Bombons Envenenados
Escrito por Lavínia | Revisado por Pepper
Todos devem conhecer a história de meu pai, Charlie Bucket. O herdeiro das empresas Wonka, incluindo a Fábrica de Chocolate. Sua vida que sempre fora miserável, mudára quando ele conheceu Willy Wonka. Desde então, os negócios evoluíram. Juntos, meu pai e Willy criaram um império imbatível.
Em uma conferência na Rússia, ele conhecerá Suzan Alaksa, minha mãe, bailarina e filha do maior investidor em novas tecnologias comestíveis. Casaram-se em Oompa-Street, a cidade mais doce já fundada.
Anos depois do meu nascimento, ela morreu. Muitos dizem quem intoxicada por chocolate. Eu nunca soube a verdadeira causa, mas resolvi não perguntar. Sinto falta dela, do sorriso, da maneira como ela dançava parecendo flutuar. Saudades dela agindo como uma princesa, os olhos azuis brilhando, o amor pela vida.
E hoje me vejo, com um vestido para madrinha do casamento de meu pai, o vestido é composto por um corpete de strass azul, uma saia de tule amarela e um laço vermelho. Meus cabelos negros suavemente ondulados presos por uma tiara vermelha.
Charlie conheceu há pouco tempo Izabel, uma mulher loira de olhos azuis, boca carnuda e de péssimo humor. Abominável, cegou meu pai.
Deve estar se perguntando porque eu estou te contando essa história e ainda em terceira pessoa, se a carta chegar, quero que saiba quem sou, fui, devo-te isso. Você salvou a minha vida e eu estou prestes a arruinar a sua.
Beijos, da sua Aurora Bucket.
Enviei para Chris, meu protetor. Há alguns meses não o vejo. Minhas cartas sempre voltam, intactas como se ele nunca as tivesse tocado, porém eu não desistiria com tanta facilidade.
Ele é meu melhor amigo, na verdade, ele é a pessoa em quem eu mais confio e amo. No dia em que minha mãe morreu, eu ainda era muito jovem, todos estavam ocupados, depressivos, e estava em choque. O Chris impressionantemente foi o único que me apoiou.
Flashback:
Eu estava no meu quarto, não podia controlar as lágrimas, por que a mulher mais extraordinária do mundo? Por que justo ela? Eu não entendia, não poderia perdê-la assim. O meu coração estava acelerado. Nada mais fazia sentido. Quando ele chegou.
- Aurora, como você está? Posso entrar?- Isso era tudo que eu precisava, alguém.
- Sim. - Tentei dizer com a voz audível.
Ele entrou no quarto, e não me disse uma palavra, apenas me abraçou. Ficou comigo em seus braços até que meu choro cessou-se e eu adormeci.
Ao abrir os olhos o encontrei sentado ao chão observando-me. Apenas sorri para ele, a presença dele amenizava a minha dor. Ele segurou minha mão.
- Eu vou te proteger, sempre. Eu nunca vou deixar que te machuquem. - Os olhos verdes do garoto, encantaram-me com a sinceridade.
Novamente abri um sorriso e apertei sua mão ainda mais forte.
- Eu quero um abraço teu! Porque eu me sinto segura nos teus braços.
- Você é a minha branca de neve e eu sou seu protetor.
O garoto passou o dia inteiro tentando me divertir, logo já não sabia mais viver sem ele, o meu melhor amigo e protetor.
Flashback Off
Terminei de me arrumar para o casamento. O típico batom vermelho. Os cílios de boneca, a pele de porcelana. Já estava perfeita.
No altar, meu pai estava aflito, ao mesmo tempo calmo. Depositei um beijo em sua bochecha.
- Boa sorte!
Aos poucos a sala estava se enchendo. Pessoas conhecidas, jornalistas e nossa família.
- Ele vai vir. - Willy cochichou em meu ouvido.
Pulei em seus braços, ele tinha um jeito estranho, maluco, irresistível. Assim são as melhores pessoas loucas, loucamente felizes.
O homem estava com sua cartola, terno roxo, camisa preta, calça roxa e botas pretas.
- Pequena, o casamento de seus pais fora tão mais bonito, alegre e doce. - Wonka comentou.
Assenti com a cabeça, lembrando-me das histórias que mamãe contava
A marcha nupcial começou. Izabel surgiu, sem expressão, seu andar era lento e calculado.
Olhei para os convidados, ao fundo da igreja observei, os olhos verdes, os cabelos loiros, bem mais compridos. Perdi completamente o foco. Tudo que queria era abraçá-lo. E dizer que eu também podia o proteger.
A cerimônia acabou, casados. Agora ela era minha madastra, a mulher que mais repugnava. Antes mesmo, de dar "parabéns" aos meus pais, corri em direção do Chris.
- Onde vai com tanta pressa? - Adam, me parou.
- Oi, amor, conversar com um velho amigo. - Repliquei sem tirar os olhos do meu alvo.
- Seja breve.
Meu protetor sumira, contudo eu sabia onde encontrá-lo. Corri para o jardim.
- Ei, Chris! - Gritei, o fazendo parar.
- Aurora... Quanto tempo. - Ele disse mostrando aquele sorriso calmo e encantador.
- Eu quero um abraço teu. Pois ainda me sinto segura em teus braços.
O garoto me puxou pela cintura, aproximando nossos corpos. Acariciei sua nuca. Ele pressionava de leve minha cabeça em seu ombro. Perfeito, único, memorável. Exatamente como eu me lembrava do abraço dele.
Afastei-me um pouco, para poder apenas apreciar o olhar suave e sedutor. A atração era inevitável. O Adam era lindo, mas naquele momento, eu estava hipnotizada por ele. Então nos beijamos. Tão intenso que moveria mundos e tão terno que o mundo poderia congelar.
Meses depois…
Cheguei em casa, aquilo não podia acontecer de novo. Minhas pernas fraquejaram por alguns segundos e eu só pude deixar-me levar por aqueles sentimentos horríveis. Dessa vez fora meu pai que morreu. Willy Wonka dizia que às vezes antes mesmo da sucessão acontecia a retrocessão.
Neste dia, Adam me confortou. Assim quem foi embora, minha madrasta entrou no quarto. Trazia uma caixa de meus bombons preferidos:
- Estes eram os favoritos do seu pai, e seus também, certo? Acho que ele merece esta homenagem. - Eu tinha uma regra sobre não aceitar nada dela, mas assenti.
Assim que coloquei os bombons na boca senti uma falta de ar. Logo percebi que ela realmente era como a morte, levou de mim todos que eu amava.
Uma escuridão, escutava a voz de uma menina pequena gritando e logo a voz dele, calma. Todas as cenas, eu as escutava. A voz de minha mãe da qual tanto sentia falta. Uma luz acendeu-se. Um anjo desceu, os mesmo cabelos pretos e olhos azuis. Docilmente ela me disse:
- Fique, há um anjo sem asas ao teu lado. E ele também precisa de proteção. Mas você é a única que pode assegurá-lo. Porque este menino não vive sem você. Branca de neve, este é o seu caçador.