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Escrito por Danielle Aquino | Revisada por Lyra M.

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Capítulo Único

“Escrever é enfiar um dedo na garganta.”
– Caio Fernando de Abreu

Setembro, 2012

  Príncipe encantado, Edward Cullen, homem da sua vida, amor eterno... Se você juntar tudo isso, conseguirá um belo saco de merda melosa, que faz com que você se sinta uma estúpida dependente que precisa de alguma dessas porcarias para alcançar a felicidade. Bom, tenho uma novidade para você, querida: nada disso pode te fazer feliz, porque nada disso existe. Na verdade, vou abrir uma pequena exceção para “amor eterno”, porque existe o amor da sua mãe por você, e esse sim é incondicional e durará para sempre, não importa as burrices e ingratidões que você faça na sua vida. Mas o resto – príncipe, vampiro perfeito e o homem ideal – são lenda, mito, coisas inexistentes, que a nossa insegurança e falta de capacidade de imaginar um mundo em que ser você mesma basta pra ser feliz criaram.
  Não estou dizendo que é um grande pecado ser insegura, que ter crises de baixa autoestima é o cúmulo da falta de maturidade ou que eu mesma sou uma pessoa super autossuficiente e que nunca teve um momento de carência. Infelizmente, faz parte da natureza humana – e principalmente da natureza feminina – sentir-se assim. Você pode ser insegura, pode se odiar às vezes e querer pular do penhasco simplesmente porque está cansada de ser você. Você pode precisar de um cafuné, pode idealizar o namoro que julga perfeito, pode até sonhar com o Edward quando estiver no fundo do poço pensando no que gostaria de pedir ao gênio da lâmpada, se achar um algum dia. O que você não pode é se resumir a isso. Você não pode pensar que o jeito certo de existir é ser uma Bella ou uma Anastácia da vida, que não consegue mensurar uma qualidade para si mesma e só sabe se julgar insuficiente para o homem dos seus sonhos. Porque você, garota, é suficiente sim. Você tem grandes qualidades, e já chega de não enxergar isso, porra! Homem de verdade, daqui do mundo real, não se apaixona por uma mulher que não se valoriza, que se julga pouco pra ele ou algo assim. Não estou falando que você tem que se amar porque só assim os homens vão te amar também. Não! Você não precisa ser amada por ninguém, porque você se basta. Você sabe quem você é, o que quer da sua vida. Você vê que a felicidade de verdade é estar bem consigo mesma – não ter um cara te dizendo o tempo todo o quanto você é especial para ele. Por isso, ame-se porque essa é a chave pra que você seja feliz, para que se sinta satisfeita e realizada no seu próprio universo. Ame-se porque você tem uma personalidade que te agrada, porque você batalha todos os dias pra ser melhor ainda pra si mesma.
  O segundo mandamento lá dos dez escritos na Bíblia – e vocês sabem que eu não sou nada religiosa, então vejam como isso realmente me chama a atenção – diz “Amai ao próximo como a ti mesmo”. Porque amar outra pessoa quer dizer necessariamente que você precisa se amar antes. Então, vamos parar com essa burrice de acreditar que precisamos de alguém que nos complete. Se você não é inteira sozinha, pule do último andar do prédio mais alto que encontrar na sua cidade e faça um favor ao mundo, porque ninguém merece ter que conviver com um “meio” ser humano. Se for pra ficar com alguém, que essa pessoa seja um excedente que te aprimore. Ninguém nasceu pregado em ninguém – exceto gêmeos siameses, que mesmo assim a medicina faz o possível e o impossível para separar, e esses gêmeos não costumam se apaixonar um pelo outro, até onde eu sei. Então, pare de pensar que você depende de alguém para continuar respirando.
  Muita gente vai passar a me odiar depois da postagem de hoje, mas eu não preciso de vocês mesmo... HAHAHAHA Fiquem a vontade para me mandar pra puta que pariu nos comentários, flores. (:
  Sugestão de leitura pra hoje: Por que os homens amam as mulheres poderosas. (Não é zoação! Tem muita merda no livro – o que eu comento outro dia em outra postagem -, mas tem muita coisa útil também, juro).
  Boa semana pra todas!

  Enviei a postagem para o blog e fechei o notebook. O horário de almoço na London South High School já havia acabado e eu tinha dois minutos para terminar de atravessar a escola para a minha próxima aula. Eu corria pelo corredor dos armários do colégio enfiando meu computador dentro da mochila pendurada por uma alça só no meu ombro direito quando esbarrei nele. Minha primeira reação foi soltar um palavrão, e o garoto fez a mesma coisa. Na verdade, nós xingamos “porra!” em uníssono – o que, acredite, era bastante difícil de acontecer naquela escola, onde todos eram puídos e educados demais.
  — Desculpa, acho que eu não tava olhando pra frente mesmo. — o garoto bonito de olhos se desculpou mantendo a expressão séria.
  — Tudo bem. Cada um fica com cinquenta por cento da culpa. — respondi e então me lembrei que o professor Barner me faria assinar uma advertência se eu me atrasasse mais ainda. Voltei a caminhar, mas quatro passos depois, o estranho cutucou o meu ombro.
  — Eu preciso encontrar a diretoria. Você sabe onde fica? — ele perguntou.
  — No final desse corredor tem um lance de escadas. Você sobe elas, vira a esquerda, vira a direita, vira a esquerda de novo e desce o lance de escadas que encontrar. À sua direita estará o prédio da diretoria. — expliquei olhando meu relógio de pulso inutilmente.
  — Caralho, essa escola é muito grande! No meu antigo colégio, tinha dois prédios, dois andares cada um. Eu nunca vou encontrar essa diretoria sozinho. — o garoto resmungou me olhando como se estivesse pedindo ajuda de novo.
  Suspirei deixando que meus hormônios falassem mais alto que minha vontade de ver a aula de Economia – algo que também não era tão difícil – e me ofereci para acompanhar o cara gostoso até a sala do diretor.
  — Obrigado. Você está salvando a minha vida. — ele falou sorrindo para mim.
  — Sem problemas. — sorri em resposta. — Ainda não sei o seu nome, né?
  — . .
  - Eu sou .
  E foi neste dia que a droga do meu coração ou sistema límbico, ou qualquer que seja a merda que controla os sentimentos do ser humano, me tornou mais burra. Porque essa é a verdade: deixar que um cara que claramente mexe com você se aproxime, é pedir ao cupido para te acertar em cheio. Não que me apaixonar fosse assim algo tão ruim... Certo, era mesmo a pior tragédia que poderia ter me acontecido.


Março, 2013

  — Oi, . — cumprimentei a irmã do meu melhor amigo assim que ela escancarou a porta do apartamento para mim. segurava um vidro de esmalte preto em uma das mãos e algumas de suas unhas já estavam pintadas.
  — Ei, . Entra. — ela incentivou fechando a porta atrás de mim. — Estou me inspirando em você hoje. — emendou, o que me fez franzir o cenho de curiosidade.
  — Como assim?
  — Unhas pretas, ué. Seu estilo não é meio rock alternativo?
  — Aaah sim. — sorri amarelo odiando a comparação. Era verdade que eu adorava esmaltes pretos, raramente não estava usando all star, minhas roupas eram quase sempre escuras e meu cabelo estava igualzinho ao da Kristen Stewart em sua fase Joan Jett. Mas eu jamais havia ligado o meu estilo a “rock alternativo” porque essa expressão sempre me lembrava garotinhas de 14 anos usando blusas cor de rosa com caveiras estampadas e anéis em todos os dedos. — Hã, onde é que tá o seu irmão? — perguntei antes que minha expressão indicasse demais o quanto eu havia odiado o comentário de . Não fora algo intencionalmente maldoso, mas eu era péssima em esconder o que não me agradava.
  — Tá lá no quarto dele, morto em cima da cama.
  — Cara, são duas horas da tarde de um sábado!
  — Não para o , que passou a noite toda em claro jogando online. — rolou os olhos e voltou sua atenção para o que assistia na TV.
  Como eu morava na casa dos quase tanto quanto na minha própria casa, adentrei o apartamento e abri devagar a porta do quarto de . Ele estava usando uma calça azul xadrez, cada membro do seu corpo ocupava um canto do colchão e os cobertores encontravam-se no chão, tão embolados que nem era possível saber quantos havia na trouxa. Abri lentamente uma das portas do guarda-roupa dele sabendo que ali costumava ter uma daquelas cornetas usadas por torcedores chatos em estádios de futebol, e me aproximei dele sem fazer ruídos. Seu rosto estava tão sereno e angelical dormindo que quase desisti do plano maligno. Quase. Então, soprei a corneta com força no ouvido de , e o barulho foi tão alto que se houvesse mais alguém dormindo num raio de quinhentos metros, provavelmente essas pessoas também acordaram.
  — CARALHO! — meu melhor amigo pulou da cama gritando e fazendo com que eu caísse de bunda no chão de tanto rir. — Você é muito à toa, ! — ele reclamou com raiva sentando-se na cama e esfregando os olhos de sono. Eu ainda estava me contorcendo de rir enquanto apanhava suas cobertas emboladas do chão e jogava a trouxa toda em cima de si, deitando-se na cama de novo. Parei de rir depois de me esforçar muito para isso, e puxei as cobertas novamente, pulando por cima dele na cama.
  — Isso não é hora de dormir, .
   fingiu que eu nada havia dito, muito menos que percebera que eu estava por cima dele colocando todo o meu peso sobre suas costas nuas.
  — Você sabe que não vou parar de encher o saco até você levantar, né? — falei alto de propósito no ouvido dele. virou o rosto de lado antes que eu tirasse a boca de seu ouvido, o que fez com que nossos lábios quase se tocassem, e aquela aproximação súbita me assustou, algo que ele pareceu perceber instantaneamente. Ainda estava me recuperando daquilo quando ele inverteu nossas posições na cama, ficando sobre mim desta vez — a diferença era que eu não estava deitada de bruços.
  — Acabei de ter uma ideia genial, . — ele disse aproximando seu rosto do meu. — E se no lugar da gente passar a noite preenchendo fichas pra faculdades... — ele chegou ainda mais perto e eu ia afastá-lo, mandá-lo tomar no cu ou algo do tipo. Mas não consegui. era meu melhor amigo, só que ele era gostoso demais. — Nós fôssemos a alguma boate? — ele completou pulando da cama e me deixando lá sozinha, com uma bela cara de trouxa.
  — Quê? — perguntei frustrada.
  — Vai me dizer que você não está precisando sair da seca também? — me encarava esperando por uma resposta, mas, surpreendentemente, eu não sabia o que dizer. Isso não era bom... Eu sempre sabia o que dizer!
  — , se você não liga pra porra do seu futuro...
  — Cara, a gente termina essas coisas amanhã. Não é como se estivéssemos acabando com todas as nossas chances de ir pra faculdade no próximo semestre, . — ele deu de ombros catando uma troca de roupas no guarda-roupa. Pegou a corneta que estava caída no chão, aos pés da cama onde eu ainda estava deitada pensando naquela ideia idiota e que surgiu do nada que ele teve. — Você ainda vai me pagar por isso, ok? — me ameaçou apontando em minha direção com a corneta, mas, antes que ele saísse do quarto para ir ao banheiro se trocar, vi um sorrisinho no rosto dele. E o fato de eu ter sorrido como uma idiota deslumbrada assim que vi a expressão alegre dele fez com que eu tivesse vontade de sair correndo dali. Porque eu não podia mentir pra mim mesma: estava conseguindo abalar minhas estruturas.


Maio, 2013

  Uma das perguntas que as pessoas mais têm me feito aqui no blog, no twitter, facebook e todas as redes sociais que eu uso, é se eu sou alguma espécie de garota mal comida, que teve seu “coração partido” em algum momento da vida e agora acha que o amor é um grande poço de merda. Bom, vou esclarecer uma coisa pra vocês, fofas que leem as porcarias que eu escrevo: eu não acho o amor uma tragédia. Não acho mesmo. O que eu odeio é o que o amor faz com as pessoas. Amor, paixão, paixonite, gostar, enfim, qualquer uma dessas coisas que faz um ser humano (ou, na maioria dos casos, uma mulher) suspirar por outro. Sim, porque, a maioria das vezes, você se apaixonar acaba totalmente com o seu Q.I. Eu sei que isso não acontece com todo mundo. Sei que existem aquelas pessoas que são capazes de amar muito outra, mas ainda assim saber o que é melhor pra si e não deixar de buscar isso em momento algum. Tem sim mulheres capazes de não virarem loucas possessas e super boazinhas quando se apaixonam por um cara. Mas isso é raro – muito raro.
  E o motivo pra eu falar tanto sobre isso é porque eu já fui estúpida quando me apaixonei. Já fui do tipo que abre mão de sua própria opinião para que o cara me aceite melhor. Já fui do tipo que para tudo o que está fazendo pra dar atenção a ele. Já pensei em largar meus maiores planos de vida por aquela pessoa especial, porque algum idiota me disse que, quando você encontra sua “alma gêmea”, você precisa se agarrar a ela para não perder a chance de ser feliz. Só que agora eu sei que “alma gêmea” é o caralho! Primeiro que não tem como a gente saber quando esbarrar na tal “alma gêmea”. Ok, você deixa de aceitar aquela proposta de emprego incrível do outro lado do mundo porque não pode abandonar a sua “cara-metade”. Daí, nem um mês depois, a tal “cara-metade” te dá um pé na bunda porque arranjou outra garota mais gostosa pra comer. É assim que a vida funciona, minhas amigas! Por isso que eu digo que não existe essa merda de “alma gêmea”, “tampa da panela”, “outra metade da laranja” e não sei mais o quê. Sabe por quê? Porque um cara que talvez você julgasse super errado pode ser exatamente aquele que vai ser bom pra você, que vai ser um bom amigo, acima de tudo. Que vai te ajudar a crescer, mas sem te carregar no colo – vai te ajudar a evoluir como ser humano por te encorajar e ser um companheiro de verdade. Esse negócio de que existe a pessoa certa na Terra que vai ser o complemento – sim, porque é assim que eu enxergo a tal “tampa da panela”, “outro pé do chinelo” e “metade da laranja”–é uma historinha que só serve pra te tornar dependente e impedir que você seja feliz simplesmente por ser você. Essa porcaria veio da mesma noção de que toda mulher é uma princesa que precisa ser resgatada pelo príncipe encantado no cavalo branco. Portanto, DELETA isso da sua mente! Se você conseguir fazer isso, está preparada para se apaixonar.
  “Ah, mas a gente não escolhe quando vai se apaixonar”, você diz. E eu concordo. Realmente, a coisa cai como uma bomba na sua vida, e é por isso que a maioria das pessoas que se apaixona fica estúpida: porque não sabe lidar com a situação. Por isso que aí entra você acordar e começar a se preparar. Não está apaixonada ainda? Ótimo, aproveite agora para criar seu próprio universo e ser feliz com ele. Tenha vida própria e goste da vida que tem. Faça coisas que gosta de fazer, se cuide, faça planos, tenha bons amigos e saiba quando tirar alguém do seu mundo porque essa pessoa te atrasa. Já está apaixonada? Bom, aí vai depender de duas coisas: você já se colocou totalmente na mão dessa pessoa ou não? Se não, dê graças a Deus e não faça isso! Homem nenhum é maravilhoso demais para não ser o sortudo por estar com você. Qualquer pessoa deve saber que é um privilégio pra ela tê-la em sua vida. Mas você precisa passar essa mensagem pela sua atitude, pela pessoa que é, então vá ser feliz por ser você antes de colocar isso na mão de algum homem. Agora, se você já passou a mensagem de “dependo de você pra ser feliz” para o seu namorado, boa sorte! E quando eu digo “passar a mensagem” não estou falando de você ter dito isso a ele. Às vezes a gente fala as merdas sem pensar mesmo, está tudo bem. O problema é se cada uma das suas atitudes indica isso. Neste caso, querida, mesmo que você e seu companheiro passem o resto de seus dias juntos, você vai ter o “coração partido” vez após vez. Sim, porque a cada vez que ele não ficar a altura das suas expectativas, a cada vez que te magoar ou parecer mais distante, você vai sofrer.
  E para finalizar, vou admitir pra vocês que eu não vejo ficar apaixonada nem como a pior, nem como a melhor coisa do mundo. Acho que tem suas vantagens e suas desvantagens, e por se tratar de sentimentos, a pessoa pode ficar cegada por esses benefícios por um tempo e, quando ela acordar, vai ter que lidar com a parte difícil – que vai ficar ainda mais difícil então.
  É muito triste ser uma pessoa fechada a um sentimento tão bonito como o amor. Provavelmente, essa é a frase mais escrotamente melosa que eu já coloquei por aqui... Whatever. Mas acho que, de qualquer modo, é bom tentar usar os dois hemisférios cerebrais sempre. Assim, você consegue ver as coisas com mais clareza e sabe ser uma pessoa apaixonada que não ficou burra por isso.

  Enviei a postagem e voltei a minha atenção para o livro de História que estava ao lado do laptop sobre a minha escrivaninha. Meu celular vibrou em algum lugar no quarto e lá fui eu abandonar os estudos de novo, desta vez para procurar o telefone. A foto de sorridente na tela me fez pensar duas vezes antes de atender.
  — Oi. — desisti de ignorá-lo dela décima vez na semana.
  — Eu vi que você postou no blog agora há pouco e então deduzi que não estava morta. Por que você sumiu, ? — ele perguntou em tom de acusação.
  — Se queria tanto assim falar comigo, por que não veio até a minha casa, ? — devolvi irritada.
  — Porque quando você não me atendeu na décima vez que liguei, imaginei que você estava fingindo que eu não existo.
  — Então por que você ligou de novo?
  — Você não negou que estava fingindo que eu não existo. — foi a resposta dele. E lá estava eu, a pessoa que sempre tem o que falar, sem palavras de novo. Suspirei alto. — , o que aconteceu? Há semanas você está estranha comigo.
  Pensei em falar de uma vez que a verdade era que eu não queria ficar perto dele pra não me envolver mais ainda. Sentir o cheiro de já me deixava alterada, e eu não podia permitir que isso me acontecesse. Não se ele estava de namoradinha nova desde o dia que fomos à maldita boate – coincidentemente, o mesmo dia que eu percebi que ser só amiga dele não seria possível mais.
  — Estamos nas provas finais, e eu sei que você não está abandonado em casa. A sua namorada está aí pra te dar atenção, não?
  — Certo, então porque eu tenho namorada não posso ter você como amiga mais? — ele riu sem muito humor do outro lado da linha. — Não vá me dizer que está com ciúme, . — desta vez quem riu sem humor fui eu.
  — Vai tomar no cu, . — respondi.
  — Essa é a minha !Vou aí na sua casa agora. Que filme você quer ver? Vou passar na locadora. — o folgado disse. Olhei para o livro de História sobre a minha escrivaninha, mas ele se convenceria de que eu estava mesmo com ciúmes se eu falasse de novo que precisava estudar...
  — Traz qualquer um. E compra refrigerante também. Minha mãe ainda tá viajando a trabalho, então só tem água na geladeira.
  — Ok. Chego aí em meia hora no máximo.
  E com isso, desliguei o telefone e fui para a cozinha fazer pipoca para relembrar os velhos e torturantes tempos com a pessoa que mais me deprimia no mundo naquele momento da minha vida. Viu por que apaixonar-se é uma droga? Por que eu normalmente me esforço muito para evitar isso? Mas é, a gente não escolhe mesmo quando essa bomba cai sobre as nossas cabeças.


Junho, 2013

  — Aceitos na Universidade de Westminster, Universidade de Brunel e na London MetropolitanUniversity. Cara, nós somos foda! — disse passando um copo cheio de vodka para mim.
  Era nossa última semana de aula. No sábado à tarde, estaríamos no auditório da escola recebendo nossos diplomas e tirando fotos de beca preta. Por sorte, minha mãe havia viajado novamente por causa do trabalho e só voltaria na sexta-feira. Assim, tiramos aquela quarta-feira para encher a cara com bebida roubada da dispensa da casa de .
  — Pois é. Eu também fui aceita em Bristol, então... — me gabei e recebi uma almofadada na cara.
  — Se eu tivesse me esforçado tanto quanto você teria conseguido de boa também.
  — Eu sei que teria, seu idiota. — respondi devolvendo a almofadada. Liguei a televisão logo em seguida e passamos os próximos minutos vendo o filme que estava passando e bebendo. No terceiro copo, nós dois já estávamos rindo feito dois idiotas e zombando de cada ação dos atores na TV.
  — Cara, a gente é muito fraco pra bebida. — falei enchendo meu copo pela quinta vez e servindo o sétimo copo de . Ele riu como um imbecil do que eu disse e eu o acompanhei, sem conseguir ter controle sobre minhas atitudes. Um pouco de vodka caiu na minha blusa enquanto eu nos servia, e foi até a cozinha pegar um pano para que eu me secasse.
  — Deixa eu te ajudar... — ele murmurou esfregando o pano na minha barriga e, de repente, estávamos próximos demais. A bebida já havia espantado toda a minha sanidade, então o agarrei pela nuca e o beijei. Talvez fosse o álcool falando, mas o beijo foi muito melhor do que eu imaginara. Talvez ele estivesse ainda mais bêbado do que eu, porque não se lembrou de Emma, sua namorada querida e de quem ele dizia gostar tanto, quando nossas bocas se juntaram. Ele me agarrou da mesma forma que fiz com ele, e segundos depois de começarmos a nos beijar, ele já estava deitado sobre mim no sofá apertando a minha cintura com tanta força que quase chegava a ser doloroso. Interrompi o beijo para recuperar o fôlego, e me arrependi instantaneamente. se afastou de mim e levantou-se do sofá assustado. — Desculpa, . Eu... eu... — ele murmurou desconcertado e andou até a porta do meu apartamento.
  — , não vai embora. — eu disse segurando-o pelo braço. — Eu não devia ter concordado com essa bebedeira de hoje. Não é certo ficar chapada junto com o cara por quem eu estou apaixonada se ele tem namorada. — admiti finalmente para ele o que eu sentia. Talvez não fosse o melhor momento para isso, mas eu estava cansada de esconder aquilo. Além do mais, a bebida sempre me deixava excessivamente honesta.
  — Você está apaixonada por mim? — ele perguntou me encarando com a expressão confusa.
  — Estou. Desde o dia que você conheceu a Emma eu não te vejo só como amigo mais. Eu morro de ciúme dela, e sei que ela é uma garota bem bacana, mas eu a odeio porque ela tem você e eu não.
  — Por isso você estava tão diferente comigo?
  — Eu tentei voltar a pensar em você só como o meu melhor amigo, mas não deu certo. Não dá pra desligar esse tipo de coisa, por mais durona que a gente seja. — falei olhando para os meus pés.
  — Eu preciso mesmo ir, . Acho melhor a gente conversar depois. — foi tudo o que ele respondeu, e me deixou ali, com apenas o restinho de uma garrafa de vodka como companhia e uma vontade absurda de chorar até que minhas lágrimas acabassem.

***

  Grandes decisões. Todo mundo passa por elas na vida. Qual será sua profissão? Em qual faculdade você vai estudar? Quando sair ou não da casa dos seus pais? Vale a pena se declarar para o cara de quem você gosta? Acreditem se quiser, mas nas últimas 52 horas eu preciseitomar todas essas decisões.
  É verdade que eu já tinha uma boa noção do que queria fazer quando crescer.
  Meu pai era policial. Daqueles que dá a vida para proteger os outros. Tanto que ele morreu nas mãos de bandidos, fazendo o trabalho dele. Minha mãe é advogada. Ela trabalha para um dos maiores bancos de Londres, e a vida dela se resume bastante àquele escritório em um dos últimos andares do prédio, onde qualquer coisa importante passa por suas mãos. No final, eu acabei decidindo pegar um pouco de cada um deles: vou fazer Direito para me tornar promotora e tentar, quem sabe, colocar alguns bandidos atrás das grades.
  Meu plano inicial era continuar em Londres. Fazer companhia para a minha solitária mãe até que eu decidisse que precisava comprar um apartamento para mim mesma e pagar minhas próprias contas sozinha. Bom, ter decidido me declarar para o cara de quem eu gosto mudou completamente esses planos. Na verdade, essa decisão acabou me levando àquela que determinou que eu vou para Bristol tentar me virar sozinha e, quem sabe, conseguir um recomeço.
  Eu sei, parece covarde. Parece que eu estou fugindo daquilo com o que não consigo lidar. Mas não subestime o poder da fuga, porque às vezes ela é mesmo necessária. Às vezes dar um tempo para que você recupere o fôlego e se restabeleça é tudo o que você precisa para realmente recomeçar. O que muita gente não consegue é ver que precisa desse recomeço, que é hora de largar o osso e admitir que não deu certo. Nem sempre as coisas saem como o planejado, então você precisa ter coragem para bolar outro plano. Confesso que eu nunca tive esperanças de que algo fosse diferente, mas admito também que eu estou precisando dessa fuga agora.
  Ás vezes o final feliz não é do jeito que você imagina ou deseja. O meu não teria sido assim se eu pudesse escolher, juro isso pra vocês. Mas o que podemos fazer, né? O jeito é encarar e seguir em frente. Nada melhor do que o tempo para mudarmos a forma que encaramos as coisas quando não podemos mudar a situação.
  Por que estou falando todas essas porcarias inúteis para vocês? Porque eu cansei de ser desonesta aqui no Blog. Pois é, eu sempre solto o verbo, falo as coisas sem pensar se vou ferir os sentimentos de alguém. Nos últimos meses, eu não disse nada do que me machucava porque eu não queria admitir que estava ferida também. Eu sou um ser humano, quer vocês acreditem ou não, então qual é o problema de expor minhas fraquezas às vezes, não é mesmo?
  Então é isso aí. Espero que minha epifania da semana sirva de alguma coisa pra alguma de vocês.
  Tenham um bom verão, pessoas!

  — , querida, vamos? — minha mãe chamou da porta do meu quarto. Ela estava muito bonita usando um vestido lilás e com os cabelos soltos. Eu também até parecia mais delicada usando um vestido preto curto sem alças, justo na cintura e soltinho dali para baixo.
  — Vamos. — concordei sorrindo para ela e então fomos para a escola, onde eu finalmente encerraria meu ensino médio naquele dia.
  Cumprimentei vários dos meus colegas rapidamente e me sentei no lugar destinado a mim, organizado pela ordem alfabética na ala das garotas dentro do auditório. O diretor iniciou a cerimônia com o hino da Inglaterra, e logo em seguida começou seu discurso sobre o orgulho dos pais e professores naquele dia tão importante das nossas vidas. Olhei várias vezes para o local onde os garotos estavam sentados, mas não consegui localizar ali no meio. Eu não sabia qual era o status da nossa amizade àquela altura, porque ainda não havíamos conversado desde o beijo, dois dias atrás. Mas eu tinha certeza que pelo menos nos cumprimentaríamos pela formatura hoje.
  O orador escolhido pelas turmas do último ano foi até o palco e falou por uns dez minutos. Diversas vezes nós aplaudimos e assoviamos em concordância, mas confesso que eu não estava prestando atenção de verdade ao que ele dizia. Então, finalmente, o diretor começou a chamar os alunos para entregar os diplomas. As garotas foram solicitadas primeiro, e uma a uma pegamos o tão esperado canudo. Quando chegou a minha vez, olhei para o auditório de novo procurando meu melhor amigo e ele se colocou de pé para me aplaudir assim que nossos olhares se cruzaram. Eu não sabia bem porque, mas aquilo me deu esperanças de que o namoro dele com Emma tivesse ido pelo ralo e, quem sabe, eu ficasse em Londres, afinal.
  O resto da cerimônia foi lenta. Também aplaudi de pé quando pegou seu diploma, mas parecia que demoraria uma eternidade até que todos os garotos fizessem o mesmo e finalmente fôssemos dispensados para as fotos e congratulações.
  — Finalmente estamos libertos! — disse e me abraçou apertado. — Preciso falar com você antes de irmos embora. — ele sussurrou no meu ouvido enquanto ainda estávamos próximos.
  — Parabéns pela formatura! — respondi depois de murmurar um “ok” baixinho.
  Passamos a próxima hora tirando fotos, abraçando colegas, professores e familiares. Então, deixei minha mãe conversando com a mãe de e saí do auditório da escola, lançando um olhar sugestivo para meu amigo que estava de mãos dadas com Emma conversando com seu melhor amigo, .
  Fiquei alguns longos minutos encarando o campus da escola ao redor. Eu havia passado quatro bons anos ali, e provavelmente todas as minhas experiências relevantes tinham a ver com aquele lugar. Quando eu pisaria no colégio novamente? Dali muitos anos ou talvez nunca mais. E, surpreendentemente, a nostalgia estava me deixando triste por isso.
  — Um milhão de libras pelos seus pensamentos. — disse acordando-me para a realidade. Virei-me para encará-lo e ele já estava sem gravata, com o terno desabotoado e a camisa branca por fora da calça.
  — Estava pensando que provavelmente nunca mais vou pisar aqui, nessa escola. Agora pague. — respondi e sorri para ele, que me retribuiu o sorriso mostrando todos os seus dentes brancos.
  — Me desculpe por não ter te ligado, nem nada assim. — disse colocando as mãos nos bolsos, sem graça.
  — Você realmente gosta da Emma. — afirmei. Ele levantou o olhar para mim, e então tive certeza de que não deveria mesmo ter perguntado; aquele era um fato incontestável.
  — Me perdoa, . — disse. — Eu queria muito que fosse diferente.
  — Eu também, . Mas não é assim que as coisas funcionam, né? — dei de ombros lembrando a mim mesma que eu já esperava por aquilo. Nós dois ficamos em silêncio pelo que pareceu uma eternidade até que decidi encerrar logo aquela conversa. — Eu vou para a Universidade de Bristol. — anunciei e forcei um sorriso.
  — Quê? — ele perguntou e parecia mesmo chocado. Pelo visto, não estava acessando meu blog mais...
  — É, decidi me mudar pra lá. Eu sempre quis começar a me virar sozinha logo. Acho que não existe oportunidade melhor do que essa.
  — , você não precisa sair de Londres por minha causa! Não faça isso.
  — Eu não estou fazendo isso por sua causa. Estou fazendo por mim, . — respondi irritada. Eu realmente gostava dele, mas não era a ponto de largar a minha vida, e muito me surpreendia que ele estivesse pensando isso de mim. — Pra mim vai ser bom também porque é uma forma de ficar um pouco afastada de você. Não vou dizer que isso não pesou na minha decisão. Mas quando eu vi que nós dois realmente não vamos ficar juntos, eu consegui enxergar melhor que ficar em Londres nunca foi o melhor pra mim. Eu pensava que era o melhor, mas a verdade é que eu só queria desesperadamente estar perto de você e isso cegou completamente meu julgamento.
  — Ok, tudo bem. Eu posso entender isso. — ele disse e então se calou. Abriu a boca três vezes como se fosse dizer mais alguma coisa, mas pareceu desistir mesmo de fazer isso.
  — Quem sabe assim eu não arranjo outra pessoa pra satisfazer minha carência e aí voltamos a ser amigos, né? — brinquei e me aproximei dele para dar-lhe um soco de leve no braço. segurou a minha mão e então me puxou para outro abraço. Meu Deus, como aquele filho da puta era cheiroso!
  — Vou sentir sua falta, !
  — São só duas horas de carro, não seja dramático! — respondi acariciando seus cabelos macios da nuca.
  — Promete que vai vir aqui sempre?
  — Promete que vai lá me ver também?
  — Prometo. — disse e se afastou de mim. — Quando você vai? Depois das férias de verão, né?
  — Vou na semana que vem acertar algumas coisas, ver um apartamento, essas chatices... Depois eu volto pra passar as férias. Você pode me acompanhar até lá na próxima semana, se quiser.
  — Vai ser um prazer, . — sorriu para mim. — Tem certeza de que não vai ser... chatopra você? Não quero perder minha melhor amiga, mas também não quero te machucar. — ele fez uma careta para a última parte da frase.
  — Relaxa, . Me mantenha longe de álcool que eu juro que não te agarro de novo. — ele gargalhou com a minha resposta.
  — A Emma disse a mesma coisa quando eu contei isso pra ela.
  — Aquela vaca é mesmo gente boa. — eu ri.
  — É, ela disse que entendia você. Eu não disse que correspondi, mas isso é só um detalhe... — deu de ombros.
  — Certo. Bom, então onde é que nós vamos comemorar a formatura? — perguntei e então meu melhor amigo começou a falar sem parar dos lugares que havia pensado. Enquanto ele tagarelava e caminhávamos inutilmente ao redor do auditório, tomei outra grande importante decisão: manter a amizade com seria o meu final feliz.


Novembro, 2013

  Uma garota chamada Elizabeth me disse no twitter esses dias: “, eu sei que provavelmente sua resposta será algo como ‘uma grande merda mentirosa’, mas vou perguntar assim mesmo: qual é a sua opinião sobre romances? Digo, filmes, livros, enfim, tudo o que descrever uma história de amor?” Eu respondi que ela estava certa. Eu realmente acho os romances dos filmes e livros um grande monte de merda mentirosa. É verdade que muitos deles trazem coisas que de fato acontecem, e acho que é por isso que tanta gente gosta. Quero dizer, quem nunca se apaixonou por um grande amigo? Quem nunca teve medo de mergulhar num relacionamento e em algum momento percebeu que vale a pena arriscar? Quem nunca gostou do bad boy da escola, foi enrolada por ele, mas mesmo assim continuou suspirando pelo puto? Algumas coisas dos romances de fato acontecem na vida real. Mas o que me revolta nessas tais “histórias de amor” mesmo é o desenrolar das coisas, o final. Sim, porque o final dos romances dos filmes, livros e principalmente das novelas não existe. Dificilmente o menino pegador vai se derreter por você depois de se beijarem porque ele sentiu algo especial e percebeu que você é diferente. Muito raramente o ex-namorado que decidiu se afastar volta pra se arrastar aos seus pés algum tempo depois, bem quando você está recuperada e até conseguiria dizer pra ele “perdeu playboy”. Quase nunca o melhor amigo consegue te enxergar como algo além de amiga e vocês são felizes para sempre. O final feliz previsível é a exceção no mundo real, não a regra. E os filmes, livros e novelas dão a entender que tudo vai ser como você gostaria sempre.
  Eu queria que uma vez na vida algum roteirista escrevesse como é a coisa na realidade. Queria que mostrassem que as pessoas não chegam nesse óbvio que tanto desejam e são obrigadas a conviver com o fato de que o mundo continua girando, o ponteiro não para de andar e é preciso seguir com a vida do jeito que ela está. E queria que eles mostrassem também que, no final, esse é o melhor. Porque sofrer melhora as pessoas, porra! Sim, sofrer te faz enxergar a vida com mais clareza, te faz investir no que você deixaria pra lá se tudo tivesse saído da forma perfeita como havia sonhado. Mas o ser humano é muito pequeno pra ver isso. Pra ver que a maioria das vezes é melhor que tudo seja difícil da forma que está sendo do que da maneira linda como foi idealizado.
  Diamantes são, na verdade, carvão. Eles se tornaram diamantes porque foram colocados sob alta pressão. Quer prova melhor de que, quanto mais as coisas dão errado e pior ficam, quanto mais problemas você enfrenta, melhor é pra você mesma?
  Então é por isso que eu até assisto sim a romances, mas dificilmente gosto deles. Romances são previsíveis, mentirosos e nos iludem mais do que já somos iludidas sozinhas. Simples assim.

  — Não acredito que publicaram essa merda no jornal da faculdade! — eu disse com o jornal aberto diante de mim e meu laptop sobre a cama, trazendo em sua tela o mesmo texto, que eu havia publicado dois dias antes no meu blog.
  — A Georgia disse que você tinha permitido. — Jane, uma das minhas amigas de faculdade e com quem eu estava dividindo apartamento desde que me mudei para Bristol, disse.
  — Sim, eu meio que permiti. — respondi lembrando-me que Georgia havia me abordado enquanto eu corria para uma das minhas aulas mastigando um cupcake como almoço no meio do caminho.
  — Pois é. E essa foi uma das edições do jornal da Universidade de Bristol que mais bombou, e tudo por causa do seu texto. Seu blog tá sendo um sucesso, ! — Jane deu pulinhos ao meu lado, o que me deixou ainda mais desconcertada.
  — Ok, ok. Obrigada por me mostrar isso, Jane. Vou xingar a Georgia amanhã. — falei e voltei minha atenção para o livro de 800 páginas que eu precisava ler para fazer um trabalho importante.
  — Você sabe que eu faço Jornalismo, né, ... — Jane falou com a voz mansinha.
  — Aonde você quer chegar com isso, Jane?
  — Então, me disseram que se eu conseguir uma entrevista com você, vão me dar uma coluna no jornal da universidade.
  — Entrevista? — perguntei chocada.
  — Sim. É algo bem simples...
  Jane tagarelou pelos próximos trinta minutos tentando me convencer a concordar com aquilo. No início, pareceu mesmo uma grande idiotice que eu não faria nem se me pagassem um bilhão de euros. Mas então eu li alguns dos comentários das bobonas que disseram o quanto as idiotices que eu escrevia havia lhes ajudado a lidar com um relacionamento que foi pro ralo ou a repensarem suas vidas de outras formas... E foi assim que o meu blog idiota, a minha “válvula de escape”, se tornou parte do meu final feliz.
  Eu realmente estava certa: sorte no amor nada tem a ver com felicidade. É verdade que eu ainda não havia esquecido , é verdade que ele me fazia falta pra caralho. Mas é verdade também que eu estava bem assim – sendo só eu mesma.

Fim!



Comentários da autora


  Este romance não tão romântico surgiu de uma fase bem revolts que estava enfrentando e depois de eu ter assistido mais vídeos do Felipe Neto que o saudável. hahaha Anyway, obrigada à minha melhor amiga Marcella, que fez com que eu gostasse dessa fanfic a ponto de arriscar colocá-la na internet.

Se alguma de vocês gostou das postagens descritas ao longo desta fanfic, aqui está o endereço do Blog onde eu coloco textos parecidos com estes: http://danniaquinoreveries.tumblr.com. Este blog se chama Reveries, e é vinculado ao meu tumblr (se você tiver um também e quiser me seguir, eu sigo de volta! Link: http://danniaquino.tumblr.com). Ainda está no início, mas eu estou bastante animada em levá-lo adiante. Ter os likes de vocês, asks e etc. por lá com certeza será um incentivo muito grande. Portanto, se você gostar (ou não), deixe o seu feedback pra mim, combinado? Espero que vocês gostem! (:
  Beijo grande para todas as fofas que leram Blog! <3