can i call you tonight?

   %Lee% %Seokmin% voltava para casa após um longo dia de trabalho, ansioso para finalmente deitar em sua cama e ter o seu merecido descanso. Por ter que cobrir Naomi e o seu chefe, o rapaz teve que cuidar da loja praticamente sozinho, então todos os afazeres que eram divididos para três, sobrou apenas para um, e infelizmente havia sido assim por quase um mês.

  Com a chegada do final de semana e a tão aguardada volta dos demais funcionários, %Seokmin% recebeu três dias de folga e mal podia esperar para aproveitá-los da melhor forma: dormindo. Mas, por mais cansado que estivesse, sua cabeça não conseguia parar de pensar em uma certa pessoa e na vontade de vê-la.

   %Olive% e %Seokmin% não pararam de conversar desde que se conheceram há dois meses, descobrindo que possuíam mais em comum do que imaginavam. Também não haviam passado do estágio de segurar as mãos, contudo, o rapaz sabia que aos poucos ia sentindo algo a mais por %Olive%, e o desejo de estar consigo crescia cada vez mais ao mesmo tempo que preferia manter uma certa distância. Ele tinha plena noção do quão controverso era e, por não saber exatamente o que sentia, preferia se afastar, apesar de ser a favor da sinceridade e da conversa. No entanto, %Lee% %Seokmin% não mantinha o próprio plano e sempre mandava uma mensagem para %Olive%, perguntando se ele poderia ligar para ela.

   %Olive% adorava escutar a voz de %Seokmin% pelo telefone, inclusive, ansiava toda noite pela bendita ligação e não escondia o sorrisinho de felicidade ao ver o apelido do rapaz no visor do celular. Sua amiga vivia dizendo para a mulher colocar logo um anel no dedo de %Seokmin%, visto que os dois viviam grudados de certa forma. %Oli% sabia que era emocionada até demais, porém, não daria um passo maior do que seus pés conseguiam, e mesmo que o homem não tenha lhe falado nada, ela compreendia que talvez eles não estivessem na mesma página. Então, pra que apressar um futuro relacionamento?

  Não a incomodava o fato de %DK% – apelido que começou a chamá-lo ao saber que os amigos do rapaz usavam – não estar perdidamente apaixonado por si, tampouco se importava se demoraria; %Cha% %Olive% sabia mais do que ninguém que não é fácil lidar com as vontades do coração, e se for para ser, será, como dizia sua mãe.

  O único porém é que, assim como %Seokmin% e a sua controvérsia, %Olive% não ficaria sentada esperando ele surgir magicamente na frente da sua casa, então, pegando a sua bolsa e seu casaco, ela saiu pelas ruas de Seul e foi em direção de um endereço que decorou em menos de cinco minutos.

   %DK% se via um tanto agoniado por não ter recebido uma resposta de %Oli%. Ao chegar em casa, ele mandou uma mensagem perguntando se poderia ligar para a moça – como fazia em todas as noites – e se viu meio desolado por %Olive% não ter nem visualizado. O rapaz pensava e repensava na mulher e no que sentia, chegando a uma quase conclusão e se julgando por ter dito que sempre ficaria a uma ligação de distância ao mesmo tempo que queria se distanciar. A sua confusão teria o seu fim mais cedo ou mais tarde, e ele rezava para que fosse o mais cedo possível.

  O seu celular tocou, mostrando no visor o nome que tanto queria ver e atendeu prontamente, escutando a voz de %Oli%:

  — Eu já não falei que você pode me ligar quando quiser? — A garota riu baixinho. — Não é como se eu fosse a pessoa mais ocupada do mundo!

  — É o costume. — Ele sorriu. — Como você está?

  — Bem, e você? Aproveitando a folga?

  — Cansado. — Mas ouvir sua voz faz todo o cansaço passar, pensou %Seokmin%, se impedindo de falar. — Desculpa pelo nosso único contato ser por mensagem ou ligação, eu…

  — %Lee% %Seokmin% — %Olive% parecia um pouco brava, e talvez realmente estivesse —, não precisa se desculpar por isso, pelo amor! Você se preocupa com algumas coisas que não tem a menor necessidade. Inclusive, já que tocou nesse assunto, andei pensando e…

  — Andou pensando no que? — O rapaz se sentia ansioso o suficiente para achar que a mulher não estava mais interessada nele e, conforme ela prosseguia com o seu mistério, ele começou a andar pela sala, tentando se acalmar.

  — Que você não precisa se sentir pressionado a chegar em uma conclusão rapidamente. Sabe, eu não vou a lugar nenhum, e tudo bem se não corresponder aos meus sentimentos. Continuarei estando a uma ligação de distância, independente do nosso status. Ah! E mais uma coisa: teria como você descer? Soube que tem uma entrega especial para você na entrada.

   %Lee% %Seokmin% sentia todas as suas preocupações se esvaindo ao ver %Cha% %Olive% parada em frente a porta, com um lacinho de presente na cabeça e um sorriso que o fazia ter as tão famosas borboletas no estômago.

  — Eu queria fazer uma surpresa. — %Oli% continuou parada no mesmo lugar, sem saber se dava um passo em direção ao rapaz. — E a verdade é que eu estava com saudades. Desculpa por ter vindo sem avisar.

  A garota sorriu levemente sem graça, afinal, tinha acabado de falar para %DK% não se sentir pressionado e apareceu sem aviso prévio no local onde ele morava. O lacinho de presente foi uma ideia de última hora, mas que agora não tinha certeza se havia sido uma boa ideia.

  Pronta para se desculpar mais uma vez, ela foi surpreendida por %Seokmin% com um abraço tão apertado que mal conseguia respirar. %Olive% gargalhou, retribuindo o gesto assim que se ajeitou nos braços do outro, sentindo o calor e o cheiro adocicado do perfume dele.

  Definitivamente esse era um abraço que não queria precisar abrir mão futuramente.

  O rapaz queria parar o tempo e gravar esse momento para sempre, sem ter medo de esquecê-lo um dia. Se ele possuía alguma dúvida há quinze minutos, agora a única certeza que tinha era de que estava apaixonado por %Cha% %Olive%.

  Eles se separaram em uma distância perfeita para se entreolharem por longos segundos antes de juntarem seus lábios em um beijo calmo e gostoso, desejado por ambos nesse exato momento.

  — Eu gosto de você. — %Seokmin% sorriu, a puxando para si novamente.

  — Eu também gosto de você. — Ela se acomodou no abraço, o apertando mais.

  — E eu adorei o presente.

  — Que bom, né? — %Olive% o encarou com um sorrisinho sapeca. — É todinho seu.

  — Hum… — Ele colou suas testas, sussurrando: — Quer dizer que você é toda minha?

  — Achei que já estava óbvio, %Lee% %Seokmin%.

  Os dois selaram os lábios de novo e de novo, iniciando mais um capítulo em suas vidas que seria recheado de amor e muitas ligações.