BOYS Do What They WANT!

Escrito por Julia Cunha e Michs | Revisada por Elenzynha

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Capítulo 1

  "Que atire a primeira pedra quem nunca quis saber sobre a vida pessoal dos famosos e como eles interagem em família. A revista Poisonous traz tudo isso e mais um pouco para você toda semana! Acompanhe por aqui as fofocas em primeira mão e nunca mais fique de fora do mundo da fama.
  Adivinha só quem foi flagrada aproveitando a noite com John O'Callaghan, do The Maine? A pequena Katie , 17, filha do casal e , com 38 anos. Segundo nossos paparazzis ela e o astro de 23 anos estavam mais envolvidos do que apenas amigos, e é o que as nossas fotos também comprovam."
  Assim começava a manhã na casa dos s, e era assim desde que Katie havia decidido ser rebelde e que ia aproveitar os benefícios de ter os pais famosos. O pai é guitarrista de uma das bandas consideradas jovens mais famosas da atualidade e a mãe é a modelo destaque da Victoria Secret, mas isso não os fazia fúteis porque tudo já fazia parte da normalidade daquela família. A maior dificuldade do casal era lidar com a rebeldia de Katie e o jeito introvertido de Daniel, com certeza. Algumas pessoas têm dificuldade de acreditar que os dois são irmãos gêmeos, porque ela sai quase toda noite, acha lindo usar alargador, pintar a ponta do cabelo de azul, repicar ele todo e ficar cheia de piercings, enquanto ele é um menino que vai à escola, tem amigos normais e uma vida normal dentro das medidas do possível, porque afinal o mundo todo conhece os pais dele. Às vezes ele parece odiar ter a vida que tem e ela só ama mais a cada dia que vai descobrindo novas pessoas e novas coisas que ela pode fazer, o que pode ser um pouco assustador.
  - , eu não aguento mais! A Katie continua saindo com esse garoto, eu disse para você conversar com ela. Eu não acho que ele seja boa influência!
  - E eu falei, só que desde quando ela me ouve?
  - Mas você nem tenta direito!
  - Então por que não tenta você?
  - Porque comigo não adianta!
  - Mas você nem tenta direito! - Ele imitou a voz que havia feito.
  - Não me imita, seu imbecil. Por que você não vai pegar as groupies que devem estar te esperando uma em cada esquina? Com elas pelo menos você não precisa de uma coisa que você nunca consegue desenvolver, responsabilidade.
  - Porque eu não sou mais um adolescente que acho muito legal sair pegando todas só por causa da minha fama. Quem não cresceu foi você, olha o que você está falando.
  - Então como você ainda aguenta morar comigo, a criança, segundo você? - Um silêncio preencheu o vazio do lugar e os olhares tensos se cruzavam sem dizer nada, apenas desejando claramente um ao outro, mas com ódio de demonstrar isso.
  - Não sei, mas você é insuportável e está sempre reclamando das coisas que eu faço.   - Então corre para os braços da primeira que te botar como objeto de conquista na prateleira de homens. Corre para a mais vagabunda.
  - Você não sabe mentir. - Ele a olhou nos olhos e sorriu quebrando a tensão estabelecida entre os dois.
  - Muito menos você. - Ela tentou revidar, mas não estava completamente segura.
  - Você sabe que eu poderia sair por aquela porta agora e não estou mentindo.
  - Por que ainda não foi? - Ela falou raivosa, porém contendo lágrimas que cairiam caso ele realmente quisesse ir.
  - Não quero te deixar, não vou.
  - Isso não vai dar certo. . Se você não me aguenta mais por que não vai embora?
  - Não é joguinho. Você sabe que eu odeio quando a gente briga, e é sempre por um motivo muito idiota. Vem cá. - pegou a cabeça dela e encostou-a em seu ombro fazendo carinho em seu cabelo.
  - Bom dia, família. - Katie abriu a porta, cumprimentou ironicamente e subiu direto as escadas para o quarto do irmão, parando em frente à porta e batendo na mesma.
  - Hey, Daniel, abre. Preciso falar com você.
  Ouviram a porta destrancar e Katie entrou no quarto, fechando a porta e bloqueando a audição dos pais, que se entreolharam. Então a mulher disse sem expressão:
  - Você precisa mesmo falar com ela, .

Capítulo 2

  "O filho da familia está ganhando páginas da nossa revista essa semana, ele cuja relação com a irmã gêmea, Katie , nunca foi agradável está sendo flagrado a maior parte do tempo na presença da mesma e andando com as mesmas pessoas que ela, até ouviu-se boatos de que ele tem um caso com Taylor Jardine, mas nada comprovado. Será que os dois resolveram se dar bem ou tem algo por trás disso? Segredos entre irmãos? Qual será a próxima novidade da família ? Fiquem ligados na Poisonous, sua maior fonte de notícias dos astros."
  Daniel, que agora andava junto com Katie, atualmente fazia parte do grupinho que ela andava que envolvia muitas drogas, bebida e sexo. Pela primeira vez ele teria a chance de sentir como é realmente o mundo dos famosos, e não o mundo de um famoso que tenta se esconder dos flashes. Mas ele também veria muita coisa que ele não sabia se estava preparado ou se poderia aguentar de boca calada. Digamos que ele conheceria o preço da fama e conheceria quem realmente era sua irmã.
  - Eu trouxe os dadinhos do amor. Vamos jogar? - John virou os olhos para Katie e sorriu torto discretamente.
  A face caiu virada para cima indicando que nessa rodada, os lábios de Taylor deveriam encontrar os de Daniel. O garoto se mexeu desconfortavelmente no seu lugar quando a galera em volta da mesa riu.
  - Vai lá, - disse um John bêbado ao garoto. Daniel apenas o olhou sem saber o que dizer.
  Taylor se aproximou de Daniel lentamente e roçou seu dedo na face do garoto que ainda não havia tomado iniciativa.
  - Vai ceder, Daniel? - ela perguntou perigosamente chegando perto dele e mordendo de leve o lóbulo de sua orelha.
  - Se você quer mesmo andar com a galera da sua irmãzinha aqui, vai ter que seguir nossas regras. - disse Kennedy olhando para o garoto de forma divertida.
  - Temos um trato, Daniel, você aceitou meu segredo e eu aceitei trazer você pra minha vida. Cumpra. - Katie disse séria olhando para o irmão.
  Dan apenas concordou com a cabeça e olhou tentando focar em Taylor. A garota o fitava achando graça do jeito que ele a olhava.
  Daniel não esperou por mais, apenas cumpriu o que o jogo queria e em pouco tempo agarrou Taylor de forma rápida e arrancou surpresas de todos que estavam na roda.
  Não era o Dan que todos estavam acostumados a ver, ele estava diferente.
  Transformado pela nova índole e pelas novas amizades. Daniel estava mudado e isso não era o começo.
  Passado alguns segundos os dois se soltaram, Taylor ainda mantinha um divertido sorriso nos lábios quando piscou descaradamente para o garoto. Daniel adotou a postura dos companheiros e aceitou a provocação da garota.
  Outra rodada, mais tequila. Outra partida, mais bebidas e o forte cheiro de cigarro invadia o ambiente. O jogo durou mais de uma hora quando Katie e John já não estavam sóbrios.
  Daniel não estava no seu estado perfeito. Cambaleou até o carro aonde iria embora antes de ser parado por Taylor.
  - Você não vai embora agora, né? - Ela perguntou se aproximando dele. Dan riu alto.
  - Você quer mais? - Ele disse alterado.
  - Você não se cansou, não é Dan?
  - Você sabe meu sobrenome? - ele perguntou irônico. - Nunca me canso.
  - Onde foi parar o garoto queridinho da mamãe que nunca era motivo de polêmica? - Taylor se aproximou mais.
  - Acho que cansei daquele rótulo. E você prefere esse. - ele disse sarcástico batendo a porta do carro e a olhando de frente.
  - Como adivinhou?
  - Você pediu por mais. - ele sorriu irônico. Um belo sorriso irônico.
  - Não vai mais embora?
  - Você quer que eu vá? - Dan perguntou perigosamente. Taylor negou com a cabeça. - Então você vai ter o que mais queria, agora.
  - O que eu mais quero? - Ela perguntou indo até ele e rolando seus lábios no pescoço do garoto.
  - Eu. - Ele disse maliciosamente antes de agarrá-la de forma rápida. Estavam os dois encostados no carro se beijando, Daniel pressionava Taylor contra seu corpo e tinha o mesmo pressionado contra o carro. Minutos depois ele abriu a porta e os dois se jogaram no banco de trás continuando o que faziam. Taylor foi descendo a boca beijando pouco a pouco, indo da boca de Dan, beijando o queixo e chegando no pescoço, dando beijos e mordidas. Daniel podia ser santo, mas não era virgem e sabia muito bem o que ela queria, então tratou de ir levantando lentamente a blusa da garota o que provocou um sorriso malicioso nela, que não parou o que fazia e botou a mão do elástico da calça do Daniel ameaçando descê-la.
  - Você é uma surpresa, . - Ela sussurrou no ouvido do garoto enquanto voltava para sua boca e agilizava a mão do elástico da calça, mordendo o lábio inferior dele e respirando fundo.
  Do outro lado do lugar onde estavam, se encontrava sua irmã com John O'Callaghan, ambos completamente bêbados e sozinhos. Longe de qualquer um que quisesse tirar foto deles ou até de seus amigos.
  - Estamos sozinhos novamente, Katie. Lembra como foi da última vez? - Ele sorriu e mordeu o lábio sabendo que ela se lembraria da noite em que começaram a ficar. - Eu e você. - Ele a segurou pela nuca e a mesma inclinou a cabeça para trás, fazendo com que ele beijasse seu peitoral e subisse para seu pescoço lentamente. - Aqui nesse mesmo lugar. - Ele apertou o corpo da garota contra o seu. - Meus olhos não saíram de você um segundo. - John chegou ao seu pescoço e sugou de leve, afastando o cabelo da garota do rosto carinhosamente com uma das mãos. - Você é maravilhosa. - Ele disse a frase no ouvido dela e a beijou segurando seu rosto enquanto ela só correspondia aos movimentos dele.
  A respiração cansada os denunciava e as mãos já trêmulas e suadas de John percorriam o corpo da garota mesmo após o que já havia acontecido, ouvindo a respiração dela em seu ouvido. Seus olhos brilhavam e sua boca tinha um meio sorriso aberto enquanto ele ainda mantinha o corpo dela perto do seu, ouvindo ela sussurrar algumas coisas em seu ouvido. Aquilo era o perfeito para John, porque ele nunca foi um cara de compromissos. O rolo com Katie era apenas mais um, que ele até tinha certo carinho, mas não deixava de ser mais um.
  - John, tenho que ir embora. - Ela disse e afastou seu corpo do dele, mesmo não querendo.
  - Por que você não pode ficar mais?
  - Porque meu irmão já deve ter chegado em casa há muito tempo.
  - Eu te levo.
  - Não precisa fingir que é fofo e, além disso, meus pais não gostam de você.
  - Então ta bom. Vou com você até o carro. - Katie pegou a mão dele e entrelaçou seus dedos.
  - Não precisa fingir que é fofa. - Ele riu e apertou a mão da menina. - Aquele não é o carro do seu irmão?
  - É sim. Mas ele já foi há muito tempo. - Ela olhou para o carro estranhando ele ainda estar ali.
  - Ou não. - John sorriu malicioso tentando imaginar o que o irmão santinho dela estava fazendo ali.
  Katie chegou mais perto do carro para ver se seu irmão estava lá dentro mesmo e quando olhou se assustou ao vê-lo sem camisa com Taylor deitada no seu peitoral. Eles pareciam poder dormir até o dia seguinte, mas Katie teria de acordá-los ou os dois ficariam em casa para o resto da vida sem ver a luz do sol.
  - Daniel. - Ela se inclinou no carro para chamar seu nome e o mesmo abriu os olhos, enquanto Taylor continuava adormecida. - Bem vindo à minha vida. - Ela sorriu para o mesmo e fez um gesto que dizia para ele se levantar. - To indo para casa.

Capítulo 3

   encarava séria algum ponto incomum na parede pensativa, aguardando desde antes a chegada do marido. Porém, ao bater da porta central adentraram Katie e Daniel afobados. os encarou séria esperando explicação pela tal demora, mas foi ignorada pelos filhos quando estes subiram as escadas correndo a passos decididos. Passou as mãos pelos cabelos demonstrando nervoso pelo atraso de . Ele jamais atrasava quando não estava fazendo shows.
   subiu lentamente as enormes escadas em direção aos quartos tentando não fazer barulho. Já havia desistido de esperar pelo marido. com certeza iria ter que se explicar. Caminhou pelo corredor em direção ao quarto quando ouviu uma conversa vinda do quarto de Daniel. Katie estava ali.
  - ... E você prometeu que não contaria, Dan - ela dizia ao irmão em voz baixa. Daniel pareceu encará-la sério.
  - E você não pode usar esse argumento contra mim, o seu caso é pior! - ele cuspiu as palavras em direção a ela.
  - Você estava no carro com a Taylor, Dan. Cadê o querido do papai e da mamãe? Onde está o exemplo da família?
  - Você está grávida! Você deve procurar o exemplo! Não me venha com chantagens. - Daniel semicerrou os olhos antes de completar sua frase. - Uma hora eles terão que saber.
   escutava atentamente por trás da porta. Suas mãos foram até a boca e abafaram o grito de surpresa. Katie estava grávida. E o pior de tudo: Daniel sabia e não contara. O que estava havendo com a sua família?

  Meia hora depois, já deitada na sua cama pensando sobre todas as novas informações que ela soube, ouviu o barulho da porta bater. Imaginou que fosse , só podia ser, mas o estranho era ele ter chegado há essa hora, eram 23h, mas esperou que ele estivesse com os amigos ou qualquer coisa do tipo, afinal ela tinha mais coisas para se preocupar, como sua filha estar grávida provavelmente de um artista marginal e drogado. Ela não sabia muito desse garoto, apenas o que ela lia em revistas e ouvia falar. Ele era totalmente in e parece que muitas meninas tinham paixão por ele e faziam ameaças quando viam que Katie estava saindo com ele.
  - ? - Ela perguntou quando ouviu passos na escada.
  - Ainda acordada, ? - Ele botou o rosto na entrada do quarto.
  - Mas é claro, você resolve chegar tarde e quer que eu durma?
  - Não vamos brigar.
  - Não. Eu tenho coisas importantes para te falar, e acho que você não vai gostar.
  - É algo sobre mim?
  - Não. Espera e escuta, nem tudo no mundo é sobre você, .
  - Ta bom.
  - É com a Katie...
  - O que aconteceu com ela? Ela ta bem?
  - Escuta, por favor. Já é difícil falar sobre isso, você ainda atrapalha.   - Então não enrola.
  - Vou ser direta então. Hoje eu vi a Katie e o Daniel chegando juntos e achei estranho, aí subi e ouvi a conversa deles, daí acabei descobrindo que a nossa Katie... Está grávida. O Daniel estava acobertando ela e pelo que eu o entendi também ficou com uma garota, dentro do carro. - ficou com a garganta seca e ficou sem palavras. Mil memórias da juventude passaram por sua cabeça. Até a ideia de que se talvez a família dele fosse uma família normal isso não aconteceria passou pela cabeça dele, não com o sujeito que aconteceu. Então ele se tocou que talvez ele pudesse ter um neto de um garoto o qual não valia o chão que pisava. Ele conhecia aquele tipo de garoto, foi um durante a juventude, e era o último tipo de garoto que ele desejaria para sua filha. Ele não sabia se o seu neto teria um pai presente, porque ele podia muito bem não aceitar essa paternidade.
  - , ela está grávida do John?
  - Queria dizer que não, mas só pode ser.
  - Qual foi o nosso erro? Nossa vida pode ser diferente da maioria, mas sempre demos atenção suficiente. Talvez esteja tudo errado. Eu devia ter desistido de ser guitarrista.
  - ! Para de pensar no passado. Não foi nada disso, o problema não foram nossos atos, e sim os dela. Ela tem 17 anos e sabe o que deve e o que não deve fazer!
  - Será que você não pensa nas consequências? Essa criança vai nascer e vai ser um erro. Um erro com sentimentos e que respira.
  - Para com isso! Agora já foi. Você acha realmente que reclamar vai adiantar? Você não sabe lidar com essas situações, não é?
  - E você sabe, não é mesmo? Se a criança ficar sem pai, quem vai cuidar?
  - Não pensa no pior! A gente não sabe o que vai acontecer. Temos que falar com ela.
  - Agora ? Você só resolve falar com ela agora? Nós tínhamos que ter falado antes da catástrofe acontecer.
  - A catástrofe vai ser seu neto você querendo ou não, então acho que você devia agir com mais maturidade
  - Ótimo. Agora sou irresponsável e imaturo?
  - Viu! Ao invés de se preocupar com a sua filha que está grávida, você prefere prestar atenção no que eu falo sobre você.
  - Eu sempre sou o culpado de tudo para você! Não aguento mais.
  - Boa noite, ! Amanhã vamos falar com a Katie, se você sumir nunca mais volte.
  - O que te fazer pensar que eu sumiria?
  - Boa noite.   A casa inteira já dormia menos Katie, que estava em seu quarto pensando em como contaria isso para John. A gravidez segundo os testes já tinha um mês, e quanto mais ela enrolasse para falar, mais difícil seria. Pelo visto ela passaria a noite toda acordada e sozinha.

  "Uma nova mensagem de Eric Halvorsen"
  Ou não tão sozinha.
  "Katie, você deve estar dormindo, mas eu preciso te falar uma coisa. Assim que puder me responde, Halvo."
  Dizia a mensagem. O corpo da garota gelou e bateu uma saudade absurda dele, que ela não via há tempos porque o mesmo estava em turnê.
  "Halvo! Quanto tempo. Estou bem acordada para falar a verdade. Não consigo dormir. O que você queria me dizer? By the way, sua turnê já acabou? Estou com saudades."
  Ela esperou poucos minutos, ansiosa pela resposta até que chegou.
  "Desculpa te falar essas coisas, mas eu me sentiria um traidor se não te falasse. Fiquei sabendo que você ta de rolo com o John, é verdade? Ah, hoje foi nosso último show da turnê. Foi ótimo! Quero te ver logo, também estou com saudades."
  "É verdade sim. Não sei se o John considera alguma coisa séria, mas para mim estamos sério."
  Quinze minutos de agonia esperando a resposta dele com o assunto que ele tinha de dizer com tanta urgência, e então finalmente chegou uma mensagem amarga e arrependida do garoto.
  "Mas... E a Sierra?"
  Ela engoliu seco sem entender a pergunta.
  "O que tem ela?"
  "Pelo visto você não sabe de nada."
  Segundos depois chegou outra mais explicativa.
  "O John e a Sierra estão juntos desde a última turnê. Aquela que o The Maine fez com o Versa Emerge. Ele toma cuidado quando sai com ela, por isso a mídia não sabe de nada. Segundo o Nick, ele estava com ela quando saíram semana passada e a apresentou como namorada."
  As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto da garota no meio da mensagem, no final ela mal estava enxergando. Pegou o celular e o tacou na cama com ódio sem nem responder a mensagem. Ela estava esperando um filho de um cara que provavelmente considerava ela como um brinquedo a mais na vida dele, mas mesmo assim ela queria ter esse filho mais do que tudo. Não seria covarde a ponto de tirar a vida de um bebê inocente por causa de um idiota.
  Uma nova mensagem de Eric Halvorsen
  Ela ouviu o baraulho de mensagem e imaginou que isso fosse o que o celular estava avisando. Pensou duas vezes em pegar o celular enterrado no canto da cama, mas resolveu olhar o que mais ele tinha a dizer.
  "Katie? Me responde, por favor. Você ta bem?"
  Ela chegou a passar a mão no teclado, porém desistiu e deixou o celular de lado, voltando a pensar sobre todas as merdas que haviam acontecido. Aquilo era dor demais para ela, era como carregar uma traição no próprio ventre. A criança nasceria e tudo o que Katie se lembraria seria uma traição de um idiota metido a Rockstar. Não que ela pudesse esperar muito mais de John O'Callaghan ou que qualquer um pudesse, só que ela se apaixonou por ele, como muitas outras, que também não acabaram bem. Mas também, quem não se apaixonaria por alguém que era 24h por dia lindo, engraçado e simpático? O único defeito dele era não levar algumas coisas tão a sério como deviam ser levadas. O coração de muitas meninas já havia sido machucado, só que as pessoas nunca esperam que isso aconteça com elas, e às vezes acontece.
  Katie ouviu seu celular tocar e o pegou sem delicadeza, chegou a hesitar, mas atendeu mesmo com o nariz entupido de tanto chorar.
  - Alô. - Ela disse com a voz chorosa.
  - Katie? Por favor, não fica assim.
  - Realmente, acho que eu devia encher balões e pular de alegria.
  - Eu daria tudo para poder te confortar, mas estou tão longe. Amanhã estarei ai.
  - É aonde você tem estado sempre, muito longe de mim. Quem droga de amigo é você? Eu te conheço desde pequena, e do nada você resolve mudar de estado, fazer turnês e nunca mais falou comigo.
  - Katie... - Ele ficou sem palavras por alguns segundos devido à agressividade que ela usou no tom de voz, e nunca tinha usado antes. - Não foi assim que aconteceu! Eu não tinha como fazer sucesso preso aí.
  - Foi sim! - Ela o interrompeu. - Você foi embora e me deixou sozinha, daí eu conheci outras pessoas, dentre elas a merda do John. Eu o odeio! E além do mais, você e sua banda só são famosos por minha causa. - A garota cuspiu as palavras ao telefone.
  - Katie, por favor! Você mesma disse que não sabia se era sério, não desconte em cima de mim. É melhor saber por mim do que lendo uma revista, né? - Ele tentou se manter calmo, mas foi notável uma alteração em sua voz.
  - Se você fosse uma merda de melhor amigo mais presente, saberia que eu to esperando uma porcaria de um filho do idiota do John. - Ele ficou mudo do outro lado da linha, então ela tomou a liberdade de apertar o botão vermelho e chorar até desidratar.
  "Me desculpa Katie, você não sabe o quanto eu gostaria de ter sido melhor para você durante esse tempo. Você foi a melhor pessoa do mundo para mim, mesmo longe, Halvo"
  Ela leu e desligou o celular para que nada mais a perturbasse. Apenas deitou na cama e chorou até adormecer encolhida.
  No dia seguinte ela abriu os olhos e viu um pacote pardo ao seu lado na cama. Abriu curiosa para saber o que seria e de quem vinha.
  "Ando com elas desde a nossa primeira turnê, fiz umas cópias para você porque achei que devia saber que eu nunca te esqueci. Halvo"
  Esse era o bilhete da parte de fora do pacote, preso com um pirulito daqueles que vem em pacote de presente de criança. Dentro haviam algumas fotos deles juntos quando pequenos e até uma foto que ela tinha mandado para ele deles fazendo careta. No mesmo segundo, depois de ver tudo aquilo se arrependeu das palavras amargas que tinha dito a ele na madrugada anterior e pegou o celular para mandar uma mensagem.
  "Desculpa, Hal. Você ainda está na cidade?"
  Logo uma mensagem que chegara despertou a atenção de Katie.
  “Estou sim, podemos nos encontrar se quiser desabafar”
  “É o que eu mais preciso”
  “Podemos nos encontrar então. E não fique mal por isso Katie, as coisas acontecem. Só quero que saiba que jamais estarei longe de você. Nem que você queria”
  “Eu realmente me arrependo de ter perdido o tempo que não tive ao seu lado”
  "Mas eu sempre estive ao seu lado. Era só pensar em mim, porque eu estava sempre pensando em você."

  Ela leu e releu a mensagem várias vezes e engoliu seco, sem ter o que responder e pensando em como ele conseguia ser tão fofo mesmo ela sendo uma escrota com ela às vezes. Se o arrependimento por ela ter dito aquelas coisas a ele na noite passado matasse...

Capítulo 4

  "Hoje a notícia é quente, meninas. Estão preparadas? Ficamos sabendo que Katie está grávida! Imagina como o paizão dela ficou? E de quem será esse filho, hein? Será que foi o bonitão do John? Aposto que as meninas estão se roendo de inveja agora, não estão? A barriga ainda não está aparecendo, mas dêem mais alguns meses para ver a menina com barrigão. Mais um flagra da Poisonous."
   se mexia insatisfeita na poltrona da sala de visitas quando desceu as escadas sério.
  - Hoje vamos falar com ela, . – ela alertou o marido. assentiu, sorrindo tenso.
  - Ela vai ouvir umas verdades. – ele disse seco. o olhou.
  - Não adianta brigar com ela agora , não vai ajudar a desfazer o ocorrido.   - Isso foi bem debaixo do meu nariz, !
  - Você não deu a atenção quando eu disse que ela estava mudando, e agora nós estamos pagando o preço. Ela é nossa filha, ! Não podemos abandoná-la!
  - Não estou abandonando ela, , só acho que ela deve ouvir as verdades também.
  - Ual, isso veio do homem que escreveu melodias sinceras? Por que está mudado, ?
  - Eu não estou mudado. – ele fechou a cara esperando a ironia da mulher. Mas, esta não veio.
  Katie adentrou a residência antes de bater a porta e aparecer na sala de visitas. Olhou para os pais sentados no sofá e já ia começar a subir as escadas quando a chamou.
  - Um momento, Katie. Venha até aqui. – A garota parou de costas e não fitou os olhos do pai até então. Virou-se aos poucos e então disse debochada:
  - Coé, família – disse fingindo uma ironia que não teve sucesso.
  - Não venha com sarcasmo, Katie, o assunto é sobre você. – disse massageando as têmporas. A garota engoliu em seco.
  - Sobre?
  - Sobre? Sobre o filho que você espera daquele marginal, serve? – disse áspero. Katie apenas arregalou os olhos para os pais.
  - Daniel! Ele contou! – ela disse fechando a cara. a interrompeu.
  - Seu irmão não contou nada Katie, sua mãe ouviu. – A garota fitou a mãe.
  - Como você deixou chegar a essa situação, Katie? Nós avisamos você sobre ele...
  - Mãe! Sermão à uma hora dessas não! Já não basta tudo que eu tenho enfrentado?
  - Você deveria ter contado pra nós! Somos seus pais! – disse alterado.
  - Você fez chantagem com o Dan, filha...
  - Ah, claro, o doce e amado filho Daniel! Vocês não veem que ele também erra?
  - , Daniel começou a sair com os amigos da Katie esses dias... – começou.
  - Você levou seu irmão para o lado dos marginais que você anda?
  - !
  - EU SOU O PAI DELA, EU PRECISO DIZER ISSO PRA ELA, !
  - Não adianta você brigar com ela sendo que ela precisa de conselhos! Não dos seus berros, !
  - Você não sabe como educar seus filhos!
  - Como ousa em dizer isso para mim?
  - Se você tivesse sido presente na vida dela, ela não estaria esperando essa criança!
  - Olha quem fala, o cara mais ausente da família!
  - Eu trabalho, ! Eu vivo fora e não tenho tempo pra essas coisas!   - Oh, não tem tempo pra sua família? E minha carreira? Eu não sei o que é mais ser independente!
  - PAREM VOCES DOIS! QUE DROGA DE FAMÍLIA! POR QUE SEMPRE VOCES TEM QUE BRIGAR? – Fora a voz de Katie que alastrara pela sala interrompendo a discussão dos pais. A garota semicerrou os olhos antes de subir as escadas chorando. e se entreolharam antes de ir atrás da garota.
  - Abre a porta, Katie. – batia na madeira enquanto não obtinha respostas.   - Não vou! Vocês não entendem nada do que eu sinto!
  - Se você abrir nós podemos entender filha... – Tentou .
  - Ah, claro, como minutos atrás?
  - Vamos conversar civilizadamente. Ok? – disse mais calmo.
  Demorou alguns minutos antes de Katie abrir a porta para que eles entrassem.    e entraram e se sentaram na cama da garota. Ela ainda chorava abraçando suas pernas ao sentar.
  - Vamos conversar como uma família. – Ele disse sério.
  - O que houve por aqui? – Daniel apareceu na porta.
  - Você também tem que estar presente, Dan. – disse séria.
  Daniel engoliu em seco antes de sentar-se no puf do quarto.
  Depois de minutos calada, Katie desatou a falar sobre o ocorrido.
  - Estaremos ao seu lado e você já sabe disso. Já corrigimos Daniel por mentir e por agir errado. Já explicamos pra você todo o sermão de pais quando isso ocorre nas melhores família. Entendemos o que houve filha, e estaremos com você. – disse sorrindo para ela.
  Katie apenas fungou.
  - E agora vamos pensar que esse filho vai ser uma benção para você e nossa família. Você vai ter nosso apoio querida – sorria. Katie apenas assentiu.
  - Não precisa chorar, Katie, você errou sobre ele, mas o filho que você espera é o maior presente pra você, meu amor. Não precisa chorar – dizia enquanto afogava os dedos nos cabelos da filha. Katie ainda soluçava. – Por que o choro, Katie? – ele perguntou sério. – Por que está insegura sabendo que estaremos com você? Somos sua família.
  Katie se levantou e secou uma lágrima teimosa que caia. Demorou segundos até falar e chorar novamente.
  - John não quer assumir.
  - Como assim? Ele TEM que assumir! – se exaltara.
  - Ele disse que é muito novo e não tem que arcar com despesas agora... Fora que isso poderia afetar a querida fama dele. – Katie começara.
  - Arcar com as despesas do filho que ele fez! Mas é muito folgado!
  - Eu avisei a ele que não queria que ele se sentisse obrigado e...
  - Mas, Katie! Ele fez o filho e tem que assumir!
  - Pai, não é tão simples assim. – Ela pausara e então prosseguiu com a voz rouca. – Ele está com outra.
  - ELE ESTÁ COM OUTRA? Como assim?
  - Sim, Halvo me disse ontem que John está com outra garota.
  - Ele te engravida e fica com outra? Como assim?
  - Eric me contou que ele está saindo com a Sierra. Não sei, ele não me disse nada. Mas, vindo de Halvo é verdade. Halvo é o melhor amigo dele, pai.
  - É muito cara de pau mesmo esse garoto. Vou ter que conversar com ele mesmo! – se exaltara. – Halvo está na cidade?
  - Está, ele chegou ontem.
  - Ele é um bom garoto, o Halvo – disse olhando para a filha. Katie sorriu sem graça. - , temos que conversar com esse cara – alertou.
  - Conversar? Eu vou é acabar com ele se ele não assumir...
  - ! Mantenha a calma. Katie precisa que você a ajude e não se altere!   - Ok, vou tentar. Mas, , ele não quer assumir!
  - Por isso vamos marcar uma reunião e conversar com ele. Tudo vai se resolver querida – dizia para a filha que a fitou sem nada dizer.
  - Mãe, ele não vai aceitar. John não é desse tipo.
  - E que tipo ele é? De engravidar as meninas e abandonar elas? Ele terá que assumir – se impôs.
  Daniel nada dissera, apenas olhava para os pais.
  - E a propósito, Daniel! – dissera ao filho que olhara perdido. – Você também aprontou muito! Que historia é essa de andar com os marginais?
  - PAI! – Katie tentara.
  - Calada, moçinha, agora o assunto é com seu irmão. – a cortara olhando de lado. Katie se calara. – Daniel, o que te deu essa semana? Você nunca foi assim.
  - Pai, eu quis mudar, ok? Estava cansado daquela imagem de filho certinho que as revistas me julgavam.
  - E resolveu ser um puto? Um vagabundo?
  - Não, pai! Ah, você jamais entenderia...
  - O que eu não entenderia, Daniel?
  - Você jamais deve ter errado na vida. – ele disse seco sem olhar para o pai. engoliu sem seco antes de responder.
  - Você se enganou, Daniel. – disse olhando para o chão. – Já errei e muito.
  - Ow, claro – Daniel se exaltara. – O famoso e querido já errou? Quando? Errou ao ter filhos ou errou em ser digno de sua própria fama? Errou quando nos julgou ou quando julga o estilo da Katie? Errou quando pai?   O olhar de Daniel era desafiador. engoliu em seco ao ouvir as palavras do filho.
  - Errei em algo que não tem como mudar Daniel. Vocês jamais entenderiam.
  - Como assim, ? – o olhou sem entender. apenas balançou a cabeça espantando os pensamentos.
  - Nada, esquece – ele disse sério saindo sem nada mais nada.

Capítulo 5

  "Um reencontro entre Katie e Halvo, do A Rocket to the Moon? Essa manhã o vimos na porta da casa dela. Fazia tempo que Halvo não vinha para a cidade e justo agora que aconteceu isso tudo com ela, ele voltou. Suspeita essa história. Esses dois não parecem apenas amigos. E vocês, o que acham?"
  Katie estava em seu quarto quando Halvo chegou.
  - Halvo! - Ela pulou no pescoço do garoto quando o mesmo bateu a sua porta. - Eu senti tanto a sua falta. - Ela falou e deu um beijo na bochecha dele.
  - Katie, minha pequena. - Ele a apertou contra seu corpo.
  - Eu preciso te contar as coisas. - Ela soltou do abraço e disse sem o sorriso que estava antes em seu rosto.
  - Aos seus ouvidos. - Ele sorriu e beijou a testa dela. A garota começou explicando e quando chegou ao fim da história ele se manifestou:
  - Você sabe que eu não estou de acordo com nada do que ele esta te fazendo, não é? – Halvo dizia enquanto afogava seus dedos nas madeixas roxas de Katie. A garota apenas o fitou por cima, deitada em seu colo.
  - Sei. – ele sorriu. – Mas, não entendo por que ele fez isso comigo Halvo. Eu sempre mantive um namoro legal com ele.
  - Não sei. Katie. John sempre foi aventureiro. Ele nunca se prendeu a uma mulher só. – Halvo dizia. – Eu te alertei no começo do namoro. Disse que você poderia sofrer com ele e eu não estaria aqui para evitar...
  - Você sempre me ajudou, Halvo, eu que cai na dele.
  - Eu sinto muito. Você sabe que eu estarei aqui para você não sofrer mais, não é?   - Eu sei – ela disse sorrindo. – Mas, acho que não tem como evitar isso agora. – disse receosa.
  Halvo engoliu em seco.
  - Ele não quer assumir mesmo, não é?
  - Não, ele está com a Sierra agora. – Katie disse revoltada.
  - Não vai durar muito, Katie, ele não para com uma mulher só. – Halvo disse no mesmo tom. – Mas, sobre o filho... Ele teria que ter responsabilidade.
  - Estamos falando do John, ele não tem.
  - Não é um assunto qualquer, Katie, é uma vida dentro de você.
  - Você é o único que percebe isso, ele nem deu bola. Único que entende como eu me sinto. Por que você consegue ser assim, Halvo?
  - Assim como?
  - Tão conhecedor de mim? Nem eu me conheço tanto como você.
  - Te conheço há anos, Katie. Não tinha como ser diferente.
  - Mas com você é sempre tão diferente. Tão mais...
  - O quê? – Halvo perguntou interessado.
  - Tão mais sincero e... Com sentimento.
  Halvo pigarreou corando.
  - Halvo, você não...?
  - O quê?
  - Você ainda mantêm os mesmos sentimentos por mim?
  Halvo engoliu em seco. Mas não poderia falar ali seus sentimentos. Não queria assustar a menina.
  - Não, Katie, apenas somos amigos, não é? E amigos se ajudam.
  Ela sorriu.
  - Vou ajudar você e estar com você.
  - Como assim?
  - Katie, eu quero assumir esse filho no lugar do John.
  - Assumir? Não! Não seria justo! Você não teve culpa. – ela disse se levantando.   - Mas eu sinto que posso fazer isso. Seria bom para mim. Para nós.
  - Você tem certeza, Halvo? É um filho.
  - Eu já pensei sobre isso, Katie, eu quero assumir ele.
  Katie o olhou sem compreender a decisão de Halvo. Mas sorriu de lado. Ele estava sendo muito amigo naquele momento.
  - Não sei o que te dizer...
  - Não diga nada, só aceite.
  Katie sorriu.
  - Ok, Halvo, eu aceito. Você está sendo maravilhoso comigo. – ela disse o abraçando. Halvo se surpreendeu antes de sorrir.
  - Vai dar tudo certo, pequena. Tudo certo.

Capítulo 6

  "O paizão foi tirar satisfação? apareceu hoje na porta da casa de John O'Callaghan e foi muito mal recebido pela mãe dele. Algo fede em toda essa trama de famosos. Fomos só nós da revista ou vocês estão percebendo que a família mudou completamente depois da gravidez surpresa da Katie? não está em turnês atualmente, não desfila tem um mês e Daniel está aparecendo cada vez mais ao público."
  Depois de muito pensar sobre o assunto, tomou coragem e bateu na porta da casa de Jenny. Ele não a via há muito tempo, afinal nunca fora do meio artístico, e também não sabia qual seria a reação dela ao vê-lo. Ele estava desnorteado porque pela primeira vez em muito tempo ele sentia que iria falar com alguém que não trataria ele como , o astro, mas sim como , apenas mais um canalha. Aliás, a última vez que alguém o tratou assim, tinha sido a última vez que ela o viu.
  - Oi. - Ele falou secamente assim que ela abriu a porta.
  - O que você faz aqui? Eu achei que tinha sido bem clara no conceito de "nunca mais." - Ela ameaçou bater a porta na sua cara, mas segurou com a mão, a impedindo de fechar.
  - Não vai me convidar para entrar?
  - Não. - Ela disse fria.
  - Jenny, sinceramente, não somos mais crianças.
  - Realmente, eu tenho responsabilidades demais para ser uma criança.
  - Por favor, eu preciso entrar. - Ele suplicou.
  - Depois de vinte anos você aparece na porta da minha casa dizendo que quer entrar? - Ela riu. - Vejo que não perdeu seu senso de humor.
  - Eu preciso da sua ajuda.
  - Uma coisa que sua mulher de mil e uma utilidades não sabe fazer? - Ela ironizou e finalmente abriu a porta para que ele pudesse entrar. - Sente-se. - Ela o chamou assim que sentou no sofá.
  - Jenny, eu sei que é tarde demais e que você não vai aceitar, mas desculpa pelo que eu te fiz. Eu era jovem e burro demais, não tinha condições de fazer o que você queria que eu fizesse.
  - Pedir desculpas parece muito fácil para você. - Ela riu irônica. - Se você tacar um copo de vidro no chão e pedir desculpas acha que ele voltará a ser o mesmo?
  - Vejo que você não perdeu seu jogo duro também. Eu devia ser melhor nisso naquela época.
  - Sempre se achando, né ? Você não é o centro do mundo.
  - Olha, eu já sei disso tudo. Você tem a imagem de mim quando eu era um adolescente, mas seria legal se você aceitasse que eu mudei.
  - Você jamais mudaria, . Sempre o mesmo canalha de sempre.
  - Eu errei na época Jenny, você tem que entender que as pessoas erram e mudam...
  - E você tem que entender que o tempo não salva o passado.
   engoliu em seco.
  - Na época em que você engravidou de mim eu era jovem Jenny, não tinha responsabilidade e nem a coragem de assumir um filho. Não podia deixar que minha carreira acabasse.
  - Você ainda ousa em me dizer isso?
  - Eu só queria que me perdoasse agora. Se passaram anos.
  - Anos que não voltam mais, . Minha juventude não vai voltar, e eu tive que abrir mão de muita coisa pelo filho que você não quis assumir.
  - Minha filha está grávida agora e... Ele não quer assumir.
  - Está sentindo na pele o que é sofrer por rejeição? Ainda mais se tratando de um filho?
  - Eu sinto muito, Jenny. Peço que seja compreensível agora. Eu admito meus erros.
  - Digno isso, mas ainda assim não adianta o estrago que você causou.
  - Eu sei que errei. Mas, sinto que o que houve com Katie me lembra o que eu fiz com você. Peço que pelo menos tente me perdoar.
  - Eu posso pensar.
  Ouviram-se passos das escadas. Alguém descia.
  - Filho? – Jenny perguntou ao rapaz que descia.
  - Mãe? O que está havendo?
   sentiu-se transtornado ao olhar para as escadas e ver que quem estava ali não era um garoto comum.
  Era John O’Callaghan. saiu rapidamente sem nada dizer porta afora.

Capítulo 7

  "Eric Halvorsen, Katie e o futuro andando juntos? Já sabemos quem é o pai. E as coisas parecem ter se acalmado depois que passou um tempo da notícia. O Halvo é um fofo mesmo, não é meninas?"
   olhava fixamente para os dois jovens a sua frente.
  Katie enrolava os dedos no cabelo aflita, enquanto Halvo apenas esperava ela começar a falar.
  - Então, o que vocês têm a me dizer? – os dois se entreolharam. Halvo começou.
  - Senhora...
  - . Você já é intimo da família, Halvo. – ele rira de lado.
  - , eu estava conversando com a Katie sobre a gravidez e sobre o que John fez... a sacanagem que ele fez... – Halvo fechara a cara. o olhava atenta. – E eu quero assumir a criança. Como meu filho.
  - Você o quê? Eric, você tem certeza disso? Ainda é muito jovem...
  - E sou mais responsável que John. Eu quero sim. Tenho certeza.
   apenas o olhara.
  - Katie, posso falar com Eric a sós?
  Katie assentiu subindo as escadas.
  - Eric, você sabe que um filho é uma responsabilidade a mais?
  - Sei sim.
  - E que você esta fazendo isso por que ama a Katie?
  - Como?
  - Eric, independente disso, acho muito digno da sua parte apoiá-la. Mas, não faça nada que vá te machucar depois. Katie pode aceitar sua ajuda, mas ela não te ama como mais do que um amigo. Talvez, com o tempo isso mude. Apenas quero que saiba que você não merece sofrer.
  - Eu sei. – ele disse cabisbaixo.
  - Mas quem sabe com essa gravidez e essa aproximação de vocês, não dá certo, hum?
   foi até ele e o olhou confortavelmente. Halvo sorriu.
  - Espero que sim. – disse sorrindo. – Eu realmente a amo.
  - Eu sei. E ela vai saber também e vai corresponder um dia. Espere a hora.   Eric sorriu satisfeito.
  - Então concorda em eu assumir a criança? – Halvo perguntou receoso.
  - Melhor filiação ele não teria. – disse a ele. Halvo sorriu em resposta antes de subir as escadas.

Capítulo 8

  "Daniel e Taylor Jardine juntos no café. O que vocês, leitoras queridas da Poisonous, acham que está rolando entre eles? O Daniel nunca foi de se jogar fora não é mesmo, meninas? Afinal ele é um . Parece que sua irmãzinha o encaminhou para o caminho da fama de verdade agora. Todos devemos agradecer a Katie por nos fazer ver o rostinho bonito dele mais vezes, não é mesmo?"
  Daniel abandonara de lado a guitarra que o pai dera a ele natal passado e focou em seu visor do celular, vendo que alguém ligava. Era Taylor.
  - Hey, Tay! – ele atendeu animado. – Conversar? No café aqui perto? Tudo bem, estou indo pra lá. Beijos.
  Daniel desligara o celular e saíra porta afora do quarto descendo as escadas em seguida.
  Não se deu ao trabalho de avisar ninguém que sairia, já que estava em uma campanha e Katie provavelmente estaria por aí com Halvo.
  Chegou ao café minutos depois. Tay se encontrava na mesa do fundo. Dan foi até ela e a garota assim que o avistou, sorriu discreta.
  - Como você está? – ele perguntou para ela antes de cumprimentá-la com um beijo na face.
  - Bem. – ela disse sorrindo.
  - Algum problema? – ele perguntou referindo-se ao fato dela o chamá-lo ali para uma conversa. Eles nunca foram amigos.
  - Na verdade, eu queria conversar com você.
  - Sobre o quê? – ele perguntou simpático. Taylor mordeu o lábio inferior em incerteza.
  - Desde que começou a andar com a gente – ela começara. Daniel apenas a olhara atento. – Na galera da sua irmã e tal, você não está mais com a gente agora, mas desde que começou a frequentar nossa rotina eu vi algo diferente em você. Aquela vez que ficamos juntos não foi qualquer vez, eu realmente gostei daquilo – ela disse o fitando interessada. Daniel sorriu de lado. – E, depois daquilo eu não consigo mais ver você só como o irmão da Katie. Eu realmente vejo algo mais em você Dan.
  - Você está querendo dizer que gostou do que tivemos e não me vê mais como um garoto qualquer? Um riquinho mimado ou um sem amigos? – ele rira ao terminar a frase. Taylor não riu.
  - Não, eu realmente acho que você é bem mais do que as revistas falam. Aliás, as revistas maquiam todos nós com todo seu sensacionalismo de merda. Eu não conhecia esse seu lado.
  - Fico feliz por você ver que eu tenho algo a mais que as páginas me insultam – ele riu-se irônico. Tay o fitou sem rir ainda.
  - Dan, eu estou apaixonada por você. – disse séria. Daniel engoliu em seco ao receber a notícia e nada disse.
  - Como?
  - Eu me envolvi demais aquela noite, não sei o que deu em mim, mas eu sinto que não foi como qualquer cara. Eu estava acostumada a me envolver com qualquer cara. E com você foi diferente, Dan, você foi o cara. O meu cara, entende?
  Daniel nada dissera, estava absorto em seus pensamentos. Taylor o fitara esperando respostas.
  - Dan?
  - Eu não sei o que te dizer – ele disse saindo dos seus pensamentos. – Não imaginava que você poderia sentir algo por mim.
  - Por que não?
  - Não sei Tay, acho diferentes nossos estilos e nossas ideias. Não daríamos certo, cara – ele dizia refletindo.
  - Por que não daríamos certo? A gente pode tentar e...
  - Não. Não tem como dar certo. Você é uma pessoa completamente legal e atraente, eu curti muito tudo que tivemos. Mas juntos é outra questão.
  - Você não sente nada por mim?
  - Sinto muito – ele disse abaixando os olhos. Taylor o fitava.
  - Não tem saídas?
  - Não dessa vez. Eu não posso comprar um amor. Agora está fora do que a revista pode me julgar. – ele disse sério. Taylor o olhou sem responder.
  - Você está certo disso, Dan?
  - Não posso dizer que te amo e te enganar, Tay. Sinto muito, mas esse papel não é meu. Eu sou verdadeiro em relação a sentimentos. E eu gostei muito de você para te enganar. Não faria sentido mentir, e alguém sairia machucado. A mentira é como uma bola de neve, quanto maior, mais machucados faz.
  - Eu entendo. E aprecio sua sinceridade.
  - Eu realmente queria poder corresponder...
  - Não te cobro de nada. Apenas quero que saiba que você não é o que julgam, é infinitamente melhor.
  - Obrigado. – ele agradeceu sorrindo.
  - Vi algo em você que não via em nenhum famoso que convivo há anos.
  - O quê? – ele perguntou a olhando sério.
  - Caráter.

Capítulo 9

  "Depois do "boom!" que foi a gravidez de Katie há dois anos, agora os s comemoram junto com Eric Halvorsen o primeiro natal do pequeno Matt Halvorsen. Esse garotinho promete, não é? Será que ele vai ser um guitarrista ou um baixista? Vamos ter que esperar até o próximo astro se revelar."
  As luzes verdes e vermelhas enfeitavam o enorme pinheiro que tomava conta do centro da sala de estar. A lareira deixava que o ambiente tornasse-se mais digno de revista do que sempre fora. analisara pela última vez o porta retrato em sua mão antes de repousá-lo na lareira.
  - O que você tanto olha nessa foto pai? – Katie perguntou a quando este virou para ela.
  - Acho incrível como nossa família cresceu de repente – ele riu-se. Katie o fitou.
  - Aumentou um membro apenas, pai. Halvo sempre fora de casa – continuou:
  - Mesmo assim, jamais achei que nossa família iria estar assim. E olha que enfrentamos coisas demais esses anos.
  - Se passaram dois anos, pai. Muita coisa mudou.
  - Voce é uma mãe agora, Katie. Já se imaginava assim?
  - Na verdade nunca me imaginei. – ela disse rindo. – Mas, devo dizer que gostei do que o destino me proporcionou.
  - Halvo esta incluso? – perguntou rindo.
  - Quando eu aceitei Halvo ser o pai do Matt, eu já esperava que um dia acabasse dando em algo. Hoje depois de dois anos com ele, vejo que não poderia ter escolhido melhor. Estamos bem juntos, pai. – ela disse sorrindo.
  - Eu sei, acho que Halvo é um bom garoto. Vocês combinam.
  Katie sorriu.
  - Dan está bem também, mamãe e o senhor...
  - Daniel mudou muito, cresceu e amadureceu mais nesses dois anos. Acho que agora ele está tomando seu caminho sozinho. Não está mais inseguro.
  - Não mesmo. E mamãe está bem de novo, sua campanha de moda. Você com seu novo álbum na banda. Acho que agora as coisas estão nos seus devidos lugares.
  - Com certeza – ele disse satisfeito. – E saber que há dois anos atrás estávamos naquela situação de família. Típica situação. – ele riu. Katie o acompanhou.
  Um garoto de um ano e alguns meses chegou na sala e abraçou as pernas de Katie manhoso. A garota pegou o menino no colo e sorriu para ele.
  - Hey, filho – ela o chamou. – Vovó esta demorando com o natal esse ano? – ele a olhava.
  - Matt cresceu muito – observou. – Nem parece o menininho de antes.
  Logo Halvo chegou na sala e foi ate os três.
  - Desculpa o atraso. Consegui sair da turnê antes que o esperado para o Natal – ele disse beijando a garota antes de cumprimentar e o filho.
  - Hey filhão – disse pegando o garoto que bateu palmas ao ver o pai entrar. – Saudades de você, pequeno.
  Halvo levou Matt para perto da árvore de natal enquanto mostrava os enfeites ao filho. Dan chegou logo depois acompanhado de .
  - A ceia será servida. Já são onze e meia. Precisamos nos acomodar. – ela disse sorrindo para a família.
  Todos caminharam até a sala de jantar onde a ceia já estava posta. Sentaram-se em volta da grande mesa e após os agradecimentos e os pedidos foi feita a ceia.   O pequeno Matt sorria animado pegando o grande embrulho do presente quando Halvo o entregou após o jantar.
  - Ele cresceu demais, não é? – perguntou a Katie enquanto o filho abria o pacote.   - Muito. Nem parece que se passaram dois anos.
  - Muitos ainda virão.
  - Anos?
  - Filhos – ele riu-se. Katie o fitou incrédula.
  - Halvorsen! – ele riu gostosamente.
  - Matt, curtiu o presente do papai?
  O garoto sorriu em resposta encantado com o que ganhara e a campainha da casa deles tocou. Não faltava chegar ninguém, então quem era?
  - Hey, Halvorsen! Você ainda ilude o menino em tocar baixo? Nem vem! – disse alto do outro lado da sala rindo e Eric riu junto.
  - Katie, atenda, por favor? - disse a menina enquanto já estava retirando a ceia.
  - Claro. - Ela foi até a porta e abriu com Matt no colo. A surpresa foi tanta ao ver quem estava na porta que ela nada disse.
  - Eu sei que não sou bem vindo aqui, mas eu queria dar um presente ao pequeno O'Callaghan. É o primeiro natal dele, e você pode não acreditar, mas eu só tenho pensado nisso durante esse ano.
  - O pequeno Halvorsen. - o corrigiu e o garoto fez cara de nojo.   - O que seja. - Ele falou e passou a mão na cabeça do bebê que estava no colo dela. - Ele é lindo. - John sorriu.
  - Pelo menos alguma coisa na vida você fez direito. - A garota disse sarcástica.   - Eu vim entregar isso para o Matt, por favor, não ignora. Eu te juro que trouxe com carinho.
  - Ta bom. - Ela disse seca.
  - Feliz natal, Katie.
  - Feliz natal, John.
  - Me perdoa? Eu sei que você não quer mais me ver, mas só me perdoa. Não precisa mais falar comigo depois se você não quiser.
  - Eu não consigo esquecer tudo. Desculpa.
  - Tudo bem então. - Ele engoliu seco. - Espero que o pequeno goste do presente. - Virou as costas e seguiu em direção ao carro. Katie fechou a porta e balançou a cabeça respirando fundo. O flash de todos os momentos que ela tinha passado com John há dois anos a trás veio enquanto ela conversava com ele.
  - Filho, vamos abrir o presente que o John deu? - Ela apoiou o garoto no sofá e começou a abrir o primeiro dos dois pacotes. Havia um mini piano de plástico. Ela olhou para aquilo e lhe veio na cabeça à imagem de John tocando. Tratou de partir para o outro embrulho e era uma placa para o armário do bebê escrita "We're lovers lost in space, searching for our saving grace." Embrulhou tudo novamente e sentiu Halvo sentar ao seu lado.
  - Eu te disse que ele não era de todo mal. Ele é apenas um garoto aventureiro que faz as coisas por impulso.
  - Ele pediu para eu perdoar ele.
  - E você perdoou?
  - Não. Mas agora eu me sinto culpada.
  - E o que seu coração manda você fazer? - Ele perguntou e a garota não respondeu. Tirou o celular do bolso e começou a digitar.
  "Todo mundo tem direito a um perdão. Feliz Natal, O'Callaghan."
  - Se sente melhor? - Halvo perguntou.
  - Com certeza. - Ela abraçou o menino.
  Ficaram o restante da noite abrindo os presentes de cada um. A neve lá fora era densa. ainda sentia que em dois anos passados ele não poderia revelar ali, naquele momento, seu maior segredo. Não agora que estava indo tudo tão bem. Mas ele havia recebido uma ligação de Jenny e ouviu da boca dela o que esperou vinte anos. O perdão. O destino dá várias voltas, mas ele parou no mesmo lugar para John e Katie, e só assim o passado pode ser perdoado, porém não refeito.
  Parece que os jovens de hoje são mais maduros que alguns adultos. A atitude de Katie ter perdoado John fez com que Jenny pensasse melhor em seus atos. Ela faria tudo novamente se pudesse e o mundo continuaria sem saber que Ross O'Callaghan era um . Quem se atreveria a mexer com o destino?
  Agora a família estava em perfeita ordem, melhor do que nunca. Daniel estava mais maduro, Katie e Halvo em um relacionamento sério dando o que Matt precisava. de volta a quem ela sempre fora. E ele, bem, ele sempre será quem foi. Nunca mudará. Mas ele agora sabe que se depender de tudo, ignorando as páginas de uma revista ou os flashes de uma câmera, ele sempre será o pai daquela familia. Alguém que eles têm como base. E essa ideia ele não estava disposto a mudar da família .
  Julgue-os quem quiser.

FIM



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