Butterflies
Escrito por Isa | Revisado por Angel
- ? - chamei por assim que cheguei em casa na sexta-feira à noite. Ele estava ficando por lá pelo final de semana, já que ele, , e haviam decidido passar alguns dias em Londres, sendo que era para eles estarem em Los Angeles. Às vezes eles levavam muito a sério isso de "final de semana de folga".
- Tô no quarto, ! - deixei minha bolsa em cima do sofá, tirando os sapatos enquanto caminhava (e tentava me equilibrar) até meu quarto. A porta estava aberta e entrei sem fazer barulho, apoiando-me na lateral do guarda-roupa e observando calçar seu all star preto. Sorri comigo mesma, pensando como ele havia mudado desde quando nos conhecemos em um acampamento de verão, há sete anos.
- Posso saber aonde você vai todo bonito desse jeito? - perguntei em meio ao mesmo sorriso que não conseguia desfazer. Estar perto de era a coisa mais fácil do mundo, como se eu me sentisse mais confortável e protegida.
olhou-me com uma sobrancelha arqueada, mostrando-me o dedo do meio. Rolei os olhos, caminhando até minha cama e sentando-me ao seu lado. Ele continuava me encarando da mesma forma, fingindo estar bravo. Às vezes ele se achava muito fodão e mal sabia que isso o fazia mais fofo.
- Vou sair com o Thomas e uma galera. - mencionou o nome do amigo que eu conhecia e eu assenti, sentindo um friozinho gostoso na barriga quando mantive contato visual com ele por mais tempo do que o necessário. Desviei meu olhar para nossos pés, esperando que aquela sensação passasse para que eu pudesse voltar a falar.
- E nessa galera tem menininhas? - o olhei sugestiva e ele riu, deitando-se na cama de barriga pra cima.
- Tem uma menininha. - sua voz saiu mais rouca e eu optei por não olhá-lo. Percorri meu quarto com os olhos, vendo que ele já tinha tomado conta do mesmo. Algumas camisetas estavam espalhadas pelo chão perto da sua mala aberta, junto com uma de suas calças jeans que eram mais apertadas do que as minhas. Sem contar o seu perfume, que já tinha predominado no local, substituindo o meu próprio.
- E essa menininha é sua paquera? - senti me dar um tapa na cabeça, puxando-me pelo braço em seguida para me deitar junto com ele. Deitei-me de lado, enquanto ele permaneceu encarando o teto. Seus olhos estavam brilhando e, ali de pertinho, eu conseguia ver alguns pelos formando uma barba rala.
- Você tá falando como minha mãe. – ele fez uma pausa dramática – E isso não é legal.
- Cala a boca, rabugento. – o cutuquei com o joelho e voltou a sorrir. – Mas me conta mais dessa menina aí. – ele suspirou, umedecendo seus lábios, enquanto eu acompanhava cada movimento com o olhar.
- Ela é legal, bonita, é engraçada... - conforme falava, ele numerava com os dedos. E pela forma como falou, eu sabia que tinha algum porém.
- Mas...? - indaguei e, no mesmo instante, me olhou. Ele abriu a boca pra falar algumas vezes, mas suspirou, tornando a olhar para o teto.
- Você vai me xingar. - afirmou, fazendo careta.
- , fala logo. - o cutuquei na cintura, que se contorceu um pouco com cócegas. - Se você não falar eu também vou te xingar. - riu, deitando-se de lado também. Eu conseguia sentir sua respiração bem próxima a minha e aquele friozinho na barriga voltou. Era uma sensação estranha, dessas que incomodam um pouco, mas que são boas de sentir ao mesmo tempo. Eu constatei ali que poderia sentir aquilo para sempre, de tão bom que era.
- Ela é muito pra mim, entende? - fez careta e eu revirei os olhos. Já conhecia aquela história e ele realmente tinha razão: eu ia xingá-lo.
- Puta que pariu, ! - alterei o tom de voz - Toda vez que você conhece alguma menina legal, você vem com a mesma história! - sentei-me na cama, ainda olhando brava para ele.
- Mas é a real, ! - agora ele gesticulava enquanto falava. Quando ele ficava nervoso, ele tinha essa mania de falar com as mãos mais do que permitido por lei. - Eu sei que não sou bonito, sei que ela vai prestar atenção em diversos outros caras e só depois, talvez, me notar.
- Você precisa parar com essa sua síndrome de feiura, cacete. - briguei, com o dedo apontado em direção a ele.
- Não é síndrome, porra, é verdade. - também sentou na cama, ficando de frente pra mim. - Quando eu tô com o , por exemplo, a atenção é toda dele!
- Claro que não. Você tem sua atenção também. - abaixei meu tom de voz, tentando fazer se acalmar. Ele já estava gritando e, por mais que eu ficasse puta quando ele começava com esse assunto, eu sabia que isso o incomodava bastante.
- Uma vez em um milhão... - disse com a voz baixa, como se fosse uma criança de oito anos admitindo que sim, tinha quebrado o vidro da casa da vizinha com uma bola de futebol.
- , olha pra mim. - segurei em suas mãos, observando-o levantar sua cabeça lentamente, fixando seu olhar no meu. Umedeci os lábios, voltando a falar - Você não tem ideia de como é bonito. E não só por fora, mas por dentro também. As pessoas gostam de ficar perto de você, de ter sua companhia para qualquer coisa. Você nunca reparou, porque essa sua idiotice não deixa, mas várias fãs comentam entre cochichos em como você é mais lindo ainda pessoalmente e como elas queriam fazer loucuras na cama com você! - riu fraco, apertando minhas mãos nas suas. Nunca tinha sido tão fácil (e sincero) admitir isso para ele.
- Eu tô parecendo uma menininha, não tô? - ele fez careta novamente e eu ri, soltando minhas mãos para tocar seu rosto.
- Uma linda menininha. - sem entender o porquê, fechou os olhos com o meu toque e eu retirei minha mão imediatamente em reflexo. voltou a abri-los, visivelmente confuso, assim como eu. Nós ficamos nos encarando por alguns instantes, sem conseguir desviar o olhar. A sensação de formigamento que eu tinha na barriga começou a percorrer todas as outras partes do meu corpo, como se borboletas dançassem dentro de mim. Minha boca já estava seca e o silêncio já estava começando a me incomodar um pouco. Quando eu pensei em abrir minha boca para fazer alguma piada infame, senti colocando sua mão no meu pescoço e puxando-me para perto, colando seus lábios nos meus.
Nos beijamos calmamente, porque talvez ele também não estivesse entendendo muito bem o que estava acontecendo ali. Apoiei minha mão na sua nuca, aprofundando o beijo um pouco mais, no mesmo instante em que ele me deitou na cama, ficando por cima de mim. cortou o beijo por curtos instantes, apenas para me olhar e acho que se certificar de que eu era realmente eu. Nossos lábios voltaram a se encontrar com mais urgência, como se agora fossem dependentes um do outro. Coloquei minhas mãos por dentro da camiseta dele, passando as unhas levemente por suas costas, sentindo-o se contrair e arfar com o meu toque. desceu suas mãos da minha cintura para minha coxa, apertando-a e grudando nossos corpos um pouco mais. Mordi seu lábio inferior para conseguir respirar um pouco, pois já não respondia mais pelos meus atos. Se me perguntassem meu nome agora, não saberia responder.
moveu seus lábios para a orelha e logo em seguida para o meu pescoço, fazendo-me reprimir um grunhido. Por mais que estivéssemos sozinhos, eu tinha a sensação de que estávamos fazendo uma coisa proibida. Minhas mãos agora, ainda dentro da camiseta dele, estavam em seu abdome, percorrendo toda a região. Voltamos a nos beijar ainda com mais desespero, sem saber onde colocar as mãos, onde tocar primeiro. E como se o universo também achasse que nossa indecisão (e curiosidade) já tinha sido um grande abalo sísmico, o celular de tocou em alto e bom som dentro do bolso da sua calça jeans, fazendo-o sair assustado de cima de mim e rolar na cama, deitando-se ao meu lado. Com a respiração falha, atendeu ao telefone.
- Thomas. - disse lentamente, tentando manter o controle da voz. - Que péssima hora. - tentei controlar o riso e a minha respiração, passando as mãos pelo meu cabelo. pediu para que Thomas esperasse um pouco e levantou da cama, andando até a porta e saindo do quarto. Fechei os olhos, mordendo os lábios e tentando vasculhar meu cérebro atrás de respostas prontas para qualquer pergunta que ele fizesse quando voltasse. Levantei da cama também, indo em direção ao banheiro. Quando passei pelo corredor, vi andando de um lado para o outro ainda falando com Thomas. Entrei o mais rápido que consegui no banheiro, apoiando-me na pia e encarando meu reflexo no espelho, que provava a confusão estampada na minha expressão. Olhei para pia, vendo que havia deixado sua escova de dente dentro de um potinho junto com a minha.
Escutei alguns passos e quando levantei a cabeça para me preparar para o pior, me abraçou pela cintura, apoiando seu queixo no meu pescoço. Fechei os olhos, inalando seu perfume e tentando manter a razão.
- Você vai se atrasar. – disse baixinho e me virou de frente para ele, grudando nossas testas.
- Eu não vou a lugar nenhum. – respondeu no mesmo tom e eu sorri, timidamente.
- Que porra que aconteceu com a gente, ? – externei a única pergunta que não saía do meu pensamento. Ele gargalhou, separando-nos do abraço e recostando-se na parede. Aproveitei e sentei-me na pia, me sentindo um pouco mais aliviada por ter quebrado aquela tensão.
- Eu comentei com o há duas semanas se ele não tinha reparado como você tinha ficado mais bonita. – disse timidamente, olhando para seus próprios pés. – E ele me disse uma coisa que me fez ficar pensativo.
- O que ele disse? – perguntei assim que seu olhar encontrou o meu.
- Que ele tinha reparado em como eu não parava de falar sobre você. Em como em todos os nossos assuntos, eu chegava de algum jeito no seu nome. - soltei uma risada fraca e franziu as sobrancelhas em dúvida.
- A me disse a mesma coisa semana passada. – confessei, mas ele continuava confuso.
- Que eu não parava de falar de você?
- Não, seu burro! – dei risada – Que eu não parava de falar de você. E nós conversamos sobre isso que eu vinha sentindo.
- Isso o quê? – ele tinha um sorriso divertido nos lábios, um sorriso simples e fácil, que me fazia sentir vontade de abraçá-lo.
- Essas... Borboletinhas? – fiz careta, vendo concordar com a cabeça, voltando a se aproximar de mim.
- Bom saber que a menininha agora é você de novo. – apoiou suas mãos na pia, uma de cada lado do meu corpo, ficando com seu rosto da altura do meu.
- Agora você acredita que eu estou sendo sincera quando eu falo que você é um dos caras mais lindos que existem? – passei minhas mãos por seu pescoço, juntando mais nossos corpos, com minhas pernas ao redor da sua cintura.
- Um dos caras? Com quantos eu tenho de competir? – sua voz soou afetada, fazendo-me rir, jogando a cabeça para trás. aproveitou o momento e depositou um beijo no meu pescoço.
- Com ninguém. – sussurrei e ele grudou nossos lábios, trazendo as borboletas de volta e arrepiando os pelos do meu corpo. Para o meu azar, ele percebeu isso em meio ao beijo e o parou. segurou meu braço e eu o puxei de volta, passando a mão por ali para abaixar os pelos.
- Eu tenho todo esse efeito em você? – disse convencido e eu dei um tapa no seu braço, que doeu pela expressão que ele fez.
- Não começa a se gabar! – ele riu, voltando a me abraçar.
- ... – sussurrou. – Eu sei que talvez é meio estranho perguntar isso agora, mas eu preciso...
- Fala. – incentivei, afastando-me um pouco para olhá-lo.
- Como que a gente fica? Tipo... A gente continua ficando? Ou tipo, você não quer levar isso adiante, ou sei lá... Quer ficar assim. – ri da sua confusão, puxando-o para perto novamente.
- Vamos devagar, ok? – ele concordou – Não vamos nos desesperar a ponto de querermos ir para Las Vegas nos casarmos amanhã. Vamos com calma, vamos viver um dia por vez.
- E nesses dias... – um sorriso malicioso tomou conta do seu rosto – Eu vou poder te beijar sempre que eu quiser?
- Só se você for um bom menino. – sorri antes de voltar a beijá-lo. Mesmo de olhos fechados, eu sabia que ele também estava sorrindo em meio ao beijo. Algumas borboletas agora rodopiavam dentro de mim, acelerando também os batimentos do meu coração.
- Borboletas? – perguntou em meio ao beijo, provavelmente sentindo a aceleração dos meus batimentos. Concordei com a cabeça e ele cortou o beijo, apoiando nossas testas. – Te incomodam?
- Não. – sorri – Posso passar o resto da minha vida sentindo isso que não vou me incomodar.
- Que bom. – ele beijou o canto dos meus lábios delicadamente – Porque eu também pretendo te fazer sentir isso por um bom tempo. – me abraçou, afundando seu rosto no meu pescoço, fazendo um carinho gostoso em meus cabelos enquanto minhas borboletas faziam festa dentro de mim, especialmente dentro do meu coração.