Capítulo único
Tempo estimado de leitura: 5 minutos
Sexta-feira. 9 p.m., Londres – casa do James.
- Ok. – Charlie falou na soleira da porta da casa branca que James ocupava. Essa palavra servira para duas coisas, a primeira: Charlie concordar que aparecia no outro dia para o ensaio lá pelas oito horas da manhã. A segunda: a despedida.
James sorriu e falou um tchau animado. O dia tinha sido ótimo. Ensaiaram o dia todo, desde às oito. Estavam muito empolgados com a ideia de um terceiro álbum.
Charlie mexeu a cabeça, o que James entendeu como um assentimento de despedida, e o mais alto lhe deu as costas.
Quando Charlie fechou o portão branco a porta se fechou e a única luz que Charlie tinha para lhe guiar até sua casa era os lampiões da rua.
A casa do baterista não era longe da do guitarrista. Apenas três quadras. Nem compensava pegar o carro.
Quando Charlie chegou ao meio do caminho, na segunda quadra, achou ter ouvido um suspiro pesado. Charlie ficou tenso e sentiu as mãos se fecharem dentro dos seus bolsos. Tentando demonstrar a tensão no seu jeito de andar ele olhou displicentemente para o lado esquerdo. Nada.
Deu ombros e esticou a perna, pisando no asfalto. Na mesma hora sentiu um braço passar pelo seu peito, segurando fortemente seus braços. Outra mão tapou a sua boca o impossibilitando de falar. Charlie arregalou os olhos e sentiu a respiração falhar.
Seu último pensamento foi que não ouvira suspiro nenhum, fora o som do seu sequestrador soltando exasperadamente a fumaça do cigarro. Porque, sério, o cara fedia nicotina.
Sábado. 9 a.m., Londres – casa do James.
- Tudo bem o cara se atrasar. Sem problemas, sério. Mas uma hora? – Matt explodiu. Há meia hora que ele andava da sala para a cozinha e da cozinha para a sala. Sua indignação crescendo a cada minuto.
- Ele deve ter um bom motivo. – James falou tentando aliviar a pele do baterista.
- Bom motivo ou não, quando ele chegar eu vou esmurrar aquela cara feia dele. – Matt falou revoltando, batendo o punho direito na mão esquerda.
James riu, sabia que Matt não faria nada daquilo.
Ainda mais com o baterista. Quer dizer, era o Charlie.
Sábado. 6 a.m., Londres – algum lugar despercebido da cidade cinza.
- Mfghaklj. - Foi a única coisa que saiu da boca do baterista quando ele tentou falar assim que acordou.
- Nossa princesa acordou. – A tentativa de gracinha foi péssima. Charlie não riu, até porque ele nunca ria dessas brincadeiras – só quando ele fazia – e olhou ao redor tentando achar o cara que falara.
- Ôh, ele não achou graça. – Outra voz falou, fazendo Charlie virar o pescoço.
- Não. Muito mal, Charlie, muito mal. – Outra voz falou, fazendo Charlie rolar os olhos e parar te tentar achar aquelas pessoas idiotas.
- Então Charlie. – O baterista, sem mexer a cabeça, olhou à sua direita. Sabia que os passos vinham de trás, à direita. – Vamos conversar.
Com um único puxão, Charlie sentiu a fita que cobria sua boca ser arrancada com violência. O baterista conseguiu segurar o berro de dor, mas foi inevitável ficar vermelho.
- Qual é o seu nome? – Uma das vozes chegou antes do dono, mas o homem baixo, gordo, de cabelo e barba pretos não tardou em aparecer.
Depois disso os outros começaram a fazer perguntas toscas, soltando risadas ainda piores.
- Sabe, vocês são bem idiotas. – Charlie falou por fim, quando o repertório de babaquice acabou.
- Não está com medo, Simpson? – O loiro alto perguntou indignado.
- Não está gostando das nossas brincadeiras? – O loiro menor perguntou fingindo-se chocado. – Queríamos que você sentisse semelhança com a Busted. – A banda foi pronunciada com certo nojo.
- Semelhanças? – Charlie não conseguiu não rir. – Dois loiros idiotas nunca vão ser semelhantes ao James e você. – Charlie olhou para o moreno. – Por mais gordo que o Matt possa ficar nunca vai conseguir imitar sua forma de baleia. Agora, o que vocês querem?
- Queremos ser conhecidos. Famosos. – O moreno falou tentando não pular no baterista, que agora seria vocalista.
- Queremos você na nossa banda. – O mais alto avisou.
- Vocês tem banda? – Charlie perguntou surpreso. Então um sorrisinho maroto surgiu. – ‘Agora com vocês, senhoras e senhores, Bala e os dois Palitos, tanananaam’.
Charlie riu da própria piadinha, nem quando o moreno fez menção de pular no seu pescoço ele parou de rir.
- Simpson, não tem realmente graça. Você vai sair da Busted. Não sei como, só sei que vai ser logo.
- Por que vocês acham que eu faria isso? – Charlie perguntou. Assustou-se ao ver que estava conversando com aqueles caras quase normalmente.
- Isso. – O loiro menor ergueu a camisa e Charlie viu uma coisa preta que, assustado, ele supôs ser uma faca. O moreno também ergueu a camisa, Charlie forçou a vista, o revólver era quase invisível no meio de tanta banha.
- Você vai acabar com a Busted e vai cantar na nossa banda. – O loiro alto falou. – Se você não aceitar por bem, podemos te conversar com uma pequena surra.
“Liguem para o Fletch. Busted acabou.”
James não acreditou quando ouviu Matt lendo a SMS, mas sabia, pela cara do baixista, que aquilo não era uma brincadeira. Sabia também que Matt seria capaz de realmente esmurrar Charlie naquela hora.
n.a.: (12/04/2012) E aí povo do inferno? –culpadoJames-
Eu realmente não gosto dos caras que tocavam com o Charlie na Fighstar, agora eu realmente os odeio.
Fanfic curta, só pra eu me inspirar na parte II (espero que a Minush goste hehehe)
É isso, comente para não ser sequestrada por seus caras idiotas.
(20/06/2012) Acho que se não fosse para colocar Busted como tema eu nunca enviaria essa fanfic ‘-‘, só comentando. Minush, vou trabalhar na parte II.
Anne, tenho uma boa defesa para o Charlie agora, hehe.