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Doada por Isabella

Esta história tem 15 capítulos no total.

// A Ideia

Uma fic de namoro por contrato.


// Sugestões

Como toda fic 1D é com o Harry, poderia não ser com ele.

// Notas

--




Bring You Back

Doado por Isabella
Escrito por vários autores

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Prólogo

Escrito por Marcella Ribeiro

  Nada poderia atrapalhar o crescimento de uma banda. Nem as brigas, nem os fãs loucos demais... Nada poderia impedir aqueles cinco garotos de viverem suas vidas e terem sua fama sendo tão talentosos. Eles mereciam aquilo. Mereciam ter chego aonde chegaram, mereceram desde o início.
  Mas como dizem por aí, nada é perfeito e cada um deles sabia disso muito bem. Por isso, havia chego a hora de perguntarem-se quando a “imperfeição” poderia estragar não só o sucesso de uma banda, mas uma pessoa por completo. Estragá-la a ponto de torná-la irreconhecível.
  O importante, porém, era se eles saberiam a hora exata de intervir.

   chegou cedo à casa de aquele dia simplesmente porque ele estava com o próprio fuso horário tão bagunçado que não conseguiu dormir direito. E o que mais há pra fazer neste mundo quando não se consegue dormir?
  Atrapalhar os amigos, é claro!
  Não se surpreendeu, porém, quando encontrou , um de seus companheiros de banda e melhor amigo, jogado em um canto da sala, a baba escorrendo do canto da boca, só de cueca, com uma garota o abraçando de cada lado enquanto dormiam.
  Com um suspiro e uma prece silenciosa, caminhou pelo apartamento enorme do amigo e tentou organizar a bagunça que estava aquele lugar. Primeiro recolheu as latas de cerveja do chão, e depois começou com as bitucas de cigarro e roupas de e das duas garotas desconhecidas.
  Ele sabia que logo a empregada de chegaria, mas aquela já era a terceira em um espaço de 30 dias, então ele não podia confiar inteiramente na mulher. Ele não fazia ideia se ela era de confiança e não sairia espalhando fotos da orgia que provavelmente acontecera naquele apartamento na noite anterior. E já estava cansado de lidar com esse tipo de coisa desde que levou um pé na bunda da ex-namorada e começou a fazer esse tipo de coisa irresponsável.
  Quando limpou as evidências maiores do furacão que passara por aquele apartamento, ele mesmo acordou as garotas calmamente e pediu pra que elas se trocassem e se retirassem, não sem antes – como um policial que ele odiava ser – vasculhar o celular de ambas em busca de alguma foto comprometedora. Porque, infelizmente, não se dava mais nem ao trabalho de fazer esse tipo de coisa.
  Chutou as pernas do amigo enquanto as garotas terminavam de se arrumar, tentando acordá-lo e enfrentar de uma vez o mau-humor do rapaz.
  Quando finalmente conseguiu abrir um olho e viu quem era, resmungou algo ininteligível e voltou a dormir, sem nem ligar para , que com outro suspiro, sentou-se ao lado do amigo no sofá e colocou as mãos na cabeça.
  Por mais que fosse idiota da parte dele, todas as vezes que ia visitar tinha esperança de que encontraria uma melhora, mas o amigo estava literalmente um lixo, e não conseguia acreditar que há apenas quatro meses aquele rapaz ao seu lado era animado e ativo. Feliz.
  Cutucou novamente e lembrou-se então de , outro companheiro de banda, dizendo que não iria mais visitar o rapaz porque não aguentava mais encontrá-lo naquela situação.
  Com uma careta, percebeu que com o passar dos meses todos os garotos acabaram por largar mão de e voltaram a viver suas vidas, e só ele ainda estava ali, também prestes a jogar tudo pro alto e desistir do amigo.
  Mas com uma força de vontade que nem ele mesmo sabia ter, cutucou, sacudiu e gritou com até que o rapaz não aguentasse mais, levantasse e fosse tomar um banho pra ver se acordava. sabia que estava na pior, e sabia que não era obrigação dele cuidar do amigo, nem aguentar as bobagens que ele andava fazendo de uns tempos pra cá.
  Porém, não conseguia esquecer que sempre estivera ao lado dele, não importando se para problemas familiares ou amorosos, ou até mesmo problemas com a banda. Não poderia abandoná-lo daquele jeito. Eles eram um grupo, e como um grupo de verdade, deveriam manter-se juntos.
  Mesmo que já cansado de ter que arrumar as bagunças que andava fazendo por aí e que acabaram por cair na mídia, não se conformaria de deixar o amigo na pior.
  Por isso, gritou para que o outro andasse logo com o banho pra que fossem tomar um café reforçado e ver se curavam a ressaca de e, enquanto isso, sacou o celular de um dos bolsos da bermuda que usava e discou o número de .
  - Alô? – a voz carregada de sono respondeu do outro lado da linha.
  - começou, decidindo por ser direto e falar tudo de uma vez – Não dá mais do jeito que está, precisamos fazer algo sobre o . Se não trouxermos ele de volta agora, meu amigo, não conseguiremos nunca mais.
  Ouviu um suspiro alto do outro lado – e um bocejo bem longo também – até que respondesse.
  - Eu estou contigo, . O que você sugere?
  - Não sei ainda. Mas preciso que você avise o e o que iremos nos encontrar daqui a uma hora na minha casa pra discutirmos o assunto.
  - Ah, fala sério, ! São oito e meia da madrugada!
   revirou os olhos.
  - Você não pode acordar cedo nem pra ajudar um amigo, cara?
  Um silêncio se instalou do outro lado e então soube que havia ganhado.
  - É claro que eu posso – resmungou – Vou ligar pras outras duas margaridas. Nos vemos em uma hora.
   sorriu mais que satisfeito, mas o sorriso logo se desmanchou quando ouviu um barulho alto vindo do banheiro, barulho de vidro quebrando.
  Correu até lá e escancarou a porta, pra encontrar com uma cara de culpado e um vidro de perfume caído do outro lado do banheiro.
  - Era da – ele disse, apenas, e assentiu, imaginando que o amigo tinha acabado de tacar o vidro na parede.
  - Você precisa sair dessa, ... – começou seu discurso, mas não aguentava mais ouvir aquilo. Sabia que precisava superar , sabia disso. Mas milhões de pessoas dizendo a mesma coisa pra ele não ajudavam em nada!
  Por isso, interrompeu .
  - Eu estou superando! – disse, com raiva.
  - Ah, é claro! – sarcasmo preenchia as frases de – Estou vendo você superando enquanto arremessa os perfumes da sua ex na parede!
   bufou e passou por , indo em direção ao quarto.
  - Por que você ainda está aqui? – ele ia resmungando enquanto andava – Todos os outros já largaram do meu pé, por que você não faz o mesmo e me deixa em paz pra eu me trocar?
  Bateu a porta do quarto com força, e antes que pudesse tentar entrar, ouviu o barulho da chave sendo passada pela fechadura.
  Com um olhar triste, ele disse baixinho:
  - Porque eu sou seu amigo. É por isso que estou aqui.
  Caminhou até a sala e logo que sentou-se no sofá para esperar o piti de acabar, seu celular apitou indicando que uma nova mensagem chegara.
  Quando olhou no visor, constatou que era uma mensagem de reclamando porque ele mandou acordá-lo, mas confirmando que logo se veriam para “resolver o caso ”.
  Com uma expressão mais esperançosa, assentiu pra si mesmo e ajeitou-se no sofá.
  - Vamos te tirar dessa, . Só nos resta descobrir como.

Capítulo 1

Escrito por Marcella Ribeiro

  Várias revistas de fofoca estavam jogadas sobre a mesinha de centro da sala da casa de , enquanto ele e quatro outros garotos estavam sentados em volta. e circulavam com marca texto rosa todas as manchetes que diziam respeito a e suas últimas idiotices, enquanto sentava com cara de sono de frente para o notebook e procurava outras notícias sobre o mesmo assunto.
   estava sentado no meio de todos, com cara de tédio, mas por dentro se sentindo um pouco mais curado da ressaca – tanto por culpa do café preto que tomara quanto por ver seus amigos reunidos tentando colocar alguma espécie de juízo em sua cabeça.
  Os garotos falavam alto e riam de algumas coisas – que, relutava em admitir, eram suas próprias bobagens dos últimos meses -, mas de certa forma as vozes ao redor acabaram sendo abafadas por seus pensamentos confusos.
  Deu uma espiada no que estava vendo no notebook, e percebeu que eram prints de dias diferentes dos Trending Topics do Twitter, e que sempre nos primeiros lugares havia algo relacionado a ele próprio. Desde coisas como “ perdeu a cabeça” e “#TáDoidão” a “Esperamos que nosso garoto volte logo”, que fez seu coração apertar um pouquinho.
  Olhou para um artigo que balançava pra lá e pra cá e, depois de um tempo, conseguiu ler o que dizia , ex namorada de , foi abordada na porta de sua casa por fãs tentando atacá-la por quebrar o coração do pobre rapaz”.
  Abaixou um pouco a cabeça, olhando suas pernas cruzadas, e quase embaixo de seu pé direito viu uma folha solta de alguma daquelas revistas, onde em letras grandes havia escrito um enlouqueceu mesmo?” e logo em seguida uma lista gigantesca de besteiras que ele fez depois que seu relacionamento terminou. Entre elas, sair bêbado de pelo menos 5 festas, ser pego fumando (não só cigarros comuns), ter fotos íntimas tiradas e colocadas na internet por garotas de programa e mais uma sorte de outras coisas que ele nunca se imaginaria fazendo antes.
  Com um certo espanto, percebeu que não se lembrava nem qual fora a última vez que esteve sóbrio. Ou que falara com a mãe.
  Viu de relance arremessando algo nele como se fosse fazer uma cesta em um jogo de basquete, e quando pegou a bolinha de papel e desamassou-a, percebeu que era uma foto dele próprio saindo de uma das festas, a mais recente, e nem ele mesmo se reconheceu.
  Deixara a barba crescer demais, tanto ao ponto de estar nojenta, e o cabelo estava ensebado e mal cuidado. Mas essa não era a parte mais perturbadora. Seus olhos estavam irreconhecíveis. Aquele não era ele.
  Enquanto seus amigos tagarelavam e tentavam chamar sua atenção, ele apenas assentia e tentava imaginar como apenas uma garota conseguira transformá-lo naquilo. Como ele deixara que o transformasse naquilo?!
  Mas ele sabia que não era totalmente verdade. fora apenas a cereja no topo do bolo. Fora a última gota que fizera ele finalmente jogar tudo para o alto e mandar um belo de um “foda-se” pra tudo que ele não aguentava mais. A pressão, a mídia, toda a confusão que sua vida se transformara.
  - ? ! – gritou em seu ouvido e só então conseguiu acordar de seus devaneios.
  - Que foi?
  Os garotos fizeram silêncio, e quando ele olhou ao redor, percebeu que todos os outros o encaravam.
  Suspirou, sabendo que estavam ali pra tentar dar um jeito nele, mas que todos sabiam também que o primeiro passo tinha que vir dele. Ele precisava querer dar um jeito nele mesmo.
  Pigarreou para não correr o risco da voz falhar no meio da frase, demonstrando quão ruim ele se sentia ainda, e então começou.
  - Eu não fazia ideia... Eu sei, parece estúpido que eu não faça ideia de tudo o que venho aprontando, mas a verdade é que depois de um tempo eu meio que me desliguei de tudo – e, com um olhar culpado, encarou – me desliguei de vocês. E eu sinto muito.
   começou a falar algo, mas sabia que se fosse interrompido, talvez não conseguisse voltar a falar depois.
  - Eu sinto muito. – repetiu - E eu sei que vocês estão aqui pra me ajudar, por isso só queria dizer que eu vou aceitar a ajuda de vocês.
   sorriu pra ele do outro lado, e então se arremessou pra cima de em um meio abraço.
  - Eu disse que ele ia perceber que precisava sair dessa, mais cedo ou mais tarde!
  - Ei! – protestou – eu que disse isso!
  E então as brigas começaram e as revistas começaram a voar quando decidiu jogá-las nos amigos, e percebeu que aquela era a sua família também, e assim como a família de verdade, ele se afastara daqueles doidos e precisava consertar as coisas agora.
  Com uma onda de ânimo renovada, ele levantou-se, colocou dois dedos na boca e assobiou bem alto, fazendo os outros pararem com as criancices.
  - Sei que vocês adoraram o meu discurso – e fingindo uma reverência, acrescentou: - Muito obrigado, muito obrigado!
  Quando as revistas começaram a voar nele, assobiou de novo pra chamar a atenção.
  - Eu sinceramente não sei como consertar essa merda toda – apontou para as notícias sobre ele na mesinha de centro, especialmente uma que dizia “Será que a One Direction está chegando ao fim?” – mas eu quero tentar, então estou aberto à sugestões!
   sentou no sofá, de forma a ficar confortável, e deu de ombros.
  - Eu até tenho uma sugestão – olhou para um tanto receoso, o que fez o garoto estranhar – Mas eu não sei se todos serão a favor. Especialmente você, .
  - Qual é a sugestão? – perguntou, interessado.
  - Bom – inclinou-se para frente, apoiando os cotovelos nos próprios joelhos – qual é a primeira opção sempre que algum artista dá a louca pra consertar a imagem dele?
  - Rehab? – sugeriu e deu um tapa na cabeça dele, fazendo os outros rirem.
  - A primeira opção depois de rehab – corrigiu e os outros pararam pra pensar.
  - Seria... – começou, e quando encarou-o, ele negou com a cabeça – Ah não! , ele mal acabou um, você já quer enfiá-lo em outro?
  - Em outro o quê? – encarou os dois sem entender, e fez a mesma coisa.
  - É, em outro o quê?
   ia começar a explicar, mas entendeu antes que fosse necessário.
  - Você tá falando sério? – encarou o amigo – Sério mesmo, ? Você acha que isso ajudaria?
  - Isso o quê? insistiu e revirou os olhos.
  - Eu acho que ajudaria – respondeu à pergunta de , ignorando as caras de desentendidos de e – Afinal, não dizem que pra se curar de um amor, só se apaixonando de novo?
  Com um estalo, percebeu tudo.
  - Você está sugerindo um namoro de mentira pra limpar a imagem dele?! De jeito nenhum! – pronunciou-se – O já fez essa merda toda com um relacionamento de verdade, imagina em um de mentira!
  - Obrigado por acreditar em mim, - disse irônico e os outros riram.
  Começaram a surgir sugestões sobre como melhorar esse “relacionamento de mentira” que propusera, pra que ninguém descobrisse que era de mentira e eles não acabassem deteriorando ainda mais a imagem da banda.
  Mas em dado momento, pediu que os outros calassem a boca e encarou .
  - É uma boa ideia, eu acho. A mais fácil que nós conseguimos pensar, aliás, mas estamos esquecendo do principal: você acha que pode fazer isso, ?
   encarou os amigos e deu de ombros. Não sabia ao certo.
  - Acho que preciso de um tempo pra aceitar a ideia – pensou – Mas, de fato, não é uma ideia ruim. Só precisamos achar uma garota que possamos confiar e que aceite fazer isso.
  - Que tal a irmã de algum de n... – foi interrompido por outro tapa na cabeça, dessa vez vindo de .
  - Nem pense nisso – ele ralhou e revirou os olhos.
  - Quem então?
  Todos olharam pra , que afinal foi quem deu a ideia, e ele sorriu.
  - Eu acho que conheço a pessoa perfeita – e, encarando , fez cara de culpado – Só não sei se todos nós iremos concordar.
  Dessa vez, todos encararam , até que a ficha caísse.
  A única pessoa que eles conheciam que toparia fazer uma coisa dessas e que ele jamais concordaria em envolver era .
  A melhor amiga dele!
  - Não! – ele disse, cruzando os braços – , eu sei que você precisa muito disso, mas a não!
  - , nós podemos contratá-la, fazer tudo certinho – tentou persuadir o amigo – Sabe, se ela quiser um pagamento ou algo em troca, sei lá... Se eu fosse namorar o ia querer bastante dinheiro pra isso!
  Todos riram, menos , que continuou negando com a cabeça.
  - Ah, qual é, sorriu sacana – Você vai ficar com ciuminho?
   irritou-se.
  - Não, eu não vou ficar com ciuminho. Mas ela é a minha melhor amiga, e eu não quero envolvê-la nessa palhaçada.
  - Há dois minutos atrás você estava achando a ideia maravilhosa – lembrou e fuzilou-o.
  - Vocês sabem como ela é pra esse negócio de aparecer em revistas com a gente, vocês sabem. Isso sem nem ser a namorada de alguém, imagina se...
  - , ela é a pessoa perfeita! – interrompeu-o, chegando mais perto dele e soando convicto o bastante pra que todos comprassem sua ideia – Ela é sua amiga há o quê? Uns cinco anos? Isso significa que ela mantem contato com a gente há algum tempo, conhece todos nós muito bem, e quem melhor pra curar o coraçãozinho do nosso senão uma amiga que sempre esteve por perto?
   fez uma careta pra parte de “curar o coraçãozinho”, mas ninguém podia negar que, realmente, era uma boa ideia.
   continuou de braços cruzados e cara feia, mas nenhum dos outros se importou com ele. O plano estava traçado, só precisavam agora pensar nos detalhes e, o mais importante, falar com .
  E se ela topasse, talvez a carreira de todos eles estivesse salva. A “ficha” de seria limpa, porque afinal, ninguém resistiria a uma história de amor bem contada. A banda voltaria ao normal aos poucos, e talvez dentro de alguns meses eles conseguissem se livrar daquela fase e suas carreiras voltariam ao normal.
  E o mais importante: isso daria tempo pra . Para se recuperar, para voltar a ser o que era e para voltar a gostar de ser o que era.
  Quando eles se separaram aquele dia, cada um foi pra casa com um pensamento.
  O de era que talvez desse certo, mas que eles precisavam pensar bem nos detalhes pra que não estragassem mais ainda a imagem atual da banda e de .
   estava feliz por ter dado a ideia que, na cabeça dele, era brilhante, e pra ele tudo se encaixava e ele já se sentia seguro o suficiente até para contar a história de e : depois do término do namoro que deixara ele um lixo, acabou por se aproximar para tentar ajudar e percebeu que o que ele precisava estava sempre ali, pertinho dele. Fazia pleno sentido!
   foi pra casa mais aliviado. Ele não fazia ideia se aquela história de “contratar” alguém pra namorar com daria certo, e se fosse sincero admitiria que nem se importava de verdade. Porque só de ver querendo se recuperar daquela fase ruim e ver todos os outros garotos de volta tentando ajudá-lo, já fizera seu dia valer à pena.
   estava um tanto bravo. Ele não sabia o que pensaria sobre a ideia, não sabia se ela aceitaria, mas não tinha coragem de pedir-lhe um favor desses. Mesmo que fosse sua amiga há anos, ela sempre deixara bem claro que estar em sites de fofocas e ser alvo de fãs nunca fora sua intenção.
  E estava inseguro. Sabia o que tinha que fazer, sabia como tinha que fazer, mas não fazia ideia se aquela era a escolha certa. Ele conseguiria fingir um namoro pra se livrar de tudo o que fizera antes? Conseguiria submeter uma outra pessoa que nada tivera a ver com as bobagens dele à toda aquela complicação?
  E, principalmente: ele saberia lidar novamente com um relacionamento, mesmo que fosse por contrato?

Capítulo 2

Escrito por Marcella Ribeiro

   estava na cozinha de seu apartamento aquele dia, procurando nos armários bagunçados algo que não tivesse passado da data de validade e que pudesse comer.
  Ela às vezes se xingava mentalmente por ser tão desleixada com suas coisas, mas a verdade era que depois que começara a morar sozinha, nada em sua vida era organizado. Antes tinha o pai e a avó sempre no pé dela, como um suporte básico para que vivesse de forma aceitável. O pai se responsabilizava pelas contas, a avó pela comida e ela apenas precisava manter a casa em ordem.
  Porém, agora ela tinha de fazer tudo desde que se mudara para trabalhar em um dos restaurantes mais bem-sucedidos do Reino Unido como chefe de cozinha, e embora a sua cozinha no trabalho fosse extremamente ordenada, a dela em casa era o contrário.
  Encontrou um pacote qualquer de bolachas e virou algumas em um prato de plástico, e quando puxou a cadeira para sentar-se e finalmente comer, sua campainha tocou.
  Xingando de todos os nomes feios que ela conhecia, foi atender à porta: só ele tinha permissão para entrar no prédio e visitá-la sem que o porteiro interfonasse antes, por conta de toda a fama e blábláblá que o envolvia. Ele não podia ficar muito tempo na portaria como qualquer outra pessoa.
  Quando ela abriu a porta, porém, assustou-se ao ver que não só estava parado ali, mas também e, o mais incrível, .
  Ela estava acostumada a ver e , eram os mais próximos dela depois de , mas não costumava visitá-la. E ela não via há quase dois meses inteiros, e assustou-se um pouco com sua aparência. evitava ler os tabloides britânicos. Além de achar muita perda de tempo, não gostava de ver que aquelas pessoas que trabalhavam para os tabloides perseguiam seu melhor amigo e os amigos dele. E parara de vez de ligar para as notícias quando, alguns anos atrás, ela aparecera em algumas ao lado dos garotos da One Direction com várias especulações sobre estar namorando um deles.
  Mas era impossível não saber pelo menos o mínimo sobre a situação de . Era só o que se falava em todos os lugares, e o próprio quando ia visitá-la sempre mencionava alguma coisa também. Mas isso não mudou a surpresa dela ao vê-lo acabado do jeito que estava.
  Convidou os garotos a entrarem depois de cumprimentá-los e olhar estranho para , com uma pergunta implícita em seu olhar: o que diabos está fazendo aqui com esses dois?
  Enquanto os garotos se acomodavam na sala, ela voltou até a cozinha, pegou o restante do pacote de bolacha e seu prato, e quando voltou jogou o pacote no colo de e sentou-se em uma poltrona quase de frente para o sofá onde e se sentaram. permaneceu de pé, mesmo que ainda houvesse um lugarzinho pra ele no sofá.
  - Vocês atrapalharam meu café da manhã – ela resmungou e começou a comer, analisando os garotos.
  Viu levantar uma das sobrancelhas para , como quem diz “vá em frente, fale!”, e o mesmo encolher os ombros e olhar para o chão.
  A própria franziu suas sobrancelhas e, ainda de boca cheia, cortou o silêncio:
  - Então... o que trouxe os senhores até meu humilde apartamento?
   pigarreou, depois de olhar para os outros dois e ver que nenhum deles parecia interessado em começar a explicar.
  Ele sabia, de qualquer forma, que era o mais indicado a convencê-la a aceitar namorar de mentirinha com , mas a falta de suporte que estava tendo dos outros garotos era de certa forma irritante. Resolvera trazer porque afinal era a ele quem ajudaria, e trouxera porque, sendo o mais próximo a ela, acreditou que ele ajudaria em alguma coisa.
  Mas agora via que cometera um erro. Se ao menos tivesse trazido junto... Não! Ele provavelmente já teria despejado o plano todo e assustado a garota. Era de que ele precisava, ele era bom com discursos!
  - Bom... – começou – Você quer ir direto ao ponto, huh? – tentou brincar, mas ao olhar para os presentes e ver que nenhum esboçou sequer um sorriso, tentou manter-se sério - Creio que você sabe o que anda acontecendo com nosso querido amigo – e olhou feio para o mesmo, fazendo com que ele sorrisse de lado mas continuasse com a boca bem fechada – Sobre, hm... .
   assentiu, mantendo seu silêncio para ver aonde aquilo daria.
  - Então – pareceu desconfortável por alguns momentos – A situação é mais complicada do que todos pensam, . Não só a carreira do como a de todos nós está em risco, as pessoas estão generalizando essa... fase toda em que o se encontra e a One Direction está perdendo a credibilidade. Nossos fãs continuam gostando, é claro, mas com tanta gente “contra” – fez aspas com as mãos – a banda está afundando, entende?
  Ela concordou.
  - Sim, o comentou isso comigo. – como continuou de cabeça baixa, ela chamou sua atenção – Tudo bem, ?
  Ele assentiu, apenas, e após ver olhá-lo de cara feia, limpou a garganta e resolveu falar algo.
  - Então, ... como eu comentei contigo antes, a situação não está tão fácil assim. Mas nós conseguimos um progresso essa semana. Tivemos uma super reunião com o , e agora acho que ele está disposto a nos ajudar a mudar a situação atual. Certo? – olhou de lado, que cruzou os braços e assentiu com uma expressão séria no rosto - Depois disso, tivemos também uma reunião com a staff e... Achamos que ainda há tempo pra consertar as coisas – sorriu sem graça e sorriu de volta pra ele.
  - Eu fico muito feliz de saber disso – olhou diretamente para quando falou. Embora ela não fosse tão próxima dele quanto era de ou , se importava com o garoto – Mas... eu não entendo o que eu tenho a ver com isso. – encolheu os ombros, colocando depois a última bolacha na boca e limpando as mãos na calça que usava.
  - Bem – tomou a palavra novamente quando viu que nem nem se mexeram pra explicar – O que o aqui esqueceu de dizer foi que achamos que ainda dá tempo de consertar a situação se seguirmos um plano que eu formulei – novamente, olhou feio para por ter deixado a pior parte para que ele falasse – e... Assim... – enrolou-se com as palavras e, então, soltou tudo de uma vez: - precisamos de você pra que isso aconteça.
   encarou , começando ela também a irritar-se com o amigo, que parecia alheio à história. Ela precisava que ele falasse com ela sobre aquilo tudo, e explicasse!
  Como assim precisavam dela para que o plano desse certo? Depois de anos conhecendo aqueles garotos, sabia que não era capaz de decifrar nem mesmo o melhor amigo, então desistiu de tentar. Por fim, deu de ombros.
  - O que eu posso fazer pra ajudar?
  A disposição dela em ajudá-los atingiu os três garotos de formas diferentes. inclinou-se para frente no sofá, empolgado em contar a ela a sua ideia. bufou, um pouco irritado por ela ser tão prestativa. Ele sabia que o que eles pediriam a ela não era justo, porque ela não gostava de fama, não gostava de aparecer em revistas e ele não queria estragar sua amizade com por pedir algo que ela acabaria aceitando fazer contra sua vontade só para ajudá-los a sair de uma encrenca na qual eles mesmos se colocaram. E sorriu aliviado, um pouco de gratidão estampado em seus olhos.
  Ele estava cansado de ser a ovelha negra da banda, e não queria ter que carregar pra toda a sua vida o peso de ter destruído a banda e a carreira de seus melhores amigos.
   então começou um monólogo sobre a ideia que tivera, explicando e tentando convencê-la da mesma forma que fizera com os outros garotos.
  Antes que qualquer outra pessoa pudesse se manifestar, ele acrescentou:
  - Eu sei que você não gosta dessa coisa da fama e que você quer viver a sua vida em paz sem nada disso, mas você tem que pensar que--
  - Isso vai mudar a sua vida toda! – cortou , que quase bateu no amigo. Ele completaria a frase com um “nós iremos ajudá-la com o que você precisar em troca, o que você quiser. E no fim as pessoas vão te deixar em paz, assim como já fizeram antes”, mas essa não era a opinião de . De repente, ele pareceu mais enérgico – Mesmo depois que esse relacionamento terminar, você vai ficar pra sempre conhecida como uma das namoradas de , e pode ser que por um bom tempo as pessoas ainda lembrem de você e corram atrás, entende?
  - Mas nós te recompensaremos por isso! – garantiu rapidamente, tentando afastar da conversa – O que você precisar, , nós faremos por você. Você não trabalhará de graça, nós podemos... pagá-la ou... não sei, montar um restaurante só pra você, com toda uma equipe, no qual você será a dona! O que você me diz?
   abriu a boca pra dizer alguma coisa, mas nada saiu. Estava surpresa demais com a explosão dos garotos. Ela admitia que o plano em si não parecia tão absurdo assim. Dois dos garotos da banda já haviam feito a mesma coisa no passado, um deles sendo o próprio logo depois que ela se tornou sua amiga. Como não aguentava mais ter gente no pé dela perguntando se estavam namorando ou inventando histórias mirabolantes, a staff surgira com uma garota que também era do ramo musical e eles namoraram por um tempo “de mentirinha”, pra que as pessoas largassem do pé de e deixassem-na em paz.
  Era uma surpresa, porém, ver que eles queriam agora que ela encarasse um namoro como esse. Eles eram seus amigos, é claro que ela tentaria ajudar como pudesse, mas um plano daqueles... Ela não tinha certeza. Na verdade, todas as vezes que o assunto “namoro de faixada” fora citado durante os anos que ela conhecera os garotos, ela tinha uma sensação ruim, de que tudo daria errado...
  Ela não podia negar, porém, que um restaurante só dela seria uma coisa maravilhosa, mas ela realmente odiava toda aquela história de fama. E, acima de tudo, ela queria um restaurante por mérito próprio, por ter trabalhado duro e conseguido isso, não em troca de uma coisa tão trivial como... namorar um famoso!
  Antes que respondesse, voltou a falar:
  - Por favor, pense bem! Sabemos que não vai ser fácil no começo, mas nós estaremos aqui pra apoiá-la no que for!
  - Mas você não precisa se sentir obrigada a dizer que sim! – garantiu também – Nós vamos entender se a sua resposta for negativa!
  - voltou-se pra ele, um pouco bravo – Afinal, de que lado você está?
  - Do lado dela, é claro! – exclamou – Você deu essa “ideia brilhante”, mas só está pensando em salvar a própria pele! Já pensou como vai ser horrível pra ela ser perseguida por paparazzi pra onde quer que ela vá, ?
  - Sim, eu á pensei nisso, e por isso eu disse que estaríamos aqui para apoiá-la no que fosse!
  - Já pensou no tanto que a vida dela vai virar uma merda, que nem a nossa virou por causa dessas fofocas? Nós estamos acostumados a lidar com isso depois de tantos anos, ela não!
  - Ela vai ter cinco pessoas acostumadas com isso pra ajudá-la, , por que você tem que ser tão--
  - Ei, ei! – levantou e falou mais alto que os dois, enquanto apenas observava os dois brigarem com um olhar vago – Garotos, não briguem!
  - Mas ...
  - Calma, – ela pediu, com um olhar calmo tentando tranquilizar o amigo. – Me deixem falar, ok?
  Os dois ajeitaram-se no sofá, cada um emburrado em um canto, como duas crianças, e decidiu sentar entre os dois pra evitar mais brigas.
  - Eu entendo a situação de vocês, e eu sinto muito que isso esteja acontecendo – ela começou – e ... É muito bom saber que agora você está disposto a sair dessa, eu fico muito feliz por você. E embora seu plano seja ótimo, , eu não acho que seja a garota certa pra fazer isso.
  - ... – começou a protestar, mas ela cortou-o.
  - Existem milhões de garotas que fariam isso muito melhor que eu, tenho certeza.
  - O problema é que nenhuma delas seria tão de confiança quanto você, olhou-a no fundo dos olhos – Nenhuma delas entenderia a situação de verdade, porque nenhuma delas nos conhece como você conhece. Nós já fizemos coisas desse tipo antes, eu sei, mas essa história não pode vazar, porque ela é mil vezes mais complicada, e nós nunca confiaríamos em outra pessoa pra fazer isso além de você.
   suspirou e sentou-se novamente.
  - Eu... não sei, de verdade. Eu queria muito poder ajudá-los, mas...
  - Eu faço o que você quiser – manifestou-se pela primeira vez, olhando unicamente pra ela, enquanto todos na sala o encaravam. – Eu sei que não é a melhor das situações, , e eu sei que se fosse o no meu lugar, você já teria aceitado porque ele é muito mais próximo de você do que eu sou, mas eu preciso da sua ajuda.
  Um silêncio se seguiu até que ele voltasse a falar.
  - Eu fiz uma besteira enorme, e eu preciso consertar agora. Eu não posso ficar com o peso de ter estragado tudo que eu mais amo nos ombros! Eu entendo o seu lado, entendo de verdade. E entendi tudo o que o quis dizer, sei que ele não quer te envolver nisso – olhou para o amigo e pousou uma mão nos ombros dele -, mas eu sei que você é a única que pode me ajudar nesse plano idiota que o inventou, e que só você pode fazer ele dar certo.
  - ... – começou, preparada para negar da melhor maneira que encontrasse.
  - – ele repetiu – Eu faço o que você quiser. Te compro uma casa, um restaurante, o melhor carro do ano, um helicóptero... ou tudo isso se você aceitar!
  Ela fechou os olhos por alguns segundos e depois abriu-os, encarando os olhos dele.
  - Eu não quero o seu dinheiro, .
  - Não foi isso o que eu quis dizer – ele tentou corrigir-se. – Só que... não é justo te pedir algo assim sem lhe dar nada em troca.
  Outro silêncio se seguiu, e então manifestou-se.
  - Como está a sua avó, ?
  Aquelas foram palavras fortes o suficiente para jogá-la de volta na poltrona se ainda estivesse de pé. Abraçou o próprio corpo, como para se proteger.
   sabia que aquilo era golpe baixo, e odiava fazer aquilo com sua melhor amiga. Mas depois de ouvir falar... ele não conseguiria mais ir contra aquele plano. Podia ser um pouco egoísta de sua parte, afinal, ele também estaria se beneficiando com aquilo, pois sua carreira estaria salva. E sentia-se horrível por pensar assim, mas não custava nada tentar.
  - Por que você quer saber? – ela perguntou, ríspida de repente, entendendo onde ele queria chegar.
  A avó de a criara praticamente a vida toda depois que sua mãe deixara o pai e sumira no mundo. A avó dela era muito mais sua mãe que a própria mãe, e há menos de um mês ela havia descoberto que tinha câncer de mama estágio IV, o que queria dizer que ele já havia se espalhado. E nem o pai de nem ela tinham dinheiro suficiente para pagar um plano de saúde melhor que o que eles possuíam.
   e olharam com interrogações em seus olhos. Eles ainda não sabiam daquela história. Fora difícil para negar a ajuda que lhe oferecera, e ela sabia que se os outros ficassem à par da situação, eles a rodeariam por todos os lados até que ela aceitasse sua ajuda financeira. Mas não podia aceitar, toda a sua família era muito orgulhosa, e nem seu pai nem sua avó aceitariam uma ajuda vinda deles. Eles a criaram desta maneira, para que fosse independente e soubesse dizer não àquele tipo de coisa.
  E esse tipo de coisa estava matando-a por dentro. Ela queria e não queria aceitar aquela ajuda. Se sentiria culpada se aceitasse, pois sua avó nunca concordaria com aquilo se soubesse. Mas não aceitando, era como se estivesse deixando a própria avó morrer.
  Não só , mas os três garotos viram que fora atingida com aquela simples frase. Por isso levantou-se do sofá e caminhou até ela, ajoelhando-se em sua frente e pousando as mãos em seus joelhos.
  Baixinho, ele disse:
  - Não estaríamos fazendo caridade te dando o dinheiro pro tratamento, . O dinheiro seria seu por direito, porque você estaria nos ajudando também!
  Ela virou o rosto para o lado, olhando pra cima tentando evitar as lágrimas. Lembrar do estado de sua avó a abalava mais que qualquer coisa.
  - chamou, levantando-se também – Sua avó, ela... está doente?
  A garota apenas assentiu, e não viu que sorriu com aquilo. Era horrível ficar feliz com tal notícia, mas ele não podia negar que agora eles tinham algo para negociar com .
  - Descobriram esses dias que ela tem câncer de mama – explicou – e... a situação está um pouco complicada. – olhou para de maneira sugestiva – Mas ela não quis aceitar a minha ajuda porque é orgulhosa demais, não é, ?
   conseguia ouvir o carinho na voz de , e ele entendia porque ele queria protegê-la daquilo tudo.
  Mas não conseguia evitar pensar que finalmente achara algo bom o suficiente para dar a em troca de sua ajuda.
  Ajoelhou-se ao lado dela da mesma maneira que , mas de forma que ela não pudesse evitar o olhar dele.
  - Eu não quero fazer isso com você – garantiu. – Te obrigar a aceitar isso por causa de um tratamento, . Mas eu preciso da sua ajuda, e eu acredito que você poderia fazer bom uso da minha. Seria justo, não seria? Você não estaria recebendo algo de graça, nem eu. E eu prometo, , que eu farei o melhor que eu puder, tanto pra sua avó quanto pra que você não sofra tanto com essa situação.
  Ela olhou nos olhos dele, e vendo as olheiras fundas em seu rosto e a barba por fazer, de maneira desleixada, ela soube que ele realmente precisava seguir com aquele plano. Ou a One Direction estaria acabada por culpa dele.
  E realmente... Se ela estaria o ajudando, não seria injusto que ela recebesse ajuda também, certo?
  Porque não arrumando o dinheiro para tratar a avó, ela a estaria deixando morrer...
  Apoiou o queixo em uma de suas mãos e, olhando pra ele, disse:
  - Minha avó e meu pai nunca podem desconfiar que eu consegui o dinheiro desta forma, está me entendendo?
  Quando sorriu, um sorriso sincero que há tempos ninguém via, comemorou lá do sofá.
  - Isso é um sim?
   revirou os olhos.
  - Creio que é.

~*~

  Já havia se passado quase duas horas desde que aceitara contribuir para aquele plano, e estavam todos sentados na sala da casa dela, cada um com um pedaço de pizza em mãos, e utilizando a mão livre para fazer algumas anotações em um bloquinho.
  De boca cheia, ele começou:
  - Ficou assim então – e citou o que lia – Um: quando vocês assumirem o namoro, vão aparecer o mínimo possível em público logo depois, porque sabemos que a é uma fresca que não gosta de câmeras e já vamos estar todos sendo bombardeados com perguntas o tempo todo de qualquer forma. Correto?
  Todos assentiram e deu um gole em seu refrigerante antes de acrescentar:
  - Não sou fresca! Isso é só no começo até eu me acostumar, juro.
  - Não tem problema, garantiu – Não liga para o que o fala – e revirou os olhos para o amigo, enquanto apenas ria.
  - Dois: - chamou a atenção deles, voltando a ler o que escrevera – Os aparecimentos em público de ambos, juntos ou separados, precisam ser rápidos. Vai ser mais fácil pra lidar com isso, e vamos evitar constrangimentos. Isso serve principalmente para você, – olhou o amigo com seriedade.
  - Sim – ele mesmo concordou, com cara de tédio – Não adianta nada o plano todo se eu continuar saindo por aí fazendo besteira, blábláblá.
   sorriu no canto dela.
  - E três – prosseguiu – Nem mesmo a família da pode desconfiar dessa história toda – e, levantando os olhos de suas anotações, ele olhou – na verdade, creio que nem mesmo a sua família deveria saber, .
  - Faz sentido – concordou – É importante que somente as pessoas realmente envolvidas na história saibam. Nós cinco, a e a staff... e só!
  - Quanto menos gente sabendo, melhor – resmungou e deu mais uma mordida em sua pizza.
  - Estão todos de acordo? – quando todos assentiram, sorriu – Bom, é isso então. Foi ótimo fazer negócios com você, .
  - Ei, espera – chamou a atenção. Já havia comido sua pizza, e agora se inclinava para frente como quem fosse dizer algo importante. – Como exatamente faremos isso? Não podemos aparecer do nada namorando, as pessoas vão desconfiar.
  - Eu e o já acertamos esses detalhes – revirou os olhos para o amadorismo de – Por uma ou duas semanas você vai ficar trancado em casa, e então no mês seguinte você e a sairão juntos. Pra almoçar, tomar um café, ir a um parque... coisas assim. Pra que a mídia veja que vocês estão próximos, entende?
  - E então quando as especulações sobre nós dois começarem, assumimos o namoro? – adivinhou – Isso é tão previsível, . Você acha mesmo que vai dar certo? – preocupação preenchia um pouco de sua voz e os garotos se entreolharam.
  - Só teremos certeza quando tentarmos, não é?
   assentiu, pensativa, e e se levantaram.
  - Bem, temos que ir – anunciou e dirigiu-se até a amiga, abraçando-a forte e sussurrando em seu ouvido – Vai dar tudo certo, . E não falo só desse namoro de mentirinha, tá?
  A garota sorriu agradecida e abraçou também, e os três encaminharam-se até a porta, só percebendo que não os seguia quando chegaram até lá.
  - Você não vem? – perguntou, reparando no amigo ainda sentado despreocupadamente no sofá de .
  - Vou ficar mais um pouco, se estiver tudo bem pra você – olhou – Creio que ainda temos algumas coisas a acertar.
  A garota assentiu, um pouco apreensiva, e olhou de maneira estranha antes de sair.
  Quando eles finalmente foram embora e voltou-se para , ele se levantou.
  - Eu só... queria te agradecer – ele disse sincero, escondendo as mãos nos bolsos da calça que usava – eu sei que isso não vai ser fácil pra você, mas obrigado de verdade por estar disposta a me ajudar.
   deu de ombros.
  - Você vai estar me ajudando também, estamos quites.
  Sorriram um para o outro e então coçou a nuca, um pouco desconfortável.
  - E então... O que mais precisamos acertar?
  - Ah – pareceu lembrar-se – Você sabe... Nós não somos tão próximos, acho que... precisamos nos acostumar com a presença um do outro pra que ninguém repare no clima estranho.
  - Que nem o clima estranho de agora? – riu e assentiu.
  - É, que nem o de agora.
  Encararam-se novamente, o silêncio reinando por um tempo, até assentir com a cabeça, como se para si próprio.
  - Eu acho que nessa semana que eu vou precisar ficar trancado em casa você poderia me visitar. Passaríamos algum tempo juntos, como amigos – garantiu quando olhou-o estranho – assim nos acostumaríamos com a presença um do outro.
  Ela deu de ombros.
  - Parece uma boa ideia.
  - Certo – caminhou até a porta – Eu te ligo então.
   assentiu e, antes de ir embora, ele deu-lhe um beijo na bochecha e, baixinho, repetiu:
  - Obrigado.
  Quando foi embora, fechou a porta e jogou-se novamente no sofá, os pensamentos confusos.
  Estaria mesmo fazendo a coisa certa?
  Olhando para um retrato dela com a avó na mesinha de centro e lembrando o estado no qual se encontrava, porém, ela não foi capaz de pensar que aquilo era errado.

Capítulo 3

Escrito por Marcella Ribeiro

   estava de novo jogado no sofá quando chegou, mas dessa vez acordado, parecendo bastante sóbrio.
  Apenas seus olhos vermelhos davam um tom estranho à cena, e o olhar vago também.
   suspirou, adentrou o cômodo e sentou-se ao lado do amigo.
  - O me ligou dizendo que a aceitou o acordo. – comentou e virou ligeiramente a cabeça para olhar o amigo ao seu lado.
  - É, ela aceitou...
  Voltou ao silêncio e pigarreou para limpar a garganta.
  - Se ela aceitou, por que você está aí com essa cara de nádegas?
  - Cara de nádegas? repetiu, rindo. - Eu não sei, . Essa história não me parece mais tão boa. Eu vou continuar com a ideia, é claro... Mas se você visse a cara da ...
  - O me disse que vocês conseguiram a ajuda dela meio que... chantageando a moça. – fez cara de que achava isso errado e ajeitou-se no sofá.
  - Não foi bem chantagem – ele explicou – Foi mais algo do tipo “eu preciso de você, você precisa de mim, então vamos fazer isso”, mas... Eu não queria expor mais ninguém à essa situação. Principalmente a .
   assentiu.
  - Mas ela é legal, . Vai te entender e tudo.
  O silêncio prosseguiu, até que levantou-se de maneira repentina e encarou .
  - Você acha que se o tratamento da avó dela não resolver e acontecer o pior, a vai deixar de me ajudar?
  Ele não queria pensar nisso, mas era uma dúvida que lhe surgira logo que saiu do apartamento de . Ela aceitara aquela coisa toda porque teria o tratamento da avó em troca. Mas e se a velha morresse? iria manter sua palavra, ou o acordo estaria acabado?
   pensou por alguns segundos e então deu de ombros.
  - Isso é uma coisa importante, . Vocês precisam conversar sobre isso na hora de assinarem o contrato que a staff está bolando na semana que vem.
  - Mas você acha que ela faria uma coisa dessas? – insistiu, preocupado, e revirou os olhos.
  - Não acho que ela faria algo assim, mas você já pensou que ela pode estar tendo a mesma dúvida que você? Tipo, se o tratamento da avó dela durar mais que o “namoro” de vocês, será que você vai continuar a ajudá-la com isso?
  - É claro que eu continuaria! – disse ofendido e sorriu.
  - Vê? Tenho certeza que a pensaria do mesmo jeito. Ela é uma pessoa legal, . Você perdeu muitas chances de conhecê-la melhor nos últimos tempos por causa da , mas ela é bem legal. Não é à toa que é melhor amiga do .
   sentou-se, mais aliviado, e encostou a cabeça no sofá.
  - O é outra coisa que me preocupa – ele assumiu – Ele foi quem acabou achando o jeito de convencer a , mas... você não acha que vai ficar com ciúmes quando essa história começar de verdade?
   sorriu de um jeito engraçado.
  - Isso daria uma ótima história pros tabloides britânicos – e, fazendo voz de jornalista e gestos exagerados, anunciou: - , o problemático integrante da One Direction, agora está pegando a mulher do colega de banda. – e caiu na risada, fazendo dar-lhe um tapa na cabeça.
  - Deixa de ser idiota! – ralhou, e depois acrescentou: – e eu não sou problemático!
  Como continuou rindo, revirou os olhos e levantou, indo até a cozinha ver se tinha algo pra comer na geladeira, e feliz, continuou no sofá apenas esperando a comida e pensando que, finalmente, as coisas estavam prestes a mudar.

~*~

   e estavam sentados no sofá vendo algum filme de romance idiota, e enquanto quase dormia, já estava à beira das lágrimas fazia tempo.
  - Ai , como você é gay – ela comentou quando o rapaz começou a chorar, e ele empurrou-a de leve.
  - Você que é uma insensível, o cara acabou de morrer e você não esboçou nenhuma reação!
  - Claro que esbocei uma reação! – ela protestou, e quando olhou-a, ela sorriu – Chamei você de gay! O que mais você queria, florzinha?
   revirou os olhos e pausou o filme, que estava nos minutos finais, pra encarar a amiga.
  - Você é uma insensível! – disse exasperado, e quando a garota começou a fazer cara de choro e fingir que estava ofendida, ele empurrou-a de leve de novo e depois puxou-a pra si, abraçando-a. – Você é extremamente insensível, mas ainda gosto muito de você.
  - Claro que gosta – ela riu – Você não vive sem mim!
  Ele não negou, porque era verdade. não se tornara apenas sua amiga, ela era também a única conexão que tinha com a vida normal, de pessoas normais que podiam viver suas vidas de maneira normal, sem ninguém pra encher o saco.
  Ele não queria reclamar nem nada, afinal ele adorava estar em uma banda e poder cantar, era o que ele mais amava fazer. Mas não podia negar que, às vezes, ele sentia falta de ser apenas mais uma pessoa na multidão, e quando ele estava com ele se sentia mais livre, uma pessoa como qualquer outra que poderia fazer o que bem entendesse quando quisesse.
  E era por isso que ele não queria envolvê-la naquela história com a banda. Além de saber que ela odiava ser perseguida por paparazzi e sair em revistas junto deles, ele não queria perder sua única ligação com a vida “normal” que ele sentia certa falta. Porque quando começasse a namorar , mesmo que não fosse de verdade, ela seria quase como ele. Teria milhares de pessoas querendo saber cada detalhe, bom ou não, de sua vida. Teria fotos suas espalhadas por aí e pessoas falando sobre ela o tempo todo...
   estava com medo de ver perder tudo o que ela tinha de bom, tudo o que ele gostava nela, por causa disso.
  - Ei – ele chamou – Eu não me desculpei ainda por toda aquela história do namoro com o ... Acho que no fim eu que te obriguei a concordar.
  - Você não me obrigou a isso – ela garantiu-lhe – Você só achou uma forma de eu ganhar algo também.
   encarou-a.
  - Você sabe que vai ser difícil, não sabe? Não quero que você desista nem nada, também porque essa história não vai ajudar só o , vai me ajudar também, mas você sabe que vai ser difícil, né?
   assentiu.
  - Vai ser horrível, vou cansar nas primeiras semanas, vou ficar puta da vida às vezes, vou querer desistir de tudo... Mas você vai me ajudar com isso, não vai?
   sorriu.
  - É claro que vou. Eu, o , o , o ... e o também! Estamos todos juntos nessa, .
   encolheu os ombros.
  - Então pra mim está tudo certo. Desde que eu ainda tenha vocês do meu lado, , tá tudo certo.
   suspirou.
  - Desculpa mesmo ter usado a sua avó pra te convencer, mas isso vai ajudá-la, . O pode pagar o melhor tratamento do mundo pra ela!
  - Eu sei – disse. – Agora já podemos ver o final desse filme mega chato? – perguntou sorridente e ele revirou os olhos.
  - O filme é lindo, !
  Rindo, a garota pegou o controle e tirou da pausa, e os dois terminaram de ver o filme, com chorando e rindo da cara dele.
  Era bom pra ela saber que, mesmo considerando todas as circunstâncias e o tanto que sua rotina mudaria, ainda teria seu melhor amigo.
  Encostou-se nele e fechou os olhos. Precisava falar com e assinar o contrato e fazer tantas outras coisas que nem queria pensar, mas poderia começar pelo mais simples: aceitar aquela história toda e se preparar para a tempestade.
  Porque, uma hora ou outra, ela viria.

~*~

  Já havia se passado quase uma semana desde a visita que , e fizeram à , e agora ela se encontrava de frente para a casa do rapaz, vestindo seu melhor casaco e enrolada em seu cachecol, pensando no que diabos se metera.
  Os meninos decidiram que o “contrato” deveria ser fechado na casa de , para torná-lo mais informal e tentar tirar toda a tensão do ar, mas sabia que aquilo seria impossível.
  Olhando para os lados, ela já podia imaginar estar naquele mesmo lugar dali a umas semanas, tentando entrar para manter a fachada do namoro por contrato e tendo pelo menos umas cem fãs da One Direction gritando pra ela, enquanto tinha sua visão ameaçada por flashes de câmeras que ela odiaria.
  Já sentindo-se sufocada, tirou o cachecol e carregou-o nos braços até a entrada. Quando um segurança autorizou-a a adentrar a casa de , ele recebeu-a com um sorriso tímido e pijamas, o que fez com que se sentisse um pouquinho melhor.
  Ela odiava entrar na casa de , por exemplo, e vê-lo todo arrumado, impecável, como se ainda estivesse nas ruas pronto para ser fotografado. Não era culpa dele, é claro. Ele e todos os outros já estavam acostumados com aquilo, era parte de sua rotina, mas era como se eles estivessem perdendo uma parte de suas vidas tentando agradar outras pessoas, mesmo que aqueles cinco garotos fossem extremamente desleixados quanto a esse tipo de coisa, e ela não era obrigada a gostar de qualquer forma. Por isso gostou de ver de pijamas e com cara de sono.
  Entrou na sala do rapaz e viu-o chutando algumas roupas sujas pra debaixo do sofá, e com um sorriso constrangido explicar que tinha dispensado a empregada por um tempo.
   olhou ao redor logo que entrou e constatou: só estavam eles ali.
  - Então... – começou – E o contrato?
  - Ah, eu pedi pro pessoal da staff chegar um pouco mais tarde – ele explicou – Acho que eu queria falar com você um pouco, posso?
  - Claro – sentou-se no sofá e esperou.
  - Bem... - juntou uma mão na outra, sem saber por onde começar. – Como eu te disse aquele dia, acho que seria legal se passássemos um tempo juntos. Sabe, pra nos acostumarmos com a presença do outro e não ficar estranho em frente às câmeras...
   assentiu.
  - Sim, eu concordo com isso. Seria uma boa estarmos preparados pras perguntas também – acrescentou – Nós convivemos há bastante tempo, mas não sabemos exatamente muita coisa sobre o outro.
  - É verdade, você tem razão. – ele concordou. – Nesse tempo que passaremos juntos, podemos trabalhar nisso. – e, olhando apreensivo pra ela, continuou – eu só queria que as coisas não evoluíssem de uma maneira tão... mecânica, sabe? Nós somos amigos, , e embora eu tenha pedido umas dicas pro e pro , que já passaram por essa coisa de namoro por contrato antes, eu não queria que as coisas entre a gente ficassem meio decoradas, sabe? Porque dessa forma acho que ficaria muito estranho depois, quando isso acabar e as coisas voltarem ao normal...
  - Você está dizendo que quer que as coisas fluam de uma forma mais natural? – perguntou-lhe, surpresa – Confesso que eu não esperava por isso, – sorriu – Mas eu concordo com você, seria ótimo se fosse dessa forma. Eu acho que me sentiria mais à vontade se nos tornássemos amigos de verdade ao invés de só atuarmos em frente às câmeras.
   sorriu e então aquietou-se, sentando no sofá ao lado dela.
  - Eu tenho uma coisa pra te perguntar – disse um pouco constrangido – eu fiz essa pergunta pro , e ele não soube me responder de um jeito satisfatório...
  - Pode dizer – ela falou, curiosa.
  - Você... Acha que o ficaria com ciúmes quando as coisas começarem... Você sabe... A acontecer de verdade? – falou um pouco relutante e riu.
  - Ele com certeza vai ficar com ciúmes! – e quando olhou-a espantado, ela riu mais – Mas isso vai acontecer porque o é ciumento por natureza. Eu e ele não temos ou tivemos nada, – ela garantiu – Tire essa ideia da sua cabeça.
   riu um pouco.
  - Melhor assim. Eu... Não queria me meter no meio da relação de vocês, se tivesse alguma.
  - Não tem nada – ela garantiu novamente e eles sorriram. - Já que você me fez uma pergunta, vou te fazer outra – ela disse depois do breve silêncio, e ele assentiu. – Por que ela te afeta tanto?
  Como fez cara de confuso, se explicou:
  - A ... – quando viu a expressão de fechar-se, tentou consertar – quero dizer, eu sei que não tenho nada a ver com isso, mas os meninos estavam muito preocupados com você quando ela terminou contigo, e mesmo antes, quando eu os via juntos, ela parecia de certa forma afetar você de um jeito não tão saudável – vendo que continuava com uma expressão nada boa, enrolou-se – Você não precisa responder se não quiser, eu só fiquei curiosa mesmo... Desculpe.
  O rapaz levou um tempo pra responder. Engoliu em seco, respirou fundo e pensou em formas de fugir daquele assunto, mas não conseguiu chegar a nenhuma saída.
  - Eu achei que com ela fosse ser de verdade, sabe? Achei que fosse durar – ele disse, tentando não deixar transparecer nem tristeza nem raiva ou o que quer que fosse em sua voz – Eu sei que soa idiota, mas eu realmente a amo... amava! – corrigiu-se – Nunca imaginei que ela não se sentisse da mesma forma.
  Com um aperto ligeiro no coração, assentiu. E relutante, percebeu que o havia destruído, mas ainda gostava dela. Dava pra ouvir na voz dele que ainda gostava.
  - Você acha que voltaria com ela se ela quisesse? – perguntou, temendo de verdade pelo amigo.
   riu debochado.
  - Os garotos me matariam se eu fizesse uma coisa dessas!
  Mas não passou despercebido a que ele não respondeu à sua pergunta. E antes que ela pensasse em insistir, o interfone tocou e levantou-se, dizendo que era provavelmente a hora de acertarem os detalhes do tal contrato de namoro.
  Levantando-se também, pensou que estavam ambos em situações complicadas. Ela teria que mentir pras únicas duas pessoas no mundo que nunca queria ter de mentir: seu pai e sua avó.
  E estava tendo que mentir pra seus amigos. E pra ela e pro resto do mundo e pra ele mesmo!
  No fundo, conseguia ver que ele ainda queria . Só resolvera tentar consertar as últimas merdas que fizera por causa dos amigos e da banda, para não prejudicá-los como a ex-namorada o prejudicara.
  Com certo receio de que pudesse aparecer novamente e estragar tudo, tentou pensar positivo. Ela queria o bem de e da One Direction, e também queria o bem de sua avó, por isso seguiria com aquele plano e daria o melhor de si pra que a situação toda voltasse ao normal.
  E seguindo pela casa junto com dois homens que cuidavam da banda e de sua carreira, ela prometeu pra si mesma que mesmo apesar das dificuldades, iria ajudar a superar .
  Nem que pra isso tivesse que quebrar a cara da idiota que fora capaz de dar um toco naquele rapaz que, antes, era tão incrível.

Capítulo 4

Escrito por Marcella Ribeiro

  Era cinco da tarde, e e estavam naquele silêncio desconfortável há quase duas horas.
  O dia anterior fora cheio de decisões e pensamentos confusos. Foi o dia em que assinaram de fato o contrato e o plano de finalmente entrou em ação. fora tirado completamente de seu convívio social, alguns shows foram rearranjados pra outras datas e algumas entrevistas que a banda deveria fazer durante todo aquele mês foram canceladas. A desculpa foi que pegou uma doença causada por algum vírus que não fazia a menor ideia de qual era e o restante da banda estava de férias para dar tempo dele “se recuperar”. O resultado disso foi que teve que ser confinado em sua casa também, coitado, pra não acabar com o plano, enquanto , e decidiam o que fariam.
  Pelo o que lhe contara, ele iria para a América do Norte fazer algumas visitas. tiraria um tempo pra ficar com a namorada e não sabia o que fazer ainda. Provavelmente visitaria a família.
  E , confinado em seu apartamento, tinha apenas que esperar que as especulações sobre o destino dele começassem. O plano era que ele fosse visto poucas vezes saindo de seu apartamento, pra ir comprar algo pra comer ou qualquer coisa assim, e algumas vezes visto entrando em um carro e sendo levado para a casa de . No fim, quando e assumissem o “namoro”, as visitas à casa de seriam explicadas como uma forma de encontrar lá.
  O plano era bom, ambos admitiam. A ideia de de passarem aqueles dias, mais ou menos quinze que ele ficaria longe das câmeras, juntos era ótima também.
  O que não era nada ótimo era aquele silêncio mesmo. Estavam sentados no sofá da casa de há umas duas horas, pelo amor de Deus, e nenhum dos dois sabia o que falar!
  O auge da conversa foi quando perguntou o que ela vira em para chamá-lo de melhor amigo, e os dois riram e começaram a falar besteiras sobre o rapaz. O que só fez com que desejasse ainda mais que o mesmo estivesse ali. , diferente de , era bastante ativo e não calava a boca por um segundo! O que era ótimo, pois enquanto se incomodava com o silêncio, nem parecia ligar pra ele. Apenas fitava a moça pelo canto dos olhos de vez em quando e quando ela olhava de volta, sorria e fingia que nada havia acontecido.
  Algum filme de guerra passava na TV, e os olhos de se concentravam nele, mas não queria saber do filme. Ela estava incomodada com aquele silêncio todo! Tanto ao ponto de pensar, arrependida, que já tinha assinado a droga do contrato e agora teria que namorar aquele garoto semi-mudo sentado ao seu lado... Argh!
  Voltando os olhos para a TV, tentou prestar atenção no filme, mas seus pensamentos a perturbavam enquanto tentavam achar algum tópico de conversa. Ela não podia falar de nada muito pessoal, porque ela e não eram tão próximos assim, e até onde seus conhecimentos sobre o universo masculino iam, homens não curtiam tanto assim falar sobre sentimentos. Ainda mais considerando todos os recentes ocorridos com . Não, ele com certeza não ia querer falar sobre como estava se sentindo ao notar que estava sendo um idiota por tanto tempo.
  Podiam falar sobre a One Direction, mas era um assunto chato também. Aqueles cinco garotos respiravam One Direction, o dia todo, todos os dias. Falar sobre isso quando estavam, supostamente, tendo uma folga, não era bom.
  Desistindo de tentar concentrar-se no filme, fechou os olhos e apoiou a cabeça no braço do sofá, toda torta, sabendo que depois ficaria com dor no corpo por culpa da posição, mas querendo apenas dormir e quando acordar fingir que nada daquilo acontecera.
  Quando a menina suspirou profundamente, porém, olhou-a e passou as mãos pelo cabelo, em sinal de preocupação. O que estava acontecendo com ele? Não culpava por preferir dormir a tentar fazer o que quer que fosse com ele, pois estava sendo uma péssima companhia. Droga, ele sabia que costumava ser bem melhor do que aquilo!
  Xingando a ex-namorada de todos os nomes feios nos quais conseguiu pensar, pegou o celular que estava apoiado ao seu lado do sofá e procurou o número de , mandando pra ele uma sms com a seguinte frase:
  Estou precisando de uma ajuda aqui, não sei o que falar com a !
  Assim que enviou, sentiu-se ainda mais patético. riria horrores quando visse a mensagem dele, e como não dava pra apagar, ele apenas tentou pensar no pior e se acostumar com a ideia: mandando a mensagem dele para os outros garotos e todos eles tirando sarro de sua cara quando se reencontrassem.
  Alguns minutos depois, quando já parecia estar dormindo profundamente, respondeu:
  Pelo amor de Deus, ! O que é que aconteceu com você, cara?
  E logo depois, mandou outra:
  A ODEIA silêncio, fale qualquer merda que ela dá um jeito de continuar o assunto. Mas faça isso rápido antes que você perca todas as chances de namorar com ela! Haha
  - Muito engraçado – resmungou, e no mesmo momento, ávida por um pouquinho de assunto, levantou a cabeça e encarou-o – Hey – disse, surpreso – Achei que estivesse dormindo.
   esticou-se um pouco, já estava com uma dorzinha básica nas costas.
  - Que nada... – disse – Eu estava só... cansada da falta de assunto? – disse como se fosse uma pergunta, e percebeu que ela queria tentar poupá-lo de saber que era uma péssima companhia, mas não conseguiu não dizer aquilo.
  Com um sorriso, decidiu ser sincero:
  - E eu acabei de mandar uma mensagem pro pedindo ajuda sobre como barra o quê falar com você.
   sorriu.
  - Tá falando sério?
  Quando ele assentiu, ela riu.
  - Você tá pior do que eu pensava, !
  - Desculpe – ele encolheu os ombros – É que eu... realmente não sei o que dizer.
  - Tudo bem... Agora pelo menos eu sei que você estava querendo dizer algo, e não que eu sou tão chata que você prefere assistir essa droga de filme.
   revirou os olhos.
  - O filme é bem legal, tá?
  - Só não vou discutir com você porque eu não tava prestando atenção nele.
  Sorriram mais uma vez e então levantou-se.
  - Vou procurar na sua cozinha algo que eu possa usar pra fazer comida, tá? Se depois de comer ainda não acharmos nada pra falar, eu vou embora e tentamos outro dia.
  Com uma risada, assentiu e desligou a TV, levantando-se também e seguindo até a própria cozinha.
  - Se uma chef vai cozinhar especialmente pra mim, eu com certeza vou achar algo pra dizer.
   olhou-o estranhando.
  - Por quê?
  - Pra você cozinhar pra mim mais vezes, é claro! Sabe como é difícil achar uma boa cozinheira por aí?!
   jogou um pote de nutella que acabara de achar em um dos armários em .
  - Cozinheira não! Sou uma chef renomada, tá legal?
   riu.
  - Outro motivo pra achar o que falar!
  E enquanto revirava a cozinha de procurando ingredientes pra fazer qualquer coisa pra comer, ele sentou-se em uma cadeira perto da bancada na qual ela juntava o que pensava que ia usar e ele finalmente começou a sentir-se mais à vontade.
  - Quando eu era mais novo até arriscava cozinhar algumas coisas – contou – se você quiser, posso ajudar.
  - Claro – ela respondeu – Só se não for atrapalhar.
  E no final de tudo, estavam os dois sentados na bancada, comendo bolinhos de carne simples que preparara e falando um pouco sobre a infância, conhecendo coisas que ainda não sabiam sobre o outro.
  E embora o silêncio ainda voltasse às vezes, perceberam que tinham bastante coisa em comum. Como as músicas que escutavam e os hábitos. E que com tanta coisa sobre o que falar, eles só ficariam em silêncio de novo se quisessem.
  Uma centelha de esperança surgiu no peito de . Aquilo poderia dar certo. Teriam bastante tempo pra se acostumarem um com o outro, e quando isso acontecesse, seria a hora de começarem com o trabalho de verdade.
  Ao fim do dia já não achava que seria tão difícil. Ignorar as câmeras e todas essas coisas, talvez fosse mais fácil do que pensara a princípio. Ela e só precisavam manter-se juntos e as coisas poderiam dar certo de verdade.
  Antes de ir embora, ela despediu-se já marcando outro encontro:
  - Amanhã eu vou visitar minha avó, mas depois posso vir aqui. O que você acha?
  - Acho ótimo – ele sorriu – Não quero ficar tanto tempo sozinho.
  - Então combinado – ela deu-lhe um beijo na bochecha e depois sorriu – Pense no que conversaremos no próximo encontro, tá?
  Piscou e foi embora, deixando rindo e, de fato, pensando no que poderiam conversar.
  E só quando voltou pro sofá da sala e pegou o celular foi que viu outra mensagem de :
  Fale sobre qualquer coisa com ela, só não confunda tudo! Ela vai ser sua namorada por causa de um CONTRATO. Cuidado!
  Assustou-se um pouco com a mensagem, mas no fundo sabia que só estava querendo “cuidar” dos dois, pra que ninguém saísse na pior daquela história.
  Mas deu de ombros e respondeu algo como “não se preocupe com isso”, porque embora fosse muito legal, ela era bastante independente. Poderia ser um pensamento um pouco machista, mas gostava quando sentia que as garotas meio que dependiam dele pra qualquer coisa. não era assim, dependia somente dela mesma. Ele se apaixonaria por alguém totalmente diferente dela. Alguém como...
  .
  Sentindo-se um retardado novamente por ainda gostar dela, voltou até a cozinha, encontrando a bagunça que deixara e procurando nos armários alguma bebida.
   não o visitaria tão cedo, e não tinha nada ali pra que ele fizesse qualquer besteira e saísse nos jornais.
  Então... por que não tentar afogar as mágoas novamente?
  Ele estava tentando salvar a imagem da banda, era verdade. Mas isso não queria dizer que tinha se curado de .
  Ainda era o idiota que levara um toco e saíra fazendo idiotices. Ainda era o mesmo cara que ignorara a família e os amigos por meses porque era egoísta demais pra pensar que eles poderiam estar preocupados com ele.
  Ainda era o mesmo que sofrera por causa de uma decepção e não reagiu bem. Era o que ainda não tinha voltado.
  E apenas um dia divertido ao lado de não mudaria isso.

Capítulo 5

Escrito por Mayara Braga

  Na manhã seguinte, tentava falar com o , mas ele não atendia as ligações. Sentiu-se obrigada fazer algo que não queria. Discou o número do ), informando o ocorrido e pediu uma chave do apartamento do rapaz.
  — , deixa que eu resolvo. — ), disse sério, mas a menina penteava os cabelos para ir ao apartamento do .
  — Não, ). — Disse pegando a bolsa e estendendo as mãos para que a chave fosse entregue a ela. — A partir de agora é comigo.
  — Então, pelo menos deixe que eu a leve. — ), disse.
  — Tudo bem. — Disse adentrando o carro do melhor amigo.

  Quando a menina adentrou o apartamento, encontrou latas de cerveja e fotos rasgadas. Abaixou observando com calma, as fotos eram da ). Percebendo que não acordaria tão cedo. Ela começou a limpar a casa do rapaz, catando as latas de cervejas e jogando fora o que sobrou das fotos. Preparou um risoto de frango e sentou-se em uma das poltronas. Perguntava a si mesma se estava preparada para tudo que estava prestes a acontecer. Mas rapidamente seus pensamentos foram direcionados a última conversa que teve com o seu pai, dizendo que sua avô precisaria tomar remédios muito caros e mesmo que juntassem tudo que ganham não poderiam pagar por eles.
  — A quanto tempo você está aí? — Ele perguntou com a voz rouca.
  — Tempo suficiente. — disse séria. — Vou perguntar uma vez, você realmente está disposto a mudar?
  — Estou — disse sério — Mas tive uma recaída.
  — Não é fácil, eu sei. — disse séria. — Porém, você precisa se esforçar mais, senão…
  — Eu vou me esforçar, mas por favor, não desista do plano — disse desesperado. — Os garotos, não me perdoariam.
  — Tudo bem. — Disse, séria. — Toma um banho para almoçarmos. Preparei um risoto de frango. Ele caminhou em direção ao banheiro, porém, parou na metade do caminho e olhou para a menina que estava concentrada em uma revista.
  — — Disse com uma voz triste.
  — Fala, . — disse, encarando o rapaz.
  — Por favor, não desista de mim. — Disse e em seguida entrou no banheiro.

  Permaneceram quietos durante o almoço. Mas , pensava em uma forma de ajudar o . Queria ver o rapaz do jeito que ele era antes de se tornar o que é hoje. Quem acompanhava o relacionamento dos dois, percebia que não terminaria bem. ), deixava , totalmente agressivo e possessivo e ela parecia gostar do que via.
  — Você deve estar pensando em como sou idiota por pouco a pouco me destruir e acabar com a banda.... — Disse sendo interrompido.
  — .... — Ela, disse encarando seus olhos vermelhos.
  — Eu nunca senti nada ao menos parecido do que eu senti pela ). — Disse triste. — Me entreguei de corpo e alma a esse sentimento. Talvez, por isso, não consigo esquecer e seguir em frente. Mas não consigo esquecer da feição dela ao dizer não ao meu pedido de casamento. Meu ego masculino se sentiu totalmente pisado ao ver que ela sorria. — Continuou. — Como podia tripudiar em cima do que eu sentia? —deixou uma lágrima cair. — E todas as vezes que me sinto mal por ela e pelo que sinto, a única solução que encontro é a bebida, a maconha e a pior delas a cocaína.
  — Mas você sabe que beber e se drogar, não te faz esquecê-la e muito menos vai fazer com que se sinta melhor. — Disse séria, se aproximando do rapaz. — Beber e se drogar até apagar e dormir, só vai te fazer acordar pior do que você estava.
  — Me diz como eu faço pra não descontar minhas frustrações na bebida? Como não correr pra maconha ou então nas crises mais fortes, pra cocaína? — Disse, encarando a menina.
  — Já pensou em dar uma geral no apartamento, cortar os cabelos, fazer a barba e focar em coisas novas?
  — Isso vai fazer com que eu a esqueça?
  — Não sei. — Disse séria — Mas você precisa destruir as lembranças, por exemplo. — Apontou. — Aquele porta-retratos com a foto de vocês. Há muito temo que não deveria estar ali. — Disse levantando e pegando o mesmo. — Você tem martelo? — Disse, séria.
  — Tenho, está no armário de ferramentas. — Disse sem entender enquanto observava a menina voltar com o mesmo em mãos.
  — Quebra. — Disse firme. — Desconta toda a sua raiva.
  — Mas pra quê isso? — disse sem entender.
  — Uma vez, vi em um programa, uma mulher fazer o mesmo com a foto do ex-marido. — Explicou. — Vou te ensinar a descontar a sua raiva de um modo que não destrua a si mesmo e sim destrua essa dor que você carrega em seu coração.
  , pegou o martelo das mãos da . A cada martelada que ele dava era como se fosse uma dor a menos em seu coração. O porta-retratos estava totalmente destruído, mas ele continuava bater no objeto. , pegou o objeto de suas mãos e ele relutava para pegar o objeto de volta. A feição do garoto, não era nada boa. Tinha raiva em seu olhar, mas ela arriscou, abraçou o rapaz fazendo-o bufar, porém, enfim, rendeu-se aos braços dela. E o Rapaz, chorou em seus ombros. Não disse com palavras, mas estava totalmente cansado de si mesmo e suas atitudes.
  — Obrigado. – , disse abraçando a menina.
  — Eu vou te ajudar, . — Disse abraçando e acariciando os cabelos do garoto.
  — Me enganei quando disse que todas são iguais. — Ele disse próximo ao ouvido dela. — Definitivamente, ainda existem mulheres de verdades.
  — Você vai superar , vou ajudá-lo. — Sorriu acariciando os cabelos do rapaz.
  — Vou estar do seu lado e sua avô vai sair dessa. — Sorriu fraco encarando-a.

Capítulo 6

Escrito por Mayara Braga

  Havia se passado quase duas semanas desde o “Contrato”. e , estavam nervosos porque em quatro dias teriam o primeiro encontro oficial. A menina, não gostava nem um pouco de saber o rumo que a sua vida iria ter depois que o namoro fosse assumido, porém, sua avô precisava e também tinha o , que precisava dela.
  — ? — , adentrou o apartamento da melhor amiga.
  — ! — Ela o abraçou fortemente. As mãos do garoto percorriam pelos cabelos da menina. — Estou com medo. — Disse desvencilhando do abraço.
  — Tem certeza que quer continuar? — Disse sentando-se ao lado da amiga.
  — Tenho. — Disse firme. — Minha avô, precisa do tratamento e o , de alguém que cuide dele. — Disse levantando e preparando um café.

~**~

  Como combinado ás 18h00, estacionou o carro em frente ao prédio da . Alguns minutos depois a mesma adentrou o carro e cumprimentou o rapaz com um beijo na bochecha. Seguiram em direção a London Eye.
  — O que houve? — , encarou a menina que estava pálida. — Se for pelos fotógrafos eu estou....
  — Tenho medo de altura. — , tapou o rosto com as mãos.
  — Não precisa ter medo. — Ele disse, tirando delicadamente as mãos da menina que cobriam o seu rosto. — Estou com você. — Disse, entrelaçando suas mãos com a .

  À noite a vista da London Eye, se tornava ainda mais especial. Muitos casais faziam o mesmo programa. O tempo todo e , não perdiam o contato visual. Ele posicionou-se atrás da abraçando a mesma em seguida. Conversavam e riam naturalmente, como se nada daquilo fizesse parte de um plano bolado pelos amigos para salvar de si mesmo.
  — Um brinde a você. — disse, entregando uma taça de Champanhe a . Em seguida, pegou uma para ele.
  — Não. — Sorriu. — Um brinde a nós. — disse, levantando a taça e em seguida, fizeram o brinde. Abraçaram-se e permaneceram assim, até o fim do passeio.

  Caminhavam animadamente, sorriam e brincavam. De repente, as mãos do soltaram-se das mãos da . Seu rosto passou de feliz para triste com um misto de raiva contida. Ele puxou a o mais carinhoso possível e praticamente a jogou dentro do carro. Dirigia descontroladamente para um local desconhecido até então pela garota.
  — , para esse carro. — Ela implorava. — Quer nós matar?
  — Você viu? — Sorriu Nervoso. — A vadia estava aos beijos com um babaca da faculdade dela. — Continuava a dirigir em alta velocidade.
  — Eu sei o quanto deve doer, mas, por favor, não faça nada que destrua você. — tentava controlar o garoto, porém, ele parecia estar irredutível.
  — Espere dentro do carro. — Disse pegando a carteira. — Não desça desse carro por nada, me ouviu? — Praticamente gritou a última frase. A menina assentiu positivamente com a cabeça e em seguida, saiu do carro trancando o mesmo em seguida.

~**~

   chorava desesperadamente, quando ouviu o barulho da porta ser aberta. estava com os olhos vermelhos e agia como um maluco. A menina, observava tudo sem dizer uma única palavra. Ele dirigia desesperadamente em direção ao seu apartamento. Quando chegaram ao prédio do , ele estacionou o carro de qualquer jeito. Olhou com raiva para a .
  — , me deixe ir embora. — Pediu enxugando as lágrimas.
  — Pra quê? — Sorriu — pra você ligar pra um dos caras e eu tomar uma bronca? — Pegou a mesma pelo braço e puxou a mesma para o elevador.

  Ele abriu a porta e praticamente empurrou a garota fazendo com que a mesma caísse sobre o sofá. , foi até a geladeira e pegou duas cervejas e bebeu as duas uma seguida da outra. Começou a quebrar pratos e copos. Tacou quadros e o telefone no chão. Tirou de dentro de uma caixa um anel de noivado e pisou em cima quebrando o mesmo em infinitos pedaços. A menina, chorava desesperadamente. , socava a parede como se não sentisse dor alguma. Sua crise tinha nome e se chamava “Louise”, porém, impulsionada pelo uso de cocaína. encarou a que estava encolhida no sofá, chorando sem cessar.
  — Está com medo do ? — Sorriu alto. — Vem cá, vem. — Puxou a menina pelo braço e tacou a mesma em cima do tapete.
  — . — Choramingou baixo. — O que houve com você?
  — Ué. Cadê a menina que não tem medo de ninguém? — Sorriu olhando a que estava caída sobre o tapete.
  — Quero cuidar de você. — Chorou — Você não pode se descontrolar a cada vez que vê a .
  — Cala a sua boca, piranha. — Gritou e bebeu uma cerveja. — Você não é diferente dela. Aceitou um contrato pra namorar com o cara problema da One Direction.
  — Nunca mais me compare com essa vadia. — gritou.
  — Por quê? — , segurou os pulsos da garota.
  — Porque nunca fui piranha. — gritou tentando soltar os pulsos. — Tire suas mãos nojentas de cima de mim.

  A raiva tomou conta de . Deitou-se sobre a menina segurando seus pulsos e encarando a , com raiva como se a qualquer momento fosse descontar toda a sua raiva naquele corpo pequeno que estava debaixo do seu.
  — Qual o seu problema? — Ele, gritou próximo ao rosto da menina. — Mulher nenhuma vai me recusar ouviu? — , gritou apertando o pulso da menina.
  — Por favor, não me machuca. — , chorou baixo e fechou os olhos.

  De repente, pareceu voltar a si e encarou a figura de totalmente desprotegida. Ela, chorava baixo como se estivesse com medo do que pudesse acontecer com ela. Em um ato inesperado por ambos, uniu seus lábios aos da , formando um beijo desesperado, porém, cessou o beijo e olhou por alguns segundos a menina, logo em seguida, levantou e se trancou no quarto. Ela deitou no sofá e chorou até pegar no sono.

Capítulo 7

Escrito por Mayara Braga

  Logo, pela manhã, foi acordada por um barulho estranho. Levantou-se e caminhou sem fazer barulho até o quarto do , que estava com a porta meio aberta. Ouvia o choro do rapaz, seu celular estava em suas mãos.

  ), meu amor, sinto a sua falta todos os dias. Da sua voz, do seu beijo, do seu abraço e até mesmo quando brigava comigo. Ontem quando a vi nos braços de outro, meu coração sentiu-se totalmente pisado. Me diz o que você quer? Compro uma casa, um carro, joias. Faço tudo para tê-la na minha vida novamente. Quero sentir você e adormecer só com você.” — , chorava enquanto gravava um recado para a ex-namorada.

  — Como você é burro. — gritou, pegando o celular da mão do garoto. — Burro não, porque seria ofensa com os animais. Idiota seria a palavra mais apropriada para definir você.
  — Qual o seu problema? — , gritou pegando o celular das mãos da garota.
  — Meu problema é um drogado, idiota que não aceita perder uma vadia. — Disse pegando o celular de volta e saindo do quarto. Mas , acompanhou a mesma e tentava entender a atitude da garota.
  — Por que pegou o meu celular? – Gritou. — Sua mãe não te ensinou que não deve pegar as coisas dos outros? — sorriu debochado, mas a menina sentiu um aperto no coração.
  — Minha mãe me abandonou quando eu era um bebê. — disse com uma tristeza estampada em seu rosto. Pegou sua bolsa e quando estava próxima a porta, parou e tacou o celular em . — Quer saber? Ligue pra ela e depois de tomar um pé na bunda, vá naquele local e compre todas as drogas do mundo e morra de overdose. — , gritou e saiu limpado as lágrimas. Mas , foi atrás e segurou a porta do elevador impedindo a , de entrar.
  — Desculpa. — , olhou dentro dos olhos marejados da garota, mas ela estava com raiva pela noite anterior e pelas palavras ditas a minutos atrás.
  — Seu problema é esse. — Gritou. — Acha que todas as suas merdas podem ser esquecidas com um simples “Desculpa”. Você está de brincadeira comigo só pode. Vai no meu apartamento implorando por ajuda, porém, não deixa que eu o ajude. — chorava sem se importar.
  — Acha que é fácil? — , gritou. — Você não sabe o que é sofrer.
  — , olhou para o rapaz, incrédula. — Minha avô, está com câncer e minha mãe me abandonou. E você tem a coragem de dizer que eu não sofro? — deslizou seu corpo pela parede caindo sentada ao chão frio.
  — … — disse próxima a menina, mas ela continuou a falar como se estivesse sobrecarregada com tudo.
  — Depois que minha mãe não me quis. Minha avô, cuidou de mim com todo amor do mundo. E de repente, posso perder a pessoa que, mais amo. — chorou alto levando suas mãos até seus cabelos. — Não quero perdê-la , por favor, me ajuda. — Chorou tão alto que , puxou a menina, e uniu seus corpos em um abraço forte. Ele acariciava os cabelos da garota e ela chorava molhando toda a camisa do garoto.
  — , você não irá perdê-la. — , disse enxugando as lágrimas da garota. — Vou pedir aos assessores para procurar o melhor especialista para cuidar da sua avô.
  — Não precisa, . Esse não foi o combinado. — Disse encarando a planta no final do corredor.
  — Da mesma forma que ser a minha babá, aturar minhas crises, não estava no nosso acordo e mesmo assim, você não me abandonou. — deixou uma lágrima escapar dos seus olhos. — É meu dever, dei a minha palavra que iria ajudá-la e farei o que prometi a você. — disse enquanto se levantava e ajudava a a fazer o mesmo. , caminhou em direção ao seu apartamento e , em direção a escada, porém pararam no meio do caminho e se viraram para encarar um ao outro. correu até o , pulou em seus braços e o beijou com toda vontade do mundo. As mãos do rapaz deslizaram até a cintura da garota. afagava os cabelos do e o mesmo a beijava com toda vontade do mundo. O beijo se intensificava a cada segundo, caminhou com a até o seu quarto deitando a menina, sobre a sua cama. Olhou-a nos olhos por alguns segundos, porém quando suas mãos tentaram deslizar a blusa da garota, a mesma pulou e se afastou do rapaz.
  — Meu Deus, o que estamos fazendo? — levou suas mãos na altura do cabelo. Pegou sua bolsa e caminhou rapidamente até a porta, porém, puxou a mesma tentando beijá-la, mas ela se esquivou.
  — Por que não? — brincou com os cabelos da .
  — Não posso me envolver com alguém que está ligado a outra pessoa. — Disse séria. — Não quero misturar as coisas. Temos um “Contrato.” — Disse entrando no elevador e deixando , parado pensando em tudo que acabara de acontecer.

~*~

  , encarava sua avô deitada na cama do hospital. Há poucos minutos foi submetida a primeira de muitas seções de quimioterapia. , sentia-se mal, não conseguia ver a fortaleza da família estar tão frágil. A enfermeira, pediu que se retirasse e deixasse sua avô descansar. A menina, beijou a testa da avô e contra própria vontade se retirou do quarto. Estava na cafeteria sentada em uma das mesas, quando sentiu um par de braços envolvendo-a em um abraço bem forte. Era , ele havia prometido que estaria com a e estava cumprindo sua promessa.
  — Já comeu algo? — , disse encarando a menina com a aparência cansada.
  — Não. — Disse mexendo no café que já havia esfriado.
  — ... Você precisa comer, meu anjo. Sua avô precisa de uma neta linda e forte, para ajudá-la. — , disse tão doce que a menina o olhou sem entender o que haviam feito com ele.
  — A não sabe o cara maravilhoso que ela perdeu. — disse encarando os olhos do rapaz. — Obrigado por estar presente em um momento tão delicado.
  — Você é maravilhosa. — disse sorrindo. — Não precisa agradecer. Tenho que cuidar de você, ou então o me mata. — Disse tentando descontrair um pouco.

   e , sairam do hospital e foram almoçar em um restaurante próximo à casa do . Quando adentraram o ambiente, escolheram uma mesa afastada e reservada para evitar o mínimo de atenção possível. Durante o almoço permitiram-se sorrir, brincar, esquecer um pouco dos problemas. Em seguida, foram para o estúdio.
  — Boa tarde, meninos. — disse cumprimentando os meninos e os produtores.
  — ! — abraçou a melhor amiga. — Hey, , ela é minha.
  — Sempre, meu amor. — sorriu brincando com os cabelos do melhor amigo.
  — Amor, assim, fico com ciúmes. — brincou fazendo todos presentes darem boas risadas, inclusive a própria .

  Conversavam animadamente sobre o novo disco que seria lançando em poucos meses, mas , batia o pé impaciente demonstrava estar nervoso como se tivesse algo que quisesse mostrar, porém, não tinha coragem. se aproximou do Rapaz e pegou papel de suas mãos. Quando terminou de ler seus olhos estavam marejados e a menina, tinha um sorriso doce nos lábios.
  — É linda! — disse entregando o papel para o .
  — Será? — disse apontando para os meninos, e para os produtores.
  — Mostre a eles. — Sorriu brincando com os cabelos do garoto.
  — Rapazes. — disse chamando a atenção de todos. — Não ia mostrar, porém alguém — Apontou para . Me convenceu. — entrou na cabine e começou a cantar a música que havia escrito.

Steal My Girl
(Roubar a minha garota)

   encarou a . Sorriu envergonhado quando todos perceberam seu gesto. Fechou os olhos encarando o papel a sua frente. havia escrito na manhã seguinte a confusão durante seu primeiro passeio com a . A garota, havia despertado novamente a vontade do mesmo em escrever, colocar seus sentimentos em músicas lindas.

  “She's been my queen since we were sixteen
   (Ela é minha rainha desde que tínhamos 16 anos)
  We want the same things, we dream the same dreams
   (Queremos as mesmas coisas, sonhamos os mesmos sonhos)
  Alright? Alright!
  (Certo? Certo!)
  I got it all, 'cause she's the one
   (Eu tenho tudo porque ela é a minha alma gêmea)
  Her mom calls me, "Love", her dad calls me "Son"
   (Sua mãe me chama de, "Amor", seu pai me chama de "Filho")
  Alright? Alright!”
   (Certo? Certo!)

   “I know, I know, I know, for sure
   (Eu sei, eu sei, eu tenho certeza)
  Everybody wanna steal my girl
   (Que todos querem roubar minha garota)
  Everybody wanna take her heart away
   (Todos querem levar seu coração)
  Couple billion in the whole wide world
   (Alguns bilhões de pessoas no mundo)
  Find another one, 'cause she belongs to me”
   (Procurem outra pessoa, porque ela me pertence)

   “Kisses like queen, her walk is so mean
   (Beija como uma rainha, seu jeito de andar é demais)
  And every jaw drop when she's in those jeans
   (E todos os queixos caem quando ela usa aquele jeans)
  Alright? Alright!
   (Certo? Certo!)
  I don't exist if I don't have her
   (Eu não existo se ela não for minha)
  The sun doesn't shine, the world doesn't turn
   (O sol não brilha, o mundo não gira)
  Alright? Alright!”
   (Certo? Certo!)

   “She knows, she knows that I've never let her down before
   (Ela sabe, ela sabe que eu nunca a desapontei antes)
  She knows, she knows that I'm never gonna let
   (Ela sabe, ela sabe que eu nunca vou deixar)
  Another take her love from me”
  (Outra pessoa levar o seu amor para longe de mim)

   observava com os marejados enquanto sorria para que estava dentro da cabine. Assim, que saiu da cabine correu e abraçou fortemente e sussurrou palavras ao ouvido da . Em seguida, os caras olharam um para o outro e trocaram um olhar cúmplice. , abraçou os caras e todos aparentavam estar felizes com a volta do velho que pouco a pouco parecia estar de volta para a felicidade da banda e dos fãs.
  — Ela beija como uma rainha? — brincou com a .
  — Por que não consigo esconder nada de você? — sorriu.
  — Já sabia quando você entrou no estúdio com um sorriso digno de quem está apaixonada. — disse rindo.
  — Não estou apaixonada, ok? — disse séria.
  — , … A conheço a bastante tempo para saber quando você está apaixonada. — sorriu e cochichou para a amiga. — O , é um cara legal, cuide dele, por favor, não quero outra na vida dele. — O garoto, disse e se juntou aos amigos, que discutiam sobre a nova música.

~*~

  , estava no camarim esperando para entrar ao vivo em um programa e conceder uma entrevista com os amigos. Enquanto todos conversavam sobre mulheres e futebol, o garoto, estava vibrado com o celular, sorria tanto que os meninos, pararam para observar o amigo, que nos últimos dias parecia ter mudado da água para o vinho.
  — Efeito . — brincou Com . O garoto, olhou sem entender, porém os caras entenderão a piada e começaram a rir sem parar. teve a ideia de pegar o celular do amigo, para descobrir o que tanto entretinha o amigo.
  — , obrigada por me ajudar a compor.” leu em voz alta e todos esboçaram um — Awn! — Coletivo fazendo o , corar. , a garota, que conquistar seu coração ganhara na loteria.” gargalhou entregando o celular de volta ao amigo, que bufava.
  — Mayara está rica então, né ? — brincou com o amigo, e todos presentes soltaram gargalhadas.
  — Poderiam, por favor, deixar que eu tome conta da minha vida? Obrigado. — Disse com raiva.
  — Acalme o coração, menino apaixonado. — sorriu brincando com o amigo, que mandou um dedo bem feio para o mesmo que fingiu estar chateado. O responsável pelo programa chamou os garotos, que seguiram rindo até o estúdio do programa. Cantaram duas músicas em seguida, sentaram-se no sofá posicionando ao lado da bancada do apresentador do programa.
  — Ansiosos para o novo disco? — O apresentador perguntou aos meninos.
  — Sempre. — sorriu e todos acompanharam o amigo nas risadas.
  — Ouvi falar que existe um projeto de filme? — O apresentador brincou.
  — Quem sabe? — sorriu deixando uma dúvida.
  — E as composições para o novo disco? — O apresentador perguntou e logo, os meninos olharam para .
  — Estão a todo vapor. — sorriu. — , mesmo acabou de escrever uma das suas poesias.
  — O que inspira as composições? — O apresentador olhou diretamente para .
  — Garotas! — sorriu e todos acompanharam nas gargalhadas.
  — Solteiros? — O apresentador brincou.
  — Sim. — , , e , responderam juntos.
  ? - O apresentador olhou para o rapaz.
  — Namorando. — Sorriu. — Aproveitando a oportunidade queria mandar um beijo para a minha garota, que está em casa assistindo a entrevista.
  — Meninas, nosso bad boy, foi fisgado. — sorriu e até mesmo o próprio , sorriu com o comentário do amigo. Quando a entrevista acabou seguiram para um pub, porém , preferiu ir para casa. O mesmo perdeu as contas de quantos dias não entra em um pub ou tem contato com as inimigas como a apelidou as drogas.

~*~

  , chegou em casa ligou para o restaurante Italiano, que por sinal era o preferido da . Encomendou o jantar, arrumou seu apartamento e ajeitou a mesa. Quando a comida chegou, deixou-a sobre a bancada da cozinha. Seu relógio marcava 19h00. O combinado era ás 20h00 ambos jantarem juntos no apartamento do . Ele correu até o banheiro e tomou um longo e relaxante banho. Se arrumou e ficou esperando a chegar.

  — Ela deve ter se atrasado. É normal afinal, ela é mulher. — dizia a si mesmo olhando no relógio que marcava 20h30. Porém passou dez, quinze minutos, uma hora, duas. A menina, não havia chegado. jogou a comida fora e saiu desesperado dirigindo ao local tão conhecido e pouco frequentado nas últimas semanas.

  — Cocaína e maconha. — Jogou o dinheiro nas mãos do homem, que entregou as drogas a , que adentrou seu carro e quando chegou no seu apartamento usou as drogas até sentir-se totalmente inerte ao ocorrido na noite ou melhor ao que não havia ocorrido na última noite. Porém a quantidade havia sido diferente das outras, não contente com o que havia comprado, lembrou que tinha guardado um pouco de cocaína em uma das gavetas. Quando utilizou a mesma apagou poucos segundos depois.

~*~

   saiu cedo do hospital quando seu pai, chegou para ficar com a sua avô que havia passado mal durante a noite e foi submetida a internação. Quando chegou em casa tomou um banho vestindo o jeans habitual. Pegou um táxi e seguiu em direção ao apartamento do , afinal precisava se desculpar por não ter comparecido ao jantar. Como tinha a chave decidiu fazer uma surpresa para o garoto, porém, quando adentrou a sala e viu , caído no chão da sala, se desesperou.
  — ? — Mayara mexeu um pouco no garoto, porém era inútil. O rapaz, não movia um músculo. Sentiu o pulso do garoto e estava fraco. Começou a chorar e tentava acordar o garoto, mas ele não acordava. Pegou o celular e com as mãos trêmulas discou o número do .
  — Alô? — disse com a voz rouca. — , estou com uma gata, por favor, ligue depois. — O amigo brincou, porém, as frases ditas por o fez silenciar-se.
  — . — chorava alto. — O … — desabou de tanto chorar.
  — , O QUE TEM O ?
  — Ele não acorda, . — Chorava alto. — Não acorda. Acho que ele teve uma....
  — Não, não, não, não. — dizia descontrolado. — Vou ligar pra emergência e vou direto para o hospital.
  — Tudo bem. — disse desligando o telefone. Quando a ambulância chegou seu coração apertou ao ver colocarem , na maca totalmente desacordado. Foi como acompanhante e segurava firme nas mãos do garoto, que não esboça nenhuma reação. Quando chegaram ao hospital levaram , para uma área apenas para os médicos. abraçava a amiga, que chorava desesperadamente. , e , andavam de um lado para o outro. O médico chegou e tranquilizou a todos dizendo que dessa vez a medicina pode fazer algo pelo garoto, porém não garantiu sucesso se acontecesse outra vez. Adentraram o quarto onde , encontrava-se acordado observando o teto do quarto.
  — Que susto! — disse aproximando do amigo.
  — Cara, você levou a sério a brincadeira que queríamos que você morresse? — disse fazendo todos soltar gargalhas.
  — O que ela está fazendo aqui? — perguntou observando encostada na ponta da cama.
  — C-como assim, ela que.... — disse, mas foi interrompido por , que olhou a com desprezo.
  — Me deixou plantado esperando por ela. — Disse com a voz triste. — Esperei dez minutos, quinze minutos, uma hora, duas horas, mas ela não apareceu. Acabei cometendo a besteira de quase me matar por uma mulher, novamente.
  — ela… — tentou dizer, porém, o cortou.
  — Ele está certo. — Disse pegando a bolsa no sofá. — Estou errada e você está certo. — Disse saindo do quarto. chorava alto sentada no banco do hospital. Sentia-se culpada por magoar o rapaz, porém a sua avô havia passado mal. Não poderia abandoná-la sem ninguém para protegê-la, mas a menina, não se perdoaria se algo tivesse acontecido com . Quando estava saindo do hospital ouviu vozes.
  — Por que não contou a ele o motivo? — perguntou.
  — , por que não contou que se não fosse você ele poderia estar… — não conseguiu terminar a frase.
  — Porque eu estou errada. — Ela disse triste com lágrimas em seus olhos. — Reclamo porque as pessoas me abandonam, porém causo dor nas pessoas. Tanto que nem a pessoa que me deu a vida, suportou conviver comigo. — , disse caminhando em direção ao táxi e adentrando o mesmo em seguida.

Capítulo 8

Escrito por Mayara Braga

  Uma semana depois…
   encontra-se em um estado emocional muito sensível, devido ao estado em que sua avô se encontra, cada dia que se passa a menina, nota a sua avô ainda, mais cansada, mais pálida, mais magra. A menina, levantou da cama, fez a sua higiene matinal em seguida, vestiu uma roupa bem agasalhada. Comeu algo antes de pegar a bolsa e entrar no primeiro táxi. Quando chegou ao prédio do , pensou duas vezes antes de subir, mas estava preocupada com ele. tinha a chave do apartamento . Quando girou a maçaneta da porta, se deparou com uma cena que jamais pensara em presenciar pelo menos, não depois de tudo que aconteceu. Permaneceu estática no meio da sala enquanto via tudo sem acreditar no que o estava fazendo.
  — ! — gritou, assustando que logo, afastou-se da .
  — Quer me matar? — Gritou.
  — Quero e como quero, porém, você já está fazendo isso por mim. — Gritou empurrando o no sofá. — O que essa vadia está fazendo aqui?
  — Queridinha, qual parte do nosso namoro ser fake você não entendeu? — Sorriu debochado. — Vou ter que desenhar ou soletrar?
  — Pouco me importa com quem você dorme. — gritou. — Pode pegar qualquer piranha menos essa — apontou para . — Ela acabou com a sua vida.
  — Olha só , se eu quiser fico quantas vezes quiser com a e sabe por quê?
  — Não , eu não sei por quê. Diga você. — o olhou com desprezo.
  — A vida é minha, fico, beijo e vou pra cama com que eu quiser. — gritou próximo demais da garota. — A é problema meu e não lembro de pedir a sua maldita opinião.
  — Você é um fraco. — Gritou. — Não merece a confiança que seus amigos, produtores, empresários e fãs depositaram em você. E quer saber? Teria vergonha de ter um ídolo ou amigo como você. — Gritou próxima ao . — Você despertou um sentimento até então desconhecido por mim, você me fez ter nojo de alguém e vocês dois se merecem. — Gritou. — Vermes e sujos.
  — Nunca mais chame o , de verme. — gritou e a olhou com todo desprezo do mundo. — Juro que acabo de deforma a sua cara.
  — gargalhou alto, puxou a pelos cabelos jogando-a no sofá. — Está pra nascer piranha que vai encostar a mão em um único fio de cabelo meu. — Segurou firme o cabelo da . — Tenta a sorte que te faço conhecer o azar. Não tenho medo de nada ainda, mais de uma piranha malcomida. — , sentiu dois braços a puxar de cima da , era que tinha uma feição preocupada.
  — O que significa isso? — perguntou devidamente nervoso.
  — Seu amiguinho voltou para a ex-namorada. — ) gritou enquanto procurava pela sua bolsa.
  — Não acredito que você fez isso. — gritou.
  — Sua amiga, começou com tudo isso… — disse tentando se explicar. — Estava afastado das lembranças da , das bebidas e drogas, porém ela me fez de idiota, me deixou plantado. Nunca irei perdoá-la.
  — gargalhou. — , pega o seu perdão e engole assim, como fez com a sua vergonha na cara, quando foi procurar a piranha que destruiu a sua vida. — Gritou sentindo os olhos começarem a marejar. — Hoje de manhã quando acordei, decidi vir procurá-lo e contar o drama que estou vivendo nos últimos dias, mas encontro você com a mulher, que desgraçou a sua vida. Realmente você é um caso perdido, porque idiota quando está apaixonado se cismar que o céu é vermelho o céu vai ser vermelho. E sinceramente não quero alguém como você na minha vida, estou desistindo, mas devolverei centavo por centavo.
  — Vou cobrar os juros. — sorriu debochado. — E a propósito, a é mais mulher que você. — Gritou, porém, ) virou-se para encará-lo.
  — Qualquer cara é mais homem que você, porque você está longe de ser um. — Gritou. — É um moleque inconsequente, drogado e ainda por cima bêbado. Está longe de se tornar um homem, porque você é um fraco que não sabe resolver os seus problemas sem precisar da ajuda das pessoas. — Gritou. — Pra você não sou mulher e sabe por quê? Não me envolvo com crianças imaturas, gosto de homem de verdade e não é isso que vejo quando olho pra você. — enxugou as lágrimas e saiu abraçada com o .

~~*~~

  Logo cedo, fez a sua higiene matinal e se arrumou para a reunião no escritório dos garotos, hoje assinaria a anulação do contrato que assinou com o . Quando chegou ao escritório foi encaminhada para uma sala reservada, quando adentrou o local encontrou todos sentados com feições com um misto de raiva e tristeza. sentou-se em uma das cadeiras em seguida, o advogado começou a ler todo o contrato clausula por clausula, porém, uma das cláusulas chamou a atenção de ambos.
  “Se ocorrer do namoro não ser bem-sucedido, ambos irão se casar e não poderão pedir o divórcio antes de completarem um ano de casamento.”
  — Não casarei com ela. — gritou jogando uma das cópias do contrato.
  — Isso – pegou o contrato. —, é a pior besteira que eu já li. E tem outra não irei me casar com o .
  — CHEGA! — O advogado disse com a voz cansada. — Assinaram o contrato, não foi? Agora cumprirão o que está nesse documento e foi assinando por ambos de livre espontânea vontade. — Disse pegando os papéis. — Será um casamento breve, no máximo em 3 meses.
  — Você está louco. — disse praticamente gritando. — Não vou casar com esse drogado.
  — E nem eu irei me casar com uma piranha. — gritou
  — Piranha é a vaca da sua.... — foi interrompida pela voz do advogado, que estava devidamente alterado devido à crise de ambos dos seus clientes.
  — É o seguinte, vocês são adultos e estão agindo pior do que os meus filhos e eles tem oito anos de idade. — Disse impaciente. — Ambos assinaram sem ler as cláusulas, porém, se alguma delas for descumprida terão que pagar uma multa de meio milhão de dólares.
  — Meio milhão de dólares? — disse incrédula. — Não tem nem mil dólares, imagine se teria meio milhão.
  — Tenho dinheiro, mas não vou dar um centavo pra essa garota. — disse alto.
  — Então ambos concordam com o casamento? — O advogado perguntou confiante.
  — Não! — Disseram juntos.
  — Então vão pagar a multa?
  — Não! — Disseram novamente juntos.
  — Então decidam, porque não tenho o dia inteiro. — O advogado disse impaciente. e se olharam com cara de nojo, abaixaram a cabeça e ficaram em silêncio por longos minutos.
  — Tudo bem. — disse sem vontade nenhuma. — Eu caso com ela.
  — E se eu não quiser? — disse debochada.
  — Amarro você no pé da cama até o dia do casamento. — Disse debochado. — Não vou levar calote, porque até onde eu sei você é uma ferrada. — Sorriu debochado.
  — Idiota! — Gritou e pegou a sua bolsa.
  — Te amo, querida. — debochou.
  — Te odeio, seu drogado. — disse saindo do escritório.

~~*~~

  Um mês depois…
   e , continuam trocando farpas. Ambos não aceitam o fato de saber que em dois meses terão que viver debaixo do mesmo teto, dividir um quarto, banheiro. Como combinado os dois jantariam em um famoso restaurante de Londres, hoje seria o jantar onde o pediria a , em casamento. O combinado era buscar a , às 20h00, porém passava das 20h30, observava sua imagem no espelho da sala, vestia um vestido vermelho, cabelos soltos, maquiagem caprichada e segurava sua bolsa. De repente a campainha tocou e quando ela abriu era , vestia uma blusa social branca, um blazer preto, um jeans escuro e um sapato social. Seus cabelos estavam bagunçados e os olhos dele estavam mais que o normal.
  — Está pronta, querida? — disse debochado entregando um buquê de flores nas mãos da .
  — Ai querido, como você é terrivelmente idiota. — fingiu um sorriso, colocou as flores em vaso em seguida, caminhou acompanhada de , em direção ao carro dele, que estava estacionado em frente ao seu prédio. Ele abriu a porta do carro para entrar e logo, deu partida no carro dirigindo em direção ao restaurante. Quando chegaram ao restaurante, abriu a porta do carro e ajudou descer. Alguns olhavam para os dois, porém, a maioria eram os olhares para a .
  — Esses caras não cansam de te olhar? — disse puxando a cadeira para se sentar.
  — Ciúmes, querido? — Ela sorriu.
  — Nunca! — Disse seco. — Não tenho motivos pra ter ciúmes. — Disse pegando o cardápio. O jantar aconteceu naturalmente, mas na hora da sobremesa aconteceria a mágica. pediu que o chef colocasse o anel de noivado dentro da torta de chocolate e assim, que a comeu o primeiro pedaço sentiu algo estranho, quando sentiu que era algo estranho ela tirou o objeto de sua boca, seus olhos marejaram, porém, ela não admitira nem a própria sombra que aquilo era mais do que uma simples atuação.
  — ... — disse devidamente emocionada. ajoelhou-se de frente pra , Pegou uma das mãos e retirou com delicadeza o anel da mão da .
  — , você mudou a minha vida, transformou-me em um homem diferente, me salvou de mim mesmo. — Disse com um sorriso doce em seus lábios. — Quer casar comigo? — disse sorrindo para a namorada.
  — Quero, meu amor. — sorriu em seguida, colocou o anel no dedo da noiva e a beijou lentamente, porém ambos não cessavam o beijo. Terminaram a sobremesa acompanhada por, mais uma garrafa de vinho. nunca foi forte para bebidas, ou seja, na segunda taça não respondia, mas por si própria. e , sorriam enquanto , dirigia em direção ao apartamento da . Uma das mãos do estavam sobre as mãos da , ambos estavam um pouco alterados devido ao alcóol. Quando chegaram em frente ao prédio da , se olharam, porém agiu rápido, puxou a e tomou seus lábios em um beijo desesperado, o beijo se intensificava a cada segundo, as mãos da afagava os cabelos dele e as mãos do estavam pousadas na cintura da . cessou o beijo e entrou no estacionamento do prédio da em seguida, ambos desceram do carro e adentraram o elevador.
  — , o que.... — disse, porém a calou com mais um beijo. Seus lábios beijavam ferozmente os lábios da . Prensou a garota na parede do elevador, levou seus lábios até o pescoço dela distribuindo beijos por toda a extensão dele e a soltava pequenos gemidos. Cessaram o beijo quando o elevador parou e seguiram em direção ao apartamento da , quando ela abriu a porta a puxou prensando-a na porta, apertava a cintura dela enquanto a garota segurava firme seus cabelos. pulou no colo do , abraçando a cintura dele com suas pernas. Caminharam se beijando em direção ao quarto dela, jogou a na cama, começou a beijá-la por toda extensão do seu corpo, o puxou pra si beijando seus lábios, levou suas mãos até o fecho do vestido da , porém ela tremeu e o afastou.
  — ! — o chamou fazendo o garoto olhar dentro dos seus olhos. — Não sei se é certo… Bebemos um pouco.
  — , bebi sim, mas eu sei o que estou fazendo e se quer saber, quero muito tanto quanto sei que você. — Sorriu mexendo em uma das mechas do cabelo da garota. continuou a beijar os lábios do , ele abriu o fecho do vestido da garota, deixando-a apenas de lingerie e poucos segundos depois , vestia apena uma boxer preta. abaixou as alças do sutiã da e abriu o fecho jogando o mesmo longe. Suas mãos acariciam os seios da garota, deslizava suas mãos pelo corpo da menina, parou em sua calcinha e deslizou com a ponta dos dedos, tirando-a e jogando em um canto qualquer.
  — ... — disse e , juntou seus corpos. o abraçou e levou seus lábios na altura do ouvido de . — Hoje é a minha primeira vez. — disse com a voz falha, porém, olhou nos da garota, ele acariciou os cabelos da , com a ponta dos dedos fez carinhos no rosto da garota. Retirou sua boxer em seguida, retirou a calcinha da Heathe.
  — Tem certeza? — perguntou.
  — Sim. — respondeu com um sorriso tímido, entrelaçou suas mãos com as mãos da . Devagar ele penetrou a , ela franziu o cenho esboçando um pouco de dor, porém segurava firme as suas mãos e pouco a pouco ela começava a sentir prazer em seus movimentos. beijava desesperadamente os lábios da garota, ela estava sem conseguir definir o que sentia a cada movimento que sentia o , cada vez invadindo seu corpo de uma forma diferente. Sua boca deixava escapar alguns gemidos tímidos, em uma entocada, mais forte a menina, gemeu alto o sobrenome do garoto, ambos chegaram ao seu ápice juntos.
  — Garota, você é meu ponto fraco. — disse ainda sobre o corpo da .
  — Então partilhamos da mesma situação, porque você, , é o meu ponto fraco. — disse sentindo , beijá-la lentamente, ele deitou ao lado dela, abraçaram-se e em poucos minutos adormeceram.

Capítulo 09

Escrito por Mayara Braga

   abriu os olhos e encontrava-se todo esparrado em sua cama e dormia tranquilamente. A garota sorriu ao vê-lo tão calmo e sem preocupá-la com atitudes agressivas. não se arrependeu de nenhum segundo da noite anterior e sentia que havia sido especial para os dois. Levantou com cuidado para não acordar o , fez a sua higiene matinal e seguiu em direção à cozinha. Preparou algumas panquecas, salada de frutas, café, suco e arrumou a mesa. Sentou-se em uma das cadeiras, esperaria o garoto, acordar para fazerem juntos a primeira refeição dia.
  — Bom dia. — disse com a voz animada. segurava a calça, sua blusa estava apoiada em seu ombro e vestia apenas sua boxer.
  — Bom? Só se for pra você. — Disse rude.
  — Como assim, ? — o olhou sem entender. — Por que está agindo assim?
  — Garota, você estragou a porra toda. — disse vestindo a calça e colocando os sapatos. — Não era pra ter acontecido nada e não acontecerá novamente.
  — Pensei que tivesse sido especial pra você. — , disse com a voz fraca e triste.
  — Foi sexo como todas as outras, só mudou o fato que tirei sua virgindade. - debochou. — Somos um contrato e assim, permaneceremos. — pegou as chaves do carro e saiu do apartamento da .
  A menina, começou a tacar os pratos no chão, xingava o de todos os palavrões existentes. Por fim, decidiu guardar as coisas que havia preparado para o café da manhã. Limpou a cozinha que estava repleta de cacos de vidros. Em seguida, deitou no sofá, colocou seus fones de ouvido e permitiu-se chorar.

~~*~~

  Uma semana depois…
  Depois de tanta espera, havia chegado o dia do lançamento do novo CD da One Direction. Os empresários, decidiram organizar uma grande festa para lançamento de um álbum totalmente diferente e mais maduro. Durante a semana os meninos concederam muitas entrevistas e poderia contar nos dedos as vezes que encontrou a , que estava um verdadeiro iceberg com ele desde o café da manhã fracassado.
  — A não vem? — disse olhando para os poucos convidados que já estavam presentes na casa de festas.
  — Pouco me importa. — disse sacudindo os braços.
  — Deixa o ouvir você falar assim da melhor amiga. — franziu o cenho e pegou uma taça de champanhe.
  — Com o , deixa que me entendo. — pegou uma taça de champanhe. Em seguida, e se juntaram a , e , que conversavam animadamente entre si. Aos poucos os convidados começavam a chegar. Quando estava quase na hora da apresentação de uma das músicas do CD, todos os olhares se voltaram para a entrada do local, uma mulher usava um vestido que parecia ter sido criado para ela de tão perfeito o caimento sobre o seu corpo. A maquiagem estava impecável, os cabelos soltos e em suas mãos carregava uma bolsa.
  — O que vocês tanto olham para a entrada? — disse impaciente. Quando se virou, encarou a figura feminina que caminhava em direção a eles, seus olhos caminharam pelo corpo da mulher.
  — Boa noite, meninos. — sorriu, cumprimentado a todos com um beijo na bochecha, porém, com o , selou seus lábios rapidamente, afinal, o ambiente estava repleto de jornalistas. O garoto estremeceu ao sentir o toque dos lábios quentes da nos seus.
  — , se você não fosse namorada do , juro que pediria você em casamento. — sorriu, brincando com a amiga.
  — Noiva, querido . — corrigiu o amigo. Os garotos caminharam em direção ao espaço onde seria concedida a primeira entrevista coletiva sobre o novo álbum da banda. se aproximou do local, sentando-se em uma das mesas com a família do . A entrevista não demorou muito, vinte perguntas havia sido escolhidas pela assessoria. Algumas engraçadas, outras sobre os rumores, perguntaram sobre o noivado do com a , entre outros assuntos.
  — É um prazer apresentar hoje uma das músicas do nosso novo CD. — disse com um sorriso gigante em seus lábios.
  — E pra vocês, Night Chances. — sorriu. Câmeras estavam prontas para registrar o momento mais esperado da noite. Os meninos se posicionaram em um palco montado no local. Sentaram-se em bancos, posicionaram seus microfones de forma confortável.

  “Going out tonight
   (Ela vai sair hoje à noite)
  Changes into something red
   (Se troca, e coloca algo vermelho)
  Her mother doesn't like that kind of dress
   (Sua mãe não gosta desse tipo de vestido)
  Everything she never had, she's showing off”
   (Tudo o que ela nunca teve, ela exibe agora)

  “Driving too fast
   (Dirigindo rápido demais)
  Moon is breaking through her hair
   (A lua reluzente em seus cabelos)
  She's heading for something that she won't forget
   (Ela está indo em direção a algo que nunca esquecerá)
  Having no regrets is all that she really wants”
   (Viver sem arrependimentos é o que ela quer)

  Os meninos, cantavam com emoção. Pelo que demonstravam ao cantá-la, a música era muito especial para ambos. Todos ouviam atentamente, porém, olhava fixamente para , que mantinha o contato visual. Os jornalistas filmavam tudo, com certeza em poucos minutos tudo já estaria disponível em sites do mundo inteiro.

  “We're getting only older, baby
   (Nós só estamos ficando mais velhos, baby)
  And I've been thinking about it lately
   (E eu tenho pensado muito em você, ultimamente)
  Does it ever drive you crazy?
   (Isso te deixa louca às vezes?)
  Just how fast the night changes”
   (O quão rápido a noite muda)

   “Everything that you've ever dreamed of
   (Tudo o que você sempre sonhou)
  Disappearing when you wake up
   (Desaparecendo quando você acorda)
  But there's nothing to be afraid of
   (Mas não há nada a temer)
  Even when the night changes
   (Mesmo quando a noite muda)
  It will never change me and you”
   (Não mudará eu e você)

   permanecia trocando olhares com o , ninguém parecia notar. A menina segurava uma taça de champanhe em uma das suas mãos. Olhava fixamente nos olhos castanhos do , ela lembrava de tudo que já aconteceu entre eles. A verdade é que, mesmo sem querer, a menina acabou desenvolvendo um sentimento por ele que ela não consegue definir, apenas sabe que é algo novo e que jamais sentirá por qualquer outro cara.

  “Chasing it tonight
   (Ela está atrás disso, hoje à noite)
  Doubts are running around her head
   (As dúvidas percorrendo sua mente)
  He's waiting, hides behind a cigarette
   (Ele está esperando, se esconde atrás de um cigarro)
  Heart is beating loud, and she doesn't want it to stop”
   (O coração bate forte, e ela não quer que isso acabe)

  “Moving too fast
   (Andando rápido demais)
  Moon is lighting up her skin
   (A luz da lua ilumina sua pele)
  She's falling, doesn't even know it yet
   (Ela está se apaixonando, nem sabe disso ainda)
  Having no regrets is all that she really wants”
   (Viver sem arrependimentos é o que ela quer)

   parecia cantar para a , olhava para a garota, que tinha um sorriso em seus lábios. Ao notar que conseguira colocar um sorriso nos lábios da garota, piscou para ela. colocou todos os seus sentimentos nas músicas que escreve ou canta. Quando os garotos perceberam os olhares, fez questão de quebrar o contato visual, voltando a sua atenção para as pessoas a sua frente.

  “We're getting only older, baby
   (Nós só estamos ficando mais velhos, baby)
  And I've been thinking about it lately
   (E eu tenho pensado muito em você, ultimamente)
  Does it ever drive you crazy?
   (Isso te deixa louca às vezes?)
  Just how fast the night changes”
   (O quão rápido a noite muda)

   “Everything that you've ever dreamed of
   (Tudo o que você sempre sonhou)
  Disappearing when you wake up
   (Desaparecendo quando você acorda)
  But there's nothing to be afraid of
   (Mas não há nada a temer)
  Even when the night changes
   (Mesmo quando a noite muda)
  It will never change me and you”
   (Não mudará eu e você)

   voltou a sorrir, sorriu novamente. O coração da garota não acreditava em tal ato vindo de um cara tão imprevisível quanto o . Mas vê-lo olhando fixamente para ela, sorrindo para ela, fazia com que a garota sentisse as famosas borboletas no estômago, porém, em um momento, notou que olhou para algo no fundo do enorme espaço, ao notar que estava sentada em uma mesa no fundo local, tudo fez sentindo em sua cabeça. Os sorrisos do não eram para a , eram para a . não se importou em chorar na frente de todos, seus olhos estavam vermelhos e o coração doía como nunca antes.

  “Going out tonight
   (Ela vai sair hoje à noite)
  Changes into something red
   (Se troca, e coloca algo vermelho)
  Her mother doesn't like that kind of dress
   (Sua mãe não gosta desse tipo de vestido)
  Reminds her of the missing piece of innocence she lost”
   (A lembra daquela inocência que perdeu)

   “We're getting only older, baby
   (Nós só estamos ficando mais velhos, baby)
  And I've been thinking about it lately
   (E eu tenho pensado muito em você, ultimamente)
  Does it ever drive you crazy?
   (Isso te deixa louca às vezes?)
  Just how fast the night changes”
   (O quão rápido a noite muda)

  “Everything that you've ever dreamed of
   (Tudo o que você sempre sonhou)
  Disappearing when you wake up
   (Desaparecendo quando você acorda)
  But there's nothing to be afraid of
   (Mas não há nada a temer)
  Even when the night changes
   (Mesmo quando a noite muda)
  It will never change, baby
   (Não mudará jamais, baby)
  It will never change, baby
   (Não mudará jamais, baby)
  It will never change me and you”
  (Não mudará eu e você)

  Quando os meninos terminaram de se apresentar, todos bateram palmas. não tirava o sorriso dos lábios, enquanto a permanecia com os olhos molhados devido às lágrimas que ainda insistiam em rolar pelo seu rosto. Com todo cuidado do mundo, se levantou e caminhou em direção ao banheiro feminino. Assim que chegou ao banheiro, agradeceu por ser banheiros individuais. Trancou-se no banheiro, chorou desesperadamente, colocando pra fora a dor que sentiu ao vê-lo sorrir pra outra, a outra que só faz mal pra ele e sua vida. limpou o rosto, retocou a maquiagem e colocou um sorriso no rosto para disfarçar.
  — Qual o seu problema? Não percebeu que estamos rodeados por jornalistas? — ouviu a voz do no corredor dos banheiros. — Se a imprensa vir vocês aos beijos, já pensou na merda que vai dar? — estava impaciente.
   caminhou em direção das vozes, avistou agarrado a , enquanto brigava com o por estar se arriscando estando aos beijos com a ex-namorada, enquanto a noiva está na festa.
  — Esse aí – apontou para o . —, não aprende nunca. — tinha a voz cansada. — Já desisti faz tempo. Agora só cumprirei aquele contrato idiota e depois quero distância. — olhou com nojo para e , continuou andando em passos firmes em direção à mesa, sentando-se na mesma.

  Todos dançavam na pista de dança ao som de um DJ de Londres que está fazendo sucesso nas festas britânicas. Porém, continuava sentada na mesa conversando com a mãe do ; a senhora falava carinhosamente com a nora, dizendo que seria uma honra ajudá-la com os preparativos do casamento e sentia-se com a consciência pesada por mentir para uma mulher tão doce.
  — , vamos dançar. — puxou a melhor amiga, mas ela negou com a cabeça.
  — Estou um pouco indisposta. — sorriu fraco para o melhor amigo, que negou com a cabeça, puxando a mesma pela mão.
  — Com licença, senhora . – sorriu. — Vou roubar a um pouquinho. — sorriu enquanto conduzia a amiga para a pista de dança. tentou lutar contra a ideia do melhor amigo, porém, quando decide, ele não sossega até conseguir. Tocava uma música animada na pista de dança, e dançavam animadamente, sorriam e brincava com a gravata do garoto. Todos sorriam, dançavam sem se importar, os jornalistas já haviam ido embora, o que permitia os meninos de se sentirem livres para aproveitar melhor a companhia dos amigos.

   Kodaline - All I Want

  — A garota mais linda da festa me concederia uma dança? — sorriu. Seu sorriso era safado, malicioso, porém, ao mesmo tempo, não deixava de ser fofo e carinhoso. soltou a , a garota ficou parada encarando , que logo pegou uma de suas mãos e segurou firme, enquanto a outra pousou na cintura da , que estava com as mãos nos ombros do garoto.
  — Por que me chamou pra dançar? — olhou no fundo dos olhos castanhos, do rapaz. — Por que não ficou com a ?
  — Porque a não é a minha noiva. — disse aproximando perigosamente o seu rosto perto do rosto da garota. — Achou mesmo que perderia a chance de dançar com a mulher mais bonita da festa? — sussurrou próximo do ouvido da , que na mesma hora se arrepiou.
   beijou o pescoço da , segurou firme em seus cabelos, porém, ela se assustou quando sentiu o hálito do rapaz próximo demais.
  — .... Não precisa fazer isso. Os jornalistas já foram embora. — disse olhando no fundo dos olhos do garoto, porém, ele a abraçou ainda mais forte, deixando seus corpos ainda mais colados. As pernas da estavam bambas, se não fosse pelos braços do , segurando seu corpo, a mesma teria caído no meio da pista de dança.
  — Eu quero te beijar, . — disse olhando fixamente nos olhos da . — Preciso te beijar. — Disse próximo demais dos lábios da garota. uniu seus lábios aos lábios da . O beija era calmo, sem pressa, aproveitavam o momento e pela primeira vez sentiam que estavam no lugar certo, na hora certa e com a pessoa certa. Finalizaram o beijo com pequenos selinhos, porém, permaneceram abraçados, aproveitando o restante da música.
  — Q-que graxinha. — disse com a voz embolada, devido ao nível de álcool em seu sangue.
  — O-o , deixa o casal aproveitar. — disse, puxando amigo pelos cabelos. e gargalhavam da cena.
  — , você é a melhor amiga do mundo. — disse próximo a amiga. Todos gargalhavam da embriagues do garoto. — Você sabe que é muito importante pra mim né? V-você – começou a chorar. –, é a minha irmãzinha, minha princesinha, minha vidinha e se o – apontou para o rapaz. –, for um menino mau, juro que serei pior ainda com ele. — finalizou e abraçou a amiga com todo carinho do mundo. Mesmo bêbado, sabia que as palavras do amigo eram sinceras.
  — Eu te amo, meu menino. — disse abraçando o amigo.
   deixou e em suas casas porque ambos estavam sem condições alguma de dirigir. e tinham ficado na festa para aproveitar até o final. dormia tranquilamente no carro, dirigiu até o seu apartamento, assim que chegou, estacionou o carro em sua respectiva vaga. Pegou a garota no colo com uma mão, abriu a porta e a fechou, logo em seguida, caminhou com a em seu colo e deitou a mesma em sua cama. tomou um banho, deitou ao lado da e assim, adormeceu.

Capítulo 10

Escrito por Mayara Braga

  Na manhã seguinte, levantou e encarou o quarto já conhecido pela mesma. Franziu o cenho e olhou para seu corpo, sorriu aliviada ao ver que estava vestida. não estava no quarto, a menina tomou um longo banho e vestiu a roupa da noite anterior. Prendeu os cabelos em um rabo de cavalo, pegou a bolsa e caminhou até a sala, encontrando sentado de cabeça baixa. o olhou por alguns minutos, tomando a coragem para conversar com o rapaz, tudo ainda estava muito estranho na cabeça do .
  — … — falou baixo ainda de costas. — Você não acha que precisamos conversar?
  — Acho. — disse firme e se sentou ao lado do rapaz. — Que loucura toda essa situação.
  — Foi tudo tão rápido, tão precoce que nem consigo entender essa confusão. — segurou firme os cabelos. - Em um dia meus amigos chegaram na minha casa e decidiram que eu “precisava de ajuda.” Mas quer saber? Eu só queria curtir o fim do meu relacionamento fracassado.
  — … — não conseguiu concluir, porque o rapaz continuo a desabafar.
  — , lembra quando fui na sua casa e os caras propuseram o acordo? — assentiu que sim. — Não imaginei que em pouco tempo tudo aquilo aconteceria, porém, aos poucos senti como se você enfim estivesse conseguindo o que ninguém conseguiu. Mas naquele dia…
  — Você me esperou e eu não apareci. — abaixou a cabeça. — Eu falhei com você, eu fiz tudo aquilo que você abomina. Decepcionei um cara que já estava decepcionado com tudo e todos.
  — Foi mais que isso, . — Franziu o cenho. — Eu estava limpo depois de muito tempo, não bebia e até mesmo dos cigarros havia me livrado. Porém, aquele jantar fracassado me fez sentir tudo de novo, voltei a época que pedi a minha noiva em casamento e ouvi um não, voltei a época em que a me provocava, que sentia ciúmes doentios ao ponto de fazer escândalos em festas e qualquer lugar. De repente, tudo que você havia conquistado simplesmente sumiu, porque você me decepcionou.
  — … — Novamente tentava se pronunciar, mas não havia terminado.
  — E agora minha vida está uma verdadeira bagunça, não entendo mais nada e nem ao menos a nossa “relação”. Em menos de quatro meses, cometemos os erros mais horripilantes um com o outro. Não entendo o que somos ou que sou quando estou perto de você. — Sacudiu a cabeça. — Eu não entendo mais nada disso, por favor , me ajuda a entender isso, porque em um mês iremos nos casar, dividir o mesmo apartamento e viver como casal. Mas sinceramente não entendo nada do que aconteceu durante esses últimos capítulos da minha vida.
  — Não é só a sua vida que está uma bagunça. — levantou. — Como explicarei se me encontro na mesma situação? Não entendo nada e parece que foi ontem, que chegaram com aquele acordo idiota e que se você não se lembra, não queria aceitar. Mas quer saber, ? Você precisava que alguém resgatasse você de suas loucuras. E esse era meu dever, porém, confundimos as coisas, nos envolvemos, dormimos juntos e nos magoamos. E eu sei é confuso, eu mesma sinto isso. Convivemos a quatro meses e de repente iremos nos casar no próximo mês, sendo que não conheço você. Não sei o seu filme preferido, não sei quais são os seus medos, não sei o que te emociona, o que te inspira, ou seja, não conheço absolutamente nada do meu futuro marido. Tudo isso tomou proporções que ambos não queríamos, pra começar por você, sei que estaria em seu apartamento usando todos os tipos de drogas, enchendo a cara com bebidas e chorando por um relacionamento que não deu certo. Enquanto eu estaria no meu apartamento chorando pela doença da minha avô, chorando pelo abandono da minha mãe e chorando por ver o meu pai sofrer por não conseguir dar um tratamento descente para a minha avô. — finalizou e sentia as lágrimas escorrer pelo seu rosto.
  — Eu só queria entender isso, porque é muito confuso. — Levantou e caminhava de um lado para o outro. — Em um dia propus um acordo, no outro você estava na minha casa e nos aproximamos, no outro brigamos feio, no outro quase morri, no outro tive uma crise e acabei levando você ao pior lugar do mundo. Em um dia queria seus lábios nos meus, no outro queria você o mais longe possível. Em um dia te tive nos braços no outro a afastei bruscamente. E quando pensei que a Taylor era passado você me fez ver que ela ainda era meu presente.
  — Desculpa. — abaixou a cabeça e respirou fundo. — Não fui ao jantar, porque a minha avô passou muito mal, meu pai não podia ficar com ela e eu fiquei a noite inteira no hospital sem conseguir dormir por ver o estado da minha avô e porque sabia que estaria me esperando. — chorava e como chorava. Conseguia colocar pra fora a confusão que havia se metido há quatro meses, quando aceitou um acordo de 5 garotos desesperados para salvar o seu amigo e a banda.
  — Eu sinto muito, de verdade, eu sinto muito. — , olhou para a menina que não se preocupava em esconder as lágrimas. — Fui tão rude com você, por que não contou? Por que deixou que fosse um imbecil com você?
  — No estado que me encontro, o que pensam de mim ou se estão com raiva é o que menos me importa. — Sorriu fraco. — A minha maior preocupação e a saúde e bem-estar da minha avô.
  — Eu falhei com você. — abaixou a cabeça. — Você esteve e está ao meu lado mesmo que eu cometa as maiores merdas do mundo. Mesmo que ligue pra ou esteja aos beijos com ela na mesma festa que você está. Mas não cumpri o que te prometi naquele dia em seu apartamento, disse que iríamos enfrentar juntos a doença da sua avô e nem ao menos perguntei se precisava de ajuda tanto financeiramente quanto emocionalmente. — , puxou a e pela primeira vez a abraçou de verdade. Ambos tinham aberto o jogo um com o outro e mostram que aquilo estava confusão para eles.
  — , quero sua amizade. — sorriu. — Quando queremos somos unidos, todas as vezes em que somos apenas amigos, existe um respeito que quero sempre. A partir do próximo mês serei a senhor , mas quero ser a melhor amiga que você nunca teve. Cumpriremos essa clausula, porque ambos sabemos que não tenho como pagar a multa, vou te ajudar, você vai me ajudar e depois de um ano seguiremos com nossas vidas e levar dessa experiência a coisa mais linda do mundo, a amizade.
  — Concordo, . — sorriu e acarinhou o cabelo da garota. — Promete que cuidarei de você. — a abraçou fortemente e ela se permitiu chorar em seus braços. Perderam a conta de quanto tempo permaneceram abraçados, mas pediu que a levasse para casa. E o mesmo rapidamente pegou as chaves do carro para deixá-la em seu apartamento. Durante o percurso, digitava algo em seu iPhone, enquanto dirigia atento ao trânsito. Assim que chegaram ao prédio da , a mesma soltou o cinto de segurança e , puxou a garota pelo braço.
  — É-é... V-você quer jantar comigo? — sorriu. — Ou melhor com a minha família. Hoje é aniversário da minha irmã, minha mãe está preparando um jantar para os familiares e amigos mais íntimos. — Coçou os cabelos e os olhos castanhos brilhavam.
  — Quero. — sorriu. — Me busca?
  — Às 19h00, sem atrasos porque é uma festa surpresa. — sorriu e suas mãos estavam no volante. — Ah, não precisa ir formal, será algo simples apenas para os íntimos. — sorriu e assentiu que sim e desceu do carro.

~~**~~

O Jantar…

   estava encostado em seu carro, quando apareceu vestia uma blusa de frio, o jeans e usava suas botas. , sorriu e repetiu o gesto da garota. Abriu a porta e sorriu com o gesto do garoto. Pela primeira vez estavam se dando bem e ambos estavam felizes. A família de mora um pouco afastada do centro para evitar os paparazzis e também para ter um lugar para fugir um pouco de tudo. A noite em Londres estava mais gelada que o normal, afinal, o inverno começava a se aproximar deixando Londres ainda mais fria.
  — Seja bem-vinda ao lar doce lar da família . — sorriu e colocou o gorro.
  — Esse lugar é tão lindo. — sorriu e colocou o gorro. A família de morava em uma casa grande, a fachada era branca, tinha um jardim de verão com plantas e um balanço no quintal. Na varanda tinha uma rede e bancos de madeiras. Era tudo realmente encantador, longe de toda aquela confusão do centro.
  — Preparada? — sorriu. Era a primeira vez que ele a levava em sua casa. — assentiu que sim e pousou suas mãos na cintura da garota. Quando adentraram a casa, notaram a movimentação na casa, algumas pessoas enchiam bexigas, outras arrumavam os doces e logo notaram uma senhora colocar um bolo no centro da mesa. Outras pessoas montavam um mural com as fotos da irmã do , ele estava tão animado que percebeu o que salvaria de uma vez por todas.
  — . — A mãe do cumprimentou a e logo abraçou o filho.
  — Senhora , obrigada por me convidar para participar de um momento tão especial. — sorriu e colocou um avental.
  — Ah, querida, você será a esposa do meu filho e você é um amor de menina. — A senhora sorriu para a garota e olhou encantado para a cena. — Querida, não precisa ajudar, você veio para se divertir não para trabalhar.
  — Faço questão. — sorriu e pegou os ingredientes do cachorro-quente. A senhora , percebendo que a garota não deixaria de ajudar, apenas assentiu que sim e voltou para a sala com uma bandeja de doces.
  — Quer ajuda? — sorriu e sentou-se na bancada, porém, negou e começou a despejar os ingredientes na panela. encarava a garota cozinhar com tanta vontade e com um sorriso em seus lábios. Quando terminou de fazer o cachorro-quente, a garota despejou em uma travessa funda todo o conteúdo.
  — Isso está com um cheiro maravilhoso. — tentou roubar um pouco do molho, mas bateu de leve em sua mão.
  — Não pode, . — Sorriu. — Apressado. — Sorriu e franziu o cenho, formando uma expressão triste, mas bastou a menina ir lavar o que havia sujado para ele colocar uma colher e roubar um pouco do molho. A senhora pediu que ficássemos escondidos com todos na sala com as luzes apagadas porque a irmã do ligou avisando que estava saindo da biblioteca.
  — Obrigada. — cochichou ao pé do ouvido da garota enquanto estavam escondidos atrás do sofá.
  — Pelo quê? — sussurrou no ouvido do garoto.
  — Por tudo que faz por mim. — Sorriu. — E por também estar usando esse chapéu ridículo e não me deixar pagar mico sozinho. — Ele sorriu e a garota não aguentou e soltou uma risada que foi abafada pelas mãos o . Quando a irmã do adentrou a casa, todos gritaram: “Surpresa” e a garota se emocionou demais e parecia não acreditar no que estava vendo. Todos se sensibilizaram com o gesto da garota, mas a festa ocorreu da melhor forma possível. estava com os primos, tios e amigos. Enquanto a estava com a mãe e mulheres da família .
  — E aí, ansiosa para o grande dia? — A irmã do , perguntou a que logo corou e ficou nervosa.
  — Muito. — Sorriu fraco e todas sorriram. A noite passou tão rápido, mas notaram que era tarde quando a mãe do olhou assustada para o relógio e disse que passava da 01h00. A senhora pediu para que dormisse com a em seu antigo quarto e fossem embora pela manhã, mas tinha uma apresentação importante na universidade. e adentraram o carro e logo ligaram o aquecedor para aquecer seus corpos gelados. A viagem seria mais rápida que a ida, mas, mesmo assim seria cansativa pelos pais do morar afastados do centro.
  — , você está com sono? — olhou para o garoto que assentiu que sim.
  — Vamos cantar assim, você perde o sono e ainda ganha a oportunidade de zoar a minha voz. — gargalhou e sorriu. ligou o rádio e conectou o iPod no rádio do carro.
  — Ah, não, por favor, ‘A Thousand Milles’? — gargalhou. — Estou diante de uma adulta adolescente? — ignorou e começou a cantar.

  (Vanessa Carlton - A Thousand Miles)

  “Making my way downtown
  (No meu caminho para o centro da cidade)
  Walking fast
  (Andando rápido)
  Faces passed
   (Os rostos passam)
  And I'm home bound
   (Eu a caminho de casa)
  Staring blankly ahead
   (Olhando distraidamente para frente)
  Just making my way”
   (Apenas percorrendo meu caminho)

  “Making my way
   (Percorrendo um caminho)
  Through the crowd
   (Através da multidão)
  And I need you
   (E eu preciso de você)
  And I miss you
   (E eu sinto sua falta)
  And now I wonder”
   (E agora eu me pergunto)

  — Ah, canta também. — gargalhava. Porém, se surpreendeu quando , fez uma voz afeminada e começou a cantar.

  “If I could fall
   (Se eu caísse)
  Into the sky
   (No céu)
  Do you think time
   (Você acha que)
  Would pass me by
   (Eu me perderia no tempo?)
  'Cause you know I'd walk
   (Pois você sabe que eu andaria)
  A thousand miles
   (Mil milhas)
  If I could just see you
   (Se eu apenas pudesse te ver)
  Tonight”
   (Esta noite)

   “It's always times like these
   (É sempre em tempos como estes)
  When I think of you
   (Quando eu penso em você)
  And I wonder
   (E me pergunto)
  If you ever think of me”
   (Se você alguma vez pensa em mim)

   gargalhava enquanto cantava e dirigia. Ambos cantavam e gargalhavam sem se importar que alguém os visse. parou de cantar e apenas cantava animada. O percurso foi tão divertida que não notaram que já haviam chegado a Londres. Quando chegaram ao prédio da , ela pegou sua bolsa, colocou o gorro e despediu-se do com um abraço.
  — Boa noite. — sorriu.
  — Boa noite, linda. - sorriu.
  — Obrigada por me proporcionar uma das melhores noites da minha vida. — sorriu, acenou e logo adentrou seu apartamento. Quando adentrou o quarto com a toalha em mãos e viu que no celular tinha uma mensagem.
  “Linda, amanhã viajo com os garotos até semana que vem. “P.S. estou amando ser seu amigo.

Capítulo 11

Escrito por Mayara Braga

Um mês depois....

  O mês passou rápido demais, até mais do que e queriam, porém não poderiam adiar o que não era adiável, ou seja, iriam se casar e como o contrato era bem especifico não poderiam se divorciar antes de completaram um ano de casamento. Entretanto a parte boa disso tudo é que e não brigaram uma única vez nesse último mês e tudo isso graças ao efeito amizade, que ambos concordaram que era o melhor a ser feito para resolver os seus problemas e permitir uma boa convivência ao longo desse ano em que passarão juntos e dividindo o mesmo apartamento.
  — … — disse calmo e a amiga olhou em seus olhos castanhos.
  — Fala…
  — Não acredito que iremos nos casar. — O rapaz segurava o convite de casamento enquanto a garota segurava outro em sua mão.
  — Meu Deus, um ano aturando suas porquices e convivendo sobre o mesmo teto que você. — sacudiu a cabeça e começou a rir.
  — Será o ano mais feliz da sua vida porque todos os dias vai acordar ao lado de um cara lindo. — sorriu e garota começou a gargalhar sem parar.
  — Ah, meu Deus, quem te iludiu? — gargalhava e bagunçou seus cabelos. — Vai ter festa de despedida de solteiro? — comentou e gargalhou ainda mais.
  — Ciúmes, amor? — Abraçou a garota. — Sou todo seu. — Debochou.
  — Ciúmes? Jamais amorzinho. — debochou.

**

O Casamento

  Casar é a concretização de um amor que é verdadeiro e forte o suficiente para um ato tão maduro. Duas pessoas que são apaixonadas, decidem se unir para o resto da vida e jurar perante Deus e a todos presentes que amarão um ao outro na alegria, na tristeza, na saúde, na doença e até que a morte os separe. Porém não era o caso dos dois jovens que na última noite mal conseguiram dormir de tamanho nervosismos. músico, famoso, mas esquecera da última vez que se sentiu verdadeiramente feliz e agora irá se casar com uma garota especial, mas infelizmente ainda ama e se sente preso a sua ex-namorada, . uma universitária, que sofre com o abandono da mãe e pela doença da sua avô. Porém nutre um sentimento até então desconhecido por , porém, prometeu à si mesma que não contaria.
  — Nervoso, ? — brincou e o amigo não o mandou ir a merda por estar dentro de uma igreja. estava atrasada quase uma hora e o estava praticamente indo buscá-la.
   vestia um terno que caiu perfeitamente sobre seu corpo e que foi escolhido pela sua mãe e pela . A mãe do rapaz nas últimas semanas agiu como uma mãe que a garota nunca teve e a ajudou em tudo que foi preciso. Os cabelos do estavam penteados para trás e contra a própria vontade passaram gel que deixou-os arrumados como nunca afinal, ele amava estar com os cabelos emaranhados. De repente a porta da igreja foi fechada, todos viraram em direção à porta e quando a porta se abriu começou a tocar a marcha nupcial e revelou uma usando um vestido branco que a deixou parecida com uma princesa, um véu cobria parte do seu rosto, porém seus olhos foi de encontro com os olhos do . O pai da garota entrelaçou seus braços e começaram a caminhar pelo enorme tapete vermelho, o coração da garota parecia que sairia pela boca. Assim que pousou seus olhos em um dos bancos próximos ao altar seus olhos marejaram como sua avô estava ali, quando olhou pra ele estava com um sorriso digno de “Culpado por isso” e ela apenas sorriu em forma de agradecimento.
  — Cuide da minha garota, rapaz. — assentiu que sim e logo entrelaçou suas mãos com as mãos da . Se ajoelharam em um genuflexório de frente para o altar e logo a cerimônia teve seu início.
  — Noivos caríssimos, viestes à casa da igreja para que o vosso propósito de contrair matrimônio seja firmado com o sagrado selo de Deus, perante o ministro da igreja e na presença da comunidade cristã. Cristo vai abençoar o vosso amor conjugal. Ele, que já vos consagrou pelo santo batismo, vai agora dotar-vos e fortalecer-vos com a graça especial de um novo sacramento para poderdes assumir o dever de mútua e perpétua fidelidade e as demais obrigações do matrimônio. Diante da igreja, vou, pois, interrogar-vos sobre as vossas disposições. — olhava no fundo dos olhos castanhos de e ele retribuía o olhar. Ambos não sabiam o que estava sentindo, porém gostavam dessa sensação. Borboletas e mais borboletas em seus estômagos e não teria volta a partir dali ou eles acabariam se apaixonando ou depois de um ano seguiriam seus caminhos em lados apostos.
  — e , viestes aqui para celebrar o vosso matrimônio. É de vossa livre vontade e de todo o coração que pretendeis fazê-lo?
  — Sim! — e responderam juntos e trocaram um sorriso tímido.
  — Vós que seguis o caminho do matrimônio, estais decididos a amar-vos e a respeitar-vos, ao longo de toda a vossa vida?
  — Sim! — Novamente e responderam juntos e trocaram outro sorriso.
  — Uma vez que é vosso propósito contrair o santo matrimónio, uni as mãos direitas e manifestai o vosso consentimento na presença de Deus e da sua igreja. — e uniram suas mãos direitas.
  — Eu , recebo-te por minha esposa a ti , e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida. — sorriu e deixou uma lágrima solitária rolar pelo seu rosto, passou o polegar sobre a lágrima.
  — Eu , recebo-te por meu esposo a ti , e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida. — sorriu e mandou um beijo para a que sorriu tímida.
  — Confirme o Senhor, benignamente, o consentimento que manifestastes perante a sua igreja, e se digne enriquecer-vos com a sua bênção. Não separe o homem o que Deus uniu. E todos responderam: “Graças a Deus.”
  Uma prima do adentrou a igreja trazendo com si as alianças e puderam reparar os olhos marejados de seus familiares afinal, para eles ambos estavam apaixonados e não faziam a ideia de que tudo era um contrato e que depois de um ano muitas coisas poderiam mudar drasticamente. Assim que a menina entregou as alianças para o padre, e a abraçaram e logo, ela se juntou a mãe que estava em dos bancos da frente próximo ao altar.
  — Abençoai e santificai, Senhor, o amor dos vossos servos e , para que, entregando um ao outro estas alianças em sinal de fidelidade, recordem o seu compromisso de amor. — O padre dizia tais palavras enquanto abençoava as alianças.
  — , recebe esta aliança como sinal do meu amor e da minha fidelidade. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. — dizia enquanto colocava a aliança no dedo anelar da e em seguida, beijou a mão da garota.
  — , recebe esta aliança como sinal do meu amor e da minha fidelidade. Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. — dizia enquanto colocava a aliança no dedo anelar do e em seguida acariciou a mão do garoto.
  — Pelo poder a mim investido eu os declaro marido e mulher. O noivo pode beijar a noiva. — O padre concluiu e sentiu suas pernas falharem, porém deslizou suas mãos até a cintura da esposa e delicadamente levantou o véu que cobria parte do seu rosto e beijou sua testa. Em seguida, levou os lábios de encontro aos lábios da , depositando um beijo calmo em seus lábios logo, cessaram o beijo e todos sorriram. Todos vieram cumprimentá-los, porém abraçou a melhor amiga fortemente e sussurrou em seu ouvido: “Que você seja feliz, minha linda. Porque você merece tudo de melhor.” e adentraram a limusine que os levaria para o salão de festas onde seria a festa de casamento. Nenhuma palavra havia sido dita desde de sairão da igreja e juraram amor eterno, quando na verdade sabiam que era um contrato.
  — Não sei como você conseguiu trazer a minha avô, mas eu te agradeço de coração. — disse baixo e logo, sorriu e acariciou a mão da garota.
  — Tudo pra ver você sorrir e se sentir pelo menos um pouco feliz. — sorriu e abraçou a . — Tenho um carinho por você que jamais tive por nenhuma mulher.
  — Ah, , não fale assim, porque juro que me apaixono. — sorriu e a abraçou ainda mais forte.
  — Seria uma honra alguém como você me amar, mas você não merece alguém como eu… — E novamente o silêncio se tornou mais forte que tudo e assim permaneceram até chegarem ao salão de festas. ajudou a a sair do carro e logo, flashes e mais flashes sobre os dois afinal, integrante da boyband mais famosa do mundo acabara de se casar. Depois de algumas fotos, ambos adentraram o salão de festas sendo recebidos com gritos e aplausos. Fotos e mais fotos com todos que estavam na festa. Havia chegado o momento do buquê e gargalhava com o desespero das mulheres e logo que jogou depois uma verdadeira briga o buquê acabou na mão de uma das primas do e a garota erguia o buquê como se fosse um troféu e o namorado dela sacudia a cabeça negativamente.

This Love (Piano & String Version) by Sam Yung

  — Com vocês, senhor e senhora , em sua primeira dança. — A voz da cerimonialista sobressaiu e pegou nas mãos da e a conduziu para o centro do salão.
  — Senhora colocou uma das mãos na cintura da . —, linda e minha. — Uniu sua mão direita com a da e ela colocou a outra no ombro do . Aos poucos a conduzia pelo espaço reservado para ambos, ao som da versão instrumental de This love da Taylor Swift.
  — Ah, senhor ... acariciou o rosto do que fechou os olhos, permitindo-se sentir o toque das mãos macias da garota em sua pele. — Lindo e meu. — o abraçou fortemente e continuavam dançando como se não houvesse mais ninguém. A verdade é que ambos não entendiam o que estava acontecendo, tinham decidido que seriam apenas amigos, porém essa noite estava mexendo de um jeito novo com eles.
   girou a que ficou de costas para ele. deslizou suas mãos pousando-as na cintura da e ela colocou suas mãos por cima das dele. A cabeça de estava apoiada no pescoço da e ela fechava os olhos sentindo o cheiro dele se misturar com o seu e mesmo que negasse ela amava estar em seus braços, mesmo que por alguns minutos. Aos poucos os demais convidados se juntavam a eles dançando e aproveitando o clima agradável e romântico. Logo chegou que dançava feliz com a melhor amiga e dançava com sua mãe. Depois foi a vez de dançar com a , depois e por último foi a vez do que dançava ou melhor tentava porque o garoto não levava muito jeito pra coisa.
  — Vamos fugir? — praticamente implorou e a garota sorriu.
  — Deus, pensei que não falaria isso nunca. — Sorriu. — Esses saltos estão acabando com os meus pés. — Franziu o cenho e o rapaz a abraçou fortemente. Logo saíram sem que ninguém percebesse. Para manter as aparências passariam a noite Rosewood London, um dos melhores hotéis de Londres. Assim que chegaram ao hotel mais e mais flashes, porém dessa vez passaram apressadamente e logo estavam na recepção pegando as chaves da suíte preparada para a noite de núpcias. Dentro do elevador ambos não diziam nada e estava nervosa, porque sentia seu corpo implorar para senti-lo, mas haviam prometido um ao outro que seriam amigos. Quando chegaram ao andar da suíte que ficava na cobertura, pegou a no colo e ela se assustou.
  — Ah, , não precisava. — Sorriu.
  — Precisa sim. — Entregou as chaves na mão da . — Quero seguir a tradição.
   adentrou o quarto com em seu colo, a deitou sobre a enorme cama coberta por pétulas de rosas vermelhas e pegou o champanhe e duas taças e os serviu fazendo um brinde. e estavam deitados na cama olhando para o teto e quando ela olhou para o lado, dormia e ela sacudiu a cabeça negativamente. Levantou da cama e se olhou no espelho, cabelo e maquiagem perfeitos e o vestido também, porque ela queria ter o seu botão borrado pelo , queria sentir os cabelos soltarem com tamanha intensidade em seus atos e sentir o vestido cair pelo seu corpo.
  — Burra! — disse baixo e começou a se despedir. Porém, o zíper do vestido havia agarrado e ela ficou longos minutos tentando abrir o maldito vestido e quando se cansou abriu a porta que dava direto para a varanda, mas antes pegou uma garrafa de champanhe dentro do frigobar. Sentou-se em uma das cadeiras, bebia o liquido diretamente da garrafa e pensava em como queria sentir aquele homem tocar sua pele e a levar para o paraíso.
  — Ainda não trocou de roupa? — A voz rouca e sonolenta do ecoou na varanda e sentiu seu corpo se arrepiar.
  — A porcaria do zíper agarrou e simplesmente desisti. — Sorriu e bebeu o último gole do champanhe.
  — Você bebeu uma garrafa sozinha? — disse se sentado atrás da e massageava as costas da garota.
  — E se tivesse outra beberia também. — sorriu e fechou os olhos.
  — Está gostando da massagem? — disse próximo ao ouvido da .
  — Sinceramente? — Sorriu. — Queria essas mãos em outros lugares, se é que me entende. — Disse e sorriu com a atitude da menina que estava um pouco alterada, afinal, jamais falaria isso se estivesse sobrea.
  — Não me torture desse jeito porque a carne e fraca e você é... — não deixou o garoto terminar o jogou na espreguiçadeira, ficando por cima do seu corpo. Ele encarava a garota sem entender o que estava acontecendo.
  — Eu sou o quê, ? — Colocou as mãos dele posicionadas em seu bumbum coberto pelo vestido. — Gostosa? — Mordeu a orelha dele e arranhou o seu peitoral nu.
  — , eu… — Sussurou fraco.
  — Você não acha certo isso? — roçou sua intimidade sobre a intimidade do e sentiu o quanto o rapaz estava excitado. — Ah, … Como é bom sentir você assim, tão mais tão duro e por mim. — voltou a roçar suas intimidades e ele estava ofegante com a velocidade do movimento que a garota fazia e ele não aguentaria muito tempo, por mais que soubesse que a estava um pouco alterada, na sua cabeça vinha aquele pensamento que tudo que alguém, não faz sobre-o por falta de coragem, faz quando está bêbado porque na verdade quer aquilo mais que qualquer coisa. Porém sentir a mão da garota apertando seu membro ereto foi a gota d´água para ele beijá-la ferozmente e carregá-la para o quarto, jogando-a na cama e beijar seu corpo inteiro. Não precisou muito para o garoto conseguir abrir o vestido revelando uma lingerie rendada e branca e aquilo o deixou ainda mais louco por aquela mulher.
  — Quero você, … Agora. — sussurrou e a penetrou no mesmo momento e ela gemia tão alto mais tão alto que deixava o ainda mais excitado ao ouvir a mulher sussurrar seu nome várias e várias vezes. Naquele momento não tinha certo ou errado, tinha era muito tesão envolvido e ambos aproveitavam aquele momento que poderia não acontecer novamente. Em um momento jogou a cabeça para trás segurou firme nos lençóis e atingiu seu prazer máximo que foi acompanhado pelo que a preencheu com seu liquido quente em seguida, retirou seu membro da e se deitou ao lado da mulher que respirava com dificuldade e estava ofegante.
  — O que foi isso? — perguntava sentindo a respiração voltar ao normal.
  — Tesão acumulado... Ou você acha que é fácil ter você tão perto e ao mesmo tempo tão longe? — A garota fechava os olhos.
  — Como se você não me provocasse... E todos aqueles shorts, saias.... Deus, você um dia me deixa louco. — fechou os olhos e lembrou de todos os momentos que se culpou mentalmente por prometer ser amigo dela quando na verdade queria pegá-la de todas as formas e em todos os lugares.
  — Amanhã iremos nos arrepender. — sorriu e deitou no peitoral nu do .
  — Deixa o amanhã pro amanhã. — sorriu e ambos sentiram o sono enfim vencer.

Capítulo 12

Escrito por Mayara Braga

Um mês depois…

   e não tiveram lua de mel porque os meninos tinham uma série de compromissos para divulgação do novo CD “Four”. Depois da noite de núpcias fingiram que nada daquilo havia acontecido e permaneceram na amizade afinal, ambos só conseguia se dar bem quando agiam como apenas amigos porque qualquer tipo de envolvimento que não fosse amizade sempre levava a brigas. A avó de está cada vez pior e a neta se faz de forte na frente de sua avó, mas por dentro seu mundo está desabando.
  — Bom dia. — O médico adentrou o quarto da avó, de e percebeu que a garota chorava observando a avó dormir. — Senhorita, posso conversar com você?
   assentiu que sim e se retiraram do quarto.
  — Doutor, antes de qualquer coisa quero pedir que seja sincero porque eu sei que tem alguma coisa acontecendo. — A voz da estava triste. Os olhos da garota estavam vermelhos, a pele pálida e tinha muitas olheiras.
  — O câncer da sua avó se agravou e… — O médico não conseguiu terminar porque fora interrompido por uma desesperada.
  — Quanto tempo ela tem? — Sua pergunta custou a sair devido as lágrimas que molhavam todo o seu rosto.
  — Dois meses… Sinto muito, senhora . — sacudiu a cabeça negativamente e saiu o mais rápido do local. Não conseguia acreditar que perderia em poucos meses a sua querida e amada avó. Entrou no primeiro táxi disponível em frente ao hospital e seguiu em direção ao apartamento do onde estava morando desde o casamento. Assim que chegou jogou a bolsa em cima doo sofá e deslizou seu corpo pela parede caindo no chão. Olhou para o celular e discou o número do .
  — … — Sua voz estava feliz enquanto a menina desabava do outro lado da linha. tinha viajado há 15 dias para gravar programas e divulgar o novo CD. — Volto amanhã pela tarde e comprei muitas lembranças para nosso apartamento e tem pra você algo que… — uniu todas as forças que ainda lhe restavam e soltou a bomba.
  — Minha avó está morrendo… — Seu choro era alto, soluçava e não conseguia dizer mais nada. não conseguia dizer nada afinal, ele sabia o quanto aquela senhora é importante para a .
  — Q-quanto tempo? — A voz do tinha passado de feliz para um misto de tristeza com preocupação.
  — Dois meses… — O choro da garota era uma tortura para os ouvidos do e ele sentia-se culpado por não poder abraça-la fortemente. — , por favor, vem pra casa eu preciso de você mais do que nunca. — As palavras da garota desesperada lhe atingiu em cheio e o fato dela precisar dele lhe trouxe um sentimento novo. Pela primeira vez em muito tempo seria ele quem cuidaria da garota e não o contrário como era o costume.
  — Eu vou, meu amor. — Sua voz firme o assustou e podia ouvir um “Obrigada” vindo ao fundo da ligação em meio as lágrimas da garota. — O que acha de dormir um pouco? Deita na cama que vou ficar com você até pegar no sono. A menina caminhou até a enorme cama de casal deitando e deixando as lágrimas rolar pelo seu rosto. Hora outra soltava algumas frases “Estou com aqui com você.”; “Descansa um pouco que logo, logo estarei ai cuidando de você.” Depois de alguns minutos o som de choro havia cessado e podia ouvir o som da respiração da que havia adormecido. O rapaz se sentiu feliz por ter ajudado a quem sempre te ajudou e te resgatou do fundo do poço.

~~**~~

  Na manhã seguinte , chegou a Londres acompanhado dos amigos. Todos estavam preocupados com o estado de saúde da avó, de e havia dito que assim que pudesse visitaria a melhor amiga. Assim que a van deixou o e seu prédio o porteiro lhe cumprimentou e rapidamente subiu para o seu apartamento. Girou a chave na maçaneta quando a porta se abriu deixou sua mala em quanto e voltou a fechar a porta. Avistou a garota sentada ao lado da janela vestindo apenas um blusão e os cabelos estavam mais emaranhados que o normal. Podia ouvi-la chorar e ele tinha chegado na hora certa.
  — … —disse calmo e a garota direcionou seu olhar até a entrada do apartamento encontrando parado com uma feição preocupada. Levantou e caminhou com dificuldade ficando cada vez mais próxima, correu até o garoto pulando em seus braços e enfim, deixando toda a sua dor sair pelos seus olhos. — Estou aqui, meu anjo. — As mãos do acariciavam os cabelos da enquanto a garota chorava agarrada ao pescoço dele. caminhava com ainda agarrada ao seu corpo, e deitou a garota na cama, logo depois se juntou a ela e abraçou de lado. Permaneceram assim, em silêncio apenas sentindo o calor dos corpos abraçados e seus perfumes se misturando. Quando adormeceu, se levantou com cuidado para não acordá-la e deu um jeito no apartamento. Como não sabia cozinhar ligou para o restaurante preferido da e pediu um almoço pra dois. Ajeitou a mesa para que pudessem almoçar assim, que a comida chegasse.
  — … — disse calmo e aos poucos a garota abriu os olhos. Sorriu fraco e acariciou o rosto do com a ponta dos dedos. — Liguei pro Nando's e pedi o seu prato preferido. — A menina soltou um sorriso doce em forma de agradecimento.
  — Vou tomar um banho, ok? — Sorriu. Pegou suas roupas e adentrou o banheiro. voltou para a sala, ligou a televisão e ficou assistindo uma série que passava na HBO. se juntou ao e ficou deitada com a cabeça encostada em seu peitoral. Sem que a garota percebesse tirou uma foto de suas mãos e respectivas alianças e postou com a legenda: “Senhora, .” Alguns minutos depois a campainha chegou, e era o entregador do Nando's, pagou pela refeição e deu uma gorjeta para o entregador.
  — Comida! — bateu as mãos uma na outra e sorriu da cena. Com certeza ele tinha conseguido deixá-la um pouco mais calma. Sentaram-se na mesa e começaram a devorar a refeição que estava deliciosa. Quando terminaram de comer, limparam a bagunça e pegou um pote de sorvete e se sentou na varanda com o para comer a sobremesa. Conversavam, gargalhavam e sentia-se segurada quando estava assim, com as mãos do Zayn em sua cintura sentindo o calor do seu corpo.
  — , precisamos ir ao mercado para comprar as coisas pra mais tarde. — disse ajudando a garota se levantar.
  — Verdade! — Sorriu. Colocaram roupas agasalhadas porque a tarde em Londres estava mais fria que o normal devido ao inverno que se inicia em poucos dias. deu partida em seu carro assim, que chegaram ao supermercado duas garotinhas se aproximaram com celulares e papeis.
  — Olá, lindinhas. — sorriu e se abaixou para ficar do tamanho das garotinhas.
  — , você pode tirar uma foto com a gente? — Uma garotinha de olhos verdes e cabelos castanho-escuros sorriu e assentiu que sim. observava tudo encantada com todo o carinho que tinha com as garotinhas que sorriam e aproveitavam aquele momento talvez único em suas vidas.
  — … — A mais nova olhou para e ela se aproximou. — Você é muito bonita e o tem é um menino de sorte. — sorriu e encarou o .
  — Você que é uma princesa, linda demais. — estava abaixada próxima a garotinha que lhe surpreendeu com um abraço bem forte.
  — Sua vovó vai ficar bem. — A garotinha tinha um tom de voz doce e deixou a emocionada.
  — Obrigada, princesa. — estava emocionada com o carinho daquela garotinha. A mãe das meninas agradeceu e logo saiu do supermercado levando as filhas. — Como pode uma menina de quatro anos dizer algo que acalmou meu coração? — estava com os olhos marejados e a abraçou fortemente.
  — Crianças são puras e nos encantam com tamanha pureza. — sorriu e concordou. Caminharam pelas prateleiras pegando comidas e bebidas. Quando terminaram de escolher tudo procuraram por um caixa cujo a fila estivesse menor e logo encontraram. A caixa reconheceu e pediu um autografo para a filha que era fã dos meninos. fez questão de pagar tudo sozinho e franziu o cenho porque insistia que precisava ajudar em algo, mas como sempre não permitia e arcava com todas as despesas sozinho. Adentraram o carro e logo estavam de volta ao apartamento onde moravam.

~~**~~

  Já havia anoitecido e decidira tomar um banho para esperar pelos amigos. já havia tomado seu banho e decidira arrumar tudo para que ficasse perfeito. Checou as bebidas e refrigerantes que estavam devidamente gelados e a comidas que estavam prontas. O celular de tocava sem parar e ele gritou para que atendesse e assim ela fez. Quando aceitou a chamada não deu nem tempo de falar um simples “Alô” porque Taylor começou a despejar toda sua raiva.
  — , por que você nunca mais me ligou? — Sua voz estava estressada. — Dois meses que você não liga, não me procura. Não acredito naquela mensagem que você terminou tudo porque você está realmente apaixonado por aquela idiota. — Gritava. — Você não vai falar nada?
  — Ele não ligou pra você porque está feliz comigo. — sorriu. — Ele procurava por você quando ainda não tinha caído em si e percebido que você destrói ou melhor destruía a vida dele. Agora ele tem tudo que ele precisa, tem felicidade, os fãs orgulhosos, a banda cada dia mais sucedida e tem uma mulher que o ama de verdade. — gargalhava internamente.
  — Olha só, sua.... — não deixou que Taylor continuasse e desligou o telefone. A felicidade invadia então, estava apaixonado por ela. se sentou na cama e quando saiu do banho com uma toalha enrolada na cintura o puxou pra si unindo seus lábios em um beijo que logo foi correspondido com toda a intensidade. pulou em seu colo agarrando a cintura do rapaz com suas pernas. não perdia tempo e beijava toa a extensão do pescoço da garota. As mãos do encontraram o fecho do sutiã da e quando ia abri-lo foram interrompidos pela campainha.
  — V-vou a-atender. — disse ofegante enquanto dava leve mordidas em sua orelha e segurava firme em seu bumbum. — … — sorriu quando apertou seu bumbum. — Deve ser os meninos… — beijava os lábios da garota. — mais tarde a gente resolve isso. — pulou do colo do e caminhou em direção a porta. Ela estava certa eram os garotos, que estavam acompanhados por suas respectivas namoradas, menos o que estava sempre solteiro, mas nunca sozinho.
  — Demorou hein! — brincou e abraçou a . Todos cumprimentaram a e apresentaram suas namoradas e logo adentraram o apartamento do senhor e senhora, .
  — Cadê o ? — perguntou enquanto ia até a cozinha pegar algo pra beber.
  — Está no banho. — disse enquanto se sentava no sofá e de repente, a fala foi tomada por gargalhadas por parte dos garotos. assim, como as outras garotas não entendiam o motivo de tanta risada.
  — Explicada a demora para nós atender. — disse vermelho de tanto que ele ria.
  — Idiota! — disse com o rosto vermelho.
  — Ouvi meu nome. — adentrou a sala e cumprimentou os garotos e suas namoradas. — Amor, o que fizeram com você? — sorria ao notar a vermelhidão no rosto da esposa.
  — Ou melhor o que vocês estavam fazendo quando nós o interrompemos. — gargalhava e a melhor amiga deu um tapa. — Agora eu apanho por dizer a verdade? — Todos gargalhavam e deu mais um tapa no melhor amigo que a abraçou fortemente.
  — Com licença. — puxou pela mão até um canto afastado da sala. — estou tão perdida com tudo que está acontecendo e sem chão. — disse desanimada.
  — O não está te apoiando? — disse com um tom de voz curioso.
  — Sim, ele está sendo um amor comigo e faz de tudo pra me animar. — sorriu e o melhor amigo não deixou de notar o brilho que tinha nos olhos dela ao falar do “marido”. — Mas a possibilidade de perder a minha avô me assusta e me deixa desesperada. — abraçou a melhor amiga e ela brincava com os cabelos dele.
  — … nada que eu falar vai diminuir ou fazer a sua dor passar, mas dê tempo ao tempo. Sua avó se demonstrou ser uma verdadeira guerreira e se for a hora dela se despedir por mais que doa você tem que pensar que ela irá pra um lugar melhor do que esse mundo louco em que vivemos. — deixava algumas lágrimas rolar pelo seu rosto. — No céu pra onde sua avó irá por ser aquela pessoa, maravilhosa. Não existe câncer, doenças terminais ou qualquer mal. Sua avó está sofrendo muito e acredito quando dizem que Deus, sabe de tudo e todas as coisas. — o abraçou fortemente e começou a chorar sem parar. Estava rodeada por pessoas que se preocupavam e queriam vê-la feliz acima de tudo. enxugou as lágrimas e voltou com para a sala onde estavam todos.
  — Guardei um lugar pra você, amor. — apontou para o sofá e sorriu. — A noite tinha sido uma das mais agradáveis desde de que e estão “juntos”. Muitos sorrisos, piadas sem graça, pizza, cervejas. Era bom estar entre os amigos e sentia o quanto queriam tirar de seus pensamentos o fato que em poucos meses perderia sua avó. Ela se emocionava quando percebia que faziam de tudo para animá-la e arrancar um sorriso dos seus lábios.
  — Enquanto vocês conversam vou com as meninas ajeitar os quartos de hóspedes. — sorriu e as garotas lhe acompanharam. Os casais e se acomodaram nos quatros quartos de hospedes. preparou a banheira e levou com ele para tomarem um banho juntos. Permaneceram bastante tempo naquela banheira sem fazer absolutamente nada além de trocarem beijos. Vestiram-se e deitaram na enorme cama de casal e puxou que se acomodou em seu peitoral adormeceram pouco tempo depois.

Capítulo 13

Escrito por Mayara Braga

Um mês depois…

   e estão em sua melhor fase, longe de brigas, discussões e o “ódio” que os cercava, porém com o passar dos dias em que , via a sua avó pior cada vez mais a menina ficava ainda mais triste. Tinha dias que ela nem ao menos se levantava, não trabalhava, trancou a universidade e se dedicava a sua avó vinte quatro horas por dia. E lá estava , mais uma vez deitada naquela cadeira do quarto onde sua avó estava desde de que soube que teria pouco tempo de vida. observava a “esposa” e se sentia muito mal por não poder salvar a querida avó da sua . Com cuidado, adentrou o quarto e observava a respiração calma da , porém, notava o rosto pálido, olheiras e o cabeço mais emaranhado que o normal. Se aproximou da cadeira e beijou a testa da . Ela se mexeu um pouco, mas não acordou. Na noite passada sua avó passou muito mal e ela praticamente passou a madrugada acorda a vigiando.
  — Anjo… — disse baixo e a menina abriu os olhos, devagar. — Sentiu saudade? — O rapaz a olhou e seus olhos brilhavam. Ela assentiu que sim e o abraçou fortemente. sentia o quanto sua presença era importante para aquela menina, frágil e sensível. Muitas das vezes isso o assustava e como o assustava. Cada dia criavam um vínculo só deles. Algo que só crescia cada dia ainda mais se tornando o sentimento de mais intensidade que tinham em suas vidas. Todos os dias antes de dormir quando não estavam viajando, eles se abraçavam e dormiam sentindo o calor dos seus corpos e seus perfumes se misturando. Porém, quando o rapaz estava viajando devido aos compromissos da banda, fazia questão de ligar para desejar uma boa noite para a garota que cada dia ficava ainda mais encantada por ele. Ambos estavam vivendo e agindo como marido e mulher, mas ambos não sabia ou fingiam não saber por medo de estragar.
  — Muita, saudade, muita. — Ela se sentou no colo do rapaz e ele acariciava seus cabelos. Permaneceram em silêncio e os únicos barulhos eram os aparelhos que ajudava a avó da e suas respirações. A menina chorava baixo enquanto o garoto percorria suas mãos pelos cabelos dela. A dor sentia não sumiria, porém quando estava assim, tão próxima e sendo cuidada por , se sentia protegida como se a qualquer momento ele estivesse a segurando firme para não deixá-la cair quando a dor lhe cortar. Por mais que a avó da garota lutasse diariamente, todos sentiam que sua força estava acabando porque ela já não conseguia respirar sem a ajuda de aparelhos, não podia ficar em casa porque vivia passando mal e tendo crises e mais crises. Todos estavam preparados para ajudar a no dia mais triste de sua vida, mas se preocupava e como… Não sabia como a reagiria, mas esperava no mínimo muito tempo para ela se recuperar um pouco porque totalmente jamais será possível. A garota todos os dias chorava pensando que chegaria o dia que quando entrasse naquele hospital escutaria a pior notícia de sua vida, mas ela era esperançosa a cada dia que sua avó reagia melhor ao tratamento era como se ela mesma se iludisse achando que tudo no final daria certo. Porém, não era assim, ela perderia a sua avó, infelizmente.

~~*~~

  , comprara um vestido novo para a e um par de sapatos. Deixou em cima da cama com um pequeno bilhete: “Senhora , se arruma, fica ainda mais linda que ás 20h00 jantaremos. Xx Senhor . A garota não conseguiu não sorrir. era maravilhoso e atencioso. Relaxou por alguns minutos na banheira e quando saiu do banho fez questão de caprichar na maquiagem. Apostou em algo mais ousado para uma noite especial, soltou os cabelos e os deixou ondulados. O vestido que lhe comprara lhe caiu perfeitamente e os sapatos no tamanho ideal. Para fechar com chave de ouro, nos lábios passou um batom vermelho.
  — , cheguei. — Ouviu a voz do , pegou sua bolsa de mão e caminhou para encontrá-lo na sala. Mas quando chegou próximo ao rapaz ele não conseguia esconder que estava babando por ela. Seus olhos olhavam fixamente de cima a baixo a garota e ela corou por imaginar os pensamentos que passavam na cabeça dele. segurou uma das mãos da e ela deu uma voltinha. — Fiu, fiu! — sorriu. — Você está ainda mais linda, . — Selou seus lábios, mas fez questão de dar intensidade ao beijo, correspondeu o toque do garoto com toda a vontade que ambos sentiam. Cessaram o beijo por falta de ar e logo estavam de mãos entrelaçadas caminhando em direção ao carro do que estava estacionado em frente ao prédio. Quando chegaram no restaurante se sentaram em uma mesa bem no centro porque segundo ele queria que todos vissem o quão maravilhosa sua esposa era e quão sortudo ele foi em encontrá-la. O jantar estava delicioso e aproveitaram aquela refeição com suas respectivas companhias. Algumas taças de vinhos e estavam falando coisas como: “como você é adorável”; “quero muito beijar você” , “você está linda”, “você está um gato”.

  Durante o percurso de volta para o apartamento, permaneceu calada deixando um pingo de curiosidade em , mas ele não perguntou e continuou dirigindo. Hora ou outra sem que percebesse observava o sorriso do rapaz, seus olhos , seu corpo, suas mãos que ela tanto queria percorrendo por toda extensão do seu corpo. Chegaram ao prédio e estacionou o carro, mas continuava estranhando a forma que a garota o observava. Uniram suas mãos em um gesto inesperado por ambos, entretanto nenhum dos dois soltaram suas mãos.
  — , por que você.... — não conseguiu terminar, porque no segundo seguinte, o agarrou tomando seus lábios em um beijo intenso e logo, já estava correspondendo aos toques da garota. O rapaz distribuía beijos castos por toda extensão do pescoço da garota; quando a porta do elevador finalmente, se abriu pegou a garota no colo e a mesma abraçou a cintura do garoto com suas pernas uma de cada lado. Com certa dificuldade conseguiram abrir a porta e caminhavam em direção ao quarto e quando enfim chegaram ele a jogou na cama.
  — Você... — mordeu o lóbulo da orelha da garota. — Me deixa completamente louco.

~~*~~

  Com certa dificuldade, e se levantaram, afinal, em duas horas teriam uma entrevista em um famoso programa local para falar de como estão passando por essa nova fase depois que se casaram, mas no começo quando propôs a a ideia de serem entrevistados em um auditório lotado, ela não se agradou muito e chegou a recusar muitas vezes. Levantaram e fizeram suas higienes matinal. se arrumou e foi para a sala esperar por , mas a menina estava indecisa com o que vestir afinal, tinha que estar apresentável para não passar vergonha porque casou com um dos caras mais famosos do mundo. Optou por um vestido que havia comparado para um jantar que nem chegou a ir porque teve que viajar com os garotos da banda. Soltou os cabelos e fez uma maquiagem bem nude, afinal, era um programa matinal e exagerados seriam mais um motivo para muitas pessoas infernizarem a garota. Desde de que assumiu “relacionamento” com , passou a ter pessoas que estão sempre a criticando e perturbando sua vida.
  — Como estou? — sorriu enquanto adentrava a cozinha e se deparava com a cena de fazendo panquecas. E a menina não conseguia deixar de pensar no quão adorável ele estava com aquele avental.
  — Maravilhosa, gostosa, linda, sexy. — mordeu o lábio inferior e a abraçou fortemente se esquecendo até mesmo da panqueca no fogo. — Droga! A panqueca. — gargalhava do enquanto tentava salvar a panqueca que por pouco não queimou. Tomaram café da manhã e em seguida, terminaram de arrumar e se preparam para o que estava por vir daqui a alguns minutos. dirigia tranquilamente e estava pensativa e muito nervosa com essa entrevista.

  Quando chegaram a emissora foram levados para o camarim, onde aguardariam ser chamados. A entrevista seria no último bloco do programa, justamente para prender a atenção dos telespectadores. estava sentada no sofá enquanto estava deitado com a cabeça apoiada no colo da garota. Ele digitava algo em seu iPhone enquanto a menina só conseguia pensar nas perguntas e na repercussão que tudo teria.

“Nervosa?”xx 09:00 PM

“Imagina!” xx 09:01 PM

“Pensei que não fosse aceitar e quando me contou que tinha aceitado...”xx 09:02 PM

“Eu sei... Ainda não acredito que topei e estou nesse lugar.” xx 09:03 PM

... Fica calma, respira fundo e pensa que são apenas perguntas sobre a vida de um casal” xx 09:04 PM

“Esse é o problema, . e eu não somos um casal e estamos longe de ser.” xx 09:05 PM

“Ah, ... Só vocês dois que não percebem que estão vivendo sim, como um casal, ou acha que não percebo nas suas mensagens quando estavamos longe? E o todo preocupado como jamais o vi antes.”xx 09:06 PM

“Vocês são loucos! Minha relação ou melhor o que eu tenho com o é algo momentaneo. Nos dois senitmenos uma atração e o resto não precisa ser dito. Mas relacionamento, amor ou qualquer coisa similar a isso, nos não temos e sinceramento não acredito que um dia teremos.”xx 09:07 PM

“Espero que não percebam que se gostam quando seja tarde ou esse maldito contrato venca porque já se passaram dois meses e vocês ainda tem dez meses para descobrir ou então...” xx 09:08 PM

“Oh, não estou gostando o rumo dessa conversa, ok? Vou ter que guardar meu celular porque em poucos minutos irão nos chamar. Beijos”xx 09:09 PM

você é minha melhor amiga por isso, falo a verdade que você faz questão de não exergar ou então, pra se proteger finge que nada está acontecendo. Ok, vai lá e boa sorte, linda.”xx 09:10 PM

  — E pra fechar o programa com chave de ouro, convidamos os recém-casados, senhor e senhora . - A apresentadora sorria e entrelaçou o estúdio de mãos entrelaçadas com . A garota estava muito, muito nervosa e ele tentava passar calma para ela. Se sentaram no sofá ao lado do balcão onde a entrevistadora estava. — Fico muito feliz que tenham aceitado o convite. — sorriu.
  — Bom dia. — sorriu e imitou seu gesto. — Nós que ficamos feliz com o convite e tanto eu, quanto a minha esposa, estamos muito contentes em conceder nossa primeira entrevista juntos.
  — , a primeira pergunta vem do Estados Unidos e é pra você: , como você fez pra conquistar o coração do nosso ?”
  — Bom... — sorriu e acariciou sua mão como forma de incetivá-la a começar. — Na verdade, ele quem me conquistou porque não tem como não se apaixonar por esse cara, maravilhoso, lindo tanto por fora, quanto por dentro. — sorriu e encarou . Notou que os olhos do rapaz tinham um brilho lindo.
  — Ah, como são adoraveis. — A apreentadora completou. — , a segunda pergunta vem aqui de Londres e é pra você: , o que você faz que deixa a muito feliz?”
  — Boa, ou melhor, ótima pergunta. — O rapaz sorriu. — Quando eu chego de viagem e a mimo demais, ela não cansa de repetir o quanto fica feliz quando estamos juntos. — sorriu e todos soltam um: “Awn” coletivo.
  — Essa pergunta só responda se sentir bem, ok ? — A apresentadora tinha a voz carinhosa e ambos já sabiam sobre o que se tratava. — Vem do méxico: ... Como você se sente sabendo que perderá sua avó? Queria dizer que venho acompanhando sua luta porque sou enfermeira e imagino a barra que está passando.”
  — Então... É a pior sensação que já senti. Não é uma possibilidade, é a certeza de que em pouco tempo irei me despedir e perder a pessoa que mais amo. Minha avó cuidou de mim quando a minha mãe me largou ainda bebê. Meu pai sempre for a maravilhoso, mas minha avó foi a mãe que eu nunca tive. Não teve um dia que ela me deixou ficar triste pela mulher que me pôs no mundo ter ido embora e me largado como se eu fosse algo sem significado nenhum pra sua vida. Minha luta está sendo dura, mas tenho pessoas que me apoiam. — acariciou as mãos do e olhou diretamente nos olhos. — No momento mais difícil da minha vida, pude descobrir pessoas que me estenderam a mão, um abraço apertado, um sentimento verdadeiro, carinho e eu sou grata a eles por não me deixarem cair quando sinto meu mundo desabar a cada dia. — acabou se emocionando enquanto falava porque passavam no telão fotos dela com a avó. a abraçou fortemente e enxugou as lágrimas. Todos no estúdio estavam emocionados.
  — Não é nenhuma pergunta, mas eu quero falar algumas coisas. — segurava firme as mãos da . A apresentadora assentiu positivamente para o rapaz continuar. — Desde quando eu comecei a me relacionar com a ... Ela me ajudou muito e todos sabem que cometi muitas besteiras, porém essa mulher não se importou com nada do que diziam e me estendeu a mão para me ajudar a sair do fundo do poço. Antes de conhecê-la eu valoriza as coisas erradas, as pessoas que não mereciam, mas ela me ajudou a recuperar tudo que perdi pelos meus erros e eu sinto muito todos os dias por não poder salvar a sua avó. A vem passando por dias dificíes e mesmo assim, muitas pessoas que se dizem fãs lotam suas redes sociais com muitas besteiras e o que tenho pra falar pra você é: Falta amor na vida de vocês porque ela é a pessoa mais especial que eu já conheci e eu sinto muito de verdade, por não poder fazer nada para aliviar essa dor que ela sente. Se vocês se consideram meus fãs e querem me ver feliz, não é chingando ou maltratando a pessoa que eu mais amo que conseguirão me ver feliz. Porque sim, a minha felicidade depende do sorriso e da felicidade da minha esposa. No dia em que dissemos ‘sim’ naquele altar, passamos a ser apenas um, então, se ela está feliz, eu estou. Se eu estou triste, ela também está. Se ela é maltratada, eu também sou, ou seja, quando vocês a chingam ou fazem qualquer coisa contra ela, estão automaticamente atingindo no meu ponto mais fraco, que é a minha menina. — Todos aplaudiram e selou seus lábios em um beijo simples, mas com muitos significados.
  — Quem cuida da casa? Ou vocês dividem as tarefas? — A apresentadora sorria.
  — Então... — sorria. — Nós dois cuidamos do apartamento juntos. Não temos empregados ou qualquer ajuda porque não vemos necessidade, sabe? Nós vamos no mercado, fazemos a compra do mês, inventamos coisas na cozinha, mas temos um cuidado em especial com tudo, sempre juntos. — concluiu.
  — Eu particularmente não acho certo quando o marido joga toda a responsabilidade pra cima da esposa. — disse sério. — Quando você se casa, você e sua esposa têm de assumir tudo juntos, sabe? Por isso, não vejo problema em lavar uma louça ou então ir ao supermercado com a pra fazermos a compra do mês. — concluiu.
  — , o que você sente pelo ? — A apresentadora parecia curiosa.
  — O que eu sinto pelo meu marido? — respirou fundo. — É complicado quando se trata de sentimentos ainda mais quando eles são tão fortes como o nosso. É amor desde o primeiro sorriso logo pela manhã quando acordamos. É amor quando eu preciso e ele abre os braços, me deixa chorar e colocar toda a dor para fora. É amor desde o dia em que seus olhos se fixaram nos meus. É amor desde o dia em que trocamos nosso primeiro beijo. É amor forte, incontrolável, o sentimento mais forte que eu já senti por qualquer pessoa. — estava com os olhos marejados e sorria.
  — E você , o que sente pela ? — A apresentadora estava animada.
  — Tudo! — Sorriu. — Um dia cheguei a pensar que eu já tinha sido apaixonado por outra pessoa — olhou para . —, porém, essa garota me fez ver o que era amar e estar apaixonado. A cada briga eu percebi o quão linda ela ficava brava ou então o quanto queria beijá-la para que se calasse. Muitas das vezes disse coisas que faria muitas pessoas desistirem ou irem embora, porém, ela me olhava e eu não aguentava mais de cinco minutos longe ou brigado com ela. É o sentimento mais puro que alguém já me fez sentir e eu gosto da pureza que ela trouxe para minha vida. Concordo quando dizem que em um casal, sempre precisa haver aquele que é mais certo e outro, menos. Por exemplo: é a calma e eu sou positivo. é inteligente e eu canto bem. — todos sorriram. — Nos completamos de tal forma que não consigo mais me imaginar sem ela ou sem nosso relacionamento. — chorava e encarava seus olhos.
  — Mais uma vez repito: vocês são adoráveis. Fiquei muito feliz em ter a honra de ser a primeira a entrevistá-los. Boa sorte e um casamento incrível pra vocês. Que possam passar por cima de tudo que possa vir, porque demosntraram ser fortes. — A apresentadora sorriu e e sussuraram um: “Obrigado.”... Estamos todos torcendo por você e sua avó, ok? — A apresentadora concluiu e sorriu.
  A entrevista foi concluída e ambos se retiraram do estúdio. e adentraram o carro do . Durante o percurdo de volta para o apartamento, chorava sem se importar que estivesse vendo; ele não se pronunciou e entendeu que ela precisava desse momento. Quando adentraram o estacionamento, rapidamente estacionou o carro e subiram para o apartamento. abriu a porta e se jogou no sofá da sala e enfim se sentou ao seu lado.
  — ... — passeou com o polegar pelo rosto da garota, enxugando as lágrimas. — Aconteceu ou fiz algo, meu anjo? — estava preocupado.
  — Aconteceu, ... — chorava. — O tinha razão, eu... — A menina não conseguiu concluir e começou a chorar e ela soluçava.
  — Sobre o que o tinha razão? — estava um misto de preocupação com curiosidade.
  — E-u... e-u... — A voz da estava embolada.
  — Você… — fixou seus olhos nos da .
  — Eu te amo, . — E então o abraçou fortemente e chorava; enfim, havia se libertado desse sentiment. Seu corpo inteiro se arrepiou quando sentiu o hálito quente e ouviu as palavras de .
  — Eu te amo, . — Com certa dificuldade, enfim libertou o sentimento que estava preso por medo, por dúvida se era certo ou não. Seus lábios se uniram em um beijo intenso. afagava os cabelos do enquanto o mesmo passeava com suas mãos pelo corpo da garota. a pegou no colo e caminhavam sem interromper o beijo em direção ao quarto. Quando enfim chegaram ao cômodo, se abraçaram e permaneceram assim até sentirem suas pálpebras pesando e deixando o sono chegar.

Capítulo 14

Escrito por Mayara Braga

Dois meses depois…

  As últimas semanas estão sendo tristes para já que sua avó está cada vez pior e a ausência de está deixando-a triste e solitária. O rapaz encontra-se viajando com os amigos para a divulgação do CD, mas não deixa de ligar para a garota e está mais atencioso do que nunca. Depois da entrevista, as coisas entre eles só melhoraram, passaram mais tempos juntos, viajaram, passaram um final de semana na casa da família , foram pescar com o pai da , ou seja, fortaleceram os sentimentos e ligações.

Flashback

  Era aniversário do e ele optou por uma festa a fantasia; ele foi bem claro no convite: “sem fantasia não entra”, então e se arrumaram e decidiram ir atrás de algo que fosse legal. O rapaz queria uma fantasia de casal, mas não queria e foram discutindo o caminho inteiro. Adivinha quem ganhou? O rapaz dos olhos , porque não aguentava mais um segundo o garoto explicando os motivos que, segundo o próprio, eram ideais para ambos estarem combinando. E sorriu vitorioso quando , contra própria vontade, despejou:
  — Tudo bem, . Iremos escolher uma fantasia de casal!
  — “Let it go, let it go.” cantava, debochado, e sacudia a cabeça negativamente ainda sem acreditar que havia concordado com a ideia louca dele.
  — Vou bater em você se alguém rir da nossa fantasia. — disse séria e gargalhava alto enquanto batucava no volante. — Deus, como eu concordei com “Frozen”?
  — Porque você não resiste aos meus encantos e meus lindos olhos . — debochou e a garota deu um tapa em seu braço; começou então, uma crise de risos que durou até chegarem no shopping, onde almoçariam.

Flashback

   levantou se sentindo fraca e passando muito mal. Com dificuldade, pegou suas roupas e foi tomar um banho, afinal, em duas horas seria o horário de visita do hospital. Na noite anterior, a garota custou a conseguir a pegar no sono e estava com medo dessa sensação. Quando saiu do banheiro, penteou os cabelos, pegou sua bolsa e foi em direção à cozinha pegar uma fruta ou algo, mas seu estômago estava embrulhado e ela optou por não comer nada. Ligou pra companhia de táxi e em poucos minutos foi informada pelo porteiro que ele já estava a sua espera. Passou pela portaria e cumprimentou o porteiro, em seguida adentrou o táxi e informou ao motorista para onde iria. O trânsito estava tranquilo e chegou no hospital um pouco cedo, ainda faltava meia hora para o horário de visitas. Seu celular apitou e foi impossível não sorrir:

“Senhora , não sabe o que acabei de presenciar… Seu querido falando seu nome enquanto dormia. #OamorÉLindo xx 13:00 PM

“Que lindinho! Xx 13:01 PM

  — Senhora ? — levantou e encarou o médico que estava com olheiras e a aparência de cansado. Suas pernas falharam e seu coração começou a bater tão rápido que pensou que fosse sair do peito. — Pode, por favor, vir até minha sala? — assentiu, concordando. Pegou sua bolsa e caminhou acompanhando o médico. Quando adentraram à sala de paredes brancas que deduziu ser um consultório, se sentou na cadeira e o médico trancou a porta. Ele respirou fundo e encarou a garota que estava assustada e não preparada para ouvir as palavras que ele tinha para dizer.
  — D-doutor, a-aconteceu a-algo? — perguntou com dificuldade e muito medo da resposta que poderia deixá-la arrasada, devastada, destruída e chegar no fundo do poço.
  — Eu sinto muito, senhora … — o médico estava realmente triste porque acompanhou de perto todo o carinho, atenção e dedicação daquela garota que estava empenhada em ajudar sua avó. — Mas a sua avó não aguentou e, infelizmente, faleceu. — abaixou sua cabeça e começou a chorar desesperadamente. Seu choro era alto e mostrava o quanto estava doendo perder a pessoa que mais amou em todo o mundo. Sua cabeça era um misto de lembranças com dor, saudade e sentimento de não poder ajudado a quem sempre a ajudou. O médico permanecia sentado de frente para a jovem sem pronunciar nada, afinal, estava acostumado a ver cenas como essa. Nunca aceitaria perder um paciente, dar uma notícia tão dolorosa para pessoas que sonham com uma recuperação.
  — Doutor, eu… — não conseguiu terminar no segundo seguinte sentiu a vista turva e acabou desmaiando. O médico a levou para um quarto vazio e a deixou descansar um pouco, afinal, sua pressão estava baixa devido ao nervosismo e a dor que estava sentindo. Não demorou muito para que a garota levantasse e estranhasse estar em um quarto de hospital, mas quando viu o médico com uma prancheta em mãos entendeu, lembrou do que havia acontecido. Seus olhos automaticamente foram preenchidos por lágrimas quentes e grossas, seu mundo estava desmoronando aos poucos e não consiga se mover. pegou celular e o médico se retirou do quarto para dar privacidade a garota. Ela discou o número do , porém, só dava na caixa postal e tentou o do , que atendeu:
  — ! — sorriu, mas a garota desmoronou do outro lado da linha e os sorrisos do outro lado da linha. — Anjo, aconteceu alguma coisa? Fizeram algo com você? — se desesperou ainda mais e seus soluços podiam ser ouvidos o que deixou ambos preocupados com o que poderia ter acontecido.
  — M-minha avó acabou de falecer… — chorava alto e desesperada. Sua alma estava com um buraco que com certeza, não teria curativo ou remédio que fizesse parar de doer. O silêncio se fez presente, nenhum dos cinco do outro lado da linha imaginou ouvir algo assim, mas sabiam o quanto aquilo estava doendo e maltratando o coração da garota. — Por favor, eu preciso de vocês… — chorava alto. — E-u p-preciso... — estava desesperado como se a qualquer momento fosse desmoronar e não conseguir prosseguir, aquilo doía, e como doía! Perder a pessoa que mais amava, que mais queria bem, sua avó que cuidou, protegeu, deu amor, carinho, atenção e sempre fez questão de mostrar o quanto era amada.
  — Meu anjo… Estamos indo o mais depressa possível, na verdade, chegamos a Londres a poucos minutos e iremos do aeroporto direto para o hospital, certo? — A menina sussurrou algo, mas desligou o telefone e permaneceu deitada naquela cama pensando em tudo que acabara de acontecer. Se sentia sozinha, como se a cor do seu mundo tivesse acabado. Permaneceu por vários minutos deitada pensando em tudo que precisaria providenciar e como seria duro se despedir, quando a porta foi aberta e encarou os quatro garotos à sua frente, sim, quatro, porque não estava com eles e não escondeu que estava decepcionada por ele não estar ali com os outros para apoiá-la.
  — , me abraça, por favor, me abraça! — já estava em prantos novamente e seu melhor amigo envolveu seu corpo em um abraço quente. Em seguida foi a vez dos outros garotos que ajudaram a garota a se levantar e caminharam em direção à saída de emergência do hospital onde já estavam esperando por eles para evitar paparazzis na hora indesejado. Quando adentraram o carro, deitou no colo do enquanto ele olhava para os garotos com uma raiva, havia dito em alto e bom som que não iria porque não sabia como apoiá-la e acabou dando um soco em seu rosto, ele sabia que aquela atitude partiria ainda mais o coração da sua melhor amiga. Quando chegaram ao prédio onde morava com , perceberam que a garota dormia, a pegou no colo e adentrou rapidamente a portaria do prédio. Quando chegaram ao apartamento, a deitou na cama e se juntou aos outros na sala.
  — Ainda não acredito que o a abandonou. — Niall estava visivelmente irritado.
  — Se o Styles não tivesse me puxado, eu que ia socá-lo. — disse tão ou mais irritado que o amigo.
  — Quem aquele idiota pensa que é? A garota suportou várias merdas dele e agora faz isso? — estava indignado, na verdade, todos estavam assim, desde a hora que disse que não iria com eles.
  — Podem ter certeza que quando acabar tudo isso a não quererá olhar na cara dele e pode se considerar um homem solteiro. — disse enquanto se levantava e caminhava até a cozinha. e fizeram o almoço enquanto Niall e arrumaram a mesa, porém, adentrou o local visivelmente abalada, Niall fez questão de abraçá-la e brincar com seus cabelos.
  — Vem, vamos almoçar. — Niall puxou a menina pelo braço, mas ela negou com a cabeça. O rapaz não desistiu e a colocou sentada. Com dificuldade, fizeram comer um pouco, menos da metade do prato, mas só de terem conseguido feito-a comer era algo maravilhoso. A menina saiu desesperada da mesa e se trancou no banheiro, correu até o cômodo para ver o que havia acontecido e quando a menina saiu visivelmente mais pálida, ele se assustou.
  — Para completar, venho sentindo esse mal-estar que está me deixando louca. — A garota caminhou até o quarto e se jogou na cama. — Fico tonta, enjoo matinal e…
  — O médico disse que você desmaiou no hospital. — se deitou ao lado da amiga e puxou para deitar em seu peitoral. — , acho que você deveria fazer um teste de gravidez porque esses são… — a garota interrompeu o melhor amigo.
  — Teste de gravidez? Ah, , não tem como isso ter acontecido a não ser… — sacudiu a cabeça negativamente e observava-a, curioso.
  — A não ser... ? — perguntou.
  — preparou um jantar, exagerei nas taças de vinho e não lembro de termos usado proteção… — finalizou a frase e se deu conta do que poderia ter acontecido e correu desesperada para mexer em seu armário. — Cadê? Cadê? Cadê? Eu juro que tinha comprado um pra levar pra minha amiga na faculdade… — pegou a embalagem rosa com um teste de gravidez fechado e olhou para , que a incentivou a fazer. Fechou a porta do banheiro e seguiu as instruções e em seguida saiu do banheiro com a palheta em suas mãos, entregou nas mãos de e disse: — Listra marrom, negativo, listra colorida, positivo. — disse séria e o melhor amigo entendeu o recado e analisou o objeto e respirou fundo várias e várias vezes o que a deixava ainda mais nervosa.
  — Coloridas, ou seja, e terão um bebe. — disse sério e observou a melhor amiga chorar e sacudir a cabeça negativamente.
  — O nunca vai saber da existência desse bebê. — Disse firme e se deitou na cama novamente.
  — , mas… — tentou, mas a melhor amiga o interrompeu e pode ver que ela estava com muita raiva de , porque sabia que ela estava sofrendo ainda mais pelo seu desprezo.
  — Ele não merece algo tão maravilhoso, porque ele é sujo, um ingrato! — disse firme. — Vocês estão proibidos de contar, ok? — assentiu que sim e se retirou do quarto. , com dificuldade, acabou adormecendo, afinal, seria um longo dia que teria pela frente.

~~**~~

No dia seguinte

   se levantou e encarou sua figura pálida refletida no espelho. Chorava enquanto acariciava seu ventre. Estava decidida a ter o bebe e criá-lo com todo o amor do mundo, assim como sua avó sempre fez. Foi até o guarda-roupa e pegou roupas pretas e tomou um banho. Quando saiu, se olhou no espelho, estava com olheiras fortes, porém nem se importou em passar maquiagem afinal, não tinha forças pra nada e muito menos se maquiar. Com dificuldade caminhou até a sala e encontrou os garotos conversando e tomando café da manhã.
  — Bom dia, princesa. — sorriu e entregou uma tigela com salada de frutas para menina, mas ela negou com a cabeça, ele insistiu e acabou convencendo a menina a se sentar na mesa. mexia e remexia na tigela e não colocava nada em sua boca. Todos já sabiam da gravidez e por isso, se preocupavam em dobro com a falta de vontade da menina em comer.
  — … — puxou a cadeira e ficou ao lado da garota que chorava baixinho. — Você precisa comer, anjo, afinal, não está mais sozinha. — sorriu e menina sorriu fraco. pegou a colher e ajudou a menina a comer, não conseguiu fazer com que deixasse a tigela vazia, mas a fez comer metade da salada de frutas.

  Estavam no local onde a avô da seria colocada e não tinha uma pessoa que não se comovesse em ver a menina próxima ao corpo da avó, chorando, falando o quando a amava e queria poder tê-la de volta. Aos poucos chegaram os amigos e quando o pai de adentrou o local, a menina se jogou em seus braços e despejou toda a sua dor. Seu pai chorava tão desesperado quanto a filha. Permaneceram abraçados a cerimonia inteira, os garotos estavam ao lado e segurava firme as mãos de . No momento em que caminhavam para o local onde a avó de seria colocada, viu de longe observando tudo, inclusive a dor da “esposa”, porém, sacudiu a cabeça negativamente e fingiu que nada havia acontecido. Quando colocaram a avó da no local onde havia sido escolhido pela família, todos jogaram flores, colocou uma foto dela com a avó que havia sido tirada no hospital. Aos poucos, de acordo com que a terra ia sendo jogada e tampando o caixão, a menina se desesperava ainda mais. Ao terminar, todos prosseguiram, mas a menina permaneceu sozinha e avisou ao pai dela que ficaria com ela.
  — Por que, vozinha? — chorava. — Não me abandona, eu preciso de você, ou melhor, eu e o meu bebê precisamos de você, do seu amor, do seu carinho, da sua atenção. — estava ajoelhada e se sentia mal por não poder fazer nada para ajudá-la. Havia se passado algum tempo em que estavam ali, a menina chorava muito e não conseguia se conformar em perder a quem tanto ama.
  — Anjo… Vem, precisa descansar. — a ajudou se levantar. assentiu, concordando, a abraçou de lado e caminhavam até o estacionamento. Quando adentraram o carro do garoto, ela se manteve calada, chorando baixo. O percurso seria um pouco demorado, não dormiu e permanecia acordada parecendo pensar em muitas coisas. Quando chegaram ao prédio onde ela morava, tentou, mas ela pediu pra ficar sozinha e ele acatou o pedido da amiga.
  — Qualquer coisa me liga, ok? — disse firme. — Qualquer coisa, meu anjo. — abraçou a melhor amiga e ela beijou sua bochecha, em seguida adentrou a portaria e seguiu em direção ao elevador. Quando girou a chave na maçaneta, não encontrou em casa, tomou um banho e deitou na cama, afinal, não estava se sentindo bem.

~~**~~

   estava sentada na poltrona que dava visão para a porta. Esperava apenas o momento que ele adentraria o apartamento e naquele momento ela estava decidida a colocar um ponto final em tudo. Dito e feito, quando a porta foi aberta e adentrou o apartamento, ela o encarava fixamente. Sua feição era um misto de dor com raiva e ele parecia perceber isso. Não trocavam nenhuma palavra, mas quando a menina se levantou, ele a encarou e sentiu raiva de si mesmo. As olheiras eram viseis, a dor estava estampada em casa parte do seu rosto, seus cabelos estavam emaranhados, sabia que aqueles braços precisavam de abraços e aquele coração precisava de amor, muito amor.
  — … — tentou, mas a garota não o deixou concluir ou tentar se desculpar, afinal, aquilo não tinha desculpas.
  — Eu precisei de você e você não fez questão de vir, todos permaneceram ao meu lado, você não veio por quê? — A menina já estava alterada e sua voz saiu alta.
  — Eu tenho medo de me apegar e eu sei que se estivesse com você nesse momento, seria assumir que estamos juntos de verdade. — o encarava incrédula e ainda mais decepcionada.
  — Você não presta! Você me deixou sozinha por um medo idiota? Eu SEMPRE te apoiei e estive com você e agir assim foi como se você não valorizasse nada do que eu fiz pra você. — gritou e estava assustado com a raiva da garota. — Você é sujo, ! Você não percebeu que me ajudar seria um ato de compaixão? Gratidão? Humanidade? Eu estou destruída e você ajudou a me deixar pior!
  — , tenta me entender, por favor, tenta me entender. — tentou se aproximar, mas manteve distância.
  — Como ‘te entender’? Você tem uma pedra no lugar de um coração. Não sabe ser grato com quem te ajuda. Sabe o que mais dói? Você achar que me apoiar seria assumir que estamos juntos, mas , nunca quis isso e você sabe bem. Eu precisava de apoio, carinho e atenção! Seus amigos estiveram ao meu lado, enquanto você se afastou por um medo idiota...
  — , eu tenho muito carinho por você e... — mais uma vez a garota o interrompeu:
  — Não quero ouvir mais nada que saia da sua boca! — Gritou. — A partir desse momento, saiba que acabou qualquer coisa que poderia ou aconteceria entre nós dois. — disse firme.
  — Vou sair, quando estiver mais calma, conversamos. — pegou a carteira e as chaves do carro.
  — Isso, vai pra casa da , ou então, vai comprar todas as drogas que costumava usar e acabar de vez com você, seu fraco! — Gritou. — Sempre fugindo dos problemas e nunca encarando-os de frente como um homem de verdade faz! — adentrou o quarto e se trancou dentro do mesmo, pode ouvir a porta bater forte. Pegou suas malas que estavam guardadas desde de que se mudou e colocou todas suas roupas e pertences. Ligou para a companhia de táxi e em alguns minutos o porteiro avisou que havia chego. deixou o papel em cima da cama e, com dificuldade, puxou suas malas. O taxista colocou suas malas dentro do porta-malas e poucos minutos depois deu partida no carro; chorava vendo seu sonho ter virado um pesadelo.

~~**~~

  — … — chamou e olhou na cozinha, na sala, na varanda e não a encontrou. — Precisamos conversar, eu preciso pedir desculpas e… — quando adentrou o quarto, o encontrou vazio, o guarda-roupa aberto e vazio, porém, seus olhos notaram um papel em cima da cama e correu para ler e descobrir sobre o que se tratava.

“Bom… Essa não seria a palavra mais correta para começar essa ”carta”, mas tanto faz, porque isso é o que menos importa no momento. Esse não é mais um drama, confesso, já foi algumas vezes, porém, hoje é o melhor que posso oferecer a mim mesma, afinal, há quanto tempo eu não cuido de mim? Quanto tempo não cuido da minha própria felicidade? Faz tanto tempo que já não lembro quando foi a última vez que fiz algo para MIM e não pra você. Sabe a atitude que mais me decepciona? A ingratidão. Infelizmente, algumas pessoas não conseguem reconhecer quão maravilhosos fomos para ela. , você é terrivelmente complicado, mas chegou um momento em que eu quis muito entender esse seu jeito único de ser, infelizmente, existem algumas pedras, ou melhor, muros que nos separam um do outro. Demorou alguns meses, precisei de noites de sono perdidas, lágrimas rolando pelo rosto para aceitar que nós não nos fazemos bem. Não me apoiar quando mais estive vulnerável e necessitada - sim, eu estava necessitada de carinho, atenção e um abraço bem forte -, foi o mesmo que dizer que eu não tinha ou nunca tive importância nenhuma pra você. O mais engraçado - não, isso não é engraçado, porque me faz mal pensar que mesmo criticando as atitudes da -, no final, você fez o que ela fez, até pior. Quem abandona a ”esposa” quando a sua avó falece? ! Peça desculpas aos meninos por não levar a diante esse ”plano” porque eu não tenho estrutura física, nem emocional para conviver com uma pessoa que eu não consigo ouvir a voz. Não sei como, mas vou pagar a multa, já que ainda temos três meses de casamento e faltam nove meses para o contrato terminar. Antes de qualquer coisa, saiba que nem mesmo o sabe que estou indo embora e muito menos para onde irei. Não tenho raiva de você, porque é um sentimento muito forte para sentir por alguém como você. Tenho é pena, porque você tem tudo pra ser feliz, mas se perde no meio de tantas besteiras e atitudes sem pensar. Certo, você achou que me apoiar em um momento como esse, seria o mesmo que assumirmos que estávamos juntos? Não, , não seria isso. Apoiar-me quando meu mundo desabou seria um ato de humanidade, compaixão, carinho e uma forma de agradecer por tudo que fiz. Falta amor no seu coração tão frio. Falta muita compaixão, muita gratidão, muita sinceridade, muita verdade e sinceridade na sua vida. Sinceramente, você deveria ser mais sincero com os seus sentimentos, porque eu não tive vergonha de dizer que te amava, porque querendo, gostando ou não, é isso que eu sinto por você, idiota. Não te odiei em todos os momentos porque na maioria deles eu estava feliz, ou melhor, achava que era feliz em mundo de conto de fadas onde meu ”príncipe”, na verdade, me destruiu por diversas vezes até conseguir acabar comigo. Parabéns, queria vez uma mulher destruída? Palmas pra você, porque eu estou assim, vivendo um dia de cada vez sem saber o que fazer ou ter vontade de fazer qualquer coisa que não seja chorar. Cansei! Quer saber meu maior pesadelo? Lembrar todos os dias que acordei um dia e perdi a pessoa que eu mais amo e você me ignorar, não atender as ligações e simplesmente sumir. Seja feliz, já que foi incapaz de ser o que eu sempre quis.” —

   chorava com o papel em suas mãos, perdê-la não estava em seus planos e nunca pensou que iria doer tanto como estava doendo. Tudo o fazia lembrar dela, a que se tornou a senhora , sua companheira, amiga de todas as horas, que o escutava, o abraçava, o incentivava… Ele havia sido tão rude com sua menina e estava muito arrependido, ainda mais depois que foi escondido ver a despedida da avó de .

  — “Você ligou pra , no momento não posso atender, mas deixe seu recado.” havia perdido a conta de quantas vezes tentava ligar para a garota, mas, com certeza, ele seria a última pessoa que ela atenderia ou conversaria. tomou um banho e deitou na cama, sentiu um vazio, faltava ela, sua .
  — Perder você foi o meu maior erro e quando você se foi, levou a melhor parte de mim junto com você. — disse pra si mesmo e aos poucos o sono foi vencendo até ele adormer.

Capítulo 15

Escrito por Mayara Braga

4 meses depois…

  Por Ela

  Os últimos dias foram muito tristes. Olho para as fotos que não consigo apagar, olho pros bilhetes que não consegui queimar e só sinto vontade de chorar. Nos últimos dias manteve contato comigo, porém em todas as vezes não avistava nem ao menos perto. Sim, assistindo os programas que eles participam consigo ver que ele está diferente, mas sinceramente nada apaga o que ele fez comigo, ou melhor, o que ele não fez. Tingamos construído algo tão forte que no final descobri ser frágil muito frágil. Muitas vezes eu jurei que não me apaixonaria por ele, mas se tornou impossível não me apaixonar por aquele homem tão encantador. Quando o conheci seu coração estava destruído e aos poucos cuidei das feridas e vi serem cicatrizadas. E quando acabou tudo fui em que saiu com o coração cheio de feridas e um buraco na alma, porém com uma diferença: ele não me abraçou, não me falou coisas bonitas, não me escutou, não esteve comigo nos dias que mais precisei, ou seja, sozinha completamente sozinha. Quando abri meu e-mail meu coração gelou e eu não acreditava no que eu estava lendo.

  De: @hotmail.com
  Para: @hotmail.com

  Assunto: Por favor, leia porque é importante.

  “Querida, . Não sabe o quanto é difícil escrever pra você, ou melhor, mexer em uma história em que tanto fiz mal a alguém. Você tem razão, sempre teve. Sou egoísta, não tenho sentimentos, ou melhor, não tinha sentimentos antes de conhecer você. Um dia pensei estar apaixonado, porém quando a conheci eu descobri dia a dia que paixão foi com você e eu queria muito, muito poder ter percebido isso antes de você partir. Saber que te tive tão perto e infelizmente fui burro o suficiente para afastá-la pra sempre. Eu tive o amor nos meus braços, na minha cama, na minha vida e o que eu fui capaz de fazer? Magoei, maltratei, abandonei quem mais precisava de mim. Nem os murros que o me deu doeu mais do que doí agora. Nossa casa fica vazia sem você e digamos que, me acostumei com sua presença e sua alegria que contagiou minha casa e minha vida. Eu queria muito não ter magoado, não ter colocado lágrima em seus olhos, eu queria muito que não tivesse me olhado daquela forma na última vez que nos vimos, eu queria muito descobrir que não sou eu o culpado pela sua dor, mas o pior de tudo e o que mais machuca e saber que sim, fui eu que causei tudo isso. Perder você foi perder tudo que tinha de maravilhoso em minha vida. Você me devolveu tudo que eu perdi, tudo que eu mesmo afastei. Você me fez ver que não vali a pena beber, me drogar e me acabar por uma mulher que nunca valeu um centavo. Você me fez voltar a conviver com minha família e me deu a felicidade que eu nunca tive. Tentei ligar, porém sempre, sempre caía na caixa postal, tentei mandar uma mensagem, porém, com certeza foi ignorada. Quando descobri que você estava conversando com o pelo Facetime eu não achei que tivesse o direito de me intrometer. Chegar em casa e não encontrar você foi a pior coisa que já me aconteceu. E em todos os dias da minha vida irei me arrepender profundamente por perder a pessoa, ou melhor, a melhor mulher que eu já tive em meus braços, em minha vida. Naquele dia em que nos casamos eu não percebi o quão maravilhosa você estava naquele vestido, o quanto seu sorrisinho nervoso a deixou tão linda. Burro completamente burro por não ter percebido desde o começo que não tinha outra mulher e era você. Não vou me prolongar falando de tudo que eu deveria ter feito e não fiz, mas quero deixar claro que se eu tivesse a chance de tê-la novamente faria tudo diferente. Não posso apagar o que foi feito, o que não foi feito, o que eu disse ou deixei de dizer, porém posso afirmar que aprendi com a tristeza que nunca deveria ter abandonado a mulher que eu escolhi pra viver. Pra finalizar esse e-mail que escrevo às 04h40 eu quero dizer que eu amo você, sim, , eu amo você cada dia ainda mais.”

  Eu queria com todas as minhas forças dizer que não senti falta, ou melhor, que não sinto falta do , mas é mais forte que tudo. Esse sentimento que construí dia após dia. Quando percebia que ele estava mudando agindo diferente, enfim, voltando a ser o o filho, irmão, o cantor, amigo amado. Fechei o notebook e o coloquei para longe. Levantei e parei em frente ao espelho. Acariciava meu ventre que já notava uma saliência, afinal, estou no sexto mês de gestação. Alguns dias depois que fui embora do apartamento que morava com o fui ao médico e ele me informou que estava com oito semanas. Mesmo que ele estivesse arrependido ou triste, um e-mail não apaga os danos que ele deixou ou o mal que ele me causou.

~~**~~

  Por Ele

  O dia inteiro fiquei inquieto não aguento mais olhar pros cômodos vazios. Chegar em casa depois de uma longa viagem e não encontrá-la na varando relendo seu livro favorito, foi a pior coisa da minha vida. Depois de muitas ligações não atendidas e recados deixados na caixa postal que ela nem deve ter ouvido. Depois de muitas mensagens que ela não respondeu eu tomei a coragem de enviar pra ela todos os meus sentimentos, todos os meus arrependidos, toda a minha dor, toda a minha culpa. Não pensei muito porque se eu pensasse com certeza, não enviaria por medo ou por me sentir chato em incomodá-la. Nos últimos dias seguir a agenda dos shows, dos programas de televisão, das entrevistas e até mesmo encarar meus amigos se tornou algo muito difícil. Eu sou um covarde e tenho a plena consciência disso, mas eu tinha medo de me entregar a um sentimento novamente, depois de tudo que eu passei nas mãos da eu desenvolvi o medo de sentir, de me entregar emocionalmente a alguém, mas eu não tinha o direito de ter descontado esse medo em alguém tão especial. Tem noção do quanto eu me sinto um babaca quando lembro do dia em que ela estava desesperada naquele local onde sua avó foi colocada? Foi horrível, foi torturante ver seus braços vazios prontos para abraços apertados e lágrimas que rolavam pelo seu rosto. Como doeu ver quem sempre sorria e alegrava meus dias chorando e me deixando destruído por dentro. O sorriso dela, a voz, a mania de ler os mesmos livros, acordar e senti-la ao meu lado. Tudo isso me tortura todos os dias e pior de tudo é que a culpa dela ter ido embora foi exclusivamente minha. Da mesma forma em que fui responsável por trazê-la pra minha vida fui responsável por colocar pra fora alguém que nunca deveria ter saído.

~~**~~

  Uma semana depois…

   não havia respondido o e-mail de , mas o rapaz tinha a esperança. A garota acordou com mais um dos enjoos que sentia ao longo do dia, já tinha virado rotina acordar com enjoos matinais. A banda havia feito uma pequena pausa de duas semanas para descanso de todos e logo, em seguida, voltariam com os shows e toda a rotina cansativa de uma banda. estava deitada no sofá quando a campainha tocou e ela se assustou com a repetição que a pessoa insistia em apertar a campainha. Quando abriu a porta se assustou com a velocidade que adentrou a casa.
  — Quando ia me contar? Quando estivesse na hora do parto? — estava nervoso e chorava como nunca antes. — tentava falar, mas tudo girava e sentia as pernas fracas. Vê-lo assim depois de quatro meses mexeu demais com a garota porque ele continuava perfeitamente lindo e encantador. Era o pelo qual se apaixonou perdidamente. O cara que ela amou e ama intensamente. Quando percebeu que a menina iria cair rapidamente a segurou firme colocando a mesma sentada no sofá.
  — O-obrigada... — tinha a voz embolada devido ao mal estar. Porém, se surpreendeu quando a menina começou a chorar desesperada e ele queria entender o motivo, mas ela continuava a chorar. Não entendeu quando sentiu os braços das meninas envolver os seus em um abraço forte. acariciava os cabelos da garota deixando que ela colocasse pra fora toda a sua dor e ele fez o mesmo. Durante muitos minutos permaneceram em silêncio sem dizer nada ou brigarem um com o outro.
  — Eu senti muito a sua falta, ou melhor, sentimos muito a sua falta. — sorriu fraco e enxugou as lágrimas que rolavam pelo rosto da esposa. — É uma menina. — ela sorriu e ele começou a chorar desesperadamente enquanto acariciava o ventre da mulher. Naquele momento a raiva que sentiu quando ouviu uma conversa do com o dizendo que estava grávida havia passado e um sentimento novo preenchia o coração do rapaz. Ele seria pai e tinha a chance de ser pra o marido que nunca foi.
  — Como falar de alguém que eu soube a poucos minutos e já amo mais que tudo? — dizia enquanto acariciava o ventre de .
  — Não é preciso ver ou sentir pra amar porque só de saber da existência de algo tão maravilhoso já torna a sua vida mais feliz. — sorriu e ele passeou o polegar direito pelo rosto da mulher.
  — Eu preciso de você, preciso da nossa filha e… — não continuou porque uniu os seus lábios e ele sabia que tinha a sua resposta. Depois de alguns desencontros a vida resolveu dar a eles a última chance de serem felizes juntos.

~~**~~

  Um ano depois…

  Doze meses, 365 dias depois do dia em que deu a uma segunda chance de fazê-la feliz. Desde então, muitas coisas mudaram, ou melhor, tudo mudou. O antigo apartamento foi substituído por uma casa afastada onde poderiam ser uma família normal e feliz. Três meses depois da conversa que tiveram nasceu Helisa, uma menina, linda, com os olhos idênticos aos do pai. Apagar o que fez a no passado, nunca poderia por mais que quisesse, porém, ele mostrou a esposa que poderia fazer do seu presente e seu futuro o mais feliz possível. Desde a chegada da filha ambos estão ainda mais apaixonados, mais felizes e completos. O amor não é perfeito e alguns dias acontecerão coisas que fará você pensar se vale a pena ou não continuar, mas depois de muitas lágrimas e aprenderam e aprendem dia após dia a cuidar, proteger e zelar pelo seu amor. de um cara que não queria nada, que se envolveu com muitas coisas horríveis e que um dia chegou a pensar que afundaria a própria banda se tornou um homem responsável, um marido carinhoso, um pai coruja, um amigo querido, o cantor que as meninas tanto amavam e sentiram falta. Por mais que a história de e tenha começado errada e fora cheia de tropeços, o sentimento sempre fora verdadeiro e ambos percebem isso todos os dias.

FIM