Chains

Escrito por Bia J. | Revisado por Natashia Kitamura

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Parte do Projeto Songfics - 14ª Temporada // Música: Chains, por Nick Jonas

  Eu a encarava totalmente fascinado. Parecia meio gay, eu sei. No entanto, não tinha como evitar. Ela era maravilhosa. Parecia uma sereia, pronta para enfeitiçar qualquer homem a espreita e destruí-lo.
  Sei disso, porque eu fui fisgado...
  É, foi fisgado por uma menina mais nova que ele. Dois anos mais nova, apenas para ressaltar. Era tão clichê que chegava a ser um pouco engraçado. Não, não era engraçado.
  Ela jogava seus cabelos lindos e sedosos para trás e balançava seu corpo conforme a música. Ria sem qualquer motivo. Apenas se divertia. Cantava alto e mesmo que sua voz se fundisse com a de a todos ali no local, eu conseguia ouvi-la perfeitamente.
  Ela era um problema.
  Um grande e grave problema.

With her wine-stained lips Yeah, she’s nothing but trouble Cold to the touch, but she’s warm as a Devil I gave all my heart, but she won't heal my soul She tasted a break and I can’t get more

   sempre foi o tipo de garota que amava uma confusão. Amava estar livre. Curtir a vida, não se importando com as conseqüências. Essa era sua sina.
  Eu a conhecia há mais ou menos um ano. Ficamos pela primeira vez na festa de um primo meu. Ela bebia vinho e ria escandalosamente de alguma piada que sua amiga tinha contado. Assim que eu a vi, fiquei encantado. Fui até ela e sem pedir permissão, a beijei. Não me culpem, beijos são para serem roubados, não pedidos. Lembro-me que tinha sido maravilhoso. Conversamos todos os dias depois dali. Ficamos bem próximos.
  Eu sou um cara difícil, sei disso. Irrito-me facilmente, adoro provocar e sempre vejo coisas que não existem.
  Depois da festa do meu primo, como disse, ficamos próximo. Próximos de verdade. Além de conversávamos todos os dias, nos saíamos duas vezes durante a semana, matávamos aulas juntos...
  Eu estava encantado por ela. Depois de cinco meses, ainda ficávamos. Pensei que estávamos tendo uma relação. Pensei que tínhamos algo sério.
  No entanto, eu estava errado. Como sempre.

You got me in chains
You got me in chains for your love
But I wouldn’t change
No, I wouldn’t change this love

  Tudo aconteceu a mais ou menos uma semana atrás. Eu e , meu melhor amigo, combinamos de sair para tomar alguns drinks e depois ir a uma balada descontrair um pouco. A faculdade estava acabando conosco. Enquanto eu ia ao banheiro, avistei uma garota linda. Linda e familiar. Parei de súbito. Era ela. Era a minha garota.
   se pegava com um garoto qualquer na balada. Pegava de jeito mesmo. Ela sorria durante o beijo enquanto ele passava a mão nela por lugares que bem... Digamos que lugares proibidos para qualquer cara que não fosse eu.
  Lembro-me daquele dia como se fosse hoje. Eu tinha ficado uma fera. Quando vi, eu já estava espancando aquele filho da puta. Ele estava inconsciente, mas eu não parei. Não consegui parar.
  Eu queria ver aquele imbecil morto.
  - Para, ! Por favor, para! - Ela gritava, em choque.
  Eu o larguei, arquejando. Eu estava com raiva, mas assim que ouvi sua voz, algo dentro de mim se acalmou instantaneamente.
  - E por que eu pararia? Para você no mesmo instante voltar a se pegar com esse imbecil? - Vociferei. -
  - ... - Ela engoliu em seco. - Acho melhor você se acalmar. Você não está pensando direito.
  - Pelo amor de Deus, cala a boca. - Gritei. - Cala a porra da boca! Eu não quero ouvir a sua voz! Caralho, como você pode? Pensei que me amasse. Pensei que o que tínhamos significava algo para você tanto quanto significa para mim.
  - O quê? ...
  - Não, eu não quero mais saber. Pode voltar a pegar sei lá quantos caras, sei que isso não é problema para você. Apenas me faça um favor?
  - O quê? - Ela engoliu em seco.
  - Suma da minha vida.
  Virei-me e fui embora. Aquele dia estava no topo da minha lista de piores noites da minha vida. Saí disparado daquela balada estúpida, peguei o carro e fui para casa.

You got me chains
You got me in chains for your love
But I wouldn’t change
No, I wouldn’t change this love

  Eu não gostava de admitir, mas estava machucado. Meu coração doía e quando percebi, lágrimas rolavam pelos meus olhos.
  Eu estava chorando.
  Era tão ridículo que eu com certeza riria se não tivesse sofrendo de verdade.
   tinha apenas dezesseis anos. Estava no segundo colegial, mas raramente frequentava as aulas. Seu cabelo já tinha sido tingido por quase todas as cores do mundo. A cor atual era preto e azul nas pontas. Eu a achava linda de qualquer jeito, não me incomodava com isso. Eu fazia faculdade perto de onde ela estudava, sendo assim, sempre nos víamos. Vê-la todo dia me deixa assim, todo bobo e feliz. Faria falta, com toda certeza.
  Eu era , o galinha. Essa era minha fama no colegial. Não tinha nenhuma garota que resistisse a mim. Sempre fui o que comandei na relação. Era eu que falava quando começava e quando terminava. Simples assim. E então eu a conheci. Foi como se tudo de repente fizesse sentido. Como se finalmente eu tivesse achado a direção da minha vida.
  Cheguei a minha casa, acabado. Eu queria dormir e nunca mais acordar. Ela tinha me traído só hoje ou durante toda nossa relação? Provavelmente a segunda opção.

Tryna break the chains
But the chains only break me
Tryna break the chains
But the chains only break me

  Eu queria parar de sentir esses sentimentos por ela. Queria poder olhar para ela sem meu coração disparar; sem sentir aquelas coisas estranhas no estômago; sem ter vontade de beijá-la a cada segundo; sem ficar nervoso; sem sorrir a cada segundo e pensar "eu sou o cara mais sortudo do mundo.”.
  O negócio era: estar apaixonado é uma merda.
  No dia seguinte, eu ainda estava em casa. Tinha faltado na faculdade. Estava muito depressivo para sair. Queria apenas ficar na minha cama, pensando porque a vida era tão cruel comigo.
  Acredito que até que mereci, por eu ter quebrado o coração de milhares de meninas. Aí a vida riu e disse "agora vamos ver quem vai rir agora.”
  E então meu coração se quebrou.
  Karma.
   me ligou, perguntando o porquê de eu ter ido embora de repente. Eu expliquei a situação. Ele disse que sentia muito, mas que logo eu iria superar.
  Não tinha tanta certeza sobre isso.
  Só sei que fiquei o dia inteiro no meu pequeno apartamento. Vi vários programas, um pior do que o outro. Depois fui para meu quarto e fiquei ouvindo músicas tristes, para me depreciar mais.
  Costume. À noite, a campainha tocou. Devia ser umas dez horas, estranhando fui ver quem era. Provavelmente , me enchendo o saco, como sempre. No entanto, me surpreendi quando vi que era .

Alone in the night ‘til she knocks on my door
Wasted again, but I can’t say no
Baby, tell me why, why you do, do me wrong?
Baby, tell me why, why you do, do me wrong?
Gave you my heart but you took my soul

  Seu cabelo estava castanho escuro, sua cor natural. Sua maquiagem estava toda borrada, parecia que ela estava chorando. Ela me olhou e deu um sorriso gigante.
  - ! – Ela gritou, se jogando em meus braços.
  Eu queria afastá-la. Queria gritar para ela ir embora, mas algo dentro de mim não permitia isso. Parecia que ela tinha jogado correntes em mim e não importava o esforço, eu nunca conseguiria me livrar delas.
  - O que está fazendo aqui? - Eu perguntei, me afastando rapidamente.
  - Estava com saudade. – Ela respondeu, gargalhando. – Eu estava morrendo de saudades. Por que não me ligou, gatinho?

You got me in chains (oh, baby)
You got me in chains for your love
But I wouldn’t change (I wouldn't change)
No, I wouldn’t change this love

  Bêbada. Completamente bêbada. A olhei bravo, a reprendendo. era assim, nunca conseguia encarar um problema sem encher a cara. Era engraçado que eu pensava que eu era o ser mais irresponsável do mundo. Que, quando eu namorasse, minha namorada que teria que tomar conta de mim. Entretanto, mais uma vez a vida está rindo da minha cara. Respirei fundo e avaliei minha situação.
  Minha ex namorada, que me traiu sei lá quantas vezes, está em minha porta bêbada dizendo que está sentindo minha falta. O que fazer? Opções: a) Mandá-la se foder; b) ajudá-la; c) ligar para seus pais virem busca-la...
  A opção ‘a’ com certeza é a melhor e a ‘b’ é bem convincente, mas meu coração não acha isso, pois ele escolhe a ‘b’.
  Respirei fundo novamente.
  - Vem, se segura em mim.
  Ela no mesmo instante se pendurou em minhas costas. Deixei um sorriso escapar ao lembrar que ela sempre fazia isso quando possível. Depois de um segundo, briguei comigo mesmo.
   era passado. Eu tinha que superar ela.

You got me chains
You got me in chains for your love
But I wouldn’t change
No, I wouldn’t change this love

   sempre me disse que eu tenho um coração de gelo, mas também que eu acharia alguém que derreteria essa geleira fria de meu coração. E que quando isso acontecesse, não teria mais volta.
  Ele não poderia estar mais certo. Eu não sou desses que me apaixono fácil. Sou difícil. Contudo, quando alguém me conquista, é para sempre. Uma verdadeira droga. Eu sinto inveja dessas pessoas que superam a outra em um dia.
  Levei-a para meu quarto. Foi complicado tirá-la de cima de mim, mas consegui.
  - Você precisa de um banho gelado. – Falei.
  - Não quero. – Ela murmurou, fazendo sua típica birra.
  - Mas você precisa. – Me irritei. Aturar bêbada era demais.
  - Mas não quero.
  - Já chega. – Falei.
  Fui até ela, a arrancando da cama sem nenhuma delicadeza. Não estava com paciência. Fui até o chuveiro, o ligando e a colocando lá em baixo. Ela deu um berro muito alto, por causa da água gelada, obviamente.
  Sorri ao vê-la sofrer um pouquinho. Pois é, querida, isso não é nada perto do que você me fez sentir.
  - Que porra é essa? -Ela gritou, saindo do chuveiro.
  - Bem vinda ao mundo real novamente. – Debochei, entregando uma toalha.
  - Isso não foi engraçado. – Ela disse séria, mas acabou rindo.
  Estava um pouco melhor, mas continuava bêbada. Dei um suspiro longo.
  - Separei uma roupa para você. – Entreguei uma blusa grande minha para ela. – Se troca, vou estar de esperando lá no quarto.
  - Até parece que você nunca viu nada. – Riu.
  Rolei os olhos e sai de lá.

Tryna break the chains
But the chains only break me
Tryna break the chains
But the chains only break me

  Fiquei sentado na minha cama, esperando por . Era engraçado como eu não conseguia dizer não a ela. Que mesmo depois de tudo, eu ainda a amava.
  Minha mãe uma vez disse “Você não escolhe quem você ama.” Eu ri.
  Achava ridícula essa frase. As pessoas podem controlar seus sentimentos. Era isso que eu pensava. Porém, descobri que não. Nós não controlamos nossos sentimentos. Eles simplesmente surgem do nada e ficam por lá mesmo, não se importando com nossa vontade.
  Eu amava mais do que cabia em mim. Era um amor inexplicável. Nós tínhamos nossos defeitos, como todo casal. Eu não entendia o porquê de ela estar quieta em um dia normal, não sabia se eu tinha feito algo errado ou se ela estava com cólica. Quando ela me olhava com um olhar estranho, eu não sabia o que ela queria que eu fizesse – ou dissesse. Ou às vezes que ela me perguntava se seu cabelo estava bom e eu apenas assentia, sem olhar – sabia que ela estaria linda de qualquer jeito. Ela se irritava e dizia que eu não a compreendia.
  Eu também me irritava com o fato de ela implicar com minha bagunça. Ou com o fato de eu querer usar meu cabelo desarrumado. Ela sempre o penteava e eu dizia que não, que eu gostava daquele jeito. E então ficávamos de mal por segundos, depois riamos e nos beijávamos.
  Nós éramos tão complicados quanto uma equação de matemática.
  Como mencionei antes, ela era um erro. O melhor erro que cometi em minha vida.

Baby, tell me why, why you do, do me wrong?
Baby, tell me why, why you do, do me wrong?
Gave you my heart but you took my soul

   já vestida, entrou no quarto. Ela ainda estava muito animada para meu gosto. Porém, estava mais racional.
  - Por que você não fala mais comigo? - Perguntou, com os olhos cheios de lágrimas.
  Olhei para todos os cantos do meu quarto, menos para ela.
  - Eu estou falando com você.
  Ela suspirou e tentou reformular a pergunta.
  - Por que se afastou?
  - Tem certeza que não sabe?
  - Se soubesse, não estaria perguntando.
  - Pensei que tínhamos algo. Pensei que eu significasse algo para você. Sei que pode soar ridículo, mas quando te encontrei, finalmente vi que tinha achado a garota certa. Você sempre foi tudo para mim, . Não me importava com nada se você estivesse ao meu lado...
  Suspirei e finalmente a olhei.
  - Todos que eu conheço querem algo. Minha mãe quer um restaurante só para ela, meu pai quer viajar pelo mundo inteiro, quer ganhar na loteria... Mas eu, , eu quero apenas você.
  Ela estava muda, por isso, continuei a falar.
  - Quando eu vi você com outro, algo dentro de mim se quebrou permanentemente. Já tive muitas decepções na vida, mas essa de longe foi a pior. Eu confiava em você, eu amava você...
  - No passado? - Ela perguntou, com a voz falhando ligeiramente.
  - Não. – Suspirei. – Sobre a confiança, sim... Mas sobre o amor, não. Eu não sou como certas pessoas, não sei deixar de amar ou me importar com a pessoa de um dia para o outro.
  Ela me olhou, claramente furiosa. Levantou-se e veio até mim. Nem parecia mais bêbada.
  - Você não sabe de nada! Você nunca me pediu em namoro! Como eu saberia que estávamos tendo algo sério?
  - Nem me venha com essa! – Explodi. – Pelo amor de Deus! Nós estávamos ficando há um ano! Um ano! Isso não é uma desculpa plausível. Por que não admite que você não sente o mesmo por mim?
  - Porque eu sinto. Pode parecer que não, mas eu sinto. No entanto, você tem que ver o meu lado também! – Ela gritou. – Você é o ! O cara. O garanhão. Quando ficamos na festa, eu não estava sóbria. Pois se estivesse, jamais ficaria com você...
  - Realmente, isso melhora a nossa situação, .
  - Me deixa terminar, cacete! – Se irritou. – Você jamais foi o meu tipo. Eu te odiava antes de te conhecer... Odiava o que você fazia com as mulheres. Você era um destruidor de corações, . E eu não queria ser mais uma vítima. No dia seguinte, quando me lembrei de tudo, entrei em desespero. Pensei que jamais nos falaríamos novamente e jurei para mim mesma que não contaria a ninguém sobre nossa ficada. No entanto, você me surpreendeu com uma mensagem de manhã. “Bom dia, linda. Dormiu bem ou está com uma terrível ressaca (como eu)?”

You got me in chains
You got me in chains for your love
I wouldn’t change
I wouldn’t change this love

  É claro que eu me lembrava. Enviei aquela mensagem meio hesitante, mas não me arrependo. Se eu não tivesse feito isso, jamais teria a chance de conhecê-la melhor. Ela suspirou fundo e continuou.
  - Eu desconfie no início, mas deixei a vida levar. Nós nos aproximamos, mas eu conhecia a sua fama, . Você jamais me pediu em namoro. Jamais me chamou de namorada. Deduzi que tínhamos um relacionamento aberto...
  - Bem, deduziu errado. – Disse, seco.
  - Sim e sinto muito por isso.
  - Bem, não importa mais.
  - , por favor...
  - Eu só estou cansado, tudo bem? Estou cansado de você pisar em cima do meu coração. Você me acusa de ser um heartbreaker, mas a verdade é que a única heartbreaker aqui é você.
   me olhou com os olhos cheios de lágrimas, deixando alguns fios de seu cabelo cair sobre o rosto. Tão linda...
  Naquele dia, eu dormi na sala e ela na cama. Entretanto, quando eu acordei, ela não estava mais lá.
  Depois daquele dia eu nunca mais a vi, até agora.
  Hoje era o aniversário de e ele me obrigou a ir nessa boate, para comemorar com ele. Tentou até me apresentar uma garota, mas meu coração infelizmente já tinha dona.
  Ele saiu para curtir na pista de dança e aqui estava eu, sozinho, no bar. Observando minha ex namorada dançar alegremente na pista ao som de so good.
  Era um pouco irônico. Parecia uma indireta. Suspirei, ao perceber que meu estômago se contorcia. Eu tinha que seguir em frente.
  Eu precisava seguir em frente.
  Engoli meu copo cheio de tequila só de uma vez e fui até a pista, em busca de alguma garota bonita. Achei facilmente. Comecei a dançar com ela, no ritmo da música. A garota era linda, admito. Cabelos loiros, quase brancos. Lisos e longos. Olhos azuis cobalto e um corpo majestoso. Ela sorriu maliciosa, se aproximando mais.
  Ela era perfeita. No entanto, meus pensamentos estavam em outra pessoa...
  Em outra pessoa que estava se esfregando em um otário qualquer. Não aguentei. Larguei a menina com quem estava e fui atrás de .
  Ela não cansava de me humilhar? De me fazer de otário? Parecia que não.
   ria enquanto o imbecil sussurrava em seu ouvido. Fui até lá sem hesitar. Estava de saco cheio daquilo. Ela era minha. Apenas minha. Será que era difícil entender isso?
  - Vamos dar o fora daqui, princesa.
  Eu estava perto o bastante para ouvi-lo dizendo isso a ela. Ela abriu a boca para responder, mas foi aí que eu entrei em cena.
  A puxei para longe daquele marmanjo. Beijei seu pescoço e ao ver que ela ficou arrepiada, me senti poderoso.
  - Ela já está acompanhada, cara. – Sorri, sínico.
  - Sério? E por quem?
  - Por mim, então acho melhor você dar o fora.
  O cara me fitou sério, deixando claro que não sairia dali de boa vontade. Irritado, me aproximei dele. Se o Mané queria briga, ele teria briga.
  - É sua última chance. – Eu ameacei, transbordando raiva. – Se afaste da minha namorada antes que eu quebre essa merda que você chama de cara.
  O garoto apenas deu de ombros, dizendo que desistiu. Piscou para antes de sair e vou à caça novamente.
  Rolei os olhos e a fuzilei com os olhos.
  - Será mesmo que não consegue ficar um instante sem dar em cima de um cara? Nós terminamos recentemente! Você não está sofrendo nenhum pouquinho?
  Ela me olhou, igualmente séria. Aquela garota tinha coração de gelo, não era possível. Sustentei o olhar, a olhando mais sério ainda.
  Ela não disse nada, apenas ficou lá, me encarando.
  - Então quer dizer que agora eu sou namorada? - Perguntou, se referindo como eu a chamei para me livrar do idiota que dava em cima dela a minutos atrás.
  Não a respondi.
  - Deus, você é um babaca.

You got me chains (oh, baby)
You got me in chains for your love
But I wouldn’t change (uh)
No, I wouldn’t change this love

  E depois que disse isso, me puxou para perto e me beijou. Seu beijo era do jeito que eu lembrava: doce; rápido, mas cheio de paixão; ardente e gostoso pra caralho.
  Durante o beijo, esqueci-me de tudo. De nossas brigas, da nossa separação e do motivo dela, me esqueci de que estava perdido em algum lugar da boate... Minha mente apenas focava nela.
  - Você é um babaca, . – Ela repetiu, com seus lábios colados aos meus. – Mas mesmo assim eu amo você.
  Era isso, não importava o quanto eu tentava esquecê-la, o quanto eu tentava me afastar... Eu jamais pararia de amá-la. Parecia que tinha me acorrentado a ela.
  A puxei para mais perto de mim, se possível.
  - E sim, apenas para constar, você é minha namorada.
  - Agora sim. – Ela riu e voltou a me beijar.
  Depois daquele dia, as coisas voltaram aos eixos. Nós finalmente estávamos namorando sério. Isso queria dizer que éramos apenas nós dois. Nenhum outro garoto ou garota na relação. Nada de relacionamento aberto. Não.
  Éramos apenas nós dois e eu não poderia desejar algo melhor. Estava certo que ainda brigávamos – frequentemente-, mas isso é normal. Faz parte.
  Estávamos deitados no sofá, vendo Divergente. estava amando o filme, mas eu apenas prestava atenção nela. Sorri e beijei seu rosto.
  Ela realmente podia ser um problema. Todavia, era meu problema favorito.
   me perguntou outro dia como eu tinha me apaixonado por ela. Eu ri e falei a verdade: "Você me acorrentou com seu amor.”

Tryna break the chains
But the chains only break me



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