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23ª Temporada

Downtown
Anitta e J Balvin



A "Última" Noite

Escrito por Nicole Manjiro

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  – Eu, Karolina Andrade, aceito você, , para ser meu esposo…
  Ela estava linda. O véu que joguei para trás no início da cerimônia lhe dava um ar angelical. Seus cabelos louros estavam arrumados em um coque simples, diferente do cabelo solto que ela costumava usar no dia-a-dia.
  Vestida em um vestido com rendas e organza, ela estava exatamente da maneira que eu a imaginava quando a pedi em casamento.
  Abri um pequeno sorriso enquanto ela citava seus votos. Sua voz estava contida, quem não a conhecesse bem poderia até dizer que não havia nervosismo ali. Mas os nós nas pontas de seus dedos a denunciavam.
  A noite estava sendo um evento automático para mim. Eu fazia o que me mandavam e sorria quando sorriam para mim. Naquele momento, me entregaram o microfone; era minha vez de citar os votos. Em um ato inesperado, olhei para os convidados e vi uma mulher de olhos azuis. Apesar de não ter nenhuma relação com aquela moça – ela estava sentada no lado da noiva –, os olhos levaram minha mente a outro lugar, mais precisamente a noite retrasada, a outra mulher que não era, nem de perto, minha noiva.
  – , repita comigo…
  O som, de repente, sumiu. Era como se tivessem apertado o botão do mudo e nenhum som soasse de lugar algum.
  Olhei nos olhos de Karolina, a mulher que jurei ser a da minha vida, e tudo o que eu vi foram aqueles pares de olhos azuis que pertenciam a uma .

  DOIS DIAS ANTES.

  – Eu falei que não queria despedida nenhuma. - disse, sério, até nervoso, quando entrei no quarto do hotel que meus melhores amigos haviam reservado para a noite.
  A desculpa que me levou até ali, foi que o convite veio das melhores amigas de Karolina, as madrinhas, que haviam combinado a pedido dos padrinhos, de me levarem até lá.
  Quando entrei e me deparei com a quantidade de álcool e a ausência de mulheres, soube imediatamente que meus padrinhos desrespeitaram o desejo da noiva de não ter despedidas separadas.
  – Vamos lá, ! É a última vez que passaremos o grupo todo solteiro! – Caio, um dos meus amigos, disse, apoiando seu braço em meu ombro e me servindo de champanhe.
  – É verdade, . A Karolina não pode ficar brava, quando ela foi a primeira a conseguir amarrar um de nós. - Danilo sorriu, soltando o nó da gravata. – Poderia ser pior, o Lucca estava fechando o evento em um bordel.
  – Um bordel de luxo - Lucca, por sua vez, ergueu o dedo. – Até a Karolina ia gostar, se querem saber.
  Evitei dizer que preferia que eles tivessem reservado o bordel, se isso significasse que Karolina estivesse junto e eu não precisasse começar o meu casamento ocultando algo.
  – Vocês acham mesmo que as meninas não irão contar para ela? - Lucca disse, fazendo uma careta. – A Dani mesmo me falou que elas contrataram aqueles gogo-boys. Se a Karolina pode ver pintos de verdade, então você também pode ver umas pepecas antes de se comprometer a uma só pro resto da vida.
  – Não ligue para o que ele fala, . Estamos aqui para nos divertirmos. Estaremos juntos e talvez a gente nem deixe você sozinho com uma delas. - Danilo serviu a si de mais uma taça de champanhe e olhou no relógio de pulso. – Cadê elas?
  – Eu pedi para elas chegarem meia hora depois da gente. O certo é estarmos levemente bêbados para podermos aproveitar mais a nossa noite. - Lucca sorriu e olhou para mim, fechando a cara. – . Se você não quer, cara, é só falar. Uma ligação e eu cancelo tudo. - ele pegou o celular. – Mas essa será a nossa última noite de solteiro; não é só você que irá se divertir. Nós também iremos.
  Os três ficaram calados e eu também. Suspirei. Eu estava levando tudo muito a sério, quando a função da noite era relaxar e me divertir. Eles eram meus amigos. Não fariam nada que pudesse acabar com meu casamento.
  – Tudo bem - bebi o champanhe em minha taça em um só gole –, podemos passar logo para o whisky?
  Os três gritaram e se levantaram para se servirem da mesma bebida que a minha, a nossa favorita, e brindar comigo o fim de uma era.

  NAQUELA MESMA NOITE, DUAS HORAS DEPOIS.

  Minha vista estava turva. Meu corpo estava em chamas. O álcool… ele realmente funciona. A quantidade de serotonina liberada pelo meu cérebro poderia ser considerada insana. Minha mente e meu corpo estavam eufóricos. Olhei ao redor, onde o quarto estava em quase uma penumbra.
  – Você parece perdido - uma voz doce soou ao meu lado.
  Virei meu rosto, aturdido, para dar de cara com aquele par de olhos azuis.
  Quando Lucca abriu a porta da suíte para as seis mulheres em casacos longos, meus olhos imediatamente foram presos àquele mar azul. Após ter sido hipnotizado, nenhuma outra que rebolasse em meu colo ou mostrasse todo seu corpo trazia choques de prazer como a fazia.
  Em uma hora, Lucca já havia saído com duas mulheres. Eu não esperava menos dele, porque sempre foi assim. Ele nunca deixava para depois, o sexo que poderia ser feito agora. Danilo, por outro lado, me surpreendeu quando levantou quase em seguida com outras duas e, sem dizer nada, saiu com elas.
  Olhei para o Caio, que estava aos beijos com a única mulher que havia lhe sobrado. Pelo andar da carruagem, talvez eu quem fosse precisar sair do quarto, mas não levou nem 20 minutos da saída de Danilo, para ele se levantar e dizer:
  – Aproveite a sua despedida, . - sem nem perceber que estávamos só nós dois e duas mulheres no quarto.
  Entretanto, meu corpo estava tão coberto de álcool, que não tive a capacidade de me levantar e dispensar a mulher que estava ao meu lado. A .
  – Parece que seus amigos deixaram você para trás.
  – É. Parece que sim.
  Ouvi o som do líquido da garrafa ser servido e meu copo ficar mais pesado.
  – Não se preocupe. Tenho certeza que conseguirei cumprir com o meu papel de acompanhante.
  – Você foi contratada para me acompanhar?
  – Não especificamente você, mas… - ela virou a cabeça ao redor. – Somos só eu e você aqui.
  – Hum…
  “Mande-a embora.” Minha mente disse. “Se você consegue manter um diálogo, então mande-a embora.”
  – Você tem nome?
  – Do que você gostaria de me chamar?
  “Meu Deus… Lucca chamou uma profissional.”
  – Olha… - comecei a falar, minha voz embargada. Meus ombros estavam pesados como nunca e minhas pernas não pareciam querer se mexer.
  – Você quer jogar um jogo? - ela perguntou, se mexendo ao meu lado. – Me disseram que é importante manter você entretido.
  – O álcool me entretém bem o suficiente, obrigada.
  Ela não se deu ao trabalho de responder. Ao invés disso, meus músculos tornaram-se ainda mais tensos quando suas mãos percorreram meus ombros e começaram a massagear os nós que haviam se formado.
  “Não ouse relaxar. Não relaxe nas mãos dela.”
  – Você quer um cigarro?
  – Estamos em um hotel. - eu disse, sentindo o material do cigarro ser colocado entre meus dedos.
  – Estamos na suíte presidencial. As janelas estão abertas e há uma jacuzzi a céu aberto. Se você preferir fumar lá…
  – Acenda logo isso. - a cortei, em uma tentativa desesperada de fazê-la se calar.
  Tenho certeza de que era o álcool. O álcool era o verdadeiro culpado de fazer minha calça apertar. Fechei meus olhos e imaginei a imagem de Karolina. Veio à mim sua expressão brava, de quem havia lhe faltado com o respeito.
  – Sh… - uma mão passeou por minha cabeça e então desceu para meu peito. – Você está muito tenso.
  Queria poder dizer que não estava, mas era óbvio. Fumei o primeiro cigarro como louco e, quando o segundo estava pela metade, a quantidade de meus neurônios já haviam sido diminuídos pela metade.
  “Vá embora. Levante-se, agradeça aos serviços dela e vá embora. Vá embo…” O som da consciência em minha mente se esvaiu no ar quando a nicotina, junto ao álcool e a massagem das mãos que desciam meu corpo em direção à braguilha da minha calça, surtiram efeito.
  – O jogo é o seguinte - a voz da soou em meu ouvido. – Aquele que pedir mais, deve realizar um pedido do outro.
  – Meu Deus… - murmurei quando a mão chegou na elevação de minhas calças.
  A se levantou e me serviu de mais álcool. Ouvi o som do ambiente ser aumentado e o trinco da porta ser trancado por dentro. Uma leve brisa passou por nós, mas só pude perceber porque seus cabelos voaram junto ao vento no momento em que seu corpo começou a se mover com a música.
  A lingerie vermelha ressaltava as curvas de seu corpo bronzeado. Seu quadril era perfeito. Sou um fã ávido de quadris. Acho belo a curva que se inicia na cintura e termina logo abaixo da bunda; e aquela mulher tinha, apesar de uma bunda pequena, redondamente perfeita.
  Fiquei observando ela dançar até terminar ajoelhada entre minhas pernas.
  Quis pedir que ela voltasse a se levantar para que eu vislumbrasse suas curvas novamente, mas no momento em que abri a boca para pedir, suas mãos soltaram o fecho de minha braguilha e as mãos começaram a fazer o trabalho de descer o zíper da calça e então puxá-las, desnudando minhas pernas.
  – Eu vou me casar depois de amanhã. – foi o que pude falar. Os olhos azuis se ergueram e sua boca se curvou.
  – Eu sei. Essa é uma despedida de solteiro.
  – Isso. - confirmei, esperando que ela fosse inteligente em saber o motivo de eu ter falado aquilo, porque meus neurônios não estavam tendo a capacidade de criar um argumento ou de, pelo menos, mandar a ordem para meu corpo se mover para longe daquele pecado.
  – Não se preocupe. - ela falou, passando a mão por minhas coxas. – Não faço nada que não queiram. Então se quiser que eu pare, é só falar. Tudo bem?
  – Tudo bem. - respondi imediatamente, dando mais atenção às mãos dela do que às palavras que haviam sido ditas.
  – Perfeito. Agora… – ela sorriu e roçou as pontas de sua unha em minhas bolas. – Relaxe.

  Karolina sempre foi conservadora.
  No sexo, ela não gosta de posições inovadoras e criativas. Também não gosta de fazer oral ou anal. A posição mamãe-papai, para ela, é mais do que o suficiente para sentir prazer. Amo mais ela do que o sexo, então nunca me vi em desvantagem com todas as preferências dela.
  Contudo, essa noite, era como se a porta de um oásis tivesse sido aberta.
  – Caralho… - gemi, sentindo a boca da subir e descer, devorando meu pau como há anos ele não era.
  O ato não era só divertido e delicioso, mas a mulher sabia o que fazia. Sua mão se movia no ritmo certo e tocava os lugares corretos. Sua língua brincava com toda minha extensão e os lábios carnudos faziam desaparecer meu pau em sua boca.
  – Pronto para pedir mais, ? - ela disse, após voltar a recuperar o ar.
  – Você precisa se esforçar mais, . - murmurei, os olhos fechados. Traguei mais do meu cigarro e bebi mais um gole do whisky. Se eu já estava envolvido naquilo, eu iria sem nenhuma consciência; pelo menos teria uma desculpa no dia seguinte.
  O ar gelado me fez voltar a abrir os olhos, ao perceber que a havia se afastado.
  – Aonde você vai?
  – Não é só você que pode beber, não é? O jogo é um ato de dar e receber. - ela foi até o bar e se serviu de algumas doses do líquido âmbar.
  Sorri e me levantei, aproveitando para tirar minha camisa úmida pelo meu suor.
  – Justo. - disse, pegando em seu braço e a levando para a poltrona em que eu estava sentada. – Sente-se aí.
  Diferente dela, não aderi às preliminares. Ela havia sido paga para me dar prazer, e não o contrário. Por isso, assim que ela encostou sua bunda deliciosa no assento, escancarei suas pernas e deixei cair ali o líquido restante do meu copo. O som de seu gemido cresceu no momento em que caí de boca entre as pernas dela, sentindo um gosto de whisky e feminilidade.
  Apesar de estar há anos sem tocar com a boca em uma vagina, fui estudante de medicina por 6 anos e, do primeiro ao último, não houve uma festa que não fui. Nelas, comi mais mulheres do que Lucca comeu putas; dessa forma, vi que o ato é o mesmo que aprender a andar de bicicleta: não importa quantos anos você fique sem praticar, você nunca esquece.
  – … - ela murmurou, as mãos bagunçando meu cabelo e apertando os próprios seios. Vi ela abaixar o sutiã e me mostrar os bicos duros do peito. Seu quadril às vezes subia e às vezes rebolava, querendo mais da minha língua e mais dos meus dedos que acabei por inserir dentro dela.
  Quando me dei por satisfeito, sem pensar e como um ato automático, colei meus lábios nos dela, sentindo seus braços enlaçarem meu pescoço.
  – Você não tem nada o que falar? - perguntei, vendo-a rir.
  – Por que não criar um novo vício? - ela deu um impulso para frente e me empurrou até que estivéssemos eu por baixo, e ela por cima, na enorme cama que havia na suíte.
  – Vício? - a questionei, vendo-a abrir um sorriso safado e então ficar de costas para mim, inclinando-se para frente, onde meu pau voltou a ser sugado.
  A visão, no entanto, de sua bunda foi surreal.
  Minhas mãos, sem ordem nenhuma, puxaram-na pelo quadril, para que sua carne ficasse mais próxima de minha boca, e assim pude retribuir o prazer que ela me dava.
  O quarto foi preenchido com o som de gemidos e saliva, enquanto o cheiro que tinha no ar era de tabaco, suor e sexo. As pétalas da flor da se apertavam em minha boca, e minha língua passeava do botão até o buraco de seu ânus, onde, surpreendentemente, encontrei um plug.
  – Cacete - murmurei, sentindo meu pau formigar com a imagem dela preenchida pelo objeto.
  Ouvi sua risada safada e o ritmo de sua boca aumentar em meu pau. A visão, somada à sensação do prazer que me era concebido, me fez perder a consciência de que eu estava em uma despedida de solteiro – a minha despedida –, e que eu estava em meio a um jogo.
  Com um forte impulso, empurrei ela para o lado e peguei a camisinha em minha carteira. Eu deveria fazer bom uso dela, já que havia um tempo que estava ali para ser usada, mas Karolina insistiu em se resguardar para que, na noite de núpcias, fizéssemos tudo o que tínhamos direito.
  Bem… ouso dizer que não precisarei de uma camisinha na minha noite de núpcias.
  A suspirou de prazer quando, sem esperar por nada, meti-me fundo e inteiro dentro dela.
  – Isso… - ela murmurou, seus braços compridos tocando meu rosto e me puxando, como se assim eu também pudesse entrar ainda mais fundo nela.
  – Você foi paga para ser comida? - murmurei, meu quadril movimentando em velocidade rápida, fazendo-a quase pular da cama. Seus olhos brilharam ao encontrar os meus e o sorriso com aqueles lábios vermelhos e carnudos murmuraram um simples:
  – Sim.
  – Você quer ser comida?
  – Sim.
  – Então peça.
  Eu não entendia, até então, como homens poderiam ter acesso àquelas mulheres, quando havia uma disposta a amá-lo para o resto da vida. Mas havia alguma coisa naquela , que me enlouquecia. Não sei se era seu quadril perfeito, os lábios carnudos, os olhos azuis ou o sorriso safado; o que sei, é que tudo nela me levava a querer mais, a querer muito e a querer sempre.
  – Me coma… por favor.
  Em minutos, os gemidos se tornaram gritos. Gritos meus, gritos dela, gritos nossos. Eu lhe dizia palavras baixas, a tratava como uma puta; e ela sorria, gargalhava, concordava e pedia para que eu fizesse mais. Que eu a comesse mais forte, que eu a metesse mais duro e que eu não gozasse, porque ela ainda estava longe de gozar.
  Não sei quanto tempo gastamos naquele ato; o que sei, é que quando ela gozou, meu corpo se tornou uma máquina; meu propósito havia sido realizado e agora, era minha vez de ser remunerado.
  – ! - ela gritou, até que eu esporrei todo meu gozo na proteção.
  Devido à força com que gozei, saí rapidamente de dentro dela, com medo de que o jato causasse algum estrago no material, mesmo ele sendo à prova de tudo, de acordo com a empresa.
  Caí deitado ao lado dela, nossas respirações descompassadas.
  A foi a primeira a se mover, ficando de bruços e apoiando em seus cotovelos para olhar para mim.
  – Então… - ela comentou parecendo bem-humorada. – Qual o seu desejo?
  – Como?
  – Você conseguiu - ela mexeu no cabelo bagunçado e então olhou para mim –, me fez pedir por mais. O que você deseja?
  Eu desejava muitas coisas.
  Desejava que aquela noite não tivesse acontecido. Que meus amigos não fossem egoístas de usarem a desculpa de uma despedida de solteiro para conseguirem sexo.
  Desejava que eu não fosse tão patético a ponto de transar com uma mulher de programa às vésperas do meu casamento.
  Desejava que essa não fosse tão…
  – Ei, ei… esse é o seu desejo? - ela sorriu, enquanto eu ia para cima dela, pronto para mais uma rodada. Havia mais do que sensualidade em si, ela parecia se divertir com o fato de eu estar um pouco mais violento do que havia acabado de ser.
  Eu nunca havia ido para uma segunda vez com Karolina. Em nossos 6 anos de namoro, uma vez era o suficiente para dormirmos até o dia seguinte; ela se dizia incomodada e não tinha estamina suficiente para aguentar outra rodada. Sempre a respeitei, pois ouvi dizer de algumas amigas que era normal; houveram algumas discussões, porque Karolina achava meu apetite sexual maior do que o normal. Fui ao médico por pedido dela e ele falou que era comum; não havia problema nenhum em mim, e que meus hormônios não apresentavam nenhuma anomalia. O assunto foi deixado de lado por Karolina, mas ela nunca se deixou levar para a segunda vez na mesma noite.
  Ter alguém finalmente cedendo às minhas vontades, ao invés do oposto, era gratificante.
  Uma mulher bela como a , aceitando todas as posições que eu queria, mostrando prazer e gritando meu nome… era disso o que eu precisava.
  Se eu fosse me submeter às vontades de Karolina pelo resto de minha vida, então qual o problema de ter as minhas vontades atendidas por uma mulher que não tinha nenhum vínculo emocional comigo?
  Desejo carnal é uma aposta perigosa com a qual se jogar. E é exatamente isso o que a torna tão atraente e satisfatória.
  – Meu desejo – digo, enquanto meto meu pau dentro dela e ouço seus suspiros de prazer –, é… - meto mais uma vez, ouvindo seus gemidos –, você… – ela solta uma risadinha – quando eu quiser.
  – Eu não sou barata. - ela diz, sem ar, e diminuo a velocidade e a intensidade, vendo seus olhos me encararem com desconforto. – Continue…
  – Bem - entro e saio dela tão devagar que chega a me incomodar, mas se ela queria brincar, bem… eu já havia perdido muito mais do que minha honestidade hoje. –, isso é um desejo, não estava no acordo do jogo criar regras em cima deles… ou tinha?
  A tentou rebolar e mover seu quadril, mas eu era pesado demais e não havia parado de me mover, eu apenas diminuí a velocidade dos movimentos. Ela bufou, impaciente e olhou em meus olhos.
  – Por quanto tempo? - ela perguntou, suas pernas enlaçando minha cintura.
  – Pelo tempo que eu quiser.
  – Eu gosto de trabalhar com prazos, afinal, tenho outros clientes.
  – Tudo bem - sorrio, mordiscando o bico de um de seus seios, vendo-a morder os lábios. – Um ano? E então jogamos de novo.
  A sorriu.
  – Por que não fazemos assim? Se no final desse ano você quiser mais, então terá que atender a um desejo meu.
  – Não deve me pedir nada que eu não possa dar. - digo, mais consciente.
  – O que está incluso nessa lista? - sinto seu quadril tentar se mexer novamente, mas não deixo. O controle era meu, e a negociação era feita da minha maneira.
  – Não me peça para me divorciar - digo, sentindo um amargor na boca por se lembrar de que eu estava noivo de Karolina e mesmo assim metia meu pau na . – Não me peça dinheiro.
  – Bem, você está tornando tudo mais difícil.
  – Você tem outros clientes, pode pedir tudo isso para eles - aumento a velocidade, vendo seus olhos se fecharem e a boca se abrir em um suspiro. – Além disso, é você quem vai me pedir mais.
  A solta uma risada e beija minha boca.
  – É o que vamos ver. Agora, me fode, .
  Sorrio e deixo o resto da nossa negociação para depois, já que o principal havia sido acordado. Movimento meu quadril para frente, sentindo meu pau ser coberto pelas paredes duras da . Seguro meu porre até que sinto-a convulsionar embaixo de mim, apertando meus ombros, como se soubesse que não poderia fincar suas unhas em mim, porque eu não pertencia a ela.
  Ao sair de dentro dela, percebo que há paz em mim. Não há o peso da consciência por ter traído Karolina no último minuto antes de nosso casamento, nem de não sentir absolutamente nada pela em baixo de mim. Olho para seu corpo bem cuidado e deslizo minha boca por ele, apenas porque eu quero.

  – ? - uma voz me tira do transe e olho para Karolina, que possui urgência estampada em sua expressão.
  – Desculpe - sorrio, sem graça –, me perdi nos olhos dela.
  Se Deus existe, ele há de me perdoar por ter pecado debaixo de seu teto. Vejo o olhar de Karolina suavizar, achando que havia me referido aos olhos dela. Sorrio e ergo o microfone na altura da boca, repetindo todas as palavras que o padre dizia.
  – Este é meu voto solene. - termino, colocando a aliança no dedo anelar de Karolina. Em cima dele, deposito um beijo, fazendo com que ela sorrisse, satisfeita comigo.
  – E assim, pelo poder concedido a mim, eu vos declaro marido e mulher. O noivo pode beijar a noiva.
  Sinto os lábios de Karolina nos meus e sorrio. Tudo estava perfeito. Sob seu controle. Nós sairíamos da igreja, faríamos todo o procedimento que ela escolheu fazer com o cerimonialista; tiraríamos milhares de fotos e então iríamos para a festa, onde eu deveria acompanhá-la a maior parte do tempo, porque este era um evento para a noiva e “todos sabiam disso”.
  Depois, iríamos para o nosso quarto, onde eu iria transar com ela da mesma maneira que transamos nos últimos 6 anos e, por sorte, ela permitiria que eu não precisasse usar a camisinha.
  E então a nossa vida começaria.
  A vida perfeita que Karolina escolheu para ela.
  A vida ideal que eu escolhi para mim.
  Uma vida em que os dias seriam para minha família, e as noites seriam para mim.
  Pelo menos durante um ano.

FIM