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#017 Temporada

Dua Lipa
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As Loucuras do Primeiro Amor

Escrita por Nicole Manjiro

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  Sábado. 23h43.
  Pós festa de aniversário da garota mais popular da sala que, ao contrário das histórias de televisão, não era a garota rica e mesquinha, alvo de inveja de todas as outras garotas. Jaqueline era a garota mais legal do mundo inteiro; legal de verdade, era por isso que ela era a mais popular. Com ela, não havia tempo ruim. Gostava de fazer brincadeiras, ajudava os que estavam passando por um momento ruim e, assim como a maioria da turma, não era exatamente um exemplo de estudante, mas se esforçava.
  Todo ano, desde que completara 13, seu aniversário era em forma de balada. Os pais dela transformavam a pequena garagem em uma pista de dança, com direito a globo, luzes coloridas e fumaça com cheiro de tutti-frutti. Por essa única razão, era A festa. Mesmo outras garotas, mais ricas, fazendo suas festas em salões dos clubes mais caros da cidade, todo mundo esperava mesmo pela festa com um todo azul – que a cada ano ficava mais e mais claro – e os apetrechos de segunda mão, alugados sempre no mesmo lugar.
  No entanto, o evento que todas as garotas esperavam mesmo era a pós festa, quando os familiares e garotos da turma iam embora, e sobrava somente as garotas. Era naquele momento que a fofoca rolava à solta e as loucuras que só garotas de 16 anos faziam, de fato, acontecia. Pacto de sangue (que na verdade não tinha sangue envolvido, apenas uma cera de vela quente no pulso - que todo mundo achava que causava a mesma dor), filmes de terror e troca de informações importantes que seriam utilizados até o ano seguinte, quando Jaqueline completasse uma nova idade.
  Estávamos todas espalhadas pela pequena sala da casa dos pais de Jaque. Eles e os irmãos mais velhos dela já haviam ido dormir (ou ido para a balada de verdade), e sobramos somente nós. Preparamos nossos lanches e cobrimos o chão da sala de colchas grosas, travesseiros e cobertores. Duas sortudas dormiriam nos únicos 2 sofás disponíveis, enquanto 2 azaradas acabariam em baixo da mesa de vidro.
  Eu encarava o celular, ao mesmo tempo que uma careta tomava conta de minha expressão.
  O ambiente ao meu redor, que há pouco estava repleto de burburinhos, de repente transformou-se em um completo silêncio. Pelo que me parecia, eu não era a única que havia visto, no visor do aparelho, quem estava me ligando.
  Suspirei. Eu estava há semanas esperando por esse telefonema, e não esperava que ele fosse ocorrer justo hoje, quando estou rodeada de amigas - algumas delas muito fofoqueiras.
  Peguei o aparelho a fim de atender, ao mesmo tempo em que quase todas gritaram juntas, um alto e sonoro:
  – NÃO!
  Com o susto, deixei meu celular cair no chão que, por sorte, quicou da colcha em meu colo, para o travesseiro ao meu lado. Olhei para o grupo inteiro de olhos arregalados.
  – Por quê? - perguntei, admito, um pouco indignada. Elas sabiam que eu aguardava ansiosa por aquele telefonema.
  – Você disse que ele não te ligou nenhuma vez desde aquele dia. - Fabi, ao meu lado, disse séria.
  Ele, cujo nome é , é o garoto por quem sempre tive uma paixonite desde o 6º ano. Resumindo o necessário, nossos pais são amigos de colégio, portanto, eu e ele sempre nos encontramos desde criança, mas foi somente quando, em um momento de humilhação, ele se mostrou doce e compreensivo, que pude enxergá-lo como um garoto de verdade, não o menino chato e hiperativo. Desde então venho jogando indícios de meu interesse e minhas amigas, como boas parceiras, também fazem seu trabalho, indo “agitá-lo” para mim. O problema é que assim como sua hiperatividade, também era muito tímido. Por essa razão, estamos enrolados há dois anos.
  Sim, dois anos.
  Quando você tem certeza de que está apaixonada pelo homem da sua vida, você não percebe o tempo passar. Quando vê, dois anos se passaram, o que te faz sentir boba, mas ao mesmo tempo confiante de que não há outro caminho para esse amor, senão o final feliz.
  E foi o que - quase - aconteceu. Há duas semanas, na festa de aniversário do Davi, que, assim como Jaqueline, sempre faz a mesma festa todos os anos (no boliche da cidade, já que seu pai é o proprietário), e eu ficamos pela primeira vez.
  Toda festa possui um casal. Sem perceber, é assim que acontece. Tal casal é escolhido a partir dos sinais de que está na hora de dar um passo na relação. Às vezes o casal não é bem um casal; é apenas um dos lados que possui um interesse e acaba com o coração partido. Tudo depende da escolha dos dois grupos: das meninas e dos meninos. Eu nunca entendi bem como o anúncio é feito pelos dois lados, o que sei, é que alguém começa uma fofoca de que fulano e ciclano devem ficar naquela festa, e todos subitamente fazem esforço para que a união aconteça.
  Pode, claro, haver brigas. Geralmente acontece quando há um triângulo amoroso. Como todos na sala são amigos, a discussão é mais em baixo. Mas ninguém nunca deixou de ser amigo de ninguém – a não ser que um dos envolvidos mude de escola.
  Finalmente a minha vez havia chego. Toda festa eu saía da casa de quem quer que fosse (sempre nos arrumamos na casa de uma das meninas em que o pai ou mãe estava disponível para levar e buscar) com o coração na mão, rezando para duas situações: 1) que o casal da noite não fosse o com outra garota; 2) que o casal da noite fosse eu e o .
  Meu desejo estava se realizando. Metade da festa foi marcada por cochichos para lá e para cá, de amigas minhas passando mensagens para os amigos de , que falavam com , e a resposta fazia todo o caminho inverso até chegar em mim, a outra ponta. Até que, em um momento, um dos amigos de diz que ele estava me chamando para falar algo no lado de fora do boliche.
  No lado de fora, especificamente em um canto entre arbustos, no final do estacionamento, onde nenhum carro ia estacionar por ser muito longe da entrada, havia alguns tijolos de cimento onde casais se sentavam para se beijarem. Nos aniversários de Davi, ir “para o lado de fora” significava ir para esse canto do local.
  Com a sensação de que minha barriga estava em modo vibratório de tão nervoso, caminhei com as pernas bambas até o local, onde vi sentado, os cotovelos apoiados nos joelhos, mexendo em um pedaço de planta. Ergueu a cabeça quando ouviu o som dos meus passos. Abriu um pequeno sorriso, mas não era de timidez. Parecia felicidade. Eu, em meu momento de mais alegria, interpretei como felicidade.
  Seus cabelos eram castanhos. Não escuros, a ponto de parecer preto, mas também não claro, chegando a quase ser loiro. Era escuro, mas no sol parecia um marrom que usamos para colorir o tronco de árvore nos desenhos do jardim de infância. Os olhos castanhos brilhavam. Ele possuía uma pinta no buço, bem no canto esquerdo do lábio - tentei meu melhor para não olhá-la até que tudo aquilo acabasse, poderia passar uma mensagem errada, e se ele não quisesse ficar comigo? Havia tido situações com outras pessoas, em que o encontro rolou para que uma das partes desse um fora na outra de maneira respeitável, sem que a pessoa interessada passasse por uma vergonha. Eu não queria passar por aquilo.
  – Senta aqui. - ele disse. Vi seu pomo de Adão mexer em seu pescoço. Que droga, como poderia me sentir tão atraída por um pescoço? Mas ele era grosso e parecia muito másculo para mim… ai.
  Timidamente me sentei. Na verdade, tentei ser mais relaxada, como era antes de começar a gostar dele. Para ser sincera, não me lembro como me comportava antes de essa paixonite começar, o que me atrapalhou muito nesse momento de tensão.
   tem os ombros largos. Os amigos dizem que é porque ele faz natação. Ele sempre gostou de nadar. Enquanto todos os garotos jogam futebol, ele faz natação. A professora de ciências disse que esportistas dessa modalidade têm, mesmo, a parte de cima do corpo mais desenvolvida, apesar da parte de baixo não ficar para trás. Porém, de um ano para cá, seu corpo parece que tomou uma forma de homem - ou o que eu achava ser de homem. E isso fez com que ele ganhasse mais admiradoras, tendo, pelo menos, uma garota por quinzena se declarando durante o recreio, o que, não posso negar, me deixou mais desesperada.
  – Você veio com a Jaque? - ele puxou o assunto.
  Tentava, a todo custo, não mostrar meu nervosismo. Engoli seco antes de responder um simples:
  – Sim, e você? Com o Pugli?
  – Não, sozinho. Tive treino, então vim direto. Deixei a mochila no guarda-volumes.
  – Ah… você vai participar do campeonato no final do mês?
  – Sim. Meu treinador disse que tenho potencial para começar a participar dos regionais e, quem sabe ano que vem, o nacional. Talvez eu consiga uma bolsa em uma universidade privada.
  – Uau! Não sabia que era possível.
  – Nem eu. - rimos juntos.
  Ele estava à vontade, o que me deixou ainda mais nervosa. Quando um garoto está à vontade, significa que ele vai lhe dar um fora, não é? apenas é legal demais para me fazer ficar constrangida. Eu já queria chorar.
  Ficamos em silêncio por mais um tempo, até ele virar parte de seu corpo para mim. Ele parecia uma estátua, de tão grande. Eu nunca me considerei uma garota mignon, pequena, delicada. Pelo contrário, sempre fui grande o suficiente para ser boa em esportes como vôlei e basquete. Mas não sou boa em esportes, por isso, acabo só atrapalhando. Para ser sincera, odeio me mover, o que me faz estar sempre acima do peso.
  – A Jaque vai dar a festa dela, não é?
  Ai não. Ele virou o corpo para perguntar da Jaque? Não pode ser. Ele NÃO pode estar afim da Jaque.
  – Uhum… - hesitei.
  Ele balançou a cabeça, como quem havia entendido. E então voltou a olhar para frente.
  Como eu havia dito, era um garoto tímido. ERA. Desde que sua popularidade aumentou, tenho o visto mais à vontade rodeado de garotas. Havia boatos de que ele ficava com várias após o treino, quando elas iam visitá-lo. E mesmo quando eu fazia tais visitas, nunca via ninguém com ele, o que me fazia ficar ainda mais paranóica. Entretanto, como somos conhecidos de infância por causa de nossos pais, ele sempre se mostrou mais à vontade comigo. As meninas diziam que era coisa da minha cabeça, mas eu tinha certeza que era porque ele não me via como mulher.
  Permanecemos em silêncio por alguns minutos. Meu coração já começava a desistir desse rolo e tudo o que eu queria era poder sair correndo e chorar, ao mesmo tempo que estava amando ficar ali, ombro a ombro com ele. Percebi que, naquela situação, me sentia como mulher. Era um sentimento gostoso.
  Acabei juntando as pernas e apoiando meus cotovelos nos joelhos. Ele voltou à posição anterior, igual a minha, mas com as pernas abertas.
  Acho que foram mais de 10 minutos naquela posição, mas a verdade é que não foram nem 5. Repentinamente, senti se mover e então, me chamar:
  – ?
  Ao virar minha cabeça para lhe responder, senti seus lábios nos meus.
  Inicialmente, minha cabeça estava a mil.
  “AI MEU DEUS, ELE ESTÁ ME BEIJANDO!”
  “O QUE EU FAÇO?”
  “ELE VAI PERCEBER QUE EU NUNCA BEIJEI NINGUÉM ANTES, QUE MICO! COMO FAZ PARA PARAR?”
  “QUE PARAR, O QUÊ, SUA LOUCA! JÁ FOI! PARA DE PENSAR E BEIJA ELE DIREITO!”

  E então, como se eu obedecesse esse frágil momento de desespero, fechei meus olhos e deixei que ele me beijasse. Seus lábios se movimentavam e pareciam saber exatamente o que fazer. Deixei que ele me guiasse, e foi exatamente o que fez.
  Senti seu corpo se mover para mais próximo de mim e sua mão acabar apoiada em minhas costas, enquanto a outra vinha em encontro ao meu rosto. Essa mão cobriu metade da minha face. Tudo o que fiz com as minhas mãos, foi agarrar sua camiseta com uma e, com a outra, tocar em seu bíceps. O mero toque imediatamente me fez pensar no quão musculoso ele era. Muito melhor do que nos meus delírios.
  Sem perceber, sua língua abriu caminho por entre meus lábios. Quando isso aconteceu, seu corpo veio para ainda mais perto e minhas mãos só puderam se apoiar em seu peitoral, o que, admito, me fez estremecer todinha. Eu estava vivendo um sonho e estava amando!
  Nos afastamos aos poucos e não abri meus olhos até ele dizer:
  – Respire.
  Abri a boca e soltei o ar, o que o fez soltar uma risadinha. Fiquei feliz por estar escuro, e mais ainda por ele não ter aumentado o espaço entre nós.
  – Eu gosto de você. - ele sussurrou em meu ouvido.
  – Eu também gosto de você. - respondi.
  E aquilo foi o suficiente. Naquela hora.
  Porque na segunda-feira, quando encontrei com as meninas para falar sobre o assunto, elas me abriram os olhos para a verdade nua e crua:
  – Vocês estão namorando?
  Droga. Droga, droga, DROGA!
  É isso o que dá nunca ter se envolvido com ninguém. Você não sabe o que fazer, quais informações ter confirmadas. Fechei meus olhos em pesar, enquanto ouvia um sermão do que eu deveria ter feito, e o que iria sofrer dali pra frente.
  De fato, todas as previsões de sofrimento feitas pelas minhas amigas foram realizadas.
   não comentou mais comigo sobre nada. De vez em quando, no recreio, ele vinha ao meu lado, na roda de amigos, e passava o braço por meus ombros, o que me deixava ilusoriamente satisfeita com nossa situação. No entanto, não havia nada mais. Nenhuma conversa só nós dois, nenhuma mensagem pós escola, nem mesmo um “oi, tudo bem?” no MSN.
  Eu não poderia ser só um caso, não é?
  E então, aqui está, seu nome no visor do celular como chamada perdida, e todas as meninas me olhando como se eu fosse louca por querer atender.
  – Você não é cachorrinha dele, para atender quando ele quiser! - Fabi disse, brava. – Ele não falou nada até hoje, e do nada vem?
  – E se os meninos deram um toque nele? - Heloísa disse do outro lado da sala. – Os meninos foram dormir na casa do Pugli, não é? E se a gente ligar o computador…
  – Não vamos quebrar a nossa regra! - Jaqueline disse.
  Temos uma regra clara em nossas pós festas. Não ligaremos o computador. Como esse era o único meio para o MSN, nós havíamos metade o uso dele, pois a festa era um momento de garotas, e nada que não fosse nós e nossa amizade poderia atrapalhar a nossa noite. Além disso, evitava de qualquer uma de nós cometermos erro ou ficar excluída batendo papo com outra pessoa.
  – Mas o que eu faço? Eu quero atender! E se ele não quiser mais ficar comigo porque eu o ignorei?
  Vi várias cabeças mexerem em negação, como se estivessem desapontadas comigo.
  Jaqueline, que estava quase de frente para mim na roda, se remexeu e inclinou-se para frente, de modo que todas as outras meninas se organizaram para formar a roda direito e ouvirem o que ela tinha para dizer:
  – Agora, você vai seguir as minhas regras.

  Jaque sempre foi uma garota à frente, como minha mãe gostava de me lembrar.
  Ela era a única da nossa turma de meninas, que tinha uma irmã mais velha – BEM mais velha – a Daniele. Isso fazia com que Jaque realmente fosse mais madura do que o resto de nós, pois tinha alguém legal para orientá-la em casa. Assim, suas dicas sempre eram muito boas, o que se tornava mais um motivo de sua popularidade, e de ser “a líder” do grupo.
  – A Dani disse que quando um garoto está enrolando demais, só resta seguir três regras. - Jaque fez o número com o dedo. – Ela falou que todas as meninas que seguiram essa regra, acabaram tomando conta da relação e agora namoram os garotos E os têm na mão. É isso o que nós queremos. Eles quem têm de comer na nossa mão, e não o contrário.
  Houve um som de concordância geral no ambiente. Eu seria uma delas, se não fosse a vítima do momento. Não acho que vale a pena correr o risco de perder o , quando demorei 2 anos para conseguir. Talvez eu devesse seguir minha intuição.
  – Regra número um! – Jaqueline fez o número com o dedo e fez um coque com seus longos cabelos em tom de castanho claro, que era um dos motivos de inveja das garotas de cabelos escuros da sala, com exceção de Heloísa, que era a única loira. – Não atenda o telefone. Ele pode estar se sentindo sozinho, e está te usando para preencher esse espaço.
  Não vejo como aquilo pode ser ruim. Quero preencher esse espaço. Quero preencher todos os espaços da vida dele!
  – Ele também pode estar bêbado.
  – Bêbado? - olhei, incrédula, para Jaque. – O ?
  – Ele está na casa do Pugli, lembra? Os irmãos mais velhos sempre fazem os meninos beberem.
  Mordi o lábio. Isso era verdade. Na verdade, odiava quando os pós festas dos meninos era na casa do Pugli por dois motivos: 1) os irmãos mais velhos do Pugli, que chamamos de Puglião e Puglizão (Pugli é o sobrenome deles, mas há outro garoto com o mesmo nome do Pugli, que é o , então acabamos o apelidando assim para diferenciá-los); 2) a irmã mais velha do Pugli. Ela é absolutamente LINDA e só um ano mais velha que nós. Seu nome é Isabela, mas todo mundo a chama de Bela, o que me deixa ainda com mais ciúmes, afinal, a Bela conseguia ficar com quem quisesse. Do jeito que está bem-quisto pelas garotas, não é difícil da Bela querê-lo também, já que ela, claro, também tinha bom gosto.
  Eu precisava atender aquele telefonema. Será que retornar também fazia parte da regra.
  – É claro, sua boba! - Jaque disse rindo, quando comentei. – Você não pode deixar que ele use você quando for conveniente para ele.
  – Mas… mas…
  – Aceita, . - Fabi, ao meu lado, fez um carinho em minhas costas. Como nós éramos vizinhas de apartamento, sempre fui mais próxima dela e acabávamos sempre juntas. Eu sentia, por isso, que nossa conexão era muito mais forte, do que com as outras meninas, mesmo sendo nós todas as melhores amigas umas das outras.
  – Ta… qual é a regra número dois? - perguntei, esperando sinceramente que ela seja melhor do que a primeira. Não tem como piorar, tem?
  Jaqueline se mexeu, animada por estar novamente orientando uma de nós, e disse:
  – Seja o que for, não saia com ele.
  E lá se vai minha chance de namorar na adolescência.
  – Impossível. - disse, transtornada. – É impossível as garotas que seguiram essas regras terem terminado namorando o garoto. Como que se flerta, sem sair com ele?
  – Mas vocês nunca saíram. - Ingrid disse do meu outro lado. Enviei-lhe um olhar feio e ela encolheu os ombros, percebendo o quão insensível foi com o comentário.
  – Ué, se ele te pedir para ir com ele a algum lugar, você diz que tem outra coisa para fazer naquele momento. - Jaque disse, como se fosse uma sábia. – Isso o fará ficar inseguro, pois achará que você tem outras opções à vista.
  – Ahh… - algumas meninas disseram, juntas.
  Fazia sentido, ao mesmo tempo que não fazia. Eu não tinha outras opções, e não queria ter. disse que gostava de mim, será que elas haviam esquecido? Ou eu quem estou sonhando demais com aquela cena?
  – Pode ser que ele te chame para assistir ao campeonato na semana que vem! - Helô disse, apontando para mim e me lembrando desse evento tão importante para ele. – Se ele gosta de você, com certeza irá querer você lá.
  – É! - Jaque disse, ainda mais animada. – E você NÃO aceitará o convite.
  Não pude evitar revirar meus olhos, porque aquilo era ridículo! Era um momento importante para ele, é óbvio que eu tinha de ir! E se ele decidisse me pedir em namoro após vencer - supondo que ele vá vencer.
  – São nesses momentos de importância, que ele perceberá melhor que você não está aqui para ser feita de boba! - Jaqueline quase gritou de animação, vendo o resto do grupo, exceto eu, concordar com ela. – Agora, terceira e última regra!
  – Mal posso esperar… - resmunguei, olhando de canto para o meu celular, que não voltou a vibrar, pois ele não tentou uma segunda vez.
  – Não seja amiga dele.
  Ah, qual é!
  Me deitei no colchão atrás de mim. Eu desisto!
  Voltei a me sentar, indignada.
  – Vocês sabem que eu JÁ SOU, desde PEQUENA, amiga dele, não é?
  – Bem… - as meninas hesitaram. – Talvez, então, você não deva aprofundar essa amizade?
  – Veja bem - Jaque voltou a falar –, existe uma linha que separa o amigo, do namorado. Se você deixa o passar essa linha de amizade, para mais amizade, ele nunca poderá ser seu namorado, entende? Porque serão amigos demais.
  Abri a boca. Que droga, isso fazia mais sentido do que as duas primeiras regras, porque havia um exemplo vivo no nosso grupo de que aquela regra estava certa, e ele estava sentado ao meu lado.
  Olhamos todas para Fabiana, que rapidamente enrubesceu ao se ver sendo o centro das atenções sobre aquele assunto.
  Fabi e Davi sempre foram amigos. A afinidade rolou, e por isso os dois sempre ficaram juntos, mesmo sendo de sexo oposto. E então, um dia, o Davi disse que acharia legal se Fabi fosse sua namorada. Ter as primeiras vezes com alguém que ele estimava muito poderia ser a melhor coisa que um garoto poderia querer aos 15 anos. No entanto, acabou sendo o maior trauma da vida dos dois. O namoro durou 3 meses. Nesse meio tempo, os dois, juntos, perderam a virgindade. Foi estressante até para nós, amigos.
  Tanto Fabi, quanto Davi terminaram o relacionamento constrangidos, e demoraram mais de seis meses para voltarem a se falar com mais tranquilidade. Obviamente o namoro deles não acabou porque o sexo foi horrível; eles continuaram namorando por 2 meses. O problema foi que, como a regra 3 explica, eles não se viam como amantes, mas sim como amigos.
  Os dois só foram voltar a se falar, quando Fabi e Davi entraram em novos relacionamentos e viram que transar não é nada demais (mesmo sendo para mim, já que não tive essa primeira vez). Agora, os dois podem até não ser os amigos grudados como eram antes, mas não tornam o ambiente congelado quando o grupo decide fazer alguma coisa juntos.
  – Como faço para não ser mais amiga do que já sou?
  Todas olhamos para Fabi, que olhou para cima, pensativa:
  – Hum… acho que existem formas de se envolver com ele. Quando você faz muitas brincadeiras, desenvolve mais amizade. Ou, talvez, quando fala demais sobre coisas que não tem nada a ver com os dois. Quero dizer, depois que estão namorando, tudo bem, mas durante essa fase de paquera, eu não acho uma boa ideia.
  – Tem razão - as meninas disseram.
  Fiquei pensativa e deixei que elas continuassem discutindo sobre as três regras. Eu poderia, sim, falar com ele no dia seguinte, ao invés de agora, afinal, eu poderia usar a desculpa de que temos uma regra a seguir. Não podemos nos distrair do nosso objetivo, que é aproveitar a nossa companhia. Por outro lado, minha ansiedade não me permite conviver com essa ideia em paz. Ele demorou 2 semanas para me ligar, eu deveria atender, não deveria? Poderia ser algo muito importante.
  No final das contas, não retornei a ligação e ele também não voltou a me ligar naquela noite.
  Nem no dia seguinte.

  Na escola, parecia que nada havia mudado. Ao chegar na sala, procurei por , mas ele ainda não havia chego. Por morar em um condomínio afastado da cidade, vinha de transporte escolar, que, às vezes, chegava bem em cima da hora.
  Assim, não deu tempo de eu falar com ele antes da primeira aula começar. No intervalo, também não tive chance de lhe falar a sós, já que as meninas estavam focadas em “me ajudar” a seguir as três regras que Jaque havia dito em sua pós festa.
  Por isso, esperei que pudéssemos nos falar na hora da saída. Eu conseguiria despistá-las e ir falar com ele. Com o campeonato próximo, ele ia direto da escola para o clube treinar, então não pegava a van, que estava sempre em frente à porta do colégio assim que o sinal  de fim de aula tocava.
  Observei quando começou a se despedir dos amigos. Rapidamente me despedi das meninas também.
  – Não vamos juntas? - Fabi perguntou, confusa.
  – Preciso passar na papelaria antes, comprar umas coisas para o curso de inglês. - disse. – Desculpe, esqueci de avisar.
  – Tudo bem. Que tal fazermos a lição de casa na minha casa hoje?
  – Fechado, vou pra lá depois de almoçar. - acenei apressadamente para elas, e saí correndo para o portão. O plano era mostrar para ele que estava caminhando sozinha para casa, que era a alguns quarteirões de distância do colégio, que também era caminho do ponto de ônibus que pegava para ir para o clube.
  Enquanto ele não saía, eu dava passos de formiga, ao mesmo tempo que olhava para trás. Quando vi sua cabeça passar pelo portão, rapidamente me virei e disfarcei.
  – Oi, .
  Agradeci mentalmente quando o vi parar ao meu lado e caminhar no mesmo passo que eu, para me acompanhar.
  – Oi, . Vai para o treino?
  – Sim. - ele olhou no relógio, provavelmente para conferir se o próximo ônibus demoraria para passar.
  – Você não vai almoçar antes?
  – Vou comer um lanche lá. Os outros meninos que treinam comigo também fazem isso.
  – Ah… legal. - e lá se vai a chance de chamá-lo para comer em casa. Parece que o universo está colaborando com a regra 2.
  Andamos um quarteirão em silêncio. Eu não queria tomar a iniciativa, mas também não queria passar mais um dia agoniada por não saber em que pé nós estávamos.
  – Recebi uma ligação sua no sábado - não resisti e comecei a falar sem parar –, me desculpe não ter atendido, mas as meninas têm uma regra de não podermos desviar a atenção da conversa. E nós conversamos muito. - rio, sem graça.
  Ele me olhou confuso, o que logo me fez pensar “ai, não”.
  O vi retirar o celular da bolsa e então arregalar os olhos.
  – Nossa, , eu não percebi! Me desculpa, não foi por querer.
  Sorri pequeno, pois foi o máximo de reação que consegui elaborar naquele momento. QUE-MICO! Eu e minha bocona! Dá para me esconder em algum lugar?
  – Ah, tudo bem! Bem que achei estranho, você sabe, o horário.
  – Nós fizemos uma bagunça lá no Pugli, então pode ser que o celular tenha feito a ligação sem querer. Preciso ver até se usou algo dos meus créditos. - distraidamente ele começou a digitar algumas coisas no celular, para que recebesse um SMS com o valor de crédito disponível.
  Enquanto isso eu, ao seu lado, queria morrer.
  – Bem, então tchau. - disse, ao ver o ponto de ônibus próximo de nós. Graças a Deus!
  – Espera! !
  Virei meu rosto para ele e senti seu braço me puxar mais para dentro da calçada, para que outros alunos e pedestres pudessem passar.
  – Você gostaria de ir me assistir no sábado? Vai ser lá no clube, às onze.
  Apertei os lábios. Ai meu Deus… E agora?
  – Hum… quem vai?
  Quem vai? QUEM VAI? Boa, . Que ótima maneira de fazê-lo se sentir desconfortável. A próxima coisa que ele falar, será o desconvite.
  – Meus pais, meu irmão e… você.
  Gulp. Foi o som da minha saliva sendo engolida a seco, para evitar pular de alegria.
  – Ah, sim, claro, que pergunta! - rio, sem graça. – É claro, estarei lá.
  – Legal! Achei que você já tivesse programação. O Heitor disse que você ia no cinema com as meninas.
  – Ah, não. - não iria mais, com certeza. – Estou livre.
  – Que bom. - ele abriu aquele sorriso enorme que eu sempre gostei. – Meu ônibus está vindo, te vejo amanhã.
  – Até amanhã. - sorri, dando um aceno. Esperei que ele me desse, não sei, um beijo, talvez. Mas tudo o que fez foi acenar de volta.
  Bem, talvez as coisas não tenham saído exatamente da maneira que eu queria.

  Meu pai me deixou no clube às 10h45. Ele havia levado o carro para lavar às 9h e eu quase tive uma síncope quando não vi o carro na garagem. Tive uma breve discussão repleta de gritaria, até que ele ligou para o lava-carro, que disse que poderia entregar o carro às 10h30. Então, eu iria com ele buscar o veículo e, de lá, iríamos direto para o clube.
  – Se não tiver carona, me ligue. - ele disse. – Eu e sua mãe vamos almoçar fora hoje.
  Apenas acenei, enquanto gritei um ‘tá bom’, ao mesmo tempo que corria em direção à conglomeração. No tumulto, procurei pelos pais de , encontrando-os a 2 minutos para as 11h. Aparentemente, havia os avisado que eu iria, então eles guardaram lugar para mim.
  Como esperado, ele ganhou em todas as modalidades que participou. Na torcida, havia várias garotas do clube vibrando por ele, enquanto garotas de outros clubes comentavam entre si sobre o garoto da raia 4, o .
  – Parabéns, filhão! - tio Paulo, sorridente, abraçou assim que os nadadores saíram do vestiário, após a premiação. - Quatro medalhas, hein!
   era só sorriso. Os pais tiraram várias fotos dele, com ele e o irmão mais novo. E então, do nada, tia Lucia disse:
  – Venha, , tire uma foto com o !
  Foi quando vi seus olhos pousarem em mim. Sorri, tentando mostrar minha felicidade por sua conquista, mas estava mesmo é encantada com sua beleza de vencedor. Podia ver garotas ao redor olhando de canto de olho para ele.
  Para ser sincera, naquele momento, quando ele abriu os braços para que eu fosse até ele, ele até poderia ser a estrela do dia, mas era eu quem estava me sentindo a verdadeira vencedora. Sorri e me enterrei nos braços dele, logo ficando ao seu lado para a foto com os pais. Não sou boba de causar uma cena na frente dos dois.
  – Parabéns, ! - disse, animada. – Eu não sabia que ia participar de tantas modalidades assim.
  – Eu não ia, mas um dos garotos da nossa equipe acabou passando mal e entrei no lugar dele.
  Fomos conversando todos nós até o carro. Parei, pois não havia sido convidada para acompanhá-los, apesar de esperar que eles me chamassem. Caso contrário, eu ligaria para o meu pai.
  – Entre, ! Você quer almoçar com a gente? - tia Lucia disse. – E os seus pais?
  – Pode ser, tia. Meu pai disse que ele e minha mãe iam almoçar fora.
  – Ah, então vamos deixar os dois terem um encontro. - ela riu da própria piada.
  – Na verdade, mãe, eu e a combinamos com o pessoal de comer no shopping, será que podem deixar a gente lá?
  – Ihh, não dá nem para comemorar com o campeão. - tio Paulo brincou. – Entrem aí no táxi. Hoje a corrida é por conta da casa.
  Entrei no carro junto de e seu irmão mais novo, que estava, assim como durante o jogo inteiro, com sua atenção presa no jogo de gameboy. Respondi algumas perguntas que os pais de faziam sobre mim e minha família. Por serem muito amigos, era comum eles perguntarem para mim ou para o sobre algo que nem todo mundo sabia, por ser algo bastante pessoal ou familiar.
  – Campeão, me liga se precisar vir buscar. - tio Paulo disse antes de se afastar com o carro.
  Olhei para confusa, que deu um sorriso sem graça e coçou a nuca.
  – Eu queria passar um tempo só com você. Desculpe não ter te avisado antes.
  – Ah… - sorri timidamente. – Tudo bem.
  – Vem, vamos comer alguma coisa. - ele segurou em minha mão e caminhamos para dentro do shopping.
  Para ser sincera, sempre tive alguns sonhos com relação a um relacionamento. Primeiro, queria que meu primeiro beijo fosse com meu primeiro namorado. Isso significava que gostei da pessoa certa. A segunda era andar de carro com ele, o que, nas atuais condições não era possível, já que ainda não completou 18 anos. E a terceira era andar de mãos dadas. É um ato íntimo que acho bonito de se ver; um casal linkado pelo cruzar de dedos.
  Por isso, me senti uma rainha ao andar com os dedos entrelaçados e as mãos dadas no shopping. Parecia que estávamos, mesmo namorando.
  Comemos um lanche, já que não precisava mais da dieta do campeonato. Ainda que não pudesse relaxar, ele poderia pelo menos comer um sanduíche.
  Em seguida, andamos mais um pouco pelo shopping; uma hora depois, nós já havíamos rodado o lugar inteiro, por isso, começamos a fazer o caminho da minha casa a pé. Era longe, o que era perfeito para a ocasião.
  No meio do caminho paramos em uma praça. Ela era chamada de Praça dos Amores, porque sempre havia muitos casais, uma vez que o local disponibilizava vários bancos. Nos sentamos em um deles, mais afastado da vista de todos, e passamos a conversar, até que   se aproximou mais de mim e apoiou seu braço no encosto banco às minhas costas. Aproveitei para me aconchegar ali, como se fosse o meu lugar de direito. Assim como na primeira vez, ele não me alertou de sua próxima ação, apenas inclinou seu tronco para frente de mim e grudou seus lábios nos meus.
  Dessa vez, demorei menos para reagir. Levei minha mão ao seu rosto para acariciá-lo enquanto o beijava. O ato, sem perceber, acalmou meu coração, ao invés de agitá-lo. Isso porque percebi que nada havia mudado desde nosso primeiro beijo.
  – Achei que você não quisesse mais ficar comigo. - disse baixo, quando terminamos o beijo.
  – Desculpe. Foi culpa minha, não é? Eu estava tão focado no campeonato, que quando me lembrava de você, era muito tarde da noite e não poderia ligar ou mandar uma mensagem.
  Mesmo que eu pudesse mostrar um pouco de aborrecimento, não era o que eu estava sentindo. Gostei de saber que, mesmo no meio de toda a correria em sua vida, havia alguns minutos que ele lembrava de mim.
  – Para ser sincero, no sábado passado, quando você estava na casa da Jaqueline, eu liguei, sim, para você.
  Arregalei os olhos para ele.
  – Mesmo?
  – É. - olhou para o lado, sem graça. Até se afastou um pouco de mim. – Eu estava olhando em meu celular e acabei apertando ‘ligar’ sem querer.
  Só depois de um tempo que percebi meu sorriso.
  – Então nós… - apontei para nós dois.
  – O quê?
  – Estamos namorando?
  – Você quer? - ele perguntou. – Quer namorar comigo?
  – Quero. - sorri, voltando a me aproximar dele. – Quero, sim!
  Além do sorriso que eu amava, pude ver um brilho em seus olhos que não havia visto antes. Ele disse, mais tarde, que foi provavelmente o mesmo brilho de quando demos o nosso primeiro beijo, mas estava muito escuro naquele estacionamento, então não pude enxergar.

  Na segunda, quando encontrei com as meninas, a primeira coisa que disse antes da primeira aula começar, foi:
  – Eu e estamos namorando!
  É claro que elas celebraram como se eu tivesse anunciado que havia passado no vestibular.
  – Foram as regras, não foi? - Jaqueline perguntou, animada. Vi os olhares de todas as meninas irem dela, para mim, ansiosas com a resposta.
  É claro que não, quis responder. Mas ontem, enquanto pensava nessas regras ridículas, percebi uma coisa. Elas não foram criadas para unir pessoas, mas sim incentivá-las a buscar o seu próprio caminho. Afinal, quem é que não atenderia o telefonema do garoto que está afim?
  – Com certeza. - respondi para as meninas, sorridente. – Quando chegar a vez de vocês, não se esqueçam de seguir as regras.
  Quero ver elas conseguirem. Rá!

FIM

  Nota: Eu queria poder dizer que a história é baseada em fatos reais.
  Para ser sincera, parte do ambiente e fatos que mencionei são baseada em minha adolescência – achei mega divertido reproduzir em uma fanfic! Mas o rolo dos principais foi puramente fictício (qualquer semelhança, é mera coincidência). É por isso que pode ser que algumas gírias ou acontecimentos pareça fora de moda (rs!). Na minha época, as pessoas "ficavam" e iam para a "balada". Além disso, não havia Uber, smartphone, nem 9º ano, e a locomoção dos jovens era feita de carona dos pais e/ou irmãos mais velhos.
  CREDO! Que velha! – eu sei que foi isso o que pensou, porque foi exatamente o que EU pensei quando escrevi essa nota, hahahaha!
  Porém, o lado bom de tudo isso é que fazia um tempo que não me divertia tanto escrevendo. Fluiu como água em riacho. Que delícia!
  Além disso, devem ter percebido que mudei um pouco o sentido das regras para as mulheres, porque existem várias songfics dessa música, então decidi pegar a essência dela e transforma-la em algo diferente. Ainda assim, não fugiu taaaaanto do foco da música.
  Enfim, espero que tenham gostado! Eu, pelo menos, me diverti bastante escrevendo! (: Obrigada por ter lido! <3