Chega de Saudade

Escrito por Biju | Revisado por Mah

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   POV.

  “Naturalmente estou muito orgulhoso, é algo muito especial. Entrar no estádio com a camiseta pela primeira vez, eu gostei muito. Os fãs tem me recebido muito bem. Foi um dia muito bonito”.
  Estava encarando a TV, incrédula.
  - Falso, nunca gostou do Real Madrid – Não tinha como não ficar irritada com aquelas palavras dele.
  “Em minha opinião o Real Madrid é a maior equipe que existe. Por isso decidi me mudar pra cá.”
  Desliguei a TV.
  - Inacreditável – Resmunguei e levantei da cama.
  Olhei pro meu celular enquanto ia para a varanda.
  “Precisamos conversar”
  Ele tinha me mandado minutos atrás.
  Toni Kroos é um jogador exímio, maravilhoso, mas um babaca quando se trata de nós.
  Me apoiei na varanda olhando para o Allianz.
  O imponente Allianz Arena, palco de duelos incríveis e também do início do meu romance com Toni Kroos.
  Fechei os olhos.

  Era fevereiro de 2011, eu recém formada em fisioterapia tinha conseguido uma vaga na equipe médica do FC Bayern Munchen. Só Deus sabe o quanto comemorei, era uma grande chance pra mim e uma forma de dar orgulho para minha família.
  Fazer intercâmbio sempre foi um sonho, que meu tio ajudou a realizar. Ele era influente no mundo do futebol, logo conseguiu uma vaga pra mim na equipe médica do FCB.
  No começo não foi nada fácil. Alemão é uma língua complicada e lidar com pessoas de uma cultura diferente da brasileira foi difícil pra caramba.
  Cheguei ao clube e quando fui apresentada para a equipe, eu tremi na base, todos tinham expressões sérias e estavam calados, atentos.
  Mas foi na hora do cafezinho que eu relaxei, todos me trataram com carinho e fizeram brincadeiras para descontrair.
  Logo o clube se tornou minha segunda casa.
  Fiz amizade com todos os jogadores, inclusive com o Toni...
  Maldito Toni Kroos!
  Eu sabia que ele era casado, que tinha um filho, uma gracinha inclusive. Mas a nossa atração era tão grande, eu simplesmente não conseguia negar nada a ele.
  No começo, eu ficava firme, não olhava naqueles olhos azuis inebriantes dele, evitava ficar sozinha com ele, quando o via vindo na mesma direção que eu, rapidamente mudava meu caminho e os dias de exames dele, era uma tortura pra mim.
  Até que um dia...
  Ah, aquele dia tinha sido maravilhoso, Toni simplesmente me empurrou contra a parede e tivemos nossa primeira vez ali.
  Ele também sabia que era errado, mas não conseguíamos evitar, meu corpo era atraído pelo dele e eu apenas queria que nossos momentos fossem eternos.
  Eu nunca exigi nada dele. Para mim bastava só ter um pouco dele todo dia.
  Tentamos um relacionamento aberto... Apenas tentamos, pois Toni não sabia controlar o ciúme.
  O ver bufando de raiva quando me via flertando com alguém fazia meu dia, ele enciumado e com o rosto vermelho de ódio era fofo.
  Nosso tempo juntos foi passando e eu realmente não achava necessidade em ter outra pessoa, tinha ficado dependente do meu loiro.
  Meus dias eram divididos em trabalho e transas loucas com ele, eu não tinha do que reclamar.
  Mas felicidade é uma coisa tão instável, tão frágil...
  Eu sabia que poderia acontecer, que um dia a mulher que: Cozinhava para o homem que eu amava, acordava ao lado dele todos os dias e tinha um filho dele, poderia descobrir. Mas não acreditava que seria tão cedo assim...
  Tivemos uma discussão horrível e paramos de nos falar. Antes de ele partir para o Brasil, eu mandei uma mensagem terminando tudo.
  Toni era tão infantil... Não precisava mudar de clube.
  - Ainda por cima para o Real Madrid – Neguei irritada.
  “Não precisamos conversar Kroos, você sabe o que está fazendo”
  Enviei e segui de volta pra cama, eu só precisava dormir e me focar no trabalho, logo ele faria parte do meu passado e eu poderia seguir em frente.

Three Weeks Later

  - Welcome home World Champions - Falei alto e abracei meus meninos.
  Não o vi ali, era até melhor, sabia que não estava preparada para ficar frente a frente com ele.
  - Dra. , a senhorita precisa fazer o check up no Kroos, temos que mandar o relatório para o Real Madrid - Dr. Harrison falou sorrindo pra mim.
  Fiquei encarando ele com um sorriso amarelo.
  - Tem certeza Dr. Harrison, não quer ajuda aqui com os meninos? - Perguntei meiga.
  - Não querida, não vamos te sobrecarregar, apenas cuide de Kroos, logo eu estarei lá para ver o relatório - Ele balançou a cabeça sorrindo pra mim.
  Dizer não para o meu chefe? Não dava, mas a vontade de esganar ele era grande.
  Eu, infelizmente, iria ter que enfrentar o Kroos e seria agora.
  Segui para a sala de exames, respirando fundo, me concentrando em coisas aleatórias, cantando músicas bobas, tentando ao máximo não pensar que ele estaria ali e eu não poderia esfolar a cara dele porque tínhamos que entregar ele ao Real no melhor estado possível.
  Entrei na sala de exames e encostei a porta com cuidado.
  Fechei meus olhos ainda segurando a maçaneta, o cheiro dele já atiçava meu corpo de uma maneira inexplicável.
  Eu queimava de excitação apenas de estar no mesmo ambiente que ele.
  - Olá Dra. - Ouvi a voz dele e suspirei me virando.
  - Olá Senhor Kroos - Falei calma, deixando a prancheta no balcão e me aproximando da maca onde ele se encontrava encostado. Analisei ele dos pés a cabeça, sentindo meu coração acelerar.
  Lindo como sempre, com aquele sorriso malicioso que sempre brincava nos lábios dele.
  - Sabia que eu pedi para ser atendido por você? Por que tem me evitado? - Ele cruzou os braços, com uma expressão séria no rosto.
  Fiquei encarando ele por um momento.
  - Você é inacreditável... - Sussurrei negando e segui para a porta, segurei a maçaneta e puxei a mesma, Toni espalmou a mão contra a porta, fechando com um estrondo.
  - Precisamos conversar - Ele falou baixo perto do meu ouvido.
  Senti meus pelos eriçarem.
  - Isso não é ambiente para discutir problemas pessoais, Senhor Kroos - Minha voz falhou um pouco – E se eu soubesse que me faria vir aqui para termos uma DR, eu simplesmente teria recusado – Falei irritada.
  - Que se dane o ambiente, você vem me evitando desde que saiu a notícia da minha ida para o Real - Ele falou tentando não alterar o timbre da voz – Não seja infantil , precisamos conversar.
  - Eu preciso sair, pode me dar licença? - Sussurrei.
  Ele agarrou meu pulso e me virou para ele, encostei-me à porta encurralada pelo corpo dele.
  - Você precisa aprender a me escutar - Ele desceu a mão pela lateral do meu corpo e sorrateiramente trancou a porta da sala de exames.
  - Pra ouvir o quê? Desculpas esfarrapadas? Ofereceram quanto pra você virar um engomadinho besta? Nunca achei que fosse mercenário Kroos, sempre pregou que jogava pelo time porque amava o mesmo - Falei tentando controlar minha voz que já saia um pouco alterada.
  - Você mesma disse que futebol é negócio - Ele sorriu cínico e eu naquele momento desejei ser mais forte pra poder esganar aquele cretino.
  - Adoro o jeito que morde o lábio inferior quando pensa em qual a melhor maneira de me matar - Ele sussurrou observando meus lábios.
  Senti meu coração pular dentro do peito.
  Ele sabia como desarmar, como me ganhar, me excitar...
  - Por que Real Madrid...? - Sussurrei quase chorosa.
  Ele olhou nos meus olhos e deu de ombros.
  - Eu preferia ter ido embora a ter que ver você jogando naquele time de engomadinhos metidos - Falei sentindo as mãos dele acariciando minha cintura.
  - Você sabe que eles têm o Cristiano Ronaldo, aquele cara é insuportável - Ele tirou meu jaleco lentamente enquanto pressionava o corpo mais no meu, conseguia sentir a ereção dele contra mim.
  - Eles não vão valorizar você como deve. Se quebrar o contrato, ficar aqui, eu vou embora, volto pro Brasil - Falei exasperada.
  Ele me encarou com a expressão fechada, tão sério que me assustou um pouco.
  - Nem. Ouse. - Falou entre dentes e me puxou com força.
  Arfei sentindo as mãos dele por dentro da minha blusa.
  Ele me guiou até a maca encostando-me à mesma.
  - Você não vai sair do Bayern... Esse é um trabalho que você gosta... - Ele beijou meu pescoço enquanto abaixava a alça da minha blusa – E eu confio nas pessoas aqui.
  Meu corpo reagia de uma forma diferente a cada toque dele. Mal percebi e já estava sem sutiã.
  - Toni... O Dr. Harrison ele... - Tentei formar uma frase coerente, mas era impossível, já que Toni tinha abocanhado um dos meus seios e apertava o outro.
  Gemi arrastado observando ele.
  Ele deixou uma marca de mordida em mim e me pegou no colo, desabotoou a minha calça enquanto me deitava sobre a maca, abaixou a mesma tirando em seguida.
  - Eu adoro as suas curvas sabia? - Ele falou rouco e eu agarrei os lençóis da maca quando ele mordeu a parte interna da minha coxa. Brincou com a lateral da minha calcinha, me enlouquecendo com a demora para me satisfazer.
  - Você está incomodada com algo, Meine liebe- Sussurrou rouco e afastou a minha calcinha - Me diga o que você quer... - Eu sentia a respiração dele tão próxima da minha intimidade.
  Eu simplesmente não conseguia mais pensar.
  Agarrei os cabelos dele.
  - Toni... - Gemi arrastado e ele estreitou os olhos me lançando um olhar de excitação.
  Senti a língua dele e me arqueei toda, gemendo alto, não me importando mais com o local onde estávamos ou com o perigo de alguém nos encontrar naquela situação, eu só sentia ele. E de tanto sentir achei que chegaria ao clímax mais rápido do que desejava.
  Puxei ele pelos cabelos.
  - Assim não vale... – Arfei.
  - Eu preciso de você, - Ele falou rouco no meu ouvido e eu percebi que a saudade tinha torturado ele também.
  Olhei nos olhos dele.
  - Quero você dentro de mim - Sussurrei abaixando o short dele.
  Ele agarrou uma das minhas coxas com vontade.
  Me encostei mais nele, sentindo as mãos dele passearem pelo meu corpo.
  - Meine liebe... - Ele sussurrou rouco no meu ouvido.
  - Meu amor - Sussurrei no ouvido dele.
  Ele me penetrou lentamente.
  Senti ele me preenchendo por inteiro...
  Inclinei a cabeça pra trás, gemendo o nome dele.
  O ouvirele gemendo rouco era tão prazeroso quando sentir ele dentro de mim.
  Ele enlaçou minha cintura, começando a estocar lentamente, tão lentamente que era doloroso.
  - Amor... Por favor... - Gemi cravando as unhas na costa dele.
  Ele sorriu malicioso pra mim, ainda mantendo aquele ritmo torturante.
  - Toni... Rápido... Por favor - Gemi movendo meu quadril contra o dele.
  - Se comporta pequena... - Ele agarrou minha bunda enquanto saia por inteiro de dentro de mim e voltava a me penetrar lentamente.
  Eu fechei os olhos me contorcendo de prazer.
  Ele estava me castigando... Por todo tempo que evitei me encontrar com ele e satisfazer nosso desejo.
  Mordi meu lábio inferior com força e rebolei lentamente pra ele.
  - ... - Ele sussurrou rouco em tom de ameaça.
  “Não provoca assim” Ele queria dizer.
  - Não fiz nada... – Sussurrei com uma carinha inocente.
  Rebolei de novo e ele me agarrou firme, tão firme que ficaria marca.
  Ele acelerou o ritmo das estocadas, me enlouquecendo a cada segundo, me deixando sem ar cada vez que metia e acertava meu ponto mais sensível.
  Nossas mãos não paravam um segundo sequer, ele me apertava e eu o arranhava o quanto podia, marcando ele assim como ele me marcava.
  Inverti a posição ficando por cima dele, que sorriu e se acomodou me observando com mais desejo.
  Eu subia e descia sobre ele, ouvindo cada gemido rouco dele, cada palavra sacana que ele sussurrava pra mim. Eu sabia como enlouquecer ele assim como ele me enlouquecia.
  Parei de me mover e observei ele com um sorriso maldoso brincando nos meus lábios.
  - Deveria te deixar de castigo pelo resto da vida – Sussurrei e senti ele me deitando.
  - Você nunca resistiu a mim – Sussurrou enquanto se movia lento e forte dentro de mim.
  Pertencíamos um ao outro, de corpo e alma estávamos destinados a ser um do outro.
  Nossos corpos estavam em sincronia, era uma dança almejando o clímax, mas não apenas isso era um momento em que apenas nós dois existíamos
  - ... - Ele rosnou um comando.
  Eu não precisava de muito, meu corpo pedia aquilo, desejava aquilo mais que tudo.
  Cravei as unhas na costa dele e gemi de prazer, atingindo o orgasmo ao mesmo tempo em que ele se derramava dentro de mim.
  Meu corpo relaxou sobre a maca e eu senti a pressão do corpo dele sobre mim.
  Estávamos suados e com a respiração acelerada.
  - Ich Liebe Dich - Ele sussurrou no meu ouvido enquanto acariciava minha coxa.
  - Eu te amo - Sussurrei de volta e abracei ele.
  Fiquei um tempo olhando aquele rosto que ao mesmo tempo que iluminava minha vida, me causava tantos problemas.
  - Como vou viver sem você? - Sussurrei com os olhos marejados.
  Ele suspirou e beijou minha testa.
  - Você não precisa viver sem mim, sabe disso - Ele brincou com uma mecha do meu cabelo.
  - É, vou me mudar com você pra Madr...
  - Casa comigo - Ele falou baixo
  - O quê? - Sussurrei.
  - Eu quero só você... - Ele beijou meu rosto.
  - Toni...
  - Quando disse que precisávamos conversar, era pra dizer que os papéis do meu divorcio chegaram, que simplesmente poderíamos começar realmente a viver a Nossa vida. Mas você nunca me escuta - Ele riu baixo.
  Fiquei observando ele por um tempo sem acreditar.
  - Eu aceito, aceito mil vezes - Falei com a voz embargada, dando beijinhos nele.
  - Sabia que iria aceitar – Sorriu e ficou me observando – Eu não sei como viver sem você ...
  - Mas eu não vou usar a camiseta do Real Madrid – Falei séria.
  - Por mim você assiste ao jogo nua... – Sorriu safado.
  - Será que a galera do estádio vai aprovar? – Perguntei rindo.
  - Que estádio o que, você vai assistir ao jogo em casa – Falou emburrado começando a ficar vermelho de ciúmes.
  Sorri boba com a fofura dele.   - Agora vamos comemorar... - Sussurrou rouco no meu ouvido.
  - Toni - Gemi.
  Ouvimos batidas na porta.

FIM



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