Christmas with a strange

Escrito por Eduarda | Revisada por Beezus

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  Meu primeiro natal em Millwaukee e completamente sozinha. Viajei pra cá com as minhas amigas para darmos início a nossa banda. Infelizmente não tivemos muito sucesso, elas voltaram para suas casas no Brasil para passar o natal com a família, mas eu não pude ir.
  Acordei e resolvi ir para o Starbucks, pus uma roupa de frio e fui. O caminho nunca pareceu tão longo e tão solitário.
  - Bom dia, querida! Vai querer o quê? - Perguntou a moça que já me conhecia por eu ir lá todo dia.
  - Chocolate quente. - Dei o sorriso mais bonito que podia, mesmo assim não consegui esconder a tristeza que meus olhos transmitiam.
  - , não fica assim. Já, já elas vão estar de volta. - Ela sorriu e saiu para pegar meu chocolate quente.
  Fiquei um tempo sentada mexendo no meu celular até que senti uma mão no meu ombro, olhei para ver, era um garçom com meu chocolate quente e um papel.
  - É daquele moço ali, senhorita. - Ele apontou com a cabeça para um homem sentado em um canto.
  - Obrigada. - Sorri e abri o papel.

  "Você parece tão triste, pequena. Quer me contar o que aconteceu?"

  Resolvi responder, podem me julgar, mas de alguma forma aquele bilhete foi muito reconfortante. De alguma forma aquele homem cujo rosto não aparecia.

  "Minhas amigas voltaram para o Brasil para passar um tempo com os parentes, vou ficar sozinha até janeiro."

  Pedi para aquele mesmo garçom entregar o bilhete para o moço.

  "Por que você não foi também?"

  "Não pude..."

  Ele ficou uns cinco minutos parado olhando para o pedaço de papel, parece que pensava se ele realmente devia mandar isso ou não.

  "Você se importa se eu ir aí? Também estou sozinho :)"

  "Claro, uma boa companhia é sempre bem vinda."

  Fiquei sentada olhando para meu celular até sentir a presença de alguém na minha frente.
  - Oi. - Disse uma voz masculina baixa.
  - Oi. - Eu finalmente olhei para ele, como era lindo. - Senta. - Sorri.
  - Ok, eu não sei o que dizer.
  - Nem eu, mas então. Vai fazer o que hoje?
  - Acho que vou pra praça de tarde e a noite vou ficar em casa.
  - Por que você tá sozinho?
  - Meus amigos foram também passar o natal em casa, só que em Londres.
  - Entendi.
  - Quer vir na praça comigo?
  - Oi? - Ele riu.
  - Quer vir na praça comigo? De tarde...
  - Claro. - Eu falo com estranhos, deixo eles se sentarem comigo e depois ainda me encontro com eles, mas não deixo de ser normal.
  Ficamos sentados olhando um para o outro, eu realmente não sabia o que dizer.
  - Acho que vou embora.
  - Também vou, mas que horas na praça?
  - Cinco horas.
  - Tá bem então, tchau...
  - - Ele completou sorrindo, que sorriso.
  - Ah sim, então tchau .
  - Qual seu nome mesmo? - Ele não parava de sorrir, mas tudo bem, ele tinha um sorriso tão encantador quanto os olhos dele.
  - .
  - Tchau . - Ele me abraçou, era um abraço bom, aconchegante e verdadeiro.
  Saímos de lá juntos e seguimos caminhos diferentes, eu não entendia como eu podia em apenas sei lá dez minutos sentir isso por alguém. Ele parecia muito especial. Cheguei em casa já eram onze horas da manhã. A ansiosidade me matava por dentro, as perguntas na minha cabeça.
  Será que ele vai mesmo? Será que ele é um sequestrador? Será, será, será? Esses malditos "será"...

  x

  Saindo de casa, o vento frio bateu no meu rosto parecendo que ia rasgar minha pele.
  - Deus me ajude.
  Continuei andando em direção a praça que havia por perto, chegando lá vi sentado no banco ele olhou o relógio e se levantou. Olhei também e vi que já eram cinco e meia.
  - ! - Berrei para que ele não saísse, eu não conseguia correr, pois estava muito frio. Ele sorriu e veio na minha direção.
  - Achei que você não iria vir. - Me abraçou e me deu um beijo na bochecha. Eu achei que ia desmaiar.
  - Claro que eu ia vir! – Sorri. - Quer tomar alguma coisa?
  - Eu que devia oferecer isso!
  - Por quê?
  - Porque eu que te convidei e eu sou um cavalheiro.
  - Machista! - Falei alto e rindo.
  - Eu não sou machista! Eu só sou um moço muito educado que agora pergunta: Quer tomar alguma coisa?
  - Não, senhor eu-sou-educado.
  - Eu sou educado mesmo, sou lindo e...
  - Convencido demais!
  - Eu não sou convencido, sou realista!
  - Sei...
  - Vai dizer que eu não sou lindo? - Não sabia o que responder.
  - Vou! Você não é lindo!
  - O quê? Como assim? Eu sou maravilhoso, pode falar e eu te pago alguma coisa.
  - Ok então. Você é lindo, maravilhoso, perfeito, só que não.
  - Só que não? Eu sei que você tem uma quedinha por mim.
  - Menos , bem menos!
  Ficamos conversando até oito e pouco da noite.
  - Eu acho melhor irmos embora. - Eu disse passando minha mão no meu braço com frio.
  - Tá com frio?
  - Sim.
  - Aqui. - Ele tirou o casaco dele e deu para mim.
  - Não! Fica com ele! Você vai congelar. - Eu disse pondo ele de volta.
  - Passa o natal comigo?
  - Passar o natal com você? - Eu disse gaguejando um pouco.
  - Se não quiser eu...
  - Não! Eu quero sim, eu só queria confirmar. - Eu ri.
  - Que bom! - Ele sorriu. - Vem vamos.
  - Já? - Eu ri.
  - Claro, daqui a pouco já é natal.
  Fomos para a casa dele, sentamos no sofá, ligamos a lareira e a televisão. Ficamos um bom tempo lá, sentados vendo televisão. Vimos alguns filmes.
  - Quer chocolate quente?
  - Não, obrigada. - Ele deitou com a cabeça no meu colo. - Folgado!
  - Você diz isso como se não gostasse da minha linda cabeça, em você.
  - ...
  - Não acredito que você...
  - Eu não pensei nada e nem disse nada.
  - Você é muito idiota!
  - Eu? Você que é. - Ele levantou e eu levantei também ficamos um de frente para o outro.
  - Eu posso ser idiota, mas eu prefiro ser idiota a ser boba que nem você.
  - Boba? Jura que foi o melhor que você pode?
  - Eu posso muito mais que isso. - Eu ri.
  - Ok senhor convencido. Vai lavar uma louça, vai.
  - Prefiro fazer outra coisa. – Ele segurou minha mão.
  - O quê?
  - Isso. - Ele me abraçou e com toda a delicadeza possível me deu um beijo. O mais romântico beijo da minha vida. O mais bonito. O que mais me alegrou. Eu não sei o que era aquilo, em apenas um dia eu já gostava dele como nunca gostei de ninguém. Ele me soltou. - Me... Me desculpe, eu... -Antes que ele terminasse, eu o beijei. Quando nos separamos sorrimos um para o outro.
  - Feliz natal. - Ele olhou para o relógio e era exatamente meia noite.
  - Ótimo natal. - Ele deu uma risada gostosa sentou no sofá e me puxou para o lado dele. - E agora o que vai ser?
  - Só o tempo pode responder. - Eu sorri para ele e ele sorriu para mim de volta.

FIM



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