Christmas Redemption
Escrito por Manuela Rios | Revisado por Mariana
Prólogo
Ah o natal, tem data melhor? A data onde as pessoas finalmente olham para dentro de si e perceber que o mundo não gira em torno delas mesmas. Natal é a data onde estamos propícios a amar mais, sermos mais caridosos, mais solidários. E o que envolve a gente nisso é o espírito natalino, é a época onde surgem voluntários, pessoas fazendo seus donativos, pessoas se abraçando, trocando calor humano com seus entes queridos. Mas o que é estranho de verdade, é que as pessoas se engradecem desse movimento apenas no Natal, afinal, não é tão difícil sermos assim o ano inteiro, todos os dias de nossas vidas, nós devemos amar uns aos outros, respeitar uns aos outros, sermos solidários. O mundo não funciona somente no Natal.
Capítulo 01
Meu nome é Elijah Lewis. Sou um mensageiro, um anjo – como decidir me chamar – minha aparência é bem simples, sempre com uma bengala na mão esquerda, um chapéu em minha cabeça para tapar os cabelos grisalhos e uma roupa branca. Decididamente eu diria que tenho uns 75 anos, mas faz tempo que parei de contar, afinal, mensageiros não contam suas idades, porque o tempo é infinito.
Em 1990, nós mensageiros decidimos levar o espirito do Natal para aquelas pessoas que não acreditam mais no velhinho bondoso ou até mesmo no verdadeiro significado do Natal. Claro, nós fazemos isso apenas no Natal, e a grande quantidade de mensageiros sempre aumenta, e por conta disso, as nossas missões são quase um sucesso.
Deixe-me lhe contar o caso do qual estou encarregado de levar a mensagem do Natal hoje à noite.
O casal é e , os dois andam tendo desavenças por conta de que a noiva não acredita em Natal, muito menos no Papai Noel. E insiste em ter pelo menos uma árvore de Natal em casa, enquanto não mexe um dedo para isso.
A mais ou menos uns 40 minutos, o casal brigou, e saiu furioso atrás de um bar onde pudesse encher a cara e esquecer dos problemas pessoais – típico de um homem – enquanto sua esposa está em casa gritando contra o travesseiro palavras de desrespeito ao noivo
02h00min da manhã
está dormindo no sofá, encolhida e louca de frio porque não fechara a porta da varanda. Está esperando chegar para poder discutir mais uma vez com o noivo. Estava de saco cheio com a insistência dele e precisava resolver outro caso no seu trabalho...
Conforme fui me aproximando ela se mexia no sofá e resmungava palavras sem nexo. Nós mensageiros temos uma luz em nossa volta, um áurea muito forte, e incomoda a maioria dos mortais. abriu os olhos lentamente e colocou o braço no rosto para tampar a luz, resmungo mais uma vez, e quando finalmente teve consciência de que não era seu noivo, a mulher pulou no sofá e se encolheu nele, claramente assustada.
- Quem é você? O que faz na minha casa? Como entrou aqui? Eu vou chamar a policia! Saia! – a menina gritou, enquanto se levantava com o nariz empinado e a postura ereta.
- Não precisamos das autoridades não é mesmo?! – me aproximei – Sou Elijah, um mensageiro. Vim falar com a senhorita, por motivos óbvios em relação ao Natal. – estendi minha mão, fazendo olhar e dar um passo para trás
- Mensageiro? Que diabos é isso? Ainda existe isso em pleno século 21? JÁ OUVIU UMA COISA CHAMADA CORREIO? Aliás, que horas são? – não calava a boca um segundo, se afastava cada vez mais, resmungando palavras e ofensas.
- Creio que correio não poderá lhe mostrar algumas coisas. Segure na minha mão, . Eu juro que não lhe faria mal algum. – continuei com minha mão estendida
- Por que eu confiaria num velho que usa camisola? E como sabe meu nome? – ela se aproximou
- É uma túnica! Bem que se vê que faltaste às aulas de religião na escola. - respondi no mesmo tom, afinal, não era obrigado a levar desaforo de ninguém. Nós mensageiros, por mais religiosos que fossemos, não tinha motivo para receber tamanha grosseria.
- É, tanto faz, o que quer comigo mesmo? - mexeu os ombros e revirou os olhos
- Vou lhe mostrar segure na minha mão - ela olhou desconfiada, mas segurou e fechou os olhos.
Viajamos para a sua infância. Ela morava num cidade pequena, com aproximadamente mil habitantes, era Natal, e sua família estava reunida na mesa de jantar, todos olhando o Peru, muito bem assado. Seu avô estava sentado na sua cadeira de balanço de madeira, com seu vinho, enquanto sua vó cochichava de como ele estava belo, achou a cena linda, e quando tivesse um marido, queria passar a vida inteira ao seu lado. Clichê. Porém foi educada assim.
sorriu quando viu a cena bem diante ao seus olhos novamente, e admirou o Peru na mesa, enquanto seu pai cortava um pedação.
olhava tudo atentamente sem querer perder um movimento sequer. Ela se afastou do meu lado e chegou perto dela mesma, admirando a pequena sentada com os talheres na mão enquanto o pai servia arroz e o peru no prato.
- Por favor, não cuspa fora! - seu pai falou e a menina riu, uma risada gostosa
- Não vou cuspir, papai. - ela colocou um pedaço na boca - Está delicioso! - ela olhou para o irmão que olhava seu prato com desgosto - Coma, João. Está muito bom! - sorriu
- Sou vegetariano! Não sei quando essa casa vai me respeitar - ele falou irônico recebendo um chute da pequena por debaixo da mesa.
João tinha o gênio difícil de lidar, tinha que ter tudo na hora que queria e quando queria, mas as coisas não poderiam funcionar assim, era errado, porque a irmã aceitava isso e o irmão não? Afinal, receberam a mesma educação.
Deliciaram-se com a sobremesa feita pela mamãe, conversaram sobre diversos assuntos. Risadas e bom humor cercava aquela casa, era bonito de se ver.
A casa era vermelha, decorada com luzes por dentro e por fora, todas azuis, ou brancas. Uma árvore no canto da sala com bolinhas amarelas e roxas, e embaixo presentes.
- MAMÃE, MAMÃE! - chamou a mãe correndo
- O que foi, querida? - se agachou, ficando na mesma altura da filha
- O PAPAI NOEL! ELE ESTEVE AQUI EM CASA! MAMÃE ELE ESTEVE AQUI! OLHA - e apontou para a árvore cheia de presentes de diversos tamanhos, cores ou formas.
- Vamos lá ver o que ele trouxe neste ano. - puxou pela mão e a levou para o tapete, entregando os presentes da menina
se aproximou de mim se afastando da cena e me olhou, tinha brilho em seus olhos, havia esperança.
- Eu adorei os brinquedos que eu ganhei! Tenho aquele bicho de pelúcia até hoje! - apontou pra mini ela que segurava um panda – Por que me trouxe aqui?
- O panda esta no porão não está? É uma memória esquecida, , achei que ia ser legal lembra-la. - olhei pra ela – Vem, vamos, temos muito mais pra ver! - ela segurou na minha mão e nós fomos para sua adolescência.
tinha agora seus 15 anos formados estava adorando, porque não era adulta nem criança, era um meio termo. Hoje, Natal, estava sentada embaixo da árvore de Natal com um pequeno embrulho em sua mão, era a única coisa que ganhara naquele Natal, mas pelo menos era alguma coisa. A família estava passando por problemas financeiros e não puderam fazer uma ceia grande, mas o bom Peru estava na mesa, com um bom suco de uva e algumas cervejas na geladeira. Seu avô havia falecido alguns meses antes, e por tanto não poderia comparecer de corpo naquela data especial. Sua vó se encontrava olhando para neta adoravelmente, enquanto João jogava vídeo game e o pai, Henrique com a mãe, Lúcia estavam na cozinha terminando de cozinhar algumas coisas.
- Eu ganhei um colar com pingente em forma de câmera fotográfica junto com mais 40 reais. - ela sussurrou olhando a si mesma abrindo o presente - João ficou revoltado porque não ganhara o jogo que queria e saiu sem comer! Voltou bêbado e discutiu feio com papai - ela abaixou o olhar – Por que esta me mostrando tudo isso? Não faz sentido - ela resmungou
- Tudo ao seu tempo; espere mais um pouco! - ri, me sentando no sofá ao lado da árvore e admirando as cantorias daquela noite depois que João havia saído, avó cantava algumas músicas de sua época enquanto batia no chão, tentando acompanhar o ritmo.
- Vamos?! - perguntei animado, falta amais uma noite e logo você voltara para casa - tomei sua mão e fomos para a fase adulta.
estava com seus 18 anos, dá pra imaginar? A menina agora estava na faculdade de advocacia, estudava e estudava, era só o que fazia da vida, seus cabelos agora estavam longos e a menina tinha amadurecido muito. João estava com seus 19 anos. Loiro como sempre foi e menos aborrecido, estava cursando engenharia civil, e conseguia as namoradas mais lindas. A avó de havia falecido no ano passado, deixando pra menina sua herança de bonecas de porcelana, ficou maravilhada com aquilo, eram bonecas lindas. O pai dela, agora estava com seus cabelos grisalhos e um pouco mais velho, com seus 53 anos - ainda novo em minha opinião - já não pegava no pesado, e preferia trabalhar na horta. A mãe estava com 45 anos, agora trabalhava de costureira, ganhava em torno de 100/250 reais por semana. Éclaro que João e sua irmã também trabalhavam; João pegava tempo integral em uma livraria e ganhava um salário mínimo enquanto a irmã trabalhava em uma loja de roupas, também ganhando um salário mínimo.
E como sempre, estava animada novamente naquele Natal, havia comprado presentes para todo mundo, e queria distribui-los logo, então se sentou na árvore.
- Essa noite... Essa noite... - a mulher ao meu lado sussurrava desesperada, tentando se lembrar de algo, é claro que ela lembraria, não era idiota – Por que me trouxe nessa noite? Eu quero ir embora! NÃO TEM O DIREITO DE ME TRAZER AQUI! VAMOS EMBORA, POR FAVOR! - ela gritava, estava quase chorando - Por favor! Me leve daqui! - ela chorava
- Não posso... Minha missão é fazer você acreditar no Natal, . Por isso precisa superar seus medos e encara-los de frente. - falei de forma gentil, sabia o quanto doía na menina. - Eu estarei aqui, chore o quanto quiser. - a encarei, a garota nada me respondeu, só limpou as lágrimas que caíram e finalmente encarou a cena
dava o pequeno embrulho para seu irmão, João abrira animado, e quando percebeu o que era, saiu pulando por toda sala, gritando, comemorando, e logo abraçou a irmã.
- O que ganhaste, João? - perguntou sua mãe animada
- Um ingresso para o show dos New Rock! Eu não estou acreditando! , obrigado! MUITO OBRIGADO - João finalmente olhou direito o ingresso e percebeu que a data do show era pra hoje, havia começado fazia mais ou menos uns 10 minutos
- Desculpe. Só tinha ingresso pra hoje! Corre! O show é do lado do Parque! Boa sorte! - e ouvindo a irmã, João saiu correndo, pegando sua moto na garagem e saindo em disparada.
No momento em que João saiu, segurei na mão de e foi como se as horas tivessem passado em nossa frente, vendo os movimentos de todos, até a hora de dormir. Quando chegou na hora desejada, soltei sua mão e esperei.
Naquela noite, os policiais bateram na porta da casa dos pais de João. Sua mãe ficou com receio de que o filho estivesse preso por ter feito alguma coisa. Já o pai queria arrebentar a cara dos policiais por terem feito acordar de madrugada
- Gostaria de falar com Henrique e Lúcia Smith - o policia mais alto, identificado como Delgado, era forte, negro e parecia furioso.
- Sou Henrique - o pai se pôs a falar pela primeira vez - Entrem - abriu espaço para Delgado e seu colega entrarem...
O barulho vindo do andar de baixo da casa, fizera acordar e descer, enrolada em seu roupão vermelho e calçando suas pantufas de urso. A menina achou muito esquisito, estarem todos ali, muito mais com policiais.
segurou forte meu braço e choramingou, dizendo: " vamos embora, agora." Apenas fingi que não ouvi, e continuei olhando a cena.
- Então, senhor Henrique. Eu receio em lhe informar que seu filho identificado como João Pedro Smith foi encontrado morto. - apertou meu braço com mais força e chorou, chorou olhando como fora sua reação, a reação de seus pais e a dos policiais.
Henrique havia abraçado Lúcia que chorava, dizendo que era mentira, que ele tinha saído para se divertir não para morrer. havia ficado parada encarando a cena, estava com o coração apertado, e não chorava.
- Como que... Como que isso aconteceu? - Henrique perguntou
- O veiculo em que seu filho estava, caiu em uma ribanceira após desviar de um carro em alta velocidade. - Delgado respondeu, e conforme mais perguntas iam surgindo, ele ia respondendo. Quando finalmente ele olhou para com dó, a mesma subiu correndo se trancando no quarto.
me olhou com ódio por ter feita passa-la por aquele momento tenebroso, afinal estava tudo indo tão bem, que não tinha motivos para eu faze-la olhar aquilo. Mas não era verdade. Ela se culpara pela morte do irmão, pensa que se não tivesse lhe dado o ingresso para o show ele não estaria morto. Culpara-se porque não comprou para outro dia. Culpara-se até porque tinha dado metade do dinheiro para comprar a moto. Culpou-se tanto que no fim começou a culpar o Natal. Jurou de pés juntos que a culpa era toda do Natal, porque Natal era uma droga, e que não tinha fundamento. Culpou Deus pelo Natal! Ela muito apegada ao irmão, apesar de que o mesmo muitas vezes a tratou como lixo. Mas ela adorava o jeito badboy dele, adorava o modo de como ele conquistava as garotas e as tratava bem. Soube de todos os segredos do irmão, e ele os dela.
Quando começou a namorar o seu atual noivo, soube que o menino adorava Natal, e sempre inventava uma desculpa para não passar essa data com ele. Mas depois Lúcia morreu, e ela não podia se afugentar nos braços da mãe, já que o pai a culpara pela morte do filho.
E então veio o compromisso mais sério, o pedido de casamento vindo de , e assim os dois foram morar juntos, dividir apartamento, proporem um futuro juntos.
ainda me olhava, mas era piedade. Quase implorava com os olhos para lhe tirar dali, e foi o que eu fiz, a levei para casa novamente. Uma luz invadiu a casa, mais logo se apagou e soltou de minha mão e se sentou no sofá.
- Por quê? Por que me levou para lá? - ela perguntou
- Você tem que superar, ! A culpa não foi sua - fui interrompido por um berro
- A CULPA FOI MINHA! SÓ MINHA! SE EU NÃO TIVESSE DADO O INGRESSO PRA ELE, ELE ESTARIA VIVO AQUI COMIGO, MEU PAI NÃO ME CULPARIA PELA MORTE DELE, E MINHA MÃE NÃO PASSARIA NOITES CHORANDO! NÃO VENHA ME DISSER QUE NÃO É PORQUE É! - ela chorou, chorou e chorou.
- A culpa não é sua, . Digo e repito quantas vezes quiser. Seu irmão só estava no lugar errado na hora errada. A culpa foi do cara que dirigia aquele carro em alta velocidade, provavelmente bêbado e sem amor a vida. , você tem que se permitir gostar do Natal novamente. Cadê aquela menina que saia pulando para árvore, abrindo cada presente que ganhava como se fosse a primeira vez? Seu avô ficaria orgulhoso de tê-la de volta. Seu pai achou uma defesa ao dizer que foi você que o matou, porque ele também se culpara pela morte. Culpou-se porque deixou João ir, e quanto mais ele se culpava mais ele se lembrava de quem deu o ingresso. E ele se convencia cada vez mais que a culpa era sua. Mas não é! Vamos, , sorria novamente no Natal, compre presentes para seu noivo, ele vai ficar feliz. Sabe o que ele esta fazendo agora? - perguntei, e ela balançou a cabeça negativamente - Ele esta no Central Park, morrendo de vontade de voltar pra casa. E você sabe por que ele quer tanto uma árvore enfeitada em casa? - ela novamente balançou a cabeça negativamente - Porque seus pais não acreditavam em Natal, por isso nunca o deixaram ter uma decoração descente. Deixe curar a sua ferida, , mas você tem que realizar o desejo dele! - dei uma piscada - Eu sei que tem uma árvore no sótão... Vai lá. Busque-a e monte. - sorriu e se levantou, correndo para o sótão. E minha missão havia terminado. Fui até uma estante de fotos, e peguei uma aleatória de João e coloquei em cima da mesa, e finalmente desapareci.
Narração em terceira pessoa
estava no sótão agarrando todas as coisas que tentava achar de Natal. Viu sua árvore deitada no chão, coberta por um plástico bolha e sorriu, correndo pra agarrar ela.
Assim que juntou tudo que tinha, correu para cima chamando o nome do mensageiro, mas ele já tinha ido. A menina ficou feliz por ter tido uma ajuda, e sussurrou um obrigado, tendo a certeza de que Elijah estava a olhando. E logo depois, jogou tudo no chão, pegou a árvore e desenrolou, abrindo suas "patas" e seus "galhos". Colocou ela perto de uma tomada, e foi pendurando as bolinhas vermelhas e azuis, os presentinhos dourados e prateados, e por fim enrolou as luzes brancas com verde envolta da árvore e a ligou na tomada. Virou-se para mesa e viu o porta-retrato de João, o menino sorria decentemente com a namorada ao lado, e estava no meio dos dois com uma vela. riu e colocou a foto na estante novamente. Pegou o presépio e se ajoelhou para montar o presépio na mesa enfrente ao sofá. Colocou dois anjos pequeninos ao lado que funcionavam com bateria e ligou. Agora só faltava pendurar as outras luzes na sacada. puxou uma extensão, e com um pouco de dificuldades pendurou as luzes envolta da porta da sacada, ligando a extensão na tomada e a tomada das luzes na extensão. Acendendo outras luzes, só que agora eram vermelhas, azuis, brancas e roxas.
jogou todos os sacos de volta no sótão e pegou o celular, ligando pro noivo, que fez doce para atender.
- O que foi, ? - a voz grossa de foi escutada do outro lado
- Vem pra casa, quero te mostrar uma coisa - foi gentil e isso assustou , a esposa nunca fora muito gentil.
- Não quero ir! - resmungou
- Larga de ser bundão e vem! Anda! Tu tens 10 minutos para vir - bufou e desligou o celular, sabia que o noivo viria, e por tanto correu para o quarto, pra escolher uma roupa descente.
abriu a porta do apartamento e se surpreendeu com a decoração feita pela noiva, gargalhou quando viu a árvore gigante no seu lado... Parecia uma criança, ou um adolescente quando dava seu primeiro beijo. Estava envergonhado por tamanha felicidade. E finalmente viu parada no meio da sala, com um vestido vermelho que ela usara no primeiro encontro deles, com uma sapatilha prateada e a franja presa para trás com uma presilha de laço também vermelha.
- O que significa tudo isso? - ele perguntou fechando a porta atrás de si
- Feliz Natal! A gente pode sair de manhã e comprar um Peru e um bom vinho tinto. E é claro os presentes... Só se você quiser é óbvio. - a menina finalmente encarou os olhos verdes de e sorriu
- O que faz você pensar que eu quero fazer tudo isso? - o menino perguntou divertido, e se aproximou cada vez mais
- Você me encheu o saco o mês inteiro para a gente montar essa árvore e colocar essas luzes. Eu quase quebrei a perna tentando pendura aquelas luzinhas na sacada, e tive uma noite meio complicada. Se você não quiser, eu jogo você da sacada! - gargalhou com o falso tom ameaçador da noiva.
- Eu quero... Com uma condição - sentiu a respiração de contra sua boca e seu estomago revirou
- Qual? - a mulher sussurrou
- Eu quero que você use uma roupa de mamãe noel, pra mim, o dia inteiro. - gargalhou com o jeito infantil de - E eu espero sinceramente que tu compre!
- Eu compro sim. - riu e finalmente beijou , fazendo a mesma colocar os braços envolta de seu pescoço e segurou na cintura dela, a trazendo mais perto.
Elijah Narrando
Eu estava sentado no parapeito do prédio ao lado do de , observando o casal irem para o quarto fazerem seus donativos, compartilhando amor. Ao meu lado estava João, que apesar de não gostar muito da irmã estar indo para um cômodo sozinha com um cara, ele estava feliz, porque finalmente a irmã se livrou daquela culpa horrível.
- Vou ficar de olho nesses dois - ele falou - Ela não pediu minha permissão para casar com ! É uma safada mesmo - ele gargalhou - Vou subir, você vem?
- Não, vou ficar mais um pouco curtindo a noite. Tchau - falei, recebendo um aceno e logo João desapareceu.
A minha missão com foi cumprida, e temos muitos casos ainda para resolver, muitas pessoas ainda para fazer acreditarem na magia do Natal.
Levantei-me com a ajuda da bengala, e olhei para o céu, vendo o Papai Noel sobrevoar no céu com as suas renas e um saco vermelho na parte de trás do trenó.
- Feliz Natal, hohoho - ele acenou pra mim e jogou meu presente, desaparecendo sobre a imensidão azul.
Meu presente era um novo chapéu, ele era branco, para combinar com minha túnica, Papai Noel esperto! Estou louco para usa-lo ano que vem, tenho certeza que me cairá muito bem.
e finalmente se resolveram e tudo acabou bem.
Vou esperar ano que vem, espero que ainda acredite na magia do Natal, senão serei obrigado a lhe visitar... Mas enquanto isso... Estarei te observando, fique de olho em sua janela.
Feliz Natal