Bus Driver

Escrito por Daysiane Damascena | Revisado por Andy

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  Atrasada como sempre. Meu curso iria começar às 15h30min e já era 15h15min. Mas, enfim, graças à vontade dos céus, o ônibus estava vindo. Desconectei meu fone do celular e o guardei na bolsa, peguei o dinheiro da passagem e dei sinal para que o ônibus parasse. O ônibus parou, subi as escadas e ao passar pelo motorista, suspirei como fazia todas as vezes que o via. Ele não era um astro de cinema, porém, era bonito e sexy ao seu modo. Tinha cabelos castanhos, num corte bagunçado, a musculatura do queixo quadrada, olhos castanhos-mel, boca carnuda, num formato de “M” no lábio superior. Dentes alinhados e extremamente brancos, costas largas, alto, branco, com um sorriso pra lá de sensual, deixando um rastro de sarcasmo, ironia e cinismo, ou seja, pacote completo. Seus braços merecem também certa admiração, bíceps, tríceps e tudo que tenha “ceps”, um tanto musculoso, mas parecia ser natural. Aparentava ter seus trinta a trinta e dois anos.
  Como era sábado, não tinha cobrador, já que a movimentação dos passageiros nessa linha era menor. Mas ele trabalha em duas linhas, uma no meio da semana e em outra nos finais de semana. Entreguei ao motorista o dinheiro, já que era ele quem cobrava, evitando seu olhar, tanto por vergonha, quanto pelos pensamentos pervertidos que passavam em minha cabeça. Passei a catraca e só havia um passageiro. Sentei no fundo do ônibus. Uns três pontos depois, entrou três pessoas, o que foi bom, assim eu parava de ficar olhando o motorista pelo retrovisor.
  Ah! Um perfeito deus grego! Tinha que me controlar para manter a sanidade. Desci do ônibus, no meu ponto às pressas. Cheguei ao curso faltando cinco minutos para as quatro. A secretária me lançou um olhar mais que irritado. Fingi que não vi, ergui o queixo ao passar por ela e entrei na sala.

***

  Estudar e trabalhar na semana e depois fazer curso no final de semana era desgastante. Saí do curso e fui esperar o ônibus. Depois de meia-hora, o ônibus chegou. Já tinha anoitecido. Dei sinal, o ônibus parou e eu subi os degraus pegando o dinheiro. Levantei os olhos, e era aquele bendito motorista, de novo! Era muito para a minha sanidade. Ele me encarou, fazendo uma pergunta com os olhos, tipo: “Você de novo?”. Fingi que não vi e lhe entreguei o dinheiro. Ele liberou a catraca e eu passei por ela.
  Tinha até um número considerável de pessoas dentro do ônibus para aquela linha, já que, como disse, quase ninguém ia para aquele lugar. Sentei e coloquei o fone no ouvido. Dei uma olhada no retrovisor e vi que o motorista me olhava de forma bastante assustadora. Ele devia não gostar nadica de mim e eu pensando bobagens com ele. Olhei minhas músicas no celular, procurando alguma coisa boa de ouvir. Coloquei primeiro a do Ed Sheeran, “Homeless”, depois dessa eu colocaria a do Avicii, “Hey Brother”, que eu amava.
  O ônibus andou alguns metros, onde parou num ponto e todo mundo desceu, como de costume. Como já disse, aquela linha era vazia e era só eu que ia quase até o ponto final. Ficamos só eu e o motorista. De vez em quando eu lançava uns olhares furtivos para o motorista, que parecia estar superconcentrado. Ah! Aquele uniforme bem justo em seu corpo sarado e a toalha no pescoço, não precisava de mais nada.
  Voltei à atenção para a letra da música e comecei a cantarolar baixinho.
  - EI MOÇA! – Gritou o motorista. Parecia que ela já tinha gritado algumas outras vezes, pois ele estava meio raivoso. Levei um pequeno susto por ele estar falando comigo. Tirei os fones.
  - SIM? – Respondi ao grito dele com outro grito. Mostrei um pouco de indignação por ele ter falado daquela maneira comigo, já que eu estava com fones, eu não iria escutar, não custava nada ele ter sido menos ignorante ao me chamar. Eu sei, estou fazendo papel de barraqueira, mas ok.
  Ele olhou um pouco assustado pelo meu tom de voz.
  - Me desculpe se meu grito pareceu outra coisa, senhorita, mas você não estava me escutando. – Ele falou, ironicamente.
  - Tudo bem. Mas por que você me chamou mesmo?
  - Ah! É que o fiscal da linha me ligou e falou que terei de mudar a rota, aí eu disse que tinha uma passageira, então ele falou que aconteceu um acidente e que a rota que eu faço estava interditada, que nada podia passar. Algum problema para você?
  - Não. Fazer o quê? Desde que eu chegue em casa, o resto está tudo bem.
  Ele balançou a cabeça e voltou a atenção para o que estava fazendo.
  Recoloquei os fones de ouvido e aumentei até o último volume, onde eu não podia escutar nada. Agora tocava “Dark Horse”, da Katy Perry. Comecei a cantar baixo, fechei os olhos, eu pirava naquela música, a batida, a melodia, tudo, me fazia viajar. Senti algo me cutucando ou alguém, abri os olhos e o bendito motorista estava do lado do meu banco, me encarando. Fiquei sem reação. O que seria agora?
  - Pois não? Vai mudar a rota de novo? Aconteceu alguma coisa? – Perguntei, deixando a irritação transparecer um pouco na minha voz. A coisa que eu mais odiava era quando eu estava escutando uma música boa e alguém me atrapalhava, e ele fazia isso pela segunda vez.
  - Bom, pra mim, tudo está perfeitamente bem. – Ele respondeu de forma maliciosa.
  - Então por que me cutucou, se não era nada?
  - Você e esse seu modo de superior, acha que todos lhe devem explicações e ainda por cima se acha. – Ele falou sarcasticamente. Eu não estava entendendo a daquele cara.
  - Você é idiota? Por que você está falando desse jeito comigo, sendo que não te fiz nada? – Me levantei do banco e o empurrei, ele segurou meus ombros e me jogou no banco. Comecei a ficar com medo.
  - É melhor você ficar sentadinha aí, senão as coisas vão piorar para o teu lado, garota. Eu falo do jeito que eu quiser. Já saquei o seu tipo, fica observando, com cara de quem não quer nada, passa e empina o nariz, olha como se fosse a tal e ainda provoca. Você acha que eu sou besta? Que não percebo que você não para de me olhar? Me provoca com essas suas roupas curtas, faz charminho, depois abaixa a cabeça pra se passar de santa. Só que você se fodeu. Sabe por quê? Porque eu não sou o tipo de cara que aguenta provocações por muito tempo, não tenho a paciência necessária de só olhar sem fazer nada e tem ma...
  Não deixei que ele terminasse, lhe dei um bom tapa na cara. Eu estava atônita. Acabei de ver, aliás, ouvir, que eu tinha um tremendo poder de sedução oculto que eu mesmo desconhecia e só ele percebia. Aquele cara era doido, falando asneiras, coisas que eu não tinha feito. Ele virou pra mim e me empurrou de encontro ao banco, minhas costas bateram com tudo, causando um pouco de dor, já que o peso dele veio junto, fiquei ofegante.
  - Filha da puta! Vou te ensinar boas maneiras, vadia!
  Eu estava apavorada, não sabia o que fazer, o que pensar. Comecei a esmurrá-lo, mas foi uma tentativa inválida, ele era bem mais forte do que eu e mais rápido. Ele segurou minhas mãos com uma mão só. Chutei, mas foi em vão, e só piorou quando acertei o pé, não sei aonde. Comecei a gritar.
  - Cala a boca, porra! Ninguém vai te ouvir aqui! Estamos no meio do nada, não ‘tá’ vendo? E é melhor você se comportar, senão vai ser muito pior! – Ele falou, agarrando meu rosto com sua mão livre, machucando-o e apertando, de forma bruta.
  Ele colou sua boca na minha. Eu não correspondi e vi sua insatisfação. Ele tentou se infiltrar dentro da minha boca, mas eu o mordi.
  - Sua vaca! – Ele me deu um tapa no rosto. O choro estava preso na garganta, eu não sabia o que fazer. Meu Deus! Eu me sentia uma inútil diante da força dele. Ao mesmo tempo em que eu estava com medo, me dava uma raiva tremenda daquele homem.
  - Me solta, seu desgraçado! Me larga! Eu vou te denunciar! – Meu erro. Ele me encarou e começou a gargalhar da minha cara.
  - Vai me denunciar, é? Ah, é claro que você vai, com certeza! Não era isso que você queria, sua vadiazinha? Está reclamando do quê? Eu só realizei suas fantasias. Agora é melhor você cooperar, senão as coisas vão piorar para o seu lado.
  Ele segurou meu rosto e me beijou de novo, mas eu não ia corresponder. Ele era um filho da puta, e eu não ia ceder. Eu via sua frustração e isso me satisfazia, estava sendo forte. Ele parou de me beijar e balançou a cabeça, indignado. “Ele desistiu, venci” pensei, com um pouco de esperança, mas me enganei.
  Embora ele fosse uma tentação e tanta, eu não podia deixar, afinal de contas, isso era um estupro e era horrível. Eu o encarei e ele me encarou, empinei o nariz, mostrando que eu não tinha me rendido. Ele soltou meu rosto, achei que ele estava desistindo, porém com a mão livre, ele entreabriu minhas pernas e se posicionou, mas foi tão rápido que só percebi quando ele já estava lá. Ele só havia se posicionado, me encarou e deu um meio sorriso, o que foi muito sexy. Tentei fechar as pernas, mas não tinha como. Minhas mãos já estavam doendo, pois ele estava as apertando fazia um tempinho.
  - Minhas mãos estão doendo... – Choraminguei tão baixo que achei que ele não tinha ouvido.
  - Que pena, porque eu não vou soltá-las.
  - Por favor! – Pedi.
  - Não.
  - Prometo não fazer nada.
  - Então prove.
  Ele segurou meu rosto novamente e me beijou, para provar que eu não iria fazer “nada”, retribuí, dando-lhe passagem para que sua língua entrasse, mas foi tão bom, que eu não consegui parar. Era com aquele beijo que eu sonhava a um tempinho, aquela boca quente e experiente. Em meio ao beijo eu suspirei e ele sorriu. Soltou minhas mãos e a única coisa que fiz foi agarrar o pescoço dele, que intensificou o beijo. Como era bom e como eu era doida. Ele tinha me chingado, me batido e eu estava ali, quase me entregando. Parei o beijo e ele me olhou sem entender.
  - O que é? Não gostou? – Ele me perguntou.
  Balancei a cabeça, ele encostou a boca dele na minha e não consegui resistir, o beijei. Era muito bom! A mão direita dele estava em minha nuca, ele enfiou a mão no meu cabelo, puxando-o levemente, me fazendo gemer. Como ele conseguia fazer isso comigo? Meu corpo estava me traindo, cedendo as vontades dele. Eu não queria, eu queria. Ah! Eu já não sabia de mais nada. A mão direita dele começou a traçar um caminho lento e torturante em minha perna, me causando arrepios e uns desejos insanos, eu não era desse jeito. A mão dele começou a acariciar minha intimidade, que já estava úmida de desejo por aquele homem, ele riu entre o beijo, eu gemia. Ele puxou minha calcinha, com uma mão só, eu o ajudei a tirar. Seus dedos me torturavam com tanto prazer, ele colocava os dedos dentro de mim e tirava, brincando, achando graça, eu remexia meus quadris, pedindo mais, então ele tirava os dedos e sorria, era muito sofrimento. Ele parecia saber exatamente como me provocar para que eu cedesse, e, tenho que admitir, ele estava ganhando.
  Ele parou, passou o braço pela minha cintura e sentou, me colocando em seu colo. Voltou a me beijar, eu o queria logo dentro de mim, mas eu estava sendo muito fácil, eu tinha que provocá-lo também. Senti seu membro duro embaixo de mim e sorri, ele percebeu, sorrindo também. Puxou minha regata pra cima, tirando-a. Começou a beijar meu pescoço, deixando um rastro de arrepio onde sua língua tocava. Ele beijou abaixo do meu pescoço, na região dos seios. Seus olhos brilharam ao ver as linhas perfeitas dos meus seios. Sei que fui convencida ao falar que meus seios eram perfeitos, mas eram, porque essa era a única região do meu corpo, tirando minha sobrancelha, que eu mais amava, então eu os achava perfeito. Sorri de satisfação ao ver o brilho dos olhos dele. Ele soltou os encaixes do sutiã, deixando-o cair lentamente, torturando-o e o torturando. Ao terminar de tirar meu sutiã, ele suspirou. Por conta do desejo, meus mamilos estavam enrijecidos, ele os tocou, me fazendo gemer de tanto prazer, depois os abocanhou, um de cada vez, deixando meus mamilos molhados, que ao toque do vento fazia percorrer um arrepio até lá embaixo. Me arqueei, me entregando a esse maluco, muito gostoso. Ele sorria, de contentamento. Então ele parou, para a minha infelicidade. Eu estava quase nua, o que me cobria ainda era minha saia. Estava na hora de eu dar um pouco de prazer àquele homem. Saí do seu colo, ele me olhou sem entender. Sorri e abri sua camisa, lentamente, deixando meus dedos encostarem propositalmente em seus músculos bem definidos da sua barriga, e ele se retraía ao meu toque, não por não querer que eu o tocasse, mas sim, pelo tesão que estava sentindo.
  Terminei de tirar sua camisa, comecei a beijar seu pescoço, percorrendo com a língua por onde meus lábios tocavam. Beijei seu tórax lentamente e ele gemia, passei a língua por sua barriga, provocando-o, beijei seu umbigo, depois abri sua calça lentamente e ele gemia. O membro dele era considerável, só pela cueca boxer que ele estava usando dava pra ver. Terminei de tirar a calça dele, deixando meus dedos passarem por cima do membro dele propositalmente, fazendo-o gemer mais ainda. Por cima da cueca boxer, comecei a masturbá-lo. Ele praticamente urrava, dizendo o quanto era bom. Eu ria por tê-lo deixado tão indefeso e submisso às minhas vontades, quase me implorando pra eu continuar quando eu parava. Depois puxei sua cueca, tirando-a e abocanhado seu membro, ele não parava de gemer. Quando eu vi que ele ia ter um orgasmo, eu parei, ele me olhou, frustrado, e eu ri.
  Então ele inverteu nossas posições, me deitando no banco e tirando minha saia. Pronto, eu estava submissa de novo. Ele abriu minhas pernas, acariciando minha genitália, eu gemia, alto e sem vergonha, depois sua língua fez os trabalhos do seus dedos, o que me fez gemer mais ainda. A língua dele entrava e saía de dentro de mim e eu estava quase tendo um orgasmo, achei que ele fosse parar, mais ele foi mais generoso e não parou, me deixando chegar ao clímax. Nenhum de nós dois aguentávamos de tanto prazer, eu o queria logo dentro de mim. Do bolso da calça dele, ele tirou uma camisinha. Esperto. A colocou rapidamente, entreabriu minha pernas, se posicionando e entrando em mim. Gememos juntos. Seu movimento de vai e vem começou lento, parecia saborear meu calor, depois ele não aguentou e foi mais rápido, me beijando loucamente, o que eu retribuía sem pestanejar. Queria deixar minha marca nele, arranhei suas costas, fazendo-o gemer, e ele retribuía com as estocadas cada vez mais profundas e o beijo mais intenso. Senti quando ele teve um orgasmo, e depois de mais algumas estocadas, cheguei ao orgasmo também. Mesmo assim, ele deu mais umas duas estocadas, caindo por cima de mim, sem colocar seu peso, suspirando alto. Deixei meus braços caírem de exaustão. Ele levantou, saindo de dentro de mim.
  Então a culpa caiu sobre mim. Me senti suja, humilhada e uma qualquer, que por prazer se deixou levar por uma pessoa que nem conhecia. Meu coração estava a mil. Sentei-me e comecei a chorar. Ele me olhou e passou os braços em volta de mim. Eu o empurrei, não queria que ele tocasse em mim.
  - Eu nem sei o seu nome... Como pude? – Falei mais para mim do que para ele.
  - ... – Ele falou.
  - Como?
  - é o meu nome. E o seu? – Ele perguntou sereno.
  - .
  - Pronto, agora você sabe o meu nome. Não precisa você chorar, você fez isso porque quis.
  - Você me forçou. – Falei, olhando para ele.
  - Não foi isso que percebi. – Ele falou, piscando.
  - No começo, você me forçou.
  - Mas depois você quis.
  - E se eu não quisesse, você me obrigaria de qualquer jeito. – Falei.
  - Claro que não, se eu percebesse que não tinha jeito, eu te deixaria.
  O olhei indignada.
  - Você está mentindo! Você é um filho da p...
  - Vamos parar, por favor! – Ele me interrompeu. – Não quero brigar com você, principalmente porque você me concedeu um enorme prazer e vou lembrar sempre disso.
  - Mas você é um mentiroso! – Ele me lançou um olhar de por favor. – Ok, mas você deveria ter sido menos grosseiro, se queria transar comigo, era só ter tido.
  - E você teria aceitado? – Ele arqueou a sobrancelha.
  - Não sei... Talvez sim, talvez não...
  - Mulheres... Sempre achando o que seria mais fácil. Preciso pegar a estrada de novo, terei muito o que explicar se eu atrasar mais um pouco.
  Ele vestiu as roupas rapidamente. Limpei as lágrimas, não adiantava nada chorar pelo leite derramado.
  - Gata, é melhor vestir essa roupa, senão não responderei por mim. – Ele falou, apontando para mim. Eu estava nua! Só agora que tinha me dado conta disso.
  - Sem essa de gata, querido. – Falei ironicamente, para disfarçar a vergonha.
  Peguei minhas roupas e me vesti. pulou a catraca e foi dirigir. Uns vinte minutos depois eu já via minha casa, dei sinal. Durante todo o caminho, não nos falamos. Ele parou o ônibus e abriu as portas. Quando eu ia descendo as escadas, veio em minha direção.
  - ESPERA! – Ele gritou. Subi as escadas de novo. Ele não poderia fazer mais nada, o pior já tinha acontecido.
  - Sim? – Eu respondi.
  Ele agarrou minha cintura, colocando a mão na minha nuca, me dando um beijo de tirar o fôlego.
  - Não queria que você fosse embora sem eu poder me despedir. – Ele falou, me soltando. – Ah! Não se esqueça: nunca me provoque, amor. – Ele falou ironicamente.
  Balancei a cabeça, saí do ônibus meio trôpega. Acenei, já que eu não conseguia dizer uma palavra. Subi as escadas da minha casa, entrei e fui direto ao banheiro, tomar um banho. Nem jantei, tudo o que eu queria era dormir e esquecer aquele dia maluco.

***

  Um dia havia se passado desde o incidente, eu esperava o ônibus para ir trabalhar. Confesso que me deixou com uma impressão e tanta e, por mais estranho que pareça, tinha sido a coisa mais doida e gostosa que já tinha me acontecido, valeu o medo.
  O ônibus vinha, dei sinal. Ele parou, e lá estava , lindo como sempre. Entrei, lhe dei o dinheiro, mas não o olhei. Passei por ele e empinei o nariz, passei a catraca e olhei para o espelho retrovisor. me olhava com uma expressão de confusão.
  Sim, eu tinha sido bem clara. Eu queria de novo, na verdade o queria de novo. Eu o olhei e sorri maliciosamente, ele retribuiu o sorriso da mesma forma.

FIM



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