#ATLBRAZILIANTOUR

Escrito por Cah Coca | Revisada por Any

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Capítulo 1

  Ela estava com o coração batendo de tanta emoção, finalmente veria aqueles que são suas inspirações. Desde a confirmação do show ela ganhara um brilho diferente nos olhos. Faltavam poucos minutos para conhecer os seus ídolos.
  Era dia vinte e nove de janeiro de dois mil e onze. Cinco horas da manhã e ela foi a primeira a chegar ao hotel em que a banda estava hospedada. Estava com uma amiga, também fanática por All Time Low. Elas iriam ficar plantadas na frente do hotel.
  - Estou cansada. E com sono. - falou sentando num daqueles tapetes de ioga que compramos para ficarmos ali. Ela sentou ao seu lado abrindo uma lata de Coca Cola.
  - Toma um pouco, tem cafeína. - ela recusa com a cabeça e então toma o líquido escuro. Só havia nós duas na rua. Duas loucas.
  - , acho que vou dormir. - ela falou fechando os olhos e a outra a chacoalhou, fazendo a primeira reabrir os olhos.
  - Pare com isso, vou comprar alguma coisa para comermos. Não durma ou será linchada. - se levanta e pega a sua mochila.
  Havia um posto de gasolina aberto, a loja de conveniência certamente também estaria aberta. Ela entrou no local a procura de algum salgadinho ou algo do tipo. Percebeu que na loja só haviam três pessoas: Ela, o caixa que estava assistindo Globo Rural e um ser que estava olhando a geladeira com um óculos escuro e um capuz. hesitou por algum tempo, poderia ser um ladrão ou coisa pior. Pelo menos ela estava a dois corredores de distância daquele estranho. Até ele olhar para os lados e retirar os óculos. paralisou. Aquele não era o ? Ele deixou os óculos no bolso da blusa e abriu a geladeira, logo em seguida ele tirou um pacote de quatro latas de energéticos e caminhou para o caixa.
  - Hey, você. - ela falou em inglês. - Você é mesmo o ? - falava tudo de uma vez quase se esquecendo de respirar. O homem se virou para ela.
  Ao término de ato, a garota quase desmaia mas o que a impediu foi o sorriso dele. tirou o capuz e sorriu mais abertamente. Era ele.
  - Sim, sou eu. - ele estendeu a mão e ela a apertou quase desmaiando pela segunda vez. - Pensei que não seria reconhecido aqui. - ele riu sem graça a fazendo ficar ainda mais encantada com ele.
  - Sou uma grande fã sua. - disse com a voz um pouco falha.
  - Ah, obrigado. - ele foi em direção ao caixa e ela ao seu lado.
  - São R$20,93. - o caixa diz para ele rudemente.
  - O quê? - perguntou em inglês.
  - Ele disse que são R$20,93. Você tem dinheiro em real? - ele negou com a cabeça. - Deixa então, eu pago. - ela tirou a carteira da mochila e pagou as bebidas e os salgadinhos que eram dela.
  - Estou te devendo essa. - o falou sorrindo e os dois saíram do estabelecimento juntos.
  - Mas o que você está fazendo aqui? Não deveria estar no hotel? - ela disse indo em direção onde estava. a acompanhou, já que era na porta da onde estava hospedado com a banda.
  - e eu queríamos beber Red Bull e no hotel não tinha. Então ele me expulsou do quarto para arranjar onde quer que fosse. - ele riu e ela riu junto.
  Caminhavam conversando, sobre o que ele estava achando do Brasil, o que ele mais tinha gostado no país e coisas do tipo.
  - Oh meu Deus! - exclamou em português e correu até a amiga, que estava deitada com o tapete por cima do seu corpo, só podia se ver o rosto pálido da menina.
   colocou a mão na testa da garota desacordada. foi junto com a garota socorrer .
  - Ela está muito branca. - ele disse agachado ao lado de , que ficava cada vez mais preocupada com a amiga.
  - Ela parece está com febre. - disse medindo a temperatura com a mão. - , acorda pelo amor de Deus. - falou em português chacoalhando a garota. A menina foi lentamente abrindo os olhos.
  - , estou com frio. - ela disse e começou a tremer. começou a entrar em pânico. O que faria agora?
  - Leve ela pra dentro. - disse prontamente.
  - O quê? - a garota olhou para o músico.
  - Matt, o tour manager pode nos ajudar. E deve ter alguém no hotel que possa cuidar dela. - ele falou e já ia levantando , que estava mais pálida com mais febre. assentiu, pegou os pertences delas da calçada e o acompanhou até o hotel.
  - Por favor, podem nos ajudar? - logo um dos segurança pegou no colo e a levou até o quarto do All Time Low. e foram logo atrás.
  Quando chegaram ao quarto, o segurança colocou a menina na cama de , que estava vazia e se retirou.
  - Hey , trouxe a bebida? Uou! - entrou no ambiente e viu que havia mais que o companheiro de banda ali. - Quem é você? - ele olhou para e arqueou a sobrancelha. - Nossa, mas que gata. - ele olhou para desacordada. - Ela não está branca de mais não?
  - Está. Ela está com febre! - respondeu e depois sorriu. - . - estendeu a mão e apertou. - Essa é .
  - Ela é linda! - sentou-se na cama ao lado de , que estava na sentada na beirada do colchão. - Vocês duas são... - ele se corrigiu.
  - Obrigada, mas por que você não diz isso quando ela estiver acordada? - sorriu para .
  - , chame o Matt. - o tom de voz de era um pouco alterado. Por que será?
  O garoto se levantou e saiu do local, indo provavelmente a sala do quarto. cobria a amiga, que tremia mais ainda.
  Matt entrou no quarto, seguido de um desengonçado e um com olheiras.- Quem é essa estranha? - o Merrick esfrega os olhos. arqueia a sobrancelha.
  - . O prazer é meu. - sorriu sarcástica para , que nem ligou e voltou ao seu quarto.
  - O essa garota está fazendo na sua cama, ? - Matt perguntou apontando para .
  - Ahn, ela é minha amiga, estava passando mal e disse que você poderia ajudar. - ela se levantou antes de responder.
  O tour manager se dirigiu ao lado da cama e repetiu o ato que fez, colocando a mão na testa de .
  - É, ela está com febre! Vou pedir que chamem alguém que saiba baixa-la. - e saiu pela porta que dava ao corredor do hotel. se deitou de qualquer jeito na cama e dormiu. Era incrível o que o sono fazia com as pessoas.
  - Não falei o meu nome né? - a garota se virou para e sorriu. - ou só . - e ele abriu um sorriso que ela havia visto por tanto tempo em fotos, mas agora era ao vivo.
  - Muito prazer.
  Apesar da doença de , eles estavam num momento legal.
  - Gente, cadê as bebidas? - entrou no lugar olhando os lados. Os dois o olharam, riu e quis matar o amigo.
  - Está na mesa ao lado da porta. - respondeu o garoto. Algo dizia à que estava irritado, o que a deixava com vontade de rir.
   foi até a mesa e pegou o pacote de energéticos, deu uma olhada de lado para a menina deitada e saiu do quarto.
   suspirou e colocou as mãos no bolso. voltou ao lado de . Com uma cama confortável, a menina já não tremia mais e parecia dormir tranquilamente.
  - Sabe, acho que gostou dela. - o garoto se sentou na poltrona ao lado da que estava dormindo. olhou para ele de súbito. Será que ele estaria brincando?
  - Sério?
  - Sim. Ele nunca olhou para uma garota como a olhou agora. E ela está dormindo e vestida. - a garota riu com a última frase.
  - vai pirar. - ela riu da sorte da amiga.
  Matt entrou no quarto com um homem que usava óculos.
  - Esse é Matheus, ele é funcionário do hotel e faz faculdade de enfermagem. - os dois cumprimentam o homem, que prontamente foi ver o estado de .
   voltou ao ambiente assim que ouviu a voz de Matt.
  - Como ela está? - perguntou com a voz um pouco falha. olhou para que deu um meio sorriso.
  - Está com febre. Ela pegou friagem? - olhou para , que balançou a cabeça afirmamente envergonhada por ter insistido para esperarem na calçada. - Ela terá de acordar e tomar esse remédio. - deu um frasco branco para a menina. - Depois deixe ela descansar. Ela deve melhorar até o almoço. - Matheus pegou as suas coisas e foi acompanhado até o corredor por Matt.
  - Acho melhor acordá-la agora, assim terá mais tempo de recuperação.
   foi até a amiga e a chamou e cutucou o seu ombro. despertou tentando se lembrar de onde estava.
  - Que engraçado, eu pensei que ele fosse o . - falou em português e riu de si mesma, se aproximou da cama.
  - Ele é o . - a amiga também falou em português. Os meninos ficaram se olhando. Não conseguiam entender, já que eles só falavam inglês.
  - Eu sou , prazer. - sorriu, o sorriso da menina que antes era de graça de si virou uma careta.
  - Hahá, se você é o , ele é o . - agora falou em inglês e apontou para o .
  - , ele é o . - disse para a garota, que começou a se remexer.
  - Impossível, devo estar delirando.
  - Não está não. Eles são o All Time Low. - colocou ênfase no "são". - Tome esse remédio, assim poderemos ir ao show.
  - E desde quando você conhece o All Time Low? - arqueou a sobrancelha.
  - Desde que ela pagou um pacote de Red Bull por mim. - respondeu no lugar da menina. - A propósito, tenho que te pagar né?
  - Deixe para depois, eu tenho que convencer essa daí a tomar o remédio. - olhou para sarcasticamente, que mostrou a língua.
  - A propósito, onde estou mesmo? - começou a olhar a sua volta tentando se recordar do lugar.
  - Está no nosso quarto. - respondeu. - Quero dizer, no quarto da banda. Não nosso de nós dois, bom acho que entendeu né? - ele tentou se consertar, a menina sorriu e balançou a cabeça pra cima e pra baixo.
  - Acho que entendi sim.
   começou a conversar com animadamente. Hora ela corava, hora ele gaguejava, como se não tivesse nenhuma amiga preocupada e nenhum ali.
  - Vamos, tenho que pagar você.
  - Mas ela tem que tomar o remédio. - ela apontou para a amiga que já estava sentada. Olhou o remédio no criado-mudo, ele já havia sido tomado, só que quando não estava olhando. - Acho que não quero ficar de vela mesmo. - sorriu para .
  Eles foram pra uma sala que havia do lado do quarto. Era comum, só tinha dois sofás simples, uma mesinha de centro e uma TV. A porta da sacada estava fechada e a cortina também.
   se sentou no sofá e deu dois tapinhas para que ela se sentasse ao seu lado, o que logo aconteceu.
  - gostou dela mesmo. - ele falou calmamente fazendo o olhar confusa. - Ele nunca gagueja. - ela parou para pensar, em nenhuma entrevista ele gaguejou. Nunca.
  Ela olhou de esguelha para o quarto, onde viu uma sorridente e um corado. Não devia ser o contrário?
  - Vou te pagar, antes que me esqueça. - foi em direção a uma mala e pegou o dinheiro. - Matt trocou os dólares em reais, mas era pra usarmos numa emergência. - ele estendeu a mão com o dinheiro, que ela pegou.
  - Então por que vai usá-lo? - ela se referiu ao dinheiro.
  - Porque foi uma emergência. - ela riu. Eram só energéticos. - E eu não tenho reais.
  - Ah, ok então. -colocou o dinheiro na jeans e ficou em silêncio. Era o "momento constrangedor", mas resolveu acabar com a tensão.
  - O que vocês faziam sentadas na rua a essa hora? - cora com a pergunta. Não poderia dizer "hey, sou a sua maior fã, sonho com você pelado todos os dia".
  - Sou uma fã de vocês. - ela sentiu suas maçãs do rosto ficarem quentes. Ele sorriu. O que uma fã não fazia por seu ídolo? Se lembrou dos tempos de colégio, que ia aos shows do Blink 182 escondido dos pais. Hoje, a o All Time Low e os caras eram grandes amigos.
  - Sabe, você deve ser a nossa fã número um daqui do Brasil. - ela se surpreendeu. A fã número um? - Nenhuma outra garota fez o que vocês duas fizeram. Pelo menos até agora.
  - Sério? - ele afirmou com a cabeça. - Puxa, não sabia dessa.
  - Só não falo que você é a nossa maior fã porque eu não fui a vários lugares do mundo. Mas pretendo ir.
  - Se for mesmo, me avisa se sou ou não a fã número um do All Time Low tá? - ele riu e fez que sim com a cabeça novamente.
  Ficaram conversando por mais algum tempo, até o entrar na sala.
  - Ela dormiu. - ele sentou no outro sofá. - , você sabe se a está namorando? - realmente se surpreendeu, só não sabia se era com a pergunta ou por ser chamada pelo apelido.
   e a encararam esperando a resposta. O segundo um pouco apreensivo.
  - Não, não namora. - ouviu-se um suspiro de alívio vindo do . - Por que a pergunta? - além dela, um curioso olhou para o amigo.
  - É , por que a pergunta? - falou sarcasticamente.
  - Nada não, só curiosidade. - ele balançou as mãos seguidas vezes, o que não soou muito verdadeiro.
  - Sei, sei. - olhou para , ele estava certo novamente.
  - Acho que vou dormir, ainda tá muito cedo pra ficar acordado, falou vocês. - e saiu, deixando os dois sozinhos novamente.
  - Bom, acho que vou deixar você descansar. - ela disse se levantando, ele logo depois também.
  - Mas vai voltar para a calçada? - ela levantou os ombros. - Justo agora que conseguiu conhecer os seus ídolos? - ela pensou. De novo ele com a razão.
  - Touché. - ela só fala. Ele abre um sorriso. - Mas o que eu faço?
  - Fica comigo. - ele diz automaticamente. - Digo, no quarto. - se corrigiu. Ela pensou nos prós: teria que cuidar de , sem chão frio, sem risco de resfriado, sem medo de ser assaltada e COM . Contras: ahn, não pensou em nenhum no momento.
  - Mas você quer dormir não é? - afinal, ela queria ou não ficar ali com ele?
  - Claro, mas não vou te chutar daqui né? A menos que você queira. - eles riram.
  - Ok, me convenceu.
  - Só não vá cuidar da sua amiga. - ele a preveniu.
  - Por que não? - era um dos prós poxa.
  - Deixe cuidar dela. - ela riu dele.
  - Ok, o que vamos fazer?
  - Que tal conversar? Eu pego os travesseiros e podemos dormir nos sofás. - não era uma má ideia.
  - Tudo bem então. - foi até a sua cama no quarto e pegou os dois travesseiros de plumas e jogou um na direção de .
  - Pensa rápido! - ao tentar se esquivar, o travesseiro pegou no seu olho e caiu no chão. - Nossa, foi mal. Num era pra te machucar. - ele foi até ela e a ajudou a levantar. Ele tentou ver o olho dela, mas ela não deixava. - Vamos, deixa-me ver esse olho.
  - Não, tá doendo. - ela o empurrou. Parecia que tinha doido mesmo.
  - Me desculpe, eu não queri...
  - AHÁ! Te peguei. - ela disse e riu da cara do menino.
  - Sua safada. - a agarrou e começou a fazer cócegas na garota. - Você vai pagar por isso.
  - Para, para, PARA! - ela pedia e ele fazia mais cócegas nela. Até que ele parou.
  Estavam muito próximos, melhor dizendo, colados. 100% de aproximação. Ela estava constrangida e ele queria soltá-la, mas seus braços simplesmente não obedeciam.
  - Desculpe. - pediu ele sem a soltar.
  - Assim parece que você gostou. - ela riu sem graça.
  - Então desculpe por gostar. - ele foi soltando devagar.
  Ele se deitou no sofá rapidamente. Ela nem tanto. Se o fizesse ele poderia achar que ela estava se aproveitando dele.
  - Relaxa, Matt não vai brigar. Eu sempre deito no sofá de couro dele e ele nem briga... Não muito. - ela riu e se deitou. Começaram a conversar animadamente.

Capítulo 2

  O sol já havia nascido a muito tempo, mas só aquela hora estava a perturbando. Só os quartos do hotel tinham cortinas grossas, eles estavam na sala, onde a cortina era fina, deixava o sol invadir a ambiente a qualquer momento.
  Mas não era a grossura das cortinas ou o sol que a acordava que a perturbava, era o fato de estar abraçada com .
  Estavam conversando quando ela reclamara de frio, ele já havia descoberto que ela tinha pavor a aranhas e que seu sorvete preferido era prestígio. Ele procurou por um cobertor, mas não achou e o da sua cama fora roubada por . Então ele "ofereceu" o seu abraço com ajuda, alegando que o seu abraço era o "abraço mais quente de todo o mundo".
  E estavam lá, ela por cima dele. Ainda estava com os braços grandes do mais velho em volta de seus ombros.
  - ... ? - ela tentou o acordar. - Acorda, !
  - ...
  Ela parou de súbito. Ele estava mesmo chamando por ela? E ainda por cima pelo seu apelido? Será que estava sonhando com ela? Talvez.
  Desistiu de tentar o acordar e foi se desvencilhando com cuidado dos braços dele. Depois foi ver o estado de .
  Ela estava bem melhor, sua febre era praticamente inexistente e a cor da pele de sua face já estava no tom normal.
  - Ela geme quando dorme. - entrou no quarto e levou um susto. - fala dormindo. E quando eu passei por ele, ele estava te chamando.
   congelou. sorriu e caminhou até ficar na sua frente.
  - gostou de você. - por que diabos todos contam a ela sobre quem estavam gostando?
  - Ele disse que você gosta de . - ela tentou mudar de assunto.
  - Eu gosto dela. Ela é linda e muito engraçada. E ainda por cima é solteira. - a menina riu dessa última qualidade atribuída à amiga.
  - E você gosta dele? - a pegou desprevenida.
   parou para pensar o que estava sentindo por . Com certeza não era amor platônico.
  - Acho que é muito cedo para concluirmos algo. - abriu um sorriso meio triste. tocou o seu ombro.
  - Talvez você seja a garota certa pra ele. - deu um sorriso compreensivo e saiu do quarto, deixando uma sozinha com pensamentos confusos e uma gemendo.

  Era hora do almoço e , , Matt, , , e estavam no restaurante do hotel se deliciando em feijoada. queria porque queria comer feijoada, ninguém conseguiu convencê-lo a trocar de prato.
   e já se sentiam mais familiarizadas com os caras, não estavam mais deslocadas ou envergonhadas.
   entrou num site de notícias pelo celular e levou um choque ao chegar na parte de música.
  Tinha uma foto dele e na manchete dizia que ele havia ficado com uma garota brasileira, linda, sexy e naquele dia.
  - Você tá bem? - Matt perguntou a ele.
  - Não, não está nada bem.
  - O que houve? - quem perguntou.
  - Estão falando que eu fiquei com uma brasileira. - sua voz estava irritada. Não só sua voz, ele também.
  - É mesmo, quem? - disse e depois deu uma garfada de comida.
  - A . - a menina engasgou com o refrigerante que tomava e tossiu várias vezes.
  - Nossa, me deixa ver. - pegou o aparelho da mão do e começou a ler a matéria. - , não está falando no nome da .
  Não? Então ele que tinha suposto que era e não outra garota? Já estava ficando estranho isso.
  - Só está dizendo "brasileira, linda e sexy". Nada de . - ia lendo a notícia e começava a corar.
  - Se não fala no meu nome, devolva isso pro . - pegou o celular da mão de e devolveu para o garoto. A menina ficou com uma cara de bebê que perdeu a chupeta.
  Depois do momento constrangedor, acabaram o almoço em meio de risadas e graçinhas por parte de .
  Quando foram para o hall de entrada do hotel, viram várias fãs e fotógrafos tentando pegar o melhor ângulo da banda e das garotas.
  - Acho que amanhã seremos a capa de todas as revistas de música. - tentava falar sem mexer muito os lábios e virou de costas para a porta.
  - Calma, isso sempre acontece. - a tranquilizou e acenou para fora, onde depois se ouviu vários gritos esganiçados femininos.
  - Vamos, odeio isso. - pegou o pulso de e a levou até o elevador. Eles esperaram o elevador chegar ao andar, ela olhou algumas vezes por cima dos ombros. Uma grande quantidade de meninas estava gritando, chorando e se acabando para vê-los de perto. Ela era uma delas.
  - Entra. - ele meio que ordenou e ela obedeceu. O elevador estava vazio, era totalmente fechado, tirando a porta. Não havia janela, a luz era fornecida pelo teto que possuía algumas lâmpadas.
  - Agora sim parece que você gostou. - ela falou sem graça. Ele olhou para ela e sorriu.
  - O que, fugir com você? Eu gostei. - ela o olhou, ele olhando nos olhos dela de volta, sustentando olhar.
  De um súbito, ele a prensou contra a parede do cubículo de metal. Suas respirações estavam misturadas, mas seus lábios estavam separados.
  - Não sei o que está fazendo. - ela disse começando a corar.
  - Também não sei o que estou fazendo. - ele foi acabando com o espaço entre as duas bocas quando o elevador abriu a porta e uma senhora de idade viu os dois quase se beijando.
  - Santo Deus. - a idosa exclamou e colocou a mão no peito. Os dois se separaram de imediato.
  - Ahn, acho que esse não é nosso andar. - falou meio envergonhado. - Com licença. - ele apertou o botão do andar do quarto deles e a porta se fechou.
  - Desse jeito você dará motivos para aparecermos nas capas das revistas. - ela falou e ele começou a rir.
  - Sabe, se não fôssemos interrompidos, você teria retribuído? - ele perguntou, agora ela tentava evitar que os olhares se cruzassem para não terem outros problemas.
  - Não quero que pensem que sou uma groupie. - ela disse fitando os pés.
  - Você não é.
  Silêncio. Não trocaram nem meias palavras até chegarem ao quarto.
  - Só por curiosidade, se eu não tivesse te descoberto naquela loja de conveniência você iria notar em mim? - ela falou se sentando no sofá. Ele a olhou e foi pegar uma latinha de energético, a abriu e bebeu um gole.
  - Sim, claro.
  - Você sabia que se eu não estivesse naquela loja e se não tivesse passando mal, eu estaria lá fora gritando por vocês. Sabia? - falou mais revoltada. Essa garota era bipolar ou o que?
  - Do que você está falando? - ele perguntou deixando a lata numa mesa e se sentou ao lado dela. respirou fundo e pegou as mãos do garoto.
  - Eu retribuiria o beijo. Só que acho que é muito cedo para nos beijarmos. - ela finalmente o olhou nos olhos, seu olhar era triste. Apesar de ser fascinada pelo garoto, sabia que era um amor platônico, pelo dos palcos.
  - Ok. - ele soltou a mão dela, se levantou, pegou o energético que bebia e saiu do quarto, batendo a porta.
  A seguir , , , e Matt entraram no quarto e encontraram sozinha, chorando. Sua cabeça estava a mil e seus sentimentos estavam confusos.
  - O que houve? - foi até a amiga e se agachou na frente dela, a menina estava com as mãos no rosto, escondendo as lágrimas, chorava quase que sem fazer barulho.
  - Nada, vamos embora. - se levantou e pegou o pulso da amiga, que se assustou com o ato da primeira.
  - O que? Não! - disse se soltando. - Me fala o que aconteceu primeiro.
   secou as lágrimas e respirou fundo. Os homens do local ficaram assustados com o estado da garota. Ela estava tão feliz no almoço.
  - Você precisa de um ar puro. - disse e se virou para . - Acho que vou levá-la ao restaurante para ela se acalmar. - Ele balançou a cabeça afirmamente. - Vamos. - quem estava levando a força agora era .
. se deixou levar pela amiga, que saiu do quarto e ficou apertando o botão do elevador como uma louca. Assim que este chegou entraram e desabou nos braços de , que ficou dando tapinhas nas costas da amiga.
  - Estou tão confusa, amiga. - ela disse entre soluços. - Sabe, deve me odiar agora.
  - Por quê? O que você fez pra ele?
  - Nos beijamos no elevador. - separou a menina do seu ombro e a segurou pelos de .
  - E quando você planejaria me contar?! - ela exclamou chacoalhando a garota um pouco.
  - Bom...
  A porta se abriu e a mesma mulher idosa apareceu no hall esperando pelo elevador, boquiaberta.
  - Bom, isso que está acontecendo aconteceu quando nos beijamos. - disse rápida e sorriu sarcasticamente para a desconhecida. puxou a amiga para fora do elevador a levando para o banheiro feminino.
  - Me conta o que aconteceu! Você beijou ele? - ela disse fazendo se sentar na poltrona que havia no banheiro, era um espaço onde tinha um espelho enorme que cobria uma parede inteira e na frente haviam duas poltronas. ocupou uma, mas não ocupou a outra. Ela ficou andando de um lado para o outro apreensiva.
  - Não. Ele que me beijou. Que foi? Tem diferença, sabia? - acrescentou ao perceber o olhar da amiga de "aham, senta lá".
  - Se foi ELE quem te beijou, tá reclamando do que? - parou na frente da menina e colocou as mãos na cintura.
  - Eu não sou qualquer uma que se deixa beijar por qualquer cara.
  - , se liga, é o ALEX GASKARTH e não "qualquer" um. - disse imitando o modo da garota falar.
  - Eu também não sou qualquer uma que ele vai agarrando pelo mundo, . - ela se levantou e encarou a amiga.
  - Caramba, ele foi o que você sempre quis! Qual é o problema? - rebate.
  - Cara, faz algumas horas que eu o conheci, ESSE é o problema! - gritou irritada.
  - Olha, acho que você não deve se sentir assim. Você veio passar a manhã inteira aqui na porta do hotel, conseguiu o que muitas estão querendo e agora que o cara tá te querendo você arrega? - falou brava.
  A discussão das duas era ecoada pelo banheiro inteiro, graças aos céus que estava vazio, só havia as duas ali.

  No quarto da banda, Matt falava no telefone, via TV com e ouvia música no Ipod. entrou no lugar, o que não passou despercebido por todos.
  - O que aconteceu com você e a ? - perguntou pausando a música e indo falar com o amigo.
  - Nada. - ele ia se dirigir à sala, que foi impedido pelo .
  - Nada? A menina saiu daqui chorando e não aconteceu nada? - o tom do garoto era severo. se assustou com o que o amigo disse. Talvez tivesse sido duro de mais ao sair sem explicações.
  - Você a beijou? - perguntou e suspirou.
  - Beijei. - respondeu.
  - Cara, a garota só está confusa com o que tá acontecendo entre vocês e você beija ela? Vocês se conheceram essa manhã! - exclamou.
  - Eu sei, mas... - ficou sem palavras. Ele não poderia estar apaixonado né? Não.
  - Você gostou dela. - concluiu. olhou para o com um olhar surpreso. Como ele sabia?
  - Gostei, mas não é pra tanto. É?
  - Mano, a disse que não citava o nome dela na matéria, por que então você pensaria que era ela? - ele poderia estar certo. Poderia? ESTAVA certo.
  - Mas e você? Tá amarradão na né? - ele tentou desviar o assunto. Sem sucesso.
  - Sim, mas não fico negando pra todo mundo. - ele deu um sorriso vitorioso.
   chegou perto dos dois e os abraçou.
  - Que meigo, os dois estão amando as brasileiras! Que lindo! - também se aproximou, mas não para abraçar, e sorriu da cena.
  - Ah, cala a boca! - falou e deu um pesco tapa em .

Capítulo 3

  - Preciso falar com ela. - falou apreensivo. Já estava quase na hora do show e ele fez ligar para e falar que elas veriam o show do lado do palco.
  - disse que estavam chegando. - falou olhando o celular, verificando o horário.
  - Calma cara, aposto uma cerveja que elas chegam em três minutos. - falou e colocou a mão no ombro de .
  - Apostado. - disse e apertou a mão do amigo selando o acordo.
  Poucos segundos depois, chega arrastando pelo braço. olha para que o olhava com desprezo, já que o amigo o tinha feito perder uma cerveja.
  - Desculpe o atraso, uma certa pessoa não estava querendo vir. - ela disse olhando com desprezo, quase que igual ao olhar de .
  - . - anda atropelando todo mundo na sua frente para chegar à menina. - Preciso...
  Matt o segurou e o impediu de falar com a garota.
  - , hora do show. - disse o empurrando para o palco.
  - Mas...
  - Bora fazer um show daora, cara! - empurrava mais ainda. Sabia que o amigo queria falar com , mas eles tinham um show para fazer.
   deu um sorriso sincero, parecia que seus sentimentos se organizaram. Ele sorriu de volta e foi para o palco, era o último show da tour pelo Brasil.
  Eles abriram o show com Stella e logo depois Lost in Stereo. O show estava de mais, o público praticamente a loucura, a banda estava tocando muito bem. Ora ou outra olhava para , que não parava de cantar e mandar sorrisos para o rapaz.
  É, parece mesmo que ele estava apaixonado. Cantava com mais vontade e melhor. Mas não podia negar que estava acontecendo muito rápido, já ficara confusa, deixá-la não era o que ele queria, definitivamente não.
  Tocaram A Party Song, fazendo quase o chão desabar de tanta gente pulando. Depois tocaram Shameless, o que surpreendeu a todo mundo. A galera cantava todas as músicas dos caras com tanta vontade, mostrando o quanto a banda era amada no país do futebol.
  Coffe Shop Soundtrack fora tocada quando passou mal, a ajudou, sentando numa das caixas que guardava os vários fios de guitarras e caixas de som.
  - Você está bem? Não é melhor descansar não? - negou com a cabeça. Falou que estava bem e se levantou.
  Começou Six Feet Under The Stars e não parava de pular, já que era a sua música favorita.
  Então começou Too Much. olhava para quando tocava o refrão. Seus olhos não se desgrudavam dos da garota, pareciam ímãs.
  Ela sabia que estava encantada com o jovem , além de ser o seu favorito, fora quem ajudou quando precisara. Finalmente conseguiu entender o que o seu coração gritava e ela não entendia -ou não queria entender-, ela estava completamente apaixonada pelo cara que conheceu naquela manhã. Não o dos palcos, mas o da loja de conveniência, do quarto de hotel, do elevador.
  Sorriu como nunca tinha sorrido. estava finalmente de bem com seus sentimentos.
   notou que a menina o via diferente, até errou algumas notas. Os fãs ficaram estranhando a falta de sincronização do e começaram a vaiar. Ele voltou a olhar para platéia e se desculpou, alegando ter se distraído com uma pessoa especial.
  Tocaram Poppin' Champagne e o povo ficou louco, cantavam mais alto que os alto-falantes.
  Depois de mais Weightless, Damned If Do Ya e Break Your Little Heart veio Dear Maria, a música de encerramento da maioria dos shows e desse também. Ao final da música, não só um, mas TODOS os quatro se jogaram na platéia, que puxava, agarravam, apertavam, empurravam para chegar perto, faziam de tudo para tocar nos garotos.

  - Cara, esse foi um dos shows mais irados que já fizemos. - disse bebendo quase uma garrafa de água em um gole só.
  - Com certeza! Temos que voltar aqui ano que vem. - falou na frente de um ventilador com a língua de fora, parecendo um cachorro quando anda de carro com o vidro aberto.
  - Cadê ela? - perguntou para os outros três, que focam em silêncio.
  - Ela está lá dentro. se sentiu mal e...
  Não deu tempo dele ouvir o resto da resposta de Matt, saiu em disparada a qualquer lugar que estivesse.
  Ele andou por corredores, trombou com pessoas da staff, tomou um drink que roubou de um cara, e correu como nunca.
  Até que chegou a uma sala onde estava ditada num sofá. estava sentada na cadeira na frente dela e de costas pra ele.
  - ... - apontou para , se levantou e foi até ele, colocando uma mecha do cabelo atrás da orelha.
  - Precisamos conversar. - ele disse ofegante por causa da corrida que dera.
  - Precisamos, mas está mal, vou cuidar dela e...
  - Eu cuido dela. - apareceu atrás de atraindo toda a atenção para si.
  Ela concordou com e foi para outra sala com .
  - Acho que o que está acontecendo com a gente muito precipitado. - ela disse cabisbaixa, como se a de antes do show voltasse à tona.
  - Também acho. - ele disse se sentando na caixa de som que havia lá. - Mas não muda o que eu sinto por você.
  Ela o encarou surpresa. Ele sentia algo por ela, além de uma atração física.
  - Você sente o que eu sinto né? - ele a tirou dos pensamentos.
  - Sinto. - ela respondeu. - Mas ainda é cedo demais para tomarmos alguma decisão.
  Silêncio. Eles teriam que discutir sobre o que fariam dali em diante. Mas como fazer isso sem magoar o outro?

Capítulo 4

  Eles iam embora. Já estavam no aeroporto. Estava lotado, mas já estavam na sala de embarque, então não havia mais que eles, Matt e as duas amigas.
  - Vou sentir sua falta. - dizia segurando a mão de , ela ficavam cada vez mais triste. Ele havia proposto que ela fosse com eles, mas como a saúde dela não era totalmente boa, preferiram não arriscar uma piora repentina.
  - Eu sentirei a sua falta. - sussurrou no ouvido de , fazendo com que os pêlos da nuca dela se eriçassem.
  - Também vou sentir sua falta. - e se abraçaram.
  Eles tinham conversado sobre tudo. Decidiram que ele iria embora e ela ficaria. Tinha sua vida inteira no Brasil, não poderia sair do país assim, sem mais nem menos. Mas se comunicariam, via internet ou por telefonemas. Eles estavam livres para se relacionarem com quem quisessem. Eles não eram namorados, mas tinham uma amizade bem colorida. Se veriam no próximo show brasileiro do All Time Low.
  Eles deram um último beijo, um beijo que seria guardado na memória dos dois. Não estavam se importando com os amigos e muito menos com os vários fotógrafos que ficaram tentando pegar o melhor ângulo daquele beijo por traz do vidro da sala de embarque.
  Se separam, mas não separaram as mãos, que estavam entrelaçadas.
  Ela foi se despedir de , e Matt. foi se despedir de . não soltava a cintura de por nada, até que foi se despedir do 'ficante' da amiga.
  - Cuida dela. - ele falou e o olhou com desprezo, dando um tapinha nele.
  - Pode deixar. - ele sorriu.
  Só faltavam os dois para se despedirem. E nenhum deles queria aquilo. Seria pior que uma facada no peito para ambos.
  Se abraçaram, não conseguiu segurar as lágrimas. não conseguia respirar tamanha era a sua dor. Se separaram sentindo que cada um deixaria um pedaço seu com o outro; Seus corações.
  Eles foram em direção ao avião e elas e direção à saída do aeroporto.
  Tudo teria que voltar ao normal. Suas vidas e suas rotinas. Porque não era todo dia que você conhecia o seu ídolo e o grande amor da sua vida.

FIM



Comentários da autora

Gelere! OUTRA fic da Coca no EC! Já estou ficando experiente nisso né? rere
Então, essa fic eu comecei muito bem e acabei muito mal, aposto que muitas de vocês estão querendo me apedrejar certo? :S
Enfim, enquanto estou viva eu vou pedir que vocês twittem #ATLBRAZILIANTOUR! Além de ajudar na divulgação da fic, vamos mostrar aos guys o quanto estamos ansiosas pela tour brasileira!
Ok, só isso mesmo.
Espero comments de todas aqui hein.