A Wednesday In a Cafe
Escrito por Angélica Ramos | Revisado por Natashia Kitamura
Música: Begin Again, por Taylor Swift
Respirei fundo e olhei meu reflexo no espelho uma última vez. Meu vestido lilás rodado e delicado caía perfeitamente pelas curvas de meu corpo. Olhei para meus pés e dei um sorriso ao perceber que eu não me sentia culpada por estar usando salto alto. Nesse instante, a música que tocava no meu iPod mudou e reconheci os primeiros acordes de When You’re Gone, da Avril Lavigne. Meu sorriso se alargou ainda mais quando minha mente foi tomada de lembranças que essa música me trazia. não gostava desse meu vestido lilás. Ele dizia que era delicado demais, curto demais, lilás demais. simplesmente odiava quando eu usava salto alto. Eu já era bem alta, e ele alegava que eu parecia um pé de árvore quando usava salto. detestava essa música que preenchia o espaço do meu quarto. Ele disse que não entendia a letra, e achava melosa e feminina demais. Mas eu adorava essa música, e eu a entendia. Eu adorava meu vestido lilás e amava usar salto. Todas essas coisas me deixavam frustrada quando eu namorava . Eu sempre me sentia culpada por não conseguir agradá-lo em tudo. Mas dessa vez era diferente. era diferente.
Não existia espaço para a culpa dentro de mim, eu estava feliz e radiante por eu poder usar o que eu quisesse, sem me preocupar em ver o olhar de desaprovação do cara com quem eu estava saindo, sem sentir medo de desagradar alguém.
Olhei-me de cima a baixo novamente e fiquei muito satisfeita com o sorriso que eu tinha nos lábios. Era um sorriso feliz, verdadeiro, como há muito tempo não era. Eu me sentia bem olhando para meu reflexo, eu me sentia eu mesma de uma forma que eu nunca havia me sentindo quando estava com o .
Ouvi meu celular apitar, avisando que uma nova mensagem havia chegado. Minhas mãos suaram em expectativa e um medo tomou conta dos meus pensamentos. E se fosse cancelando nosso encontro? Não, ele não faria isso. Ele não era . tinha o maldito costume de cancelar um encontro justamente quando eu já estava pronta e prestes a sair de casa. Ele sabia que isso me irritava profundamente, mas nunca nem sequer pensou em mudar seu jeito. E eu desconfiava de que todo aquele comportamento era proposital, com a única intenção de me deixar frustrada e irritada. Vivi esse pesadelo por muitos meses e agora eu pensava em como consegui aguentar aquilo por tanto tempo. Mas não era como . Ele estava animado com nosso encontro, duvidava de que ele fosse cancelar, ainda mais assim tão em cima da hora. era responsável e ‘certinho’ demais para fazer algo desse tipo.
E eu estava certa, afinal. A mensagem era de minha melhor amiga, me desejando sorte em meu primeiro encontro com o , o cara que ela havia me apresentado. Sorri ao me lembrar de como minha melhor amiga me apresentou no momento certo, no momento em que eu mais precisava de distração.
Peguei minha bolsa, meu celular e os fones de ouvido. Dei uma última olhada rápida no espelho para checar se estava tudo ok, e então parti para fora do quarto, colocando os fones de ouvido e apertando o play enquanto descia as escadas. Assim que pus meus pés na calçada, When You’re Gone voltou a preencher meus ouvidos. Era coincidência demais que essa música tocasse duas vezes justamente hoje. Parecia que o destino queria me dizer alguma coisa com isso.
Andei calmamente pelas ruas não muito movimentadas, típico de uma quarta-feira qualquer. O mundo ao me redor estava calmo, indiferente ao meu estado de espírito. Eu estava radiante e explodindo de felicidade e expectativa. Pela primeira vez em muitos meses, eu estava com esperanças. Esperanças de que esse negócio complicado chamado amor, não fosse de todo ruim.
A cafeteria que combinei de encontrar não ficava muito longe da minha casa, por isso eu preferi ir caminhando. Além de me dar tempo para organizar meus sentimentos, eu ainda podia aproveitar a visão daquele belo dia, assim como as músicas que tocavam em meus fones de ouvido. Apesar do nervosismo, eu andava a passos lentos, e frequentemente eu tinha que mandar à minha mente um comando para que meus pés se movessem da maneira correta. Ao mesmo tempo em que eu queria chegar lá, eu também queria não chegar. Era o que o nervosismo e a decepção do passado podiam fazer com uma pessoa.
À medida que eu me aproximava da cafeteria, minhas mãos suavam mais e mais, minhas pernas ficavam trêmulas e minha visão já estava ficando turva de tanto nervosismo e apreensão. Optei por pegar uma esquina que me faria demorar um pouco mais para chegar ao meu destino, na simples intenção de me acalmar. Mas eu já não podia mais adiar, e meus passos me levavam cada vez para mais perto da cafeteria. Onde estava me esperando. Isso foi o suficiente para me impulsionar para frente, para acelerar meus passos. Mas o medo de a história se repetir me atormentava tanto que pensei na possibilidade de o não aparecer e simplesmente sumir da minha vida, como tantos outros garotos já haviam feito. Eu tinha que parar de pensar nisso, caso contrário, eu iria dar meia volta e voltar para a segurança do meu quarto, como a covarde que era.
Minhas pernas ficaram ainda mais trêmulas e minha respiração falhou assim que vi o letreiro bonito da cafeteria piscando há alguns metros de distância. Eu tinha que superar meu trauma e seguir em frente. Respirei fundo e acelerei meus passos, querendo acabar com minha ansiedade de uma vez.
Abri a porta da cafeteria e passei meus olhos por todas aquelas mesas, ainda com o medo de que não estivesse ali me corroendo por dentro. Não foi difícil encontrá-lo, já que o lugar estava praticamente vazio, a não ser por algumas poucas pessoas espalhadas aleatoriamente pelas mesas. Ele estava sentado em uma mesa próxima à janela que tinha visão justamente pela rua na qual eu vim. E pela expressão em seu rosto assim que nossos olhos se cruzaram, eu sabia que ele havia me visto chegar, tendo me observado desde que surgi no começo da rua. Corei imediatamente diante da possibilidade de ele ter visto minhas caretas enquanto eu me dirigia para a cafeteria. Esperava fervorosamente que a distância tenha sido longa demais para que ele pudesse ter identificado minhas reações, ou ele poderia me interpretar mal.
Ele acenou para que eu me juntasse a ele, mesmo sendo bem óbvio que eu já o tinha localizado. Imaginei que aquilo significava que ele estava tão nervoso e ansioso quanto eu estava. Sorri timidamente e segui em direção à mesa onde ele estava. Quando eu já estava perto o bastante, se levantou, veio para o meu lado e me deu um beijo na bochecha — me deixando com ainda mais vontade de sentir aqueles lábios nos meus —, e puxou a cadeira para que eu me sentasse, de frente para ele.
Achei a atitude dele tão legal que fiquei sorrindo igual a uma boba e ele me olhou sem entender. Apenas balancei a cabeça negativamente e foi a vez de ele sorrir.
— Então , o que você vai querer beber? — perguntou, me olhando de uma forma tão... Carinhosa.
— Hum... Vamos ver. — Peguei o cardápio que havia sobre a mesa e comecei a folheá-lo. Minha intenção era, além de escolher uma bebida, desviar meus olhos daqueles lindos olhos verdes que me encaravam com tanto afinco. Mesmo não olhando para ele, eu sentia seus olhos observando cada movimento meu. Minhas bochechas coraram e eu torcia para que seus olhos afiados não tivessem registrado esse detalhe.
Folheei o cardápio por alguns longos minutos, a quantidade dos tipos de café me deixou impressionada. Eram tantos e todos pareciam ótimos que ficava muito difícil escolher. Apesar de ficar há apenas alguns quarteirões da minha casa, eu nunca havia ido ali. Também não fazia muito tempo que essa cafeteria tinha inaugurado, e quando convidei para irmos ali, ele não quis, já que ele não era muito fã de café.
— E então, , já decidiu o que vai querer? — quebrou o silêncio que se instalara entre nós.
O olhei por cima do folheto do cardápio, dando de cara com seus olhos me encarando minuciosamente. Ao ver que eu o olhava, ele sorriu e piscou. Meu coração vacilou por um momento e então voltou a bater com toda a velocidade, parecendo que iria saltar pela minha boca a qualquer momento.
— Hum, não. Está difícil, são tantas opções e todos parecem ser bons.
— Você nunca veio aqui? — Ele me olhava incrédulo.
— Eu sei o que você provavelmente está pensando, mas não, nunca vim aqui.
— Por quê?
Eu não queria falar sobre . Nenhum cara gostava quando a garota com quem estava saindo falasse sobre algum ex. Mas eu não tinha outra escolha, não iria inventar uma desculpa qualquer.
— Meu ex-namorado não gostava de café e nunca quis vir até aqui, embora eu tenha insistido muito. — Voltei a encará-lo quando o ouvi dar um suspiro pesado. — Desculpe por falar dele, mas você perguntou o motivo.
— Tudo bem. — Ele voltou a sorrir, mas estava claro que ele sabia que eu havia percebido sua reação.
— Parece chateado.
— Frustrado, na verdade. O era um verdadeiro babaca, não é?
— Por que você acha isso? — Perguntei, embora eu concordasse com ele em gênero, número e grau.
— Porque só sendo muito babaca para deixar uma garota como você escapar. — Ele piscou e senti minhas bochechas queimarem. — No começo eu o achava um cara de sorte, mas quando soube como ele tratava você, comecei a considerá-lo um babaca. E quando ele terminou com você, soube que ele era um completo idiota. — Eu ri para disfarçar o quanto estava constrangida e encantada. — Mas isso não foi de todo ruim, caso contrário, você não estaria aqui comigo agora.
— Você tem razão.
Ele abriu um sorriso tão lindo que meu coração voltou a vacilar. Abaixei meus olhar em direção ao cardápio, ainda tentando decidir o que beber.
— Quer uma ajuda para escolher?
— Quero. Nunca serei capaz de decidir antes da meia-noite. — Falei e ele virou a cabeça para trás, rindo. Mais uma vez eu estava encantada pelas atitudes dele.
Era estranho e, ao mesmo tempo, me enchia de satisfação ver rindo do que eu falei. nunca me achara engraçada, nunca ria de nenhuma piada que eu dizia.
— Confia em mim? — Assenti e ele sorriu. — Então vou pedir um cappuccino com chocolate e morango. — O olhei, desconfiada, pensando em que gororoba não seria aquela. — É uma delícia, você verá. — Ainda sem acreditar muito nisso, assenti.
Ele chamou uma das garçonetes e fez o pedido, que não demorou muito a chegar. Eu tinha que confessar que a bebida era muito bonita, se é que dava para dizer isso de uma bebida. Ele fez um gesto para que eu experimentasse e, ainda um pouco relutante, eu provei a bebida. Tomei um gole e agora entendia o que ele quis dizer com “uma delícia”. De fato, aquilo era incrivelmente bom. Ele nem esperou minha confirmação, minha cara de aprovação já revelou tudo.
— Que tipo de música você gosta, ? — Ele falou, depois de eu quase devorar minha bebida.
— Bom, eu gosto de tudo um pouco, mas definitivamente tenho mais discos do James Taylor.
— O quê? Está falando sério? — Assenti, sem entender a reação de surpresa dele. — Eu amo James Taylor e nunca conheci uma garota que tivesse tantos discos quanto eu.
— Pois acredite, eu tenho todos. — Sorri e ele parecia encantado com minhas palavras.
— Você é ainda mais incrível do que eu pensava. — Ele piscou e eu quase engasguei com minha bebida.
— Você fala como se me notasse antes disso.
— É exatamente isso. Sempre tive uma queda por você, antes mesmos de sermos apresentados formalmente. — Ele riu de minha expressão surpresa e constrangida. — Você fica tão linda assim com as bochechas vermelhas.
Nessa hora provavelmente minhas bochechas tinham ficado ainda mais vermelhas. tinha o poder de me deixar corada e encantada de uma forma que jamais conseguiu. Aliás, por que mesmo eu ainda estava o comparando com ? era cavalheiro, simpático, inteligente, perfeito demais para ser comparado a alguém como , que era exatamente o oposto dele. Talvez eu fizesse essa comparação porque tinha sofrido demais por causa de . Eu passei os últimos oito meses pensando que o amor não servia para nada, a não ser machucar e torturar as pessoas. Mas parecia que isso estava começando a mudar dentro de mim.
Passamos a tarde toda contando histórias um para outro. Descobri que ele era um péssimo jogador de beisebol; que adorava um rock clássico; que curtia ver filmes de terror em dia de chuva; que amava morango e sempre fazia as combinações mais loucas possíveis com essa fruta; que não tinha paciência para assistir a jogos de basquete; que odiava sorvete de baunilha; que amava meninas delicadas e que usavam batom vermelho. Provavelmente fiquei vermelha que nem um tomate quando percebi que usar batom vermelho era minha marca registrada. Ele parecia saber muito bem o que dizer para me deixar pisando nas nuvens. Ele era tão diferente de que parecia nem pertencer ao mesmo mundo que ele.
Por fim, já estava entardecendo e eu tinha que voltar para casa, embora eu não quisesse. Eu queria poder ficar com a noite toda, o dia todo, a semana toda. Mas eu precisava mesmo ir para casa.
Ele não deixou que eu o ajudasse a pagar a conta, e então saímos da cafeteria. Com certeza eu voltaria ali mais vezes. Não só pelo cappuccino de chocolate com morango, mas para reviver a lembrança da tarde incrível que eu vivera.
Ele decidiu me acompanhar até em casa, e entrelaçou nossas mãos. Senti um formigamento pelo corpo quando seus dedos quentes tocaram os meus. Ele sorria como se tivesse ganhado o melhor presente do mundo, e era inevitável compará-lo a mais uma vez. Eu estava tão machucada pela relação conturbada que eu tivera com o que eu pensava que todos os outros garotos eram iguais a ele. Que todos fariam as mesmas coisas que ele fez. Que todos me decepcionariam como ele me decepcionou. Mas estava errada, muito errada. era totalmente o oposto de , e, pela primeira vez em muito tempo, o que passou, passou. Minha história com estava no passado, e eu estava decidida a deixá-la lá. não merecia que eu ficasse desconfiando dele e nem que eu o comparasse a . Ele era especial e me fazia sentir novamente aquele frio gostoso na barriga. Frio esse que pensei que nunca mais voltaria a sentir.
Fomos o caminho todo falando sobre o Natal, que estava se aproximando. contou os filmes que sua família assistia no Natal, quando todos estavam reunidos na sala ao redor da lareira, tomando chocolate quente, com frio demais para sequer pensar em sair de casa.
Queria dividir algumas histórias sobre o Natal com ele também, mas eu amava vê-lo falar, agitando as mãos no ar, tentando dar mais detalhes à história. Eu ria muito, tanto que minha barriga já estava doendo. Era tão bom sentir isso que eu não queria que aquele dia tivesse um fim.
Nós andávamos a passos lentos, mas seria inevitável chegar em casa, uma hora ou outra eu teria que dar os passos finais. Eu não queria me afastar de , e a julgar pelo ritmo de seus passos, ele também não.
O tempo todo ele dava sinais de que queria ser mais que meu amigo, mas eu não sabia como reagir. Estava bem óbvio que eu também queria ser mais que uma amiga para ele. De repente fui tomada por uma vontade incontrolável de beijá-lo. De sentir aqueles lábios movendo-se em sincronia com o meu.
— Está tudo bem? — Ele perguntou ao perceber que minha mão estava suando.
— Sim.
— Parece nervosa.
— Não. — Menti. — Só estava pensando em algumas coisas impróprias. — Eu disse impróprias no sentido de que ele não iria querer saber, mas percebi o duplo sentido que minha frase tinha. — Quer dizer, não esse tipo de pensamento, é só que... Eu estava pensando, ai meu Deus, eu não sei explicar. — Eu ri e ele caiu na gargalhada.
— Tudo bem. Eu acho que entendi. — Ele disse.
Viramos uma esquina e agora eu já podia avistar o telhado da minha casa. Mais alguns metros e estaríamos em frente à minha casa, e teria que me despedir de .
Como se lesse meus pensamentos, ele diminuiu ainda mais o ritmo de seus passos. A mão dele ainda segurava a minha, e ele a apertou mais forte. Retribuí o aperto, tentando decifrar o que aquilo significava. Tentando entender o que se passava na mente dele.
Fomos os poucos metros restante em silêncio absoluto. Os únicos sons vinham da rua, e do meu coração, que batia freneticamente, parecendo um trem desgovernado. Eu sabia o que aconteceria quando fôssemos nos despedir, e estava nervosa. Até parecia que eu ia beijar um garoto pela primeira vez na vida, tamanho meu nervosismo. A verdade é que seria mesmo a primeira vez que eu beijaria um garoto tão especial quanto .
Chegamos então até o portão da minha casa. Ficamos ali, parados, de mãos entrelaçados, em silêncio e encarando um ao outro.
— Eu me convidaria para entrar, mas tenho muitas coisas do trabalho para resolver, e eu preciso de tudo pronto para amanhã. — Ele abriu um sorriso triste.
— Outra hora então. — Falei.
— Vamos sair de novo? — Seus olhos brilhavam de uma forma tão... Pura.
— É claro.
— Quando?
— Quando você quiser.
— Amanhã?
— Pode ser. — Sorri com a pressa dele, mas a verdade é que eu também estava com pressa. Também queria vê-lo no dia seguinte. E no outro.
— Então, até amanhã. — Ele disse se aproximando ainda mais de mim.
Ele colocou uma mecha do meu cabelo, que voava ao vento, atrás da minha orelha, e então tocou suavemente no meu rosto. Deixei que minhas mãos fossem ao pescoço dele, entrelaçando-as em seus cabelos macios. A outra mão dele foi até a minha cintura, me trazendo para perto dele, encostando nossos corpos. Eu sentia que já estava hiperventilando, quando ele, finalmente, selou nossos lábios.
Foi um beijo calmo, intenso e muito, muito doce. Seria muita ‘pieguisse’ dizer isso, mas esse havia sido o melhor beijo da minha vida. Não só por ser um beijo que me fez pensar que o amor pode te machucar, sim, mas que também pode ser algo muito bom, mas também por ser um beijo de . Ele era o garoto perfeito para me fazer percorrer o caminho do amor novamente, para me fazer acreditar que o amor servia para outras coisas além de partir, queimar e acabar. Meu coração voltava a acreditar no amor, e eu estava muito feliz por ser o motivo dessa mudança.
Roupemos o beijo, mas não estávamos com a menor vontade de parar. Fizemos isso porque além de estar faltando ar para ambos, isso era necessário. Tínhamos coisas para fazer, e todo o tempo do mundo pela frente para nos beijarmos.
— Continuamos isso amanhã. — Ele piscou e então beijou meus lábios mais uma vez, antes de se virar e ir embora.
Fiquei observando-o até ele sumir de vista. Eu estava explodindo de felicidade. A sensação de voltar a acreditar em uma coisa que já tinha perdido a fé era simplesmente maravilhosa e inexplicável. De repente não existia mais passado, não existia mais na minha vida. Eu só pensava em e em como ele era incrível. Quem diria que em uma simples quarta-feira, em um café, eu veria tudo recomeçar?

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