A Very Supernatural Christmas

Escrito por Helen Takahashi | Revisado por Cáa

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  A paisagem do bairro estava enfeitado pela neve que caia na cabeça de todos os moradores e suas casas. Telhados estavam completamente submersos, assim como jardins inteiros; porém isso não impedia que pequenas luzes coloridas chamassem a atenção em cada casa que a garota passava, mesmo que estivesse dentro do carro. Assim que chegou no prédio que já havia entrado várias vezes, entrou e subiu até o primeiro andar, batendo na porta que já conhecia mais do que a sua própria. Esta não demorou a ser aberta por sua melhor amiga, que estava com várias lágrimas nos olhos e ela já sabia muito bem o que acontecera: Ela estava sentindo falta dele, de novo.
  - , não fique assim - ela sussurra no ouvido da amiga, acariciando seu cabelo. - Ele vai voltar, ele só está em turnê.
  A menina ainda chorava de soluçar, tinha certeza absoluta de que nada que tentasse falar melhoraria aquela sensação na garota. Mas havia algo errado, ela presentia isso. não chorava tanto assim de saudades, talvez umas lágrimas, mas só com sua chegada, normalmente cessava, afinal elas sentavam-se no sofá, cobriam-se com cobertores até os queixos e assistiam filmes. Mas ela presentia que não seria bem assim dessa vez.
  - Ele terminou comigo, - ela soluçou, quando finalmente já estavam sentadas. - Ele me ligou antes de eu te ligar, por isso pedi para que viesse.
  - Como assim ele terminou, ? - A garota quase grita. - Ele não podia fazer isso!
  - Ele podia e fez, - ela dizia, enxugando as várias lágrimas que não paravam de cair.
  - Ok, olha pra mim. - Ela disse, sem sucesso. - Vamos, , olhe pra mim, olhe no fundo dos meus olhos e me ouça!
  Assim que dissera com uma entonação mais forte na voz, a amiga levanta o rosto e a observa.
  - é um idiota. - Começa, fazendo a outra bufar. - Quer esperar eu terminar?
  Impossível. estava chorando novamente apenas por ter ouvido o nome do ex-namorado. Desde quando ela era tão fraca a "homens"? Ela tinha o amor próprio dentro dela e sabia disso como ninguém. Ouvira ela dizer milhões de vezes que nunca, nunca mesmo, choraria por homem algum, mesmo que virasse "ex". E o que ela estava fazendo agora?
  - , chega né? - A outra repreendeu, segurando a melhor amiga pelos ombros e balançando-a, fazendo-a parar de chorar. - Chega, , me escuta, por favor?
  Quando a outra finalmente assente, ela continua o que começara:
  - Ele terminou, tudo bem! Mas isso não significa nada, . Eu estou bem aqui, não estou? Eu vou juntar vocês dois, você vai ver só!
  - Como você vai fazer isso? - Ela pergunta.
  - Eu tenho meus planos, quer esperar? - ri. - Escute, eu quero que você fique bem, tá? Eu não vou deixar essa estória linda de vocês acabar assim. Eu estou aqui e vou te ajudar.   A outra concorda e deixa-se ser abraçada pela amiga, agora com as lágrimas secas em suas bochechas.
  Quando finalmente pegou no sono, eram mais de duas horas da manhã. sabia que era tarde, mas tinha que ir para casa. Pegou as chaves que a amiga havia lhe dado para poder entrar quando quisesse e saiu do apartamento, trancando-o em seguida.
  Respirou fundo e cruzou os braços no peito quando saiu pelo portão do prédio, seu carro estava apenas do outro lado da rua e ela poderia ligar o ar para aquecer-se. Olhou de um lado para o outro na rua, vendo que estava vazia. Ouvindo apenas sua própria respiração e vendo o ar saindo de sua boca em forma de vapor, saiu em direção ao carro até ser surpreendida por algo realmente gelado em sua nuca.
  - Continue andando, abra sua carro e depois você irá correr enquanto tiver tempo. Se não sumir da minha vista até e contar cinco... - Uma voz sussurrou em seu ouvido, fazendo com que continuasse o caminho até o carro com a arma apontada em sua cabeça e um homem encapuzado em sua cola.
  Sua vontade era chorar. Para onde ela iria correr depois? Não havia becos e nem nada, e a próxima curva era a mais de cem metros. Ela não conseguiria virá-la a tempo. E não podia correr até o apartamento de , havia trancado o portão.

  Estava muito perto de nos seus sonhos para ser despertada do nada por um barulho estranho na rua... Aquilo foi um tiro? No mesmo instante, se pôs de pé e olhou em volta.
  - ? - Ela chama e ouve mais um tiro na rua. Suas mãos começam a tremer. Onde estava a amiga?
  Logo após os dois tiros, que foram espaçados por um curto tempo, ouviu o barulho de um carro cantando os pneus e saindo rápido da rua. Será que era seguro olhar pela janela agora? Correria este risco. Correu até a janela e olhou para a enorme rua. O carro de sua melhor amiga não estava mais ali. Começou a agradecer a Deus pois provavelmente não havia sido nada com , até parar seus olhos num corpo no meio da rua. Os cabelos ruivos espalhados pelo asfalto em contraste com o sangue escuro que escorria na neve. Não tinha como não reconhecê-la.
  Em meio a lágrimas e a vontade de gritar pela amiga, saiu correndo do apartamento, destrancando tudo e correu de pijamas na rua até onde a amiga estava.
  - ! - Ela grita, finalmente, e agaixa-se segurando o rosto da melhor amiga, deixando suas lágrimas molharem as bochechas dela, que ainda gemia baixo. - , por favor, fala comigo!
  - ? - sussurra em meio aos gemidos.
  - Por favor, , você não pode me deixar. Não pode! - A outra ainda gritava, segurando-a de mal jeito.
  - ... Eu vou... - A outra sussurrava, os olhos já fechados, numa expressão de quem não iria conseguir aguentar mais. - Eu vou... Cumprir... Minha promessa.
  As últimas palavras não sairam, mas pode ler os lábios da melhor amiga, que agora jazia sem vida em seus braços. Chorou como se não pudesse mais naquela noite, carregou a amiga até a calçada, foi para casa, pegou o celular e telefonou para todos. Não demorou muito para ter ambulâncias, os pais de e, por último, a The Maine ali. Assim que viu o estado da ex-namorada, correu para abraçá-la, mesmo estando completamente suja. Ela precisaria dele ali agora.

+++
UM ANO DEPOIS...

  - , não! - dizia sério.
  - , SIM! Faz um ano, eu preciso ir. - Ela revidou, pegando as flores que havia comprado algumas horas antes.
  - Vai te fazer mal, - ele tentou insistí-la.
  - Olha aqui, , eu amo muito você, mas se continuar me impedindo de ir ver a , as coisas podem realmente ficar sérias.
  - Não estou impedindo, só não estou deixando. E você não vai - ele diz, com um sorriso vitorioso, de braços cruzados.
  - Ah é? - Ela pergunta, vendo-o assentir. - ENTÃO OBSERVE.
  Dito isso, saiu andando pelo apartamento com as flores nos braços. Ao sair do prédio, não pode deixar de olhar para a rua onde o acontecimento de exatamente um ano aconteceu. Sentiu seu peito apertar, mas mesmo assim segurou-se para não chorar. Entrou no carro, colocou as flores de lado e deu partida no carro. Incrívelmente não havia ido atrás dela, como sempre fazia quando ela dizia que iria até o cemitério. O que ele e os outros estavam tentando fazer? Fazê-la sentir-se pior por não ter outra amiga com quem contar? Eles estavam sendo uns amores ajudando-a a superar, levando-a nas turnês, mas aquilo não seria pra sempre. Além de quê, ver de perto não estava ajudando-a em nada. Eles haviam se tornado apenas amigos, mais uma vez, apesar de ela ainda guardar sentimentos por ele. Não sabia se era recíproco, mas ele adorava se embebedar depois dos shows e ir em after parties então...
  Chegando ao cemitério, abotoou seu casaco preto e ajeitou seu gorro de lã na cabeça, pegando as flores e indo em meio as lápides. Todas, sem excessão, estão cobertas pela neve branca que caia insistentemente do céu. Não demorou muito até ver a lápide:
  
   a 18/12/2009
  "Amada filha e amiga"

  - Hey, - disse, agaixando-se em frente a lápide, limpando uma lágrima que escorreu ao lembrar-se da amiga. - Eu não podia deixar de vir aqui, mesmo que quase me impedira.
  A garota ri sozinha, limpando o excesso de neve em volta, tirando as flores mortas e colocando as novas no lugar.
  - Lembra-se como vocês adoravam fingir brigas juntos? - A garota conversava, sozinha.   Assoando o nariz em meio a risadas, com sua conversa a um tumulo, sentou-se ao lado da lápide e encostou-se nela.
  - Bem, acho que você consegue ver da onde está que ele foi o que mais me ajudou, acho que por ser muito parecido com você - diz, dando de ombros.
  Passou vários minutos em silêncio, apenas olhando para a neve que caia e abraçada as próprias pernas. fazia orações baixas, pedindo para que continuasse forte assim, apesar da falta da amiga. Não sabia ao certo quanto tempo tinha ficado lá, apenas com seus próprios pensamentos, mas logo se tocou e levantou-se, voltando a ficar de frente pra lápide e ajeitando o vaso de flores que plantara.
  - Lembra que você dizia que Frésias eram o símbolo da amizade? - Sussurra para o nome na lápide. - me disse que também simbolizam proteção. Bem, acho que você já sabe que sempre fora minha maior proteção e o meu melhor exemplo de amizade verdadeira então, estas flores eu sempre dedicarei a você, .
  Com mais algumas fungadas, segurando o choro, levanta-se, despedindo-se da lápide e andando de volta até o carro.

  - Eu deveria estar lá, não vê? - dizia para o garoto ao seu lado.
  Ele era um pouco mais novo que ela, os cabelos claros e os olhos azuis irradiavam energias positivas. Ambos observavam no cemitério, despedindo-se.
  - Você tinha que vir pra cá... É a ordem natural das coisas. - Ele disse.
  - Escute, Colin, eu já ouvi essa frase umas seis vezes durante toda a minha vida assistindo seriados na televisão - disse. - Mas ela precisa de mim, eu preciso cumprir minha promessa.
  - E se você não estivesse aqui? Você tinha noção que a vida após a morte era assim? - O mais novo pergunta, arqueando a sobrancelha e deixando a garota sem resposta. - Escute, eu gostaria muito de ajudá-la, então podemos fazer um combinado?
  - Depende - ela diz, insegura, olhando com curiosidade para Colin. - O que é o combinado?   - Você realizar sua promessa.
  - Está falando sério? - Ela diz empolgada. - Vou poder voltar a viver e fazer minha promessa?
  - Ok, veja bem, você não vai voltar a viver. - Colin avisa, fazendo baixar a empolgação e ficar desgostosa. - Mas poderá andar na Terra, poderá dar sinais, qualquer coisa, pra empurrar o casal que você quer "ligar".
  - Certo, vou ser tipo um cupido?
  - Eu não diria isso, você teria de andar nua se fosse um. E isso não seria agradável pra mim. Sou apenas uma criança, , dá um tempo. - Ele ri, fazendo-a rir.
  Naquele um ano, criara certa afetividade por Colin. Ele era um pequeno anjo que acolhera e ajudava-a a se adaptar a vida após a morte. Deixava que observasse como seus amigos iam e, agora, estava supondo algo bem maior.
  - Certo, eu não ia me sentir confortável andando nua na Terra, mesmo que eu fosse invisível - dá de ombros. - Então eu posso dar sinais, isso já é perfeito. Nem preciso mais do meu plano antigo. - E então fica calada. - Espere, você vai comigo, certo? Diz que vai, eu não vou ficar bem sozinha...
  - Claro que vou. Vai que você quebra um copo ou algo e todos saibam que estamos ali? - Ele pensa. - Tudo bem que provavelmente sairão correndo, mas isso não vem ao caso.
  - Colin, já disse que você é o melhor de todos?
  - Hoje não - ele ri.

+++

  - Olha, , lembra-se o que eu te disse quando você chegou aqui? - Colin perguntou-lhe.
  - Sobre atravessar a ponte e tudo mais? - responde. - Claro.
  - Quando você acha que vai atravessar?
  - Eu sei que você está fazendo isso para meu bem, mas eu não quero ficar longe de tudo isso, mesmo estando morta, Colin - a garota diz, chorosa.
  - Tudo bem, tudo bem, não tocarei mais nesse assunto, eu só queria saber.
  Os dois estavam prontos para começar a missão que ele lhe propusera. Apesar de não estar realmente voltando a Terra, estava feliz com o fato que estaria mais próxima de todos.

  Naquela noite, estava sozinha em seu apartamento, zapeando canais loucamente pela televisão. Nada realmente lhe agradava. Assim que dera a segunda volta consecutiva nos canais, sentou-se direito no sofá e pegou seu celular na mesa de centro, olhando se havia alguma ligação perdida... mas não havia. Ele nunca ligava para ela. Como gostaria que estivesse ali para ouví-la reclamar da vida ou, quem sabe, ajudar com isso. sempre sabia o que fazer e havia prometido que ajudaria a juntá-los novamente. Mas ela se fora.
  Cansada, levantou-se e foi para o banheiro, tomar um banho. Precisava relaxar.
   e Colin estavam num canto da sala observando-a, em silêncio, mesmo que ela não os ouvisse. Assim que ela se distanciou, começaram a sussurrar:
  - Eu tive uma ideia - disse.
  - Por que está sussurrando? Ela não está ouvindo a gente - o anjo diz.
  - Porque se não sussurrarmos nada fica tão emocionante.
  Colin limitou-se a rolar seus olhos azuis e rir, observando a garota andar até a mesa de centro e começar a tocar no celular dela.
  - Ei, o que você pensa que está fazendo?
  - Você disse que quando mexo nas coisas, as pessoas vêem. Bem, não está aqui, então posso ver.
  - Certo.
  Depois da garota fuçar no celular inteiro, sentou-se no chão com uma cara pensante.
  - Achei que sendo invisível essa missão ficasse absurdamente mais fácil.
  - É, acho que não - Colin sentou-se ao lado dela, encostando-se no sofá.
  - Mas espere... Se não somos humanos, podemos ir de um lugar para o outro num piscar de olhos, certo?
  - Ahn... Certo.
  - Então eu tive uma ideia!

  Ao sair do banho, ouviu a voz de . Assustou, mas foi em direção a voz, chegando a sala e... Não encontrando ninguém. Segurando sua toalha, olhou ao redor e viu o celular na mesa de centro.
  - ? - A voz de ainda chamava.
  - Acho que o celular dela deve ter ligado sozinho - a voz de invadiu a sala.
  Meio assustada, a garota foi até o celular e observou que fora ela quem realizara a ligação. Mas como era possível, estava no banho e... Como diabos isso foi ficar no viva-voz para conseguir chamar sua atenção?
  - Alô? - Ela chamou, incerta, colocando o celular em seu tom original.
  - ? - e perguntam.
  - Eu.
  - Você me ligou? - pergunta, com a voz meio ansiosa do que o normal.
  - Uhn, eu não sei como meu celular ligou sozinho mas... Estava afim de ouvir sua voz - ela disse, meio desconcertada. Ao notar o que disse, ouvindo a respiração de , do outro lado, ficar mais rápida, consertou rápido o que dissera: - Quer dizer, erm, eu queria sabe, conversar só. Mas preciso me trocar e essas coisas.
  Silêncio. Um silêncio constrangedor.
  De cada lado de , estavam os dois "ajudantes" que ela mal sabia que estavam ali.
  - Mas que diabos, , chame-a para sair! - dizia, nervosa.
  - Quer que eu dou um jeito nisso? - Colin pergunta.
  - E você tem como dar um jeito nisso?
  - Bem, eu posso ir até e meio que dar uma sensação mais aliviada. Mas não posso fazê-lo falar nada.
  - E por que você não me disse isso antes? - olhou furiosa para o anjinho louro ao seu lado. - ANDA, COLIN, É PRA HOJE!
  - Sim senhora - ele riu, desaparecendo de sua vista.
  Quase que no mesmo momento, tossiu levemente do outro lado da linha:
  - Erm, certo... Vá se trocar e... Se quiser eu passo aí. Podemos conversar se assim quiser.
   abriu um enorme sorriso e sentiu-se mais aliviada. dava graças e pulava no contente e tomando cuidado para não esbarrar em nada.
  - Claro, pode ser... Se você puder.
  - Posso, óbvio - ele riu levemente. - Passo aí já já.
  Assim que desligou o telefone, saiu pulando pelos corredores do apartamento de , contente por seu ato. Não demorou muito até Colin aparecer, sentado no chão da sala, rindo da garota.
  A humana, por sua vez, desligou o celular e suspirou. Algo estava dando muito certo e alguém lá em cima certamente gostava muito dela. Esperava que fosse a amiga.
  Enquanto passava pelo corredor, sentiu uma sensação estranha e olhou em volta e na sala. Nada viu, porém a sensação permaneceu. Deu de ombros para si mesma e continuou indo para o quarto.

+++

  Assim que chegaram na casa dos Maines, e Colin foram direto para o quarto de . Segundo ela, havia algo que ela precisava deixar a vista dele quando voltasse. Colin sentou-se na cama e ouvia os barulhos no andar de baixo para avisar caso algo acontecesse, já que ela estava distraída o suficiente em busca de algo que ele ainda não sabia o que era.
  A garota andava de um lado pro outro, até que enfim entrou no closet. Mesmo sem acender a luz, agaixou-se em frente a umas caixas que ali havia e começou a procurar.
  - , ele está chegando - o loiro disse.
  - Mas já? - reclama, ainda enfiando sua mão na caixa.
  - Já? Ele está fora por três horas, nós que demoramos pra vir pra cá. - Ele riu. - Achou o que queria?
  - Acho que sim, só preciso tirar daqui - ela disse, tirando o braço de dentro da caixa com cuidado para não mudar nada de lugar.
  Assim que conseguiu fazer isso com sucesso, saiu do closet com uma foto em mãos.
  - Que foto é essa?
  - Uma foto que está eu, e o , vê? - Ela ri, mostrando ao garoto. - Tiramos ela no nosso último verão juntos, quando eles namoravam.
  - E o que vai fazer com ela?
  - Nada, só deixá-la num lugar visível pra ele se lembrar de como era feliz com a minha amiga. Eu sei que no fundo eles se ama, precisam se juntar novamente.
  Colin dá uma risada e concorda. Afinal entrara nessa missão e sabia que não iria embora enquanto não realizasse tudo nos conformes. Mas seria fácil, ele sentia que os dois realmente se amavam ainda. deixou a foto em cima do criado mudo de e acendeu o abajur.
  - Ficou louca? Você não pode acender a luz!
  - Por que não? É só pra dar um ar de que alguém esteve aqui. Ele vai perguntar pro se alguém subiu no quarto, ele vai dizer que não e então pode ficar assustado, ou não, e pensante sobre ser um sinal;
  O anjo apenas balançou a cabeça, não acreditando que ela iria "assombrar" o próprio amigo. Mas fora isso, demorou apenas alguns minutos para chegar e entrar no quarto, vendo o abajur aceso. pensara certo, ele saiu no corredor e gritou para os caras no andar de baixo, perguntando "quem mexeu em suas coisas" e, tendo uma resposta negativa, ficou estranho. Mas entrou no quarto, tirando os tênis e se jogando na cama.
  Quando ia desligar o abajur, viu uma foto ali em cima. Quem diabos tinha deixado uma foto ali e... Então viu que era "aquela" foto. A foto em que estava entre os dois, como uma bela "tocha". Sorri ao lembrar-se da época. De repente, assustou-se. Aquela foto estava muito bem guardada, da onde ela saiu?
  - Acha que ele entendeu o recado? - Colin pergunta. Mesmo que sentisse as sensações do humano, sabendo que ele havia entendido.
  - Espero que sim.

+++

  A semana que passou foi encantadoramente estranha, pela visão de . Coisas estranhas aconteceram como... Tudo dando certo entre ela e . Os amigos estavam mais unidos e sorridentes e o Natal se aproximava. Mas ainda assim era esquisito e a garota conseguia sentir isso. Apesar de ainda não estar com , estava tudo em seus conformes, passando pelas mesmas fases que passara antes de finalmente ter sido pedida em namoro.
  - E aí, - sentou-se ao lado dela. - Parece que está tudo dando certo este ano, hein? Diferente do ano passado.
  - Pois é... Eu acho que isso é a promessa de - ela medita, fazendo a garota, que observava um pouco distante, sorrir.
  - Pode ser. A sempre foi persistente em cumprir o que prometia, não duvido nada que ela tenha a ver com tudo isso.
  - O que quer dizer?
  - Quero dizer que, bem, não assiste filmes de terror ou espíritos não, ? - Ele riu. - Em filmes como esses, espíritos ainda estão perto e ajudando.
  - Acha que a está aqui ajudando?
  - Possível.
  Os dois ficaram em silêncio.
  - Aqueles tabuleiros--
  - Não, , não inventa, não vamos brincar de tabuleiros ** - riu, levantando-se.   - Mas como vamos saber?
  - Não saberemos, ué. Pra quê você quer saber tanto assim se é ela? Você sabe que falo merda, não acredite no que eu falo.
   encarou-o, com os olhos semicerrados, mas finalmente desistiu.

  Horas mais tarde, a The Maine estava reunida na sala de , assistindo a um filme que havia locado. e Colin estavam assistindo ao longe, enquanto conversavam.
  - Posso lhe propor outra coisa? - Ele disse, vendo a amiga observar todas aquelas pessoas na sala.
  - Diga.
  - Se você conseguir cumprir a promessa que fez a , e vejo que está conseguindo - Colin fez uma pausa proposital - eu dou um jeito dela conseguir te ver, não te tocar, óbvio, mas te ver e te ouvir para você ter uma última fala com ela.
  - Por quanto tempo?
  - Alguns poucos minutos, não tenho poderes para fazer isso por muito tempo...
  Os dois ficaram calados, ainda observando os outros com uma expressão indecifrável no rosto.
  - Por que eu sinto como se houvesse um "se", que não é apenas da realização da promessa, nesta proposta?
  - Porque há - o anjo diz, fazendo-a olhar. - Olha, você pode me culpar ou o que quiser, , mas a minha missão é te ajudá-la e convencê-la a ultrapassar a ponte.
  - Ou seja, se eu aceitar falar com uma última vez, eu tenho que ultrapassar a ponte e nunca mais vou vê-los e nem mesmo a você?
  - A mim você ainda verá, é só me chamar - ele diz, fazendo-a suavizar um pouco a expressão.
  Neste instante, pulou no colo de , que estava ao seu lado, pelo susto que levara com o filme de terror. Todos riam, alegres, contentes por estarem todos juntos como sempre foi. queria estar com eles.
  - Posso pensar?
  - Claro.

+++

   estava completamente arrumada para a ceia de Natal daquela véspera. Estava de frente para o espelho, terminando de ajeitar o cabelo quando sentiu um estranho vento em suas costas. Olhou para trás, constatando que não havia ninguém atrás de si. Ultimamente estava tendo muito destas sensações e não parava de pensar na "baboseira" que havia dito. Mesmo que ele mesmo chamasse de baboseira, não queria que fosse. Queria que fosse verdade. Queria acreditar.
  - Está pronta? - Colin pergunta a , que estava sentada na cama de .
  Depois daquele dia em que ele lhe dera a segunda proposta, ela analisou com calma e decidiu que iria fazer aquilo. Precisava ter uma última palavra com a amiga. E mesmo que atravessar a ponte parecia cruel, catastrófico e significasse que nunca mais a veria, nem de longe, ainda parecia uma tentação. Colin prometera que sempre que ela chamasse por ele, mesmo que fosse constantemente, ele iria até ela, dando as informações que ela quissesse do que estivesse acontecendo com seus amigos. Este fora o acordo.
  - Sim, pode fazer o que precisar agora, antes que ela saia do quarto - diz.
  Assim é feito.
  Enquanto enrolava a ponta dos cabelos, viu uma imagem conhecida através do espelho. Levou um susto ao notar quem era, virando-se para sua cama e vendo a melhor amiga ali, sentada. Não era possível.
  - ? - Sua voz tremeu, mas mesmo assim ela se aproximou.
   olhou para Colin, buscando ajuda para saber se ela já podia falar e ser escutada e recebeu um aceno em resposta. Para , a amiga simplesmente olhou para o nada.
  - Hey, - ela sorriu.
  A outra mal conteve a empolgação, pulou na cama para abraçá-la mas... Não era possível.
  - Erm, receio que não podemos fazer isso - diz, meio desconsertada. - Não tenho muito tempo aqui, aparecendo para você, mas quero dizer que estou feliz por você e por .
  - Foi você, não foi? - pergunta, recebendo a gostosa risada da amiga em resposta. - EU SABIA! Desde que deu a ideia de que poderia ser você, eu fiquei pensando nisso.
  - Erm, sim, era eu, eu que liguei para do seu celular também...
  - PORRA! Você me deu um susto da desgrama naquele dia - riu, mas a expressão ficou triste novamente. - Eu sinto sua falta.
  - Eu sei, também sinto a sua. Sinto porque não tenho como falar com você, mas estou olhando de longe o tempo todo.
  - Você me vê no cemitério?
  - Uhum.
Silêncio. Colin faz um sinal que o tempo estava acabando e começa a ficar nervosa.
  - Escute, - ela diz, rapidamente. - Eu vou ter que ir. Mas dessa vez eu realmente não volto, entende? Eu estava aqui por este um ano, mas agora eu "vou mesmo" - diz.
  - Como assim?
  - Eu sou um espírito. Eu não deveria estar aqui e nem muito menos "observando" vocês. Eu tenho que atravessar para um lado que não terei como voltar depois. - diz, carinhosa, querendo abraçar a amiga. - Me prometa que será feliz. Eu estarei aqui por um tempo ainda, mas logo não estarei mais.
  - Claro que prometo, - diz, mexendo nas mãos, impaciente e olhando para a porta. - E obrigada. Por tudo. Por ser essa amiga até quando não pode e não deve ser.
  - Conheci alguém bem legal que me ajuda com isso - dá uma risada triste. - Adeus, .
  Com os olhos cheios de lágrima, vê a amiga sumir em sua frente. Mesmo que estivesse bem ali, vendo a amiga, ela não podia vê-la e chorava alto por isso.
  Não era essa a intenção. Era pra ela estar sendo feliz.
  - Não era pra ser assim - ela diz para Colin.
  - é mais forte do que pensa - ele diz.
Minutos depois a porta do quarto se abre e a cabeça de aparece no vão.
  - ? - Ele chama, vendo-a chorar e corre até a cama, ajoelhando-se em frente a garota sentada. - O que houve?
  - A ... - A garota soluçava. - Estava... Aqui...
   olhou para ela, perdido em confusão. entendeu que deveria estar fazendo papel de louca naquele momento.
  Para assustar aos dois, levanta-se da cama, onde estava abraçando mesmo que ela não sentisse, e foi até a penteadeira. Esbarrou os dedos em alguns batons, fazendo-os cair de lado. O casal olhou para lá rapidamente.
  - É ela - sorriu, imaginando a amiga bem ali, derramando suas coisas.
   ainda estava um tanto amendontrado com isso e, ao conseguir fazer parar de chorar, levou-a para a ceia que estava havendo na casa de seus pais.

  - Feliz? - Colin sorri, pulando na cama, ao lado de .
  - Um pouco. Queria saber como isso vai terminar. - Diz, sincera.
  - Mandarei-lhe notícias, só não tenho como te mostrar isso em audio, vídeo ou fotos.
  A garota riu e rolou os olhos.
  - Você vai me levar agora?
  - Bem, mesmo que você ache que sua missão não está completa, ela está. Mas se quiser podemos apenas observar ao longe antes de você atravessar.
   assentiu e levantou-se da cama. Tinha de voltar para as alturas.

+++

  Os amigos de banda de estava correndo pelo jardim, fazendo contagem regressiva para a virada do Natal, para enfim abrir seus presentes. Era o primeiro ano que a família de havia decidido fazer desta maneira, pois queriam ver a reação de todos ao abrir o presente e não saber apenas por alguém depois, como em todos os anos.
  - 3, 2, 1! - correu até o casal e se enfiou no meio. - FELIZ NATAL!
  - Feliz Natal, - os dois riram, vendo o garoto indo cumprimentar os outros.
   puxou para o jardim, onde sentaram-se numa daquelas balanças que cabiam um casal. Puxou-a para si, enquanto encaravam a neve cair naquela noite gelada de natal.
  - , eu preciso te falar uma coisa - ele disse, puxando o rosto da garota em sua direção.   Ela assente levemente, olhando-o nos olhos e esperando. Com um leve suspiro, ele consegue continuar:
  - Eu sei o que fiz ano passado e também sei por tudo o que passou depois disso - ele começou. - Sei que errei, sei que fui idiota.
  Ele não estava gostando de ela estar ouvindo tudo calada, mas continuou:
  - Eu quero voltar com você.
  Dito isso, por fim, os olhos da garota brilhavam com as lágrimas que estavam para cair. Puxou o rosto do (ex)ex-namorado e colou seus lábios nos dele, dando assim sua resposta de que ela concordava.

  - Um final feliz - Colin sorriu, observando o casal.
  - Final o caramba. Começo - sorriu. - É um novo começo.

  - estava certa - riu, contra os lábios de .
  - Lá vem a entrar na nossa conversa de novo - ele gargalhou.
  - Ela que fez tudo isso. Ela me prometeu que me ajudaria a te ter de volta.
   não pode não sorrir ao ouvir isso, apertando a namorada mais ainda em seus braços.

  - Hora de ir - o anjo disse, triste.
  - Tudo bem, acho que já vi tudo o que precisava para "descansar em paz" - riu.
  - Ainda é piadista?
  - Claro, nunca vou deixar de ser - ela continua rindo, mandando uma piscadinha para Colin. - Vai mandar a mensagem que lhe pedi?
  - Vou.
  - Muito bem.
  Ele bufa, guiando-a até a ponte. atravessa sem cerimônias e, mesmo dizendo que não ia se despedir, não teve como não abraçá-lo em agradecimento a tudo que ele lhe concedera na última semana. Assim que atravessou, não soube mais onde estava.

  Na sala de estar, os familiares de , os pais de , os caras da The Maine, todos estavam reunidos e sorrindo, preparando-se para a entrega de presentes. estava sentada entre as pernas de , que por sua vez estava ao lado de e assim seguia.
  - Bem - a senhora começou. - Eu queria presentear a com isto, pois ela vem sendo como minha filha desde muito tempo. E mesmo que não tenhamos quem me fizera "adotá-la" entre nós, quero que saiba que ainda te considero como se a estivesse viva.
   sorriu, em meio as lágrimas, e pegou o pacote das mãos da senhora. Rasgou-o rapidamente, vendo que era um lindo porta-retrato com a última foto que tirara com .
  - Espero que tenha gostado.
  - Eu adorei, tia, muito obrigada - ela sorriu para a mulher, que voltou a se sentar.
  Enquanto todos ainda distribuiam presentes entre si, ainda encarava a foto e o porta-retrato em si. Passou os dedos pelas bordas e, com uma sensação de formigamento estranha, virou-o do lado contrário, vendo a parte de trás. Pequeno e num canto, havia algo escrito. Não fazia ideia de como estava ali, mas coisas estranhas haviam acontecido mais do que tudo naquela semana. Sorriu ao ler a escrita e deixou a lágrima cair.
  - O que foi? - perguntou, apoiando o queixo em seu ombro.
  Ainda sorrindo, apontou para onde estava escrito:
  "Cumpri minha promessa. Pronta para cumprir a sua?
  Love
  - "



Comentários da autora


  HOHOHO, PESSOAS :B. Bem, espero que tenham gostado de A Very Supernatural Christmas, mesmo que ela não tenha sido LÁ tão interessante -q. Como algumas já deve ter lido no meu blog, eu tive a ideia do título primeiro e a estória veio apenas depois... Graças a Erikah Nascimento, HAHA. Enfim, quero agradecer à todas vocês por terem lido e espero que comentem bastante e façam uma autora feliz -Q. Espero vê-las em breve nas minhas outras fanfics de The Maine; afinal essa é a primeira que mando pro ATF, a primeira de muitas que tenho aqui guardadinhas, HIHI. Enfim, vejo vocês por aí. Sabem que qualquer coisa é só me procurar no Twitter, estou lá quase vinte e quatro horas por dia, HAHAHAHA. xx