19 leiturasBrilho de Esperança
Escrito por Julia Nakamoto
Capitão flutuava em meio ao vazio profundo do espaço. A nave Odyssey estava danificada, e uma falha crítica no sistema de vida havia deixado a cápsula em um estado de quase total escuridão. Sem comunicação com a Terra e com a energia em níveis críticos, o sentimento de desespero era palpável.
Enquanto tentava consertar o painel de controle com mãos trêmulas, notou uma leve interferência no visor de sua nave. O brilho de uma luz suave e pulsante atravessava a escuridão, uma presença inesperada em um ambiente tão desolado. Ele piscou, achando que poderia estar vendo coisas, mas a luz estava lá, persistente.
— Quem... quem está aí? — sussurrou, a voz ecoando na cabine vazia. Não houve resposta, mas a luz parecia dançar suavemente, como se estivesse tentando guiá-lo.
Com uma nova onda de esperança, seguiu a luz. A cada passo, o brilho se tornava mais intenso e mais envolvente. Sentia como se aquela luz fosse um farol, oferecendo um caminho em meio à imensidão escura.
— Se há alguém aí, me mostre o caminho — murmurou , ajustando os controles da nave para se aproximar da fonte de luz.
O que parecia ser um simples brilho tornou-se um campo de força brilhante, emanando de uma cápsula de escape danificada flutuando ao lado da Odyssey. Quando se aproximou, a luz revelou uma figura familiar: uma mulher, em um traje espacial idêntico ao seu, mas com um brilho etéreo e quase angelical. Seus olhos eram de um azul profundo, e seu sorriso irradiava uma serenidade que acalmava.
— Pensei que estivesse sozinho... — disse, surpreso e maravilhado.
A mulher permaneceu em silêncio, mas o brilho ao redor dela parecia cada vez mais forte. De alguma forma, a luz emanada pela tripulante inesperada, parecia amplificar os sinais da nave e os sistemas começaram a se reativar lentamente. sentiu uma onda de energia e clareza e correu até o painel de comunicação para solicitar ajuda. O rádio parecia transmitir um sinal fraco, mas o suficiente para que os contatos na Terra detectassem o pedido. manteve a comunicação ativa, os olhos sempre voltados para a figura luminosa que ainda flutuava ao seu lado.
Enquanto aguardava o resgate, , agora mais tranquilo, sentiu a adrenalina no corpo diminuir e o cansaço aumentar. Tentou lutar contra o sono, mas suas pálpebras ficaram pesadas demais para se manterem abertas...
Quando a equipe de resgate finalmente chegou, a nave Odyssey estava em condições melhores, graças aos esforços de e ao auxílio inesperado que ele havia recebido. A equipe de resgate foi rápida e eficiente, e foi levado de volta à Terra.
Já fazia alguns meses desde a emergência no espaço e estava pronto para encarar outra viagem, as lembranças do momento assustador e caótico já desvanecidas em sua mente. Havia sido informado de que sua equipe havia aumentado e naquele exato instante, esperava na sala de reuniões para conhecer a nova adição, alguém que o acompanharia na próxima viagem ao espaço.
O capitão estava curioso para saber quem estaria ali, já fazia um bom tempo que não recebia “companheiros de viagem”, então a adição o intrigava. Quando a porta de vidro se abriu e revelou a silhueta de uma mulher de cabelos longos e profundos olhos azuis, sentiu como se as lembranças de meses atrás o tivessem atingido como um soco. De alguma forma, era ela junto dele na Odyssey.
— , esta é , sua nova parceira — o superior de equipes anunciou e a mulher estendeu a mão para .
— É um prazer conhece-lo, capitão. — Sorriu daquela mesma forma serena que havia feito na Odyssey.
O homem tentou agir da forma mais normal que conseguia, retribuindo o aperto de mão da mulher e sorrindo de forma educada, mas internamente sua mente tentava entender o que havia acontecido. Havia delirado em meio ao medo de morrer no espaço? Tinha perdido a consciência e sonhado com uma mulher qualquer e sua mente estava preenchendo a lacuna com o rosto de ?
não sabia, mas mesmo assim, tinha ligeira impressão de que, bem lá no fundo dos olhos de , ele conseguia enxergar um brilho misterioso, espectral e poderoso que talvez, em um futuro de , o salvasse do total desespero e falta de esperança.