Christmas with my delinquent
Escrito por Jessica | Revisado por Natashia Kitamura
Estacionei o carro enfrente do presídio de Londres, a neve cobria tudo que estava em minha volta, a noite estava calma.
Finalmente o veria outra vez. Meu louco sem juízo, já fazia dois anos.
Por sorte, a juíza o autorizou ele a sair na noite das vésperas do natal para passar com a família. Mas ele preferiu passar junto a mim, eu não ligo para o que dizem, mas aquele marginalzinho era meu.
Flashback ~~
- , você está louco? Qual o seu problema?
- Meu problema é que eu amo você demais!
Ele colocou as duas mãos em meu rosto e me puxou para um beijo, mas eu o afastei.
E ele continuou.
- Sua mãe não vai permitir que a gente fique juntos! Vamos fugir!
- Não!!
- Essa noite, eu pego o carro do meu pai e vamos embora!
- E de que vamos viver seu louco?
- Lembra da minha avó que eu disse que morreu?
- Sim.
- Ela me deixou uma pequeno apartamento! Vamos para lá, eu arrumo um emprego, eu me viro, só quero que você fique ao meu lado!
Eu olhei aqueles lindo olhos me implorando, não podia dizer não.
me abraçou forte, apoiando sua cabeça em meus ombros.
- Vem comigo?
- Você vai me proteger?
- Você sabe que sim!
Continuei presa pelo seus braços, nada poderia me ferir, não enquanto ele estivesse ao meu lado.
Eu não sabia o que o futuro iria nos reservar mas mesmo assim confiei em sua palavra.
Combinamos o dia a hora. Quando chegou o momento, decidi escrever uma carta para minha mãe, fazer como nos filmes e depois eu iria ligar para ela.
Enquanto eu amarrava o tênis senti o celular vibrar no meu bolso, era ele me avisando que já havia chegado. Dei uma última olhada em meu quarto, senti um frio na barriga, mas não dei importância. Virei as costas e abri a janela vendo do lado de fora vestindo seu moletom azul e por cima uma jaqueta jeans, lindo como sempre. Joguei minha mala para baixo e ele a pegou, depois era a minha vez, fui descendo pela corda que eu amarrei e com muito medo saltei, me pegou no colo me ajudando a sair.
Ele estava muito feliz, pegou minha mala e colocou no carro, antes de irmos ele me deu um selinho e perguntou:
- Está certa disso?
- Sim. - firme e confiante.
Disse olhando para seus olhos, e em resposta ele sorriu, se virou dando a volta no carro e entrou.
Olhei uma última vez para minha casa pensando em como seria a reação da minha mãe ao ver que eu não estaria em meu quarto, fiquei melhor em pensar no fato de que um dia podia voltar para vê-los.
Fechei os olhos sentindo o vento frio e então o carro deu a partida.
Ficamos em silencio, a viagem seria longa. Decidi ligar o radio mas rapidamente desligou.
- , está certa disso? Eu sei que parece uma coisa idiota a gente estar fugindo, mas sua mãe iria fazer da nossas vidas um inferno!
- Não estou arrependida e nem estou pensando nisso!
- Então converse comigo, puxa um assunto!
- Seu tolo, me diga então como achou a chave do carro do seu pai, já que ele esconde de você.
- Dentro do forno, até que o velho foi esperto, ele sabe que eu nunca iria cozinhar nada, então nunca iria achar o esconderijo.
Isso me fez rir um pouco, me fazendo esquecer do resto, mas essa era graça de estar com ele, esquecer dos meus problemas.
O resto da viagem foi tranquila,paramos em alguns lugares para comer, mas nunca me deixava ir com ele. Achei estranho só que relevei, mas não consegui engolir o fato dele sempre voltar com os bolsos da jaqueta cheia. Aquilo estava me incomodando.
E em mais uma de suas paradas quando ele voltou fui o interrogar. Entrou no carro e deu para mim as sacolas com a comida. Como sempre, ele saiu bem apressado, cantando pneus. Parecia que estávamos fugindo, não, realmente estávamos fugindo.
Esperei ele reduzir a velocidade, estávamos em um estrada deserta.
- Para o carro.
- Por quê?
- Para!
Ele encostou o carro, e ficamos de frente para um matagal.
- O que é isso em seus bolsos?
- Quê?
Ele me olhou assuntado.
- Nada - Disse olhando o vazio, eu sabia que ele escondia alguma coisa de mim.
- Não minta! Achei que a gente estava nessa juntos.
Ele segurava o volante com força, estava visivelmente irritado.
- Não é nada, droga! - Gritando.
Rapidamente eu coloquei a mão em seus bolsos puxando um maço de dinheiros embolados, ele não fez nada e foi dando espaço para que eu o revistasse.
Seus outros bolsos fui tirando relógios, anéis, brincos e mais notas de dinheiro amassadas. Fiquei chocada com o que eu estava vendo.
Passei a mão no seu lado esquerdo e senti uma coisa fria de metal presa em seu sinto, para minha surpresa era uma arma.
Ele agarrou meu pulso forte e empurrando, eu não conseguia reconhecer a pessoa que estava ali comigo.
- Que merda! - Deu um soco no volante.
As lágrimas começaram avir, era de ódio por ele estar roubando e não ter me dito nada, e ainda mais por ele realmente ser o que minha mãe dizia, um ladrão!
Saí do carro rapidamente e corri para longe dele, mas ao meu redor só tinha mato e uma longa estrada escura, escutei ele me gritar várias vezes, sabia que estava atrás de mim.
- Por favor, para, eu posso explicar!
Parei de andar e me virei indo em direção a ele.
- Vai me explicar o quê? Que você é um ladrão! Não me disse nada! Que tem roubado cada posto que paramos desde que saímos da nossa cidade? E que a polícia provavelmente está atrás de nós agora?
- Não me julgue! Não por isso! Não queria que te faltasse nada, eu não tinha dinheiro, roubar era minha opção!
- Pra quê fazer isso?
- Não queria que tivesse motivos para se arrepender e ir embora!
- .....
Eu o abracei e beijei seu lábios, sabia que ele me amava e isso era o que importava, o resto a gente dava um jeito. Ficamos mais um tempo admirando a paisagem, o luar estava incrivelmente bonito, parecia que era só por nossa causa.
Depois voltamos para a estrada, estava aliviado, a tensão que eu sentia antes nele havia desaparecido. Durante o percurso colocamos o nosso CD com nossas musicas favoritas, e cantamos juntos como loucos, demos muitas risadas, tudo estava tranquilo.
estacionou o carro na frente de um restaurante na beira da estrada.
- Não vai fazer isso! - Segurei seu braço.
- Ainda precisamos de mais dinheiro é a última vez, eu juro!
- Não! Vamos trabalhar nos dois, como deve ser, certo?
Ele olhou para baixo, senti que ele estava com aquele olhar triste outra vez. Ele me beijou e senti que aquele era um beijo de despedida.
De repente escutei sirenes do carro da polícia, incrivelmente três viaturas tinha cercado o nosso carro, olhei para desesperada.
- O que vamos fazer?
- Pega esse papel, aqui está anotado o endereço do apartamento da minha avó, fique por lá, não volte para casa dos seus pais!
- Mas e você?
- Eu vou ficar bem, eu só preciso que você concorde com tudo que eu disser!
- Com tudo o quê?
- Por favor, nos ajude! Não desminta nada! Eu te amo mais do que tudo, nunca se esqueça.
Não podia entender o porquê dele estar me dizendo todas essas coisas, o barulho dos policiais gritando, pedindo para que a gente saísse do carro estava me confundindo.
pegou a arma de sua jaqueta e puxou meu braço me forçando sair do carro junto com ele. Sua expressão era vazia, eu não podia entender. Saímos do carro juntos, ele colocou o braço envolta do meu pescoço e com a outra mão apontou a arma para minha cabeça. "Droga! O que você esta fazendo?"
- Calma rapaz, vamos negociar!
- Ela é minha refém! Qualquer coisa eu atiro nela!
- O que você quer?
- Eu vou me entregar! Só quero que não tenha nenhuma covardia!
Policiais apontando suas armas para nós, me aperta força contra ele, minhas lágrimas caíam sem parar molhando seu braço.
Ele me empurrou para longe e um dos policiais veio me ajudar, jogou sua arma no chão e chutou com o pé, e deitou no chão. Três policiais foram para cima dele com tanta violência que eu não consegui ficar olhando. O algemaram e jogaram na viatura, não podia acreditar no que estava acontecendo, a viatura ligou e foi saindo e eu só pude ver seu sorriso da janela, enquanto o carro se afastava.
Fui para a delegacia, minha mãe estava lá junto com meu pai, quando ela me viu veio direto me abraçar. Não devolvi o abraço.
- O que aquele imundo fez com você meu amor!
- Ele não fez nada! Eu estou indo embora!
- Embora para onde?
Me virei e sai, meu pai veio atrás de mim, eu sabia que ele iria me encher de broncas.
- Toma cuidado! - Ele me abraçou e deu um beijo em minha testa.
- Pai te amo, e me desculpa!
- Você tem que seguir sua vida!
- Obrigado!
- , você tem aonde ficar? Certo? Toma esse dinheiro aqui, dá para você se virar! Me liga sempre que precisar! E quando quiser voltar, eu vou te buscar! Combinados?
- Vou sentir saudades!
Dei outro abraço no meu pai e fui embora, parei na estação de trem.
Flash back off~~
P.O.V on ~~
Peguei alguns pertences meu com o guarda e desci as escadas esperando o portão ser liberado. Coloquei a mochila nas costas e sai, ainda não estava feliz, por enquanto ainda não, eu tinha que ver com meus olhos que ela estaria lá me esperando. Fui andando em passos lentos e logo vi um carro parado "Só podia ser ela" Pensei, e logo um sorriso surgi em meu rosto, caminhei te lá e me surpreendi quando vi a porta do carro se abrindo e saindo de lá com um sorriso tão grande quanto o meu. Correu até mim e me abraçou, eu não consegui sentir nem o frio, estava tão feliz. Fomos para dentro do carro, não trocamos nenhuma palavra, mas também não desgrudamos os olhos um do outro.
Toquei eu seu rosto cariciando e a puxei para um beijo, o beijo que eu ansiei por tanto tempo.
- Senti sua falta!
- Eu também ! Desde aquele dia eu não....
- Shii... não vamos falar sobre aquilo, eu só quero dizer que eu fiz aquilo para te proteger, para que não achassem que você era minha cúmplice ou qualquer coisa do tipo, o erro foi meu e eu estou pagando por isso! Agora vamos só aproveitar o o tempo que temos juntos. Certo?
Ela só acenou co ma cabeça, nos dois não queríamos relembrar aquilo.
- Ah, mais uma coisa
- O quê?
- TE AMO TANTO!
Ela abriu aquele sorriso lindo, eu só quero ficar perto dela e matar as saudades que senti por tanto tempo.
Coloquei aquele mesmo CD para escutarmos, sem nada para falar eu só a encarava, algumas vezes ela me olhava e meio com vergonha sorria olhando para baixo.
- Vamos ter que fazer compras.
- Para o quê?
- Nossa ceia de natal!
- hahaha serio?
- Vamos! - Ela me disse animada.
Descemos do carro e seguimos pela calçada quase toda coberta por neve, a rua não estava tão movimentada, muitas pessoas andando cheia de sacolas e felizes, assim como eu.
Segurei firme na mão dela a puxando para mim, dei alguns selinhos nela.
Passamos por um senhor vestido de papai Noel que estava distribuindo algumas balas. Peguei uma e coloquei na boca da minha e ela me deu um beijo como resposta.
Eu não acreditava no tal "amor" até conhecer essa garota que me faz tão bem. Eu me sentia O CARA quando eu estava com ela.
P.O.V off~~
Depois de comprarmos algumas besteiras no mercado e colocamos tudo no carro. Decidimos dar uma volta, me contou sua jornada na cadeia e as dificuldades que enfrentou mas que as coisas estava se acertando, suas atividades lá dentro iria o ajudar a reduzir sua pena ou ele conseguir responder em liberdade. Contei a ele de como estava vivendo do meu trabalho novo e de amigo que eu conheci, contei que fiz as pazes com minha mãe. Mas uma coisa era comum para nos dois, o tamanho da falta que sentimos um do outro, e que encontramos forças para seguir em frente só por pensar de que em breve estaríamos juntos outra vez.
Voltamos para o carro, foi no volante dessa vez, fomos para o apartamento.
Ele foi tomar um banho enquanto eu preparava uma massa com molho branco que era o seu prato preferido, ele saiu do banho enrolado em seu roupão e me abrasou por traz, senti seu cheiro tão bom, ele deu um beijo em meu rosto e foi para o quarto se trocar.
Sentamos na pequena mesa da cozinha e comemos a massa.
- Ai, que saudades da sua comida!
- Ai seu bobo! Você dizia que era meio ruim e sem tempero!
- Eu? - Ele me olhou indignado. - Sempre amei sua comida meu mor!
- Tem que amar mesmo!
Enquanto estávamos lavando os pratos lembramos do passado, dos nossos amigos, de nossas brigas e de como ele sempre me fazia o perdoar trazendo um rosa e alguns chocolates.
Fomos para a sala assistir um filme bobo que passava na TV. Ele deitou sua cabeça no meu colo e ficamos ali por um tempo, acariciava seus cabelos pensando que amanha ele iria ir embora e eu ficaria por mais um tempo sem o ter por perto.
Parecendo que ele adivinhou meus pensamentos tristes, se levantou e me deu um beijo me abraçando, aquele abraço protetor.
Os beijo ficaram mais intenso, estávamos matando todo o vazio da saudade, seus carinhos não pararam enquanto nossas línguas travavam uma batalha imensa A temperatura por sua vez subiu como nunca. se levantou do sofá me levando junto com ele. entrelacei as pernas eu sua cintura e nos fomos para o quarto, ele deitou meu corpo na cama com delicadeza, enquanto colocava seu corpo encima do meu, conseguia sentir sua respiração acelerada, ele só me olhava com um sorriso lindo.
Nos beijamos com mais intensidade. Aquela noite foi maravilhosa.
Acordei com alguém me dando mordidinhas em minha orelha, sorri ao sentir que era ele e que ontem a noite não foi um sonho. Ele cochichou "feliz natal minha princesa" Me virei de lado e respondi, nossos olhos ficaram próximos, ele me encarava de uma tal forma que me fez arrepiar.
- Olha o que eu fiz para você!
Ele se levantou e pegou um bandeja que tinha uma linda flor vermelha, uma xícara de café, alguns biscoitos em um prato e uma omelete. Olhei admirada, como era bom aquela sensação de alguém estar cuidando de você.
Ele sorriu confiante e pegou o garfo da bandeja e espetou um pedaço pequeno da omelete e colocou em minha boca. Mastiguei fazendo caras de insatisfação, ele riu e ficou me encarando.
- E ai? Que nota?
- Não sei, é difícil dizer!
- Caramba! Foi um trabalho muito grande! Você sabe que eu não sei fazer nada, você tem a obrigação de gostar bastante!
- Estou brincando! É a melhor omelete que eu provei!
- Ta legal, mas não precisa mentir!
- Eu to falando sério! É a melhor, porque foi você quem fez.
me deu um selinho e deitou na cama esperando que eu terminasse de comer. Fui tomar um banho depois disso.
Ele estava deitado no sofá quando me viu se levantou rápido.
- Feche os olhos!
- Por quê?
- Só feche! Tenho uma surpresa.
- Tudo bem.
Escutei o barulho do zíper de sua mochila abrir.
- Estique suas mãos.
Estiquei e senti ele por alguma coisa em minhas mãos, quando abri era um coração grande de madeira escrito " and , I love you, the only beginning"
- Isso é simples, eu mesmo fiz lá na cadeia, desculpa por não ser um diamante ou sei lá, uma coisa cara porque você merece muito mais! Só que eu estou...
Eu não o deixei terminar fui logo e o beijei, aquele tinha sido o presente mais especial. Não podia estar mais feliz.
- é lindo! Eu amei de verdade!
Colocamos nossos casacos e saímos, a paisagem era toda branca. Carros e prédios cobertos por neve, algumas pessoas ainda na rua, chegamos ao centro da cidade aonde víamos muitas decorações de natal e mais movimento, paramos em uma cafeteria aberta e compramos rosquinhas e saímos comendo.
Sentamos em um banco e ficamos juntinhos olhando as pessoas se divertirem fazendo bonecos de neve e brincando.
- Vamos! - Ele pegou minha mão me fazendo levantar.
- Fazer o quê?
- Um boneco e neve!
E lá estávamos nos mexendo na neve igual duas crianças felizes, como o esperado nosso boneco não ficou tão bonito já que não tínhamos levado nada para o decorar, mas o achou perfeito e deu meu nome a ele, e é claro que isso gerou uma indignação da minha parte e começamos uma guerrinha de neve.
Caminhamos mais um pouco e voltamos para nosso apartamento.
Para nosso almoço esquentamos uma bela pizza e bebemos um suco de laranja feito por ele. encontrou seu violão, então colocamos alguns cobertores no chão perto da janela aonde em baixo estava o aquecedor, e sentamos ali com duas xícaras de chá.
Ele começou a tocar o violão e olhando para mim cantou.
-"Shut the door, turn the light off
I wanna be with you
I wanna feel your love
I wanna lay beside you
I cannot hide this even though I try
Heart beats harder
Time escapes me
Trembling hands touch skin
It makes this harder
And the tears stream down my face
If we could only have this life for one more day
If we could only turn back time
You know I'll be
Your life, your voice,
Your reason to be my love"
Perfeito! Como sempre foi!
Cantamos mais um pouco, para espantara tristeza que sentíamos, pegou uma garrafa de vinho e duas taças, depois arrastou o sofá de dois lugares para frente da janela. Sentamos juntinhos enrolados em um cobertor e brindamos com as nossas taças de vinho. Nós dois em silencio olhando para o céu que estava completamente escuro, marcando que a noite já tinha chego.
Ele se juntou mais a mim e apoiou seu rosto em meu ombro.
- Promete que vai me esperar?
- Quanto tempo for necessário!
- Só mais um ano e todo esse pesadelo vai acabar!
- ...
- Sim?
- Amanhã, quando você acordar, promete que a primeira coisa que vai pensar vai ser em mim? Porque meus pensamentos vão estar em você!
- Vai ser muito fácil! Já que eu vou estar prometendo fazer uma coisa que já faço todos os dias!
- Eu te amo!
- Não tanto como eu te amo!