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#032 Temporada

Blood, Sweat & Tears
BTS



Blood, Sweat & Tears



Escrito por Ray Dias
Revisado por Songfics

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Capítulo Único

  Jungkook estava deitado no chão de sua sala, as luzes de seus abajures de galáxia percorrendo todas as paredes do lugar pareciam-se com os pensamentos do rapaz. No entanto, ao invés de estrelas, a massa branca de sua mente estava repleta das imagens do rosto dela, configurando uma cena também como um daqueles abajures cintilantes.
  Taehyung girou a maçaneta da porta de entrada, aos risos, acompanhado de seus amigos e quando eles viram a figura inerte de JK no chão, se entreolharam impacientes.
  — JK, chega desse estado de luto! Pare de sofrer e vá atrás dela! — Yoongi reclamou jogando uma almofada nele.
  Jungkook, porém, não reagiu. Continuou olhando para o teto, sem piscar, como um corpo morto. Como ele conseguia não piscar por tanto tempo?
  — JK… — Namjoon, mais paciente que Yoongi, sentou-se no chão ao lado do amigo e tocou sua mão aconselhando: — Você precisa provar para ela que é confiável. Ela não está errada, sabe? Quantas provas de que estava realmente apaixonado por ela você deu? Se nós temos algum direito de opinar, saiba que para quem viu de fora você só agia como um bobo encantado pelo momento. Ela é mais velha do que você, tem outras… Expectativas… É… Acho que essa é uma boa palavra.
  — O que o Namu quer dizer… — Yoongi explicou se metendo de forma mais diretiva — É que ela esperava que você agisse como um homem maduro e não um garotinho apaixonado… Foram três meses para você conquistá-la e mostrar como se sente.
  — O problema é que cada minuto que você passa aí jogado nessa sala, bebendo durante noite atrás de noite e fazendo essas suas lives doidas, outras pessoas podem estar dando a ela as provas de amor que você não deu… — Hoseok comentou sem maldade, e os amigos presentes o encararam como se fossem batê-lo.
  Jungkook olhou então de soslaio para Hobi e se levantou imediato, sentando no chão e perguntando:
  — O que é que vocês estão sabendo que eu não?
  Tae e Yoongi se encararam, Namjoon mordeu os lábios encarando o chão e Hoseok revirou os olhos sendo o “fofoqueiro” da situação.
  — Ora vamos lá! Quem sabe assim ele cria alguma coragem e luta pela garota, não é? — Hoseok se justificou diante dos olhos julgadores dos demais.
  — Fala Hobi, hyung! — pediu Jungkook.
  — A Jieun ainda não está saindo com ninguém publicamente, mas… Tem uma pessoa que está prestes a mudar isso. O melhor amigo dela.
  — Jongsuk?! — Jungkook gritou e se ergueu do chão, com mais ânimo.
  — E você aí chorando “mimimi a noona” para lá e pra cá! — Hoseok deu de ombros, pegando a sacola de bebidas e indo para a cozinha.
  — O hyung está certo! Eu preciso fazer alguma coisa!
  Jungkook mencionou com um olhar decidido e encarando o capacete de sua moto sobre o sofá, foi até ele e saiu calçando suas pantufas de um jeito desajeitado.
  — Ele foi atrás dela de pantufas? — Yoongi riu. — É, ele vai perder…
  — Talvez ela ache fofo, mostra que ele está completamente fora de si… Coitado. — Namjoon comentou.
  Taehyung ainda estava silencioso e pensativo observando a saída de Jungkook quando seu celular notificou uma mensagem. Ao ver de quem era, ele sorriu animado e pôs-se a digitar sem perder tempo. Namjoon e Yoongi se entreolharam curiosos.
  — Pelo visto, mais alguém está de namorinho… — Namjoon comentou.
  — Não vai nos apresentar, Tae?
  — Na verdade não é namorinho… Quer dizer… Ela e eu somos amigos com algum benefício, mas eu estava pensando em apresentar ela para o JK.
  — Espera! — Yoongi espalmou o ar, um tanto surpreso — Está dizendo que você vai apresentar uma amiga que você pega para o Jungkook? Sabe o que isso implica, não é?
  — Quando o Jungkook souber que vocês ficavam, ele não vai parar até vencer você com alguma coisa… A mania de competição dele cria coisas mirabolantes. Está pronto para perder essa garota? — Namjoon perguntou.
  — Não é nada disso! — Yoongi interveio: — Não é sobre isso que eu estava falando! No momento que o JK ficar com a garota que ficava com Tae, vocês se tornam um trisal! Você sabe que o JK tem uns fetiches contigo Tae!
  — Para com isso, Yoongi!
  — Na verdade, o Suga tem razão Tae… — Namjoon riu constatando — Ele vai querer ficar com a garota e te provocar com isso.
  — Eu ainda não sei como vocês dois não se pegaram… — Yoongi declarou indo para a cozinha atrás de Hoseok, mas deu meia volta e comentou maldoso: — Quer dizer… Não que a gente saiba…
  — Hyung! — Tae reclamou jogando uma almofada em Yoongi que esboçou um sorriso gengival e maldoso.

^♦=♥=♦^

  Jungkook estava parado diante do prédio dela. Jieun com certeza estaria em casa aquela hora, não é? Ele desceu da moto, ainda com o capacete na cabeça e se encaminhou como um motoqueiro esquisito de pantufas até o interfone. Porém, assim que apertou o botão do andar, um carro preto saiu do estacionamento predial com as janelas abertas e ele pôde ver a figura de Jongsuk e Jieun dentro do carro, sorridentes e falantes indo a algum lugar.
  — Você pode esperar, Jieun! — Uma voz feminina ecoou saindo do prédio pelo portão social em que ele estava paralisado, mas ao ouvir o nome da sua amada, Jungkook prestou atenção em quem dizia — Vocês dois são ridículos! Não custava nada esperar! (...) Ah sim, claro… Eu disse que não ia demorar, poxa! Estamos indo ao mesmo lugar, custava o Jongsuk deixar de palhaçada bancando o cupido trapalhão? Ele acha que me engana, eu sei bem o que vocês vão fazer, por isso saíram antes! (...) O quê? (....) Ah, não sei… Eu tentei ligar para ele, mas ele não atendeu, então eu pensei em chamar outra pessoa. (...)
  A mulher falava no telefone olhando para os lados como se esperasse algo ou alguém. Ela sequer notou que a chamada com sua amiga Jieun, estava sendo objeto de foco total de um motoqueiro estranho atrás de si. Jungkook não tirava os olhos e ouvidos da figura feminina bem arrumada, baixinha e morena à sua frente.
  — Sim você conhece, mas não vou dizer quem é meu amigo quebra galho! E de qualquer forma, ele não vai… Está com os amigos dele. Enfim, eu vou esperar o Woobin por mais dez minutos apenas! Se ele não aparecer você e o Jongsuk podem fazer o que quiserem juntos, porque eu não irei… — A mulher falou com a voz brava e JK no mesmo instante arregalou os olhos, preocupado. — Jongsuk não poderia ter um amigo menos irresponsável para esse encontro duplo?
  Encontro duplo? Ele ouviu mesmo aquilo? Jongsuk e Jieun estavam mesmo em um encontro duplo? Aliás, espera aí… Woobin seria o par da moça que estava parada diante dele e ainda não havia dado sinal de vida?
  — Bem, se o Jongsuk souber alguma coisa me avise! Eu deixei de sair com o meu amigo hoje para aceitar esse seu convite ridículo, Jieun! Por Deus, você precisa decidir se gosta ou não do Suk! E parar de brincar com os sentimentos do outro garotinho que você falou.
  Jungkook deixou a boca cair em surpresa. Será que ela estava falando dele?
  A mulher desligou a chamada e bufou impaciente olhando para os lados. Naquele momento, Jungkook viu a oportunidade perfeita para se aproximar. Deu poucos passos até ela, e disse:
  — Com licença!
  A mulher olhou para trás e ficou assustada com a figura que estava diante de si. Encarou ele da cabeça aos pés, de olhos esbugalhados diante da pantufa de coelhos.
  — O Woobin pediu para eu vir no lugar dele e te levar até o encontro.
  Ela encarou com cuidado o rapaz e dando um passo para trás perguntou:
  — Que tipo de situação é esta? Por que está vestido assim?
  Só então, JK se tocou que estava com o capacete na cabeça e notou as pantufas. Deu um tapa na própria testa, na verdade, no capacete, e tirou ele em seguida revelando seu rosto e cabelos bagunçados.
  — Oh… Jeon Jungkook?
  — Você me conhece? — perguntou quase se esquecendo de que era famoso.
  — Não diretamente, nunca fomos apresentados… Está dizendo que o Woobin te enviou no lugar dele? — Ela o encarou desconfiada — Por que?
  — Ah… É… Huh… Eu não sei. Ele só me pediu que viesse de repente e te levasse a algum lugar.
  — Hm… Isso explica as pantufas…
  — Bem, isso é… Eu saí meio que às pressas. Então, aonde devo levá-la?
  — Esqueça, não vou mais. O compromisso era com o Woobin e já que ele não veio, eu posso ir embora.
  Ela deu de ombros preparando-se para sair, quando JK gritou:
  — Não!
  Os dois ficaram se olhando surpresos com a reação dele.
  — Me desculpe. É que… Bo-bom… Já estamos aqui, então, vamos lá!
  — Fala a verdade, garoto.
  — Ok… Eu, bem… Eu e a Jieun… E-eu vim porquê…
  — Ai nossa! Você é o garoto novinho que fica no pé dela? — A mulher gritou com a mão na boca.
  — Foi isso o que ela te disse?
  — Não exatamente. Ela te acha fofo, mas… Enfim, olha só, eu acho que você deve ir embora, sabe?
  — Qual o seu nome? — Jungkook perguntou com a mão na cintura, após um suspiro sofrido.
  — .
  — . — Ele repetiu olhando novamente a figura da mulher o encarando com expressão de pena — Vamos fazer o seguinte… Me deixe ir até o lugar em que vocês iriam se encontrar, eu só quero… Checar com a Jieun uma coisa. Prometo que não farei nada de louco… Na verdade, eu vim até aqui para falar com ela, mas aí vi que ela saiu com o Jongsuk pela garagem e logo em seguida, você apareceu na minha frente falando com ela no telefone e…
  — Ei! — apontou-lhe um dedo acusador — Você iria me usar como bode expiatório! Qual a sua intenção indo até lá, hein? Eu não vou deixar você arrumar um escândalo, Jungkook!
  — Eu não faria nada disso! Eu só quero dizer para ela como eu me sinto!
   encarou o rapaz da cabeça aos pés, com os olhos urgentes e suplicantes dele lhe soando sinceros.
  — Ok, eu digo aonde iríamos, mas você não vai sozinho!
  — Eu tenho um capacete extra na moto, não se preocupe!
  Ela assentiu e checou o celular de novo. Não havia nenhuma mensagem de Woobin, nem de Jieun ou Jongsuk.
  — Vamos lá, eu também tenho umas coisas a dizer pro Jongsuk! — ecoou embravecida.
  — Obrigado! — Jungkook sorriu e a puxou em um abraço repentino, o que deixou a mulher completamente surpresa.
  Ela deu de ombros e os dois subiram na moto de JK. o guiou até o bar onde estariam os amigos, e chegando na porta do estabelecimento, ela desceu primeiro dando uma boa checada em JK.
  — Olha… Você… Você vai falar com ela assim? De pantufas?
  — Isso é o que menos importa agora. Vamos entrar!
  — Não, não! — o impediu segurando no punho dele — Você vai chegar lá assim, sem um plano? Quero dizer… O Jongsuk está apaixonado por ela, Jungkook! E com certeza tem muitos pontos na sua frente! Você não deveria entrar como se estivesse aqui por causa dela…
  — Então o que você sugere?
   pensou um pouco, levando uma mão no queixo e outra na cintura. Jungkook sorriu ladino porque pela primeira vez notou o quanto ela era bonita e fofa. Além de parecer bastante esperta. A mulher olhou para o segurança do local e foi até ele rapidamente. Trocou algumas palavras, o funcionário negou, então ela puxou algum dinheiro da carteira e ofereceu a ele, que aceitou meio constrangido.
  — Você calça quanto, mesmo? — Ela perguntou para JK dizendo a ele para se aproximar.
  — 42, mas por quê?
  — Jieun sabe que eu não sairia com um homem de pantufas! — Ela respondeu óbvia.
  Jungkook trocou um olhar confuso entre ela e o segurança e notou que ela trocou as pantufas dele pelos sapatos do cara.
  — Ei, mas eu vou querer elas de volta, foi um presente! — JK reclamou e revirou os olhos.
  — Não se preocupe, também quero meus sapatos de volta, rapaz.
  O segurança afirmou entregando os sapatos e pegando as pantufas de coelho, encarando-as com certo desdém.
  — Ótimo! Não é como se eu fosse sair lindona assim com um homem de moletom por aí, mas ao menos, sem as pantufas fica mais real. — falou encarando a figura alta de JK em sua frente de cima a baixo, e JK sorriu novamente achando adorável o jeitinho mandão dela — Faremos assim: o Woobin não avisou nada e eu te pedi para vir comigo e…
  O telefone dela começou tocar, fazendo-a perder-se da sua linha de raciocínio. Era Jieun, perguntando onde ela estava.
  — Chegamos! Estamos entrando! respondeu nervosamente, desligou e puxou JK pela mão o arrastando para dentro sem ao menos terminar de tramar um plano — Vamos Jungkook!
  Ele observou aquela mulher de um metro e pouco lhe arrastando para dentro do bar, toda empoderadinha e achou graça.
  Quando os dois chegaram até a mesa em que Jieun e Jongsuk estavam, a amiga os encarava surpresa e atônita.
  — Jungkook? O que faz aqui com… A ?
  — Ah! O Woobin sequer deu alguma notícia! — começou a reclamar, apontando um dedo para Jongsuk e vendo Jungkook puxar uma cadeira para ela se sentar — Você tem um péssimo e mal educado amigo, como ele pôde simplesmente sumir assim, Jongsuk?
  — Me desculpe , eu também não estou conseguindo falar com ele!
  — Espera… — Jieun interrompeu o assunto.
  Jieun observava e JK sentando-se à mesa, estando ela absolutamente confusa. Os olhos de JK não saíam dos seus, e assim em silêncio, os dois se encaravam com sentimentos contrastantes.
  — … O Jungkook é aquele seu amigo? — Jieun perguntou para a mulher, um tanto alarmada.
  , enfim, entendeu a situação. Ela achava que Jungkook era o rapaz de quem havia dito que chamou, mas estava ocupado.
  — Sim, sim, é ele. — E assim, se aproveitou da situação para tentar ajudar o rapaz.
  — Você sabia que a é minha amiga, Jungkook? — Jieun perguntou a ele um tanto ofendida.
  Jungkook não entendia nada, percebeu que a amiga estava sentindo ciúme e Jongsuk observava que capítulo havia perdido daquela novela. olhou para Jungkook perdido, e respondeu antes dele:
  — Ele não sabia, não é? — piscou para ele, discreta, e retomou: — Assim como eu também não sabia que vocês se conhecem. Se bem que… Bom, vocês três são famosos, faria sentido não é?
  — É… , vamos ao banheiro? — Jieun pediu.
   levantou e JK a encarou como se perguntasse o que fazer. Ela beijou o rosto dele, espontaneamente causando surpresa não só nele, como em Jieun.
  — Peça algo para eu beber, JK, por favor. E você não esquece que está pilotando, para você, nada alcóolico!
  Jieun pediu licença, e caminhou até o banheiro se sentindo completamente perdida. Quando as duas estavam no saguão do toalete, foi logo tratando de explicar a situação, trancando a porta do mesmo.
  — Jieun, se acalma! Eu não sabia que ele era o seu garotinho grudento. E não há nada entre ele e eu, só estamos aqui, porque o coitado estava parado na porta do prédio desesperado para falar com você.
  — Espera… Você está dizendo que trouxe ele aqui de propósito?! ! O Jungkook é um garoto, um caso passado! Eu não quero mais sair com ele, ele não tem maturidade ou compromisso e além disso… Céus, o Jongsuk está lá naquela mesa! Ele não sabe nada do JK e eu!
  — Você já descobriu que gosta do Suk, não é? — falou agora com tom sério e acusador à amiga.
  — Do que está falando?
  — Estou falando do fato de você saber que é apaixonada pelo seu melhor amigo, e agora que estão sentindo abertamente o mesmo um pelo outro, você não consegue ter coragem de dispensar o rapaz com quem deu alguma esperança. Jieun, por mais que tenha se arrependido de sair com JK, por mais que tenha visto que ele é imaturo e não queira continuar, você deve a ele a oportunidade de falar. Foi por isso que eu concordei que ele viesse. Ele quer falar com você, então apenas ouça, ok? E depois amiga, como a mulher madura que você é, irá terminar direito com ele!
  — Mas eu terminei! Ele é que não…
  — Não é assim que se termina! Ele não falou como se sente! Ouça ele! E depois, se tivesse mesmo terminado como se deve, ele não estaria aqui… Vá lá na mesa e diga que eu estou passando mal e o chamando. Eu vou ficar na porta vigiando enquanto vocês conversam.
  Jieun se sentiu um tanto atônita e surpresa, mas tinha um jeito sábio, envolvente e convincente de fazer as pessoas agirem como ela gostaria. Por isso, ainda confusa, Jieun caminhou até a mesa e disse para Jungkook o combinado. Quando chegou, Jongsuk e ele estavam conversando tranquilos, como se Suk jamais desconfiasse que JK era um ex-affair da amiga.
  — Passando mal? O que ela tem? Tão de repente?! — Jungkook se levantou imediatamente e surpreso, acreditando de verdade no que Jieun falava.
  A mulher notou a genuína preocupação dele, mostrando o lado gentil de JK que havia a convencido a dá-lo uma chance tempos atrás. Porém, também não poderia negar o quanto aquela ingenuidade também demonstrava para ela, um traço muito importante que ela julgava que ele não tinha: a tal maturidade.
  — Pois é, ela quer falar com você. Não se preocupe Suk, nós já voltamos. — Jieun falou observando o amigo que ia dando menção de se levantar também.
  — Aonde ela está? — JK perguntou caminhando atrás de Jieun, estranhando a entrada do banheiro feminino e parando ali.
   surgiu na porta, e Jieun entrou.
  — Está vazio, já conferi tudo. Entra lá JK, isso foi uma desculpa para vocês conversarem! — o empurrou e fechou a porta trancando e vigiando a entrada.
  Jieun e Jungkook ficaram se olhando confusos no meio do saguão do banheiro feminino.
  — E então? Ela me disse que, você queria falar comigo e por isso veio até mim.
  Naquele momento Jungkook sacou o que acontecia. E tomou fôlego para dizer.
  — Eu… Eu não quero dizer adeus. Na verdade, eu sei que vo-você me acha apenas um garoto imaturo, Jieun, mas eu preci-precisava te dizer como me sinto… E-eu fico nervoso e co-começo a gagu-gaguejar então, eu escrevi uma, uma música dias atrás… — Jungkook respirou profundamente, se acalmando e concentrando.
  — Certo. Cante então, JK. Essa é a última oportunidade para você falar o que sente de alguma forma.
  Jieun revelou e então, Jungkook respirou mais uma vez, e de olhos fechados começou:
  — Meu sangue, suor e lágrimas, minha última dança, leve tudo. Meu corpo mente e alma, saiba perfeitamente que eu sou todo seu, é um feitiço que me pune… Pêssegos e creme, mais doce que o doce, bochechas de chocolate e asas de chocolate, mas suas asas são as asas de um demônio, antes da sua doçura há um gosto amargo, amargo…
  Ele silenciou um pouco, nervoso em como ela reagiria então abriu um dos olhos para a espiar. Jieun estava atenta a ele, de braços cruzados, então JK fechou o olho, inspirou de novo e continuou:
  — Beije-me, não importa a dor, torne este laço mais forte até que não possa doer mais. Amor, tudo bem me embriagar, porque agora eu bebo de você. No fundo da minha garganta, está o uísque chamado você. Meu sangue, suor e lágrimas, minha última dança, leve tudo. Eu te quero muito, muito, muito, muito, muito, muito! Não importa o quanto doa, me aperte mais, para que eu não possa fugir. Abrace-me fortemente e me balance até que eu fique inconsciente. Beije meus lábios, esse é um segredo que fica apenas entre nós, eu não posso amar ninguém além de você! Eu estou viciado nessa prisão que é você! Eu sabia muito bem que estava bebendo do cálice envenenado… Meu sangue, suor e lágrimas, minha última dança, leve tudo…
  A voz suave de Jungkook ia ganhando cada vez mais paixão e altas notas enquanto ele cantava à capela o que sentia por ela.
  — Eu te quero muito, muito, muito, muito, muito, muito ! Mate-me com cuidado, feche meus olhos com suas mãos, eu não posso resistir de qualquer jeito… Eu não posso mais nem tentar escapar, porque você é muito doce, muito doce. Porque você é muito doce, meu sangue, suor e lágrimas…
  Ele terminou de cantar e abriu os olhos. Jieun deixava algumas lágrimas caírem em seu rosto e se aproximou dele, graciosamente tocou no rosto do rapaz e acariciou a sua bochecha. O olhar que ela sustentava, ele sabia, eram como facas.
  — Sabe por que essa era a sua última oportunidade de dizer o que sentia de alguma forma? Porque não ia mudar nada, JK. Sinto muito, mas você escreveu bem quando disse que havia algo amargo embora eu pareça doce… É que não é você, Jungkook. Estou apaixonada por outro homem e eu lamento tanto tê-lo feito sentir isso tudo… — Jieun chorava — Mas, pelo menos, eu te deixei uma boa música, não é? Ela será um grande sucesso, pode ter certeza disso… Você foi o único homem mais novo com quem saí, e sempre será o único garotinho adorável nas minhas memórias…
  Jieun falou aquilo tudo enquanto observava a boca dele se abrir sem ecoar som, e as lágrimas surpresas descerem rolantes pelos olhos dele, um tanto assustadas.
  — Isso foi muito cruel, noona. Você me usar para descobrir que ama outro.
  Jungkook não pôde dizer mais nada, Jieun soltou a face dele e saiu correndo culpada. estava escorada na porta quando ouviu as batidas vindas de dentro, e abriu a porta.
  — Estou indo embora com Jongsuk, depois nos falamos ! — Jieun declarou saindo apressada sem dar à amiga direito de resposta.
   olhou a figura de Jieun, desconcertada, cheia de lágrimas correndo para longe. Suspirou preocupada com Jungkook e entrou no banheiro o chamando.
  — Jungkook?
  Ela chamou-lhe e ele estava de pé, com os ombros trêmulos, mas não se virou então foi ela quem se colocou à frente dele. Encontrou o rapaz chorando dolorosamente e não evitou a expressão de pena ao vê-lo:
  — Oh Jungkook, eu sinto muito! Eu falei que era melhor não vir e…
  Interrompendo-a, Jungkook apenas abraçou a mulher, apertado, como se pedisse por algum consolo amigo. Ela se calou e abraçou-o, numa cena cômica de alguém encolhido sobre ela com o triplo do seu tamanho.
  — Bem, vamos embora agora.
  Jungkook assentiu, levantou do abraço dela, lavou o rosto na pia do banheiro e depois de secá-lo, pegou pela mão sendo ele a pessoa que a arrastava atrás de si agora.
  Os dois chegaram do lado de fora do bar, trocaram de volta os sapatos com o segurança, agradecidos. Subiram na moto em silêncio e Jungkook pilotou de volta para sua casa. não se tocou que precisava dizer a ele onde deixá-la, pois estava com a cabeça escorada no ombro de Jungkook, em sua garupa, um tanto pensativa na cena lamentável em que o encontrou. Pensativa em como Jieun pôde brincar com os sentimentos de alguém daquele jeito, apenas porque não sabia como se livrar das próprias confusões a respeito do que sentia por Lee JongSuk.
  — Ah, droga. Eu esqueci de te deixar em casa, … — Jungkook reclamou ao se deparar com o próprio estacionamento, e os braços da mulher ao redor de sua cintura.
  — Hã? O quê? Onde estamos? — falou abrindo finalmente os olhos e retirando o capacete. — Ai droga, desculpa JK, eu meio que… Cochilei em pensamentos.
  — Dormiu na garupa da moto? — Jungkook perguntou sorrindo leve pela primeira vez depois de tudo. — E se você caísse no caminho, mulher?
  — Ah, tenho certeza que você notaria e me salvaria. — deu de ombros. — Estamos na sua casa?
  — Sim, na garagem do meu prédio. Quer que eu te leve em casa? Sobe aí, mas fica acordada, tá? — Ele falou risonho estendendo para ela o capacete de novo.
   negou empurrando de volta o capacete.
  — Não precisa, eu vou pedir um táxi. Posso esperar no saguão?
  — Claro que não. Pode esperar no meu apartamento, meus amigos estão aí então não é um convite safado, pode confiar.
   gargalhou, fazendo Jungkook a encarar com surpresa e admiração pelo vasto sorriso lindo dela.
  — Está me pedindo para confiar em um homem que sai por aí em pantufas de coelho? — Ela apontou o pé dele, sacaneando.
  — Nunca te disseram que esse tipo de homem é muito mais confiável?
  — Como? — provocou ela.
  — Um homem assim é espontâneo e transparente, não esconde o que sente ou pensa. Como não seria confiável?
   observou a fala dele, um tanto surpresa. Jungkook saiu de sua moto puxando a chave e parando diante dela com uma expressão de inocência.
  — É, tem razão. Você me parece confiável, e um pouco ingênuo agora. Isso não é muito bom às vezes, JK. Homens de pantufas são fáceis de machucar.
  — Então vamos subir, e lá na sala você pode me ensinar como ser mais safo como você parece.
  — Pareço safa? — Ela perguntou confusa seguindo-o. — Explique melhor.
  — Não deve ser fácil fazer você acreditar em alguém. Deu para notar o quanto você é decidida e gosta de ter o controle das coisas… Não queria estar na pele do Woobin por te dar um bolo, aliás.
  — Woobin era só uma desculpa, nenhum de nós dois realmente queríamos estar ali de vela. — Ela falou sem pensar e em seguida levou a mão à boca — Oh, me desculpe.
  Jungkook sacudiu a cabeça em silêncio, como se dissesse que não foi nada, e os dois entraram no elevador. O silêncio palpável fazia parecer que o sétimo andar não chegaria nunca. E quando as portas do elevador se abriram eles saíram, escutando a porta da casa dele se abrindo.
  — Jungkook!? Graças a Deus! Você deixou o celular em casa e nós ligamos para toda a 97 line e… — Namjoon parou de falar ao ver a figura de ao lado dele — Huh… Olá?
  — Esse é o Namjoon, e essa é a…
  — ? — Taehyung falou surpreso ao surgir atrás de Namjoon na porta — O que faz aqui?
  — Tae? — Ela perguntou também surpresa se aproximando dele e lembrando do que Jungkook disse na garagem: — Ah, é! Ele falou que os amigos dele estavam aqui.
  Jungkook ficou chocado, assim como Namjoon, Yoongi e Hoseok que observavam a mulher e Taehyung se abraçarem e trocarem um selinho nos lábios um do outro.
  — Você não ia sair com o Woobin? Quando o Jungkook entra na história?
  — Longa, longa história, Tae! — comentou puxando de novo o rosto dele para outro selinho — Mas, já que finalmente estou conhecendo os seus amigos, vamos entrar e nós contamos tudo, não é JK?
  Jungkook observava a garota sorridente sentindo uma confusão na boca do estômago, um enjoo de alguém que caiu de vinte andares e ainda estava em queda.
  — Você e o Taehyung são namorados? — Ele perguntou surpreso.
  — Não. — respondeu sorrindo e abraçando Tae de lado — Somos…
  — Amigos com benefícios. — Taehyung respondeu.
  E então a cabeça de Namjoon, Hobi e Yoongi deu um estalo.
  — Ah! Ela era a garota que você queria apresentar para o Jungkook? — Yoongi perguntou surpreendendo e JK que olharam ao Tae, confusos.
  — Ela mesma.
  — Como é que é, Taehyung? — perguntou.
  — Ele precisa conhecer uma mulher legal, e eu pensei que vocês fariam um bom par. — Tae respondeu deixando Jungkook ainda mais surpreso.
  — Ia mesmo me dispensar, Kim? Como você é burro. — zombou.
  — Então, na verdade, eu estava indeciso por conta disso. Acho que não deveria, mas de que adianta, parece que o destino deu um jeito e vocês dois se esbarraram, não é?
  — Agora sim isso vai ficar interessante! — Hoseok brincou apontando de Tae para e de para Jungkook.
  Todos entraram e Jungkook ficou parado boquiaberto na porta até Yoongi retornar e puxar ele.
  — Jungkook entra, a casa é sua! — Yoongi falou risonho observando a confusão e um brilho diferente do choro surgindo nos olhos de Jungkook que encarava e Tae, e fechou a porta depois de puxar o amigo para dentro.

Fim