Buttons
Escrito por Roberta e Marina | Revisado por Natashia Kitamura
Buttons, por The Pussycat Dolls
“Querido aniversariante, feliz aniversário! Se quiser seu presente... Tente me pegar. .”
Eu não sabia se aquilo era brincadeira dela, ou se era real. gostava de piadas. Eu não. Dia 15 de abril, era meu aniversário de 18 anos, meus amigos fecharam uma boate pra festa, convidaram pessoas que eu nunca havia visto na minha vida, mas que pareciam me amar a partir do momento em que entraram ali. era uma participante do meu querido grupo de melhores e únicos amigos, mas obviamente eu não queria ser só amigo dela, ninguém jamais iria querer simplesmente como uma amiga. Muitos garotos tinham a chance que eu sempre quis, mas nunca tive, sair da friendzone não era algo muito fácil, pra ela eu era simplesmente “ seu amigo”. Amigo. Eu odiava aquela palavra.
Foi assim desde que me lembro, nós conhecemos no primeiro ano do ensino médio quando ela entrou na escola.
“- E aí, garotinho, meu nome é , posso sentar aqui?” foi o que ela me disse, ao invés de: “- E aí, meu nome é , quer dar uns amassos?” ou “- E aí, meu nome é , não se aproxime muito de mim ou vai acabar se apaixonando mas jamais vai ser mais que um amigo”.
Ok, eu sabia que aquilo era impossível de se falar num primeiro dia de aula, mas e daí? Um aviso teria sido bom. Mas eu não tive isso.
era aquele tipo de garota que todo mundo gosta, bonita, inteligente, sexy, as pessoas queriam ter ela por perto, ao contrario de mim que me isolava de proposito porque na realidade era eu que não gostava de ter pessoas por perto. Mas quando aquela garota apareceu e resolveu de primeira se tornar logo minha amiga, as pessoas acabaram começando a tentarem se dar bem comigo, pra quem sabe se dar bem com . Não foi algo muito fácil de se lidar, o que me fez no começo realmente odiar aquela garota.
“ é a garota mais ridícula e egoísta que alguém jamais possa encontrar.”
E esse era o eu do primeiro ano, alguém que preferia ficar sozinho ouvindo musica a estar perto de uma garota completamente linda e popular, por quê? Não me pergunte, eu não sei. A única coisa que sei é que felizmente eu mudei.
E talvez isso não fosse algo para se comemorar.
Se eu não tivesse me acostumado a ela e simplesmente continuado a odiá-la ela certamente teria desistido de ser minha amiga e eu estaria sem esse problema todo de “Só amigos”.
Mas e minha vida sem , como seria?
Seria uma merda. Obrigado pelo lembrete querida consciência.
Eu preferia viver com sendo só amigo, do que viver sem ela.
Mas aquele bilhete, aquele bilhete entregue para mim por uns dos garçons da noite, fez meu coração se encher de esperanças, enquanto minha cabeça começava a ir longe, imaginando o que ela realmente estava querendo me dizer com ele. Talvez nele estivesse minha chance, minha única chance de conseguir algo com ela. Uma musica começou a tocar, fazendo as garotas perto de mim pulares das cadeiras e se direcionarem a pista de dança. Não entendo muito bem o que as musicas causam nas pessoas, em algumas o individuo não levanta nem o dedo, em outras é como se tivessem injetado litros de cafeína na veia da pessoa e ela não conseguisse parar de mexer os pés. Mas por incrível que pareça, aquela musica acabou mexendo comigo também, fechei meus olhos permitindo que minha mente me levasse novamente a mais uma nova fantasia.
- – pude ouvir chamarem meu nome, uma voz já muito conhecida por mim. Levantei a cabeça encarando a garota poucos metros de mim. Seus cabelos soltos por cima de seus ombros, a roupa que ela usava não era nada recatada, como eu já esperada de , ela usava um top preto tomara que caia, uma calça legging de couro realmente apertada, um salto alto preto e uma blusa formal branca aberta nos cinco primeiros botões. Seus olhos brilhavam sob as luzes do local enquanto a mesma começava a andar pra longe, logo sendo seguida por mim. Ela andava no meio das pessoas, quase sempre se virando e olhando pra trás pra ver se eu ainda a seguia, ela mexia nos cabelos e dançava discretamente em quanto caminhava, mas obviamente cada passo dela pra mim era o maior movimento do mundo. Ela entrou por uma porta então, onde se encontrava um cômodo com diversas cortinas de miçangas douradas, dividindo o lugar em vários corredores. Ela entrou em um, passando as mãos pelas pedrinhas e me encarando por praticamente todo o percurso, assim se virando e entrando em outro corredor, logo em frente ao que eu ainda estava, parando de frente para aonde eu estava, levantei minhas mãos, tocando as dela indiretamente, mantendo a cortina entre nós, ela sorriu, assim continuando a andar. Um dos caminhos levados pelas cortinas dava num extenso corredor escuro, iluminado somente por algumas luzes que conseguiam escapar do salão principal. A musica continuava alta e fazia as paredes praticamente pulsarem junto. Ela parou então, encostando numa das paredes, sendo alcançada por mim. Espalmei minhas mãos uma de cada lado de sua cintura, me aproximando da garota o máximo de pude, roçando meus lábios em seu pescoço, ouvindo-a rir. Pra ela aquilo era somente uma grande brincadeira... Eu brincaria junto então. Apertei sua cintura beijando seu pescoço, sentindo a pele de seu pescoço se arrepiar e logo em seguida senti suas mãos em meu pescoço, me puxando pra mais perto, logo antes de meu corpo ser empurrado para longe, enquanto ela sorria e novamente começava a se distanciar.
Era um lugar com três sofás redondos, em um deles um casal se beijava, mas . não pareceu se importar muito com isso.
- Vamos parar de andar quando? – perguntei encarando a garota que atravessava sofá por sofá com uma expressão completamente divertida. – Não vai me responder mesmo?
A garota fez que não com a cabeça enquanto mordia seus lábios, passando pelo sofá com o casal, tomando cuidado para não interrompê-los, eles não pareceram nota-la ali. Ela riu então me encarando enquanto passava por entre os sofás, diferente dela, e quando eu estava quase próximo, ela me deu um último olhar e voltou a andar.
seguiu em direção às escadas, mas antes que ela pudesse alcança-las, segurei seu braço e a puxei novamente para perto de mim, suas mãos envolveram minha nuca e pude sentir suas unhas arranharem minha pele enquanto sua boca ia em direção à minha e ela mordia meu lábio inferior, logo sorrindo para mim e se afastando mais uma vez. Eu deveria tê-la agarrado ali mesmo, mas tudo bem, eu tenho paciência. Quando finalmente alcançou os primeiros degraus, virou-se para mim e fez um gesto com uma das mãos, me chamando para subir com ela, então obedeci. À medida que subíamos, ela me provocava ainda mais, rebolando toda vez que alcançava mais um degrau, as longas escadas me fizeram repensar o assunto de ter paciência. Alcancei o mesmo degrau em que ela estava e segurei em sua cintura por trás, acabando com todo o espaço que existia entre nós dois, comecei dando leves beijos em seu pescoço, mas se soltou novamente, rindo baixo e continuando a subir e rebolar.
Chegamos ao final das escadas que dava em um corredor vazio, não havia nada nem ninguém, além de várias portas que davam em diferentes quartos para as pessoas que estão na boate alugarem e, bom, essas coisas. pegou minha mão e me puxou pelo corredor, até chegarmos no final. Em uma das portas havia um par de sandálias de salto que deduzi serem de quando ela foi na direção deles e abriu a porta, levando-os para dentro. Fiquei paralisado por um momento, tentando processar tudo que aconteceu no tempo de uma musica.
- Não vai entrar? – Ela perguntou e entrou novamente no quarto, sem me esperar.
Entrei no quarto e ela já estava deitada na cama, olhando para mim com um sorriso que conseguia ser mais malicioso do que o olhar.
- Fala sério, por que me trouxe aqui? – perguntei rindo encarando o quarto a minha volta.
- Você é o aniversariante do dia, 18 anos não se faz sempre, você precisava de um presente no qual jamais fosse esquecer – Ela disse me encarando seriamente.
Eu me virei para a cômoda que se encontrava ali, ficando de costas para , observando os objetos dali.
- Mas pra que todo esse vaivém? Não podia ter me entregado o presente lá em baixo mesmo? – perguntei mexendo em uma estatueta de bailarina que estava depositada ali.
- Você não iria gostar se eu tirasse a roupa na frente de todo mundo iria?
- Mas por que você... - e de repente meu coração deu um pulo, finalmente percebendo o que ela queria dizer, quase deixando a estatueta cair – , o que...
Quando me virei para a cama, a garota já se encontrava de pé, sem a legging, somente com a blusa formal meio aberta e o top preto, ela começou a abrir sua blusa, botão por botão, até que a mesma estivesse completamente solta, deixou que a blusa escorregasse por seus braços e caísse no chão, enquanto lentamente caminhava até mim.
- Sei que sonha com isso desde nos conhecemos... – ela disse sorrindo, chegando até mim – Então pensei, porque não dar a ele o que ele sempre quis?
- eu... – tentei começar a falar, mas fui interrompido pela garota, a centímetros de mim. Ela colocou as mãos no meu pescoço, eu podia sentir seu hálito quente, seu solhos me encaravam com um brilho intenso.
- Happy birthday to you... Happy birthday to you... – ela começou a cantar enquanto roçava o nariz e a boca em diversas áreas do meu rosto, até finalmente voltar a me encarar. – Feliz aniversário .
- ? ZACK? – uma voz gritou me fazendo abrir os olhos, me deparando com uma sorridente a minha frente. – Sonhando acordado? – Ela perguntou rindo enquanto as outras milhares de vozes e as fortes luzes me faziam perceber que tudo aquilo não havia passado de uma simples fantasia do meu cérebro. Maravilhoso. Pensei.
- Ah, oi – cumprimentei fingindo um sorriso, ainda decepcionado com a realidade na qual eu me encontrava.
- Feliz aniversário amigão, como se sente com 18 anos? – ela perguntou atravessando o braço por meus ombros e começando a andar comigo daquele modo.
- Do mesmo modo que me sentia com 17 – respondi sem emoção.
- Chato – ela disse se pondo na minha frente. –, mas tenho certeza de que a festa vai ser ótima pelo menos – ela comentou sorrindo enquanto um homem loiro se aproximava dela, se afastou de mim para conversar com o mesmo, cheia de sorrisos e toques nos braços fortes do moço, eu sabia quem era ele. A nova vitima da noite, o novo cara de , ele não era eu.
Ela se afastou dele e se aproximou de mim.
- Ei, recebeu meu bilhete? – ela perguntou baixo, sorrindo.
- Sim – respondi sem animação.
- Ótimo, agora vou ter que ir com o grandão ali – ela disse apontando para o loiro a nossa frente, que parecia esperá-la.
Eu nunca serei ele. Pensei. Era impossível aquela fantasia ou qualquer outra que eu já tivera com se realizar algum dia, ela era , e eu, somente eu.
Esse mesmo motivo me levava a pensar que nunca teríamos nada na minha vida, e ainda provava que eu estava certo sobre esse pensamento...
- Mas como eu disse no bilhete, se quiser seu presente vai ter que me pegar, ou seja, assim que eu me livrar daquele cara grudento e estranhamente sem noção, nosso caça ao tesouro vai começar.
Mas às vezes alguns milagres acontecem...
- Caça ao tesouro? – perguntei erguendo uma sobrancelha. – Qual meu tesouro?
Talvez eu realmente estivesse certo, talvez, nada jamais aconteceria entre nos dois...
- Você vai descobrir – ela sussurrou no meu ouvido, logo antes de morder o lóbulo do mesmo e me encarar – Esperar às vezes vale a pena, e hoje, pode acreditar, eu vou fazer valer a pena cada instante, afinal, 18 anos não se faz sempre, e você precisava de um presente no qual jamais fosse esquecer.
...ou talvez não.