Bleed

Escrito por Anna Beatriz Moreira | Revisado por Lelen

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  Eles abafaram o choro com um beijo. Num instante, corriam perigo. Perigo de que pudessem se esquecer para sempre e nunca mais quisessem saber um do outro. Perigo que o amor deles se perdesse num estalar de dedos. Num quarto onde a escuridão se mantinha presente, onde a cortina branca deixava alguns raios de sol iluminar o momento de amor e de paixão. Ele com a blusa branca que ela havia o presenteado no vigésimo sexto aniversário dele. E ela usava o vestido de festa que usara no dia anterior ao dia que se embriagou e acabou tendo de ser levada carregada para casa. Ainda descabelada, Anne chorava pedindo desculpas a Connor por sua atitude da noite anterior. Ela sabia que ele odiava bebida alcóolica, porém, somente para chamar-lhe a atenção, ela havia feito o que seu amante mais odiava. Bebeu. E agora se encontrava pedindo desculpas e chorando. Ele chorava pela atitude infantil dela e ela chorava pelas consequências que podiam causar na relação dos dois. Então, eles abafaram o choro com o beijo. As mãos dela segurando o rosto dele e ele fazia o mesmo. Segurava o rosto dela.  

  Novamente, ela acordava para mais um dia de tristeza. Por que ela era sempre a primeira a acordar? Ela ficava se perguntando. Deitada na cama de casal, Anne pôs as mãos na cabeça e pensava no que poderia fazer para se livrar dessa maldita condição de vida. Não que ela fosse pobre ou passasse miséria. Muito pelo contrário. Ela tinha, praticamente, a condição de vida melhor que de todas as "amigas" juntas. "Amigas", pois nenhuma delas sabia o que realmente passava na cabeça dela ou no coração dela. Era tudo muito secreto. Ela não confiava em mais ninguém. O despertador tocou e ela lembrara que tinha que parar de pensar em Connor. Olhou para o lado e viu o rosto do homem com quem se casara. Uma lágrima rolou por seu rosto. Ela se levantou e foi ao banheiro. Ligou a banheira na água quente, escovou os dentes olhando pro seu rosto no espelho. Parou com a escova dentro da boca e sorriu instantaneamente ao se lembrar.

  Ela vestida num roupão branco com o nome de Connor gravado dentro de um coração que ficava localizado exatamente onde o coração dela se situava. Onde o coração de todos se situava. Ela escovava os dentes ainda cambaleando de sono. Connor invadira o banheiro e sorriu pra ele com um roupão igual ao dela a não ser pelo nome que agora era o dela. Ela se assustou com a entrada dele e acabou escorregando com a água da banheira que vazava por ela ter esquecido de desligar. Seu amado, institivamente, a pegou para que não batesse com a cabeça na barra da banheira. Ela sorriu. "Obrigada, meu amor." Só lhe disse isso e ele a beijou. Um beijo de bom dia, um beijo de amor, um beijo de carinho. Quando desfizeram o beijo, ela o questionou por ter sido beijada cheia de espuma da pasta de dente na boca. "E o que é que tem? Nada importa se o beijo for verdadeiro e especial." Ele a respondeu. Com uma voz grossa e masculina. Olhando-a nos olhos. A voz que era a música preferida dela. Pois bem, era.

  A realidade bateu na porta. Literalmente. Seu atual marido, Liam, batia com força na porta. Irritado por querer usar o cômodo e ela estar lá dentro há quase meia hora. "Estou na banheira!" Mentiu, tentando fazer com que Liam a deixasse em paz. Era claro que a relação deles como marido e mulher não era uma das melhores. Até porque a dor que ele lhe causara não foi das mais simples. Terminou de escovar os dentes e entrou na banheira. Somente com água. Todos os dias ela fazia a mesma coisa. Acordava primeiro, ia ao banheiro, Liam a perturbava na porta, ela mentia dizendo estar na banheira, saía do banheiro e preparava a mesa para o café da manhã.

  Com Connor nada era sempre igual. De vez em quando ele trazia o café na cama pra ela. Quando ela dizia que ia dormir na casa da amiga, ela queria dizer que dormia na casa do amante. Porém, quem suspeitaria que ela tivesse um? Numa manhã qualquer, ela acordou sentindo o cheiro de pão de queijo. Uma das comidas favoritas dela no café da manhã. Assim que abriu os olhos o viu sorrindo, mostrando os dentes. Eles realmente eram felizes juntos. Ela se levantou e pulou no colo dele. Às vezes, eles ficam um dia sem precisar usar palavras, pois se conheciam tanto que os olhos deles já falavam por si só. Porém, naquela tarde, não conseguiu enganar o noivo e teve de voltar pra casa mais cedo que o planejado. Juntou seus lábios com os de Connor e foi.
  A mesa já estava pronta. Liam chegou sorrindo e dando um beijo em Anne, que fingiu um sorriso. Ele não era igual à Connor, que só de olhar pra Anne sabia o que ela pensava ou sentia. Ele era menos. Ele não via nada por entre os olhos dela. Só via aqueles olhos verdes.
  - Dormiu bem? – Perguntou Liam, preocupado.
  - Sim. Como todas as noites. – Sorriu.
  - Percebi. Chamou por Connor hoje de novo. – Falou fechando o sorriso. – Temos que resolver isso.
  - Quer apagar minhas lembranças também? – Gritou se levantando da cadeira. – Sinto muito, mas não dá!
  - Gostaria que sim! E não grite comigo! – Falou no mesmo tom.

  Anne se levantou chorando da mesa e deixou o apartamento. Andava pelas ruas como se fosse uma turista.  Olhando pra cada canto, observando. As lágrimas não paravam de cair. Decidiu se sentar num banco que tinha de frente para o playground da pracinha. Limpou o rosto. Lembrou-se da noite que fizera um piquenique às escuras com Connor, e sorriu. Foi outro dia perfeito que tinha guardado com carinho. O parque era bem espaçoso. Eles estavam sentados de baixo de uma árvore. De uma macieira, pra ser mais exata. Ela estava florida naquele dia. E eles pegaram muitas flores e espalharam pelo parque para que na manhã seguinte as crianças achassem algo lindo esperando por elas. Pena que não continuou assim por muito tempo. Logo eles começaram a correr pelo parque e acabaram destruindo toda a paisagem que haviam decorado. Ela gargalhava alto. Sua alegria era imensa ao lado dele. Sentaram no chão para descansar. Ele a abraçou por trás, contando a história de como a irmã dele passou a odiar aquele parque. Anne ria, afinal a história era muito engraçada, e Connor não entendia os motivos que fizeram a irmã dele parar de levá-lo para o parque. Connor, que tinha vinte e seis anos, agia como se tivesse catorze ao lado de Anne. E Anne, que tinha vinte e oito, agia como se tivesse treze quando estava com o amado amante.

  Quando voltou a realidade, olhou para o lado e a visão dela faz o coração bater mais forte. Era ele. Era Connor. Seu sorriso abriu e ela começou a gritar que o amava sem se importar com ninguém. Olhou novamente e viu que fora apenas uma ilusão. Seu sorriso se desfez e logo reparou como as pessoas a olhavam. Assustados. Todos a achando louca por gritar que amava alguém que não estava presente.

   Ela olhou para o lado e viu o carro de Liam passando. Ele não a olhou. Ela se levantou e continuou a caminhar. Viu o lugar onde conhecera Connor fechado. O lugar estava à venda. "Anne's Coffee", sussurrou para si mesma. Por mera coincidência, o lugar tinha o nome dela.
  Ela acabara de entrar na padaria. O nome a atraiu. Escolheu bolo de nozes, um pedaço de bolo de sorvete, pritzels e cinco pães. Percebeu que a padaria era bem movimentada quando viu a fila para pagar. Era enorme. Sem contar nos casais que estavam sentados nas mesinhas na varanda da padaria. Felizes. Sorrindo. Chegara a vez dela e ela nem percebera. O atendente teve de chamar sua atenção para andar.
  - Desculpa. Eu não costumo ver felicidade dessa maneira. – Falou, abaixando a cabeça e desfazendo o sorriso.
  - Um dia irei tomar o café da manhã com minha esposa aqui. Quero estar tão feliz quanto esses casais, ou até mais. – Respondeu o atendente. Anne pagou o café da manhã e agradeceu.
  - Obrigada, anh... – Tentava ler seu nome no uniforme, porém estava sem seus óculos.
  - Connor. – Ele sorriu.
  - Obrigada, Connor. – E foi embora. Escutou alguém chamá-la.
  - Ei, moça. – Ela olhou. Era Connor. – Qual o seu nome? – Ela sorriu.
  - Anne. – E foi embora.

  Acordou de outra lembrança. Afinal, por que não se mudara nunca dali? Fácil. Liam queria que ela sofresse com o "erro" dela. Com o erro de se apaixonar por outro. Finalmente ela estava voltando pra casa. Quando entrou no apartamento, viu duas fotos que ela guardava na gaveta do criado mudo debaixo dos livros que ganhara de presente de Connor. Duas fotos rasgadas em pedacinhos no chão. Anne caiu de joelhos no chão, tentando catar os pedacinhos da foto. Ela logo as reconheceu. Era a primeira foto de Anne e Connor juntos. Deles no Jardim Botânico da cidade. Eram eles com uma onça pintada. E a outra era a foto deles no piquenique noturno. Aquele que ela acabara de lembrar na praça. Eles deitados num selinho com várias flores em volta. Por que Liam estava fazendo isso com ela? Neste dia, ele estava sendo mais cruel que todos os outros dias.

  Ela pensou que tivesse afogado Connor no lago então o soltou. Mas não esperava que ele estivesse a enganando. E deu um susto quando ela achava que ele não sobreviveria. Ela bateu na água sem sentir a sensação de dor na mão que a água proporcionou e saiu de dentro do lago. Brava. Ele percebeu que a brincadeira não foi de bom grado e foi atrás de Anne.
  - Ei, me desculpa. – Falou Connor, arrependido. – Não era pra você ficar assim.
  - Nunca mais faça isso. Já perdi minha família, não quero perder o que me resta de mais valioso. – Falou chorando. Soluçando.
  - Vem cá.
  Connor segurou a cintura de Anne e a puxou para um beijo demorado e caloroso. Um beijo bem intenso, mas bem delicado. Um beijo que só ele sabia dar. O único beijo que Anne não gostava de desfazer. Por ela, ficaria o dia inteiro beijando Connor, mas precisava respirar né? Ela o abraçou. Um abraço tão apertado que ela podia sentir seu coração bater.

  Já anoitecera e Anne escutava os passos de Liam no corredor do prédio. Correu para o quarto e deitou, fingindo estar dormindo. Liam entrou no apartamento, procurou por Anne e a encontrou "dormindo". Tomou um banho e decidiu dormir também.

  Ela fazia o peito nu dele como travesseiro. Já eram oito horas da manhã. Deu vários beijinhos do pescoço ao rosto de Connor. Ele sorriu, ainda de olhos fechados. Ficaram ali. Deitados. Sem falar nada. Era tão bom, que eles transformaram aquele apartamento no mundo deles. Ela arrumava desculpas para ficar ali e ele não se importava. Ele adorava também.

  Anne acordou. Uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Ela lembrara que fazia um ano desde que a tortura começou. Um ano que a dor não dava descanso. Liam também acordou. "Bom dia." Desejou alegremente para a esposa. Não que ele se lembre do que causou a ela há um ano, afinal não precisava. Ela mostrava isso todos os dias a ele. Anne se levantou e bateu a porta do banheiro com raiva. As lágrimas escorriam como se o mundo estivesse acabando ali. Algo errado, pois o mundo dela acabou há exatamente um ano atrás. Ela decidiu. Ela faria o que desejava naquele dia.
  Quando saiu do banheiro, viu Liam saindo de casa. Provavelmente para comprar o pão da manhã. "Por favor, fique." Ela disse num tom de submissão. Liam se assustou. Ela geralmente falava com ele apenas duas palavras. Ele fechou a porta e olhou desconfiado. Ela caminhou até o quarto. Trancou as janelas e ligou o ar condicionado. Fez isso em todos os quartos. Liam, curioso, perguntou o que ela estava fazendo. Ela permaneceu calada. Fechou a única janela da sala. Olhou bem fundo para o mundo lá fora, olhou todos os detalhes daquela rua e fechou as cortinas também. Por último, pegou com calma a chave da porta da sala das mãos de Liam. Ele resistiu, mas acabou entregando. Ela foi até o criado mudo dele e pegou todas as chaves que continham lá dentro. Pegou uma lingerie vermelha que tinha na sua gaveta. A última fez que usou um lingerie colorida foi há um ano. Depois disso, somente as pretas. Entrou no banheiro e colocou a lingerie. Antes de sair de lá de dentro, olhou bem para o espelho e sorriu. Saiu enrolada num roupão. O roupão branco que continha o nome de Connor dentro do coração.
  - Vem cá, Liam. Vem ver. – O chamou no banheiro.  Ele olhou para dentro do banheiro. – Olhe!
  Ela jogou todas as chaves dentro do vaso e deu descarga. Sorriu.
  - Você está louca!? – Gritou Liam, espantado. Colocava a mão dentro do vaso para tentar recuperar as chaves. – Você pirou?
  - Sim. – Sorriu. – Tenho outra coisa pra te mostrar. Acho que desse você vai se lembrar.
  - Tira esse roupão, Anne.
  - Daqui a pouco. – Olhava para o micro system perto da televisão na sala de estar. – Ainda não sei por que você comprou esse som, mas hoje, resolvi estrear. Gravei um CD. – Falou sorrindo.
  - Anne... O que tem nesse CD? – Perguntou impaciente. – O que aconteceu que está sorrindo tanto?
  - Ué, você não me desejou um 'bom dia'? Este será melhor que todos os dias desde que eu passei a dormir ao seu lado. – Falou fechando a expressão no rosto.
  - Se você está fazendo isso por causa de Connor, escute que e...
  - Cale-se. Não quero que um nome tão puro passe por essa sua boca. Não diga o nome dele. Sente-se e vamos ouvir o CD?

  Anne poderia estar enlouquecendo mesmo. Mas Liam decidiu não contestar os pedidos dela. Ele começava a recobrar a memória. Começava a se lembrar que dia era. O que aconteceu a um ano atrás. Começava a tocar Bleed da banda Hot Chelle Rae. Ela tirou o roupão.
  - A última fez que eu usei essa lingerie foi há um ano, quando Connor ainda estava comigo. Quero te contar a história de um casal que costumava ser feliz. Bom, Anne Candless tinha vinte e oito anos. Ela encontrou um 'carinha' chamado Liam Spartes numa boate e, depois de se conhecerem melhor, decidiram se casar. Estavam planejando o casamento e haviam se mudado pra um lugar chamado Oregon. Lindo lugar. – Fechou os olhos sentindo o ar fresco da cidade. – Ela e esse tal Liam decidiram alugar um apartamento numa dessas ruas de Oregon. Um belo dia, pela manhã, fazia muito sol. Anne saiu pra comprar pães e doces para ela e Liam tomar café da manhã. Pra quê? Ela entrou numa padaria que se chamava 'Anne'. Assim que entrou foi bem atendida. E quando foi pagar, conheceu o dono da tal padaria. Lindo ele. Encantador. Na hora, ela apenas falou com ele. Mas conforme os dias se passaram ela tornava aquela visita frequente. Nem que fosse pra comprar um pedaço de algum bolo. Eles se tornaram amigos, e de amigos passaram a ser amantes. Amantes, porque se amavam. E amantes porque eram um casal proibido, já que Anne estava de casamento marcado. Sempre uma semana antes do casório, ela tentava, e conseguia adiar o casamento para tentar se livrar do homem que prometeu ser fiel num dia em que ainda não conhecia Connor. Eu era tão feliz, Liam. Eu e Connor éramos muito felizes. Ontem, eu finalmente pude entender o porquê da minha vida estar um inferno. Eu era muito feliz ao lado de Connor. Com você, eu preciso dialogar. Com Connor, bastava um olhar. Ele sabia tudo o que eu sentia com apenas um olhar. Meu mundo era outro. Às vezes, nem nos falávamos o dia inteiro. Não precisava. Há um ano, ele acordou e olhou pra mim. Naquele olhar eu vi tristeza. Eu vi um sentimento ruim. Decidimos escutar uma música. Foi essa. Essa que estamos escutando agora. Ficamos abraçados a manhã inteira escutando essa música. Até que a desgraça chegou. – Anne deu uma pausa. Percebeu que estava falando demais. Viu uma lágrima correr pelo rosto de Liam. – Você. Você nos descobriu no nosso mundo. Invadiu este apartamento. Chegou furioso. Eu comecei a chorar. Não de arrependimento, pois tudo o que eu e ele vivemos foi intenso e verdadeiro. Chorei de tristeza, pois eu sabia que um dia você iria descobrir e eu não sabia o que você faria. Sempre te achei muito ciumento. Me surpreendi com o que você fez. Verdadeiramente, eu me surpreendi. Eu achei que você fosse bater nele. Bater tanto que ele precisaria ir para o hospital e olha que eu desejaria que fosse isso. – Anne se levantou e sentou ao lado do criado mudo de Liam. – Você pegou essa arma e atirou nele. Você tirou a vida da pessoa que eu mais amava. Minha família morreu em um acidente, e eu só tinha ele. E você conseguiu destruir a única coisa boa que restava na minha vida. Não entendo por que a polícia não conseguiu te prender. Estava óbvio que foi você. O que você fez? Você pagou a eles? Você me ama? – Perguntou.
  - Amo. – Falou baixo.
  - Não escutei.
  - Sim, eu te amo. – Falou mais alto.
  - Mentira. Você quer se salvar. Se você me amasse, eu não estaria aqui com você agora. Eu estaria sorrindo. Eu estaria acordando Connor com beijos apaixonados. Eu chamei a polícia. Eles devem estar lá embaixo, ou chegando. O importante é que não vão demorar. Eu queria te dizer adeus. Queria que você fosse feliz com alguém que te ame. Pedi pra polícia olhar minha caixinha de joias. Lá estão todas as joias que o Connor me deu. Lembre-os de fazer isso? Adeus.

  Anne deu um tiro no próprio peito. Com lágrimas rolando, Liam viu o corpo de Anne bater no chão. Viu o sangue escorrer. Permaneceu ali. Sentado onde estava. Ele pediu desculpas, mas era tarde demais. Ela se foi. A polícia rapidamente entrou no quarto e algemou Liam. Ele chorava. Liam nem precisou lembrar. A polícia foi diretamente na caixa de joias de Anne. Encontrou uma carta. Era a carta que ela preparou no dia que Connor morreu. Ela escreveu uma carta contando como foi o crime. Contando todos os sentimentos. Aquele suicido já tinha sido planejado por ela.
  Liam preparou o velório de Anne e voltou para a cadeia. O corpo de Anne foi velado e enterrado ao lado do de Connor. Na lápide do amante, lia-se: "Morri ao lado da pessoa que mais amo." E na lápide de Anne dizia: "Me matei para encontrar meu amado." 

FIM



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