei um sorriso galanteador. - Tenho certeza que poderá me ajudar.
  - Ahn... - ela franziu a testa, confusa. - Acho que posso tentar ligar para ela, aguarde um momento. - respondeu e se virou indo em direção ao escritório de . Apenas nesse momento percebi a sua vestimenta totalmente não usual.
  Assim que ela fechou a porta atrás de si, comecei a revirar sua mesa, afinal precisava de informações. Observei a agenda que ela mexia há pouco e virei as páginas encontrando uma com o título onde continha algumas informações, rasguei a folha, colocando novamente na página em que estava e saí rapidamente do local com um sorriso vitorioso. Ao longe reparei em sua feição confusa ao dar de cara com o nada.

Pov.

  Um toque irritante me fez revirar na cama pela segunda vez, Katherine já tentara me ligar, o que ignorei claramente, não queria saber de trabalho. Eu tinha que ter uma conversa séria com Kate, só por que ela era tanto mais minha amiga do que empregada, isso não queria dizer que pudesse ficar me ligando a todo momento. Depois de tentar de forma fracassada tampar a cabeça com o travesseiro para dormir novamente, sentei bufando irritada por ter perdido o sono. Observei o horário, que para mim era cedo, levando em consideração que ficara até duas da manhã no aeroporto esperando a chegada de James Bourne à cidade. O que valeu a pena, por que graças as fontes privilegiadas que tenho, consegui uma exclusiva com ele àquela hora, enquanto não havia qualquer outro paparazzi com quem precisasse dividir a entrevista.
  Levantei irritada e tremi um pouco, pela nova temperatura que atingira meu corpo vestido apenas com uma pequena camisola. Ignorando o barulho estridente da campainha, fui ao banheiro cuidar da minha higiene matinal, esperando que a maldita pessoa que me acordara fosse para o quinto dos infernos e me deixasse em paz. O que não aconteceu.
  Ainda descalça e de camisola, não aguentando mais ouvir o barulho que agora vinha acompanhado de batidas e já começava a me dar dor de cabeça, abri uma fresta da porta, mantendo a corrente que a impedia de se abrir totalmente. Eu mal pude acreditar quando me deparei com a expressão irritada de John O'Callaghan. Revoltada, perguntei:
  - O que você quer?
  - Vim tomar um café da manhã com você e conversar sobre banalidades. - ironizou - Eu quero conversar com você, obviamente, abra essa porta!
  - De forma alguma! Diz logo o que quer. - teimei.
  - Olha... É melhor você abrir essa porcaria antes que eu comece a fazer um escândalo nesse corredor. - ameaçou.
  Fechei a porta e respirei fundo antes de desprender a corrente e abrir totalmente a porta, convidando-o a entrar. Sem pensar duas vezes ele entrou e se postou no meio da sala, com o olhar fixo em algo, percebi que ele observava minhas pernas descobertas pela curta camisola.
  - Diz logo. - falei rudemente.
  - Eu vi a "entrevista exclusiva" na revista... Entrevista que eu não autorizei! - exclamou indignado.
  - Bom, é o meu trabalho. - murmurei entediada.
  - Qual? Usar as pessoas? - questionou sarcástico.
  - Não exatamente. Conseguir informações, a forma como eu faço é que necessita o uso de pessoas. - respondi indiferente.
  - Olha, eu não sou uma pessoa qualquer que você pode usar quando quiser, eu poderia te processar por isso...
  Lancei-lhe um olhar malicioso, propositalmente.
  - Eu não posso te usar mesmo? - perguntei, sorrindo - Você pode usar seu tempo em coisas mais úteis do que em um tribunal.
  Aproximei-me dele lentamente, o empurrando para trás até que ele caísse no sofá, me precipitei sobre ele lhe dando um selinho e mordiscando sua orelha levemente, suas mãos automaticamente se projetaram em minha cintura. Comecei a dar leves beijos e sugadas em seu pescoço, enquanto suas mãos já passeavam por minhas pernas descobertas.
  - O que você está achando da estadia aqui? - perguntei, fingindo indiferença. Ele me lançou um sorriso safado entendo a pergunta de outra forma.
  - Maravilhosa.
  - Já encontrou algo legal? - questionei como se quisesse me certificar de que ele estava bem.
  - Fui a um pub no sábado, mas parece que eu encontrei um lugar muito bom ao qual frequentar. - respondeu.
  - Encontrou alguma affair por lá? - disfarcei a voz em um sussurro rouco.
  - Está com ciúmes? - perguntou pretensioso.
  - Claro que não! - respondi rápido demais.
  - Uma loira me passou seu telefone, nem lembro o nome dela, joguei o telefone fora.
  Quase deixei escapar um "eu sei", mas me mantive calada, lhe acariciando distraidamente. Seus lábios passeavam pelo meu pescoço em carícias que com certeza deixariam marcas, e eu não podia negar que a sensação era maravilhosa.
  - Quando pretende ir embora? - questionei não querendo parecer ansiosa, apesar de não ter conseguido. Ele não percebeu, estava ocupado demais tentando levantar ainda mais minha camisola.
  - Já com saudades? - parou o que fazia para me observar os olhos.
  - Só por que você quer. - disse impassível.
  - Eu volto no sábado, tenho um show em Chicago, semana que vem. Por isso é melhor aproveitar. - disse antes de me beijar de repente. Me assustei por um instante, mas logo me entreguei a carícia entrelaçando meus dedos entre seus cabelos e correspondendo ao beijo avidamente, ele tentou me fazer deitar no sofá se inclinando sobre mim, mas a razão me voltou e eu o interrompi. Sabia onde aquilo ia parar se continuasse. Ou melhor, não ia parar.
  - John, eu tenho que trabalhar. - me levantei ajeitando a camisola. - Acho melhor você ir. - determinei já abrindo a porta. Ele me olhou em confusão por um instante, tentei sorrir passando confiança, o que deve ter saído mais como uma careta, mas ele aceitou sorrindo também. Levantou ajeitando a blusa amarrotada e os cabelos bagunçados e me beijou rapidamente antes de ir embora.
  Não queria ter que admitir que o beijo fora bom demais, mas... Que beijo foi aquele?

Pov. John O'Callaghan

  Acordei disposto na terça-feira, agora eu tinha muitas coisas boas para fazer em Liverpool. Sorri ao me lembrar da proposta de . Eu pretendia ir até a casa da paparazzi e convidá-la para jantar.
  Desci ao hall para esperar o táxi. Bati os olhos na nova revista da Click! e de novo observei uma foto minha com a legenda "Nova entrevista exclusiva com o astro. Confira!"
  Paralisei e respirei fundo, não podia ter sido ela, abri lentamente a revista na página indicada e observei a conversa que tive com a paparazzi no dia anterior. É claro sem as partes que ela tentava me seduzir descaradamente. Fiquei algum tempo encarando a página e a virei dando de cara com uma foto minha com a loira que falara para ela no sábado em um momento, digamos... Íntimo. Joguei a revista o mais longe possível, aquela desgraçada.
  - Senhor, o táxi chegou. - informou a recepcionista com um sorriso de orelha a orelha para mim. Levantei mostrando claramente que todo o bom humor que eu começara o dia se fora. Uma loira platinada parou em minha frente estendendo a mão.
  - John O'Callaghan, é um prazer. Sou Samantha, repórter da revista Famous, você poderia me dar uma entrevista? - perguntou com um sorriso que demonstrava um grande interesse. Pensei um pouco, não queria dar entrevista, mas...
  - Essa revista é concorrente da Click!?- questionei, ela pareceu ficar sem graça.
  - Sim, mas--
  - Ótimo! Jane pode cancelar o táxi, por favor. - disse à recepcionista, conduzindo Samantha ao meu quarto.

Pov.

  Tomei um banho bem quente e relaxante, vestindo uma roupa qualquer. Ainda era cedo e nesta quarta eu não precisava ir na agência. Peguei minha bolsa equipada com meus utensílios básicos, coloquei um microfone na blusa como sempre. Decidi tomar um bom café em uma Starbucks.
  Depois de fazer meu pedido aguardei visualizando algumas revistas, vi uma Famous nas mãos de alguém e gargalhei, não sabia como tinha gente que ainda lia aquela porcaria, a Click! era de muito mais qualidade, com muito mais informações e exclusividade. Quando a garota que lia se virou pude ver o rosto de John na capa e mal acreditei em meus olhos, peguei a primeira que achei entre as outras e passei os olhos pela página. Como conseguiram uma entrevista exclusiva com o John? Abri na página e comecei a ler.
  A maioria das perguntas eram comuns e clichês, mas no final pude ver uma que me chamou a atenção.

  John, uma curiosidade: o que te fez dar duas entrevistas exclusivas a uma mesma revista em três dias apenas?
  J:
Bom... Digamos que eu e fomos bem íntimos.

  Foram?
  J:
Sim, até que ela cansou de se aproveitar da minha fama e me chutou.

  Ele estava fazendo um drama de algo inexistente. Nem aguentei ler o resto, fechei a revista com força. A garota que acabara de ler a revista me olhava com uma cara de poucos amigos e não só ela, devo acrescentar. A garçonete quando me trouxe o pedido "sem querer" derrubou o Frappuccino em minha roupa. Revoltada, me levantei e fui embora, perdi o apetite.

  Para ser sincera, eu estou desesperadamente assustada, as pessoas me olham na rua como se eu fosse o Diabo em pessoa! Aquele idiota deve ter me colocado como a moça que o seduziu, usou e jogou fora, ridículo. Adentrei o apartamento já tirando o casaco manchado e colocando na máquina, indo preparar eu mesma o café. Peguei meu notebook, no meu e-mail havia várias mensagens desagradáveis, até mesmo alguns dos meus informantes estavam chateados com a forma como tratei o rapaz. Assustei-me quando, ao entrar no blog, observei que havia mais de cem comentários no último post. Meio temerosa comecei a ler os primeiros:

  JoanneSunshine: Nossa Cass, jamais pensei que você fosse capaz de tratar alguém da forma como tratou o John, ele é apaixonado por você... Isso não se faz com ninguém. Eu te considerava minha diva, estou decepcionada.
  GabrielleBouroud: P... sacanagem o que tu fizeste com o John, guria! Agora ta explicado como consegue tanta informação exclusiva, quer dizer que você praticamente se vende por uma informação?? :[
  Felicity: Pensei que você tivesse dito que odiava John e sua banda, assim como todas essas outras "bandinhas". To vendo o tamanho do seu ódio, você é uma mentirosa.
  CarolineBitencourt: QUE DECEPÇÃO! QUANDO MINHA MÃE TROUXE A MINHA REVISTA DE MANHÃ E EU ME DEPAREI COM A ENTREVISTA DO JOHN, ME PARTIU O CORAÇÃO SABER QUE VOCÊ TEVE A CRUELDADE DE FAZER AQUILO COM ELE! SABEMOS QUE VOCÊ NÃO GOSTA DELE, MAS E A CONSIDERAÇÃO POR NÓS, LEITORAS? PESSOAS COMO VOCÊ SÃO UMA PENA...
  &JohnForever: AHHH!!! Achei lindo saber que vocês já ficaram, ignore todos os outros comentários, eu super apoio vocês dois juntos. Não despreza ele não, vai lá, tenta conversar com ele, vocês formam um lindo casal juntos! Eu posso te ajudar a encontrá-lo, se você quiser.

  Foi em choque que eu decidi parar de ler por ali. Droga! O que eu havia feito de errado, afinal? Deveriam me agradecer por trazer ótimas informações para eles todos os dias. Comecei um post para tentar me redimir, mas desisti. De que adiantaria? O último comentário me interessou. EU COM CERTEZA QUERIA ENCONTRAR JOHN O'CALLAGHAN, ELE PRECISAVA DESMENTIR TODA ESSA IDIOTICE DE UMA VEZ!

Pov. John O'Callaghan

  Virei em um gole só o whisky que se encontrava no copo. Eu sabia que a minha atitude teria consequências, mas era realmente do que eu precisava, agora a paparazzi teria que fazer de tudo para chegar até mim realmente.
  - Para onde levo as malas senhor? - um funcionário do hotel perguntou solicitamente.
  - Tome - lhe entregeuei um papel - leve para esse endereço.
  Pelo celular eu podia ver todas as repercussões que estava tendo a minha entrevista, no Twitter choviam fãs me consolando pelo meu "abalo emocional". Agora eu teria que ir para outro lugar, não podia ficar em um hotel onde todos iriam atrás de mim e, em especial, uma certa garota.

  johnmaine: Calma pessoal, eu estou bem, foi só um fracassado romance que me deixou marcas profundas. Não quero que fiquem bravos com , essa é uma decisão dela e eu respeito.

  Sorri sacana. Ela merecia isso. Ah, se merecia!

Pov.

  Soltei um grito de raiva no momento em que Katherine me mostrou o que o retardado O'Callaghan postara no Twitter. Ele fazia propositalmente, precisava chamar atenção para compensar seu ego masculino, só podia. Antes que eu abrisse minha boca para dizer algo, minha chefe se materializou em minha frente com um sorriso presunçoso no rosto.
  - Parabéns ! Você se mostrou uma mulher de fibra, uma boa funcionária. Realmente faz de tudo por um furo. - abri a boca ultrajada. - Não se preocupre, eu não lhe recrimino, cada pessoa tem seus métodos para conseguir o que quer, você tem o seu e ele traz bons resultados, continue assim - e se virou voltando para sua sala.
  Olhei para Kate com os olhos esbugalhados e em fúria.
  - Ela praticamente me chamou de prostituta! - sussurrei. - E ainda teve a cara de pau de me dizer para continuar nessa por que isso faz com que ela pareça uma boa chefe, conseguindo as melhores exclusivas.
  Katherine tentou falar algo, mas cansada de ouvir ela dizer que tudo ficaria bem entrei na minha sala batendo a porta com força ao fechá-la. O ódio me consumia, esse idiota, irritante, insuportável...Um toque de telefone me interrompeu, atendi grosseiramente:
  - Quem é?
  - ? - ouvi uma voz nasalada do outro lado.
  - É ela. Quem está falando?
  - Bom... Eu gostaria de avisá-la que se ainda quiser encontrar John O'Callaghan é melhor vir até o hotel, ele vai embora daqui a pouco. - ouvi ela dizer e depois o sinal mudo do telefone. Levantei rapidamente pegando minha bolsa.
  - Katherine, eu estou saindo, não sei se volto hoje. - avisei Kate antes de sair.
  - Espere! Você tem que voltar! Hoje é a reunião com o diretor geral. - me lembrou.
  Que droga!
  - Me mande uma mensagem me dizendo a que horário. - falei antes de sair de cabeça em pé, apesar dos olhares hostis das minhas colegas de trabalho.

  Merda de trânsito que não anda! Desse jeito não vou chegar a tempo! Mas ele não pode estar indo embora! Ainda é quinta feira. Pensei em todas as formas de tortura que eu poderia usar com aquele cachorro. Acabando com minha imagem dessa forma baixa. Essa história toda me lembrava definitivamente o que Frankie passara recebendo até ameaça de morte das fãs, por terminar com Dougie, que parara na rehab. Mas a diferença é que eu não tinha absolutamente NADA com O'Callaghan. Nosso relacionamento se restringia ao âmbito profissional. Pelo menos de minha parte, que apenas usava de algumas artimanhas de vez em quando para chegar aos meus propósitos. Ele não pode estar bravo só por isso, caramba! Eu tenho que comer e me tornar redatora chefe da revista!
  Parei em frente ao hotel com o coração na boca, como eu faria para fazê-lo dizer a verdade? Lembrei do nosso beijo em meu apartamento, será que eu teria de usar esse tipo de artimanha? O problema era se eu me empolgasse demais com a estratégia, por que apesar de detestar a forma como ele canta e aquelas letras ridículas que ele escreve, ele é um jovem atraente. Eu não conseguia definir o que exatamente me atraía nele, visto que eu sempre preferira homens mais velhos e John é mais novo que eu!
  Respirei fundo e entrei no hotel caminhando até a recepcionista.
  - Chegou tarde. - ela disse com um ar de fatalidade, reconheci a voz que falara mais cedo.
  - Trânsito. - me limitei a dizer já desanimada, pois pela sua cara percebi que John já havia ido embora.
  - Ele vai ficar em uma pousada, parece. Ninguém sabe onde, exceto Alfred que foi com ele para ajudar com as malas.
  - Hum...- murmurei.
  - Talvez Rose saiba também, se quiser posso chamá-la. - se prontificou.
  - Deixa para lá. - respondi, olhando para o segurança que eu já conhecia de outros tempos.
  - George. - cumprimentei. - Pode ir falando.
  - Bom... Eu ouvi Alfred falando sobre Drenksville, a cidade ao lado.
  - Drenksville. - repeti. - Obrigada.
  Assim que entrei no carro recebi a mensagem de Katherine:
  Reunião daqui a uma hora. Venha rápido!
  Olhei no relógio que marcava seis horas da tarde. Que quinta-feira mais insuportável!

  Drenksville. Foi para onde eu fui depois da reunião que durou uma hora, passei e vários estabelecimentos fazendo perguntas e, enquanto alguns comentaram que realmente o viram e jogavam para outro, esse outro desmentia dizendo que nunca conhecera o rapaz pessoalmente, alguns chegavam ao extremo de dizer que não sabia quem era.
  Depois de voltas e voltas desisti e voltei para casa. Quando me deitei na cama exausta, já era sexta: uma hora da manhã.

Pov. John O'Callaghan

  Não havia coisa mais tediosa do que ficar sozinho sem ter o que fazer. Eu me sentia tentado a acabar com tudo aquilo, a ir até e tomá-la em meus braços num ímpeto romântico. Não, eu não estou apaixonado. Quero dizer, bem... Talvez eu esteja só um pouquinho, mas isso não quer dizer nada, porque ela não sente a mesma coisa. Aliás, agora ela deve estar me odiando.
  Peguei o violão que trazia em mãos e comecei tocar Into Your Arms, pensando naquela doida que desde que eu chegara mexeu comigo de uma forma totalmente nova. E ela nem se esforçava, ela não precisava. Desde o início me tratara friamente, mantendo um certo ar de comando sobre mim o que a deixava mais irresistível. Peguei a folha que arrancara da agenda de sua secretária, Katherine. Nela tinha o nome de , sua idade, endereço, telefone e uma nota: "Comprar para ela o cd do AC/DC pelo qual ela é doida."
  Peguei o celular e comecei a mexer em coisas aleatórias até perceber que digitava o número dela, o qual eu já havia até mesmo decorado.
  - Alô. - ouvi a voz irritada do outro lado. Ela nem perguntou uma segunda vez, sem resposta ela desligou imediatamente. Era tão a cara dela, essa impaciência toda.
  Decidi postar no Twitter algo que todos pensariam se tratar apenas de uma frase da música, mas que na verdade me fazia pensar na bela paparazzi.

  johnmaine: Into your arms...

  Realmente, eu estava em seus braços.

Pov.

  Ao chegar ao estacionamento do meu prédio, já arrumada para o trabalho, dei de cara com o meu carro todo riscado e escrito com tinta colorida e em letras garrafais palavras como: MENTIROSA, TRAIDORA, FALSA, SEM VERGONHA, enfim, acho que deu para entender.
  Desisti do veículo e peguei um táxi, chegando atrasada para uma reunião marcada de última hora, na qual o diretor anunciou que daria o cargo de redator chefe a quem lhe trouxesse um furo extraordinário.
  Pelo menos isso de bom, mas doida como eu estava atrás de John, tentando recuperar minha reputação, mal conseguia me lembrar que existia um mundo com diversas outras bandas com grandes histórias a serem reveladas.
  Sentada no meu escritório, tentando relaxar tomando um café que Kate carinhosamente me servira, ouvi uma batida firme na porta.
  - Entra. - consenti.
  Era Rodolph, redator da coluna esportiva. Ele vivia correndo atrás de mim, desde que eu entrara na revista, e ele era bonito: loiro, cabelos minimamente comprido, olhos verdes e um físico definido, mas definitivamente não fazia o meu tipo. E devo dizer, que foi impossível não compará-lo a John e pensar bem remotamente que meu tipo no momento era o cara que fugia de mim.
  - O que foi, Rodolph? - perguntei educadamente.
  - Eu queria falar com você. - ele parecia nervoso. - Estou decepcionado com sua atitude .
  Meu queixo caiu literalmente.
  - Você também não, Dolph, por favor. - pedi.
  - É que... Caramba, ! Justo aquele cara, você sempre falou tão mal de bandas do tipo dele--
  - E continuo falando. Para com isso, Dolph, não acredito que você também vai me condenar. Eu não tive nada com esse idiota, ele que--
  - Sério, eu sei que você é capaz de fazer muitas coisas para conseguir o que quer e eu sempre te admirei muito por isso, mas vender o seu corpo dessa maneira...
  - Basta! - disse batendo firmemente na mesa o assustando um pouco. - Eu não sou obrigada a ouvir essas idiotices. E quer saber? Que se dane o que você pensa, eu nunca ficaria com você.

  Saí do MEU escritório, porque nem paciência para expulsá-lo eu tinha. Sentei-me ao lado de Kate, que me olhava questionadora. Tomei o notebook em suas mãos e entrei no blog.

  &JohnForever: Querida diva eu soube que nesta sexta, o John estará na boate Poison Dance. Vá vê-lo! Quero o casal mais fofo do ano juntos.
  &JohnForever: Ah, amore eu também soube que ele teria um encontro com a loira aguada da Famous no Glad Coffe entre às 3 e 5 da tarde.

  Tinha diversos recados, contando diferentes lugares que John poderia estar, às vezes dois em um mesmo horário, é claro que eu ignorei os outros em que só continham xingamentos que seriam desnecessários em minha vida, com toda certeza.
  - Kate, eu preciso da sua ajuda. Eu vou anotar aqui alguns lugares que você deve ir e os horários, para procurar o John, eu vou em outros.
  Ela concordou um pouco hesitante, enquanto eu fazia as anotações, ela me lançava alguns olhares estranhos, provavelmente achava que eu parecia uma doida.

  Às onze horas da noite eu me encontrava acabada, jogada em minha cama, sem forças nem mesmo para mover um dedo. Eu e Kate corremos o dia todo em diversos lugares, perseguindo pistas que não nos levaram a nada.
  Abri meu notebook e mandei um recado para o "admirador do casal":

  'Olha, não sei quem é você e nem quero saber, mas não vou admitir ser tratada como uma idiota. Por que essas pistas falsas e ridículas que eu persigo em vão? Eu poderia tê-lo encontrado se não tivesse atrás dele o dia todo nos lugares errados. Amanhã ele vai embora, o que é uma pena... Mas é claro que você não se importa, começo a acreditar que você é o maior anti- e John, e faz tudo isso com o único propósito de terminar de uma vez com nosso relacionamento que nem existe. Bom... Desculpe, mas daqui em diante não lerei mais seus comentários, estou deletando o blog, exausta, se John se importasse ele apareceria. Adeus!'

  Suspirei pesadamente e fiquei refletindo por um tempo, deletar o blog era um grande passo. Olhei para a quantidade de seguidores do blog: 357.500. Eram seguidores de diversos lugares do mundo, mas agora eles só serviam para me fazer lembrar de quem, no momento, eu mais queria esquecer.
  Quando entrei na página de configurações para tirar o blog do ar de uma vez, uma nova mensagem surgiu:

  &JohnForever: Desculpe pelas informações falsas, mas foram necessárias... Eu realmente torço por vocês dois e sei onde o boy está. Não desista agora, eu sei que ele mexe com você, assim como você com ele. Não consigo visualizar um casal melhor, te admiro muito, tanto quanto a ele, e sei que merecem ser felizes. Se quer realmente saber onde John está, esteja no topo do Liver Boulevard, amanhã às 8 da noite.

  Li o recado e anotei as informações, deletando o blog logo em seguida. Liguei para Kate.
  - Alô? - atendeu rapidamente.
  - Nossa! Pensei que já estivesse dormindo. - comentei.
  - Ah... . - ouvi seu riso sem graça - Eu já me preparava para dormir mesmo. Ahn, aconteceu algo?
  - Recebi mais um recado daquele cara que é fã de mim e do John, ele disse para estar no Liver Boulevard amanhã, o que acha? - perguntei indecisa.
  - Não sei não, . Esse cara pode ser um doido, um maníaco apaixonado pelo John que quer te matar para ter o garoto só para si. - respondeu devaneando.
  - Ou uma garota. - murmurei. - Mas... bem, se você pensa assim, então eu realmente devo ir. Obrigada! Boa noite. - disse e desliguei.
  A verdade é que eu ainda não sabia o que fazer, às oito horas da noite o John provavelmente já estaria em outro Continente. E ainda tinha a minha chefe que me mandara um e-mail dizendo que esperava alguma novidade, e não sabia no que eu perdia meu tempo, já que nem a cobertura da ida de James Bourne eu cobri. De qualquer forma, amanhã eu decidirei. Estou exausta, com certeza não preciso ficar me preocupando com isso no momento. Eu iria ou não? Só Deus é quem podia saber.

Pov. John O'Callaghan

  Do topo do prédio eu podia ver a cidade toda, as luzes brilhavam no meio da noite como estrelas. O lugar onde me encontrava era iluminado por pequenos feixes de luz. Observei o ambiente bem decorado, a ansiedade me tomava. Será que ela apareceria? A todo momento eu olhava no relógio, contando os segundos. A hora parecia não passar. Ouvi um barulho de salto no piso e me virei encontrando os belos olhos azuis de , ela estava assustada por me ver. Observei o vestido que caía como uma luva no corpo esculpido com perfeição, ela estava mais linda do que eu acreditava ser possível. Aproximei-me lentamente a cumprimentando silenciosamente e a segurei pelas mãos macias a ajudando a se sentar.
  - Você me deve um carro. - ela iniciou a conversa.
  - Senti sua falta. - murmurei enquanto sentava ao seu lado.
  - Não foi o que pareceu fugindo de mim todos esses dias. - ela respondeu friamente.
  - Você também sentiu. - afirmei, ela tentou continuar séria. - Por que veio aqui? - questionei.
  - Eu quero que você me conceda uma última entrevista. - ela pediu colocando um gravador sobre a mesa.
  - Por que não? - aceitei olhando fixamente seu rosto. Ela continuou impassível.
  - Onde você esteve, escondido do mundo durante esses últimos dias? - começou.
  - No hotel.
  - No hotel? Esse hotel? - perguntou confusa.
  - Sim, eu não mudei em momento algum, só fingi, não queria todo mundo me perseguindo, principalmente você.
  Ela balançou a cabeça negativamente.
  - Por que você contou para todo mundo que tivemos algo? - ela pareceu cansada ao dizer.
  - Porque é o que quero. Desde o dia em que te conheci. - respondi sem desviar o olhar dos seus.
  - Você podia ter me falado. - insistiu.
  - Você já devia ter percebido. - retruquei.
  - O que você quer de mim, afinal? Você deveria...
  - Eu deveria ter feito isso há muito tempo. - a interrompi e peguei uma caixa no bolso, a abrindo e mostrando uma aliança. - Você quer namorar comigo?
  Ela me olhou incomodada por um instante, olhou em volta e abaixou a cabeça pensando. Minhas mãos começaram a suar. Ela levantou o rosto deixando transparecer um lindo sorriso e um brilho sem igual nos olhos azuis.
  - Você era aquele fã gay? Porque se era, eu vou dizer que você tem muito jeito para--
  A beijei apaixonadamente antes que ela terminasse. Suas mãos enlaçaram meu pescoço enquanto as minhas se depositaram em sua cintura a puxando mais para perto. Foi inevitável levá-las mais para baixo até as coxas descobertas, acariciando.
  - Kate. - sussurei em seu ouvido. Ela entendeu no mesmo instante, gargalhando.
  - Eu não acredito, então--
  - Todos estavam comutados contra você? Sim. Eu plantei pistas falsas em todo lugar para que você as seguisse.
  - Idiota. - murmurou.
  - Você adorou. - afirmei, em tão pouco tempo, eu conhecia bem a mulher a minha frente. - Mas você ainda não respondeu minha pergunta...
  - Com uma condição - informou, assenti para que ela prosseguisse. - Agora você é exclusivamente meu.

  'E foi depois de tanta idiotice que nós finalmente deixamos as diferenças de lado, eu continuo achando sua banda e suas músicas ridículas, ele é realmente uma detestável estrela, mas... Minha detestável estrela.'
  Li o último parágrafo da coluna da nova redatora-chefe da revista Click! com muito orgulho por ser namorado de uma pessoa incrivelmente detestável... E amada.



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