Blue and Gray
Escrito por Ray Dias | Revisado por Mariana
O som das gargalhadas de ecoaram, cada vez mais alto, à medida que lhe fazia cócegas nos pés. Os dois estavam deitados na grama daquele pequeno bairro, nem tão distante assim do centro de Seoul, mas que tinha um ar bucólico e nostálgico de infância e de amores de vidas passadas. Estavam os dois na beira do rio Han, num pequeno parque arborizado que circundava ao rio e era chamado de “Praça das Almas Aflitas”.
não concordava que um lugar tão bonito como aquele, com uma vista tão perfeita da ponte do rio Han, fosse chamado daquela forma. E lhe dissera que o nome fora dado pela lenda local: muitas pessoas diziam ver almas penadas ali, aflitas entre os suicidas do rio; outros construtores da ponte que se acidentaram na época de sua construção; e ainda diziam que eram outras almas aflitas, do tempo em que donzelas viam seus amados cruzarem o rio em barcos de pescadores, que não voltaram aos vilarejos do lado de cá da ponte.
[...]
e se conheceram alguns anos atrás, quando a garota se mudou de Daegu para Seoul e ele também.
— Você vai sentir falta de Daegu? – perguntou pro rapaz ao seu lado na plataforma do trem. Ela estava nervosa por ser a primeira vez que sairia de sua cidade natal.
— Eu irei, mas tem sonhos me aguardando em Seoul para serem realizados – ele respondeu sorrindo a ela, e a jovem não deixou de notar o quanto a voz dele era perfeita. — E você?
— Eu nunca saí de Daegu para nada, mas, como você, eu também tenho sonhos lá… – sorriu ainda mais abertamente dizendo: — Passei para a universidade nacional de Seoul!
sorriu, contagiado pela animação de sua conterrânea desconhecida.
— Uow, parabéns! Você terá um caminho de sucesso…
— ! Muito prazer! – ela respondeu, abaixando a cabeça em cumprimento.
— , prazer.
— E você? Posso perguntar o que fará lá?
— Eu serei um idol! – ele disse com convicção.
e entraram juntos no trem que chegava e se surpreenderam ao saber que suas passagens estavam lado a lado. Foram a viagem inteira conversando e se conhecendo e até cochilaram alternadamente um no ombro do outro, sem saber, é claro. E se surpreenderam quando, ao chegarem na capital, descobriram que a mesma agência de Daegu havia alugado apartamentos vizinhos num mesmo prédio para os dois. Eles se tornaram amigos próximos e não poderia ser diferente.
Também se surpreenderam quando tivera que se despedir de , porque agora ele moraria num dormitório de uma grande empresa; para os dois aquela separação era estranha. Mas tornou-se fã de e do grupo e o acompanhou por todos os comebacks possíveis.
Se surpreenderam, também, quando as coisas da vida começaram a ser urgentes e já estava em seu terceiro ano de faculdade quando se despediu daquele endereço que lhe trazia tantas boas memórias. Se mudou, mas se manteve no bairro bucólico que ela e começaram a viver em Seoul. Mais algumas obrigações da vida e e já não se viam como antes, falavam-se pouco também. Até o dia que ela pediu para eles se encontrarem. Ali, na vista daquela ponte, naquele gramado de sempre.
— Eu senti a sua falta, …
— Eu também, . Como está o BTS?
— Eu ainda não acredito onde cheguei com o grupo após estes quatro anos desde que deixamos Daegu… Está tudo ótimo, na verdade. E você? E a faculdade, você se forma agora não é!?
— Eu consegui me formar, . Eu também queria te ver para entregar isso… – ela estendeu a ele um convite — É da minha formatura, eu não sei se você poderia ir, mas eu queria lhe dar o convite mesmo assim! Não se culpe se não der para ir, afinal, agora você é o "V do BTS"... – ela sorriu sem graça.
— Eu vou tentar ver você de algum jeito.
Ele sorriu confiante, embora soubesse que seria difícil.
— Eu vou para a Europa, .
Ela disse de repente, o causando surpresa.
— Consegui uma bolsa de mestrado em Oxford. E, bem, uma oportunidade dessas não é sempre que surge…
— Uau , isso é incrível! Você tem que ir!
Ela ficou feliz de ouvi-lo torcer por ela, mas a verdade é que não queria se afastar daquela forma. Era apaixonada por ele desde o primeiro ano como vizinhos, e nunca achou que aquilo fosse possível um dia de ser correspondido. E agora… Ele era um idol. O que ia querer com uma garota como ela? Mas não imaginava que uma garota como ela era tudo o que ele queria também.
não poderia dizer nada diferente daquilo, não é? Não poderia se relacionar, não poderia prendê-la sem propósito ali. Naquele momento, decidiu que a amiga seria uma amiga apenas, e que não contaria a sobre as inúmeras vezes que pensou no sorriso dela, ou que sonhou com o beijo dela. Ou em como ele sentia que era exatamente perfeita para ele.
— Quando você parte?
— Depois da formatura. Eu vou pra Daegu antes, me despedir dos meus pais.
— Eu… – ele a olhou com vontade de chorar e se declarar, então olhou para o rio Han a sua frente, e suspirou dizendo: — Eu te desejo sorte e sucesso, .
Ela observou os olhos dele brilhando, escondendo as lágrimas que temia caírem e, então, o abraçou subitamente. Os dois estavam sentados na grama verdinha, sobre um tecido fino e quadriculado.
— Eu te amo, . – ela murmurou ao ouvido dele enquanto o abraço escondia sua face.
As mãos de tomaram a cintura dela, e ele se afastou rapidamente para olhar em seus olhos. manteve seu semblante de culpa e certo misto de dor por ir embora.
— O que isso quer dizer?
— Queria poder amar você, , de uma forma mais apaixonada, mas vamos nos amar como os amigos e confidentes que sempre fomos.
O horário de estava apertado, e um dos seguranças surgiu ao lado deles dizendo para ele vestir novamente a máscara, informando que estava na hora de voltar. assentiu e segurou o rosto de com as duas mãos firmes e a beijou num selinho demorado. As lágrimas dos dois caíram em suas faces, deixando um sabor mais salgado em seus lábios. e se encararam como se fossem um dos muitos casais antepassados separados por aquela ponte.
— Um dia, eu vou te encontrar e não serei covarde para abandonar meu sonho se for preciso. – ele sussurrou contra os lábios dela, deixando a lágrima revelar a culpa que sentia.
— Não é assim, , se tiver que largar seu sonho pra ficar comigo, não seremos felizes. Está tudo bem, eu só não queria partir sem lhe dizer isso.
— Promete que me espera? – ele pediu desesperado, sendo apressado pelo seu segurança.
apenas assentiu silenciosamente, estava com a voz embargada demais para pronunciar qualquer coisa. vestiu a máscara, ajeitou o boné e saiu para a van estacionada ali perto. se levantou do chão para vê-lo seguir e quando o corpo dele entrou no carro, ela deu as costas. Ficou de frente para o rio e para a ponte, levou a mão ao peito como se apertasse o seu coração e desabou em lágrimas. Guardava aqueles sentimentos há tempos demais.
seguiu dias depois em seu carro por aquela ponte. Enquanto dirigia, olhou pela ponte para o outro lado, para o parque onde tantas vezes estivera com ele, e chorou. não havia ido a sua formatura, mas enviou presentes. Ela estava agora com o pequeno anjinho de pano no banco do carona, ao seu lado, partindo para a despedida de Daegu.
[…]
2020
Passaram-se anos desde a saída de da Coreia. Ela fez o mestrado e terminou o doutorado no último ano. Era uma grande cientista de Oxford. E planejava voltar ao seu país naquele ano.
Ela e nunca perderam o contato totalmente, mas não era como se fosse como antes. Afinal, os dois haviam descoberto seus sentimentos e se afastado para seguir seus sonhos por todos aqueles anos. Mas precisava encontrar ele e saber se ainda deveria esperá-lo ou não. Não era como se ela tivesse alguém, mas suas decisões futuras entre ficar numa grande equipe ou voltar para a Coreia numa equipe menor poderiam depender do grande astro do BTS. O grupo havia alcançado esferas e níveis elevadíssimos na música coreana, sendo um grupo internacional agora.
o telefonou e ouvir a sua voz fizera com que algo em seu peito se agitasse novamente, mas o que mais a deixou desconcertada e de pernas bambas foi a voz dele dizendo firme ao telefone:
— A que horas eu devo buscar você no aeroporto?
havia dito que pretendia visitar os pais e queria saber se era possível que eles se vissem e , prontamente, a respondeu daquela forma.
— Não precisa mesmo se incomodar com isso, .
— , eu vou te buscar.
A mulher apenas concordou e, ao desligarem a chamada, haviam dois apaixonados, cada um em um extremo do mundo, rindo para o telefone e sentindo como se o peito fosse explodir.
se jogou na cama do seu quarto. Estava indo dormir quando a mulher o ligou e, agora, ele certamente perderia o sono, já que a sanidade havia ido pela janela ao ouvi-la o dizer se poderiam se ver. Ficou pensando por que razões foi tão desleixado de não provocar um encontro com ela na Europa ou no fim do mundo se precisasse. Ele a amava e nunca perdeu o sentimento. O mais inalcançável dos rapazes do grupo, o reservado e esnobe , na verdade, perseguia seu sonho calado, guardando monstros e fantasmas em si. Tais monstros e fantasmas que havia adquirido ao longo dos anos de trabalho, mas, entre eles, havia uma chama acesa em si: o primeiro e único amor de sua vida até então havia partido em busca de seus sonhos e o deixado com os dele. A chama que representava no coração dele era a esperança de, um dia, realizados, se encontrarem. Ela era o anjo dele. Sempre havia sido seu anjo, desde aquele trem em Daegu até às memórias – única coisa que ele tinha sobre ela por tantos anos sem estar ao seu lado – que, ainda, como um anjo, cuidavam para que o mundo dele fosse mais azul e menos cinza.
— ! Como descobriu que azul é minha cor favorita!? – gritou ao ver a bolsa que o amigo lhe deu de aniversário no primeiro ano dos dois em Seoul.
— Não descobri! É a minha favorita também!
Aquela pequena lembrança o fez sorrir. estava voltando!
Do outro lado do mundo, tudo estava sendo corrido naquela manhã para ela. Depois de telefonar ao , sentiu como se tivesse um verdadeiro motivo para voltar agora, mesmo sabendo que eram os mesmos motivos e sempre estiveram presentes ali.
O avião pousou naquela manhã de abril, após as vinte e seis horas de voo. E, do lado de fora, um escondido num carro do estacionamento discava a mensagem impaciente para saber se ela havia chegado. fez seu checkout e estranhou que não o viu, mas lembrou-se que ele não poderia dar bandeira. Pegou seu aparelho celular enquanto puxava sua mala pelo saguão e viu que as inúmeras mensagens demonstravam que alguém a esperava há algum tempo. Se encaminhou para o estacionamento externo do aeroporto de Seoul e notou um homem mascarado, de boné, andando impaciente de um lado a outro, todo agasalhado e discretamente disfarçado ao lado de um grande carro preto.
sorriu. Ele ainda era o mesmo ansioso escondido sob uma aura de tranquilidade. E estava a esperando como disse que faria. Ela quis gritar o nome de e correr até ele, pular em seus braços e dizer que ainda o amava, mas não podia. Quando notou que estava ali, paralisou e não sentiu nem mesmo a própria respiração. Ela caminhava lenta até ele, com um sorriso grandiosamente aberto para ele, e seus olhos… Tinham lágrimas ali prestes a cair.
foi ao encontro dela antes mesmo de que ela chegasse totalmente perto dele e puxou para si da forma mais saudosa e urgente que pôde. A mulher sentiu os braços firmes dele em sua cintura, o rosto molhado por lágrimas dele em seu pescoço, e surpresa, com os braços abertos ela rapidamente os apertou ao redor dele. Quase fundidos um no outro. Corpo a corpo. Rosto a rosto em seus pescoços, sentindo o cheiro um do outro. Quem os visse, diria que eram amantes de longa data.
a levou para seu carro e só então ela trocou palavras.
— Estou tão feliz de te ver, , eu…
não pôde terminar, já que, dentro do carro, protegidos, ele arrancou o boné e a máscara rapidamente, e a vendo falar, se aproximou sorrindo e, urgente, segurou sua face e beijou . Diferente do primeiro beijo que deram um no outro, esse era carregado de um amor mais carnal e cheio de desejo. E quando acabaram de se beijar, ele riu feliz e perguntou, ajeitando o cabelo dela que caia em seu rosto:
— Eu estou absolutamente feliz de te ver também, meu anjo! – não soube como reagir, ainda o observava minuciosa e o ouviu perguntando: — Para onde, ?
Não havia outra resposta possível.
— Para onde eu possa ser sua, .
O homem a olhou com uma expressão surpresa. Estava feliz e preocupado. Feliz, porque tanto quanto ela, ele queria o mesmo. Preocupado por não saber se deveria. Por fim, os lençóis de seda da cama do apartamento dele foram a melhor escolha.
Nos dias seguintes, ficaram juntos como namorados, viajaram juntos e secretamente para Daegu. Mas cada um indo a casa de sua família e combinando apenas de se encontrarem em pontos seguros da cidade ao escurecer. Como dois adolescentes, incendiados de desejo, irradiando um grande e forte amor, com duas auras azuis cobalto, fortes e que refletiam como um letreiro, dizendo: “Nos amaremos para sempre”.
Naquele tempo juntos, duas pequenas semanas que pareceram meses, e colocaram a conversa em dia. Tudo sobre a vida um do outro e que, por acaso, haviam perdido. E era novamente a “Praça das Almas Aflitas” o lugar onde os dois observavam a ponte do rio Han, agora abraçados.
— Não gosto da vista que tem do lado de lá – ele disse.
— Por quê?
— É cinza. Estive algumas vezes na ponte, olhando aqui para baixo e lembrando de nós dois deitados nessa grama, e me perguntava… Por que a vista do lado de cá é tão azul, mas tudo lá em cima parecia tão cinza…?
compreendeu. Os sentimentos e humores afetados pela sensação depressiva em eram responsáveis por fazer com que ele visse tudo daquela forma, mas também havia outra coisa. se lembrava de como eram solitárias as vezes na Europa. Ela entendia o “cinza” que ele dizia.
— Também era cinza para mim sem você – respondeu ela.
sorriu e olhou discretamente ao redor, estavam a sós novamente naquele lugar que era só dos dois. Ele pegou pela mão e a deitou sobre a toalha na grama, o Sol se pondo indicava o fim da tarde, mas não o via, afinal, os olhos de eram muito mais preciosos de apreciar. Beijou a mulher, e quando ela achou que era melhor se controlarem, o empurrou levemente e se sentou. sentou-se também e com as mãos para trás do corpo, observou as costas da mulher. Lembrou-se de que ela tinha cócegas nos pés e riu baixinho. Começou a tirar a sandália dela, que sem entender ou se lembrar, o perguntou o que ele fazia. falou que estava apenas checando algo. só se deu conta das cócegas quando suas gargalhadas já ecoavam pelo lugar.
[…]
Ao contrário do que pensaram, o final de abril não trouxe o “felizes para sempre”. Um vírus novo assolou o mundo e os afastou de novo.
passou o ano inteiro de 2020 entre a expectativa de uma cura que os pudesse permitir viver juntos. Não juntos em quarentena, como ele e os meninos estavam, mas juntos, com ela ao seu lado.
Em maio de 2020, retornou para Oxford. Sua grande equipe estava se preparando para trabalhar na busca pela cura, ou pela vacina.
Em junho de 2020, estava preocupado ao saber que as coisas no Reino Unido estavam muito ruins e que ela estava lidando diretamente com aquilo, no fronte do vírus.
Em julho de 2020, soube que o grupo iria viajar e gravar um reality de quarentena e soube também que estavam trabalhando firme no novo álbum. Ficou feliz. Apesar isso, se sentia preocupado a cada chamada de vídeo que faziam, pois ele via o rosto dela com as marcas dos EPI's, isso quando ele conseguia falar com a doutora e cientista geneticista .
Em agosto de 2020, quase perdeu as esperanças de conseguir ver ainda naquele ano.
Em dezembro de 2020, retornou para ele. Brevemente conseguiu autorização para viajar a Seoul e ver seus pais. Seguiu todos os protocolos de segurança e passou duas semanas na Coreia. Mas só pôde ver a dois metros e meio de si, com todo um sistema de segurança, onde ficava de um lado da ponte, com seus seguranças em sua volta, e ela de outro. Claro que só puderam fazer aquilo à noite, secretamente, e com ajuda dos meninos do grupo acobertando tudo.
— Que derrota! Eu não acredito que, um ano depois, eu te vejo assim, com dois metros e meio! Pra que toda essa máscara então?!
— Por favor, , aguente um pouco mais. A BH me mata se algo acontecer a você! – gargalhou.
— E eu mato quem se algo acontecer a você?
A frase emburrada dele era também séria. Olharam com ternura um pro outro e que droga…. Queriam estar abraçados.
— Só mais um pouquinho, meu amor… – ela pediu.
— Eu falei que era tudo cinza daqui… – ele disse, murmurando baixo e encarando a visão da ponte naquele escurecer, olhou para o parque onde se encontravam antes e o ouviu pedindo: — Por favor, consiga essa vacina logo, meu anjo… Eu não consigo mais pensar em um mundo sem o seu abraço.
— Quando eu voltar, eu trarei a vacina e me trarei de volta para você.
Ela falou sorridente e cheia de certeza. não suportou, caminhou até ela e a abraçou com máscara e tudo. Os seguranças atrás viriam até ele, quando ergueu uma mão os impedindo. se separou dela e viu a repreensão nos olhos dela. Mas também viu que ela sabia que estava difícil se segurar.
— Tenha uma boa viagem amanhã, meu anjo.
— Se cuide, . E, meu amor, não esqueça, por favor, do que eu pedi…
— Eu cuidarei dos seus pais, assim como o futuro candidato a genro perfeito.
Ele falou e sorriu. Ela acenou direcionando-se ao seu carro, e foi ao carro da BH. Estava confinado e não foi fácil fugir para ver a mulher, mas conseguiu burlar a BH de uma forma segura.
Havia prometido que cuidaria dos pais de , indo vê-los quando possível, telefonando aos dois e não escondendo nada dela. Não era como se estivessem doentes, mas o fim de ano com a família deixou a cientista ainda mais sensibilizada. viu tantas pessoas perdendo umas às outras em 2020, que, desesperada em não estar perto dos pais, contou a eles sobre . Sobre os dois. E os pais dela ficaram felizes com a esperança de um novo amor. Aquele tipo de esperança de que a vida continua…
Em janeiro de 2021, estava na “Praça das Almas Aflitas”, chegara em poucas horas antes, e estava ali a pedido de . Na Ásia, a pandemia estava quase sob controle, apesar das novas ondas no mundo. Na Europa, as vacinas da Oxford estavam sendo distribuídas e a equipe de a deu a dispensa. Agora, ela integraria a equipe que produziria as vacinas em apoio com a Universidade de Seoul.
, quando soube do retorno dela, preparou tudo. Iria a encontrar ali, naquele lugar dos dois, depois iriam jantar, dormiriam juntos e no dia seguinte iriam para Daegu ver os pais dela. E estranhava o atraso dele, mas de repente ouviu um coro de vozes cantando uma canção conhecida… Olhou para trás e vinha até ela com um buquê de flores brancas, e em sua mão uma caixinha.
— O que é isso, meu amor? – ela perguntou, surpresa e risonha, pegando as flores dos braços dele.
— Você sabe que Blue and Gray é a música que eu fiz para nós em 2020, não sabe? – perguntou e assentiu, e, então, abrindo a caixinha revelando o anel, ele disse: — Mas o Jin estava certo e, apesar de todas as dificuldades do último ano, a vida continua.
— Você…?
— Sim. – ele a interrompeu e se aproximou, abaixando um pouco a máscara para ela ouvir bem e entender bem: — Quer se casar comigo, meu anjo azul?
começou a chorar e rir. Mandou subir a máscara e disse sim, ouvindo a doce voz dos amigos dele, que ali, ao redor dos dois, cantavam “Life Goes On” à capela. Que bom que aquela parte do Parque, considerada assombrada por suas lendas, era também a mais solitária. E que bom que era ali o lugar dos dois, não poderia pensar em lugar melhor para a pedir em casamento.
Apesar de Blue and Gray falar muito sobre o casal, era Life Goes On a trilha da história que eles iriam agora escrever, finalmente, para sempre, em conjunto.
FIM
Nota de Autora: Olá, obrigada pela leitura e por favor, se puder me deixa um comentário. Eu adoraria saber como foi a experiência dessa leitura para ti. Espero que tenha gostado dessa fanfic!