Brutal Love

Escrito por Amanda Ribeiro | Revisado por Natashia Kitamura

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Brutal Love, por Green Day

   POV
  Cheguei em casa, apaguei as luzes, me atirei no sofá da sala e fechei meus olhos; peguei meu celular e fui até o ícone que já conhecia decor, o Music Player; botei em uma música aleatória e me deixei levar pelo sentimento que me invadia: a tristeza, por simplesmente não tê-lo junto de mim veio com tudo e, pela primeira vez nestes dez dias sem ele, me deixei chorar, deixei as lágrimas escorrerem por meu rosto...

  Apague as luzes
  Feche seus olhos
  Quebre o silêncio
  A mágoa de sua vida
  Dance para sempre
  Sob as luzes
  Deste amor brutal

  Eu o queria mais do que tudo, mas não o teria de volta, não o teria para mim. Eu sei que mesmo se eu tentar, não conseguirei, nosso amor sempre foi um pouco brutal. Eu sinto muito que agora ele esteja longe de mim, e o pior, com outra ao seu lado para o abraçar. para fazer tudo aquilo que eu deveria estar fazendo. Eu estava implorando para que o tempo me trouxesse de volta mesmo sabendo que não adiantaria, porém, essa dor aqui dentro do meu peito não quer acreditar, essa dor não me deixa me enxergar por completo... É um pouco estranho esse sentimento, porém, infelizmente não consigo deixar de senti-lo...

  Oh, como você o quer
  Você está implorando por ele
  Mas você não pode tê-lo
  Mesmo se você tentar
  É nos apertos
  De minhas mãos
  Deste amor brutal

  Levantei-me e andei lentamente até o local que antes costumava ser o nosso cantinho, o lugar onde passávamos a maior parte do tempo quando estávamos juntos. Retirei meu Allstars preto e os soltei em um canto qualquer; me sentei em um dos Puffs que ficavam naquele espaço e olhei em volta: brinquedos velhos nas estantes, dentre eles, corações de plástico... Hum, que irônico, sinto como se meu coração fosse igual a eles, oco, total e completamente vazio. Senti mais uma lágrima grossa escorrer pelas minhas bochechas, que no momento deveriam estar um pouco coradas como normalmente ficam quando choro...

  Brinquedos velhos
  Esse coração de plástico
  Solitários e tolos
  Estão acabando comigo
  Lá vem o problema
  O inevitável
  Deste amor brutal

  Não me sentia nada bem em casa, eu precisava sair dali. Tudo me lembrava ele, a pessoa a quem eu menos queria lembrar. Levantei-me e fui para meu quarto; ainda chorando, retirei toda minha roupa e botei no cesto de roupas sujas, adentrei no banheiro e liguei o chuveiro entrando em baixo do mesmo sem nem sequer deixá-lo aquecer. Tomei meu banho com as tão conhecidas por mim lágrimas escorrendo por meu rosto e logo caindo em meu colo descoberto; terminei meu banho e me sequei ainda no banheiro. Fui até meu quarto e vesti a primeira roupa que enxerguei ali, não me importava em ficar bonita, pra quê? Penteei meus cabelos, os deixando soltos mesmo; peguei minha bolsa e saí em direção ao meu carro estacionado na frente de minha casa, destravei o mesmo e entrei, botando o cinto logo em seguida; dei a partida e saí sem destino... Dirigir às vezes me acalmava...

  Perigo
  Não estou bem em casa
  Os olhos da tentação
  A carne em meus ossos
  Olá estranho
  Eu sou um desastre
  Deste amor brutal

  Acabei passando na frente de um pub aonde eu costumava ir quando ainda era solteira, estacionei em frente ao mesmo, saí, travei o carro e fui em direção à entrada do local. Me dirigi ao fundo do estabelecimento onde tinha um bar de madeira, sentei em um dos banquinhos que havia ali e pedi uma cerveja. Fiquei observando as pessoas que ali estavam, uma mesa em especial me chamou atenção: tinham quatro adolescentes, dois casais, todos ali bebiam refrigerante e pareciam tão felizes, diferente de mim... Tudo que queria naquele momento era um beijo dele, olhei para meu lado e avistei minha bebida, bebi um gole e dessa vez ela parecia mais amarga...

  Má sorte
  Cerveja amarga e refrigerante
  Angústia e vergonha
  O tolo moderno
  Mau amor
  Beije-me pois estou carregado
  Algo para minha mente problemática

  Eu me sentia como se estivesse morta, não tinha mais nenhuma emoção em minha vida, eu estava ali, abandonada, asquerosamente bêbada após o oitavo copo de cerveja e com o coração partido. Por que tinha que ser assim, um amor tão... brutal?

  Abandonado
  Largado morto asquerosamente
  Quão baixo é este amor brutal?

FIM



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