Believe me, you're not in love
Escrito por Julia Nakamoto
encarava o teto de seu quarto enquanto estava deitado em sua cama. Ele havia acabado de perceber algo, algo que não o deixava muito contente. Claro, ele já tinha percebido há algum tempo sobre aquilo, mas não queria admitir.
é um lobisomem, uma maldição ou um dom, dependia do ponto de vista e da sorte que se tinha, e os tinham muita sorte. Ser um lobisomem não era uma escolha, e na maioria das vezes as pessoas atingidas pela lua não tinham domínio sobre seu eu animalesco, mas com os a coisa era diferente. Demorava algum tempo, mas todos eles tinham completo controle sobre seus “lados lobos”.
Havia uma crença que circundava os grupos/famílias de lobisomens: a existência de um laço de almas gêmeas. Acreditava-se que lobisomens tinham seus pares perfeitos, mas o encontro com uma alma gêmea era algo tão raro que ninguém sabia ao certo se era mesmo real. Era uma lenda passada de geração em geração e alguns diziam que o laço só acontecia entre os da mesma espécie. E era por causa daquela lenda que estava irritado.
Há alguns meses uma nova aluna havia surgido na universidade de Fell’s Church e, apesar de querer negar até o último fio de cabelo, ela tinha mexido com ele de uma forma absurda. De alguma forma, mesmo ele fazendo de tudo para desprezá-la, não conseguia se manter longe dela, era como se ele fosse atraído para aquela maldita garota de sorriso fácil e radiante.
socou a parede ao lado da cama. Era ridículo a forma como ele estava se sentindo, simplesmente não havia cabimento! não tinha nada do que costumava atraí-lo em uma mulher, era doce, simpática com todos, alegre, divertida, fofa. Aquele era o tipo de garota que seu melhor amigo, Matt, costumava se atrair.
socou a parede mais uma vez. Lembrar de Matt o irritava mais ainda porque o amigo havia se aproximado demais de . No começo não havia realmente prestado atenção naquilo, ele não queria fazê-lo, mas com o passar do tempo, ficara cada vez mais difícil fingir que não se importava e agora ele não podia pensar naquilo que a raiva e o ciúme o invadiam.
Por semanas e semanas tentou se convencer “Você não está apaixonado!” ele se dizia, querendo se agarrar com todo o seu ser naquilo, mas bem lá no fundo ele sabia que estava somente se enganando. Mas ele não podia estar apaixonado por , os dois mal se falavam direito e ele tinha certeza de que o achava um babaca, mas além disso, era humana, pura e simplesmente humana, quando foi que um relacionamento entre lobisomem e humano havia dado certo? Ele não tinha conhecimento de nenhum, já que todos os lobisomens de sua família, antepassados e presentes, tinham relacionamentos somente entre fêmeas de lobisomens, já que os acreditavam que aquele tipo de união fazia a linhagem permanecer pura e forte.
Ele não podia estar gostando de , a humana, mesmo que todo o seu eu dissesse que ela era sua alma gêmea, ia contra tudo o que sua família acreditava e havia construído durante séculos.
Ele não podia gostar de .
Ele não podia se apaixonar por .
Ele não podia estar se apaixonando por .
Ele não podia...
— Merda.
Fim
Nota: Eu queria ter escrito uma segunda parte dessa história, mas não foi dessa vez. Pretendo trazer uma long com esses dois futuramente, mas não sei quando ainda :’D