Chasing Chances

Escrito por Helen Takahashi e Láh Rezende | Revisado por Hels

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CHAPTER ONE

  Era dezembro e estava saindo do campus da Faculdade de Direito, era último dia de aula e ela estava apressada, pois havia marcado com sua melhor amiga, , na casa dela e já estava atrasada.
  - Malditas Leis Constitucionais, sempre acabando com minha vida. - A garota disse, enfurecida, enquanto tentava impedir que os cabelos - que o vento esvoaçava - chegassem aos seus olhos, sem sucesso.
  Ao constatar que estava fora do campus, olhou para os lados vendo o movimento da avenida; estava no horário do almoço, todos ansiosos para chegarem aos seus destinos e acabarem com a fome que sentiam, não muito diferente dela. Após prestar um pouco mais de atenção na calçada, reparou que a mesma estava cheia de papéis, folhetos talvez; sua curiosidade foi atiçada e, mesmo com o vento atrapalhando suas frustradas tentativas de pegar algum dos papéis, ela continuou correndo pela calçada até agarrar um deles:

Hey, você compõe? Confia nas suas músicas? Que tal ter uma delas no próximo EP da The Maine? É só seguir as instruções abaixo e boa sorte!

  Era o que dizia, tendo logo abaixo um endereço onde as pessoas deviam se inscrever para o concurso.
  - Conheço alguém que compõe, não conheço? - murmurou pra si mesma e guardou o folheto em sua bolsa. Continuou tentando lembrar quem ela conhecia e era compositor, andou mais um pouco até conseguir um táxi e por todo o caminho até a casa de tentou lembrar. - ! - Ela gritou empolgada por ter lembrado o que tanto queria e logo notou que o taxista a olhava estranho pelo retrovisor. A garota o ignorou todo o percurso e logo chegou ao prédio da amiga. Entregou-lhe o dinheiro e correu até a porta. Tocou o interfone e logo abriu a porta.
  - AMIGA, AMIGA, AMIGA! - gritou eufórica, pulando em cima de .
  - Sai daqui, obesa. - A mesma falou desanimada e tirou a amiga de cima dela. - Qual o porquê da empolgação? Não teve o tal questionário sobre as Leis Constitucionais? - se levantou do chão e foi até a cozinha, continuar a comer o seu delicioso miojo, com ao seu encalço.
  - Eu 'to morrendo de fome, ainda tem miojo? - perguntou e recebeu a afirmação de , indo para o armário pegar o que precisaria para comer.
  Após alguns minutos, estavam as duas na pequena mesa comendo e caladas. já não estava se aguentando de curiosidade e soltou um grito para que contasse logo o porquê da animação toda quando havia chego.
  - Sim, teve o teste sobre as Constitucionais e eu me ferrei, mas tudo bem. Estava animada porque encontrei um folheto logo que sai do campus e nele estava escrito que esse mês terá um concurso de composições e quem ganhar vai ter a música gravada por uma banda aí. NA HORA LEMBREI DE VOCÊ! - a olhou desconfiada. - Tá bem, demorei um pouco pra lembrar que você compunha, mas isso isso é detalhe; tenho certeza que pode vencer esse concurso!
  - Não viaja, . Minhas composições são totalmente amadoras, nunca que uma banda escolheria uma delas pra gravar. - , pessimista como sempre, levantou-se e foi para sala onde estava estudando alguma coisa de sua faculdade.
  - , vai agora no seu quarto pegar todas as suas composições. Vamos achar uma bem legal e você vai se inscrever nesse concurso ou eu não me chamo ! - olhou para a amiga, desacreditada, mas foi ao seu quarto e pegou as composições. Quem sabe não tinha razão e ela poderia ganhar o tal concurso?

  As duas ficaram por horas procurando pela letra perfeita, mas todas que gostava, desaprovava, e vice-versa. foi embora mais cedo naquele dia pois se encontraria com seu pseudo-namorado, mas antes de sair fez com que prometesse que ia compor uma nova música de arrasar para o concurso.

  Já fazia horas que a amiga havia saído e não conseguia pensar em nada bom. Às vezes rabiscava alguns versos em seu caderno, mas nada que ela considerasse bom ou que ela conseguisse transformar em uma música.
  Até que ela desistiu e se deitou no chão, sentindo o fracasso tomar conta de seu corpo. Fechou os olhos e tentou dormir, estava cansada e o chão estava muito convidativo. Quando estava quase conseguindo, quando uma frase pipocou em sua mente. Ela pegou o papel e a caneta mais próximos e começou a escrever como estava fazendo antes. Às vezes riscava uma palavra ou outra, substituindo-as por expressões melhores. Por fim escreveu em letras grandes que não havia nome definido para a canção; correu para o seu quarto, pegando seu violão e voltando para começar o arranjo da música.

CHAPTER TWO

  Naquela manhã, amanheceu sobre o sofá; o violão no chão ao lado do caderno cheio de rabiscos. Abriu os olhos com dificuldade - devido a claridade que entrava pela janela do apartamento -, sentou-se e espreguiçou. Ela havia começado os acordes para a música do concurso, mas não havia terminado; o sono a atingira em cheio. Assim, ela levantou-se e foi até o banheiro, prendendo o cabelo, fazendo a higiene matinal e logo após rumou à cozinha, onde pegou apenas um biscoito do pacote que estava na geladeira. Tornou a sentar-se, agora no chão, com o violão no colo e tocando aquilo que já havia preparado e anotado.

  Passado algumas horas, a música estava completa, para a felicidade de - que imaginava que esta havia sido uma de suas melhores composições, mesmo achando que ainda era um tanto amadora. Ao colocar o violão e o caderno sobre o sofá menor, seguiu para o telefone e ligou para - que estava dormindo e deu belos gritos por tê-la acordado tão cedo, porém que, ao saber do que se tratava, ficou feliz e disse que já iria ao apartamento da amiga.
   seguiu para a cozinha novamente, dessa vez no intuito de fazer algo para comer; pegou alguns ovos na geladeira, uns temperos no armário e um prato. Fez uns quatro omeletes, pois sabia que a amiga chegaria a qualquer instante e gritaria por fome - com certeza esquecendo-se de tomar café antes de sair de casa.
  Dito e feito, não dera cinco minutos que ela havia-os feito e a campainha tocou:
  - , ABRE LOGO E DIZ QUE TEM COMIDA, POR FAVOR! - gritava, enquanto ouvia a porta ser destrancada do lado de dentro e a amiga aparecer. - JÁ NÃO ERA SEM TEMPO!
  - Não tomou café. Ainda bem que te conheço bem o suficiente para esperar isso de você - disse, dando passagem a amiga e seguindo até a cozinha, enquanto a outra fechava e trancava a porta.
  - Porra, está frio lá fora - reclamou.
  - Estamos no inverno, , OI - disse, colocando um pedaço de omelete na boca.
  Enquanto a amiga ainda reclamava, não perdera tempo em separar seus dois omeletes e comer, e assim que a outra viu, esqueceu-se do que reclamava e partiu para à mesa.

  - Certo - dizia, depois que ambas haviam acabado de comer. - Me mostre a música; se eu gostar, você irá se inscrever ainda amanhã, está me ouvindo?
  - Tá, tá, mas se estiver ruim, você me impede com todas as forças, ok? - A outra ri, pegando o violão e colocando o caderno na mesinha de centro.
   assente e senta-se no outro sofá, esperando que a amiga comece.

  I'm on a trip
  I can't get off, can't get over
  I want it all
  I want it all inside of you
  I call you up
  You're getting off, I'm coming over

   cantava cada trecho de sua música tentando dar mais vida à composição, o que estava dando certo - pelo ponto de vista de , que ouvia atentamente para conseguir ser crítica. Apesar de que, com aquela letra, não sabia que conseguiria ser realmente crítica a ponto de dizer partes que estavam ruins e etc, pois tudo estava perfeito ao seu ver. Isso realmente não ajudaria muito e só deixaria ainda mais insegura e pessimista, sabia disso.

  Then you said no
  I'm never gonna be inside of you
  And I said no
  I'm never gonna see inside of you
  Because I know, I'm gonna fall
  And you'll be waiting for it all
  Because I know, I know, I know
  I can't get inside of you
  Inside of you

  Assim que dera os último acordes da música, estava boquiaberta:
  - Você escreveu e fez o acorde dessa música inteira, sozinha, em menos de vinte e quatro horas?
  - Está tão ruim assim? - reclamou, colocando o violão de lado e pegando o caderno com a letra. - Eu achei que era uma das melhores que já escrevi.
  - , ACORDA! Essa é a melhor que você já escreveu! - disse mais alto. - Dude, essa é a melhor música que já te ouvi compondo e cantando, por isso estou impressionada que tenha feito tudo isso tão rápido.
  - É, eu normalmente demoro mais de dois dias pra conseguir escrever e fazer um arranjo - ela meditou. - Acha que essa música tem chances de entrar no concurso da The Maine?
  - Se eu acho? - disse, irônica. - Eu não só acho como tenho certeza.
  - Falta um nome pra ela - reclamou, batendo com a ponta da caneta em sua testa.
   não acreditava que tinha ouvido aquilo, como pode compor uma música onde se repete uma frase em especial e não pensa em colocá-la como nome da música?
  - Ahn, Inside Of You? - Ela diz, atônica. - Pelo amor, , a música fala sobre sentimentos dentro de uma pessoa e que você não consegue acessá-los dentro dela. Faz sentido colocar esse nome, né?
  - Tem razão - concorda, riscando aonde ela havia escrito que a música estava sem nome e escrevendo maior ainda: Inside Of You.

CHAPTER THREE

  Após a tarde e parte da noite conversando, havia ido para sua casa; não sem antes roubar alguns biscoitos da cozinha de para ir comendo no caminho, claro.
  - Sozinha novamente. - Suspirou a garota, olhando para os lados pensando no que fazer. Decidiu-se por ir para sua cama, assim teria certeza que dormiria lá e não no sofá como na noite passada, afinal suas costas já estavam demasiadamente doloridas.
  Jogou-se na cama e quase no mesmo momento dormiu, estava cansada e também teria que acordar cedo no outro dia, pois passaria no local de inscrição no caminho de sua faculdade.

  No outro dia, acordou um pouco mais tarde do que queria, fez sua higiene matinal, pegou tudo o que precisaria - inclusive sua música - e saiu correndo de casa, quase esquecendo de trancar a mesma.
  Ao chegar ao local de inscrição, sentiu-se sortuda por alguns instantes: como ainda era cedo não tinha quase ninguém no local. Foi para a fila esperando que fosse rápido e que ainda conseguiria chegar a tempo na faculdade. Mas ao contrário do esperado, estava demorando demais. Chegavam mais e mais pessoas com o passar do tempo, algumas até com um violão nas costas; quando deu por si o local já estava cheio, cheio demais e ela não gostava nada disso.
  'Muita concorrência, a maioria aqui já deve ser quase profissional', pensava ela insegura. Pessimismo e insegurança sempre foram características marcantes de ; nunca confiava no seu talento e acabava perdendo grandes chances de fazer sucesso.
  Olhou no relógio mais uma vez, já havia perdido o primeiro tempo.
  - Ah que saco, vou embora. De qualquer maneira, eu não iria ganhar mesmo, olha quantas pessoas tem aqui. - Murmurou e saiu da fila, cedendo seu lugar para um rapaz bastante bonito que estava atrás dela. - Bom, agora não tem mais jeito. - Disse, sorrindo para o rapaz e saiu correndo do local.
  Enquanto saia, viu uma outra mesa de inscrições; a curiosidade extrema fez com que ela fosse até lá. Viu que ali poderiam se inscrever cinco pessoas para ajudar no concurso. - mesmo não tendo inscrito Inside of You - queria participar de alguma forma no concurso, por isso assinou seu nome ali, se comprometendo a aparecer no dia do anúncio do vencedor e ajudar no que fosse preciso. Logo se sentiu sortuda de novo, vendo que ela havia pego a última vaga.
  Após aquilo foi correndo para a faculdade; já havia perdido o primeiro tempo e provavelmente iria se atrasar para o segundo, e tudo isso por nada já que não havia feito o que tinha ido fazer.

  Após horas e horas de aula, finalmente havia sido liberada; aquele era seu último dia de aula do ano, e agora teria tempo para compor e, algo melhor ainda, dormir. Com todas as provas e testes da faculdade, isso era algo que fazia pouco, aproveitava os fins de semana para dormir o quanto podia - já que às vezes não deixava com sua tagarelisse e mania de sempre levá-la para sair quando ela menos queria.

  Chegou em casa e jogou sua pasta no sofá, indo para a cozinha beber um copo d'água. Depois foi para seu quarto e trocou seu jeans por um shorts bem mais confortável; voltou à a sala para ver algum dos vários DVDs de música que a amiga havia deixado lá para assistir.
  - e essa mania de querer me viciar nessas bandas estranhas. - Riu tentando entender o que eles falavam. - Falando nela, melhor eu ligar e falar pra vir aqui; ela vai acabar descobrindo que eu não entrei pro concurso de qualquer jeito mesmo. - Pensou alto e se esticou no sofá, pegando o telefone, discando os números que já sabia de cabeça e falando para amiga ir passar a tarde em sua casa novamente. disse que só iria terminar de comer a pipoca que havia feito e já iria pra lá.
  Passou-se uma hora e ela ainda não havia chegado; uma e meia e... Nada.
  - Porra , 'tá acabando com a pipoca do mundo? - disse, estressada, enquanto olhava para suas unhas, sem ter nada para fazer.
  Minutos depois, chegou. abriu a porta no mesmo instante em que a amiga tocou o interfone, preocupada.
  - ONDE VOCÊ ESTAVA, SUA LOUCA? - Ela perguntou enquanto chacoalhava-a freneticamente.
  - Ai desculpa, ! Eu acabei com a pipoca e vim pra cá, mas aí passei por uma banquinha de cachorro-quente e meu estômago quase implorou por um. Então fui comprar e fiquei conversando com um carinha muito gatinho lá. - revirou os olhos e largou a amiga, indo para o sofá e dando play no DVD, já que havia pausado no momento em que a amiga chegara.
  - Bom, eu me inscrevi no concurso. - Disse desanimada. Não era mentira; havia se inscrito, não do jeito que queria, mas tinha.
  - SÉRIO? - gritou com os olhos brilhando e pulou na amiga de tanta felicidade; era a primeira vez que ela a escutara e havia se inscrito em algum concurso.
  - Bem, sério, mas... Eu não inscrevi Inside of You, eu me inscrevi para ajudar no dia do resultado. - soltou, com um pouco de medo da reação da amiga.
  - ! - gritou dando um tapa na cabeça da mesma. - Por que tu fez isso, imbecil?
  - Tinha tanta gente lá e eu estava tão atrasada para a faculdade! Mas pra falar a verdade, não faz muita diferença mesmo... Eu não iria ganhar.
  - Que saco, . Quantas vezes já falei que esse pessimismo vai acabar com todas as suas chances? Você poderia SIM ganhar o concurso, mas agora nunca vai saber, já que não tentou! Da próxima vez que isso acontecer, eu juro que vou pular no seu pescoço. Era a sua melhor música, ! E agora o que? Ela vai ficar escondida do mundo igual todas as suas composições? - falou tudo de uma vez com uma expressão severa; parecia que ela era uma mãe decepcionada com alguma atitude da filha, mas era quase isso mesmo.
  - Ok, ok. Me desculpa! Eu já entendi, tá legal?
  - Ok - respondeu com um pequeno sorriso esboçado no rosto e pulou em cima dela, abraçando-a. - , 'to com fome.
  - AI MEU DEUS, ! - riu escandalosamente junto com a amiga.

CHAPTER FOUR

  Algumas semanas depois, dava graças a Deus por ser o dia do concurso. Não havia visto de novo pois esta estava na casa dos pais, havia viajado pra lá para apresentar seu namorado e não voltaria até dia 28 de dezembro, deixando totalmente no tédio dentro de casa. Havia passado a véspera e o Natal na casa dos pais - como todo ano - mas logo após as celebrações estava em casa novamente, mofando.
  Mas aquele dia seria diferente: ocuparia sua cabeça com as tarefas do concurso; ainda não sabia o que faria, mas sabia que tinha que chegar cedo ao lugar para poder ajudar no que fosse preciso até a hora do anúncio do vencedor.

  Após se arrumar, pegou a primeira bolsa que viu pela frente, torcendo para que tivesse tudo o que precisava ali e saiu de sua casa, trancando a porta e sentindo a brisa fria bater em seu rosto.
  Por mais incrível que pareça, chegou bastante cedo no local; a banda havia acabado de chegar para os ensaios e havia poucas pessoas lá. Por ter chego cedo, fora designada a ajudar a banda no que precisasse; ao saber disso saiu correndo por todos os lados procurando a banda, esbarrando acidentalmente em um rapaz magro de cabelos muito bonitos.
  'Poxa, meu cabelo não é assim, por que Deus?', pensou enquanto se desculpava.
  - Não tem problema! Eu também estava distraído, fui ao banheiro e preciso voltar correndo pro ensaio. - Ele disse sorrindo. - Sou Pat, baterista da The Maine.
   abriu um enorme sorriso. Estava salva!
  - Prazer, sou . Você é meu salvador, Pat! Eu vou ser a 'assistente' - fez aspas com as mãos - de vocês, hoje. Estava procurando-os! - O rapaz sorriu de volta e a puxou com uma das mãos. Os dois saíram correndo em direção ao palco, onde o resto da banda esperava por Pat.
  O baterista apresentou a toda a banda e todos foram muito simpáticos com a garota. Principalmente Garrett, que logo pediu para que ela fosse ao camarim procurar por seu celular, já que havia acabado de notar que não estava com ele.

  Passaram-se algumas horas e a casa estava cheia, alguns estavam ali para saber se haviam vencido a competição e outros só para aproveitar o pocket show que a banda daria antes do anúncio.
   andava para um lado e para outro ajudando a banda no que precisavam e perguntando para as pessoas se estava tudo bem. A garota não parou de andar nem na hora da apresentação, por isso não sabia nem quais músicas haviam sido tocadas. Mas o público havia adorado, dava pra ver pelas suas reações a cada mudança.

  Havia finalmente chegado a grande hora que todos estavam ansiosos, menos , claro. Já sabia que não ganharia, havia perdido a chance, como diria .
  - E o vencedor foi... Freddie! Com Give Me Anything! - Anunciou John. - Alguém irá falar com você e amanhã mesmo nos encontraremos para conversarmos sobre os direitos autorais e essa coisa toda.
  O rapaz que havia ganhado chorou do segundo em que ficou sabendo até o final da noite, pelo que percebeu.
  - Ele com certeza deve ter merecido. - Disse para si mesma enquanto saia do local. Notou que sua bolsa estava aberta e viu um papel voando. Pensou em ir pegá-lo, mas provavelmente era só um papel sem importância, então seguiu em frente.
  Por sorte, John - que estava por ali, também indo para sua casa - viu o papel e saindo do local; pegou-o e viu que se tratava de uma música. Correu e gritou pela garota até que ela parasse.
  Enquanto tomava ar por ter corrido e o olhava confusa, aproveitou e leu todo o conteúdo do papel e se sentiu realmente impressionado.
  - Isso caiu da sua bolsa. - Disse entregando a música para a garota que após ver o grande 'Inside of You' quase pulou em John por agradecimento. - É uma ótima música, você devia ter se inscrito. Teria ganho com toda certeza. - Sorriu e saiu andando, deixando petrificada no local, se martirizando por não ter escutado sua amiga.

CHAPTER FIVE

  Após a chegada de , no dia 28, as duas garotas estavam se preparando para viajar para a virada de ano. Estavam prestes a ir para Las Vegas, a fim de aproveitar os hotéis, os cassinos, o final do atual e o comecinho do próximo ano. Com as malas feitas, no dia vinte e nove elas embarcaram. Chegaram cansadas a cidade mais iluminada do mundo e decidiram descansar para aproveitar bastante os próximos dias.

  Na noite daquele dia, estava no banheiro - passando seu rímel - enquanto pulava pelo quarto em busca de seus sapatos.
  - , você tem certeza absoluta que eu não trouxe meu All Star rosa? - Ela repetiu, pela quinta vez naquela noite.
  - Pela trilhonéssima vez - aumentara o número de vezes ao extremo, como sempre - NÃO! Me deixa terminar a maquiagem que te ajudo com outro sapato.
  - Por que está se emperiquitando toda? - A outra pergunta, parando no batente da porta do banheiro e observando-a.
  - Para de me olhar, sua stalker - reclama. - E por que não me emperiquitar? É virada de ano! Próximo ano será maravilhoso.
  - Como pode ter tanta certeza? - reclama, jogando-se em sua cama.
  - Eu simplesmente sei, ok? Sinto que coisas darão certo.
  - Só dará certo se você parar de ser pessimista, fica a dica.
  - Cala a boca - terminou o diálogo.
  Por pouco mais de três horas, as duas ficaram se arrumando: trocando de roupa, passando maquiagem, arrumando o cabelo, enfim... Tudo. Tempos depois - quando estavam finalmente prontas -, saíram do quarto e rumaram até o bar do hotel, onde haveria uma festa de Réveillon da qual elas não queriam perder - afinal tudo indicava que seria uma noite inesquecível para quem estivesse lá.
  Assim que sentaram-se nas banquetas que havia em frente ao bar, fizeram seus pedidos e ficaram apenas conversando entre si. Realmente havia grande movimento ali, várias pessoas em mesas, aproveitando para embebedar-se antes da virada; provavelmente não se lembrariam das primeiras horas do ano no dia seguinte.
  - Uma Stella, por favor - um rapaz pediu ao bartender, parando ao lado de uma delas. Ele era um pouco mais alto que as duas e tinha o cabelo castanho bagunçado.
  - Stella - murmurou, rindo. - Sempre rio ouvindo o nome dessa cerveja.
  - É minha favorita, ok? - Ele revidou, rindo. - Não tenho culpa.
  - Ele pediu uma Stella? - perguntou, segundos depois da resposta dele.
  - Aham.
  - O que vocês duas tem contra a maldita cerveja? - Ele perguntou, indo para o vão entre as duas. - Ela é boa, tá?
  - Não dissemos nada, só estamos dizendo que é um nome engraçado pra uma cerveja - explicou, ainda rindo, dando um gole em sua vodka.
  Não demorou muito até a dita ser colocada no balcão e o rapaz pegar. Porém, ele não fez menção de ir embora e muito menos de sair do meio das duas.
  - Alex! - Ouviu-se um grito, meio abafado pela música que tocava, chamando-os atrás. Os três viraram, sendo as duas por mero impulso. - Por que está demorando tanto?
  - Estava conversando com... - Ele responde, olhando para as duas, esperando que elas ajudassem-no e respondessem.
  - e - disse, rindo e olhando para o que estava parado à frente deles.
  - Ahn... Isso explica muita coisa - ele riu. - Sou Jack, prazer em conhecê-las.
  - Vocês querem ir sentar conosco? - Alex pergunta, indo para o lado de Jack.
  - Uhn... - pensou.
  - Se não for incomodo, nós vamos - disse primeiro.
  - Incomodo nenhum - os dois responderam juntos, rindo. - Estamos com mais dois amigos, vocês se importam?
  - Nops - elas riem juntas e levantam-se, pegando seus copos e seguindo os dois.

  Depois da contagem regressiva e de todo o fuzuê de uma virada de ano normal, elas ainda estavam sentadas com os quatro rapazes que haviam conhecido há pouco - mas que ainda assim poderiam dizer que conheceram no ano anterior. Com toda a conversa, elas começaram a descobrir mais sobre eles e sentiram-se completamente alienadas quando falaram que tinham uma banda que estava prestes a gravar um novo CD.
  - Fazemos um sucesso considerável, estamos gostando do progresso - Zack dizia, junto com os amigos.
  - Nossa, eu acho que estávamos meio por fora das bandas novas, - disse, rindo.
  - Eu que o diga... - Ela concorda. - Antes eu sabia de várias, agora estou enferrujando.
  - E vocês, o que que fazem? - Rian perguntou.
  - Estamos na faculdade - disse. - E , apesar de estudar, passa a maior parte do tempo compondo músicas.
  Nesse momento, teve a vontade de pular no pescoço de ; além de ter um pouco de vergonha das suas letras amadoras, lembrava-a do concurso de poucos dias atrás e do que John, da The Maine, dissera após ler sua composição.
  - Sério? - Alex perguntou, empolgado. - Já teve alguma letra com alguma banda?
  - Ahn...
  - Vocês conhecem a The Maine? - A amiga tomou a frente novamente, vendo-os assentir. - Então provavelmente sabem que eles fizeram um concurso para escolher uma nova música para o EP, certo? Pois bem, ia se inscrever, mas não se inscreveu, achando que ia perder.
  - Poxa, - Rian suspirou. - Você devia ter participado. Tinha alguma chance?
  - Bem, eu...
  - Ela trabalhou com eles no dia do concurso. - voltou a falar. - E levou a bolsa que tinha a letra que havia composto para o concurso. John leu e disse que teria ganho se participasse.
  - Porra, , você quer parar de falar na minha frente? - perguntou, rolando os olhos. - Em minha legítima defesa, eu achava que a letra não era tão boa assim. - Completou a eles, fazendo a amiga balançar a cabeça em descrença.
  - Bom, eu conheço o John - Alex diz. - Duvido que ele teria dito isso se a letra não fosse realmente boa.
  - Você devia ser mais confiante e otimista quanto ao que faz - Jack observa, pensativo, fazendo todos os amigos olharem para ele. - O que?
  - Nada, mas desde quando você deu de falar coisas 'sábias'? - Zack pergunta, olhando-o de esgueio.
  - Quando eu quero eu sei, tá legal? - O outro se defendeu, fazendo as garotas rirem.
  - Espera, se a quase participou do concurso da The Maine, então significa que vocês são do Arizona? - Alex pergunta.
  - Sim - concorda, com um sorriso. - Somos de Phoenix.
  - Hm... - Eles concordam.
  - O que está pensando, Alex? - Rian pergunta, olhando para a cara do amigo do qual ele sabia que devia estar com algumas ideias em mente.
  - Nada demais - ele deu de ombros. - E então, , você tem alguma composição aí pra gente ver?
  Ela o olhou confusa, arqueando a sobrancelha.
  - Não, eu não costumo viajar com composições, sabe como é - ela ironizou, fazendo todos rirem. - Mas por quê?
  - Que tal você ir pra Baltimore nos ajudar com o novo CD?

CHAPTER FINAL

   havia acabado de desembarcar no aeroporto de Phoenix. Passara os últimos meses viajando de Phoenix para Baltimore - e vice versa - quase que toda semana. Mas uma coisa era certa: ela estava conseguindo tudo o que queria. Algumas de suas composições antigas foram úteis ao All Time Low; mudanças em uma letra ou outra para fazer mais sentido ao que eles cantam. Além de terem conseguido definir o nome do álbum - Nothing Personal - graças a música que compôs junto com Alex: Break Your Little Heart. Ela ajudara quase em todas as músicas do álbum, porém as que teve maior participação fora essa e Walls.
   estava esperando a amiga na saída do aeroporto e, assim que a viu, correu até ela, empoleirando.
  - , SAI! TÁ ME ESMAGANDO! - reclamava, em meio aos berros.
  - Eu tenho uma ótima notícia pra você! - Ela saiu de cima e começou a pular na frente da amiga.
  - E eu também tenho - riu. - Terminamos o Nothing Personal e eles já disseram que vão me chamar para trabalhos futuros! - Disse, com um sorriso maior que o rosto.
  Com tantos meses junto da banda, ela criara afetividade por todos ali; eles ajudavam-na e vice versa e - agora que demoraria um pouco a tornar a vê-los - decidiram que iriam manter contato para os próximos projetos - além de, é claro, fazê-la ir ao show e arrastar .
  - SÉRIO? - gritou. - Isso é ótimo!
  - EU SEI!
  Elas começaram a rir e caminharam até o carro de .
  - Agora a minha notícia! - disse, dando partida no carro e arrancando-o do estacionamento. - Adivinha com quem eu andei falando estes dias que você esteve fora?
  - Não sei, - rolou os olhos. - Você ainda não disse.
  Ela fez um barulho engraçado com a boca e fuzilou a amiga com os olhos, tornando logo a falar:
  - Com o John! - Ela tira as mãos do volante, comemorando, fazendo segurá-lo em desespero.
  - Que John? E PORRA, segura o volante, eu quero viver! - Ela reclama.
  - Como assim que John, ? - pergunta, pasma. - O John! Da The Maine!
  - Ahhhhhh!
  - Enfim, deixa eu falar. - Ela riu, cortando o entendimento da amiga. - Enquanto você esteve fora, eu liguei pra Deus e o mundo em busca desse dito cujo; quando finalmente consegui, conversei com ele, dizendo que era sua amiga e etc... À propósito, ele se lembra de você. Enfim, eu perguntei se ele lembrava-se da sua composição e então respondeu que sim, com isso, marquei de me encontrar com ele na Starbucks esses dias.
  - Respira, - zombou, vendo a amiga contar tudo rápido demais.
  - Estou respirando, porra. É que estou empolgada! - Ela dá um pedala na amiga ao seu lado e assim continua: - Me encontrei com ele e levei a sua composição para ele reler e etc. Sim, eu entrei no seu apartamento e procurei a Inside Of You. - ri, vendo a amiga fuzilá-la. - E... Agora vem a melhor parte: ele disse que irá entrar em contato contigo, pois queria você ajudando nas composições do próximo CD deles!
  - O QUÊ?
  - ISSO QUE VOCÊ OUVIU, NÃO ME FAÇA REPETIR, TÔ SEM FÔLEGO! - A outra gritou, rindo.
  - , EU TE AMO, MEU DEUS! - gritou, abraçando a amiga meio sem jeito. - Agora tem duas bandas ótimas querendo minha ajuda na composição, isso é um sonho!
  - Só fiz isso por você porque começou a acreditar em si mesma e ser otimista nos últimos meses que passou ajudando o All Time Low - de um sorriso para a amiga.
  - Realmente. - Ela concorda.
  - Filosofia pura, . Filosofia pura - ri, guiando o carro até a casa da amiga.

THE END



Comentários da autora


Láh: E chegamos ao final da fic! Espero que tenham gostado e aprendido que o pessimiso não leva a nada! Desejo a todos um ótimo 2011, cheio de esperanças e sonhos realizados! COMENTEM!

Hels: Depois do comentário MORAL DA ESTÓRIA dado pela Láh eu nem tenho o que falar, LOL. Só quero avisar, que como todos notaram, a fic trata da TM e ATL há uns anos atrás né? Então, só pra confirmar isso mesmo, HE. POR HOJE É SÓ, PESSOAL! xx