Bloody Eyes

Escrito por Maby | Revisada por Natashia Kitamura

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Capítulo 1

  Era muito difícil ser eu, tipo, todos os homens me querendo e todas as mulheres querendo ser eu, e era muita pressão. Como poderia ser de outra maneira? Meu pai é , o dono da maior rede de hotéis do mundo. Mas às vezes é meio chato.
  Estava no meu quarto, no hotel (óbvio), e também estava em um completo tédio. Ta, algumas pessoas gostam de ir a hotéis porque é diferente ou sei lá, mas eu passei a minha vida inteira indo de um maldito hotel até outro, e era um saco.
  Estava penteando meu cabelo, pois essa era a inauguração do mais novo Hotel em Chicago, e eu teria que fazer um "grande" discurso. Ouvi três toques na porta.
  - Entra - gritei sem olhar.
  Me virei para saudar a pessoa e então... eu morri. Não sei como e não sei quem. Só sei que me senti fria, então eu caí da cadeira e vi alguém correr para fora do quarto com uma faca na mão.
  Depois eu vi meu corpo estirado no chão e momentos depois meu pai entrou no quarto, se sentou junto ao corpo e começo a chorar. Eu o amava e não podia vê-lo daquele jeito, fui ao banheiro. Eu tinha morrido, não tinha? Eu vi meu corpo jogado no chão, mas então por que eu continuava naquele quarto?
  Um tempo depois a polícia chegou.
  - Senhor, , levante-se por favor, precisamos levar o corpo - um policial disse.
  - Nããão - meu pai disse chorando.
  - Senhor, , levante-se agora!
  Sem reação, dois policiais o seguraram e o arrastaram para fora do quarto.
  - Acha que ele vai preso? - perguntou um policial.
  - Preso? Ah, por favor, com certeza foi ele quem a matou, esse aí não tem escapatória.
  Eu fiquei no quarto chorando sozinha, por horas ou dias, eu não sei. Até que um dia duas camareiras entraram no quarto, me esconndi no banheiro e comecei a ouvir a conversa delas.
  - Você viu? Já estão mudando o nome do hotel. - disse Carmen (uma das camareiras).
  - Jura? Eles ainda nem executaram o . - É, eu ouvi que hoje a senhorita Madison virá aqui para mudar o nome do hotel, já que agora é dela.
  - E ela vai ficar nesse quarto? - disse a outra camareira assustada.
  - Sim, ela disse que queria ficar especificadamente nesse quarto, sabe, por causa da , a filha dela, disse que ainda estava de luto.
  O QUÊ? AQUELA VADIA ESTÁ VINDO PRA CÁ? E ELA NÃO É MINHA MÃE! Meu pai casou com ela por alguma razão louca, ela acha que é minha mãe? Pois ela está mais pra madrasta do mal. Não me contive e gritei, logo depois vi as camareiras correrem para fora do quarto desesperadas.
  Sabe? Desde que eu morri eu não havia me olhado no espelho, levantei-me e me encarei. Minha pele, antes bronzeada, agora estava pálida, meus olhos estavam vermelhos, literalmente, e para finalizar, meu cabelo negro bagunçado emoldurava-me. Sorri ao me ver.
  Tudo se encaixava, Madison se casou com meu pai pela fortuna, descobriu que o dinheiro viria para mim e então resolveu me matar! AQUELA PIRANHA MAL COMIDA! E APOSTO QUE FOI ELA QUEM INCRIMINOU O MEU PAI! Mas nesse plano maluco e psicopata dela... Madison só cometeu UM erro, um GRANDE erro... Ficar no quarto 827.

Capítulo 2

  Já estava de noite. Ouvi o barulho da chave na fechadura, me escondi no banheiro. Madison entrou rindo com um celular na mão.
  - Ai, , para vai. - ela disse, vadia. - Não, eu não posso ir ao Fallen Angel com você. É, eu tenho aquela inauguração estúpida, mas fazer o quê? É tudo pela grana – risos. - Tá, tenho que desligar - ela desligou o celular, pegou o telefone do hotel e discou para o serviço de quarto - Vou querer um bife, por favor.
  Depois de um tempo o tal bife chegou, com batatas fritas, duas facas e um garfo. Ela sentou na mesa e começou a comer com a faca sem ponta. Bati 3 vezes na parede.
  - Como nos velhos tempos querida. - sussurrei.
  Me escondi e ela se virou. Me aproximei dela e peguei a outra faca rapidamente.
  Ela se virou novamente. Sorri perversamente.
  - Te vejo no inferno desgraçada! - disse enquanto enfiava a faca em seu peito.
  O sangue começou a escorrer, manchando o tapete e seu vestido branco. Ela gaguejou um pouco, mas antes de conseguir dizer qualquer coisa suas pupilas subiram e ela caiu no chão. Finalmente, acho que estou livre, mas espera, por que ainda estou aqui?
  Eu não entendo, eu me vinguei, Madison estava morta também. Por que diabos eu continuava no quarto então? EU QUERO IR EMBORA OUVIU? ME DEIXE SAIR! Nada.
  Minha "vida" - se é que se pode chamar isso de vida -, não tinha mais sentido, não tinha mais nada para ser feito. Passei meses me escondendo naquele quarto. É, me escondendo, porque continuavam vindo hóspedes e o que eu iria dizer? "Oi, eu sou um espírito que assombra esse lugar desde que a roda borsa da minha madrasta me matou."
  Na verdade, pensado bem, minha vida nunca teve sentindo. Tipo, eu nunca fui boa em nada, NADA, sabe? Algumas pessoas são boas em andar a cavalo ou usar um arco e flecha, mas eu nunca fui boa em nada. Minha vida foi baseada em ser uma boa menininha e ficar perto do papai. Credo, agora isso me da enjoo. Mas eu sei de UMA coisa que eu sou boa... Matar.

Capítulo 3

  Ouvi uma barulho na porta. Ótimo, o plano começou. Me escondi em baixo da cama, ouvi duas pessoas conversando. Oba, um casal. Estendida ao meu lado estava uma faca, não qualquer faca, uma ensanguentada e que já havia provado a carne humana.
  O casal deitou na cama, eram umas duas da manhã, a cama começou a se mexer, que bosta. Bem, dava pra perceber que eles estavam, ahn... Ocupados. Sai de debaixo da cama. Olhei para os dois, pareciam não terem me visto. Bati 3 vezes na parede.
  Segurei a faca com mais força e me aproximei. Enfiei a faca nas costas do homem, que por sua vez gritou de dor, a mulher me olhou e eu sorri, com um sorriso maligno e psicótico, com olhos loucos e alucinados. Não sei por que, mas estava feliz.
  Depois de um tempo e outras facadas o homem estava morto. A mulher se levantou rapidamente e se cobriu com o lençol, me movi lentamente em sua direção e ela foi andando para trás. Percebi que estávamos indo em direção da sacada, sorri mais uma vez e a mulher pareceu ficar mais assustada. Quando estávamos bem perto da sacada eu estiquei meus braços e a empurrei. Ela só conseguiu gritar por 3 segundos antes de ter se espatifado no chão.
  É. Eu era mesmo boa em matar, na verdade nem sei se eu era boa realmente, mas eu adorava! Meu corpo não tinha mais sangue, mas quando eu matava eu podia sentir o sangue da pobre vítima em meus dedos frios e sem vida.
  No dia seguinte, a policia apareceu. Droga. Já estava cansada de me esconder. Baguncei mais o meu cabelo e sai do banheiro com a raiva estampada em meu rosto. Os policias me olharam assustados.
  - VÃO EMBORAAAAAAAAAAAA! - gritei.
  - D-desculpe menina, mas estamos investigando, nós já vamos sair, é que precisamos saber quem matou esse casal, calma. - disse um policial.
  - NÃO! SAIAM JÁ! FUI EU QUEM MATEI OS DOIS. AGORA SAIAAAAM! - as luzes do quarto começaram a estourar, a mobília começou a se mexer, as portas começaram a bater e o chuveiro e a torneira abriram e começaram a inundar o quarto.
  Os policias, com medo, saíram correndo do quarto. Não sabia o que tinha acontecido, mas tinha sido muito legal. Já sei o que posso fazer no meu próximo assassinato.
  Um tempo se passou. A história de quarto mal-assombrado pegou. Ouvi as camareiras dizendo que havia saído até nos jornais, mais ninguém ficava hospedado. Acho que ninguém queria ficar em um quarto mal assombrado. Crappy.
  Até que um dia as camareiras vieram ao quarto. Não queria assustá-las, não poderia perder a chance de matar alguém.
  - Quem é o louco que quis ficar nesse quarto? - disse Carmen.
  - Deve ser louco mesmo. Eu ouvi que é um tal de , disseram que ele era um tipo de caça fantasmas ou sei lá.
  - Não acredito!
  - Pois acredite, ele chega hoje às sete.
  - Humf, pra mim esse lugar não precisa de um caça fantasmas e sim de um exorcista.
  Elas terminaram de arrumar o quarto e saíram ainda fofocando, acho que sobre uma tal de Lucia que estava grávida, mas dane-se. O importante era que haveria sangue no tapete essa noite. Muito sangue.

Capítulo 4

  Lá pelas sete, um cara alto entrou no quarto. Ele jogou um monte de tranqueira em cima da cama. Abriu uma mochila e tirou um potinho com água, etiquetado "água benta".
  Ele colocou os dedos dentro do potinho. Me preparei para o pior, tipo minha cara derretendo ou eu gritando de uma dor insuportável. Mas quando ele começou a pingar a água por aí nada aconteceu. Suspirei de alívio.
   ficou examinando o quarto durante umas horas junto com uma filmadora, iria ser legal aparecer na internet ou na TV, mas aquele não era o momento certo. No momento em que ele desligou a filmadora, se jogou na cama e largou as coisas pelo chão.
  - Ai, quando eu vou achar um emprego de verdade? - ele começou a tirar uns panos de uma das bolsas. – Bem, parece que vou ter que armar essas coisas mais cedo ou mais tarde.
  Que farsante, mas agora vai ser até mais legal. Vou literalmente matar esse cara de tanto susto.
  Olhei para o relógio, 3:15. Ok, estava na hora. Bati 3 vezes na parede como de costume. Ele acordou, olhou para um lado e depois pro outro. Estava escondida embaixo da cama. Ouvi ele reclamando um tempo depois e então ele levantou os cobertores, quando ele colocou os pés no chão eu os puxei.
  - AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! SAI CAPETA, ME SOLTAAAAA, ME SOLTAAAAA! - ele gritou.

  's POV on
  PORRA, PORRA, PORRAAAAAAA! QUE DROGA FOI ESSA? Eu jurava que alguma coisa tinha me puxado. Olhei para de baixo da cama. Vi dois olhos reluzindo no escuro, depois uma sorriso macabro. FODEEEEEU!
  Corri para a porta, desesperado. Trancada. Fodeu, fodeu, fodeu, fodeu infinito. Me ajoelhei e olhei para o teto.
  - Eu sou muito novo para morrer.
  Vi um vulto.
  - É? Eu também era - olhei para a menina em minha frente. Ela tinha grandes e horripilantes olhos vermelhos, uma pele pálida e uma cabelo negro todo bagunçado.
  Ela mostrou uma faca ensanguentada e veio em minha direção.
  's POV off

  Joguei minha faca nele, que por sua vez urrou de dor, retirei a faca de seu ombro.
  - Acho que você vai perder um dedinho - disse brincando com a faca.
  Segurei sua mão com força contra a parede e com um golpe rápido cortei fora as primeiras falanges de 3 dedos da mão esquerda. Ele gritou de novo. Aquilo estava ficando interessante.
   acendeu a luz com a mão cheia de sangue. Olhei para a lâmpada e ela explodiu. Ele olhou incrédulo e eu sorri divertida. Joguei a faca novamente e desta vez acertei o ombro esquerdo.
  - Tá, já chega de joguinhos - disse arrancando a faca. - Vou te matar agora. Pena, você é tão bonito. - falei enquanto passava a faca em seu rosto - Então, como quer morrer?
  Ele revezava olhares entre mim e sua mão. Estava cansada daquilo, apesar de divertido. O joguei na cama e o esfaqueie sorrindo, o sangue jorrava para todo o quarto, ele estava morto.
  Passei o dedo em seu peito e comecei a escrever na parede. Momentos depois, parei para admirar minha obra - BLOODY EYES - e foi naquele momento que eu soube o que eu era. Eu não era um espírito, não era um fantasma e não era uma alma penada, eu era e ainda sou... Um demônio.

FIM



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