Caution! Zombie Apocalypse

Escrito por Áurea Almeida | Revisado por Pepper

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  A pele humana era como um vício para mim, o cheiro delatava em minhas narinas como se elas pudessem ser arrancadas de mim. Meu corpo inteiro pedia para que eu fosse andando em direção ao que eu tanto queria: o corpo humano, a carne humana. Mas eu tinha que me segurar. Não conseguia mais me controlar, a maquiagem já estava sendo borrada pelo tanto de suor que saía de dentro de mim. Tinha que sair dali o mais rápido possível, antes que alguém me visse e estragasse os meus planos. Arrastar-me seria uma ótima opção naquele momento, - já que eu estava totalmente cansado, talvez pelo fato de eu ser um zumbi - se não fosse o ataque dos mortos vivos que estava se espalhando ao redor do mundo. Se eu me arrastasse com certeza iriam desconfiar de eu era um deles e iriam apontar a arma na direção de minha cabeça e atirar sem nenhum arrependimento.
  Aquelas pessoas transitavam em minha frente como se estivessem correndo da morte, e, de fato, estavam. A cidade estava um caos, os prédios cheios de criaturas gemendo e de pessoas gritando, como se isso fosse adiantar alguma coisa. Meus olhos latejavam, mal conseguia parar em pé quanto mais controlar minhas pernas que imploravam para serem arrastadas. Bati na porta tão conhecida por mim e me sentei na bancada que tinha de frente a ela, esperando alguém me atender. A porta se abriu e a sombra perfeita de se iluminou a minha frente. Ela sorriu para mim, completamente aliviada por me ver "sã e salvo". Andei em sua direção e lhe aninhei em meus braços a apertando forte, tirando-a do chão. Tamanha era a saudade que estava sentindo. Ela sorriu mais uma vez e selou nossos lábios. Segurando minhas mãos e me puxando para dentro, fechou a porta com tudo. As cortinas estavam todas fechadas, as luzes totalmente apagadas, e a porta, logo após eu ter entrado, fora lacrada com algumas madeiras. Estavam todos desesperados naquela casa, inclusive eu. Mas não pelo mesmo motivo. Estavam todos com medo de que algum zumbi entrasse naquela casa e acabassem os mordendo e fazendo com que se tornassem um deles; e eu, por outro lado, estava completamente nervoso por não saber mais me controlar. Estava a dias sem comer algo de que a minha espécie classifica como comida e aquelas pessoas ao meu redor não estava facilitando a minha tentativa de continuar sem me alimentar direito. Senti algumas gotas de suor descer por minhas bochechas e pousei minhas mãos sobre minha testa, sentindo a pele rígida, típica de um zumbi. Xinguei baixinho e olhei para o lado, encontrando uma roendo as unhas e com medo. Era triste vê-la naquele estado, para mim. Porque, mesmo eu sendo um meio-zumbi eu ainda a amo e sinto vontade e a obrigação de tentar protegê-la mesmo quando o maior perigo na história toda, para ela e sua família, seja eu.
  - , eu vou subir para descansar um pouco, tá? Estou extremamente cansado e lidar com os zumbis que estão lá fora tentando a todo custo entrar por essa casa não é mole não. – Sussurrei em seu ouvido. Ouvi-a dar uma risadinha e concordar com a cabeça selando nossos lábios rapidamente. Levantei-me despedindo das pessoas presentes naquela sala, alegando que iria me deitar. Fui o mais rápido possível até chegar à escada que ia de encontro aos dormitórios e banheiros da casa. A família de não era uma das mais ricas da cidade, mas chegava perto de ser. Sua casa era inteiramente perfeita, com tudo no seu devido lugar. Apesar de ser grande, era uma casa confortável para se ficar na companhia de poucas pessoas. Ainda mais em um apocalipse zumbi onde qualquer lugar grande é bom para se habitar. Suspirei cansado de tudo aquilo e subi as escadas, virando à esquerda em direção ao banheiro logo em seguida. Peguei algumas maquiagens de , que era da cor da pele, dentro da gaveta que tinha no banheiro; e comecei a passar ao redor de meu rosto. Despi-me vendo que a maquiagem que eu havia passado algumas horas atrás em todo o corpo havia saído. Passei novamente a maquiagem tendo de repassá-la em alguns lugares que continha mais rigidez. Coloquei minha roupa de novo e depositei as maquiagens em seu devido lugar. Antes de sair do banheiro olhei para os lados e vi que a porta do quarto dos pais de estava entreabertas. Ergui as sobrancelhas por ouvir meu nome sair pela boca de minha sogra e fui até lá, encostando meu ouvido esquerdo na porta para tentar absorver melhor a conversa.
  - Eu sei Robert, mas eu ainda acredito que ele seja um daquelas criaturas lá fora. Você não percebe? Quando precisamos algo para comer, para beber ou pra qualquer coisa é ele quem se oferece para sair de casa e “enfrentar” os zumbis lá fora. Desde que esse rebuliço vem acontecendo no país, a gente nunca precisou sair de casa para fazer qualquer coisa! É sempre ele! Você não acha estranho? Ele está sempre cansado e tentando não se rastejar pela casa, evita contato físico há dias com a nossa filha em nossa presença e aposto que sozinhos também. Hoje, por exemplo, eu fui limpar o banheiro e quando abri a gaveta, as maquiagens de Áurea estavam pela metade. Ela não usa maquiagem há quanto tempo? E se não é ela que está usando, é quem? É óbvio que é o . – Ouvir Katherine, a mãe de , falar essas coisas fez com que eu me sentisse como um idiota. Naquela hora eu pensei que todos meus esforços para tentar não deixar nenhum rastro de minha verdadeira identidade não valeram de nada. E quando eu ouvi o pai de dizer que teria que tomar providências e que a primeira seria contar para que eles achavam que eu era um zumbi, eu tive que entrar em cena. Não sabia o que fazer e a melhor opção era que eu os matasse. Mas, se eu fizesse isso, iria ficar muito triste e isso realmente não era a coisa que eu mais queria no momento, mas eu não tinha opção. Por isso, entrei a toda velocidade pelo quarto. Katherine espantou-se com a minha presença fazendo com que seu rosto ficasse mais pálido do que de costume. Ela era uma mulher muito bonita apesar dos pesares. Era idêntica a . E vê-la naquele estado me fez lembrar que, provavelmente, ficaria no mesmo estado quando soubesse que sua mãe fora atacada por um zumbi e se tornado uma deles. Não só sua mãe, como seu pai também.
  - ... – Katherine tentou falar, afastando-se de mim e indo para trás de Robert. Sorri como um maníaco.
  - Parece que você acertou, sogrinha. Eu sou um zumbi.
  Katherine engoliu em seco e eu avancei para cima do corpo de Robert o mordendo no pescoço e tirando sua pela com meus próprios dentes. Katherine gritou de horror e eu a puxei para o chão a arranhando até que seu braço começasse a sangrar. Ela ficou paralisada no chão com os olhos abertos. Estava semi-morta. Peguei as pernas de Robert e as puxei para o lado, deixando os órgãos caírem, como água, no chão branco do quarto. Lambi os lábios e peguei, com minhas próprias mãos, as partes de Robert. Enfiei tudo na boca e a sensação era de que eu estava anos sem comer nada. Estava realmente uma delícia. Só não falo que estava gostosa porque se trata de carne masculina. Ouvi alguns passos subindo as escadas e tive que ser rápido. A minha vontade era de ficar ali, comendo os órgãos e peles de Katherine e Robert, mas não deu. Então, só para me certificar de que ela realmente estava infectada; eu peguei em seu braço com meus dentes e puxei, com velocidade, a pele da mulher. O sangue implorava para ser bebido por mim, mas infelizmente tive que limpar os cantos da boca e sair de fininho do quarto. Entrei no banheiro novamente e dessa vez eu fui tomar banho. Eu já tenho que borrifar um frasco de perfume inteiro por dia para que as pessoas não pensem que eu sou um zumbi por causa do aroma ruim que exalava do meu corpo no normal, agora então que eu acabei de me alimentar é que eu realmente precisava de um banho. Enquanto a água caía em meu pescoço eu pude ouvir a voz da avó de gritar histericamente, com certeza era ela quem estava subindo as escadas e viu os corpos da filha e do genro no quarto do casal. Suspirei cansado pensando que logo, logo descobriria e começaria a seção choro. E eu, o culpado, teria como obrigação e dever aninhá-la em meus braços e dizer que era o destino e que a vida seguia em frente. O quão filho da puta eu seria com a mulher da minha vida por dizer tantas mentiras assim? Quem eu pensava que era pra mentir para ela e ainda por cima matar duas das pessoas mais importantes na vida dela? Eu era um monstro. Definitivamente, um monstro.
  Fechei o registro do chuveiro e sai fechando o box. Peguei uma toalha e me sequei repetindo o mesmo processo de passar maquiagem em todo o corpo, até que eu parecesse um ser humano novamente. Vesti uma camisa larga que estava pendurada atrás da porta e uma bermuda igualmente larga também, que deixava a mostra a boxer preta e apertada que eu usava. Calcei o par de chinelos que eu havia deixado na frente da porta e baguncei meus cabelos em frente ao espelho. Acabei com o único perfume do meu estoque, tendo em mente que amanhã, no máximo, eu teria que sair de novo para pegar mais alguns até que aceitasse que tinha um zumbi como namorado. Abri a porta e desci as escadas, chegando a sala e me deparando com a avó de minha namorada abraçada com o seu marido e uma chorando, deitada no sofá abraçando os joelhos. Coloquei no rosto uma expressão de tristeza, que, em parte, era verdadeira. Eu gostava muito dos meus sogros e eu somente fiz o que fiz para conseguir ficar com a por mais tempo, até que eu criasse vergonha na cara e falasse para ela o que eu realmente sou. Caminhei até o sofá onde ela se encontrava e me esgueirei entre seu corpo deitado. Levantei-a até que conseguisse ficar cara a cara comigo. Limpei as lágrimas que caiam de seus olhos completamente vermelhos e a aninhei em meus braços, passando minhas mãos em suas costas em um carinho gostoso. chorava sem parar e eu não sabia o que dizer. Nunca precisei mentir para ela e agora que eu precisava ser um “mentiroso de mão cheia”, eu não conseguia.
  - Shh, calma , vai passar. Lembra quando eu perdi meus pais do mesmo jeito que você perdeu os seus? – Engoli em seco. Era triste falar de meus pais porque eu ainda sentia, bem lá no fundo, a falta deles. – É difícil, mas fazer o quê? Você é forte, . Vai superar. Se eu superei... – Beijei o topo de sua cabeça.
  - Eu sei . Mas é que... Vê-los naquele estado para mim foi horrível! Eu nunca pensei em perder meus pais assim, de uma hora para outra. Sem eu poder fazer nada. Absolutamente nada para tentar impedir a morte deles. Tudo que eu quero agora, , é que você fique aqui comigo. Aperte-me em seus braços e diga que estará comigo para sempre. Para sempre. – choramingava e as lágrimas constantes alguns minutos atrás já não estavam mais caindo em seu rosto perfeito. Apertei-a em meus braços chocando meu corpo com o dela e sentindo a eletricidade que eu sempre sentia quando tinha seu corpo junto ao meu.
  - Eu te amo, . Eu te amo e sempre te amarei. Eu estarei aqui, com você, para sempre. Não importa o que acontecer. – Disse com toda a sinceridade do mundo e a fazendo olhar em meus olhos e abrir um sorrisinho triste e me beijar tensamente nos lábios. Há tempos que a gente não se beija assim, já estava com saudades do gosto da minha menina. Ela era um doce. A melhor pessoa que eu já pude conhecer e ter. Sua língua acariciava a minha em um carinho gostoso e meus dentes apertavam os lábios dela na maneira que podia. passou suas mãos em minha barriga, subindo minha camisa. Sabia o que ela queria, e eu também queria aquilo. Mas não podíamos ir além de nos beijarmos enquanto ela não sabia de que eu era um zumbi. Separei minha boca da dela deixando-a um pouco confusa.
  - Err, , eu acho que não é um bom momento para isso, não é mesmo? Temos que pensar em como deixar a casa mais protegida para que nada aconteça com você e seus avós. E... Eu. – No começo, ela continuava com a expressão de decepção no rosto, mas quando eu terminei a frase, ela sorriu assentindo com a cabeça.

  Estava há uma hora pregando madeiras e mais madeiras, uma em cima da outra, em cada janela e porta da casa. O grito da avó de fez com que despertasse vários zumbis de vários lugares e os gemidos irritantes deles já estavam enjoando. Ainda bem que eu ainda tenho consciência de meus atos mesmo sendo um deles. Com muito custo fiz com que aceitasse “jogar” seus pais pela janela para evitar transtornos. Porque, em menos de algumas horas, eles iriam se transformar em zumbis e iriam tentar atacar-nos. Na hora em que peguei Robert, começou a chorar novamente. Eu imaginava o quanto era difícil para ela ver seu pai sendo arremessado pela janela. Quando eu perguntei a ela se eu já poderia arremessá-lo, ela beijou a testa do pai e disse que sentia muito e fechou os olhos, permitindo-me que o tacasse. Fiz impulso no ar e o joguei para fora da janela; logo após, fiz o mesmo processo com Katherine. Depois do sofrimento todo, desceu as escadas pegando algumas madeiras restantes para que eu pregasse a única janela que faltava. Terminei de pregá-la sem fazer muito barulho e olhei para que estava quieta, deitada na cama de seus pais. Eu sabia que daqui a pouco ela começaria a chorar de novo e eu não sabia mais o que dizer. Engatinhei na cama até ficar lado a lado com ela e me deitei, entrelaçando minhas mãos por debaixo da nuca. Fiquei encarando o teto enquanto o silêncio prevalecia no ambiente.
  - Você sabe o quão ruim é pra mim ter que jogar seus pais pela janela e ter que ver você chorar cada segundo e eu não poder dizer nada porque tudo o que digo não faz você se sentir melhor, ou até mesmo parar de chorar? – me encarou.
  - Porra ! Eu perdi meus pais, entende? Eu perdi meus pais! Assim, do nada! Eu não pude fazer nada para interromper isso. Simplesmente perdi. Você deveria saber o quanto é ruim sentir esse vazio na alma. Como se tudo que fosse bom na minha vida tivesse ido embora. – falou, deixando as lágrimas caírem mais uma vez. Senti-me completamente destruído quando ela disse: “Como se tudo que fosse bom na minha vida tivesse ido embora.” Porque eu, tecnicamente, ainda estava aqui para ela, e ouvir aquilo da pessoa que você mais ama e quer bem na sua vida não é algo muito legal. Acho que ela percebeu que eu estava meio desconfortável pois sua feição que antes estava triste, virou de arrependimento.
  - ... Não foi isso que eu quis dizer. Eu te amo. Te amo pra caralho mesmo! Você sabe disso, mas é que escapou. Meus pais sempre fora tudo para mim antes de você aparecer. Você sabe que se eu tivesse que escolher entre você e a mim para alguma coisa, eu sempre irei escolher você! - disse me abraçando e beijando meu pescoço. Eu sabia que aquilo tudo que ela havia acabado de falar era verdade, porque, se fosse eu, seria a mesma coisa. Mas mesmo assim não retribui o abraço. Não estava chateado com ela, estava chateado comigo mesmo. Por ter sido hipócrita ao me sentir desconfortável com a fala dela. Afinal, aquilo tudo não deixava de ser minha culpa.
  - Não vai mesmo me abraçar, ? Puxa, eu realmente pensava que você me amava! – disse divertida fazendo com que minha atenção se voltasse a ela. Soltei uma risadinha e abracei-a pela cintura a ouvindo soltar um gritinho. Selei meus lábios nos dela e a encaixei em meu corpo. Desejei boa noite a minha garota e, vendo-a dormir em meus braços, eu adormeci na esperança de que algum dia eu tenha a coragem de contar a verdade a ela.

* * *

  Havia meses desde o ocorrido com os pais de . Ainda estávamos naquele caos na cidade. Cheio de zumbis espalhados por todos os lados. conseguiu, aos poucos, recuperar-se da morte de Katherine e Robert. Mas, todas as vezes que ela via pela janela os pais cambaleando para lá e para cá como zumbis na rua, ela chorava. já estava começando a estranhar as minhas desculpas quando ela insinuava que queria ir pra cama comigo. Afinal, estávamos a quase seis meses sem pôr em prática. Então, ontem, no banho, eu decidi que chegou a hora de eu fazer com que ela se tornasse um zumbi igual a mim também. Aproveitei que hoje os avós de dormiram mais cedo e que estávamos no sofá da sala vendo algum filme chato, eu comecei a beijar o pescoço nu dela. encurvava a cabeça, pois tinha cosquinha no pescoço. Sorri com aquilo e abaixei uma das alças de sua blusinha fina. Beijei seus ombros e fui descendo o beijo para o colo dela. Naquela altura do campeonato, ela já tinha pausado o filme e começado a arranhar minha nuca. Soltei o fecho do sutiã de e abocanhei um dos seios dela fazendo-a gemer. levou suas mãos delicadas até minha blusa e a puxou para cima, deixando-a em qualquer lugar pela sala. Tirei o shorts de , levando junto sua calcinha. Beijei as partes internas de suas coxas até que meu amigão começou a ficar apertado em minha boxer. Gemi de prazer quando arrancou minha bermuda e boxer junto; e levou suas mãos até meu membro. Começou a masturbá-lo quando eu prendia o cabelo dela entre minhas mãos. levou sua boca até meu pescoço passando a língua por aquela região. Senti-a tirar sua boca bruscamente de meus ombros e previ que a hora de ela saber quem eu realmente era estava chegando. Sua expressão era de completamente nojo. Ela passou suas mãos ao redor dos lábios, tirando de lá alguns vestígios de maquiagem.
  - ... Você... Você é um zumbi? Foi você quem matou meus pais? – Sorri malicioso e foi afastando-se de mim. Ver que ela estava sentindo nojo e ódio por mim era algo extremamente horrível, mas tive que continuar forte para completar o meu plano. já tinha lágrimas nos olhos e ia cada vez mais para longe de mim, até que eu fui até ela e a agarrei fazendo-a gritar de medo.
  - Shh, . Você sabe que eu não vou fazer nada de mal para você. Eu te amo, esqueceu? Se eu matei os seus pais era para te poupar de mais sofrimento. Desde que eu virei um zumbi eu fiquei com medo de abrir o jogo com você e fazer com que me odiasse igual está me odiando agora. Quem me infectou foram meus pais, mas só que eu fui mais rápido e eles somente me morderam de leve no braço, me tornando, então, um meio-zumbi. Todas as vezes que vocês precisavam de comida eu me oferecia para buscar justamente por isso. Eu não queria que nenhum de vocês se arriscassem a sair lá fora com um monte de mortos-vivos perambulando por aí, sendo que podia fazer esse trabalho tranquilo. Tudo o que fiz foi para o bem de você e sua família. E tudo o que eu peço agora, , é que me deixe te tornar um meio-zumbi igual a mim. Eu não vou te tornar por inteira, porque eu te amo. Esse é o único jeito de sobreviver em paz novamente nesse mundo, ao meu lado. E aí, você ainda acredita em mim? Deixe-me tentar te salvar desse mundo horrível em que estamos vivendo. – Disse. Essa era a única esperança que eu tinha. Se ela não aceitasse minha proposta, eu não iria infectá-la. Eu iria seguir a minha vida, mesmo que fosse impossível. Após alguns minutos de silêncio e de lágrimas derramadas por ambos, olhou nos meus olhos e assentiu com a cabeça. A minha alegria naquele momento era difícil de explicar. Fui até ela e juntei meus lábios aos dela e sussurrei em seu ouvido que tudo acabaria bem. Ela, mais uma vez assentiu, e me abraçou apertado. Separei-me dela e suspirei. Abaixei novamente a blusa que havia colocado de novo e senti seu perfume delicioso entrar em minhas narinas. Abri a boca e, por impulso, encostei meus dentes na pele delicada de . Meus dentes apertaram-na e, com muito custo, soltei-me dela. Eu havia mordido o amor da minha vida. caiu no chão, paralisada. Eu sabia que era somente por algumas horas e ela se tornaria um meio-zumbi igual a mim e, então, ela seria minha de novo. Provar do sangue dela fora uma das melhores sensações do mundo para mim, desde que me tornei um zumbi.



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