Before All

Escrito por Evie Darling | Revisado por Lelen

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Capítulo 01

Terceiro Ano

  — Você não pode fazer isso! — Gina Weasley sussurrou para Darling, enquanto a loira guardava o material da aula em sua bolsa. 
  — Ah, é? Por que não? — soltou, terminando de jogar tudo em sua mochila e se dirigindo a saída. 
  — Ora! Porque não — ela disse, olhou para a outra como se isso não fosse argumento suficiente. — Bem, nós prometemos, ! E promessa de amigas não se quebra. — A ruiva concluiu. 
  — Ah, nós tínhamos 11 anos, Gina! E, além do mais, nem somos mais tão amigas — falou, parando no corredor e procurando um lugar para sentar. 
  — E agora que temos 13 anos tudo mudou? — Gina questionou de forma irônica. — E você ainda é minha amiga — disse, parecendo chateada. 
  — Eu tenho 14 anos. Sim, claro que somos amigas — a loira falou, parecendo culpada. — O que eu tô falando é que não temos aquela amizade tão forte de antes. E você só tá tão firme em relação a isso porque já foi convidada para o baile. — conclui, de forma firme. 
  — Sim, pelo Neville — a caçula Weasley fala de forma estridente. 
  — Mas pelo menos vai! Ninguém me convidou. Então super justo eu convidar o Harry — A loira retrucou. 
  — Mas ele nem quer ir com você, — Gina exclamou de forma brusca, recebendo um olhar fuzilador de Darling de volta. — Ele convidou a Chang. 
  — Sim, eu sei. A ouvi falando disso com as amigas no salão comunal — a Corvina murmurou, revirando os olhos. — Mas ela não aceitou e… 
  Nesse momento o sujeito da conversa das garotas passa pelo corredor, as fazendo cessar a conversa bruscamente. 
  Nada suspeito, Darling pensou. Mesmo depois de três anos, ela ainda não conseguia agir normalmente. 
  Potter passou pelas garotas junto com os amigos: Rony, Hermione e Samantha, a última acenou em direção às meninas. 
  — Eu acho que ele gosta da Sam. — Gina soltou. Do nada. 
  — Por que você acha isso? — a outra perguntou, alarmada. 
  — Sei lá… A forma que ele olha para ela… — a ruiva murmurou, um pouco triste. — E eu senti que ele ficou triste quando descobriu que ela ia ao baile com o Diggory. — Terminou. 
  — AAAAAAH! Eu odeio a Samantha! — falou, de forma dramática. 
  — Hey! A Sam é muito legal… 
  — Eu sei, eu não a odeio mesmo, forma de falar — a loira esclareceu. — Mas a menina é sortuda, né? O Potter é apaixonado por ela e além de tudo é a namorada do Diggory — concluiu. 
  — Eu não sei se ela realmente é a namorada do Diggory… — Gina começou, mas foi interrompida por uma chegada abrupta. 
  — O que a pirralha está fazendo cochichando no canto? — Sophie, uma sextanista da Sonserina, disse. 
  — Vocês se conhecem? — Gina perguntou confusa, encarando a Sonserina com suspeita. 
  — Claro que sim, Gina. Moramos próximas... — falou, de forma simples. 
  — E então.. Sobre o que estavam falando? — Sophie perguntou novamente. 
  — Sobre o Potter — falou e na mesma hora a outra revirou os olhos. 
  — E eu estava falando que ela não devia convida-lo para o Baile de Inverno… — a ruiva falou, deixando a suspeita de lado ao notar que a garota mais velha não parecia tão favorável ao convite. 
  — Vou ter que concordar com a Weasley. Já te falei que isso é uma péssima ideia, . — Gina olhou para a amiga, de forma convencida. 
   suspirou. Winter já tinha comentado várias vezes que ela não podia dar a um garoto o poder de achar que era louca por ele e enquanto ela não conseguisse controlar a cara de idiota próxima a Potter, não podia falar com ele. 
  — E vocês não vão se atrasar para a aula? — a mais velha perguntou. 
  A loira olhou alarmada para o corredor e o viu quase vazio, levantaram-se rapidamente e foram para a aula.. 
  — Hey, — Sophie falou, chamando. — Mas tô falando sério. Não fique obcecada por um menino. Você é linda, legal e inteligente. E se você se soltar, todos vão notar isso. — falou. — E agora vão embora. 
  As duas assentiram e se afastaram, indo em direção a próxima aula. 
  — Ela é bem inteligente, né? — Gina comentou, do nada. — A Hermione me disse a mesma coisa. — Terminou. 
  — É sim. E acho que elas têm razão. — murmurou. — Talvez eu deva aceitar o convite do Dino. — Concluiu a loira. 
  — !! Você disse que não tinha recebido convite algum! — Gina acusa. 
  — Nenhum convite que eu quisesse aceitar — falou, rindo. — Mas agora estou repensando.

🎃🎃🎃🎃🎃

   encarou , quando ela entrou na aula de DCAT quase atrasada. 
  — Onde você estava? — perguntou à amiga, curiosa. 
  — Estava conversando com a Gina — Darling falou. — Cadê o professor? — questionou. 
  — Ele ainda não chegou — informou. — Deve estar na sua sala desconfiando da própria sombra — completou baixinho, preocupada que o professor aparecesse do nada e a escutasse. 
  — ! — exclamou. — Se você tivesse enfrentado os piores bruxos das trevas, também seria assim — a loira falou. Tinha muita admiração por Alastor Moody, não só por ter sido por tantos anos chefe dos Aurores, profissão dos sonhos dela, mas também por toda história de vida dele. Os pais dela sempre falavam bem do homem. 
  — E o que você estava falando com a Gina? — questionou, voltando ao assunto. 
  — Curiosa você, hein, ? — falou, brincando. — Ela veio me falar sobre eu não convidar o Harry para o baile. Como ela sabia disso, eu não sei. — A loira olhou de forma acusatória para a morena, que sorriu sem graça. 
  — Talvez eu tenha comentado com ela. — admitiu, sorrindo amarelo. — Eu precisava de ajuda pra te convencer que era uma péssima ideia. — Completou a morena. 
  — Eu sei… E eu nem ia convidá-lo mesmo. — suspirou. — Quando terminar a aula, vou procurar o Dino — a loira murmurou, corando.
  Ao ouvir isso soltou um gritinho reprimido, e bateu palmas.
  —
  — Ah, amiga, você sabe que eu o acho um gato. Mil vezes melhor do que o Potter. — falou, sorrindo para a loira. 
   sorriu de volta, mas não concordava. 
  Desde que tinha entrado em Hogwarts, há três anos, Darling tinha se encantado por Harry Potter. E foi esse encanto que a fez criar uma quase amizade com Gina Weasley. Quando Harry resgatou a ruiva de quase ser morta por Voldemort, ele se tornou uma espécie de herói para as duas. 
  No ano anterior, começou a fazer amizade com as pessoas de sua casa, o que a afastou de Gina. O que não mudou foi seu interesse pelo menino que sobreviveu. 
   admirava a simplicidade do garoto. Por muito menos viam outros garotos se exibindo por aí. Harry, pelo contrário, sempre se mostrava odiando todos os holofotes. Eles tinham isso em comum. Talvez por isso e Harry não haviam trocado uma palavra durante os três anos da garota em Hogwarts.

🎃🎃🎃🎃🎃

   esperou Dino Thomas sair da aula de poções. O garoto falou com ela há dois dias, a convidando para o baile. Ela pensou em recusar de imediato, mas perguntou se ele se importava em esperar pela resposta. 
  Naquele dia à noite, conversou com sobre isso, a amiga surtou e falou para ela dizer sim. Mas a verdade era que, no fundo, tinha esperanças que Harry a convidasse. Mas, na noite passada, ao ouvir de Cho que o moreno a havia convidado, perdeu todas as esperanças. 
  A conversa com Sophie e Gina hoje não era nem necessária, mas não admitira isso para as amigas. 
  Alguns alunos da Sonserina começaram a sair das masmorras. 
  — Oi, Darling — Draco falou, sorrindo. 
  — Olá, Malfoy — respondeu seca. 
  Draco nunca a havia tratado mal, mas a loira sabia o quão arrogante o garoto era. E seus pais, incontáveis vezes, comentaram como os Malfoy flertavam com as artes das trevas. A loira queria distância disso. 
  Pansy lançou um olhar irritado para antes de puxar Draco pelo braço. A loira revirou os olhos. Como se ela quisesse qualquer coisa com aquele garoto. Nem a boa aparência dele despertava o mínimo interesse nela. 
  Logo Dino saiu, acompanhado de seu amigo Simas. 
  — Dino! — chamou, acenando para o garoto. O olhar do rapaz brilhou ao ver a loira se aproximando. Simas deu umas batidinhas nas costas do amigo, antes de se afastar um pouco. 
  — Oi, — Thomas falou, esperançoso. 
  A garota respirou fundo, corando um pouco ao notar o olhar ansioso do rapaz. tinha razão, ele era muito bonito. 
  — Eu tenho uma resposta para você. — A corvina começou, sem jeito. — Eu aceito ir ao baile com você. Isso é, se você não arrumou outra pessoa — falou e completou rapidamente. 
  — Claro que não! Não convidei ninguém além de você — Dino falou, rapidamente. 
  — Desculpa por ter te feito esperar — a loira murmurou, corando. 
  — Se teve uma espera que valeu a pena, foi essa — Dino disse e corou ainda mais. 
  A loira ergueu-se na ponta dos pés e deixou um beijo na bochecha do grifinório, antes de ir embora. 
  Enquanto estava se afastando, ouviu os amigos de Thomas brincando com ele, com vários gritos.

🎃🎃🎃🎃🎃

   e estavam sentadas no salão comunal, terminando de revisar a atividade junto com Luna Lovegood. 
  Luna era uma espécie única, vivia sempre no mundo da lua. Mas era uma garota incrível e extremamente inteligente. Darling adorava passar um tempo com ela, infelizmente, nem todos da Corvinal pensavam assim. 
  Os outros alunos sempre pregavam alguma peça na garota, seja escondendo os pertences da mesma ou a apelidando. já tinha perdido a paciência com alguns colegas de classe naquele mesmo dia, alguns corvinos estavam a chamando de DiLua Lovegood, para variar. 
  — Qual é a cor mesmo do seu vestido, ? — perguntou, pela milésima vez naquele dia. 
  — Continua da mesma cor que te respondi há vinte minutos, . — retrucou. 
  — Nossa. Não precisa responder assim. — falou. 
  — Acho que ela respondeu assim porque você já fez essa pergunta três vezes desde que nos sentamos aqui — Luna falou de forma simples. 
  — Pelo menos alguém me entende. — concordou com Lovegood. 
  — Ai, Luna, mas ela devia estar mais empolgada! — falou, animada, deixando a lição de lado. — Nós vamos para o baile! — completou, com uma voz estridente. 
   estava saindo desde o início do ano com Córmaco McLaggen, um quintanista da Grifnória que seria o seu par no baile. Darling não gostava muito do rapaz, ele sempre discursava sobre como seria um ótimo goleiro para Grifinória ou sobre “aquela vez que almocei com o ministro”. Mas estava muito bem e feliz com ele, e não ia criticar isso. 
  — Eu gostaria de ir ao baile — Luna falou abertamente. 
  Ao escutar a conversa no grupo ao lado cessar, suspirou. 
  — Você não foi convidada para o baile, Luna? — Marietta Edgecombe perguntou, com uma falsa surpresa na voz. 
   e apertaram os punhos. Enquanto as amigas de Marietta, incluindo Cho Chang, davam risadinhas disfarçadas. 
  Era por isso que detestava Chang. Ela nunca era a pessoa a falar algo para implicar com outro, mas sempre estava no grupo que fazia provocações. Para Darling, as pessoas com quem você tinha amizade, definiam sempre o seu caráter. 
  — Ah, não, Marietta, ninguém me convidou — Luna respondeu, sem sentir o veneno escorrendo das outras garotas que adoravam implicar com a mais nova. 
  — Por Merlim! Por que será? — Edgecombe falou, e dessa vez as amigas nem tentaram disfarçar as risadas. 
  — Não sei, Marietta, talvez a Luna não tenha utilizado a técnica certa. — começou, de forma dura. — Que no seu caso, é dar em cima de caras comprometidos. — A morena terminou, raivosa. 
  No ano anterior tinha acontecido algo inédito dentro do salão comunal da Corvinal, uma setimanista pegou o namorado aos beijos com Marietta. O garoto alegou que já tinha terminado com a garota antes e Edgecombe afirmou, mas a fofoca pegou e usou dela para descontar. 
  — Eles não estavam mais juntos. — Marietta falou nervosa, passando a mão pelos cabelos ruivos e curtos. 
  — É o que você diz, né — falou, antes de virar as costas para as garotas mais velhas, deixando claro que não queria mais falar sobre o assunto.

🎃🎃🎃🎃🎃

  O dia do baile finalmente havia chegado, e se arrumavam no dormitório. 
  Darling estava um pouco triste, tinha escutado na noite anterior, por Padma Patil, que Harry ia com a irmã gêmea dela, Parvati. Sentiu um aperto no peito, provavelmente o moreno estava interessado na garota, ela era linda. 
  Respirou fundo, tinha prometido a si mesma que ia deixar essa paixonite por Harry Potter de lado. E isso devia começar já! 
  — Como eu estou? — perguntou à amiga, alisando o vestido longo e verde que usava. 
  A morena estava deslumbrante, mas ela poderia estar vestida com trapos de elfo doméstico e mesmo assim estaria linda. 
  — Uau, , você está incrível! — falou, com sinceridade. — McLaggen é um sortudo. 
  — Eu sei — falou, piscando para a amiga. — E Thomas não fica nada atrás. Você está maravilhosa, ! — a morena completou, encarando a amiga. 
   alisou, sem jeito, o vestido que usava e se encarou no espelho.
  — É, acho que não estou nada mal — a loira brincou. 
  — Por Merlim! Somos as amigas mais convencidas do mundo!. — falou rindo. — Agora vamos! Falei ao Córmaco para me esperar no salão, junto com o Dino. Não podemos nos atrasar — a morena informou. 
  — Sim, . Com certeza — Darling disse pegando uma bolsinha combinando com o vestido que sua mãe havia separado para ela. Sentiu um aperto no peito, triste por não passar as festas com seus pais, como era de costume. Mas Jane, sua mãe, insistiu para que a garota participasse do baile. 
  — Parece que finalmente alguém está empolgada com a festa. — murmurou. 
  — Na verdade, minha maior empolgação é ver a cara da Chang quando o Diggory entrar com a Samantha Tonks depois dela ter deixado a Corvinal inteira saber que tinha quase certeza que o Cedrico ia convidá-la. — Darling falou com um sorriso maldoso. 
  — Nossa, , quero morrer sua amiga — murmurou, rindo. 
  Logo depois, as duas garotas saíram do dormitório e foram rapidamente para o salão principal de Hogwarts, onde estaria acontecendo o baile. 

Capítulo 02

   e se aproximaram do portão do saguão de entrada, encarando as portas do salão principal que só seriam abertas quando desse oito horas.
   arrastava pelo braço enquanto procurava McLaggen, com o salão abarrotado de estudantes, ficava um pouco difícil essa tarefa.
  — Ah, ele está ali! — exclamou, apontando para um canto. — E olha só… O Dino está com ele. — completou, dando um sorrisinho.
  A moça corou, mas sentiu pena de Dino, ninguém merecia aguentar Córmaco sozinho, mas não falaria isso a amiga.
  Quando estava com , McLaggen se tornava até tolerável, mas sozinho só tinha um assunto que ele gostava de falar: ele mesmo.
  Ao se aproximarem dos rapazes, eles a encararam com um olhar surpreso.
  Córmaco olhava com admiração e sempre achou que isso era o único ponto que a fazia aguentar o grifinório: ele realmente parecia gostar da amiga.
  — Você está linda — Dino falou um pouco sem jeito para , que corou fortemente.
  — Ah… obrigada. Você também está ótimo — a loira respondeu com um sorriso tímido.
  — Vocês dois são muito sortudos… Estão com as duas garotas mais bonitas de Hogwarts… — falou, piscando e todos riram. — Sobre o que estavam conversando? — a morena perguntou.
  — Ah, estávamos conversando sobre quadribol… — Dino murmurou, com uma cara estranha.
  — Sim, eu estava explicando ao Thomas como o time da Grifinória está mal estruturado. Espero que isso mude no próximo ano, que é quando entrarei para o time — Córmaco falou, confiante como sempre.
   suspirou baixinho e revirou os olhos.
  — Mas eles não ganharam a taça de quadribol ano passado? —questionou.
  — Pura sorte — McLaggen respondeu rapidamente. 
   se segurou fortemente para não revirar os olhos outra vez, já que dessa vez Córmaco olhava diretamente para ela. sentiu a tensão e olhou feio para a amiga e forçou um novo assunto, sua especialidade.
  — Quem serão os acompanhantes dos campeões? — a morena questionou. — Do Diggory nós sabemos, claro — completou.
  — Potter veio com Parvati Patil — McLaggen informou, ganhando a atenção de Darling, que, claro, já tinha essa informação.
  — Sim… Acho que ela tinha esperanças de ser convidada por ele, desde que o anúncio do baile foi feito, a Parvati não parou de dar risadinhas quando estava perto do Harry — Dino falou, sorrindo.
  — Ah, ela gosta dele? — perguntou, aproveitando-se da oportunidade. Recebeu um olhar duro de , que, claramente, estava arrependida do assunto que iniciara.
  — Bem… eu acho que não. Ela gosta de atenção e, com certeza, vai ter atenção com um dos campeões — Dino respondeu. 
  — Eu soube que ele a convidou em cima da hora, depois do vexame do melhor amigo dele. — Córmaco acrescentou. 
  — Ah, sim, isso é verdade. Ele deu sorte. Não tinha mais ninguém para convidar e mesmo assim conseguiu ficar com as meninas mais bonitas… — Dino falou e ao notar o olhar questionador de e acrescentou rapidamente — do nosso ano. 
   deu uma risadinha, não se importava se Dino achava ou não ela a mais bonita.

  — Campeões, aqui, por favor! — A voz da Prof.ª McGonagall soou alta por todo o saguão, interrompendo todas as conversas. Como se tivessem executado um feitiço repelente, toda a aglomeração abriu caminho para os campeões passarem. Na posição que estava, não dava para vê-los, só conseguiu enxergar um cabelo loiro, que imaginou pertencer a Cedrico Diggory.
  — Agora todos os outros estudantes, por favor, entrem rapidamente — Prof.ª McGonagall falou.
  Toda a multidão começou a passar pelas portas, quase correndo.
  Córmaco pegou na mão de , a guiando junto com ele.  Dino olhou para Darling, quase como se pedindo permissão, e pegou de forma tímida em sua mão. A garota sorriu para ele, mas no fundo, sentiu uma tristeza, não sentiu nem um friozinho na barriga ao sentir Dino pegar em sua mão.
  Ao chegar perto da porta, reparou nos campeões, viu Rogério Davies, sextanista da sua casa, ao lado de Fleur Delacour; mais próximo à porta, viu Krum e uma acompanhante que ela não reconhecia, devia ser alguém da Sonserina; Cedrico e Samantha estavam conversando baixinho e Harry e Parvati estavam um do lado do outro, sem conversar. Sentiu um aperto no peito, mas balançou a cabeça, tinha prometido a si mesma que ia parar com isso. E essa situação ia parar já.
  Ao adentrar o salão, olhou ao redor, maravilhada. As paredes do lugar estavam cobertas de gelo cintilante e várias guirlandas com visco e azevinho, as mesas das casas tinham sumido e em seu lugar havia várias pequenas mesas redondas, iluminadas com lanternas. já estava sentada em uma delas, quase no canto do corredor que dava para a mesa principal. e Dino se dirigiram para lá. 
  Quando todos se acomodaram, o que foi algo surpreendentemente rápido, houve o anúncio da entrada dos campeões e todos começaram a aplaudir.
  Fleur e Davies foram os primeiros a entrar. Ela, como sempre, estava linda e Davies não ficava atrás, claro, mas tinha uma expressão estranha no rosto, como se não entendesse como tinha conseguido a proeza de estar acompanhando Delacour.
  Logo atrás dele, vinha Krum e sua acompanhante que, agora, Darling reconhecia totalmente. Era Hermione Granger.
   olhou para de queixo caído. 
  — Eu te disse que ele só vivia na biblioteca porque estava atrás de uma garota — falou, referindo-se a uma conversa que tinham tido há algumas semanas, ao notar que Krum sempre estava ao redor da biblioteca. sorriu para a amiga, assentindo.
  Cedrico Diggory e Samantha Tonks estavam entrando agora, Sam estava linda com um vestido de um azul quase verde e Cedrico Diggory... bem, ele era Cedrico Diggory, não tinha como estar algo menos que perfeito. olhou rapidamente ao redor, procurando por Chang, a avistou do outro lado, com cara de poucos amigos. 
  Harry Potter e Parvati Patil foram os últimos a entrar, Potter tinha uma expressão estranha no rosto. Como se quisesse estar em qualquer lugar, menos ali. Parvati tinha um sorriso radiante, feliz demais com a situação.
  Quando Harry, o último dos campeões, chegou à mesa principal, os aplausos cessaram e todos puderam se sentar.
  Darling olhou ao redor e notou que não havia garçons, nem um jantar no meio da mesa, como normalmente acontecia. Viu o menu em sua frente e olhou para ele, interessada.
  — Nossa, será que vão demorar muito para começar a servir o jantar, estou morto de fome — McLaggen reclamou e as outras pessoas na mesa concordaram.
  — Acho que temos que pedir — falou, de forma simples. 
  — Como assim? — Dino questionou, sem entender. 
  — Olhem só: Suco de abóbora — Darling falou e sua taça, antes vazia, agora estava cheia com o suco de abóbora. 
  Todos olharam maravilhados e começaram a fazer seus pedidos, seguindo o que estava no menu.
  Por um bom tempo o salão foi preenchido com o som de talheres e conversas jogadas fora, quando quase todo mundo já havia terminado de jantar, Dumbledore pediu para que todos os estudantes se levantassem.
  Com um aceno de varinha, ele fez com que todas as mesas se encostassem na parede, deixando todo o salão vazio, na outra parede ele conjurou uma plataforma, sobre ela foram colocados vários instrumentos musicais e, de repente, As Esquisitonas subiram no palco, quando o público os reconheceu, aplausos e gritos se seguiram por alguns minutos.
  Logo após, todas as lanternas das mesas se apagaram, deixando só o centro iluminado e os campeões se aproximaram, com seus pares. Eles deram início a dança, mas após alguns minutos, foi liberado para todos e o salão ficou cheio de casais dançando de um lado para o outro.
  Dino ofereceu a mão para Darling, que aceitou e foram em direção ao centro.
  A melodia era suave e Dino era um ótimo dançarino. 
  — Você realmente está linda, — o rapaz falou próximo ao ouvido de Darling que sorriu em resposta e seguiu na dança.

🎃🎃🎃🎃🎃

  Dino e estavam suados e chegaram à mesa onde e Córmaco estavam sentados.
  — Nossa! Achei que vocês não iam descansar nunca. — falou, feliz pela amiga estar se divertindo.
  — Eu até tentei, mas sempre a falava “depois dessa música”, tive quase que a forçar a descansar agora — Dino murmurou sorrindo e Darling mostrou a língua em resposta.
  O cabelo loiro que antes estava bem preso, tinha algumas mechas soltas e o rosto um tanto vermelho.
  — Eu vou pegar uma bebida para a gente, tá? — Dino falou, deixando sentada.
  — Espera, eu vou com você — Córmaco disse se levantando. Dino fez uma cara estranha, arrancando uma risada de .
  — E aí? O que está achando de Dino Thomas? — perguntou, quando os rapazes se afastaram.
  — Ele é legal… — falou, de forma simples.
  — Legal? Só isso?? — questionou.
  — O que mais posso falar? — respondeu, olhando para a amiga.
  — Que gostou dele, que quer dar uns amassos com ele e…
  — !  
  — Tô falando sério! Você tem que superar a paixonite pelo Harry Potter e o Dino parece muito disposto a isso — retrucou.
  — Eu sei… Mas eu não sei se gosto do Dino dessa forma, talvez outro garoto…
  — Ah, , você é inteligente, você sabe que o problema não vai se resolver com outro garoto…
  Nessa hora, uma pequena confusão no outro lado do salão chamou a atenção das garotas. Rony Weasley falava alguma coisa para Hermione Granger, que respondia de volta com bastante ferocidade.
  — O que será que está rolando? — questionou de forma curiosa.
  Viram Samantha se aproximar e a discussão continuar, com Harry parado ao lado, sem falar nada, só olhava ao redor, como se odiasse que aquela situação o colocasse novamente no centro das atenções. De repente a briga cessou, Hermione voltou para a pista de dança, parecendo estressada e Sam saiu também, ficando apenas Harry e Rony na mesa.
  — Eu não entendo o que você viu naquele garoto. — murmurou cruzando os braços. — A briga rolando lá e o menino parado igual mosca morta. Por Merlim!
  — Acho que ele não gosta de chamar atenção — respondeu, baixinho. Harry parecia muito com ela e, com certeza, foi isso que ela viu no garoto.
  Darling sabia que era muito inteligente, como todos diziam: um ponto fora da curva, mas odiava ouvir isso, odiava a ponto de não responder as perguntas na sala, pois não queria a atenção que aquele gesto traria para ela. sabia que Potter era assim. Era, no mínimo, irônico que uma personalidade tão discreta tenha vindo no bruxo mais famoso daquela geração.
  , que sempre foi extremamente desinibida, não conseguia compreender o quão interessante achava esse traço da personalidade de Harry Potter.
  — Sim e isso é uma prova que vocês não seriam um bom casal — falou. — Você é igual a ele, Darling. Precisa de alguém que te solte, que te tire da zona de conforto. E eu não estou falando que essa pessoa é o Dino, mas que, com certeza, não é Harry Potter — murmurou de forma séria. — E ele também precisa de alguém desse jeitinho que te falei. 
  A volta dos rapazes interrompeu o restante da conversa. Após tomar a bebida, Dino convidou seu par novamente para a pista de dança, mas dessa vez não se sentia tão animada. Sabia que estava certa, mas saber disso não garantia que os sentimentos seguiriam essa recomendação.
  Após mais algumas músicas, já estava cansada, procurou por , mas não a encontrou, a morena devia ter ido aproveitar o resto da noite, sem Filch no encalço, com o namorado.
  Chamou a atenção de Dino, que estava conversando com Simas, para avisar que estava indo embora.
  — Eu te acompanho — Thomas falou, rapidamente.
  — Não precisa, Dino, pode continuar curtindo com os amigos. Não quero te incomodar — disse.
  — Acompanhar a menina mais bonita do baile não é incômodo nenhum — Dino respondeu rapidamente.
   sorriu, corando com o comentário.
  Dino falou algo para Simas, que apenas concordou e voltou a atenção para sua acompanhante. Um silêncio constrangedor se instalou entre os dois enquanto caminhavam, não sabia o que falar para quebrar aquele gelo.
  — Desculpa te deixar sem acompanhante enquanto o baile ainda está rolando, mas realmente estou cansada. — A loira desculpou-se mais uma vez.
  — Que nada, . — Dino sorriu. — O baile foi muito divertido e você aproveitou muito. Eu estava até preocupado de não aguentar o seu ritmo — o grifinório completou, com um sorriso no rosto.
  Continuaram a caminhar em direção a entrada do salão comunal da Corvinal e novamente um silêncio reinou entre os dois.
  Chegaram ao pé da escada, que conduzia ao salão.
  — Aqui está bom — falou, parando. Dino virou-se para ela. — Nossa, estou muito cansada, o Dumbledore com seus cento e poucos anos parecia mais disposto do que eu, com 14 — a loira retrucou.
  — Você tem 14 anos? — Dino perguntou, confuso. — E por que está no terceiro ano? 
  — Ah, é porque meu aniversário é em outubro e só pode entrar em Hogwarts com 11 anos completos, por isso “perdi” um ano — explicou e Dino assentiu. — Bem, eu vou indo. — Darling fez menção de subir a escada, mas Dino a segurou.
  — Obrigado por aceitar o convite, — murmurou, nervoso. 
  — Eu que agradeço por me convidar, Dino. Me diverti muito — Darling respondeu, sincera.
  — Eu também — o rapaz comentou de volta, aproximando-se do rosto de devagar, pedindo permissão para o que ia fazer.
  No último instante, Darling virou um pouco o rosto, o beijo batendo no canto de seus lábios. Dino riu sem jeito e começou a soltar um pedido de desculpas.
  — Eu ia te convidar para sair no próximo fim de semana, mas acho que já sei minha resposta… — o rapaz falou, parecendo um pouco magoado.
  — Dino, me desculpa… — a moça começou a falar, mas foi interrompida por Thomas.
  — Sem ressentimentos, — o garoto respondeu. — A noite foi ótima de qualquer jeito. — Sorriu para ela, que devolveu o sorriso. — E se mudar de ideia, estou disponível. — O rapaz acrescentou, brincando. — Tem certeza que está ok daqui ir sozinha? 
  — Claro, a entrada é logo ali. — Sorriu, apontando para cima das escadas.

   caminhou em direção à entrada da torre da Corvinal, a noite não tinha sido de toda ruim, Dino era muito divertido, mas não conseguia enxergar indo com o relacionamento mais para frente. 
  Darling suspirou, pensando em como ficaria irritada e dando sermão sobre a “obsessão por Harry Potter”. 
  Talvez ela devesse dar uma chance ao convite do Dino.
  Perdida em seus pensamentos, Darling tropeçou em algo que estava largado no chão e que soltou um guincho.
  — Por Merlim! — Uma voz masculina soltou alto, levantando-se de uma vez e passando a mão na perna, onde o pé de Darling havia batido com bastante força. — Você não me viu aqui? — A voz continuou, soando um pouco embolada. 
  — Claro que não, está escuro e você estava deitado no chão… — A loira olhou para o rapaz, confusa. — Por que você estava deitado no chão? — Darling perguntou.
  O rapaz levantou-se de vez e o reconheceu, era Rogério Daves. 
  — Estava aproveitando o ambiente — o moreno falou, ainda de forma embolada, Darling olhou para ele cética, Daves revirou os olhos e suspirou. — Talvez, mas só talvez, eu esteja um pouco bêbado e não consegui responder o enigma — Rogério completou, sorrindo para a loira. — Você pode responder para mim! — Daves inseriu, depois de uma pausa, como se fosse uma ideia genial.
  — Eu teria que responder de todo jeito para poder entrar. — piscou para ele, que a olhou sem entender. 
  — Mas você vai responder para mim? — O corvino questionou, como se ela não tivesse acabado de afirmar. Darling suspirou, soltando uma risada.
  — Sim, Daves, eu vou responder para você — a garota respondeu. 
  Rogério olhou para a mais nova com um sorriso enorme e passou os braços pelos ombros dela, Darling o encarou, sem entender. Sentiu seu rosto corar com aquela proximidade, não tinha tanto contato com garotos. Principalmente com garotos lindos e mais velhos. 
  — Obrigado, ! — Daves falou, soando ainda um pouco bêbado. — Acho que seremos bons amigos — completou e continuaram o curto caminho até a entrada da Corvinal.
  Ao chegar na entrada, bateu na aldrava, que soltou o enigma.
  — Que criatura pela manhã tem quatro pés, ao meio-dia tem dois, e à tarde tem três?
  — Viu! Não tem como responder isso — Davies reclamou. segurou a risada.
  — Na verdade, Davies, esse é um dos fáceis — a loira comentou, com um sorriso no rosto. Virou-se para a porta e respondeu. — Um humano.
  — Muito bem colocado — a águia respondeu, liberando o acesso ao salão.
   começou a caminhar, mas olhou para trás e viu Rogério olhando sem entender, entre ela e a porta.
  — Como??? — ele falou, apenas. — Você é a pessoa mais inteligente do mundo? — o corvino perguntou, com sinceridade.
  — Amanhã, Davies, você vai sentir vergonha de não ter respondido esse enigma — falou sorrindo e puxando o mais velho para dentro. — Pena que eu não vou poder te falar — a loira completou.
  — Por que não? 
  — Porque não somos amigos —respondeu.
  — Claro que somos — o corvino respondeu. decidiu não discutir com um bêbado e apenas assentiu.
  Ao entrarem no salão, soltou Davies e deu boa noite antes de ir em direção ao seu dormitório. Ouviu, então, um baque no chão e virou-se alarmada.
  — Eu vou dormir aqui mesmo — Rogerio falou, para ninguém, jogado no chão.
   respirou fundo, não conseguiria deixar o rapaz ali, jogado no chão. Resolveu ajudar mais um pouco, aproximou-se dele e abaixou-se, ficando com o rosto próximo ao dele e o cutucou.
  — Davies… — O corvino abriu os olhos e sentiu um formigamento passar por todo o seu corpo, pois estava muito próxima a ele. 
  — Você é bonita — Rogério comentou, com a voz um pouco embolada. Cada centímetro do corpo de Darling arrepiou-se com essa declaração.
  Tinha escutado aquilo de Dino a noite inteira, mas Rogério falando tinha um efeito completamente diferente.
  — E você está bêbado — respondeu corando. — Eu vou te ajudar a chegar em seu dormitório — a loira acrescentou.
  Darling ajudou o rapaz a se levantar. Davies jogou os braços sobre os ombros da mais nova, para ter melhor equilíbrio. 
  — Você corou porque eu falei que você é bonita? — o rapaz perguntou com um sorriso no rosto.
  — Eu não corei — respondeu rapidamente, corando mais uma vez.
  — Corou, sim. Eu vi. — Davies rebateu.
  — Você está bêbado, não sabe de nada — a garota retrucou, segurando uma risada.
  Os dois entraram no dormitório masculino, Rogério apontou para o seu quarto, ficou na dúvida se aquele seria mesmo o quarto do rapaz, mas não estava em posição de tentar descobrir, tinha que sair de lá o mais rápido possível, para não ser pega.
  — Prontinho. Você está entregue — falou ao deitar o rapaz na suposta cama dele. 
  — Você é um anjo, — o moreno afirmou, se aconchegando com aquela roupa que não parecia nada confortável.
  Mas nessa parte não poderia ajudar, a loira pensou, corando.
  — Meu nome é Darling — falou, sem entender muito bem o porquê.
  — Ok, Darling — Rogerio falou, bocejando.
  — Boa noite, Davies — falou, levantando-se e indo em direção à saída.
  — Meus amigos me chamam de Daves — o moreno falou, quase sussurrando. 
   repetiu os dois nomes silenciosamente.
  — E qual a diferença? — a loira questionou, mas não teve resposta, Rogerio já tinha dormido.
  Com um sorriso no rosto, saiu do dormitório masculino sorrateiramente para o seu quarto. Enquanto trocava o vestido por seu pijama e lembrava do finalzinho da noite, pensou que poderia estar errada…
  Talvez outro garoto resolvesse o problema, sim.

Capítulo 03

  — ! ! — Um cutucado acordou Darling. Ao abrir os olhos encontrou sua amiga quase com a cara colada.  
  — Caramba, ! — A loira sentou-se rapidamente, normalmente não tinha problemas em acordar cedo, desde que tivesse dormido cedo. — Que horas são? — perguntou, estendendo a mão para a mesinha que ficava ao lado da cama, procurando o relógio.  
  — Hora de você me contar o que aconteceu ontem com o Dino. — falou empolgada, sentando-se em frente a amiga.  
   revirou os olhos ao ouvir a amiga e se joga novamente na cama.  
  — Não acredito que você me acordou para isso, . — Darling resmungou.  
  — Ah, qual é, . — começou jogando o cabelo já arrumado para trás. — Eu já te deixei dormir demais até. Vocês sumiram da festa ontem — a morena completou, com um sorriso malicioso no rosto.  
  — E como você sabe? — a loira retrucou, se levantando por completo da cama e procurando roupas limpas. Conhecia muito bem a amiga e tinha zero chances de ela conseguir voltar a dormir. — Você sumiu antes.  
  — Mas voltei para te procurar e não te encontrei — a morena respondeu.  
  — Ah sim… — falou, sendo interrompida por um bocejo. — Eu fiquei cansada e o Dino me acompanhou até as escadas da entrada. — Darling terminou.  
  — E…?  
  — E o quê? Foi só isso — falou, indo em direção ao banheiro.  
  — Como assim só isso? — questionou, seguindo a amiga. — Não aconteceu nada a mais?  
  — Normalmente é isso que as pessoas querem dizer quando falam “só isso” — Darling respondeu, mal-humorada. — Posso ter um pouco de privacidade? — Olhou para a amiga.  
  — Até parece que nunca te vi pelada — respondeu, fazendo pouco caso. — O que realmente importa é: ele nem tentou te beijar?  
   não respondeu de imediato, fez sua higiene matinal e depois de alguns minutos olhou para a amiga, que ainda a encarava esperando uma resposta.  
  — Ele tentou. — Os olhos de brilharam animados. — Mas eu não deixei. — lançou um olhar indignado para a loira.  
  — Você está de brincadeira, Bonnie Darling? — a morena falou, mas a amiga não deu atenção, juntou suas coisas e voltou para o quarto, com em seu encalço. — O que aconteceu, amiga? Você não falou que ele era legal?  
  Ao chegar no quarto, virou-se para a amiga com tristeza no olhar.  
  — Ah, amiga, é só que… — A loira suspirou. — Não sei…  
  — É por causa dele, não é? — questionou, com um olhar enfurecido.  
  — Não, amiga, não é. — Ao notar o olhar incrédulo da amiga, acrescentou rapidamente: — Eu juro que estou falando sério. Eu sinto que o Dino só não era a pessoa certa. — Darling completou, pensando no momento com Rogério Davies na noite anterior, ou melhor, na madrugada.  
  Claro que sabia que não tinha chances com o sextanista, além de mais velho ele era um dos rapazes mais bonitos de Hogwarts. Mas saber que conseguia sentir aquele formigamento por outras pessoas além de Harry Potter provava que ela não era obcecada, como sempre dizia.  
  — Ah é, e por que você acha isso? — a outra perguntou.  
  — Eu simplesmente sei — respondeu, sorrindo de volta para a amiga.  
  Por algum motivo, a loira não queria contar a história de Davies para .  
   conhecia a morena, sabia que seria questões de segundos para desvirtuar tudo e transformar o corvino no próximo alvo da missão “desencalhar a ”. Então ela acreditava que ninguém podia culpá-la por querer guardar aquilo para si. Além do mais, não é como se tivesse algo para contar. E, provavelmente, Davies nem lembraria do episódio.  
  — Ok. Vou deixar passar, mas na próxima visita à Hogsmeade você vai sair de lá de braços dados com alguém, nem que seja da Durmstrang ou de Beauxbatons — respondeu.  
  — E qual o problema eles serem de lá? Os rapazes das outras escolas são bem legais e bonitos — Darling retrucou, terminando de calçar o sapato. — Vamos tomar café?  
  — Sim, claro que são. Mas eles vão embora em breve, prefiro que o seu novo namoradinho seja de Hogwarts para podermos sair em casal — respondeu, seguindo a amiga para a saída. sorriu amarelo para a outra.  
  A perspectiva de sair em casal com a amiga e McLaggen era assustadora.  
  Caminharam em direção ao portão de entrada do salão comunal, comentando sobre o baile, quando foram interrompidas por uma voz.  
  — ? — A loira se virou para o som e encontrou Rogério a encarando. — Fiquei quase a manhã inteira esperando aqui no salão você descer — o moreno completou.  
   olhava para , sem entender o que estava acontecendo.  
  — Você estava me esperando? — perguntou, nervosa, porém orgulhosa por sua voz não sair trêmula.  
  Que Rogério Davies é um gato não é novidade, mas Darling nunca teve a oportunidade de conversar com ele tão perto.  
  A loira ficou irritada em não ter passado uma maquiagem no rosto, devia estar com olheiras.  
  — Claro! O que minha mãe mais elogia em mim é minha educação. Ela ficaria horrorizada em saber que tive ajuda e não agradeci — o moreno respondeu, piscando. — Então, muito obrigado.  
  — Ér… de nada — a loira respondeu, sem jeito. — Mas eu acho que você agradeceu ontem à noite — Darling completou, sabia que ele não tinha agradecido, mas não sabia o que falar para preencher o silêncio e não ajudava o olhar cheio de insinuações e surpresa de .  
  — Eu não lembro disso — Davies respondeu.  
  — Me surpreende que você lembre de alguma coisa — respondeu brincando, com um leve rubor nas bochechas.  
  — Ah, , essa é minha principal qualidade: lembro de tudo — o mais velho respondeu, piscando. — E você está corando de novo… — completou, com um sorriso. — E eu estou te devendo uma...  
  — Eu vou ter que interromper a interaçãozinha entre vocês para perguntar uma coisa: o que rolou ontem à noite? — perguntou, curiosa. — Porque não sei se é minha mente maliciosa, mas está dando a entender certas coisas…  
  Darling encarou a amiga, com todo o rosto vermelho e Rogério também ficou um pouco sem jeito.  
  — , com certeza é a sua mente — respondeu, entredentes. Ia matar a amiga. Aceitaria viver em Azkaban tranquilamente.
  — Eu tinha que perguntar… — respondeu, dando de ombros.  
  — Não aconteceu nada, eu só ajudei o Davies a entrar no salão comunal. Agora vamos indo? — falou, pegando a amiga pelo braço. — E obrigada por me esperar para agradecer, foi um pouco estranho, mas obrigada — tagarelou, ainda um pouco corada, tanto pela vergonha quanto pela vontade de esganar a amiga, que estava dando risadinhas. — Até mais, Davies. — A loira concluiu.  
  — Até mais, . E eu disse que podia me chamar de Daves — o rapaz respondeu um pouco alto, visto que Darling e já estavam um pouco afastadas.  
  — E eu perguntei qual a diferença — sussurrou, com um sorriso.  
  — Eu escutei! — Daves respondeu, fazendo a garota olhar para trás sorrindo e sentindo aquele formigamento esquisito.  
  Rogério observou a mais nova se afastar com um sorriso no rosto.  
  Ela era até mais bonita do que ele lembrava.  
  Sorriu ao lembrar da reação da loira ontem, quando ele a elogiou, mas ela era muito nova, talvez, no máximo, uma quartanista.  
  Bocejou e pensou em voltar a dormir, não tinha entendido o que o impeliu a levantar cedo para esperar pela garota. Mesmo não tendo ressaca, um dom que todos os amigos invejavam, odiava acordar cedo, mas agora que já tinha saído da cama parecia um desperdício passar o dia deitado, viu algumas garotas do quinto ano passando por ele, sorrindo, e decidiu que tomar café parecia uma ótima ideia.

🎃🎃🎃🎃🎃

  — Ok. Eu não estou bem. Preciso de um feitiço que me ajude a respirar — falou enquanto caminhavam pelos corredores, suspirando dramaticamente. — O QUE FOI AQUILO?  
  — Fala baixo, pediu. — E não foi nada…  
  — Nada? Aquilo está muito longe de ser nada. Rogério Davies conversando, brincando e FLERTANDO com você. Eu estou nos céus — a morena falou.  
  — Ele não estava flertando… — a loira respondeu, simples.  
  — Claro que ele estava, …  
  — Então deve ser o jeito dele mesmo.  
  — Ele não flertou comigo — falou.  
  — Porque ele não estava te agradecendo? — a outra respondeu.  
  — Outro ponto importante: por que ele estava te agradecendo? Eu juro a você, amiga, as cenas mais safadas do mundo passaram na minha mente com aquela conversa de vocês. E o tom da voz dele? AI… — falou, suspirando.  
  — Imagina se o Córmaco te escuta falando assim…  
  — O que os ouvidos não ouvem o corpo não sente — a morena falou, sorrindo. — Agora me fala o que rolou ontem à noite… Quero todos os detalhes.  
  — Não rolou nada. Ele estava bêbado e não conseguia acertar o enigma, eu acertei e o levei para dentro do salão comunal — ocultou a parte que levou Rogério para o dormitório, a amiga faria um escândalo com aquela informação.  
  — Só isso? — perguntou, decepcionada.  
  — Eu falei que não tinha sido nada — respondeu, sorrindo da expressão de decepção da amiga.  
  Chegaram no salão principal que estava muito diferente da noite anterior. As mesas das casas retornaram para seu lugar e as garotas se sentaram ao lado de Luna.  
  — Bom dia, Luna — Darling falou, sorrindo para a garota.  
  — Bom dia, e , como foi o baile? — Luna perguntou.  
  — Foi legal, Luna. Se você gosta de dançar, claro — respondeu.  
  — Eu gosto um pouco, quem sabe no próximo eu vou — Lovegood murmurou, antes de voltar atenção para a revista que estava lendo.  
   e ficaram alguns minutos em silêncio, comendo.  
  — Por Merlim! Eu estava morta de fome — exclamou, pegando mais um pedaço de bolo, que foi tomado da sua mão por . Darling encarou a amiga sem entender. — O que…  
  — Sorria e fique quieta. Davies está vindo — falou, olhando no que ela pensava ser uma tentativa disfarçada para Rogério.  
  — E o que isso tem a ver? — perguntou, sussurrando.  
  — Ele não pode te ver comendo igual uma esfomeada que nunca viu comida — a morena respondeu, simplesmente. — Vamos, finja que está sorrindo de algo que falei.  
  — Você é louca — falou, balançando a cabeça. — Alguém devia avisar a seu namorado que comer feito um esfomeado é feio — Darling falou, apontando para a mesa da Grifinória.  
   olhou para a mesa da outra casa e franziu a testa ao ver Córmaco conversar com um amigo de boca cheia.  
  Darling, como de costume, procurou Harry e seus amigos na mesa, não os encontrando, só viu o cabelo ruivo de Gina.  
  — E você pare de olhar para a mesa da Grifnória — a morena ralhou.  
  — Para de mandar em mim — resmungou.  
  — Não paro.  
  E as amigas seguiram em uma discussão infantil que acabou em risadas.

🎃🎃🎃🎃🎃

  — Amiga, você jura que não se importa? — perguntou novamente.  
  — Já falei que não, . Vai lá curtir com seu namorado. Eu faria o mesmo, se tivesse um. — piscou para a amiga. — Eu tenho que escrever uma carta para meus pais, mesmo.  
  A morena se afastou da loira e foi em direção ao jardim, onde Córmaco a esperava. Nessa hora, viu Gina saindo do salão principal com alguns terceiranistas da Grifinória.  
  — Oi, Gina! — Darling falou.  
  — ! — A Weasley se afastou do grupo e aproximou-se da corvina, a abraçando. — Como foi o baile?  
  — Foi ótimo, mas não vi você quando fui embora, saiu mais cedo?  
  — Na verdade… — Gina começou, ficando com o rosto no mesmo tom do seu cabelo. — Eu dancei algumas vezes com o Miguel Corner.  
  — E desde quando pensar em dançar te deixa tão corada assim? — perguntou, fazendo a amiga sorrir.  
  — Dançar e outras coisas — a ruiva falou, piscando. — E você e o Dino? — a garota perguntou, empolgada.  
  — Não rolou… — deu de ombros.  
  — Tenho certeza que não foi por falta de vontade dele, né? — a ruiva falou, fazendo a amiga corar um pouco. — …  
  — Será que toda vez que eu te encontrar você vai estar corada? — Foram interrompidas pela voz de Rogério Davies. virou-se para ele, feliz por ele ter cortado o sermão que ia levar da ruiva.  
  — Oi, Davies — Darling falou, um tanto empolgada.  
  — Já falei que pode me chamar de Daves. — O moreno piscou.  
  — Você sabe que, foneticamente, não tem quase nenhuma diferença? — perguntou e Gina deu uma batida disfarçada em seu ombro, a recriminando. O moreno passou alguns minutos repetindo as palavras.  
  — E não é que você tem razão? Mas ainda prefiro que você me chame de Daves.  
  — Ok,  Daves — a loira respondeu.  
  — Soou como música para meus ouvidos — respondeu o rapaz, arrancando um sorriso tímido da mais nova. — Você está indo para o salão comunal? Estou indo para lá agora…  
  — Na verdade… — A loira olhou par Gina, indicando que ainda estava conversando com a amiga.  
  — , como te falei, tenho que correr, estou muito atrasada com todas as tarefas — a ruiva respondeu rapidamente, sumindo da frente de tão rápido que parecia ter aparatado.  
  — Agora eu estou indo… — a loira respondeu, dando de ombros.  
  Caminharam alguns minutos em silêncio, Rogério vez ou outra acenava para alguém nos corredores. Estavam quase chegando na esquina, dobrando para o corredor que dava acesso para às escadas da Corvinal quando Daves parou repentinamente.  
  — Acho que por aqui é melhor — o moreno falou, parecendo um pouco desconcertado.  
  — É o dobro do caminho — respondeu simples. Rogério olhou novamente para frente.  
  — Eu prefiro por aqui…  
   olhou para onde ele olhava, Fleur Delacour e algumas amigas estavam sentadas ali, talvez esse fosse o motivo.  
  Deu de ombros e olhou para ele.  
  — Então eu também prefiro — falou sorrindo.  
  — E você me salvou mais uma vez…  
  — Bem, não é bem salvação fazer um caminho alternativo…  
  — Me impediu de fazer o caminho sozinho. Já estou te devendo duas, . — O moreno olhou para ela com um sorriso no rosto.  
  — Na verdade, só uma. Você me salvou de uma conversa constrangedora com a Gina.
  — A ruiva? Pensei que fossem amigas.  
  — E somos, quer dizer, somos meio amigas. Mas você pode ter conversas constrangedoras com amigos, ué.  
  — Eu não tenho amigos assim.  
  — Então os seus amigos estão te deixando mal-acostumados — respondeu, brincalhona.  
  — Então eu preciso de uma amiga que esteja apta a me constranger — Rogério falou, um pouco nervoso, não entendia muito bem o motivo, mas estava sendo divertido a conversa com a garota mais nova. — Está disposta?  
  — Talvez, podemos começar já agora: por que você não queria encontrar com a Fleur e preferiu fazer o caminho mais longo? — a garota perguntou, curiosa.  
  — Você tá morrendo de curiosidade sobre isso, não é? — o moreno perguntou.  
  — Acho que só aceitei vir com você para tentar descobrir — respondeu, brincando.  
  — E se eu não contasse?  
  — Seria obrigada a te torturar — a loira respondeu, rindo. — Vamos, não tente disfarçar, pode contar. Juro que não conto a ninguém.  
  — Nem à sua amiga de mais cedo?  
  — A ? Ela principalmente, é a maior fofoqueira que há.  
  — Ok, então. — Daves suspirou. — Mas não pode rir, tá? A Fleur queria ir com o Cedrico Diggory, mas ele, claro, foi com a Tonks, então ela me usou para fazer ciúmes. Quando viu que não adiantava, me abandonou no baile. — O moreno terminou, parecendo extremamente desconfortável. — E o pior é que eu estava muito na dela… Hey, você prometeu não rir! — Daves ralhou quando viu prendendo os lábios.  
  — Não é da sua situação que estou rindo, é da forma que você descreveu. Por isso encheu a cara? — O mais velho assentiu. ponderou um pouco, antes de falar. — Você sabe que a Fleur é meio veela, não é?  
  — Meio veela?  
  — Sim. Claro que ajuda muito ela ser deslumbrante, mas você meio que não tinha chances além de ficar babando mesmo. Me surpreende muito o Diggory não ter ficado do mesmo jeito.  
  Os dois seguiram mais alguns minutos em silêncio. Diferente da noite anterior, com Dino, não foi nada desconfortável, era apenas um silêncio.  
  — Agora é sua vez — Daves falou, cortando o silêncio.  
  — Minha vez de que?  
  — De contar o que a Gina fez para te constranger.  
  — Mas eu não te devo nada — rebateu, nervosa.  
  — Mas somos amigos, não? — Daves respondeu e a garota suspirou.  
  — Sim, meio que somos. — suspirou novamente, antes de continuar. — Ela ia me dar sermão por eu não ter beijado o meu par do baile ontem à noite. — A loira cuspiu tudo rapidamente, um pouco envergonhada, não estava acostumada a ter amigos homens. E principalmente amigos homens lindos e mais velhos.  
  — E por que você não beijou? — Daves perguntou curioso.  
  — Porque eu não gosto dele.  
  — E você só beija quem gosta?  
  — Bem, não vou sair por aí distribuindo beijos.  
  — E de quem você gosta?  
  — Não vou te falar, mas esse também é um dos motivos do sermão. Minhas amigas acham que sou obcecada por ele e que tenho que deixar ir.  
  — Humm… de que casa ele é?  
  — Grifnória… — respondeu sem pensar, antes de colocar a mão na boca. — Por que você perguntou isso? E o pior por que eu respondi??? — Darling se questionou, incrédula.  
  — Pense rápido, . E eu perguntei para saber se o garoto era eu.  
  — Você? Mas eu nem te conheço… — Darling respondeu, indignada.  
  — Isso nunca impediu as garotas antes — Rogério respondeu, piscando. — Não posso culpá-las por isso… — completou, apontando para si mesmo.  
  — Você é muito convencido, isso sim — falou, sorrindo.  
  Assim que dobraram o corredor se depararam com uma cena que, com certeza, era a mais constrangedora que havia presenciado.  
  Conversa sobre Harry com a Gina? Fichinha.  
   fazendo insinuações sexuais na frente de qualquer pessoa? Dá para viver.  
  Samantha Tonks e Cedrico Diggory pegos no flagra enquanto se pegavam? Extremamente constrangedor.  
  — É isso que estou vendo? O senhor certinho se pegando nos corredores vazios? — Daves perguntou, caçoando.  
  — Sai para lá, Davies — Cedrico respondeu, com a voz um pouco rouca. não conseguiu ver a expressão no rosto do lufano, pois virou de costas na hora que entendeu o que estava acontecendo.  
  — Que modos são esses, Diggory, não ganho nem um bom dia? — Davies respondeu, fingindo-se de ofendido. — Você acha isso certo, Tonks?  
  — Bom dia, Davies. Tchau, Davies — Samantha respondeu, arrancando risadas de todos.  
  — Você sempre uma figura, Tonks. Tem certeza que não quer que eu fique um pouco mais? Colocar o papo em dia, Diggory? — Rogerio falou em tom brincalhão.  
  — Certeza absoluta, Daves. — notou que Cedrico usou o apelido do corvino, então eram amigos? Tornava a situação um pouco menos constrangedora. — Vai lá com sua namoradinha e nos deixe em paz.  
  Samantha esticou o pescoço por trás de Cedrico, tentando ver com quem Daves estava, não tinha notado que ele estava acompanhado.  
  Ao entender o que Cedrico insinuou, virou-se e abriu a boca para protestar, mas Rogerio jogou o braço no ombro da mais nova e respondeu.  
  — Quer saber? Vou mesmo. — E voltou a andar, forçando a o acompanhar. Quando estavam passando em frente ao casal, virou-se e falou para os dois.  
  — Só para deixar claro: eu não sou namorada dele.  
  — Com certeza não. Parece muito inteligente para isso — Diggory falou piscando e voltou a olhar para frente.  
  Caminhando de volta para o salão com Rogério, a garota contava os minutos para encontrar com , dessa vez a loira estava empolgadíssima para contar o que aconteceu para , ocultando alguns detalhes, claro.  
  Já conseguia ouvir a morena falando: “finalmente Harry Potter rodou.”  
  E mesmo que não tivesse a menor chance com Rogério Daves, para ela era extremamente gratificante finalmente se interessar por outro garoto.  
  Mas, claro, que tinha que ser o mais bonito e popular.

Capítulo 04

  O Natal e Baile de Inverno tinham ficado para trás e as aulas foram retomadas a todo vapor, pelos corredores de Hogwarts só se falava sobre a segunda tarefa do torneio que aconteceria no dia seguinte.
  Claro que também estava ansiosa para a tarefa, afinal, adoraria ver Hogwarts campeã, mas, no momento, o mais importante para ela era conseguir dar conta de tantas atividades.
  — Eu te falei que você foi com muita sede ao pote, falou baixinho ao lado da amiga, estavam na biblioteca e a última coisa que precisava era a Madame Pince as expulsando. — Você pegou matérias demais, parece humanamente impossível cumprir esse horário louco — a morena completou, olhando para o pergaminho que continha o horário escolar da amiga.
  — Eu tô tranquila com o horário, , afinal, o que além de estudar eu vou fazer na escola? — a loira questionou a amiga de forma sarcástica.
  — É exatamente por esse tipo de comportamento que você não está dando uns beijos… — falou.
  — Poxa, vou ter que viver com isso — respondeu antes de voltar a atenção para as atividades, mas parou ao ouvir o suspiro da amiga, sabia o que vinha por ai.
  Nas últimas semanas esse era o comportamento padrão da : arrumava uma forma de encaixar o assunto “garotos” na conversa, após finalizar a conversa ela suspirava e perguntava.
  — E como vai o Daves? — perguntou olhando de soslaio para a amiga.
  — Acho que do mesmo jeito que estava ontem à noite, quando conversou conosco no salão comunal — Darling respondeu a amiga, sem tirar os olhos da atividade.
  — Ah, vocês não conversaram mais desde ontem? — perguntou, se mostrando decepcionada.
  —
  — Ah, qual é, Darling! Eu não tô falando nada — a morena falou e ficou calada por 5 segundos antes de complementar. — Mas é que vocês são tão bonitinhos juntos.
  — Amiga, tem o total de zero chance de rolar algo entre nós dois — falou a loira e sentiu algo parecido com decepção por isso. — O Daves é apenas meu amigo.
  — Ah, para. Claro que tem, tipo, muita chance. Vocês ficam conversando quase toda noite e são cheios de brincadeirinhas secretas e risinhos. Todo mundo já notou. E teve aquela vez que ele falou ao Diggory que você era a namoradinha dele  — concluiu.
  — , incrível como você não consegue lembrar do que vimos em História da Magia ontem, mas consegue lembrar de um comentário que foi feito há semanas? — a loira perguntou.
  — Prioridades, Darling. — A morena piscou. — Mas não mude de assunto, ele não disse isso?
  — Sim, ele disse isso. Em uma brincadeira falou, frisando a última palavra.
  — Se é o que você diz… — a outra respondeu, dando de ombros.
  — É o que é, falou, deixando a atividade de lado e olhando para a amiga.
  — Mas se não fosse brincadeira, você ia querer? — questionou.
   encarou a amiga, sem saber o que responder.
  A loira gostava da companhia do corvino, ele era espontâneo, alegre, divertido, inteligente e, claro, muito bonito.
  Mas será que ela realmente gostava dele assim? Claro que ela se sentia levemente atraída por ele, afinal, ele era Rogerio Davies, um dos garotos mais bonitos de Hogwarts.
  — Você sabe que não gosto de responder perguntas hipotéticas, — respondeu.
  — Ah, , para de ser um saco, responde logo.  — A morena insistiu.
  Darling pensou um pouco antes de responder, a amiga não a deixaria em paz até arrancar uma resposta dela.
  — Eu não sei — falou em um sussurro.
  — POR MERLIM! Você gosta dele. — quase gritou, atraindo olhares das mesas ao redor das duas.
  — Shhh! — Uma quintanista da Lufa Lufa, que estava na mesa ao lado, fez para ela.
  — Do que as duas garotinhas estão falando? — Davies se materializou ao lado delas, o encarou com um olhar surpreso e olhou ao redor.
  — De nada — Darling respondeu rapidamente.
  — De onde você veio? — perguntou.
  — Eu estava ali — O corvino falou para , apontando para o outro corredor de livros. — Quando reconheci sua voz gritando. E, , eu tenho certeza que vocês estavam falando de algo e, mais ainda, que é algo do meu interesse. — Daves piscou para as garotas.
  Darling engoliu em seco.
  Teria alguma chance do Rogerio ter ouvido a pergunta de ? Darling olhou apavorada em direção à amiga, que devolveu o olhar com um sorriso amarelo, como se pedisse desculpas por ser tão boca grande.
  — Não sei se a te falou, , mas nós somos bem amigos. E você acredita que ela não quer me dizer o nome do garoto que ela gosta? — o moreno falou, com uma indignação dramática. — E pude notar que esse era o assunto nessa mesa, logo, do meu interesse.
   respirou aliviada, na última semana Davies a irritou a cada instante querendo saber o nome do garoto da grifinória por quem ela estava apaixonada. Ela, com toda certeza do mundo, não confidenciaria isso ao mais velho, mas pelo menos ele não tinha ouvido a amiga falando dele.
  — Bem, você chegou agora e já tá querendo sentar na janela, Davies? — brincou. — Ela só admitiu para mim ano passado, você vai ter que trabalhar muito. — A morena concluiu e Daves suspirou, de forma exagerada.
  — Ok, vou aceitar a derrota por hoje — falou o moreno, sorrindo. — E você, , ainda não me respondeu sobre a prova de amanhã, vamos assistir juntos? — Davies levantou a cabeça, notando Fred e George Weasley dobrando o corredor. — O que vocês estão fazendo aqui na biblioteca? — o moreno perguntou, olhando os ruivos com curiosidade.
  — Saiba você, meu querido Rogerio, que frequentamos muito a biblioteca. — Fred, ou George, já que não conseguia distinguir os dois, respondeu. — Afinal, como você acha que aprendemos a criar os nossos produtos? — continuou.
  — Que produtos? — perguntou, curiosa.
  — Uma coisinha aqui e ali que estamos testando… — Um dos gêmeos encarou . — Você é a namorada do McLaggen, certo? — A morena assentiu e ele continuou a encarando, pensativo e puxou algo do bolso. — Se eu te desse isso aqui, você daria a ele por mim? — Terminou, mostrando algo que parecia um doce, com duas cores.
  — Ér… não? — respondeu, incerta.
  O gêmeo suspirou e virou-se para .
  — E você entregaria?
  — O que isso faz? — Darling perguntou.
  — Ao morder esse lado aqui — o outro gêmeo respondeu, apontando para o lado laranja do doce — o nariz dele vai começar a sangrar, e ao morder esse lado — apontou para o lado roxo — esperamos que pare de sangrar. Estamos tentando testar no McLaggen há dias, mas ele nunca aceita nada que a gente oferece. — Concluiu um dos ruivos, exasperado.
  — Eu entrego com o maior prazer — respondeu, animada.
  — ! — repreendeu.
  — O que? O Córmaco é um saco — a loira respondeu.
  — É mesmo. — Daves acrescentou a conversa.
  — Ninguém vai entregar nada ao Córmaco. E fim de papo. Pode guardar isso aí, Weasley. — concluiu.
  — Tudo bem, tentamos de outra forma. Enfim, vocês viram Potter e companhia por aí? A professora McGonagall pediu para procurá-los — um dos ruivos perguntou.
  — Eu sabia que vocês não estavam aqui por livre e espontânea vontade — Daves falou. — E eu os vi no outro corredor, sentados e cochichando.
  — Valeu, Daves — os gêmeos responderam e seguiram em direção ao outro corredor.
  Os três encararam as costas dos ruivos até eles desaparecerem.
  — Acho que nunca vou conseguir diferenciar esses dois — falou, quebrando o silêncio. — E já está próximo da hora do jantar, melhor irmos para o salão comunal guardar esses livros porque estou morrendo de fome. — A morena concluiu.
  — Você tem razão — respondeu concordando, levantando-se rapidamente.
  — Eu vou acompanhar vocês. Por Merlim, , você precisa de todos esses livros mesmo? — Rogerio falou, olhando para a pilha de livros que a mais nova tentava enfiar na mochila.
  — As provas estão chegando, tenho que tirar o atraso — Darling respondeu, simplesmente.
  — Com certeza tem um atraso que você precisa tirar, mas, com certeza, não é dos estudos — respondeu a amiga, piscando.
  — Opa, para tirar esse tipo de atraso estou completamente disponível — Davies respondeu, piscando, enquanto pegava a mochila de Darling para carregar.
  — Cadê a sua mochila? — perguntou, corando ao notar o olhar sugestivo da amiga.
  — Deve estar em algum lugar do meu dormitório. As aulas de hoje foram práticas. E você não me respondeu sobre amanhã: vamos assistir a prova juntos? — Davies questionou, enquanto saíam da biblioteca e iam em direção ao salão comunal da Corvinal.
  — A outra opção é assistir junto com a e o McLaggen, então a resposta é mil vezes sim  — Darling respondeu, sorrindo marota.
  — Eu até te convidaria, , mas você vai estar com o McLaggen, então não — Rogerio falou brincando.
  — Eu não sei por que vocês implicam tanto com o Córmaco, ele não é tão ruim… — encarou a amiga, incrédula. Até mesmo não suportava o ego do namorado algumas vezes. — Tudo bem, às vezes ele pode ser um pouco difícil... — A morena cedeu.
  — E chato… — falou, sorrindo marota para amiga.
  — E esquisito. — Davies completou, entrando na brincadeira.
  O trio seguiu o caminho até o salão brincando sobre isso.
  — Pode me dar a mochila agora, Daves, vou guardar lá no quarto e correr para o salão principal — falou, ao chegarem no salão comunal.
  — Ou eu posso levar até o seu dormitório… — Rogerio falou, flertando.
  — Tenho certeza que existem vários encantamentos para garotos não subirem ao dormitório das garotas e que todos eles foram criados por culpa de garotos como você — respondeu, rindo.
  — Como eu? Você quer dizer perfeitos? — O moreno brincou.
  — Quero dizer ALGUMA PALAVRA QUE ESQUECI AGORA MAS JÁ JÁ LEMBRO — respondeu, risonha.
  — Tá, vocês fiquem de namorinho depois, agora eu tô com fome. — se intrometeu, empurrando a amiga.
  — Ninguém em sã consciência fica entre a e a torta de carne… — Darling falou, despedindo-se de Davies e acompanhando a amiga até o dormitório.
  — Certo! Nos encontramos no salão principal após o café da manhã, pode ser? — Davies respondeu e recebeu um aceno afirmativo da loira.
  Daves sorriu e olhou ao redor do salão comunal vendo Oliver Parker, seu amigo, encostado à janela o encarando.
  — O que foi, Parker? — o moreno perguntou, ao se aproximar.
  — O que foi pergunto eu, o que tá rolando? Você tá a fim da loira? — Oliver perguntou, já pronto para caçoar de Davies.
  — Eu não, somos apenas amigos — Davies respondeu, rapidamente.
  Todos estavam comentando sobre essa repentina amizade de Rogerio com a terceiranista e Oliver adoraria, mais do que tudo, ter informações para poder zoar o amigo, que parecia muito interessado na mais nova.
  — Mas ela é bonitinha. — Parker falou, esperando que o amigo soltasse mais alguma informação.
  — Sim, ela é — Davies respondeu, de forma simples. Ele vinha prestando muita atenção a como era bonitinha, na verdade, linda. Mais do que ele queria admitir para si mesmo e, com toda certeza, não admitiria isso para Parker, o amigo ainda devia estar tramando uma vingança por uma peça que pregaram nele na frente de uma garota de Beauxbatons.
  Nas últimas semanas a amizade entre Davies e Darling havia crescido bastante e foi algo que surgiu facilmente. Ela era engraçada e muito sarcástica, por baixo daquela carinha de menina inocente e tímida.
  Davies gostava muito disso, era como se só algumas pessoas conseguissem enxergar a verdadeira Darling e ele estava gostando de fazer parte desse grupo seleto. O moreno sorriu com esse pensamento.

🎃🎃🎃🎃🎃

  Um alvoroço sem fim tomava conta dos corredores de Hogwarts naquela manhã, vários estudantes com o rosto pintado de amarelo e preto corriam e tagarelavam sobre suas apostas.
  Alguns alunos da Sonserina passaram ao lado de Darling com o botton escrito “POTTER FEDE”, a garota revirou os olhos.
  — Fiquei na dúvida: você revirou os olhos porque odeia os sonserinos ou o botton? — Daves, que surgiu do nada ao lado da loira, perguntou, assustando a garota, que deu um saltinho.
  — Por que você sempre aparece do nada? — questionou, colocando a mão no peito.
  — É um dos meus dons — o moreno respondeu, piscando.
  — Ah, sim, claro. E respondendo a sua pergunta: os dois — Darling falou, enquanto caminhavam em direção ao lago, onde aconteceria a segunda prova do torneio.
  — Também não gosto. Embora alguns sonserinos deem para aguentar. A Sophie Winter, por exemplo, é bem legal. Não que eu vá admitir isso para ela, claro — Daves falou.
  — A Sophie é um caso comprovado que o Chapéu Seletor erra. Ela é legal demais para a Sonserina — respondeu.
  — Eu prefiro acreditar que existem exceções à regra — o moreno falou, dando de ombros.
  — E eu prefiro manter meu preconceito — a garota respondeu, piscando.
  — Você é muito espertinha nas respostas, Srta. Darling — Daves falou, sorrindo. — E quem garante que não foi Diggory e seus seguidores que criaram e espalharam esses bottons pela escola? — Rogerio questionou.
  — Você acha que foi ele? — Darling questionou, surpresa. Não passou pela sua cabeça que Diggory poderia fazer algo do tipo, ele sempre pareceu ser tão gentil.
  — Não, não acho. Com toda certeza é obra da Sonserina e com a mão inteira do Malfoy dentro — o rapaz admitiu, derrotado. — O Ced jamais faria algo tão cruel, ainda mais com o melhor amigo da namorada dele — concluiu o moreno.
  — Eles estão namorando mesmo? — perguntou, curiosa. A loira sempre acreditou que Potter nutria sentimentos por Tonks, ela adoraria a notícia que a garota agora namorava o garoto mais bonito de Hogwarts. Na verdade, o segundo mais bonito, pensou, ao olhar o rapaz ao seu lado.
  — Acredito que finalmente sim. Para um cara com fama de conquistador, o Diggory foi bem lerdo com a Tonks — Daves respondeu.
  — Pelo que eu sei, a fama de conquistador é sua, Rogerio Davies — falou, sorrindo marota.
  — É diferente. A fama de maior conquistador é minha, mas tenho que ter uma tentativa de concorrência, não é mesmo? — o moreno respondeu piscando.
  Chegando ao lago, notou as arquibancadas, idênticas a da primeira tarefa, dispostas na margem do lago. Darling e Davies se espremeram entre os bancos até os lugares, com uma ótima vista que Oliver havia guardado para eles.
  — Obrigado, Parker — Davies agradeceu, sentando-se ao lado do amigo e deixando o lugar ao lado para . — , esse é Oliver Parker. Oliver, essa é Darling. — Daves apresentou-os rapidamente.
  — Prazer, . — Parker sorriu para a garota que sorriu de volta, corando um pouco.
  — Para você é — Davies respondeu, emburrado e Oliver segurou um sorriso ao notar o comportamento do amigo.
  — Ok. Então, prazer, — Parker falou.
  — Por Merlim, não. Pode me chamar de . — Darling o corrigiu. A garota até esquecia que seu nome era quando estava em Hogwarts.
  — Então você vai ter que me chamar de Ollie. — O rapaz sorriu, mostrando uma covinha muito fofa na bochecha direita. Davies fechou a cara e os interrompeu.
  — Ok, vamos prestar atenção no torneio — Rogerio disse, com a cara ainda fechada.
  — Mas o torneio ainda não começou. — o encarou confusa.
  — Onde está Potter? — Daves perguntou, não dando atenção à fala da mais nova.
   encarou o local em que os campeões estavam, e, realmente, Harry Potter não estava lá. Estranho, só faltavam 20 minutos para iniciar a competição.
  Olhou ao redor procurando no grupo da Grifinória algum dos amigos de Potter, não encontrou nenhum, apenas Gina Weasley estava lá, olhando ao redor, parecendo preocupada.
  O que será que estava acontecendo? Com a fama que aquele quarteto tinha, provavelmente deviam ter se metido em confusão.
  Faltavam quase 10 minutos para a prova e nada de Harry Potter aparecer, todos ao redor estavam cochichando, curiosos com o que podia ter acontecido.
  Os juízes, em especial um de cabelos ruivos, que reconheceu como um dos irmãos Weasley que havia se formado no ano anterior, vociferava zangado por algum motivo.
  De repente, correndo como um louco e quase caindo, Harry Potter apareceu. soltou um suspiro tranquilizado, nem havia percebido que estava tão tensa. Uma curta discussão seguiu entre o campeão atrasado e dois dos juízes, em seguida a voz de Ludo Bagman ressoou para todos.
  — Bem, os nossos campeões estão prontos para a prova que começará quando eu apitar. Eles têm exatamente uma hora para recuperar o que foi tirado deles. Então, quando eu contar três. Um… dois… três.
  Aplausos e vivas encheram o ar, tornando-o barulhento, enquanto os campeões saltavam dentro do lago negro.
  Logo Cedrico Diggory, Fleur Delacour e Krum sumiram, mergulhando. Harry Potter ficou para trás, aparentando não ter nenhum plano para conseguir respirar embaixo d’água.
  — O que ele está fazendo? — uma voz perguntou alto.
  Risadinhas e vaias começaram a surgir, em especial da parte da arquibancada que a Sonserina ocupava.
  — Ele devia ter usado o feitiço cabeça de Bolha — Daves falou, levantando-se do seu lugar para ter uma visão melhor.
  — Mas isso é muito avançado para um aluno do quarto ano — respondeu, nervosa.
  — Bem, ele está no torneio tribruxo, tudo isso é avançado para um aluno do quarto ano — Parker respondeu à .
  De repente, Harry começou a estremecer dentro da água e alguns instantes depois, mergulhou.
  — O que será que ele usou?
  — Será que ele desmaiou?
  Passado alguns minutos e ao notar a despreocupação dos professores e juízes, o público começou a relaxar. Ninguém sabia o que o Harry Potter havia usado, mas, aparentemente, tinha sido eficaz.
  — O que será que foi tirado deles? — Cho Chang, que estava na fileira de trás, questionou.
  — Provavelmente algum bem valioso — Parker respondeu, virando-se para a garota.
  Começaram a debater sobre o que devem ter tirado de cada um dos campeões e o que seria tirado deles, caso estivessem naquela situação.
   voltou a olhar ao redor, não encontrando os amigos de Harry em lugar algum da arquibancada. Então uma ideia surgiu.
  — Não foram objetos. Eles levaram pessoas — falou, quase sussurrando. Isso parecia muito perigoso.
  — Como assim? — Daves perguntou e todos prestaram atenção em .
  — Bem, Ronald Weasley, Hermione Granger e Samantha Tonks não estão em lugar algum da plateia. Então faz sentido se levaram um amigo querido de cada um dos campeões — a loira explicou.
  — Mas todos eles são amigos de Harry Potter — Ollie pontuou.
  — Na verdade, faz muito sentido. A Sam é a namorada do Cedrico — Daves começou —, o Krum levou a Granger para o baile e o Potter e o Weasley parecem a sombra um do outro. — Concluiu o moreno.
  — E a Fleur? Por sua lógica, eles deviam ter levado você — Cho respondeu.
  — Bem, aí você me pegou. — Davies deu um sorriso desconfortável e voltou a virar para frente, prestando atenção ao lago.
   segurou um sorriso. Era engraçado como Rogerio Davies, que parecia não ter vergonha de nada, ficou tão mexido com Fleur ter “usado” ele.
  Quase uma hora havia se passado, e nenhum dos campeões havia retornado com a tarefa completa. Fleur Delacour havia sido retirada do lago depois de ter sido atacada por alguma criatura.
  Toda a plateia estava tensa. O relógio soou. O tempo havia chegado ao fim e nenhum dos campeões tinha conseguido concluir a prova.
  Todos sentaram-se, olhando ao redor, desanimados. De repente, duas cabeças surgem do lago, todos se levantam e irrompem em vivas.
  Cedrico Diggory e Samantha Tonks estavam lá. bateu palmas com todos, mas em seu íntimo estava muito aflita.
  — Por que você está tão nervosa? — Davies perguntou. Já tinha passado alguns minutos do retorno de Diggory, a plateia estava mais calma, mas Darling batia o pé de forma ansiosa.
  — Eu não tô nervosa — a loira respondeu.
  — Claro que você tá.
  — Eu tô ansiosa, fico assim quando estou torcendo — a garota respondeu simplesmente.
  Antes que Davies pudesse perguntar mais alguma coisa, novamente a plateia surtou gritando. Krum retornou, junto com Hermione Granger.
  Dessa vez não conseguiu disfarçar o suspiro de decepção. Daves olhou para a mais nova, sem entender.
  — Você tá torcendo para o Potter? — ele perguntou à loira, que corou fortemente.
  — Eu não, não ligo para quem ganhar, desde que seja de Hogwarts — falou, rapidamente.
  Davies continuou encarando Darling sem entender o motivo dela parecer tão envergonhada. De repente, algo estalou em sua mente.
  — É ele. — Davies falou, com um sorriso enorme por finalmente ter descoberto. Mesmo que por dentro estivesse sentindo uma sensação esquisita.
  — Ele o que? — perguntou, visivelmente nervosa.
  — É do Harry Potter. — Ele sorriu, vitorioso. — Você é apaixonada por Harry Potter! — O moreno quase gritou essa última parte.

Capítulo 05

  — Cala a boca! — gritou, pulando em cima do mais velho, tentando cobrir a boca dele, com medo de que alguém ao redor o escutasse.
  Mas a preocupação da loira era desnecessária, a fala de Daves tinha sido abafada por uma série de gritos de toda a arquibancada. Ao voltar a olhar para o lago, três pessoas emergiram do mesmo.
  — O Potter resgatou duas pessoas? — Oliver questionou. De fato, Harry Potter estava no lago com mais duas pessoas, uma, visivelmente, era Rony Weasley; a outra parecia ser uma garotinha, talvez uma primeiranista. Eles nadaram em direção à margem, Fleur agarrou a garota mais nova com força e a abraçou e, enquanto Madame Ponfrey cuidava dos possíveis ferimentos dos participantes, notou Dumbledore abaixado à beira do lago, conversando com um sereiano.
  — Nossa, ele salvou a refém da Fleur? Ele com certeza acabou com todas as suas chances, Davies. — Parker concluiu, caçoando do moreno que revirou os olhos para o amigo.
  Após Dumbledore se levantar, os juízes começaram a discutir, provavelmente decidindo a pontuação.
  — Olha só, Davies, Potter já roubou sua garota  — um quintanista da Corvinal, que não sabia o nome, falou, apontando para o local que os campeões estavam. seguiu o olhar e viu Fleur abraçando Harry Potter e o beijando na bochecha.
  Darling sentiu o seu rosto queimar e aumentou mais ainda quando notou Davies a encarando de soslaio, segurando o riso. Antes que o moreno pudesse abrir a boca, a voz de Ludo Bagman voltou a ressoar.
  — Senhoras e senhores, já chegamos a uma decisão. A chefe dos sereianos, Murcus, nos contou exatamente o que aconteceu no fundo do lago e, portanto, em um máximo de cinquenta, decidimos atribuir aos campeões as seguintes notas…
  Ele seguiu detalhando a nota de cada um. Fleur, embora tenha executado muito bem o feitiço Cabeça-de-bolha, foi atacada por criaturas do lago e não concluiu a tarefa, logo, recebeu vinte e cinco pontos; Cedrico Diggory, que usou o mesmo feitiço de Fleur foi o primeiro a retornar com a refém, embora um minuto atrasado, recebeu quarenta e sete pontos.
  Nesse momento, os aplausos quase cobriram a voz de Bagman, os estudantes de Hogwarts aplaudiam e gritavam em comemoração à alta pontuação de Diggory.
  Seguindo com as pontuações, Bagman informou que, pela transformação incompleta e por ser o segundo a retornar com o refém, Krum recebeu o total de quarenta pontos.
  — O senhor Potter usou Guelricho com grande eficácia — Bagman falou, olhando em direção a Potter —, ele voltou por último e ultrapassou em muito o prazo de uma hora, contudo, a chefe dos sereianos nos informou que o Sr. Potter foi o primeiro a chegar aos reféns, e o atraso na volta se deveu a sua determinação de trazer todos os reféns à segurança e não apenas o seu. A maioria dos juízes acha que isso revela fibra moral e que ele merecia a pontuação máxima. Mas… o Sr. Potter recebeu quarenta e cinco pontos.
  Uma série de gritos — e vaias da Sonserina — seguiu a fala de Bagman. Hogwarts tinha os dois campeões em primeiro lugar, nem mesmo a recente briga entre Lufa Lufa e Grifinória parecia importante no momento.
  — “Fibra moral”. — Parker começou, rindo. — A maravilha que é ser o queridinho de Dumbledore. — O corvino concluiu, arrancando risadas do pessoal ao redor, que começava a se levantar para voltar ao castelo, mas pararam ao ouvir, novamente, Ludo Bagman falar.
  — A terceira e última tarefa será realizada ao anoitecer do dia vinte e quatro de junho…
  O restante do aviso foi ignorado pela multidão, exceto, obviamente, pelos quatro campeões, que ouviam atentamente.
  — E o que você acha da “fibra moral” do Potter, ? — Davies perguntou, virando-se para falar com , mas encontrou o local ao seu lado vazio e avistou uma cabeleira loira andando rapidamente muito mais à frente.
  Ela havia fugido? Daves riu, incrédulo.

🎃🎃🎃🎃🎃

  — Você fugiu? — encarava a amiga, sem acreditar.
  As duas garotas estavam no dormitório da Corvinal. havia acabado de retornar e Darling havia passado toda a tarde lá, fugindo de Daves.
  — E o que mais você esperava que eu fizesse? — questionou a amiga.
  — Bonnie Darling, quantos anos você tem? — perguntou, exasperada. — Quem sai correndo no meio de um encontro? E, pior, quem sai correndo no meio de um encontro com Rogerio Davies? — A morena concluiu, totalmente incrédula.
  — Em primeiro lugar: não era um encontro. — Darling começou a responder. — Estava quase a Corvinal inteira com a gente. Em segundo lugar, ele descobriu! — A loira terminou, de forma dramática.
  — Ele chutou e você confirmou tudo com seu comportamento. Para a garota mais inteligente que eu conheço, você é bem burrinha às vezes, Darling — falou, afastando a colcha e deitando ao lado da amiga.
  — E o que eu ia fazer? Mentir? , você sabe que eu não sei mentir. Fico gaguejando e toda vermelha, pelo menos essa vergonha eu não passei na frente dele — a loira respondeu, suspirando.
  Na próxima vez que visse Rogerio, ele ia perguntar sobre Potter, com toda certeza.
   cogitava fortemente a possibilidade de nunca mais sair daquele dormitório.
  — Você não acha estranho todo esse interesse do Davies no garoto que você gosta? — perguntou, virando-se na cama para ficar de lado, imitou a amiga, ficando de frente e a encarando.
  — Ah, , não começa — a loira falou.
  — Ah, fala sério, . Ele encheu o saco durante os dois meses que vocês se conhecem para saber disso. Eu acho que ele tinha esperanças que fosse ele… — A morena sorriu de forma marota.
  — Ou ele é um fofoqueiro? — respondeu, sentindo um frio conhecido na barriga.
  A loira sempre se sentia assim quando a amiga sugeria que Davies sentia algo por ela. Não que ela acreditasse nisso, claro.
  Mas uma garota podia sonhar. E mesmo gostando de Potter, Darling não era cega.
  — Prefiro acreditar na minha hipótese: ele está caidinho por você — falou, sorrindo maliciosa.
  — , você acha que qualquer garoto que interage comigo está loucamente apaixonado, então suas teorias têm o total de zero credibilidade — respondeu e mostrou a língua para a loira.
  Seguiram conversando por alguns minutos, até que levantou da cama rapidamente.
  — Vamos jantar! Estou morrendo de fome — a morena disse.
  — Vai você, não estou com fome — Darling respondeu.
  — Mas você nem almoçou hoje! Claro que está com fome — devolveu, indignada.
  Era verdade, em seu empenho de evitar Rogerio Davies, Darling não havia saído do dormitório desde que retornara da prova do torneio. Como se para endossar a fala de , a barriga de emitiu um ronco.
  — Ah, eu tenho feijõezinhos e caramelos por aqui em algum lugar…
  — Bonnie Darling, estou falando seu nome completo pela segunda vez nesta noite, não me faça falar uma terceira — falou, autoritária. — Levanta agora dessa cama e vamos jantar. — Concluiu.
  — Só se você me prometer que vai me ajudar a me esconder do Davies… — falou.
  — Óbvio que não.
  — Então eu não saio daqui — Darling resmungou, cruzando os braços. a encarou séria. — Só por hoje, ! Eu juro que amanhã podemos voltar ao comportamento normal sem se esgueirar pelos corredores de Hogwarts.
  — Ok. Só por hoje, tá? — cedeu.
  — Por Merlin! Ainda bem que você concordou, estou morrendo de fome — falou, levantando-se rapidamente da cama e indo em direção à porta do dormitório. — Agora o primeiro passo da nossa missão Evitar o Davies, você desce na frente e olha se ele tá no salão comunal. — encarou de forma incrédula antes de prosseguir.

🎃🎃🎃🎃🎃

  Davies olhou ao redor mais uma vez antes de levantar da mesa principal. o estava evitando o dia todo. O moreno passou quase metade da tarde no salão comunal, fingindo que lia um livro, mas, na verdade, estava esperando Darling aparecer e explicar por que havia fugido dele.
  Bem, ele sabia por que ela havia fugido, só não acreditava realmente que ela tinha feito aquilo.
  — Hey, Daves! — Emmett Montgomery, um sextanista da Lufa Lufa, se aproximou. — Eu estava realmente te procurando.
  — O que você quer? — Davies encarou o amigo, desconfiado.
  — Com esse olhar você me ofende, Davies. — Monty brincou.
  — Até parece!
  — Mesmo você sendo muito mal-educado, vou te convidar. Vai ter uma festinha mais tarde para comemorar o primeiro lugar do Ced — Emmett falou.
  — Se eu soubesse que era uma festa, teria te abraçado no momento que você chegou — Davies respondeu, sorridente. — Mesmo esquema de sempre? — o corvino perguntou.
  Vez ou outra, alguns alunos mais velhos se reuniam em festinhas clandestinas nas salas vazias de Hogwarts e Rogerio Davies era presença garantida em quase todas.
  — Exatamente! Contamos com sua criatividade para tornar a festa interessante. — Monty piscou para o moreno, antes de começar a se afastar.
  — Monty! — Davies chamou, quando o lufano se afastou um pouco. — Posso levar alguém?
  — Claro — Emmett respondeu, surpreso com a pergunta. Davies quase nunca ia acompanhado para as festas. — É a Fleur? — perguntou, curioso.
  — Por que todo mundo acha que eu tô com a Fleur? — Davies perguntou, irritado. Lembrar que a francesa o tinha usado para tentar fazer ciúmes em Diggory ainda o incomodava. — É outra pessoa…
  — Quem? — Emmett perguntou, ainda mais curioso.
  — Você é muito fofoqueiro, Montgomery — Davies falou, com um sorrisinho. — Como eu sei que essa curiosidade vai te matar, você só vai saber na hora da festa. — O corvino completou, com um sorriso malicioso.
  — É aquela loira que você tá correndo atrás o tempo inteiro nos corredores, não é? — o lufano perguntou e sorriu vitorioso ao ver o rosto do moreno.
  — Eu não estou correndo atrás de ninguém — Davies respondeu, chateado.
  — Que seja! — Emmett falou, com um sorrisinho. — Não sendo o Krum e a Fleur, tá de bom tamanho. Não queremos os campeões das outras escolas agourando nosso campeão, não é mesmo? — O lufano concluiu e o Davies ficou tenso, quando um pensamento lhe ocorreu.
  — O Potter vai estar lá? — Daves perguntou.
  O corvino nunca teve qualquer problema com Harry, mas desde o momento que descobriu que era ele o garoto que gostava, tomou uma antipatia inexplicável pelo grifinório. Esse sentimento o preocupou um pouco, mas o moreno preferiu ignorar, pelo menos por agora.
  — Eu acho que não. Não faz muito sentido, não é? Mas a Sam vai, com certeza — Monty respondeu. — Agora eu tenho que ir, muita coisa para organizar — o lufano falou, se afastando novamente. — E acho que agora é um bom momento para você perguntar se a garota quer ir contigo — murmurou, apontando com a cabeça para algum lugar atrás de Davies, que virou o rosto rapidamente e viu e saindo do salão principal.
  Daves teve uma sensação de euforia ao ver a silhueta da garota que já se afastava no fim do corredor, andou apressadamente para conseguir acompanhá-las.
  — Olá, Senhorita Darling, estou tentando falar com você o dia inteiro — Rogerio falou de forma súbita e adorou ver o pulo de susto que deu ao reconhecer sua voz.

Capítulo 06

  — Davies!? — falou, meio incerta.
  — Você não parece muito feliz em me ver, — o rapaz murmurou, com um sorriso maroto. — Por acaso você estava me evitando? — O corvino concluiu, colocando um tom de falsa surpresa na voz.
  — Ér… Claro que não! — respondeu, olhando para os lados como se procurasse uma rota de fuga.
  — Sério? Não sei o motivo de ter tido essa impressão, então — Daves falou, encarando a loira com um olhar irônico. — Talvez por você ter saído correndo antes da prova acabar?
  — Eu apostaria nisso — respondeu, brincando, o que fez a morena receber um olhar ameaçador da amiga. — Bem, como você estava reclamando de ter que me acompanhar até a biblioteca, agora não precisa mais, pode ir com o Davies lá para o Salão comunal — completou, se afastando antes que a pudesse protestar.
  A corvina respirou fundo, antes de começar a caminha, sentiu Rogerio em seu encalço.
  — Então… — O moreno começou.
  — Então… 
  — Você fugiu — Daves falou.
  — Eu não fugi — disse, mas ao notar o olhar do moreno que dizia “você vai insistir em negar?”, cedeu. — Tá, eu fugi, mas tive meus motivos — a loira concluiu.
  — Claro que teve. Quais foram? — o rapaz questionou.
  — Quais foram o que? — a garota perguntou, fazendo uma cara de confusão.
  — Os seus motivos — Davies respondeu, impaciente, se desviando de dois alunos da Lufa Lufa que passaram perto dele.
  — Ah, isso. — murmurou, mordendo os lábios e depois suspirando. A loira parou de súbito e olhou para o mais velho. — Eu fugi porque fiquei com vergonha — Darling falou rapidamente, ficando muito vermelha.
  Davies sorriu. O corvino achava extremamente fofo essa característica da personalidade de , de se envergonhar tão facilmente.
  — Bem, se eu gostasse de Harry Potter também ficaria com vergonha — o moreno falou brincando, tentando aliviar o clima.
  — Fala baixo! — A loira quase berrou, olhando ao redor, com medo que alguém tivesse escutado. — Eu não gosto dele. Eu só… acho o Potter interessante. — completou, continuando o caminho.
  — Pior ainda. Ele parece tão… Sei lá, tão normal  — Davies falou, franzindo a testa. O moreno nunca tinha tido nada contra Potter, mas desde que tinha descoberto que o grifinório era o tão misterioso garoto que a tinha uma queda, vinha sentindo uma certa antipatia crescer pelo rapaz.
  — Sim, com certeza. É supernormal ter uma cicatriz no meio da testa...
  — Eu tenho uma cicatriz no joelho. — Daves interrompeu e recebeu um olhar duro de Darling. — Sei lá, ele é um pouco metido… — O moreno concluiu, mas sabia que era a implicância falando.
  — Eu não acho. Ele parece ser muito tranquilo  — falou, franzindo a testa.
  — Também acho — Davies respondeu, derrotado.
  — Então por que você falou isso? — a loira questionou, sem entender.
  — Sei lá... — O mais velho desconversou. — Vamos voltar a falar sobre você; quando foi que você descobriu que estava apaixonada pelo Potter? 
  — Davies, eu não estou apaixonada pelo Potter — falou entredentes. — Eu o acho interessante. E notei isso há um tempinho. — A loira concluiu, dando de ombros. não iria admitir para o mais velho que a paixonite se deu à primeira vista, tinha que manter o seu orgulho.
  — Certo... — Daves começou sentindo-se estranho ao ouvir a garota falar sobre o interesse no grifinório. O que era ridículo, ele pensou. 
  Ele não estava sentindo ciúmes de Harry Potter, claro que não.
  — E sobre o que vocês conversam? — o mais velho questionou, tentando afastar os pensamentos.
  — Como assim? — respondeu, confusa.
  — Oras... Qual o assunto que vocês têm em comum? Eu não acho que seja muita coisa, pelo que sei, ele é um aluno bem mediano e você é um gênio. — Daves terminou.
  — Eu não converso com o Potter, Davies — falou com um sorriso esquisito.
  — Como assim? Você não fala com ele, tipo, nunca? — Rogerio perguntou, surpreso.
  — Isso mesmo — admitiu, envergonhada.
  Davies parou de caminhar e encarou a loira, incrédulo.
  — E como você sabe que é apaixonada pelo cara se nunca falou com ele? — o moreno questionou, seriamente confuso.
  — Eu não... 
  — Sim, sim. Você não é apaixonada por ele. — Davies interrompeu a loira. — Mas como você acha que sente qualquer coisa pelo garoto se nunca falou com ele?
  — Eu só falei que tenho um interesse nele, oras. E não pode ser interessada sem conhecer? — falou, ficando um pouco vermelha. — Eu sou super interessada em astronomia e não conheço muito. — A loira concluiu o pensamento e seguiu andando rapidamente, deixando Rogerio para trás.
  O mais velho apressou o passo, para acompanhar Darling.
  — Eu não estou falando que não pode, só não é algo tão comum — Davies respondeu, diplomático. — E como ele vai saber que você gos — o moreno se interrompeu ao ser fuzilado pelo olhar da — tem interesse nele se vocês não se falam? — o rapaz perguntou, enquanto faziam a última curva para chegar ao salão comunal.
  — Talvez eu não queira que ele saiba — retrucou, dando de ombros.
  — Mas você falou que não fica com outros garotos porque gosta do Potter — Daves falou e Darling parou, o encarando.
  — Não, você entendeu errado. Eu não fico com outros garotos porque estou interessada no Potter, mas sim porque eu não estou interessada nos outros garotos — a loira respondeu, como se fosse a coisa mais lógica do mundo e Davies a encarou sem entender. — Nada impede que eu me interesse por outro garoto — falou, corando um pouco ao pensar em quem podia ser esse outro garoto.
  — Então você devia fazer isso. — Davies começou, sorrindo ao unir o útil ao agradável. — Tenho uma ideia: que tal você me acompanhar em uma festa  — sugeriu, colocando um sorriso galanteador no rosto.
  — Quando? — perguntou, voltando a caminhar devagar.
  — Hoje. 
  — Hoje? Mas já são... — a garota se interrompeu e arregalou os olhos. — Uma festa depois do horário? Você tá louco? — Darling terminou, ainda com os olhos arregalados.
  — É uma festinha só para convidados. Para comemorar a vitória do Diggory. Vamos, vai ser divertido — Davies implorou, com um olhar pidão. — Você pode levar a . Sem o McLaggen, claro. — O moreno concluiu, brincando.
  — Ela não pode sair tão tarde, tá pagando detenção por 3 sábados de manhã cedo. E você sabe o motivo, Sr. Davies? — questionou de forma retórica. — Porque estava fora do dormitório depois do horário. — A loira concluiu, com um sorriso vitorioso.
  — Eu discordo, o motivo dela estar pagando detenção não foi por estar fora do dormitório, mas sim por ter sido pega. Comigo isso não vai acontecer, sou especialista em driblar o Filch — Davies falou sorrindo de forma orgulhosa.
  — E você acha isso bonito, não é mesmo? — sorriu, parando ao chegar a entrada da Corvinal.
  — Confie em mim, . Ela estava com a pessoa errada, você vai estar acompanhada com a pessoa certa para nunca ser pega — o corvino murmurou.
  — Bem, ela estava com o McLaggen, então, com toda certeza do mundo, ela estava com a pessoa errada — murmurou, sorrindo marota.
  — Quem olha para essa carinha de boazinha, nem imagina os comentários que saem dessa boca — Davies comentou, arrancando uma risada da loira. O moreno olhou para os lábios da garota e sentiu um formigamento no estômago, desviou o olhar rapidamente. — Então, nos encontramos no salão comunal às 22h, ok? — Davies falou, pigarreando.
  — Hey, eu não concordei em ir com você — resmungou, mas Davies já estava se afastando rapidamente. 
  — Mas eu sei que você vai — ele respondeu quase gritando. 
  A loira sorriu, porque era verdade, ela iria.

🎃🎃🎃🎃🎃

  Às dez e cinco andava de um lado para outro no salão comunal amaldiçoando até a última geração da família de , que a convenceu a ir à festa. falou, falou e falou dando vários motivos para Darling ir, então a loira, vencida pelo cansaço, aceitou. 
  Sendo totalmente sincera, estava curiosa, pensou. Nunca tinha ido a uma festa proibida e jamais tinha saído do seu dormitório depois do horário, então seria uma ótima experiência.
  Um movimento no corredor chamou a atenção da loira, que olhou intrigada. 
  Não era Davies. Cho Chang, Marietta Edgecombe e mais duas quintanistas que não lembrava o nome, apareceram no salão comunal.
  — O que você está fazendo no salão a essa hora? — Marieta perguntou, desconfiada. 
  — Nada — respondeu, rapidamente. Olhou para as roupas das meninas e percebeu que, provavelmente, elas também estavam saindo do dormitório. Talvez até mesmo para a festa, mas não iria correr o risco de dar informação demais.
  — Você não está vestida para fazer nada — Cho falou, olhando de cima a baixo. 
  — E nem vocês. — devolveu.
  — Você tem razão. — Chang sorriu, como se soubesse de algo. — Vamos, meninas — a quintanista falou, antes de se afastar com as amigas.
   respirou fundo, feliz de ter sido pega no flagra por um grupo que também estava quebrando as regras.
  Outro barulho chamou sua atenção, dessa vez era Davies.
  — Você demorou — a garota reclamou, olhando para o corvino e desviando o olhar rapidamente, corando.
  Davies sempre estava bonito, ele tinha aquela aparência que seria impossível ficar feio de alguma maneira, mas Darling não estava totalmente acostumada a ficar perto dele. Principalmente quando ele estava sem os uniformes de Hogwarts, com roupas normais. 
  — E você está muito bonita — Davies falou, paquerador. E era verdade, usava uma saia preta com meia calça e um suéter fino azul, sua cor preferida.  A loira sorriu, envergonhada.
  — Obrigada. Você também não está nada mal. — brincou, seguindo Davies que ia em direção à saída do salão.
  — Nada mal? Eu estou maravilhoso e você sabe disso — Rogerio respondeu, com tom de brincadeira.
  — Não serei eu a responsável por aumentar mais ainda esse ego — respondeu, sorrindo marota. 
  — Assim você me machuca, — Davies falou, sorrindo. Os dois saíram do salão comunal e desceram as escadas. — Fique junto de mim — o rapaz sussurrou para , puxando a garota pela mão. A loira, nervosa, olhava para os lados ansiosa. 
  Mas não tinha motivo para temer, Davies conhecia todo o caminho para uma sala no terceiro andar. O caminho pegava todos os pontos cegos de Filch e de Madame Norra, a gata do inspetor.
  Quando chegaram ao corredor da sala, respirou fundo. 
  — Fica tranquila, . É só uma festa. Exaltar o campeão de Hogwarts e tudo mais — Davies falou, piscando.
  — Acho que nunca te perguntei, mas você tentou entrar no torneio? — Darling questionou. 
  Talvez nem tivesse se tornado amiga de Rogerio se ele tivesse sido escolhido campeão de Hogwarts, mas agora que o conhecia, sentia todo seu corpo estremecer com a possiblidade dele estar exposto a todo o perigo que era aquele torneio.
  — Eu não tentei, sou novo e bonito demais para o torneio — Davies falou, sorrindo. 
  — Ah, sim. O Cedrico é mais velho, por isso conseguiu.  — concluiu.
  — Exatamente, ainda tenho 16 anos. Até pensei em tentar, isso aqui — Davies apontou para a barba em seu rosto, que lhe caía muito bem — é resultado da tentativa. 
  — Mas ficou muito boa em você — comentou, corando um pouco ao elogiar o mais velho.
  — Ficou, não é mesmo? É uma dádiva e um fardo que carrego — o moreno falou, suspirando.
  — O que? — a mais nova questionou, sem entender.
  — O fardo de ser perfeito — Davies respondeu, segurando o riso.
  — Idiota! — Darling deu um tapa no ombro do corvino, mas também sorriu. Adorava o senso de humor de Daves.
  E sendo totalmente sincera, ele não estava totalmente errado.

  Chegaram em frente à porta da festa, ficou surpresa ao não ouvir nada, nem mesmo conversas.
  — Feitiço para abafar o som — o mais velho murmurou, entendendo o olhar curioso da garota, que balançou a cabeça entendendo.
  Rogerio deu umas batidinhas na porta, que logo se abriu.
   entrou ao lado de Davies, que era cumprimentado por quase todo mundo na festa. Darling olhou ao redor e reconheceu vários rostos, a maioria da Corvinal e Lufa Lufa. 
  — Darling, é você mesmo? — Sophie Winter, da sonserina, perguntou ao se aproximar.
  — O que você está fazendo aqui? — perguntou de voltar, ao reconhecer a morena.
  — Eu? O que você está fazendo aqui — Soph falou, bebendo um gole de sua cerveja amanteigada. 
  — O Davies me convenceu a quebrar as regras um pouquinho — comentou, sorrindo.
  — Pelo menos está bem acompanhada. Olá, Davies — Winter cumprimentou, ao reconhecer o corvino ao lado de Darling.
  — Oi, Winter! Não sabia que era amiga do Diggory — Daves falou, olhando para a sonserina.
  — E não sou. — Sophie respondeu, rapidamente. — Mas não rejeito uma oportunidade de quebrar regras e beber cerveja amanteigada — concluiu a morena.
  — Essa é a Winter — falou, piscando para a mais velha.
  — Exatamente, essa sou eu. Já que você finalmente está vivendo, vou aproveitar para te apresentar os garotos interessantes de Hogwarts, enquanto o bonitão aí vai buscar a bebida de vocês — Sophie falou, já puxando a loira, Davies até tentou protestar, mas foi ignorado.
  O corvino deu de ombros e foi em direção à mesa de bebidas, parando no caminho para interagir com os colegas. 
  Chegando na mesa, notou Diggory em pé ao lado dela.
  — Aqui está o homenageado da noite — Davies falou, brincando, enquanto pegava os copos.
  — Ah, oi, Davies — Cedrico murmurou, distraído e voltou sua atenção para o ponto que olhava anteriormente. 
  Seguindo seu olhar, Davies notou que o lufano encarava a porta e sorriu.
  — Esperando a Tonks? — Rogerio perguntou, já sabendo da resposta.
  — Sim — Diggory respondeu rapidamente.
  — Será que ela vem? — Davies começou, tirando sarro do amigo. — Sei lá, talvez ela não queira comemorar com o inimigo do melhor amigo — o corvino falou e notou a expressão de Cedrico mudar para uma forte preocupação.
  — Eu não sou inimigo dele — Diggory falou, simplesmente. — E ela vem sim. — Essa última frase o lufano falou mais como um conforto para si próprio.
  — Sei lá, o Potter tem seu charme. Sabe como é: cicatriz, quebra as regras, salva criancinhas... Tem lá seu apelo — Davies comentou, tentando mexer com Diggory, mas ao falar essas coisas, notou que era verdade e sentiu o, agora, familiar aperto no peito. 
  Sério que estava se sentindo apreensivo e ameaçado por Potter? 
  — Você quer que eu arrume um encontro, Davies? — Samantha, que tinha se aproximado sem os dois rapazes notarem, falou. 
  — Sam! — Cedrico quase gritou, se aproximando da namorada. — Você veio.
  — Eu falei que vinha, oras — Sam falou para Cedrico. 
  — Seu namoradinho estava preocupado, Tonks — Davies comentou, terminando de encher os copos e sorrindo para o casal.
  — Sério? E você, Davies, tá preocupado? — Sam perguntou, com um sorriso, enquanto pegava um copo e enchia de cerveja amanteigada. 
  — Eu? Com o que? — o corvino questionou, confuso.
  — Com a sua namoradinha — Cedrico respondeu.
  — Ela não é minha namorada. — Infelizmente, Davies pensou, de forma involuntária.
  — Ah, que bom. Porque o Emmett está cheio de sorrisos para o lado dela — Cedrico falou, com um sorriso enorme, adorando poder provocar o corvino.
  Davies olhou ao redor, alarmado, procurando por . Viu a loira conversando com o Montgomery, que sorria abertamente para Darling e, pior, retribuía o sorriso do mesmo jeito. 
  Idiota, Daves pensou. Monty estava fazendo aquilo para provocar Rogerio e estava funcionando. Com os dois copos cheios de cerveja ocupando as mãos, Davies se afastou rapidamente, marchando em direção a Emmett e .
  — Eis um homem com uma missão. — Cedrico brincou, antes de voltar sua atenção para a namorada.

Capítulo 07

  Daves tentou disfarçar a pressa, mas qualquer um que olhasse notaria a velocidade nos passos do rapaz.
  — Que pressa é essa, Davies, vai acabar derrubando toda a bebida — Monty falou, com um sorriso malicioso quando o corvino finalmente chegou até eles.
  O rapaz devolveu o sorriso para o lufano e entregou o copo de cerveja amanteigada para , que agradeceu.
  — Cerveja Amanteigada boa é a gelada, então tive que correr. — O moreno piscou, ao responder o amigo.
  — Eu tenho certeza que não tenho idade para beber isso — falou, encarando o copo.
  — Realmente não tem, , mas isso é o que torna a bebida mais gostosa — Rogerio disse rindo e foi acompanhado por Darling.
  A loira experimentou a bebida e fez cara de surpresa.
  — É mais doce do que eu pensava... — murmurou com um sorriso.
  — Te falei que você ia gostar — Davies disse, orgulhoso. — E sobre o que vocês estavam conversando? — o corvino perguntou, tentando fingir desinteresse, Emmett sorriu.
  — Estou orgulhoso de você, Daves. Conseguiu se segurar por dois minutos antes de perguntar. — O lufano sorriu, travesso ao notar o olhar carrancudo no rosto do amigo. — Mas eu estava falando com a que nunca tinha visto ela por uma de nossas festas...
  — É porque ela não frequenta essas festas — Davies respondeu, duro.
  — Foi exatamente o que eu respondi a ele, mas obrigada por falar por mim. — murmurou, com um tom brincalhão. — Antes de você chegar eu estava falando ao Emmett que sou totalmente contra quebrar regras — a loira falou.
  — E mesmo assim está aqui — Montgomery disse, sorrindo.
  — Para você ver a péssima influência que o Daves é. — piscou marotamente.
  — Esse é o meu objetivo sempre. Corromper garotas bonitas e certinhas. — Rogerio entrou na brincadeira. — E cadê a Winter? Ela não estava com você? — o moreno perguntou, mudando de assunto, sabendo que ia chamar atenção de Monty.
  — Ah, ela falou que precisava conversar com alguém e foi por ali... — Darling murmurou, apontando em uma direção. Emmett seguiu com o olhar o dedo da mais nova, antes de se despedir e ir para o local apontado, deixando para trás uma curiosa. — Eles dois...? — ela perguntou confusa.
  — Ah, não. Não que o Monty não quisesse, mas a Sophie é difícil... — o corvino informou. — Mas vamos voltar a falar sobre você, o que está achando da festa? — Rogerio concluiu.
   olhou ao redor da sala onde todos, aparentemente, se divertiam muito. A música que tocava era bastante agradável, tinha bastante comida nas mesas ao redor — cortesia dos elfos — e a bebida, que agora conhecia, era saborosa. Até aquele momento, a festa estava sendo extremamente divertida, mesmo para alguém que estava apenas de espectadora, como era o caso de Darling.
  — Vou te falar, Davies, para minha surpresa: estou gostando. Não que eu tenha feito muita coisa por aqui, apenas circulei de um lado para o outro, mas, com certeza, é melhor do que ficar deitada no dormitório divagando sobre a hora que a vai voltar. — A loira concluiu, piscando marota.
  — Eu te falei, , só confiar em mim que é certeza de sucesso — o moreno falou, enquanto tomava um gole da sua cerveja amanteigada.
  — Eu não iria tão longe... — respondeu, brincalhona.
  — O que? Como assim? — Davies exclamou, fingindo-se de ofendido. — Vamos, vou fazer você retirar essas palavras... — O moreno pegou na mão de Darling, que sentiu um arrepio passar por todo seu corpo, e a arrastou por todos os grupos da festa.
  Na próxima hora, foi apresentada para quase toda a população de Hogwarts. A loira admirou-se na forma que conseguiu se soltar com aqueles desconhecidos, já que sempre fora muito tímida.
  Mas era algo que a presença de Davies despertava nela. se sentia mais leve, divertida e alegre quando estava na companhia do mais velho. A loira não entendia por que ele estava perdendo tanto tempo com ela, mas não iria reclamar, pois estava adorando viver aquilo.
  — Atenção! — Um sextanista da Lufa-Lufa chamou a atenção de todos, se colocando no centro da sala. — Chegou a hora da brincadeira mais divertida da noite: bateu, beijou — o lufano falou.
  — Por mais que essas duas palavras sejam maravilhosas aos meus ouvidos, nunca ouvi falar dessa brincadeira, Peterson — Davies respondeu ao rapaz que tinha falado e quase todo mundo ao redor concordou com ele.
  — Bem, é claro que não ouviu, eu acabei de inventar — o tal Peterson falou, como se fosse óbvio. — A brincadeira é bem simples, amarramos essa venda — ele mostrou a gravata do seu uniforme — nos olhos do jogador e damos algumas voltas nele assim — o lufano rodou, para mostrar o que estava falando — e o soltamos, depois disso ele tem que beijar a primeira pessoa que ele tocar e estiver participando do jogo, claro. — Um silêncio seguiu a explicação de Peterson. — E aí, quem topa? — o lufano perguntou e várias pessoas responderam ao mesmo tempo, indo para o centro da sala.
  — E aí, , quer participar? — Davies perguntou, sorrindo para
  — Eu? Beijar um total desconhecido na frente de vários desconhecidos? Passo — Darling respondeu, nervosa.
  — Qual o problema? É só um beijo... Você já beijou antes, não é? — o mais velho questionou.
  — Claro que sim, mas prefiro escolher quem eu vou beijar e não deixar isso para o acaso — a garota argumentou. — Mas se o Sr. Beijoqueiro não vê problema, pode ir em frente. — Darling completou, dando de ombros.
  — Não, eu não vou te deixar sozinha enquanto participo de uma brincadeira idiota — o moreno retrucou. A verdade era que Davies tinha ficado muito feliz que não tinha interesse em participar da brincadeira, só de imaginar a garota beijando outro cara o moreno sentia-se enjoado.
  — Nossa, você tem razão, com certeza eu corro muito perigo nessa sala — a loira murmurou, com um sorrisinho irônico nos lábios.
  — Você é muito debochada, — Davies falou, rindo, enquanto alguns amigos do rapaz o chamavam para participar da brincadeira. 
  — Vai lá, Daves, o pessoal tá te chamando. Não me faça parecer uma estraga prazeres que prende o amiguinho mais divertido — disse, com um sorriso estranho.
  Na realidade, Rogerio não queria participar da brincadeira. Só tinha ido para aquela festa para passar mais tempo ao lado de Darling, mas continuar negando a participar do jogo iria chamar atenção para ele. E para o que ele estava sentindo... E isso o deixava extremamente nervoso. Então acenou para e foi em direção ao pessoal.
  Darling se aproximou um pouco mais do centro e encostou-se a uma mesa que tinha no local, observou o grande grupo que estava no meio da sala decidir quem seria o primeiro a ser vendado.
  Uma veterana da Corvinal foi sorteada e amarraram a gravata ao redor dos olhos da garota, que sorria de forma divertida, ao soltá-la, contaram até 3 e ela começou a tatear o vazio.
   reparou que a garota parecia ter um objetivo certo, visto que ela andava de forma reta, embora se esforçasse para fingir que não, em direção a uma pessoa.
  Darling sentiu um peso no estômago ao reconhecer Davies. O peso intensificou quando a mão da bela garota encostou no ombro do corvino.
  — Te peguei, Davies — a menina falou, com um sorriso malicioso no rosto. 
  Rogerio pareceu um pouco incomodado, levantou o olhar até encontrar o olhar de Darling e deu um sorriso curto, antes de retornar ao modo habitual Davies: simpático e sedutor. 
  Ele olhou para a corvina com um sorriso e encostou os lábios no dela, Darling olhou para os pés durante todo o beijo, só voltando a levantar a cabeça quando as risadas ao redor indicaram que tinha acabado. 
  Voltou a procurar Davies, mas o moreno estava de costas para ela, com os braços ao redor da garota que acabara de beijar.  
   sentiu-se deslocada. Não era culpa de Davies, claro, afinal, o rapaz a tinha convidado a participar e ela que insistira fortemente para ele participar da brincadeira, apesar das negativas do corvino, mas, mesmo assim, a loira sentiu-se de fora.
  Era natural, claro. Ela não era o tipo de garota que caras como Davies saíam, ele a tinha “adotado” por pena, por acha-la muito tímida. 
   decidiu mostrar que podia ser ousada. Em um rompante de coragem, se afastou da mesa que estava encostada e cutucou o ombro de um rapaz que estava participando da brincadeira.
  — Ainda dá tempo de participar? — perguntou, sorrindo nervosa.
  — Se ainda dá tempo de uma garota bonita entrar no jogo? Com certeza — o rapaz, que só percebeu depois que era Peterson, o criador do jogo, falou. — Mas quem entra por último fica na vez. 
  — Na vez de que? — perguntou, sem entender. 
  — De ser vendada. — O lufano sorriu, olhando para a mais nova com interesse.
  Darling revirou os olhos, antes de sorrir e assentir.
  — Temos uma nova participante, pessoal. Ela vai ser a vendada da vez — Peterson falou e todos olharam para os dois.
  Davies sentiu o sorriso falso que estava dando vacilar em seu rosto, mas forçou-o a continuar lá.
  Tinha odiado beijar Annie, não que o beijo tivesse sido ruim, muito pelo contrário, mas ele não se sentiu bem em fazer isso na frente de . Mas Rogerio nunca tinha sido do tipo que voltava atrás no jogo e fazer isso agora só chamaria atenção.
  E agora tinha entrado no jogo.
  — O que a convenceu a participar, ? — Davies questionou, aproximando-se da garota. 
  — Loucura? — Darling respondeu baixinho e Daves riu.
  — Vamos continuar — Peterson falou, sorrindo. sentiu a gravata ser pressionada em seus olhos e amarrada. — Não vale espiar, hein — o lufano falou, próximo ao ouvido de Darling, antes de soltá-la.
  Darling sentiu-se um pouco desequilibrada e começou a tatear no vazio, nervosa.
  Tentando disfarçar, Peterson foi se colocando no caminho de , para que ela batesse nele. Teoricamente, não era um roubo e o lufano tinha achado a loira muito atraente.
  — Hey, cara, colocar-se no caminho é trapaça. — Alguém repreendeu Peterson, em um tom de voz moderado, mas alto o suficiente para Davies escutar. 
  O corvino, notando o que estava acontecendo, se aproximou da dupla, com um olhar carrancudo.
  — Ah, Davies, não é como se nunca tivesse mexido os pauzinhos para dar o resultado desejado. — Davies continuou o encarando, de cara fechada. O lufano o olhou sem entender, nunca tinha visto aquela expressão no rosto do corvino. — Ah vocês estão... 
  Mas antes que terminasse de falar, foi interrompido pela voz suave de Darling.
  — Encontrei alguém — a loira falou, tocando nas costas de Rogerio Davies. Antes mesmo de olhar, sabia. 
  Sentiu o cheiro amadeirado, que agora era tão familiar para ela, engoliu em seco, antes de retirar a venda. Ao abrir os olhos, confirmou suas suspeitas, Davies estava à sua frente, a encarando com um olhar intenso.
   suspirou, tinha certeza que estava indo para o lado contrário que o corvino estava e agora ele se encontrava ali na frente.
  — Por Merlin, Davies, você é o mais sortudo — uma voz desconhecida falou, mas Darling não deu muita atenção.
  Aos poucos a intensidade do olhar de Daves foi diminuindo, voltando a ter um brilho brincalhão.
  — Se queria tanto me beijar, , era só ter pedido — o corvino falou, com a voz um pouco rouca.
   suspirou e sorriu.
  — Idiota! — exclamou com o sorriso ainda no rosto e logo após sentiu o rosto de Davies se aproximar do seu e, ao fundo, os gritos dos colegas, mas tudo não passava de um zumbido, apenas conseguia sentir o hálito quente de Rogerio que se aproximava e, então, os lábios quentes do corvino encontraram os seus.
  O beijo começou de maneira suave, os lábios de Davies se moveram sobre o de de forma sensual, incentivando-a a aceitar o beijo, a loira mordiscou o lábio inferior do corvino, que soltou um suspiro, que deixou o momento mais sensual, quase não parecia ter pessoas ao redor, o beijo foi aprofundado, não se sabe bem por quem, mas pelos próximos segundos — que mais pareceram horas — o casal se entregou em uma dança sensual de lábios.
  Um pigarro os separou, encarou Davies, ao se afastar, encarou os lábios vermelhos do rapaz e suspirou.
  Davies não conseguiu esboçar nenhuma reação, nem mesmo uma mísera piadinha, apenas encarou, sem palavras, a loira.
  O resto da noite se passou como um borrão, mesmo dentro da brincadeira, Davies e não foram tocados por mais ninguém.
  Passava das duas horas quando retornaram para o salão comunal, em um silêncio constrangedor.
  — Foi divertido — murmurou, quebrando o silêncio. — Exceto depois da parte do nosso beijo, aí ficou estranho. Você não falou mais nada. Eu não falei mais nada e agora estamos aqui — a loira falou, tentando brincar. 
  Davies sorriu, olhando para ela. Já estavam no sexto andar, próximo à entrada do salão comunal. 
  — Eu gostei do beijo — O corvino falou, ainda sorrindo. — E eu espero...
  — Ah, não se preocupe. — interrompeu, rapidamente. — Eu sei que foi só um beijo e por causa da brincadeira. Não precisa se preocupar com nada, continuamos amigos — a loira falou, com um sorriso estranho no rosto.
  Sabia que Davies estava preocupado com o beijo, o moreno devia estar achando que ela ficaria toda apaixonada e no pé dele a partir de agora. E ela queria deixar bem claro que isso não aconteceria, mesmo que a verdade fosse um pouco diferente. O beijo tinha mexido bastante com ela, a deixado extremamente vulnerável e confusa.
  — Ah, claro, que bom então — Davies respondeu, sorrindo amarelo. Responderam o enigma e entraram no salão comunal
  — Então é isso, boa noite. — deu um beijo na bochecha de Rogerio e subiu rapidamente para o dormitório.
  Davies sentou-se na poltrona do salão comunal e suspirou fortemente.
  E eu espero que a gente possa repetir isso em breve..., era o que ele ia falar antes de ser interrompido de forma abrupta por .
  Aparentemente, a loira queria deixar claro a relação dos dois.
  Apenas amigos.

🎃🎃🎃🎃🎃

  — Vocês se beijaram?????? — berrou, no dormitório. A morena tinha chegado da detenção e estava descansando na cama quando comentou, de forma simples, que tinha beijado Rogerio Davies na noite passada.
  — Fala baixo, retrucou. — Não preciso da Corvinal inteira sabendo disso.
  — Mas todo mundo na festa viu isso, Darling — a morena falou, ainda encarando a amiga.
  — Não se pode comentar o que aconteceu na festa fora dela — respondeu.
  — Mas você está comentando comigo, ué — devolveu.
  — Só que você não vai sair por aí comentando com outras pessoas — Darling respondeu, sem paciência.
  — Bom ponto. — A morena assentiu e depois abriu o maior sorriso. — Vocês se beijaram!! Eu sabia que ele tava a fim de você! — falou, dando um gritinho agudo ao terminar a frase.
  — , eu me preocupo seriamente com você. — começou. — É incrível como você ignora aquilo que quer. Nos beijamos por causa da brincadeira.
  — Tá, mas depois ele falou que gostou do beijo...
  — Segundos antes de tentar me dar um toque de que “foi só um beijo, por favor, não se apaixone” falou, sentando-se na cama da amiga.
  — Ele disse isso? — perguntou, encarando a outra.
  — Não, mas...
  — Então você está colocando palavras na boca do Davies enquanto devia era tá colocando outras coisas... — falou, com um sorriso malicioso.
  — Você é incorrigível — respondeu, entre risos. — Mas ele concordou.
  — Claro que concordou, ele ia passar a vergonha de falar como realmente se sentia depois de você ter cortado tudo com um “apenas amigos”? Um homem tem seu orgulho — a morena falou.
  — , eu queria viver nesse seu mundinho otimista — murmurou, aproximando-se e abraçando a amiga —, mas aqui na vida real, a gente sabe o que ele ia dizer e uma mulher também tem que manter o seu orgulho — a loira respondeu.

  O beijo foi, por ora, esquecido e a amizade crescendo à medida que os meses passavam. Nem mesmo a rotina louca dos N.I.E.M.S de Davies e dos exames do último trimestre fizeram os dois pararem de passar um tempo juntos.
  Em alguns momentos, ambos se encontravam na biblioteca e cada um estudava sua matéria, lado a lado.
  A terceira tarefa do Torneio Tribruxo se aproximava e o clima nos corredores, apesar de tenso pelas avaliações, estava aos poucos voltando a ser divertido com todas as casas apostando em quem seria o vencedor.
  — Em quem a senhorita vai apostar? — Davies perguntou, encontrando sentada lendo um livro em uma poltrona no canto do salão comunal da Corvinal. Faltavam apenas dois dias para a terceira tarefa.
  — Eu que não vou gastar dinheiro com aposta — respondeu, fechando o livro. — Para uma pessoa tão inteligente, é um pouco burro perder dinheiro assim — Darling falou, olhando para o corvino, que a encarou, ofendido.
  — Não é certeza que eu vou perder — o moreno argumentou, simplesmente.
  — Também não é certeza que vai ganhar — Darling devolveu, dando de ombros.
  — Como estou apostando no Diggory, é certeza, sim, que vou ganhar — Davies retrucou, em partes porque realmente acreditava que Ced era o mais capaz – e merecedor – de ganhar o torneio e, em partes, também, para provocar a respeito de Harry Potter.
  — Eu já falei que não estou torcendo para o Potter, Davies — murmurou, rindo.
  — Aham, claro que não — Davies retrucou, emburrando. O corvino odiava se sentir assim, mas não conseguia controlar a antipatia que criou pelo campeão da Grifinória. — Eu acho muito sem noção você gostar dele, você nem o conhece. — Davies afirmou.
  — Vamos voltar nesse assunto? — perguntou, suspirando. — Eu não gosto dele ou morro de amores por ele. Apenas o acho... interessante. — A loira completou. 
  Não ia mencionar para o corvino que não era em Harry Potter que vivia pensando a cada minuto livre do seu dia.
  A sensação amarga do ciúme voltou a apertar o peito de Davies, que então falou sem pensar:
  — Tenho certeza que ele também te acharia interessante, mas, para isso, primeiro, ele tem que saber que você existe — falou de forma dura e seca, afastando-se em seguida.

CONTINUA...



Comentários da autora


  Nota de autora: Oi, gente! Espero que estejam gostando de Before, ela é meu xodozinho. Estava muito ansiosa por esse capítulo, pq existe um Davies antes de descobrir que a pp tem um crush no Harry, e outro depois. E o depois é MUITO divertido HAHAHAAH Rogerio Davies com ciúmes é minha religião.
  Ah, inclusive leiam Black & Diggory que foi postada recentemente aqui no Espaço Criativo. Além da fanfic ser MARAVILHOSA ela e Before se passam no mesmo universo (A Sam Black que aparece um tico aqui, é a principal de lá, junto com o Cedrico).