Assassina

Escrito por Anna Sanguinetti | Revisado por Naty

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  Correr. Uma viatura estava atrás de mim. Entrei em um beco das ruas de Nova York. O problema: ele era sem saída. Eu estava perdida. A viatura logo parou. Eu não conseguia mais correr, eu estava machucada demais, o corte na minha testa não parava de sangrar. Sentei-me no chão e esperei pelos policiais.
  Mais eles não vieram. Da viatura apenas desceu um policial. Cabelos castanhos e olhos da mesma cor. Ele tinha uma arma em mãos mais a abaixou quando viu meu estado. Minha vista foi escurecendo até que eu desmaiei.
  Acordei em um quarto branco. Não parecia ser a cadeia, muito menos um hospital. Então onde eu estava? Sentei-me e uma dor se apossou de minha cabeça, lembrei-me do corte e coloquei a mão na testa, o corte havia sido tampado. Levantei-me e reparei no quarto, uma cama grande de casal com lençóis azuis, um guarda roupa e uma escrivaninha, uma tv com vídeo game e vários portas retratos. A porta se abriu e eu me virei de repente.
  O mesmo policial que eu vi ontem dava um pequeno sorriso. Ele usava uma blusa comum branca e uma bermuda. Seus cabelos estavam arrepiados.
  - Quem é você?
  - Justin. E você é a .
  - Por que me trouxe aqui?
  - Você estava machucada demais pra ir presa ontem. Aqui, - me entregou uma toalha e minha mochila. - Vá tomar um banho, depois conversamos.
  Ele saiu do quarto, deixando-me sozinha. Entrei no banheiro e tomei um banho demorado, havia meses que eu não ficava tanto tempo assim no chuveiro. Enrolei-me na toalha que o Justin me deu, me sequei bem e vesti minhas roupas.
  Uma calça de couro preta, uma blusa preta com meu colete onde escondia minhas facas, calcei minhas meias e minhas botas de cano médio. Guardei minhas outras roupas na bolsa e tirei todas as minhas facas. As arrumei dentro do colete e coloquei uma em cada bota.
  Sequei meu cabelo e o penteei. Saí do quarto e desci um lance de escadas. Não sabia porquê mais eu não queria sair daquela casa, era um dos poucos lugares onde eu me sentia segura desde quando meus pais morreram.
  Deixei minha mochila em um sofá e fui até a cozinha. Encontrei Justin com um boné pra trás em frente ao fogão. Sentei-me em uma das cadeiras e fiquei o observando, ele devia ter uns 19 ou 20 anos.
  De repente me veio um pensamento: eu fiz 18 anos há dois dias e o primeiro crime que eu cometo depois da maioridade, a polícia já vem atrás de mim.
  - Não vai tentar fugir? - tomei um susto.
  - Não. Pelo menos por enquanto.
  - Sabia que a polícia está atrás de você desde quando fez 15 anos?
  - Você não é meio novo pra saber da minha ficha criminal?
  - Entrei pra policia há um ano. Já deu tempo de aprender sobre a “grande assassina”.
  - Quem disse que eu sou assassina?
  - É apenas um palpite. - ele se virou pra mim e sorriu.
  Um calafrio passou por todo o meu corpo. Ele foi chegando mais perto, me levantei e ele continuou, eu bati as costas na parede. Ele estava há alguns centímetros. Ele era um pouco mais alto do que eu e parecia mais bondoso. Ele sorriu e minha respiração ficou desregulada até que ele juntou nossos lábios.
  Um choque me atingiu. Ele colocou suas mãos em minha cintura e eu coloquei minhas mãos em seus cabelos, eu os puxava de leve. Justin separou nossos lábios.
  - Por que você fez isso? - sussurrei.
  Ele deu de ombros e me beijou de novo.

  Uma semana depois

  Tinha uma semana que eu estava na casa do Justin. Até agora, ele não me levou pra polícia. Ele e eu, bem... Acho que estamos namorando. Eu gosto muito dele, como nunca gostei de ninguém. É estranho e bom ao mesmo tempo.
  Estávamos lá, deitados na grama molhada, era muito bom ficar ao lado dele e saber que eu não precisava fugir.
  - Como foi o trabalho?
  - Normal. O que fez hoje?
  - Nada. - me deitei de barriga pra baixo e levantei minha cabeça.
  Ele deu uma risada abafada e eu o beijei. Era tão bom ficar com ele.
  - Eu te amo. - ele disse.
  - Eu te amo mais.
  Quando eu ia beijá-lo de novo, ouvimos uma sirene de polícia. Ele se levantou rapidamente, eu olhei com medo.
  - Vai. - ele jogou minha mochila em minha direção, eu sempre a mantinha por perto.
  O beijei pela ultima vez. Coloquei minha mochila nas costas e pulei o muro de sua casa, eu precisava sumir, eu não poderia colocar a vida dele em perigo.

  Dois meses depois

  - O que você quer de mim? - a menina loira a minha frente chorava, eu apenas dei uma risada cínica.
  - Querida, ainda não entendeu? Assassina de aluguel, o que acha que vou fazer? - escolhi uma de minhas facas e a posicionei perto do pescoço da menina chorona, de repente ela abriu um sorriso.
  - Era tudo o que eu precisava.
  De repente, um monte de policiais começaram a entrar no galpão e ele estava lá com uma arma em mãos. Ele sorria pra mim. Um sorriso triste. Mais que rapidamente, eu passei minha faca pelo pescoço da loira. A mesma desviou o que acabou resultando em um corte bem fundo em seu antebraço.
  - Parada, Silverman. - Bieber colocou a arma em minha cabeça. Dei uma gargalhada, não era dessa vez que eles me pegariam, mesmo assim soltei a minha faca no chão. Uma equipe médica correu em direção a garota loira que sangrava muito.
Justin colocou as algemas em meu pulso.
  - Não aperte muito, Bieber. Sabe que não gosto quando algemas marcam meu pulso. - sussurrei pra que ele ouvisse, os pelos de seu pescoço se arrepiaram.
  Ele me levou até sua viatura. Colocou-me no banco de trás e trancou o carro. Ele começou a falar com seu chefe que sorria orgulhoso pro mesmo. Essa vida era realmente horrível.
  Justin entrou no carro e deu a partida. Sua cara era de preocupação e tristeza, ele estava me escondendo algo.
  - Ela vai ficar bem. - disse de repente.
  - Quem?
  - A garota que você machucou.
  - Eu não me importo com ela. - dei de ombros.
  - Você vai morrer. - disse triste. Tomei um susto.
  - O QUÊ? - gritei.
  - Câmara de gás. Eles vão te matar pelos seus crimes. - uma lágrima caiu de seus olhos.
  - Me deixe ir. - implorei. - Eu juro que paro com essa vida. Eu vou embora.
  - Você sabe que eu não posso fazer isso.
  - Eu vou fugir.
  - Eu sei que vai.
  - Vai embora comigo? - ele se assustou e me olhou pelo retrovisor.
  - Quando você conseguir fugir a gente vai.
  Um sorriso triste brotou em meu rosto. Fomos o resto do caminho em silêncio. Justin não havia me revistado e por tanto eu tinha uma faca em cada bota, uma no braço e três na cintura. Ok.
  Chegamos à delegacia e Justin me levou. Todos me olhavam torto. A maioria que me conhecia sorria, e eu sorria ainda mais.

  Justin P.O.V

  Levei a para a sala com a câmara. Eles a levaram de mim. não era fria. Ela era doce e carinhosa, gostava de ver tv e de super heróis, gostava de usar all star e roupas azuis. Ela adorava rir e nunca falava de seu passado.
  Eles colocaram a dentro da câmara e até agora eu estava ansioso. Eu fugiria com ela. De repente, ela tirou uma das facas da bota e enfiou no abdômen do policial que a segurava, então começou a confusão. Vários policiais foram segurá-la e a matava cada um que chegava a três metros de distância dela. Até que a agente que ela havia machucado arremessou uma faca em sua perna.
   caiu com um estrondo no chão. Um policial a jogou dentro da câmera novamente e fechou a porta. Eu entrei em desespero. Eu acreditava que ela tinha um outro plano até que começaram a soltar o gás venenoso na câmara. Ela começou a tossir e engasgar. Eu não me mexia. Estava em choque.
  Até que ela caiu no chão. não se mexia. Seus olhos se fechavam lentamente. Lágrimas. Lagrimas caiam de meus olhos e dos dela, ela deu um ultimo sorriso. Eu não conseguia me mexer. Pude ler seus lábios: Eu te amo. Repeti um eu te amo fraco. Ela sorriu um pouco mais até que seus olhos se fecharam.

FIM



Comentários da autora

Hey, Foxers. Como vão? Mais um short pra vocês. Gostaram? Faltou algo? Comentem ai em baixo. Bem essa tem um final um pouco triste. Foi legal escrevê-la mais não achei um fim melhor do que esse.
xx Beijos