Book Of Me And You
Escrito por Zã Nogueira | Revisado por Luanna
Chapter one: This is the end.
A separação era inevitável.
Todos os sinais estavam lá, tudo o que vimos acontecer com tantos casais ao nosso redor e que prometemos que nunca cometeríamos. Mais um de nossos juramentos que haviam sido quebrados. Éramos ingênuos, não sabíamos que algumas coisas não dependem de nós, que por mais que jurássemos que nunca faríamos algo, cedo ou tarde isso acabaria acontecendo. Que com o tempo eu ia começar a falar de todas as coisas que precisam de conserto e ele ia censurar os meus vestidos ‘curtos demais’. Todo nosso relacionamento eram promessas esquecidas, desde o dia um, quando prometi que não entraria no quarto de hotel de . Depois do primeiro beijo, eu jurei que não me deixaria envolver, e obviamente ignorei isso meses depois, quando ele me pediu em namoro. Anos depois eu quebrei a minha promessa que durou mais tempo (toda minha adolescência e começo da vida adulta): Nunca me casar. Quando me pediu em casamento, eu nem hesitei, nem por um segundo pensei em minha promessa idiota. E no dia do nosso noivado, havíamos prometido nos amar para sempre. Será que ele não conseguia mais manter essa promessa? Porque eu com certeza ainda o amava.
Nós namoramos por quase três anos, estávamos noivos há quase um ano, morávamos juntos há quase dois anos, o casamento seria somente uma formalidade, já que eu já nos considerava casados. De qualquer modo, nosso casamento era em quatro meses e eu já não sabia se realmente aconteceria.
Eu sempre soube que nosso relacionamento não seria como os de meus pais, primeiro porque meu pai não era um rock star. Segundo porque ele morreria de fome e com roupas amassadas se não fosse por minha mãe. Terceiro porque passava meses longe de casa e nem sempre eu podia acompanhá-lo. Eu sabia de tudo isso, mas com o tempo passando, parece que as coisas passaram a tomar outra proporção. Logo quando começamos a namorar, prometemos que nunca ficaríamos mais do que uma semana sem nos vermos, que no sétimo dia um de nós voaria até o outro. Enfim, voltou ontem para casa depois de um mês sem me ver. Um mês.
Levantei da cama, ele não estava mais lá. Minha camisola estava no chão, o sexo não era mais o mesmo. Suspirei e a vesti, caminhando lentamente até o banheiro da suíte. A toalha molhada de estava jogada no chão e o vidro estava embaçado, porque ele não havia aberto a janela. Rolei os olhos e arrumei o lugar antes de fazer minha higiene matinal.
Desci as escadas e estava tomando o café da manhã sozinho. A pia estava cheia de panelas sujas que ele havia usado para prepará-lo. Ele murmurou ‘bom dia’ e eu fiz o mesmo enquanto roubava alguns ovos com bacon do prato dele e colocava em minha torrada.
- Como estão e os garotos?
- Eles vêm almoçar aqui. – Ele não se deu o trabalho de olhar para mim ao responder.
- Certo, devo preparar algo em especial, ou você tem algo em mente? – Ser formada em gastronomia passava a falsa ideia de que eu podia criar um almoço para sete com qualquer coisa que tinha na despensa.
- Eu vou fazer algo, não se preocupe.
- – Eu falei e esperei até que ele me olhasse para continuar – Tá tudo bem? – Um breve silêncio se instaurou e eu ri sarcasticamente – É claro que não está nada bem, é como se você nem ligasse.
- Quem disse que eu não ligo? – O tom de voz dele era exatamente o de alguém que não liga e isso me irritava mais do que louça na pia ou banheiro bagunçado.
- Ah, então você quer dizer que é normal você tomar café da manhã sozinho depois de ficar um mês sem ver a sua mulher?
- Eu só não quis te acordar, só isso. – Ele não me olhava nos olhos.
Eu peguei meu prato vazio e o joguei na pia, tudo aquilo me irritava e ainda não era nem onze da manhã.
Subi as escadas e decidi ligar para , se estava na cidade, a mulher dele também deveria estar por aqui.
- ? Oi, você está aqui em Phoenix?
- Claro! – Ela falou como se fosse muito óbvio. é uma atriz que participou de um clipe do The Maine anos atrás. se apaixonou por ela assim que a viu gargalhar por algo idiota. Ficamos amigas porque era tímido demais para chamá-la para um encontro, então eu e sempre acabávamos indo junto e nos aproximamos assim. Ela é bem pé no chão, diferente do que eu achava depois de ler algumas revistas de fofoca. Ela e casaram alguns meses depois, todos diziam que eles eram loucos e que não ia durar, pois bem, eles estavam juntos há três anos e pareciam firmes. Mantinham duas residências: uma em Los Angeles e outra em Phoenix, revezando de acordo com o volume de trabalho deles.
- Você vem almoçar aqui então? – Falei com um sorriso bobo no rosto, finalmente alguém que eu podia falar sobre e tudo mais sem me preocupar que acabasse parando em algum tabloide de quinta.
- Sim! Vamos tomar alguns drinks, faz tempo que não ficamos bêbadas juntas – Ela falou rindo, com tudo era uma grande festa.
- Parece bom – Disse tentando sorrir. Desliguei o telefone e me joguei de costas na cama. Será que essa era a melhor medida a se tomar?
Chapter two: We change, we wait.
Os meninos estavam bebendo e rindo em um canto enquanto e eu nos afastamos, ficando perto da piscina.
- O que foi ? Desde quando cheguei, notei que você está com uma cara estranha, está tudo bem?
- Não – Rolei os olhos e bufei de tristeza.
- O que houve?
- Vou cancelar o casamento, não dá mais. – Falei em um único fôlego.
- COMO? – Os garotos olharam para nós e eu baixei a cabeça.
- , por favor, não dificulte as coisas. – Murmurei.
- Desculpa, é só porque... O que aconteceu?
- Ele anda estranho, não olha para mim do mesmo jeito, as coisas mudaram entre a gente...
- Você tem razão sobre isso?
- Claro que não! Eu não quero cancelar meu casamento! É o meu melhor amigo, o cara que eu achei que era o amor da minha vida, óbvio que eu não quero me separar de !
- Pensa nisso tá? – me abraçou – Seja lá o que você decidir, eu vou estar do seu lado sempre.
Era tarde da noite, já estava deitada enquanto ouvia cantando no banho. Lembrei-me de como costumava invadir os banhos dele com um sorriso no rosto. Olhei para o meu anel de noivado e lembrei-me do dia que ele me fez o pedido. E me lembrei das festas que nós costumávamos ir. Quando ia ao banheiro, eu ouvia as mulheres fazendo comentários de como ele era bonito e que mal acreditavam estar na mesma festa que , aquele cara do The Maine, enquanto retocam sua maquiagem, e elas sempre ficavam sem graça ao me verem saindo da cabine. Eu só dava risada, tudo o que elas falavam era verdade e a melhor parte: no fim da festa ele iria pra casa comigo.
saiu do banheiro, vestindo nada mais do que sua cueca. Deitou-se ao meu lado e me olhou nos olhos por alguns minutos. De repente, fez uma careta e eu sorri discretamente.
- Você se divertiu hoje? – Eu perguntei.
- Sim, foi legal. E você?
- Também...
- Então tá. – Ele me beijou levemente os lábios – Boa noite.
virou-se e eu fiquei encarando sua nuca por algum tempo. Será que continuaríamos amigos? Porque eu definitivamente não queria perdê-lo. E as nossas coisas? Nada era de um ou do outro, tudo era nosso, do casal, e agora? O que faríamos com isso? Quando finalmente as dúvidas me deram um pouco de paz, adormeci. Acordei no meio da noite, sem sono nenhum. Não era tão fácil assim me manter afastada do assunto. continuava a dormir, antes ele costumava acordar comigo por causa de seu sono leve e cantava para mim até eu adormecer novamente. Bom, nós havíamos mudado muito nesses anos juntos, mas tinha razão, eu tinha que pensar um pouco mais nisso, eu esperaria mais alguns dias antes de fazer alguma coisa.
And baby I’m not lost, I’m just a little confused on what to do and it’s all on me, oh, it’s not you.
Chapter three: Time to go.
Duas semanas se passaram desde que havia voltado para casa. Todo dia conversava com sobre o assunto, cada vez mais decidida que nosso casamento nunca seria de verdade, o que nós tínhamos havia virado um relacionamento de amigos com benefícios. não me olhava nem me tocava do mesmo jeito que antes. Estava distante, por mais que eu tentasse me aproximar, as paredes em torno dele eram muito grandes.
Durante o jantar, estávamos há quase quinze minutos sem proferir uma só palavra, quando um nó apertado no meu peito me fez abrir a boca varias vezes antes de finalmente dizer.
- , não quero mais casar. – Disse enfim, vendo os olhos do homem que eu mais amo no mundo me fitando – Eu não aguento mais essa coisa estranha entre a gente.
- Você tá falando sério? – Ele olhou para os lados, como se esperasse a qualquer momento Ashton Kutcher surgir de trás da porta gritando ‘you just got punk’d!’ ou algo assim – Desde quando tem algo estranho entre a gente?
- Nós mudamos tanto, – me sentia idiota por estar chorando. Em nenhum momento até ali havia chorado ao pensar em deixar . Não porque eu não o amava, ou porque ficar sem ele não me doeria, era porque aquilo era o melhor a se fazer (Sim, também diz que sou muito racional e fria às vezes, mas eu sou do tipo que usa a cabeça antes, o coração depois) – Eu nem reconheço mais o que a gente tem.
- , eu só estou me recuperando da turnê, você sabe que é cansativo.
- Você nunca precisou de semanas pra me tocar de novo antes, nunca precisou de semanas pra olhar nos meus olhos enquanto conversamos, não tente negar.
Ele não tentou. Eu levantei e fui para o quarto e ele nem ao menos tentou me impedir. Eu já havia feito uma pequena mala enquanto estava na piscina com Jared e Garrett mais cedo e a peguei juntamente com minha bolsa e coloquei tudo no carro. Nem quando estava saindo da garagem, pronta para deixá-lo, tentou me impedir. Aliás, não duvido de que ele continuou jantando como se nada tivesse acontecido. Limpei meus olhos e dobrei a esquina, entrando a esquerda algumas ruas depois. Estacionei o carro e arrastei minha mala pelo trilho que cortava o verde gramado na frente da casa, apertando a campainha em seguida.
- ! Tá tudo bem? – a cara de preocupação de me fez voltar a chorar – O que aconteceu?
- A está ai? – Funguei.
- Entre. – ele olhou a mala – Ah, não me diga que—
Eu acenei positivamente com a cabeça e logo os braços de estavam ao meu redor. Eu me sentia horrível por ir pedir abrigo a um dos melhores amigos de , mas eu não tinha aonde ir. Logo estava ali e me olhando com a mesma cara de .
- Você pode ficar o tempo que for necessário. – disse me abraçando – Quer comer alguma coisa? Precisa de algo?
- Não, obrigada gente, só quero ficar um pouco sozinha, pode ser?
- Claro. – disse – Vou levar sua mala lá pra cima.
It’s time to go, so put all your clothes on. I’ve got the keys, baby you’re so gone.
Chapter four: You left me.
John’s POV
estava estranha há semanas, desde que eu cheguei ela está com uma cara diferente, será que ela sabe que há algo errado? Eu estou super cansado, é como se o mundo estivesse nas minhas costas. O tempo todo estou pensando em como resolver meus problemas, parece que quando tudo finalmente está dando certo para mim, algo vem tentar me derrubar. Nem por um momento minha cabeça estava livre, por mais que eu tentasse relaxar, só conseguia pensar naquilo. Eu estava decidido a dar um fim naquele assunto de uma vez por todas e simplesmente não consegui. Nós estávamos jantando e tudo estava tão estranho. Eu queria perguntar o que havia de errado, mas não queria acabar brigando com ela, não agora, havia acabado de voltar pra casa.
- , não quero mais casar – Ela disse do nada e foi como levar um soco no estomago. Meus olhos saíram da lasanha e foram direto pros olhos dela. Era algum tipo de brincadeira? – Eu não aguento mais essa coisa estranha entre a gente.
- Você tá falando sério? – eu olhei para os lados, aquilo tinha que ser uma brincadeira. Ashton Kutcher deve surgir de trás da porta gritando ‘you just got punk’d!’ ou algo assim há qualquer momento – Desde quando tem algo estranho entre a gente?
- Nós mudamos tanto, . – ela começou a chorar. Eu raramente via chorando e isso me matava. Eu odiava vê-la assim, ainda mais sabendo que eu era a causa de tudo isso. – Eu nem reconheço mais o que a gente tem.
- , eu só estou me recuperando da turnê, você sabe que é cansativo. – Eu simplesmente não conseguia contar para ela, eu sabia que ela iria me odiar para sempre. Eu não queria perder a minha mulher, não mesmo.
- Você nunca precisou de semanas pra me tocar de novo antes, nunca precisou de semanas pra olhar nos meus olhos enquanto conversamos, não tente negar.
Eu não tentei, ela estava certa. Com a cabeça em outro lugar, eu não dava à minha mulher a atenção que ela merecia. Eu simplesmente não me achava digno de tocá-la, não desse jeito, não sem resolver tudo antes. Eu não sabia o que dizer, a ideia de perdê-la por conta de algo tão idiota me doía demais. Ela levantou e eu queria correr atrás dela e falar pra ela ficar, mas minhas pernas não me obedeciam. Tudo o que eu pensava era: ‘ela não me ama mais e vai me deixar e eu mereço isso’. Estava tudo bem mais cedo, ela disse que ia fazer algo especial para o jantar e perguntou pros meninos se eles queriam se juntar a nós. Ouvi o barulho do carro, mas parecia tão distante, tão surreal. Como se fosse um sonho. Ruim, um sonho muito ruim. Levantei e corri, a garagem estava vazia. Corri até a calçada e vi o carro dobrando a esquina, continuei correndo o mais rápido do que pude, mas só consegui ver o carro dela entrando na rua de . Esperava que ela ficasse lá, ao menos saberia que estava segura.
Voltei para casa com um nó no peito e dificuldade para respirar [tente correr mais rápido do que você pode atrás da mulher da sua vida e depois fale sobre minha falta de forma física] e peguei meu celular, mandando uma mensagem para :
Ela está ai, não está?
.
Caminhei de um lado ao outro do meu quarto, esperando pela resposta. Minhas mãos não ficavam quietas e, consequentemente, meu cabelo não ficava no lugar.
Sim, ela vai ficar aqui.
Dê tempo ao tempo, tudo vai se ajeitar.
Você resolveu aquilo?
.
Suspirei. estava certo, ele sempre estava. Eu tinha que resolver aquilo. Era tarde e eu deveria dormir, mas nada conseguiria me relaxar. Fiquei jogado na cama, pensando que talvez eu estivesse ignorando os sinais. Ou que talvez ela já tivesse sacado tudo.
Estávamos cometendo os mesmos erros de tantos outros casais ao nosso redor. Eu lembro que havia prometido que não haveria segredos entre nós.
Eu lembro-me de quando fazíamos promessas bobas e planos para o futuro. Agora tudo o que escutava dela era que precisávamos trocar as cortinas e que a luz da garagem havia queimado e eu deveria dar um jeito, do mesmo modo em que eu perguntava se ela realmente usaria aquele tubinho pink na festa de Holly.
Lembrei-me de como ela sempre dava um jeito de ir me ver durante as turnês, ou eu escapava no dia de folga, nem que fosse só pra passar algumas horas com ela na nossa cama. Ou quando ela tinha algum sonho ruim e eu a acalmava cantando alguma coisa pra ela até ter certeza de que ela havia dormido (ou quando eu transformava músicas do 50 Cent em música de ninar até ela dar gargalhadas).
Talvez a gente tenha tomado a curva errada em algum momento no nosso relacionamento, mas ele ainda era a coisa mais importante que eu tinha. Ela era a coisa mais importante que eu tinha. Uma coisa que meu pai sempre me disse era que quando achamos alguma coisa que realmente vale a pena, temos de correr atrás dela se for preciso, não importa aonde isso nos leve.
Não importa o quanto fosse preciso, eu estava disposto a correr.
You left me with a broken heart, now I see what I should do from the start.
Chapter five: Girls do what they want
Ficar na casa de e estava começando a me deixar mal. Não me entendam mal, eles são meus melhores amigos e estão sendo incríveis comigo, mas ou eles eram um casal perfeito, que me lembrava de que meu casamento havia falhado, ou eles brigavam, por minha causa. , por ser mulher e minha amiga, continuava impedindo as visitas de e dizia que quando eu quisesse vê-lo, iria ligar para ele, enquanto dizia que era seu amigo e se ele queria falar com a mulher dele (no caso, eu), não poderia impedir.
Decidi que era hora de sair da casa dos dois e voltar para a casa dos meus pais por um tempo, só pra por a cabeça no lugar.
Eu ainda estava de férias do meu trabalho e bom, aquele restaurante é meu, se eu resolver ficar mais alguns dias fora, ninguém poderá reclamar.
- , eu vou voltar pra Chicago.
- Como assim, Chicago? Você ama Phoenix!
- Eu sei, mas eu preciso colocar minha cabeça de volta no lugar, não vou conseguir fazer isso aqui, algumas ruas distante dele – O nome de ainda era tabu, não era pronunciado por mim e nem por (só que resolvia bancar o Harry Potter e chamava meu futuro não-marido pelo nome).
- Amiga, você sabe que pode ficar aqui o tempo que quiser, não é mesmo?
- Sei sim, obrigada, mas está mesmo na hora de ir – Falei sorrindo – Hm, você sabe se os meninos vão ter algum ensaio ou algo do gênero?
- Daqui algumas horas, mas vai ser na casa dos pais de Pat – Eles ainda mantinham o local de ensaio no mesmo lugar desde quando começaram a banda.
- Certo, então quando sair daqui, eu vou pra casa pegar algumas roupas e outras coisas que deixei para trás.
- Quando você pretende ir?
- Hoje mesmo, se for possível, vou comprar minha passagem agora.
- Não! Vai amanhã a tarde, hoje tem uma festa do elenco aqui em Phoenix, você pode vir conosco – Ela se referia ao elenco do novo filme dela, uma comédia romântica espertinha.
- Não sei, duas semanas que eu saí de casa, não é cedo demais para sair festando por ai? – Tentei ser razoável.
- Não, considere isso uma festa de até logo, vai ser divertido, você tem que sair de casa um pouco.
- Ok, mas se eu ficar chata demais, me mande para casa – Falei rindo.
- Combinado – Ela se juntou a mim – Vem, eu ganhei uns vestidos da Betsey Johnson, tenho certeza que um deles vai ficar perfeito em você.
Nós subimos para o closet dela e ficamos provando vestidos até aparecer pra avisar que estava indo para o ensaio. Ele e se despediam, cheios de beijinhos e carinhos, o que me deixou levemente nauseada, eles eram fofos demais para meu próprio bem. Acho que notou meu desconforto e disse que ia acompanhar até a garagem.
Quando ela voltou, eu disse que iria para casa pegar algumas coisas e ela se ofereceu para me ajudar.
Assim que chegamos, subimos para o quarto que costumava dividir com . A cama desarrumada, latas amassadas pelo chão, bem como as folhas amassadas em todos os lugares e um envelope grosso no criado mudo.
Tentei não pensar no que havia feito desde quando saí de casa, abri o armário e comecei a colocar minhas roupas em uma mala.
Horas mais tarde, estávamos de volta, nos preparando para a tal festa. chegou e eu sabia que logo estaria em casa e saberia que eu havia passado por lá.
- Acabei de voltar da sua casa, – Ele me disse.
- Hm – Eu murmurei de volta, enquanto passava rímel nos meus cílios.
- Você foi lá hoje, não foi?
- Sim... Estou voltando pra Chicago.
- Eu sei... Você nem ao menos vai falar com ?
- Vou, eu só preciso de mais um tempo sabe, por tudo no lugar.
- Certo – Ele disse balançando a cabeça afirmativamente – E aonde vocês vão?
- Festa do elenco, eu te falei ontem e você fez uma careta dizendo que não estava a fim de ir – falou rindo.
- Ah, certo – Ele disse – Aquele tal de vai estar lá?
- Como assim tal de ? – passou os braços pelo pescoço de – Você adora o !
- Eu só estou bancando o marido ciumento, sabe? – Ele riu enquanto beijava a mulher.
- Bobo, sabe que isso não é necessário, né?
- Certo, vocês querem uma carona, posso levá-las e buscá-las – Ele se prontificou.
- Por que você não faz uma noite do poker com os meninos? Deixei cerveja na geladeira e tem besteiras na dispensa.
- Você é demais – Ele a beijou – Vou ligar para os rapazes, não saiam sem me dar um tchau.
Meia hora depois, nós saímos de casa. já estava lá e me deu um sorriso estranho. Levei um tempo para perceber porque, ele e todos os meninos eram meus amigos porque eu iria casar com o amigo deles, certo? Agora que eu estava me separando dele, não havia nenhum motivo pra eles continuarem essa amizade, então tudo o que eu receberia deles seria educação, esqueça os abraços de urso, as tardes jogando guitar hero, as noites cantando no karaokê, tudo isso fazia parte da vida com , do passado.
se despediu do marido e nós duas entramos no carro dela e fomos para a boate.
A entrada estava cheia de paparazzi, os flashes me cegaram, mas já estava acostumada com isso, caminhava com confiança e me deixava bem perto dela.
- Deixaram os meninos em casa hoje, garotas? – Um dos paparazzi perguntou.
- Girls do what they want! – Ela respondeu, rindo.
Finalmente conseguimos entrar. O lugar era super legal, eu já havia estado lá algumas vezes. Logo ela encontrou a mesa onde os outros membros do elenco estavam. O elenco tinha vários atores e atrizes de primeira, e o público e crítica aguardavam ansiosamente o lançamento do filme, que aconteceria em alguns meses, mas eu podia esquecer tudo isso e só lembrar que estava ali, sorrindo pra mim. Talvez porque eu estava o encarando desde que cheguei? Enfim, detalhes desnecessários, o fato era que ele estava sorrindo para mim. Balancei a cabeça, tentando focar na bagunça que era a minha vida naquele momento e deu um leve suspiro, me preparando para abrir um sorriso e me divertir um pouco naquela noite.
Cumprimentei todo mundo, já os conhecia de outras ocasiões, e notei sussurrando algo para alguns deles, talvez os alertando para que não falasse de , eu não sei.
Começou a tocar Mike Posner e eu simplesmente tinha que ir dançar. havia ido até o bar conseguir alguma bebida para nós então decidir cair na pista sozinha. Comecei a andar pelas pessoas até conseguir um local em que não fosse completamente esmagada por estranhos e comecei a dançar. surgiu do nada e dançou comigo, era como se fossemos velhos amigos, ele não era muito bom e fazia passos engraçados e me pedia para tentá-los. Eu gargalhava com ele, fazia tempo que não me divertia tanto.
Não sei quanto tempo ficamos dançando, mas foi o suficiente pra ele suar e pros meus pés pedirem por algum descanso daqueles saltos.
- Preciso beber algo – Eu disse em seu ouvido.
- Certo – Ele acenou com a cabeça e me pegou pela mão, me guiando para fora daquele mar de pessoas que ainda dançava animadamente.
Chegamos à mesa e estava lá conversando animadamente com alguns de seus colegas de trabalho.
- ! – Ela falou alegre – Eu tomei seu drink, o gelo estava derretendo.
- Tudo bem – Disse – Vamos tomar uns shots?
Ela achou a ideia maravilhosa e lá fomos nós para o bar. Acho que seria uma boa hora para dizer que eu e temos esse ciclo interminável de bar-pista-bar toda noite que saímos. E nessa noite não foi diferente. Eu me sentia ótima, feliz, depois de muito tempo sem me sentir assim.
Horas depois, decidiram por nós que era hora de ir. Essa parte não é muito clara pra mim, mas enfim, entramos no carro de , ambas bêbadas demais para dirigir, e ficamos sentadas, rindo, enquanto os flashes dos paparazzi estouravam em cima de nós. Um dos seguranças do local, e amigo de de longa data, nos dirigiu de volta para casa.
Entramos na casa dela aos tropeços.
- Shh – Ela falou, com o indicador sobre os lábios – Você quer acordar o ?
- Não – Falei rindo – Claro que não.
- Eu estou acordado – A voz dele encheu a sala e nós olhamos para ele ali, parado – Vem , vamos tomar um banho e dormir? – Ele falou rindo.
- Não, não quero banho – Ela resmungou enquanto eles iam subindo as escadas.
Eu fiquei olhando a cena e ouvi vozes vindas da cozinha. Caminhei cambaleante até lá e vi a mesa de poker toda preparada, várias latas de cerveja, energético e refrigerante espalhadas.
- ! Quer entrar no lugar de ? – me perguntou.
Eu gelei. Não pela possibilidade de entrar no lugar de . Eu era melhor no poker do que todos eles, mas eu gelei porque meu futuro ex-quase-marido estava bem ali. E me olhando com uma cara de reprovação. Eu olhei para ele como se não me importasse com o que ele pensava de mim, o que era uma mentira deslavada.
- Eu preciso ir dormir – Falei, esperando que minha língua não enrolasse – Boa noite, gente.
Saí sem esperar ouvir respostas, subi as escadas o mais rápido que pude e me joguei na cama, apagando instantaneamente.
Head to toe, you know she’s dressed to kill and she could the way she’s looking at me. It’s her face and those eyes, I can’t escape them.
Chapter six: Kiss and sell
Na manhã seguinte, me juntei à e no café da manhã.
- Olha amor, eles disseram que eu estava radiante ontem. – sempre olhava as notícias que a envolviam durante a manhã, no seu iPad – Radiante!
- Bom dia – Falei sonolenta.
- Bom dia – disse sorrindo. Ela ainda estava radiante, se eu podia dizer algo.
- Bom dia! Tudo bem? – perguntou – Ressaca?
- Um pouco de dor de cabeça, mas acho que não é por causa da bebida – Falei com um sorriso fraco.
- O me falou que estava aqui quando nós chegamos, vocês conversaram?
- Não. Ele só ficou me olhando com aquela cara de decepção ou algo assim. – Atirei meu pão de volta para o prato.
- Ele não está decepcionado, ele está chateado. – entrou em defesa do amigo – Você está saindo da cidade, saindo da vida dele.
- Não está sendo fácil pra mim também, , mas ele parece nem se importar.
- Desculpa amiga, mas depois disso, vai ser difícil ele achar que você ainda se importa. – Ela em estendeu o iPad dela, me mostrando algum site de fofoca.
Trocando de negócio
Noiva de é vista em clima de romance com . Cansada de músicos?
Uma foto minha e de de mãos dadas com uma resolução horrível estampava a matéria.
- Ele só estava me guiando de volta para a mesa. – Falei bufando, retornando o iPad dela – De qualquer forma, meu voo para Chicago é em algumas horas, não vou me preocupar com isso agora.
- Isso é só fofoca barata pra vender revista e bagunçar a vida das pessoas – continuou lendo as manchetes do dia.
- Você já avisou seus pais que está indo? – me perguntou enquanto dava morangos para a sua mulher.
- Sim, eles vão me buscar no aeroporto – Falei.
- Certo, você quer que eu te leve? – se pronunciou. – Posso deixar seu carro aqui na nossa garagem ou levar pra casa de , o que você achar melhor.
- Pode ser o que você achar mais fácil. – Falei agradecida, não havia pensado no que fazer com o carro, não havia pensando em nada para dizer a verdade, fazer as coisas impulsivamente parecia melhor.
Horas depois, estava no avião, olhando pela janela Phoenix, a cidade que eu escolhi para viver com o meu futuro marido, ficar minúscula, bem como as chances de eu me casar em três meses e duas semanas. Fechei os olhos, pensando em todos os lugares que teria que ligar e cancelar, todas as pessoas que eu deveria avisar, como eu teria coragem de encarar todas aquelas pessoas de novo? Minha mão foi automaticamente para o meu dedo anelar, e o vazio causado pela falta do meu anel de noivado me deixava ainda pior.
Três horas depois, a voz da aeromoça me tirou de meus pensamentos, havíamos pousado em Chicago. Assim que pisei no pátio do aeroporto, senti o cheiro da minha cidade e meu desejo de nunca mais sair daqui bateu forte em mim. Fui para a área de desembarque esperando minhas malas chegarem. Alguns minutos de espera e elas começaram a aparecer na esteira. Com alguma dificuldade finalmente avistei a minha segunda mala e esperava ela chegar mais perto de mim, quando vi um cara a pegando alguns metros antes de mim.
‘Que cara de pau’, pensei, ele acha que vai roubar a minha mala? Empurrei meu carrinho até ele e fiz a minha cara mais séria.
- Hey, essa mala é minha. – Eu disse, não tentando acusá-lo de nada, mas ao mesmo tempo sem deixar dúvidas.
- Acho que não, você pode ler aqui – Ele estava cheio de si e tinha um tom meio orgulhoso. Pegou o identificador da mala (que nesse momento eu já não tinha certeza se era mesmo minha) – .
- Então há menos que você tenha o mesmo nome que eu, isso quer dizer que essa mala é minha. – Disse sorrindo enquanto o via corar. Estava amistosa, porque primeiro, ele não era um ladrão, segundo, me poupara do trabalho de tirar minha mala da esteira.
- Isso seria uma coincidência bizarra, não acha? – Ele colocou minha mala no meu carrinho – Só um instante – Ele disse antes de puxar a própria mala da esteira (a certa agora) e verificar o nome dele no identificador – Thomas, agora sim, desculpe por isso. – Ele coçou os cabelos loiros e voltou a corar levemente. Thomas pôs a sua mala no meu carrinho também e começou a empurrá-lo.
- Ah, obrigada – Eu disse, o acompanhando até o corredor de desembarque.
- É o mínimo que posso fazer depois de quase roubar sua mala. – Ele disse – Talvez te pagar um café?
- Por que eu acho que não é a primeira vez que você faz isso? – Disse sorrindo para ele, que gargalhou.
- E aí, você é de Chicago ou está visitando? – Notei que ele não respondeu minha pergunta – Você me parece familiar.
- Sou daqui, mas moro em Phoenix há alguns anos. – Disse enquanto mergulhávamos na confusão de pessoas pelo saguão do O’Hare, me lembrando do porque ele ser o segundo aeroporto mais movimentado do mundo – E eu também tenho a sensação que te conheço de algum lugar...
- Vidas passadas, quem sabe? – Ele falou rindo - E o café, está a fim de tomar alguma coisa?
- Na verdade, meus pais vieram me buscar, então acho que não vai dar. Aliás, tenho que ir – Eu disse, estávamos próximos do lugar onde havíamos combinado de nos encontrar.
- Ah, certo – Ele tirou a mala dele do meu carrinho - Se você estiver pela área do Lincoln Park, passe pelo Cherrybomb Café, eu to lá todo dia, te pago um café.
- Hm, certo – disse sorrindo – Bom, foi um prazer, Thomas.
- Tom – Ele disse sorrindo – Também foi um prazer, .
- ] e assim que deitei em minha cama, era como se eu ainda fosse aquela adolescente que estava se preparando para mais um dia de Bamboozle com as amigas. Amigas, tinha que ligar para Chelsea, ver como ela estava.
Peguei meu telefone e liguei para ela, combinamos que ela viria pra minha casa imediatamente, para colocarmos a conversa em dia. Ela já sabia que eu havia cancelado o casamento e tudo mais, mas não havia dado nenhum detalhe nem nada do tipo.
Era tão engraçada a diferença de vidas que eu levava em Phoenix e em Chicago. Aqui eu era mais uma garota, cheia de sonhos e correndo atrás do que queria e minha melhor amiga era corretora de imóveis enquanto que em Phoenix eu era a mesma garota, mas com um fotógrafo correndo atrás de mim, com garotas pedindo fotos minhas [só porque eu era noiva de , na verdade, aposto que nenhuma delas ia querer fotos com a jovem prodígio da culinária norte americana] e minha melhor amiga era uma atriz de Hollywood. A calmaria me fazia bem, era dela que eu precisava naquele momento.
If I had to guess, I’d say we’ve got a mess you could sell.
Chapter seven: Color
Estava em Chicago há uma semana, saia com Chelsea e tentava por as coisas no lugar em minha cabeça, não que fosse fácil.
Estava em minha cama, olhando para a marca que meu anel havia deixado em meu dedo quando meu pai bateu na porta do meu quarto.
- Filha?
- Pode entrar, pai – Não entendia o comportamento do meu pai, normalmente ele abriria a porta ou só gritaria ‘o jantar está pronto!’, mas assim que a porta se abriu, eu entendi por que. estava bem ali. Durante todo esse tempo em Chicago, eu imaginava como seria revê-lo quando voltasse para Phoenix. Se ele estaria acabado, me pedindo para voltar, se ele estaria com outra mulher, nem ligando para mim, ou se ele se negaria em me ver, mas nunca, nem por um momento, o imaginei na minha porta.
Ele estava exatamente como eu me lembrava dele. Exatamente como o meu era. Lindo. Suspirei e me ajeitei na cama.
- Tudo bem papai, pode deixar – Eu falei ao notar que meu pai não pretendia nos deixar a sós.
- Certo, qualquer coisa, é só chamar – Ele disse olhando de mim para , como quem diz ‘comportem-se, crianças’.
- Quer se sentar? – Eu disse para no momento em que meu pai fechou a porta.
- Não, na verdade queria saber se você quer sair, conversar em outro lugar – Ele falou quase sussurrando, a voz dele ainda me causava arrepios.
- Claro, só me deixe trocar de blusa.
- Ok, vou te esperar lá fora – Ele disse.
me levou para um pub que nós costumávamos frequentar na época de namoro. Sentamos-nos à mesa habitual, mais no fundo e ele me olhava como querendo notar se havia perdido alguma mudança nessas três semanas de separação.
- Você continua ótima – Ele disse.
- Obrigada, você também está muito bem – Eu disse, tentando sorrir.
Bebemos e conversamos amenidades, em nenhum momento ele falou algo sobre a separação e eu também não disse nada. Éramos como bons amigos conversando e tomando (muita) cerveja. O sino do pub tocou indicando que era três da manhã e que eles estavam prontos para fechar.
- Nós podíamos ir para o meu hotel, você sabe – disse enquanto nós dois cambaleávamos até um táxi – Só para beber e conversar...
- Eu não sei se é uma boa ideia, .
- Eu não vou atacar você, nem nada disso, se é o seu medo. – Ele disse, sem saber que o meu maior medo era de eu acabar atacando ele e não o contrário.
- Vamos – Disse enfim, entrando no táxi.
Assim que entrei no quarto dele, me arrependi por tê-lo feito. Cambaleei até o frigobar e peguei aquelas garrafinhas de bebidas. Tive um ligeiro déjà vu, mas ignorei. Virei uma vodka sem dó e estendi um whisky para ele. Nossas mãos se tocaram por um único segundo, mas foi como uma centelha num palheiro, quando vi, meu corpo inteiro estava contra o corpo de e nossos lábios mostravam que ainda conheciam o ritmo do outro.
Tudo parecia tão certo, a mão de no meu corpo, o suor de nossos corpos dificultando o despir das roupas, ele me deitando calmamente na cama. Tudo foi incrível, era como se nossos corpos nos mostrassem que nós éramos feitos um para o outro.
Acordei na manhã seguinte achando que talvez e eu pudéssemos acertar nossas diferenças, que talvez eu não precisasse acabar com meu casamento, que talvez ainda não fosse hora de ligar para a florista e cancelar tudo. Abri os olhos e não estava na cama, dei um sorriso malicioso e me preparei para invadir o banho dele, mas não havia ninguém no chuveiro. Ninguém em lugar nenhum do quarto. O telefone do quarto tocou e eu o atendi.
- Senhora ? Seu marido pediu para que eu ligasse às dez da manhã. O café da manhã está subindo agora.
- Ah, está certo – Eu disse, ainda sem entender direito – deixou algum recado? – Eu perguntei, me sentindo estúpida por perguntar a uma estranha o paradeiro do meu ‘marido’.
- Não, senhora.
- Certo – Disse ao ouvir batidas na porta – Acho que é o serviço de quarto, obrigada.
- Disponha, tenha um bom dia – Ela respondeu.
Eu desliguei e abri a porta para o jovem que empurrava um carrinho cheio de coisas gostosas. Uma pena, visto que minha fome havia sumido junto com .
Quando voltava para cama é que notei um bilhete na mesa.
,
Sinto muito por não poder ficar aqui até você acordar
Tenho um assunto para resolver em Vegas.
Volto para o café da tarde, você quer ficar e me acompanhar?
.
PS: Alguma chance de você voltar a usar isto?
Em cima do bilhete, o meu anel de noivado.
Que diabos, quando eu achava que estava tudo indo para o caminho certo, um desvio. Que porra de assunto era essa que era mais importante do que nosso relacionamento se ajustar? Então eu continuava sendo uma segunda opção para ele? Ele ia continuar me deixando quando esse assunto misterioso aparecesse? Vesti minhas roupas e joguei o anel dentro da minha bolsa. Se achava que seria assim fácil, ele estava enganado. Eu queria que nosso relacionamento desse certo, mas não desse jeito.
Tell me everything will be alright, walk this way with me into the light because you can let it slide, baby, just for the night. Just know that everyone feels broken sometimes, oh yeah, everyone feels weak sometimes, yeah we all feel fucked up sometimes.
Chapter eight: Come back around
’s POV
Uma semana atrás
estava na casa de e há duas semanas. Eu havia parado de tentar falar com ela porque havia dito que sempre que eu fazia isso, ele e acabavam brigando e eu não suportaria ver mais um casal discutindo por minha causa. Ficava trocando mensagens com meu amigo e ele me mantinha informado sobre como ela estava e tudo mais.
Durante um dos nossos ensaios, ele me disse que ela estava decidida a voltar para Chicago. Eu simplesmente não tinha ideia do que fazer, parecia que tudo saía cada vez mais do meu controle e me impedia de ver claramente as coisas, eu só sabia que não podia a deixar ir.
- Você já resolveu aquele assunto? – me lembrou de o que eu não conseguia esquecer.
- Claro que não, se já tivesse resolvido, estaria comigo! – Disse sem paciência.
- Você sabe que não pode mais adiar isso, resolva essa coisa logo ou conte a verdade para ela, não podes ficar enrolando a menina por mais tempo.
- Eu não consigo falar para ela, não antes de resolver as coisas.
- Bom, você quem sabe. Você é quem vai sair perdendo...
Horas depois, nós já havíamos dado o ensaio como acabado, visto que eu mal conseguia me concentrar. Errei os tempos, a ordem das coisas, até as letras e tudo mais que poderia ter errado.
- Ok gente, vamos tentar de novo semana que vem – disse.
- Hey, me dá uma carona? – Eu perguntei para – Eu vim andando, mas estou cansado demais para voltar.
- Claro – Ele disse.
Eu chamei para entrar e ele me contava de como parecia confusa e que eu tinha o dever de contar a verdade para ela quando eu o parei. Sem falar nada eu subi as escadas correndo e ele logo veio atrás de mim. Abri uma das gavetas de e elas estavam quase vazias. Eu sabia, ela havia estado ali. Por mais que as mudanças fossem mínimas e ela não tivesse tirado todas as suas coisas dali, eu sabia que ela havia estado ali.
- O que foi? – não entendia.
- Ela veio aqui – No meio da minha confusão de latas, papéis e coisas, eu podia sentir que ela havia estado ali. Meus olhos foram diretamente para o envelope no criado mudo, não parecia ter sido mexido. Eu implorava para que ela não tivesse olhado.
- O que é isso? – perguntou enquanto eu verificava o conteúdo do envelope.
- Isso é tudo, cara. – Eu respondi e ele entendeu.
- Você realmente tem que resolver sua vida, . Eu vou pra casa, saber se ela chegou a ver isso ou algo assim, te deixo informado.
- Obrigado – Eu disse, desabando na cama. saberia encontrar o caminho até a porta sozinho.
Cerca de vinte minutos depois, me ligou, disse que ela aparentemente não havia visto o envelope. Iria mesmo pra Chicago no dia seguinte e que hoje iria a uma festa com . Eu me lembrei de quando nós saíamos e os caras olhavam para ela e seus vestidos curtos e eu só sorria e passava o braço pela cintura dela, por mais que eles olhassem, ela iria para casa comigo.
- Você quer vir para cá? Os meninos estão vindo para jogar poker e beber um pouco.
- Tem certeza que é uma boa ideia?
- Bom, ideia da , acho que não tem problemas.
- Ok, vou tomar um banho e estou indo, com todo esse azar no amor, preparem suas carteiras. – Disse e desliguei.
Então ela estava saindo com . Realmente não me amava mais? Eu precisava vê-la, ela iria deixar a cidade no dia seguinte! Como ela conseguia me deixar assim tão facilmente?
Quinze minutos mais tarde, estava entrando na rua de . O carro de ainda estava lá, mas o de não, provavelmente era seguro entrar.
Quando cheguei, todos os garotos já estavam lá.
- As meninas saem e nós ficamos jogando poker? – fez uma cara de mafioso com um charuto apagado num canto da boca.
- Boys do what they can – suspirou, embaralhando as cartas.
Eu tentava jogar, mas tudo o que pensava era como estava, se ela estava se divertindo, se ela estava com alguém, se ela estava bebendo muito, se alguém ia tomar conta dela, se esse alguém era algum galã de cinema, se ela viria dormir em casa, se ia acabar com outro cara e de repente já não tinha tantas fichas na minha mesa nem tanto álcool no meu copo.
Horas depois, estava decidido que não esperaria voltar, que era muito doloroso, quase cinco da manhã e eu já havia bebido todos os energéticos existentes naquela casa.
e já haviam voltado para suas casas e eu me preparava para fazer o mesmo, quando ouvi o barulho da porta batendo.
As vozes e risadinhas vindas da sala indicavam que elas haviam chegado. Não havia nada que eu pudesse fazer, a não ser implorar para que elas subissem as escadas de uma vez.
- É melhor eu ir levar minha garota para a cama, o último a sair, bata a porta – falou, jogando as suas cartas na mesa. Ele teria ganhado mais essa rodada, mas sua mulher era mais importante do que uma partida de poker [mesmo que estivéssemos jogando pra valer e ele havia perdido a chance de ganhar uma boa grana].
- Ele realmente ama essa garota – Disse puxando as fichas para si – E eu amo esse jogo.
- Fale baixo – Eu disse, mas era tarde demais, ela estava ali.
Ela nos olhou e caminhou elegantemente até mais perto, e de repente parou, como se lembrasse da minha existência naquele instante.
- ! Quer entrar no lugar de ? – perguntou naturalmente.
Eu gelei. Não pela possibilidade dela entrar no lugar de e começar aquele seu discurso que era bem melhor do que todos nós e eu ter que começar a perder de propósito só pra deixá-la feliz por ter vencido. Eu gelei porque não estava pronto para vê-la, não assim. Aquele vestido valorizava seus peitos, a parte de seu corpo que eu mais gostava. Ela estava com um ar alegre, provavelmente por conta da bebida que havia tomado. Eu a olhava e pensava, isso tudo já foi meu, ia para minha cama depois das festas e agora ela não me quer mais.
- Eu preciso ir dormir. – ela falou graciosamente – Boa noite, gente.
- Boa noite – e eu dissemos para o nada, já que ela não havia esperado por uma resposta.
Eu fui para a casa e nunca a minha cama pareceu tão grande e vazia. O sono custou a vir e tive a sensação que assim que adormeci, meu celular tocou. Abri meus olhos com dificuldade, a luz que entrava no quarto quase me cegava. Quando finalmente me acostumei, olhei para o visor:
Você já viu isso?
Crystal.
Era uma mensagem vinda diretamente da fonte dos meus problemas, Crystal. O link que ela me enviara me mostrava um site de fofoca.
Trocando de negócio
Noiva de é vista em clima de romance com . Cansada de músicos?
Uma foto borrada de e do tal de mãos dadas estampava a matéria. Então ela não se importava mais comigo? O fim era irreversível? Bom, ela estava indo para Chicago, certo? Quem sabe eu ainda tinha alguma chance.
Horas depois, ouvi uma buzina familiar na frente de casa. Olhei pela janela e era , parada em seu carro. Sai correndo até chegar até ela. Quando me aproximei, notei que na verdade era que saiu do veículo e me passou as chaves.
- Fui levar para o aeroporto e ela pediu que deixasse o carro aqui. – Ela disse.
- Ah, obrigado. Você quer que eu te deixe em casa?
- Eu prefiro andar – Ela sorriu, mas não havia afeto nele. Eu não a julgaria, se conhecesse , ela deveria saber a verdade e deveria me odiar por isso.
- Olha ...
- , nem tente ok? Eu sei de tudo e não me pergunte o porquê eu não contei para ela ainda. Você está sendo extremamente idiota por deixar isso tudo acontecer e mais idiota ainda por não resolver as coisas de uma vez. Eu queria muito te socar sabe?
- Tudo bem, eu mereço – Disse envergonhado.
- Mas eu te amo demais pra fazer isso – Ela me abraçou – Resolva as coisas logo, eu já pedi para Valentino fazer meu vestido de madrinha!
- Certo – Falei sorrindo. Ela me deu um soquinho no ombro e começou a caminhar para casa. Sim, essa é a , te odeia e te ama num intervalo de segundos. Assim que ela saiu da minha vista, eu notei que estava sozinho e que só eu podia resolver isso.
Uma semana desde que havia voltado para Chicago e as coisas pareciam que finalmente iriam começar a se ajeitar para mim. ia me levar até o aeroporto, eu iria para Vegas resolver tudo e depois iria para Chicago, atrás da minha mulher.
- Obrigado por me emprestar o carro – disse – Assim que o meu voltar da oficina, eu devolvo.
- Em um pedaço, eu espero – Disse rindo.
- Vou tentar ao máximo – Ele falou rindo também – Posso colocar o chiclete aqui? – Ele perguntou abrindo o cinzeiro do carro.
- , não, coloca isso no lixo.
- Olha isso aqui – Ele tirou algo do cinzeiro – Não é o anel de ?
Isso mesmo. O anel de noivado, o símbolo do nosso compromisso, largado no cinzeiro do carro.
- Você deveria devolver isso pra ela, sabe? – me encorajou.
- É o que eu vou fazer – Disse estacionando – Será que eu consigo trocar minha passagem?
- Boa sorte cara – Ele me disse enquanto eu corria para dentro do Phoenix Sky Harbor.
Cheguei a Chicago e tomei um táxi para um hotel. Tomei um banho e troquei de roupas, jogando minha mochila em um canto qualquer do quarto. Eu lembrava o endereço de , mas não sabia bem o que fazer quando chegasse lá. Coloquei o anel no meu bolso e esperava que a chance de devolvê-lo aparecesse e que o pai dela não me recebesse com uma espingarda na cara.
Assim que o táxi parou na frente da casa dela, era como se eu fosse aquele cara que achava que o mundo era pequeno para mim, naquele tempo que achava que era imortal e que nada poderia me atingir, exceto . Ela ainda é meu ponto fraco, ela ainda é quem faz meus joelhos vacilarem.
Toquei a campainha e rezava para que abrisse a porta, mas foi o pai dela quem o fez.
- O que você quer aqui? – Ele disse e eu preferiria que ele estivesse com uma espingarda.
- Eu só quero conversar com ela, se ela não quiser falar comigo, eu vou embora.
- Hm, vamos, se ela não quiser recebê-lo, você não voltará sem ser convidado, certo?
- Certo – Assenti.
- Filha? – Ele bateu na porta do quarto dela.
- Pode entrar, pai – Ela respondeu e abriu a porta. Lá estava ela, bem ali. Deitada, exatamente como eu me lembrava dela. Linda. Quase um mês de distancia, mas pareciam anos. Suspirei enquanto ela se ajeitava na cama.
- Tudo bem papai, pode deixar – Ela falou para o pai, que continuava com a mão na maçaneta, pronto para fechar a porta na minha cara e me chutar para fora.
- Certo, qualquer coisa, é só chamar – Ele disse olhando dela para mim, como quem diz ‘toque nela e eu te mato, garoto’.
- Quer se sentar? – Ela disse e eu achei tudo aquilo muito estranho, ela me tratava de um jeito tão cortês, como se nunca tivéssemos sido mais do que bons amigos.
- Não, na verdade queria saber se você quer sair, conversar em outro lugar – Eu falei baixo, receoso que seu pai estivesse com um copo colado na porta, ouvindo cada palavra minha.
- Claro, só me deixe trocar de blusa – Eu queria dizer que não era preciso, que ela estava linda e que ela tinha que voltar para mim, mas tudo o que saiu foi ‘ok, vou te esperar lá fora’ ou algo assim.
O único lugar que eu sabia ir sem me perder por Chicago era a casa de . E de lá eu sabia ir até um pub que nós costumávamos frequentar na época de namoro. Sentamos-nos à mesa habitual, mais no fundo e eu a olhava como querendo notar se havia perdido alguma mudança nessas três semanas de separação, além do fato dela ter removido o pôster da minha banda da parede do quarto dela, lembro que sempre surgiam piadas por conta daquele pôster, mas nem mesmo assim ela o tirava de lá.
- Você continua ótima – Eu disse. Queria dizer que ela estava ótima sem mim, mas que eu era nada sem ela e que precisava dela e que tínhamos que resolver isso, porque eu estava um trapo sem ela.
- Obrigada, você também está muito bem – Ela disse e todo o meu discurso foi-se por água abaixo.
Bebemos e conversamos amenidades, em nenhum momento ela falou algo sobre a separação ou , William, seja lá qual era o nome dele e eu também não disse nada. Éramos como bons amigos conversando e tomando (muita) cerveja. Em nada parecíamos com o casal que passou meses planejando o resto de nossas vidas juntos e que simplesmente haviam deixado isso para trás. O sino do pub tocou indicando que era três da manhã e que eles estavam prontos para fechar.
- Nós podíamos ir para o meu hotel, você sabe – Eu disse enquanto nós dois cambaleávamos até um táxi, não queria ter que me separar dela – Só para beber e conversar...
- Eu não sei se é uma boa ideia, .
- Eu não vou atacar você, nem nada disso, se é o seu medo – Eu disse sem saber se poderia mesmo cumprir minha promessa.
- Vamos – Ela disse me puxando para um táxi.
Assim que entramos no quarto, me arrependi por ter prometido que não a agarraria. Estava difícil me controlar, ainda mais a vendo com aquele decote. Ela caminhou da maneira mais sexy que podia até o frigobar e pegou aquelas garrafinhas de bebidas que custam o dobro de uma no tamanho natural. Virou uma vodka sem dó e estendeu um whisky para mim. Nossas mãos se tocaram por um único segundo, mas foi como se algo pulasse dentro de mim, eu simplesmente não podia mais me controlar, eu precisava do corpo dela no meu e foi isso que fiz. Eu a puxei contra mim e antes que ela pudesse mostrar qualquer sinal de resistência, eu a beijei e senti seu corpo relaxando em meus braços.
Meu corpo estava gritando pelo dela, o que me fazia me atrapalhar na hora de despi-la, mas o fiz com a maior rapidez que podia. Beijei o seu corpo nu por completo e finalmente ela era minha novamente. Não queria que isso acabasse.
Acordei na manhã seguinte com um sorriso no rosto ao ver minha mulher deitada ao meu lado. Queria ficar com ela para sempre, mas não podia, ainda não. Tomei banho e arrumei minhas coisas, joguei minha mochila em um dos armários. Olhei para uma última vez e quase desisti de ir, mas sabia que se queria ficar com ela teria que ajeitar as coisas. Escrevi um bilhete e deixei o seu anel de noivado sobre a mesa. Eu a beijei delicadamente e sai.
- Oi, a minha mulher está lá em cima – Disse para a recepcionista quando cheguei ao saguão do hotel – Você pode ligar para ela às dez da manhã? E mande o café da manhã para o quarto, ok?
- Sim, senhor – Ela disse, pegando as minhas informações.
Corri até o aeroporto e comprei meu ticket para Vegas.
Em algumas horas estaria de volta para minha mulher e todos os meus problemas estariam resolvidos. Assim esperava.
I know sometimes, people say it'll be all right but I have to think, it's not that way in her mind and everything's not fine, so don't tell her it takes time.
Chapter nine: Daisy
Meu telefone deve ter tocado quinhentas vezes, mas eu estava decidida a não atender . Ele finalmente decidiu me mandar uma mensagem e eu não resisti ao impulso de ler.
Certo ,
Eu não to entendendo nada, achei que ontem a noite tinha sido legal.
Enfim, eu to tentando te explicar o que aconteceu comigo nesses últimos tempos.
Última chance?
Eu não queria dar bola para , mas eu o amava e é obvio que daria mais uma chance ao nosso relacionamento, desde que ele me explicasse racionalmente o que acontecera nessas últimas semanas. Respondi a mensagem e ele pediu para que eu fosse encontrá-lo no hotel e eu fui.
Cheguei ao quarto dele e uma garotinha loira estava maquiando .
- ! – Ele falou surpreso, tentando tirar o batom da boca, mas acabando por borrá-lo até a bochecha.
- e... criança.
- Essa é a Daisy – Ele falou, pegando a menina no colo – Minha filha.
Eu imediatamente tive vontade de socar aquele filho da puta até que ele morresse, mas acho que seria traumatizante para a criança ver seu pai morrer desse jeito.
- Eu posso explicar. – ele continuou – Certo, não há maneira de ser gentil quanto a isso, a verdade é que alguns meses antes de você entrar na minha vida, eu me casei com Crystal e há três meses eu conheci Daisy, que ela diz ser minha filha.
- Como? – Perdi o fôlego – Você é casado...
- Eu posso—
- Ela se parece muito com você. – Eu o interrompi.
- Eu sei...
- E quem é Crystal?
- A mãe dela.
- Essa parte eu entendi, sabe. Quero saber da onde você a conhece, desde quando vocês são casados e o mais importante, por que você não me contou tudo isso antes?
- Bom, eu realmente achei que o que acontece em Vegas fica em Vegas, não sabia que aquele casamento seria de verdade, sabe, quer dizer, Pat casou com uma lagosta naquela noite! Eu achei que seria engraçado sabe, casar com uma stripper.
- Como? A mãe dessa garotinha é uma stripper?
- É... Crystal Fierce, se você quer o nome de guerra todo.
Eu juro que tentei ficar brava com ele, porque afinal, ele não me contou do seu casamento, nem de sua filha, mas de um jeito muito estranho, toda aquela história me era muito familiar.
- Você ainda é casado? Você ficou comigo esse tempo todo, sendo casado?
- Hoje saiu a anulação do casamento. , eu não tinha ideia sabe? Ela veio me procurar a três meses atrás e me contou tudo, eu to tentando desfazer essa bagunça desde então.
- Bom para você.
- Você não está brava?
- Claro que estou, eu te mataria se pudesse. – Disse.
- E por que não o faz?
- Isso não mudaria o que você fez, né?
- Estou com fome, papai. – A pequena Daisy se manifestou.
- É pra ela que eu vou em todos os meus dias de folga, é nela que eu tenho pensado ultimamente, então desculpe por deixar você de lado, mas essa princesinha precisava de um pouco de amor. – Ele falou, dando um pouco de salada de frutas para a pequena.
- Você vai fazer algum teste de DNA ou algo assim? – Perguntei.
- Não... Não é necessário, quer dizer, ela é a minha cara. , eu quero que nós continuemos juntos, quero que nos casemos e quero que tudo dê certo entre nós, mas não posso abandonar Daisy. Ela não tem nada a ver com isso e Crystal a trata como se fosse um cartão de crédito, a certeza que vai ter alguma pensão ou algo assim. Eu quero reconhecer Daisy como minha e pedir a guarda total dela. Eu não vou deixar essa garotinha nas mãos de Crystal.
- , querendo ou não, ela é a mãe de Daisy, você não pode afastá-las assim, ela precisa de uma mãe.
- Acredite, Crystal não vai ligar, ela só me procurou para falar da existência de Daisy porque foi contratada para trabalhar em um cassino em um cruzeiro e não aceitam crianças lá e – Ele olhou para a garotinha e depois para mim – Você seria uma mãe bem melhor.
- ...
- Eu sei, é mais do que eu posso pedir para você aceitar, voltar para Phoenix, voltar para mim e abrir espaço pra mais uma garotinha, eu sei que é demais, mas eu sei quanto amor você tem ai dentro.
Eu não sabia o que fazer, tudo parecia tão fictício. Coloquei o anel de volta na mesa onde havia posto mais cedo.
- Preciso de um tempo para pensar, , são coisas demais pra assimilar. – Disse enfim.
- Tudo bem, eu tenho que ficar até o fim da semana para sair o resultado do pedido de guarda, então se quiser conversar, sabe onde me encontrar. – Ele falou sorrindo – Quer dizer, nos encontrar.
- Certo – Acenei afirmativamente com a cabeça. Beijei o topo loiro da cabeça da pequena Daisy e, instintivamente, beijei os lábios de . – Desculpa.
- Imagina – Ele disse sorrindo.
Entrei no táxi e muitas coisas se passavam pela minha cabeça, nada parecia muito certo.
- Para onde vamos?
- Conhece o Cherrybomb Café?- Disse sem pensar.
- Claro – O taxista respondeu.
Quinze minutos depois, estava na frente do café, entendi porque o taxista não teve problemas em chegar ao local, estava cheio, com certeza era popular. Tive minhas dúvidas se realmente encontraria Thomas aqui, mas o cheiro de torta quentinha era convidativo.
Sunlight, sunshine, all for you my Daisy. We're getting this before you leave, all for you my Daisy.
Chapter ten: Listen to your heart
Quando finalmente cheguei ao balcão, vi que não teria dificuldade nenhuma em encontrar Thomas. Ele estava bem ali, do outro lado do balcão.
- – ele disse assim que me viu – Finalmente veio cobrar aquele café?
- Cappuccino, se não for pedir demais – Eu disse, sorrindo.
- Sem problemas, saindo – Ele disse – Você não quer se sentar? Eu te encontro.
Achar uma mesa livre não foi uma tarefa fácil, mas achei uma pouco antes de Tom aparecer com uma bandeja com nossos cafés e bolinhos.
- Blueberry, acabaram de sair – Ele disse sorrindo.
- Agora eu sei da onde te conheço – Falei batendo em minha própria cabeça, tudo fazia sentido – Você ganhou o prêmio de melhor café do país pela Gourmet Magazine, não foi? – Ele não era um funcionário do café e sim o dono.
- Sim – Falou modesto – E você foi a jovem prodígio que ganhou o premio de chef revelação.
- É – Sorri.
- Quem diria... Mas me diga, o que te traz aqui?
- Eu só preciso de um bom cappuccino, bolinhos de blueberry e uma conversa boa.
- Temos tudo no cardápio, por um preço especial hoje – ele sorriu – Bom, eu tenho um curso de psicologia abandonado, se você quiser desabafar.
- Por que você acha que eu tenho algo para falar? – Eu disse.
- Porque você não para de tocar seu dedo anelar, onde provavelmente tinha um anel que não possui mais, mas que te deixou uma marquinha na pele.
- Nossa, você é bom – Disse surpresa, eu era tão fácil de ler?
- Acredite, você não é fácil de ler, mas eu presto muita atenção nos detalhes.
- Bem – Eu hesitei, mas que diabos, falar com conhecidos não seria mais fácil – meu noivo estava estranho e distante há meses, então eu decidi desmanchar o noivado e cancelar meu casamento quatro meses antes da data e voltar para Chicago, foi ai que nos conhecemos – Lembrei-o – E hoje ele me diz que todo o afastamento foi causado por uma ex-mulher que eu não conhecia e uma criança, que ele próprio não conhecia até três meses atrás, apesar da garota já ter uns quatro anos, e ele quer que eu simplesmente aceite a filha dele com outra como se isso fosse fácil.
- Nossa, isso realmente é interessante – Ele disse, como se estivesse me analisando – Mas a única pergunta que importa é: o seu amor por é grande o bastante para passar ileso a isso?
- Eu não sei.
- Não é você quem tem que saber, é seu coração, escute-o.
Eu baixei o olhar, não sabia o que eu deveria estar ouvindo.
- Não vai ser de uma hora para outra, você precisa de tempo e ouvir com atenção, mas quando escutar, não terá duvidas.
- Obrigada, Tom. – Sorri.
- De nada, , quando precisar... Bem, eu queria ficar aqui e conversar, mas o fim da tarde faz o movimento aumentar aqui, tenho que ir. – ele se despediu – Prometa que vai voltar?
- Pode deixar – Sorri para ele. Terminei de comer e fui para a casa. Chamei Chelsea e contei para ele e meus pais tudo o que havia acontecido.
- Então o que você vai fazer? – Minha mãe perguntou.
- Ouvir meu coração, eu acho. – Disse sem tanta certeza – Quer dizer, parece o melhor a se fazer.
- Seja lá qual for a sua decisão, estamos do seu lado – Chelsea disse sorrindo e me confortando.
- Eu só preciso de um tempo pra organizar minhas ideias no lugar - Eu esperava estar fazendo a coisa certa para variar.
Don't listen to the world, they say we'll never gonna make it. Don't listen to your friends, they would've never let us start. And don't listen to the voices in your head, listen to your heart.
Chapter eleven: Everything I ask for
’s POV
Dois dias depois
Eu sabia que havia falhado com mais vezes do que suportava admitir, mas estava tentando fazer a coisa certa agora.
Eu simplesmente não podia abandonar Daisy, que era minha filha, mas também não viveria sem . Esperava que contando toda a verdade, ela não me faria ter que escolher entre as duas e viveríamos felizes. Eu sei que é uma responsabilidade imensa cuidar de uma garotinha de quatro anos, mas Daisy era incrível. só precisaria de algum tempo para ver isso também.
- Vamos dar uma volta, Daisy?
- Sim, papai – Toda vez que ela me chamava de papai eu tinha certeza que não ficaria longe dela nem por mais um minuto. Eu sei, eu era aquele cara que dizia que nunca teria filhos, mas aquela garotinha havia me desarmado, eu estava caído por ela, totalmente.
Fomos até o Lincoln Park Zoo e a pequena Daisy não parava de sorrir e apontar para todos os bichos. Uma hora depois, ela estava exausta e eu a carregava em meus braços, voltando para o hotel. Chegamos ao quarto, ela dormia com a cabeça no meu ombro e eu tentava abrir a porta. Assim que entramos, Crystal estava sentada na minha cama.
- – Ela falou sorrindo, enrolando o seu cabelo descolorido em seu dedo indicador.
- O que você faz aqui? – Eu deitei minha filha na cama.
- , querido – Ela passou a mão pelo meu peito e apertou meu ombro – Eu vim ver o meu maridinho e minha filha.
- Crystal, primeiro, o nosso casamento foi um erro e só existiu de fato por algumas horas, eu não sou seu maridinho. Segundo, no que depender de mim, você nunca mais terá a guarda de Daisy, então nos deixe em paz.
- Eu estava pensando que talvez nós pudéssemos resolver isso, e ser uma família! –Tudo nela parecia tão falso, principalmente seu sorriso – Quer dizer, aquela sua namoradinha não vai voltar pra você, vai? Não depois de saber que você foi casado por anos com uma stripper e tem uma filha com ela.
- Você tira as coisas do contexto mais rápido do que tira a roupa, Crystal – Eu não acreditava no que ela estava dizendo – Vá embora – Eu só queria aquela mulher longe da minha filha, fora de nossas vidas – Você não tem um cruzeiro pra embarcar ou algo assim?
- Eu posso ficar, se você quiser...
- Não, não quero – Eu abri a porta do quarto – Agora saia.
- Você é um idiota, – Ela abriu a sua bolsa e tirou um envelope dobrado – Pronto, ela é toda sua. Eu tenho certeza de que quando você estiver sozinho, sem ajuda de ninguém, vai se arrepender disso – E me estendeu o envelope, saindo.
Eu sentei na cama, ouvindo o leve ressonar de minha filha, não consegui não sorrir.
Abri o envelope e me segurei para não gritar. Crystal abrira mão da guarda de Daisy, finalmente eu podia voltar para Phoenix, voltar para a minha vida.
Everything I ask for and so much more.
Chapter twelve: Untangle me
me mandou uma mensagem, perguntando se podíamos jantar e eu estava resolvida a falar o que eu tinha decidido. Eu me arrumei e fui encontrá-lo no hotel. Cheguei ao seu quarto e ele estava colocando um pijama florido em Daisy.
- – Ele falou sorrindo. Pegou a filha no colo e veio até mim. Ele me beijou demoradamente na bochecha e a garota me deu um beijo estralado, seguido de risadinhas.
- Oi – Eu sorri depois da recepção calorosa – Daisy não vai conosco?
- Ai, estou atrasada, desculpa gente – Chelsea surgiu atrás de mim.
- Eu pensei que hoje seria melhor nós dois irmos sozinhos, para conversar sobre tudo, então a Chelsea topou olhar a Daisy por algumas horas – coçou os cabelos, explicando toda aquela situação.
Finalmente chegamos ao restaurante, no caminho todo eu fiquei repassando o que queria dizer, mas nada parecia fácil de dizer.
- – falou, quebrando o silêncio entre nós dois. Aquele jantar me lembrava do ultimo que havíamos feito em nossa antiga casa, mas dessa vez estávamos dispostos a por para fora tudo o que estava guardado – Eu sei que eu deveria ter falado sobre Crystal, sei que não é fácil o que eu estou te pedindo, mas o que você acha da ideia? De voltar pra nossa casa, ter a nossa família, tentar fazer tudo dar certo.
- Eu podia mentir, dizer que o que eu sinto por você é o suficiente pra ir até o inferno e voltar, mas por mais que eu te ame, eu sou um ser humano, tenho limites e eu não sei até onde eu posso ir até que seja necessário que eu vá, entende? – Eu me atropelava em minhas próprias palavras. Eu sabia que aquilo tudo estava soando errado, mas continuava a me ouvir, mesmo se eu estivesse disposta a quebrar seu coração – O fato é que eu não planejava tudo isso, seu casamento, sua filha, nosso casamento se transformando em você querendo que do nada eu vire a mãe de uma garota de quatro anos que eu acabei de conhecer, você entende?
- Claro – baixou o olhar.
- Eu demorei tanto tempo pra acreditar que nós dois realmente éramos de verdade sabe? Que realmente iríamos fazer isso dar certo.
- E eu traí a sua confiança.
- Exatamente! E sabe o que mais me deixa chateada? É que você passou por tudo isso sozinho, quando eu poderia estar do seu lado, te apoiando!
- Eu achei que ia ser pior, eu só tentei te preservar de tudo isso...
- E sabe o que é pior do que isso tudo? Eu tentei tanto te odiar e quis mesmo te socar, mas eu não consigo. Simplesmente não consigo imaginar como seria te deixar.
- Isso quer dizer que você vai voltar para Phoenix comigo? – O olhar dele se iluminou, mas ele ainda não sorria, receoso do que eu poderia dizer.
- Sim – Eu falei sorrindo – Se você prometer não esconder mais nada de mim.
- Nunca mais – Ele sorriu e colocou a mão no bolso, retirando meu anel de noivado – Então, você se importa de voltar a usar isso?
- Claro que não me importo – Eu falei e ele pôs o anel no seu lugar adequado e beijou minha mão.
- Então não precisamos cancelar as coisas? – Ele fez uma careta fofa.
- Não, não precisamos – Dei uma risada boba e ele me seguiu.
Eu não sei descrever a sensação que me invadia naquele momento, era um misto de felicidade com nervosismo e receio de estar fazendo a escolha errada, mas era , eu estava disposta a tentar. Quer dizer, o que mais poderia dar errado?
And maybe for the first time you’ll get the best of me. The part that isn’t broken like before, the man I’m not afraid of anymore.
Chapter thirteen – We all roll along
Eu estava olhando pela janela do carro, sentada no banco de trás, com Daisy adormecida em meu colo. estava no banco do carona enquanto dirigia, eles conversavam, mas eu não prestava atenção. Olhava para Phoenix como se nada houvesse ocorrido nessas semanas que se passaram, como se tudo tivesse sido um grande sonho estranho e que eu finalmente estava acordada.
O carro parou em frente a casa de . saiu do carro, para ocupar a posição de motorista.
- Estou feliz que você está de volta, – falou antes de descer, me fazendo tirar os olhos do vidro.
- É bom estar de volta – Falei sorrindo e ele desceu. e se abraçaram e eu o ouvi falar para não estragar tudo dessa vez, fazendo rir.
Já estávamos de volta há uma semana e confesso que estava me divertindo bastante comprando coisas com Daisy, o quarto dela já estava completo e o armário cheio de roupas novas. Ela era uma gracinha e nós três passávamos bastante tempo juntos. Óbvio que eu ainda não ocupava a figura maternal na vida dela e nem ansiava pelo mesmo, mas havia tomado uma decisão e a garota não tinha culpa de nada.
Eu ainda não tinha visto os garotos nem e achou uma boa ideia fazer algo em nossa casa para que eles pudessem conhecer Daisy. Eu estava tranquila, apesar de faltar somente dois meses e duas semanas para o nosso casamento e parecia que o que podia dar errado já havia dado, então eu ia relaxar e aproveitar (sem falar que a melhor coordenadora de casamentos do Arizona havia sido contratada para cuidar de tudo, eu não estava preocupada).
- Certo, eu tenho que ir ao alfaiate para fazer a primeira prova do fraque e depois volto para preparar as coisas...
- Combinado, eu também tenho que fazer a última prova do meu vestido e vou aproveitar para comprar o vestido de Daisy. Se precisar de qualquer coisa, me avise.
Liguei para , não falava com ela desde quando havia chego em Chicago, semanas atrás. Ela topou ir comigo para fazer a prova e conhecer a pequena Daisy. Nos encontraríamos na loja mesmo, porque ela estava longe de casa.
Daisy e eu estávamos comendo bolo de casamento e tomando suco de maçã quando chegou. Eu não sabia muito bem como encarar tudo isso, era como se eu me sentisse enganada por todos, não só por , então não pude evitar em olhar para me perguntando o quanto ela sabia de tudo isso.
- Você deve ser Daisy – Ela disse, acariciando os cabelos da garota – – Ela me abraçou – Você está bem?
- Sim...
- Olha, eu não fazia ideia do que estava acontecendo, me contou sobre isso tudo no dia em que você foi embora e ele nem fazia ideia da existência da criança – Ela se adiantou.
- Tudo bem, – Sorri.
- Nunca achei que eles seriam tão idiotas!
- Uma stripper, uma lagosta, o que eles estavam pensando? – Rimos – Bom, eu vou colocar meu vestido!
Eu podia ouvir as duas conversando enquanto tentava entrar no vestido. Alguns momentos depois, estava vestida e louca para sair do provador e ir me ver no espelho. Voltei para onde as duas estavam e me virei para os espelhos, ficando de costas para elas. Depois de alguns minutos me admirando, tornei a ficar de frente para as duas.
- E ai, o que acharam?
- Você está linda – tinha lágrimas nos olhos, o que me fez sorrir.
- E o que você acha, Daisy? – Pisquei para a garotinha que acenou com cabeça vigorosamente, concordando com .
- Você está radiante – disse – Tem algo diferente, não?
- Sim, eu ajustei a cintura e--
- Não – Ela me interrompeu – Você está diferente, cheia de alegria. Perai! – Ela levou as mãos à boca – Você está grávida, não está? Dizem que as mulheres ficam assim quando estão grávidas!
- , eu não estou grávida – Falei rindo.
- Você tem certeza?
- É, é bom ter certeza – A costureira que verificava os ajustes se meteu na conversa – Porque ele esta no tamanho certo, mas se você ganhar barriga, não vai entrar em você...
- Eu não estou grávida, ok? Tenho certeza – Rolei os olhos, rindo da imaginação fértil de .
- Certo, aqui está tudo pronto – A costureira disse.
- Eu vou tirar o vestido e nós podemos voltar para casa, tudo bem? – Falei com Daisy que concordou.
- Eu vou passar em casa e depois vou para a sua com o – sorriu – Tenho que ir, você precisa de alguma coisa?
- Não, obrigada por ter vindo – Nos abraçamos e ela tinha aquele olhar de quem iria aprontar alguma coisa, típico dela.
Horas depois, descobri que conhecia mesmo e ela de fato havia aprontado algo. Estávamos no banheiro da suíte, que era bem amplo e ela estava falando pelos cotovelos e eu não entendia nada.
- Então, ai eu pensei, como ela pode ter tanta certeza que não está grávida? Ninguém além das freiras e mulheres na menopausa tem absolta certeza, ai passei na farmácia e comprei esses testes de gravidez – Ela abriu a bolsa e retirou duas caixas.
- – Eu ria – Isso é tão desnecessário, eu tenho certeza absoluta que não estou grávida.
- Ah, vamos, vai ser divertido, eu nunca fiz esses testes antes, vamos? – Para ela tudo era uma grande brincadeira.
- Você vai fazer também? – Perguntei rindo, começando a achar engraçado tudo aquilo.
- Eu comprei esse – Ela levantou uma caixa nada discreta rosa Pink – E depois que eu li que tem 90% de precisão, ai descobri que esse – Levantou uma caixa azul – Tem 99,9% de precisão e comprei. Você que é a possível grávida radiante, faz o de mais precisão, eu que sou o seu apoio emocional, faço o outro.
- Certo, mas é só para você parar com esse papo que estou grávida.
Fazer um teste de gravidez é muito mais fácil nos filmes do que na vida real. Eu tinha certeza que erraria o alvo e acabaria por molhar minha própria mão, mas felizmente deu tudo certo. passou pelo mesmo processo e ficamos sentadas, em lados opostos do banheiro, por 10 minutos até o exame nos dar o resultado.
- Ah, ligou, pediu desculpas por qualquer confusão que ele pode ter causado.
- Você tem que me lembrar de ligar para ele! Ele não tem com o que se desculpar, não foi culpa dele.
- Dez minutos, , hora de verificar os resultados.
- Ok – Olhei para o teste – Eu disse, um risco.
- Um risco? – olhou o seu teste e sorriu para mim – Um risco! Eu disse, você está grávida!
- ... – Eu tentava falar, mas ela pulava em mim, me abraçando e dizendo que ela conseguia prever essas coisas, que ela que tinha adivinhado que sua prima estava grávida e mais coisas que não fizeram muito sentido envolvendo um cara estéril que na verdade não era – , um risco significa que não estou grávida – Quase gritei para que ela pudesse me ouvir de tão eufórica que estava.
- Não, um risco significa gravidez – Ela pegou a caixa do teste – Dois riscos... – Ela pegou a caixa do seu teste e atônita, lia as caixas.
- Eu não estou grávida – Disse, mas ela nem parecia mais me ouvir.
- Certo – Ela falou – Esse teste só tem 90% de precisão.
- 99,9%
- Estou falando de mim – Ela me mostrou o teste dela. Dois riscos.
Just don't forget this, we won't regret this, we've got one chance to get it right
Chapter fourteen: Saving Grace
’s POV
Horas antes
Eu estava dirigindo até o alfaiate, quando passei pelo restaurante em que levei no nosso primeiro encontro. Nós já tínhamos nos visto dezenas de vezes, mas naquele restaurante foi o primeiro encontro de verdade, foi quando eu já me perguntava se estava querendo um relacionamento mesmo com ela e foi quando, segundo a própria, já me via totalmente como um cara normal e não um quase-rockstar. Fiz a reserva em um restaurante italiano, porque sabia que era o tipo de comida favorita dela. Recordo que tinha ficado surpreso comigo mesmo por lembrar que ela tinha dito isso, eu era horrível para absorver informações, mas não tinha dúvidas que ela comentou que poderia viver a base de comida italiana para o resto da vida. Depois que eu descobri, a comida italiana que ela se referia era pizza de pepperoni.
Eu ria no carro, lembrando-me de como nós éramos jovens e achávamos que éramos invencíveis naquela época. Agora estava pronto para casar com aquela mulher, passar o resto da vida à base de pizza de pepperoni e vinho barato se fosse preciso.
A prova no alfaiate foi rápida. Eu me perguntava se tinha tanta curiosidade em me ver daquele jeito como eu tinha em vê-la de vestido de noiva. Eu não fazia ideia de como era o modelo, ela só tinha me dito que ele era bonito. Nem subornando consegui qualquer coisa além de “deslumbrante” ou algum adjetivo vago, coisa assim.
Voltei para a casa, esperando encontrar e Daisy, mas elas ainda não estavam lá. Comecei a preparar o almoço para sete e meio quando elas chegaram. Logo a casa estava cheia e eu exibia Daisy para os rapazes.
- E o que vocês fizeram hoje? – Perguntei para minha filha, ainda a exibindo para os garotos.
- Comemos bolo de chocolate com amora, suco de maçã, tinham muitos vestidos lá – Ela falava colocando as mãos em meu rosto.
- E como é o seu vestido?
- Ele é de princesa! – Ela quase gritou de tanta empolgação.
- E o de ? – Quem sabe ela me daria alguma informação.
- Ele é muito bonito, é... – Ela arregalou os olhos e riu – Não! A disse que é uma surpresa pro papai!
- Ih , é melhor você desistir, cara – me deu tapas no ombro.
- E o que mais vocês fizeram?
- A moça disse que a está grávada e a gente veio para casa.
- Grávada? – perguntou – Ou grávida?
- Hm... grávida! - Eu coloquei Daisy no chão.
- ! – Berrei, chamando-a. Estava começando a suar frio e estava ansioso, onde diabos ela estava?
- O que foi? – e surgiram e só de olhar para elas, nós sabíamos que algo estava acontecendo.
- Nada, a Daisy aqui estava contando do dia de vocês e disse que – Eu dei uma risadinha nervosa – Bom, ela disse que você está grávida.
- Ah, isso, bom, foi uma ideia doida de , mas não, não estou grávida. Até fizemos esses testes de farmácia. Você pode ter 99,9% de certeza que não vai ser pai. De novo. – Ela emendou.
- Então por que vocês estão com essas caras? – perguntou.
- Bom, parecia engraçado, sabe? Fazer um teste de gravidez, então eu fiz e bem, aquele site tinha mesmo dito que eu estava radiante – sorria, mas ninguém entendia nada do que estava acontecendo – Tudo bem, são 90% de chances, mas acho que é satisfatório, certo? Eu não sei, mas é um resultado confiável, não é?
- Amor, do que você está falando? – se aproximou de .
- Dois riscos – Ela falou, com lágrimas nos olhos – Eu to com 90% de chances de estar grávida – Ela riu e as lágrimas rolaram por seu rosto. Os dois se beijavam e riam um para o outro, ignorando totalmente a nossa presença. Eu abracei os dois, dando inicio a um abraço grupal (e choroso da parte de , e ).
I walk the tight rope, you're my way home, you're my backbone, you'll always be here right beside me
Chapter fifteen – Some Days
’s POV
Dois meses e duas semanas se passaram desde que eu havia feito o exame médico que confirmou o que o teste de farmácia havia dito. Então todos nós estávamos no meio daquele caos emocional casamento + filha secreta do + minha gravidez inesperada, mas tudo corria bem. Éramos como uma família gigante e sempre fora assim, os meninos eram generosos o suficiente para abrir os braços pra quem quer que se junte ao grupo.
- , vou buscar a Daisy e e iremos para o SPA, você tem que levar o para o hotel, não esqueça da hora, certo? – Falei, enquanto amarrava o cabelo em um rabo de cavalo.
- Certo – Ele ainda estava na cama, me olhando com uma cara de sono, me deu um sorriso fofo e piscou para mim. Eu o beijei levemente e peguei meu carro, indo para a casa de e .
Foi Daisy quem abriu a porta para mim, estava cantando em algum lugar do andar de cima e estava correndo pela sala.
- Eu não sei onde coloquei meu celular e eu não sei o que vestir e simplesmente não vou chegar a tempo para o meu próprio casamento!
- – Eu falei calma, segurando minha amiga pelos ombros – Você me deu seu celular ontem, para que ninguém te incomodasse no seu dia, lembra? – Ela afirmou com a cabeça – E você vai vestir o seu vestido de noiva, lembra? – repetiu o gesto – Agora são oito da manhã e só Deus sabe como todos nós estamos acordados, então tenho certeza que você vai ficar pronta até às sete da tarde. Você está pronta para ir?
- Não, eu tenho que falar com antes – O rosto dela se iluminou e ela correu escada acima para falar com ele. sempre falava que eu e éramos chatos de tão grudentos, mas na verdade era muito bonito de ver o amor dela e o de . A maneira como eles construíram o relacionamento deles, a maneira que reconstruiu a confiança perdida, o modo como eles se olhavam, se tocavam, cada gesto era repleto de amor, de carinho. Sempre que nós saímos para beber, reparo que em certo momento eles ignoram todos nós e ele sussurra algo no ouvido dela que a faz rir e eles ficam de segredinhos e risadinhas até que alguém fale diretamente com algum deles. Pode parecer bobagem, mas eu sempre quis saber o que ele diz para ela, o que a faz sorrir tanto.
e estavam de volta e ele estava fazendo exatamente isso, sussurrando no ouvido dela, que dava risinhos bobos.
- Certo, desde o primeiro dia que nós saímos juntos eu quero saber o que você tanto fala para ela – Disse, com o dedo apontando para os dois.
- É segredo – Ele disse com aquele sorriso frouxo dele e sorriu.
- Ok, vamos logo, tenho que ficar pronta para um casamento hoje! – Disse, pegando a bolsa de Daisy e caminhando para a porta – Vamos, Daisy.
- Tchau, papai – Ela abraçou as pernas de , que a levantou e ganhou um beijo na bochecha. Ela logo correu até mim e fomos para o carro, seguidas por .
- Essa ideia de ficar alguns dias dormindo separados para tornar a noite de núpcias especial foi muito idiota – resmungava enquanto eu dirigia até o Royal Palms.
- A ideia foi sua, amiga – Eu falei.
- Eu sei, por isso que ela foi muito idiota!
- Certo, você tem que relaxar, – Eu falei, entrando no estacionamento do SPA – Você vai aproveitar as massagens e todas as coisas legais que vamos fazer hoje, depois você vai se casar, nada demais, e se tudo der certo, você vai ter uma noite boa com o seu marido.
- Eu to tentando ficar calma, mas todas as coisas que podem dar errado estão me consumindo.
- , sério, relaxe, no meu casamento eu estava quase perto de explodir de nervoso e a prima de me falou que ela tinha ficado tão estressada no casamento dela que na noite de núpcias ela caiu na cama e dormiu de tão esgotada que estava. Você não quer dormir, quer?
- Não! – Eu podia ver o desespero nos olhos dela enquanto caminhávamos para o saguão do prédio principal.
- Então toda vez que o pânico tomar conta de você, pense que tudo isso é para mais tarde você se dar bem com o seu marido – Falei piscando.
- Normalmente eu não preciso de tanto esforço para tirar as roupas de . – Ela disse, me fazendo rir.
- Relaxe, nada vai dar errado, hoje é o seu dia.
Entramos no SPA e logo fomos encaminhadas para o vestiário, onde trocamos nossas roupas por confortáveis roupões felpudos com nossos nomes bordados neles. Estávamos preparadas para horas de relaxamento e embelezamento antes do casamento de , então deitamos nas mesas de massagens e relaxamos. Quer dizer, tentamos. Assim que a massagem começou, uma mulher com os cabelos descoloridos demais e a pele laranja demais devido ao mau uso das máquinas de bronzeamento artificial entrou, Daisy saiu em disparada em sua direção, chamando-a de mamãe. Os meus olhos foram diretamente para o roupão dela, onde lia-se ‘Crystal’ bordado.
- Daisy? O que você está fazendo aqui? – Ela afastou a criança e olhou para nós – Ah, explicado. Bom, isso é muito constrangedor. – Crystal tinha um sorriso mais falso que suas lentes de contato azuis – Nunca fomos apresentadas, mas sou Crystal, mãe de Daisy e ex-mulher de – Ela acrescentou, como se não soubéssemos que seu casamento com nunca passou de uma noite regada a litros de álcool.
- Você não deveria estar em um navio, muito longe da costa? – Eu disse, já que estava atônita, olhando para Crystal como se ela tivesse uma doença altamente transmissível.
- Pois é, mas eu tive um fim de semana de folga, o navio está atracado e uma amiga conseguiu esse bico pra mim em uma despedida de solteiro aqui no hotel, então cá estou eu – Assim que ela terminou a frase, tudo se encaixou. A despedida de havia sido na noite anterior, no hotel do Royal Palms, a presença dela aqui não era uma coincidência, ela sabia que estaríamos aqui hoje.
- Bom para você, não é? – Usei todas as minhas habilidades de atriz e tentei ser cordial, mas aquela vadia me tirava do sério – Vamos indo, ? Eu ouvi dizer que eles têm uns drinks muito bons aqui.
- Certo – A voz de saiu falhada – Vem, Daisy – Ela pegou a pequena pela mão, que não ofereceu nenhuma resistência em deixar a mãe, e fomos para o bar.
- Eu não acredito nisso, o que ela está fazendo aqui? No dia do MEU casamento? Eu quero matar aquela desgraçada, por que ela está fazendo isso comigo? E por que não me disse que ela estava na despedida dele? Eu quero que os dois se explodam! – estava tomando seu segundo ou terceiro Black Russian e parecia soltar fogo pelas ventas.
- , se acalme, lembre da noite de núpcias... – Falei, olhando para Daisy que estava alheia a tudo o que ocorria enquanto brincava com mais algumas crianças na piscina infantil.
- Noite de núpcias? vai ser ter muita sorte se algum dia eu voltar a olhar na cara dele novamente, isso sim!
- Acredito que tem uma explicação racional para tudo isso, você não precisa se estressar a toa, me deixa ligar para e descobrir tudo o que aconteceu ontem a noite, pode ser?
- Tanto faz – Ela falou, virando o fim do drink.
- Chega disso pra você, não quer estar bêbada no seu casamento, quer?
- Que casamento, ?
- Certo, vou ligar para e você vá brincar com Daisy. Eu já volto.
A perfect waste of a perfect day, some days feel like chores. You get more than you bargain for, a heavy plate for one to undertake. I hate to say ‘I told you so’, but I just thought I’d let you know… Some days, they taste like lemonade
Chapter sixteen – Don’t give up on us
’s POV
- , seu celular tá tocando – jogou o aparelho pela suíte.
- Alô? – Ele atendeu meio sem jeito, com boca ainda com comida - É para você – Ele me estendeu o aparelho.
- E a regra de nada de celular hoje? – Protestou e eu hesitei – Eu escondi o aparelho dele a toa?
- Parece ser sério, é a – disse. Acho incrível como ele parecia ter medo de as vezes, ela era tão inocente, não sei o que ele temia.
- Hm, ok – Peguei o celular – Alô?
- , que diabos vocês fizeram ontem a noite? – Ok, eu retiro tudo o que disse, podia ser bem assustadora quando estava irritada, mas por que ela estava assim?
- Minha despedida de solteiro – Falei me achando meio idiota, ela sabia o que eu havia feito na noite anterior.
- Certo, querido – Ela falou sem nenhum afeto – Mais precisamente...
- Nós viemos para o hotel, bebemos bastante, jogamos pôker, comemos um boi quase inteiro, os outros caras vieram, voltamos para o bar, fez um discurso em cima de uma mesa, levei um banho de cerveja, vimos um jogo qualquer no bar, fomos para uma boate, fomos expulsos de lá, voltamos para nossas respectivas casas.
- E onde entram as strippers nessa história toda?
- Strippers?
- Você sabe, aquelas mulheres que tiram a roupa por dinheiro. Quantas tinham na sua despedida?
- Bom...
- Desembucha , eu sei de tudo.
- Como você sabe? Nós prometemos deixar isso só entre nós! Foi ? – Olhei para meu amigo do meu lado, mas ele parecia não fazer ideia do que eu estava falando com sua mulher.
- Então você achou que ia conseguir esconder isso? Você não prometeu a que não mentiria mais para ela? É assim que você a trata? Mentindo para a pobre coitada no dia do casamento de vocês?
- Eu não acho que ela vá se importar, ...
- Como é? Você acha que ela não vai se importar? Pois bem, ela se importa, e muito!
- Mas por quê? Não é como se eu estivesse traindo ela ou algo do gênero – Eu ri, aquilo tudo era muito idiota para ser de verdade.
- Você está rindo, ? Seu casamento acabando antes mesmo de começar e você está rindo? Pois saiba que seu segredinho ainda está aqui no SPA. Vimos Crystal logo quando chegamos aqui.
- Crystal? Você está me dizendo que Crystal está ai?
- Pois é, você acha que ela iria sumir depois de saber que você está casando hoje?
- Peraí – Coloquei os dedos na têmpora – Me deixa ver se entendi, Crystal está ai e contou a vocês que estava na minha despedida de solteiro ontem à noite?
- É... Quer dizer, ela não usou todas as letras, mas deixou isso claro.
- Onde está Daisy?
- Com , mas o ponto é que—
- , eu estou indo aí agora, por favor, não saiam daí, eu posso explicar tudo, mas tenho que ter certeza que Daisy e estão bem. Não se movam – Desliguei o celular e me virei para – Crystal está no SPA e ela disse que—
- Nós ouvimos – disse. – Vem, eu te levo até lá.
Don't you dare, don't you ever give up, don't you ever give up on us
Chapter seventeen – I’m sorry
havia me convencido de que ao menos deveria aproveitar o que o SPA tinha para oferecer, já que estava aqui e tudo estava pago. Estávamos seguindo o cronograma como se nada houvesse acontecido e mantinha minha cabeça cheia e eu lembraria de agradecer assim que esse pesadelo (anteriormente conhecido como casamento) acabasse.
Estávamos fazendo uma máscara de lama quando e apareceram. ganhou um beijo da filha que sujou sua bochecha de lama e ele veio falar comigo.
- Prestem atenção, a stripper na minha despedida era Max numa lingerie vagabunda e ele nos fez prometer que não contaríamos nada a ninguém. Não tinha nenhuma Crystal nem qualquer outra mulher lá – ele acrescentou num tom mais baixo, olhando para a filha que estava aplicando lama no rosto de – Vocês realmente acham que eu ia fazer isso? De novo? Na véspera do meu casamento? Eu pedi para verificarem, houve outra despedida de solteiro aqui, então vamos esquecer isso, certo? Temos um casamento para celebrar hoje – ele sorriu daquele jeito torto que me fazia derreter como sempre – O que você acha?
- Desculpe – eu tentava não chorar – Estou tão estressada, parece que tudo vai dar errado hoje, eu não sei como estão as coisas, se as flores chegaram, se o buffett está preparado, se foram buscar meus pais no aeroporto...
- Está tudo certo, amor – se aproximou de mim e me abraçou.
- Eu sempre achei que seria do tipo de garota que não liga pra essas coisas de casamento, mas eu só quero que tudo dê certo, sabe?
- Eu te amo – ele sussurrou no meu ouvido, me lembrando do que ele havia dito mais cedo, me fazendo rir mesmo com o rosto duro com a lama seca.
- Obrigada por ser tão incrível – eu falei.
- Bom, eu adoraria ficar e fazer uma manicure – falou, com o rosto todo cheio de lama – Mas tenho um casamento para ir hoje, então se vocês não se importam, tenho que ir me arrumar.
- Te vejo no altar? – me perguntou, como se fosse uma cantada barata.
- Sim, eu vou estar usando branco – falei entrando na brincadeira dele.
- E eu vou ter uma flor na minha lapela – ele piscou e saiu com .
- Tudo resolvido? – me perguntou e eu a abracei.
- Obrigada por ficar sempre do meu lado.
- É para isso que servem as madrinhas, não é? – ela riu e voltamos a deitar nas confortáveis cadeiras a beira da piscina.
- Acho que vou vomitar.
- , a grávida enjoada sou eu, você tem que relaxar – falou.
- Eu vou me casar em – olhei para o relógio na parede do quarto – Quer dizer, eu já deveria estar casando!
- Tudo bem a noiva se atrasar alguns minutos, tenho certeza que está bem.
- , seu telefone está tocando – Chelsea havia chego algumas horas antes, juntamente com minha mãe e vários dos meus amigos de Chicago, como ela também estaria no altar comigo, estava se arrumando conosco.
- Ah, é o – ela falou empolgada – Alô? Não, é claro que não fugimos! Estamos no hotel, acabamos de arrumar e estamos saindo nesse momento, chegamos em 15 minutos. Certo. Certo.
- O que ele queria? Está tudo bem? – mal esperei ela desligar o aparelho.
- Sim, só queria ter certeza que nós estávamos indo para lá. Pronta? Só para confirmar, temos algo velho?
- Os brincos que minha avó usou no seu casamento – disse.
- Algo novo?
- Bom, esse vestido.
- Algo emprestado?
- A sua pulseira de diamantes.
- Algo azul?
- A fita no meu buquê...
- Certo, podemos ir então – acreditava nessa superstição fielmente e não me deixaria casar se ela não estivesse cumprida.
- Ok, hora de casar então – falei.
I keep thinking of you, I hurt you again, I shouldn't lie tonight so the next few words are true. Never again, never again, no.
Chapter eighteen – Last chapter
No momento em que a marcha nupcial começou e eu vi , entendi porque ninguém havia me dito como o vestido dela era. Palavras eram insuficientes para descrever a beleza dela naquele momento. Assim que ela olhou para mim e sorriu, eu tive certeza de que era o homem mais sortudo do mundo. E ela seria minha para sempre.
--
- E eu chamo para dançar pela primeira vez como marido e mulher, e ! – Ryan disse e eu sorri e a peguei pela mão. Timidamente nós nos embalávamos ao som de I can’t wait (be my wife). Eu não conseguia evitar e cantava a música ao pé do ouvido dela, que dava as suas habituais risadinhas.
Ela era minha e não havia mais nada que eu poderia querer naquele momento. Fiz rodopiar, a tomei em meus braços e sorrindo ela aproximou os lábios dos meus. Continuamos a dançar – ou a nos balançar no lugar, como gosta de lembrar – e ela aproximou a boca ao meu ouvido.
- Gostou do vestido? – Ela sussurrou.
- Lindo...
- Mas...?
- Eu vou gostar mais de quando tirar ele de você – Sussurrei de volta e ela gargalhou.
A música acabou e fomos nos sentar com nossos amigos e Daisy.
- Eu estava lembrando-me de como foi que vocês se conheceram – Garrett estava com a gravata borboleta desfeita e os cabelos bagunçados – Naquela noite eu tive que dormir numa cama de armar no quarto de e .
- Aquela noite - riu, tomando champanhe – É um borrão meio estranho na minha mente, mas tenho certeza que foi incrível.
- Eu sei que parece estranho, mas toda vez que me lembro daquela noite, tenho mais certeza que foi naquele dia que decidi que você seria minha mulher.
Três anos antes...
- E você é nossa fã ou veio só para ver o Good Charlotte?
- Eu gosto bastante das duas bandas.
- E qual de nós é seu favorito?
- , eu já sou grandinha para ter um favorito, não acha? Aliás, a última vez que eu tive um favorito, foi o Zac Hanson, na época que eles cantavam Mmmbop.
- Sério? Eu sempre gostei mais do Taylor – Ele falou sério.
Ficaram em silencio, ela encarava o copo vermelho, cheio de cerveja quente em suas mãos, com um sorriso bobo no rosto, enquanto ele procurava os olhos dela com os seus.
- Qual o seu nome? – falou só para fazê-la olhar para ele, já tinha ouvido uma amiga chamar por ela antes, sabia qual era o seu nome.
- Ah, ... para os amigos.
- Bom, – Ele frisou o apelido dela – Eu tenho que ir... Você quer subir comigo?
- Não vai dar , mas você pode chamar uma das groupies ali – Ela acenou com a cabeça, apontando para o grupinho de garotas com saias minúsculas que cercavam Garrett e comiam à distância com os olhos, invejando .
- Ah, não – Ele levou a mão à testa – Não, não é isso – colocou as mãos nos ombros de – Desculpe se passei essa ideia, eu só queria continuar a conversa, só isso, eu juro.
Ela olhou em seus olhos e algo a dizia que ele estava sendo sincero. Sorriu e deu de ombros, mesmo que não estivesse sendo, que mal faria uma noite com ?
- Certo, mas só porque eu preciso ir ao banheiro e quero tomar algo que não seja cerveja barata e quente.
Duas horas depois, no quarto de e :
- Aí levamos a lagosta para o restaurante e eles a cozinharam para nós.
- Eu não acredito! – gargalhou. Ela e estavam sentados na cama dele, rodeados por garrafinhas de bebidas vazias e batatas Ruffles.
- E nós a jantamos!
- Nãããão! Vocês comeram a mulher do !
- Sim, sim, oh, isso soa tão errado! – Ele ria, totalmente bêbado.
- Ela casou e ficou viúvo na mesma noite – estava no mesmo estágio que o garoto – E ainda viu todos seus amigos comendo sua mulher! Pobre ... E a sua esposa stripper, onde estava?
- Fugimos dela logo depois do casamento .
- Ela não era mulher para você – Ela deu tapinhas de consolação no ombro dele.
- Foi bom enquanto durou. As minhas melhores duas horas como um homem casado – Ele falou saudoso.
- Falando sério, você pensa em casar de verdade ou a vida na estrada com uma mulher em cada cidade é mais empolgante?
- A vida de rockstar não é tão glamurosa assim – Ele falou meio amargo - Quando a mulher certa aparecer, é com ela que eu quero ficar.
- E onde ela está?
- Eu não faço ideia! Por aí, pode ser você...
- Isso é uma proposta? – Ela piscou, brincando.
- Só se você aceitar...
- Pergunte direito, !
- Certo, certo – Ele tentou ficar sério, em vão – Você, ...
- .
- , aceita se casar comigo?
- Sim! Não que eu vá me lembrar disso amanhã – Ela riu.
- Não foi esperto misturar tantas bebidas, né? Enfim, eu nos declaro marido e mulher – Ele fez um brinde com uma garrafinha de Gim.
- Pode beijar a noiva – Ela disse e ele o fez.
Realmente nenhum dos dois se lembrou daquela conversa na manhã seguinte, mas tudo parecia tão certo, que continuaram juntos. A verdade é que nunca escondera nada de e ela nunca teve duvidas de que ficaria com ele. Como se a vida dos dois fosse realmente um livro, tudo estava escrito.
FIM
Eu gosto de acreditar que Novembro é o meu mês favorito, mas esse ano com certeza Dezembro leva o prêmio. Para começar, BOMAY ganhou o destaque do mês de Novembro, então quero agradecer todos os acessos, comentários e amor de vocês, suas lindas! Depois disso, fiquei super ansiosa pela critica e eu tipo amei o que li. Como se isso não fosse bom o suficiente, fui aos shows do The Maine em Curitiba e São Paulo (por isso que a N/A passada não falou nada sobre o destaque nem a crítica, mandei antes de ir viajar, haha) e conheci os meninos no M&G do MTMY. A vontade de seqüestrar o Pat foi grande, mas eu resisti bravamente, haha. E a melhor parte de tudo definitivamente foi ver a Jessie e minhas amigas da Black Van que eu amo tanto! Enfim, já falei mil coisas, vamos ao que interessa!
Esses meses dividindo BOMAY com vocês foram super divertidos e gostaria de agradecer a todas as meninas que lêem desde o começo e todas as outras que chegaram desde então. Lu, você é a beta mais fofa ever, super me xingando quando eu acabei com a felicidade alheia, haha. E obviamente, se eu terminar essa fic sem agradecer a minha biscate favorita, algo vai estar muito errado. Então, Jessie, você é o motivo pelo qual BOMAY existe, sua linda! (e quero ler LLT e ILTO agora!).
Muito obrigada por tudo gente, vocês são as melhores. Espero que o fim agrade todas vocês do mesmo jeito que eu gostei de escrever.
PS: viram que lindo o theme do site versão BOMAY? Viram? Muito amor!
Z x