Arsonist's Lullaby

Escrito por Ju Bahia | Revisada por Sophie

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1. Barnes Meets .

  Bucky estava andando a dias. Não sentia fome ou sono, mas sabia que deveria parar antes que seu corpo sofresse um colapso. A neve ao seu redor conferia a cena um ar dramático e romântico, apesar de não ser nenhum dos dois.
  Uma sombra ao longe fez Bucky definir, finalmente, um destino temporário. Havia quase um mês que ele não permitia ter esse luxo.
  O Soldado Invernal seguiu até a cabana. Não era muito grande, mas era o suficiente para uma ou duas noites. A porta estava aberta. Dentro, havia uma cama desarrumada com lençóis normais e uma manta de pele de animal, não importava qual, não era da conta dele.
  Ao lado da cama, havia um cercado de travesseiros suficiente para um humano de estrutura mediana deitar confortavelmente. Além disso, havia um fogão a lenha simples, armários de madeira que pareciam ter sido feitos à mão, uma cortina entre aberta mostrava um banheiro e uma lareira de pedra. Isso também não importava.
  Barnes tirou a roupa e tomou um banho rápido, afinal, aquele lugar era um gelo. Vestindo a mesma roupa, ele procurou algo para comer. Achou, no último armário, um pacote de bolacha e comeu.
  Mal acabara de engolir a última bolacha do pacote e um ruído do lado de fora despertou sua atenção. Num movimento rápido, Bucky empunhou sua faca e se escondeu nas sombras.
  "Black, vem. Entra rapaz." Uma voz feminina falou e o sorriso era claro em sua voz.
  Assim que a moça entrou em mira, o Soldado colocou a faca em seu pescoço e fechou a porta, de forma que suas costas ficassem de encontro a ela.
  "Quem é você?" Ele sussurrou numa voz rouca por causa da falta de uso.
  "Sou a dona da cabana. Quem você pensa que é para invadir e ainda me ameaçar?!" Logo que terminou de dizer isso, a moça pressionou uma arma contra o 'amigo' de Barnes.
  "Esperta." Elogiou sem mover um músculo.
  "Tenho prática. Agora me largue." Mandou. Bucky sorriu maliciosamente.
  "Nem em sonho. Vire-se. Não posso correr o risco de deixar você me ver."
  "Não faria grande diferença. Não é todo mundo que possui um braço metálico tão bem feito quanto você." O sorriso vitorioso da garota poderia ser ouvido a metros de distância.
  Barnes apertou a faca ainda mais. Aquela garota era boa. Mas ele poderia ser melhor.
  "Sendo assim, seu lobo terá um lanche para várias semanas." Falou como se não fosse nada.
  A moça soltou uma risada seca. Ela era mais esperta que ele.
  "Ele não me machuca. Foi treinado para isso. Além do mais, como você pretende me matar se eu tenho uma faca que, mais um pouco, cortará a sua mão?" Sussurrou. Bucky olhou para seu pulso.
  O sangue já jorrava lentamente pelo tecido da camisa e o corte era perigosamente fundo. Enfim, uma adversária a altura. Bucky abaixou a faca.
  "Gostaria de fazer um trato com você." Falou. A moça se virou, colocando as mãos na cintura.
  "Depois de me ameaçar na minha própria casa, você ainda espera que eu faça um acordo?" Ela estava chocada, mas suas feições não demonstravam nada.
  "Sim. Gostaria de ficar aqui dois dias. Três, no máximo. Posso lhe ajudar a caçar e pagar aluguel." O Soldado falou, pressionando o ferimento de seu pulso.
  "Não quero seu dinheiro. Mas terá que trazer duas caças por dias, no mínimo." A moça cedeu e uma sombra de sorriso apareceu nos lábios de Bucky.
  "Sem problemas, senhorita..."
  ". . Você é?"
  "Tenho vários nomes. O mais recentemente usado é Bucky Barnes." Disse, frio. A garota tremeu.
  "Nossa, quanta frieza. Talvez lá fora eu esteja mais aquecida." Ela sorriu provocadora e o Soldado sorriu, incomodado. "Você terá que dormir no chão. Black não vai fazer mal a você a não ser que eu mande. Cuidado onde você coloca suas armas." A moça se virou e pegou o par de armas que descansavam na cama, arremessando para Barnes.
  "Onde está a faca que você usou?" Perguntou, pegando-as no ar.
  A moça mostrou a luva direita, um brilho metálico podia ser visto entre os dedos negros da luva.
  "É muito útil para escalpelar animais e para quaisquer emergências..." Suspirou e puxou a trança em seu cabelo para desfazê-la.
  Bucky sentou na cadeira de antes, observando cada movimento da garota. Não sentia muito seguro com ela, como pensara anteriormente, era uma adversária a altura.
   pegou a caça que trouxera e começou a prepará-la. Era um coelho grande, não era um dos pratos favoritos da garota, mas não tinha muita escolha.
  Nenhum dos dois falou muito e Black estava sentado ao lado do rapaz. Não era sempre que estranhos entravam ali, no seu lar, deveria ficar atento.
  "Você parece muito segura no que faz." Barnes comentou quando a moça começou a preparar o jantar.
  "Depois de quinze anos fazendo isso, é o mínimo que se espera." O tom seco fez Bucky perceber uma mágoa antiga.
  "Você tem trinta anos?"
  "Vinte. Meu pai resolveu me criar como caçadora até meus doze anos. Ele morreu antes do Natal." Falou e depois parou de fazer as coisas. "Você tem algum poder para arrancar tudo dos outros? Já tem o perfil dos heróis dos Vingadores..."
  "Apenas sei onde pressionar." Respondeu e limpou a garganta.
  Outros longos momentos de silêncio. Mesmo enquanto a garota comia sob o olhar frio de Barnes, nada mais foi dito. Nenhum deles queria dizer muito, pois Barnes sabia que se ela perguntasse mais uma vez sobre aqueles heróis, ele contaria algo de seu passado.

   tomou banho num piscar de olhos. Não era o frio daquela vez. Pelo menos, não o tipo de frio comum para ela naquele lugar.
  Bucky continuava no mesmo lugar. Estava vendo os costumes da garota, talvez aquilo fosse útil nesses três dias.
  A moça se sentou na ponta da cama e penteou os cabelos escuros com os dedos, Black sentou ao seu lado.
  "Por que Black?" Finalmente Barnes perguntou. sorriu.
  "Meu pai costumava brincar comigo de opostos. Sempre que algo era branco, seu nome tinha haver com o escuro. Vice-versa. Black foi o último animal que ele nomeou." Suspirou.
  "Mais coisa que eu consegui?"
  "Você parece ter sido ajudado por Stark. Esse seu braço parece uma das coisas dele..."
  O Soldado olhou para o outro lado.
  "Stark não fez nada em mim. A Hydra me fez desse jeito, meio que me resgataram. Mas apagaram quem eu fui." Assim que as palavras escaparam, Barnes quis bater-se.
  "O Soldado Invernal. Você!" A moça gritou e pulou para o encosto da cama.
  "Sim."
   estava com a adrenalina nas alturas. Seu pai lhe contara histórias do Soldado Invernal, ele era um agente do governo, um espião, que sempre dizia: "o Soldado Invernal é um mito. Dizem que ele tem um braço metálico, o que dá a ele super força. É quase como um fantasma, não se sabe ao certo onde ele está, mas eu sei como ele é perigoso." Logo mostrando as cicatrizes que iam do ombro direito a parte esquerda da cintura.
  "O que você faz aqui?" O desespero da garota fez o rapaz franzir a testa.
  "Fujo. Querem que eu ajude a trupe de estranhos chamada Vingadores. E querem que eu lembre de Bucky Barnes."
  "Que você lembre? Espere. Você é Bucky Barnes! Pelo menos, se parece muito com ele..." Falou. O rapaz virou a cabeça para o lado, como um filhote de gato indeciso.
  "Como você sabe?"
  "Meu avô. Ele serviu no projeto que criou o Capitão América. Conheceu você. Pelo menos, o você daquela época." A menina sacudiu a cabeça "Você não sabe quem você é? Como isso é possível?"
  Barnes deu de ombros. Não sabia realmente como haviam feito aquilo. Tinha lapsos de memórias, mas não eram claras. Lembrava do frio quando caiu do trem. Lembrava da dor que sentiu quando acordou sem o braço. E lembra da raiva que sentiu ao acordar num covil da Hydra. Mas era tudo muito embaçado.
  "Não importa. Vá dormir." A moça o olhou desconfiada e ofendida "Pode ser a sua casa, mas a vida em questão é minha. E relaxe, não irei fazer mal a você." Um sorriso forçado surgiu nas feições sombrias de Barnes.
  "Black, guarda." falou. Black levantou a cabeça alerta.
  O Soldado suspirou. Claro, ninguém confiaria no Soldado Invernal. Às vezes ele se sentia tão humano com seus pensamentos esperançosos.
  A moça deitou meio sobresaltada. Estava com um assassino promocional em casa. Porém, de certa forma, ela sempre teve assassinos promocionais em casa. Um suspiro de leve e logo ela estava dormindo.
  Barnes passou a noite em claro, sem sair da cadeira. Black abaixou a cabeça em um determinado momento, mas a cada barulho feito pelo Soldado, ele virava a cabeça na direção dele.

  Pela manhã, acordou e encontrou uma cabana vazia. Black estava sentado à porta, perto das armas e camisas do Soldado.
  "Onde ele foi rapaz?" Perguntou. O lobo virou a cabeça para o lado, onde ficava o arco favorito da moça.
  A arma não estava lá. levantou e vestiu a primeira muda de roupa de caça que viu. Armada com quatro facas e duas armas, foi atrás de seu arco.
  A moça subiu no pinheiro de sempre, a garota viu um cervo, não deveria ter mais de dois anos. Ela mirou com a arma, não gostava de pegar a caça com tiro, mas sua arma estava perdida com um assassino por aí. Antes que ela apertasse o gatilho, uma flecha acertou o pescoço do animal. desceu correndo da árvore.
  Assim que avistou Bucky, ele estava carregando o corpo do animal abatido com o braço de metal e, no outro, o arco.
  "Bom dia. Primeira parte do seu pagamento." Disse, mostrando o cervo.
  "Por que você pegou meu arco? Tinha suas armas!" Falou, ignorando a educação do Soldado.
  "Cervo não se mata com arma. Ele ouviria o tiro e talvez até vivesse." Bucky comentou, se encaminhando para a cabana. A moça foi atrás dele, marchando. Claro que ela sabia daquilo, mas era o seu arco.
  Barnes colocou o cervo apoiado em uma árvore de frente para a cabana. não viu a cena, mas sabia que, pelo jorro de sangue e o baque surdo, ele havia cortado a cabeça do animal. Ela fechou os olhos. Era caçadora, mas sempre preferira os animais as pessoas.
  Barnes estava sem camisa e todas suas cicatrizes estavam a mostra. Não importava aquilo. Nada importava em sua vida.
  "Você está ferido. Precisa tratar disso." falou baixo quando viu o ombro de Bucky.
  O machucado estava roxo e aberto no centro. Havia muito pus e sangue pisado. Além de gelo e muitas outras coisas que não conseguia nem definir.
  "Não precisa." O tom era frio, mas Bucky estava desconcertado.
  Nenhum deles falou algo depois daquilo. Não sabiam bem o que dizer. Bucky não se importava, não gostava de falar, parecia ir contra a natureza do seu ser de ficar quieto. era quase o contrário, mas vivia no silêncio. Ele era bom para os dois.
  Barnes escalpelou a caça e colocou pendurado. Black cheirou o cervo e fungou, indo se sentar na beira da cama, observando sua dona e o intruso andarem pela cabana.
  "Você ficará aqui quanto tempo?" Finalmente a moça falou e Barnes parou onde estava.
  "Três dias."
  "Preciso de alguém que cuide de Black por uma semana. Daqui a três dias eu precisarei sair." Falou incerta.
  Claro, ele era um estranho. Não convivera com Barnes nem um dia e já pedia esse favor a ele. Apesar disso, sabia que Black estaria em boas mãos.
  "Não sou babá de lobos." Seco, Bucky saiu, deixando tudo onde estava.
   se sentou ao lado de Black e alisou o pelo branco do lobo. Não era dali a três dias, mas dali a três horas. Precisava apenas saber se podia contar com o Soldado. Como o esperado, não.
  "O que vou fazer? Megan me achou. Quer que eu volte para casa por uma semana para organizar o baile. Black, o que eu faço?" O lobo abaixou a cabeça.
  Barnes estava no mesmo pinheiro que subira quase duas horas antes. Havia um ferimento de bala cicatrizado em sua barriga, mas sabia que a bala ainda estava lá. Sentia-a.
  Se recostou no tronco da árvore e ficou ouvindo. Era comum para ele ouvir o silêncio. Parecia que nada existia. Como se estivesse em um limbo.
  As horas se passaram sem o conhecimento do anti-herói. Só sabia que havia saído. Uma marca desnecessária em seu descanso. Bem, naquele dia, era desnecessária.

2. Where Have You Been?

  Uma semana e meia. Esse era o tempo que Bucky foi obrigado a ficar na cabana cuidando de Black.
  Não fora realmente um fardo cuidar do lobo, mas havia sumido sem deixar ao menos um recado. Nada. E, mesmo não tendo convivido com a garota, Bucky estava preocupado.
  Era madrugada quando a porta se abriu. A trança inconfundível puxada para o lado deixou claro quem era a pessoa que se atrevia a voltar no meio de uma noite de inverno para lá.
  Black correu até a dona, que apenas massageou seu pelo e fechou a porta. O andar dela era lento e cambaleava um pouco. Sem se lavar nem nada, se jogou na cama, tremendo de leve, pois não tivera a sanidade de se cobrir.
  Bucky a observou por pelo menos trinta minutos antes de ir colocar a manta sobre seu corpo, que parecia magro demais e frágil.
  Black e Barnes se sentaram na ponta da cama. Os dois sabiam que ela não estava bem. Black estava acostumado, Bucky não.
  Assim que amanheceu, os dois foram caçar, como todas as manhãs daquela semana. Pegaram o almoço e o jantar. Voltaram e encontraram no banho.
  "Nem ouse chegar perto, Barnes!" Gritou assim que ouviu a porta.
  Black resmungou e colocou a cara para fora da cortina.
  "Nem pensei."
  "Espera um pouco. O que você fez com meu lobo? Ele está ao seu lado!" A moça falou exasperada.
  "Ainda obedece aos seus comandos." Bucky deu de ombros e voltou a tomar banho.

  Ele preparou uma xícara de café e engoliu de uma vez só. Não havia muito o que fazer ali agora que estava de volta.
  A moça saiu toda vestida com jeans e camiseta de gola alta com mangas. A lareira estava acesa e Bucky a olhou questionador. Ela o ignorou.
  "Pensei que você iria embora assim que eu voltasse." Falou e Bucky voltou a preparar o almoço.
  "Estou esperando você voltar realmente." Sussurrou e a garota suspirou.
  "Pode ir se você quiser. Não preciso que fiquei aqui." Disse e Barnes largou a faca que usava.
  "Se não precisasse, já teria me feito largar tudo aqui." Retrucou e a moça soltou uma risada incrédula.
  "Eu estou te mando embora. Não espera que eu chegue perto de você e faça um papel de mandona ou mal amada." Falou e Barnes se virou.
  O Soldado pegou todas as suas coisas e saiu. estava escondendo algo e, pela primeira vez em tempos, isso importava. Ele se escondeu próximo de onde a moça costumava caçar, Black havia o levado ali algumas vezes.

  Demorou muitas horas, mas a moça saiu para caçar. Naquelas montanhas, haviam coisas perigosas. Leões da montanha e ursos. talvez soubesse disso, mas não seria capaz de enfrentar essas criaturas sozinhas, ainda mais naquela hora onde todos saiam para caçar.
  A garota não havia saído para caçar, como Barnes pensava. Ela precisava apenas de um tempo. Precisava respirar. Megan havia feito menos do que ela esperava, mas ainda estava machucada.
   seguiu até o rio, perto da área de caça. Ela se jogou na margem e levantou as mangas da roupa. Os cortes e hematomas surgiram na sua pele morena clara.
  Black ganiu e cheirou os machucados, lambendo os cortes de leve.
  "Eu sei, Black." Ela suspirou.
  Sempre fazia isso quando voltava da casa da madrasta. Haviam crenças de que aquele lugar tinha poderes curadores e, até onde a moça vira, era relativamente verdade.
  Barnes observava de longe. De onde estava, não via os machucados, mas poderia ver claramente o rosto vermelho e provavelmente manchado de lágrimas dela.
  "O que está havendo?" Sussurrou para si mesmo.
  Ouviu um barulho de galhos farfalhando e olhou para trás da garota. Um focinho marrom aparecia de leve, acompanhado de olhos miúdos e negros com patas enormes marrons.
   não carregava nenhum armamento aparente além de Black, que parecia também ter ouvido o urso. O lobo virou para o mato e ficou em posição de ataque, latindo várias vezes. Com o ato, o urso rugiu e se mostrou totalmente. pulou para trás e gritou espantada.
  Black atacou, mas, com uma patada, o urso o jogou longe, onde caiu desmaiado.
  "Black!" gritou se arrastando lentamente para trás.
  Sabia que qualquer movimento brusco, o urso atacaria na hora. Ela puxou uma pequena faca e segurou a sua frente. Não ia deter o animal, mas, talvez, pudesse servir como paliativo.
  Bucky revirou os olhos e mirou na cabeça do urso. Era um pouco complicado, já que estava quase na mesma linha de tiro. Precisava esperar até o animal tentar atacar.
  A moça se rastejou um pouco mais e o urso atacou. prendeu a respiração. Tudo ocorreu muito rápido, num momento as garras negras iriam rasgar seu corpo, no outro, o corpo pesado caiu sobre o seu, esmagando-a.
  "Não precisa que eu fique?" Barnes perguntou sem sorrir, tirando o animal de cima dela.
  "Como você...?"
  "Black. Ele me trouxe na área de caça uma vez." Assim que ele mencionou o lobo, se levantou e correu até onde estava.
  "Ai meu Deus! Black!" Exclamou e levantando o lobo e colocando em seu colo.
  Bucky se ajoelhou a sua frente. Havia um pouco de sangue na pata dianteira direita, onde as garras haviam o ferido. A mão metálica acariciou o animal e o olhou.
  "Por que você não foi? Disse que ia ficar pouco tempo." Sussurrou e Barnes bufou.
  "Eu ia ficar pouco tempo. Mas vocês estão precisando de mim. Acredite, nem eu sei por que me importa, só sei que preciso ficar aqui." Falou num tom autoritário.
   sorriu. Barnes levantou e pegou Black do colo dela. A moça levantou também.
  "Obrigada."
  "O que é isso no seu braço?" Perguntou, olhando os braços da moça.
  Ela puxou as mangas para baixo, olhando para o outro lado. Não houve resposta. Barnes também não insistiu.
  Naquela noite, acordou gritando. Bucky estava ao lado dela, preocupado.
  "Quem é Megan?" Perguntou e a moça sentiu o rosto esquentar.
  "Ninguém." Sussurrou e se ajeitou na cama.
  Bucky se sentou e logo Black repetiu o gesto. Barnes acariciou a mão de com sua mão de metal, a menina segurou seus dedos com os seus.
  "Você tem medo." Barnes afirmou e a garota se encolheu.
  "Um pouco. As pessoas são estranhas." Outro sussurro e Bucky mordeu os lábios.
  "Elas são mais ferozes que os animais." Ele sussurrou e assentiu.
  "Você pode ficar? Não sei se vou conseguir voltar a dormir." Ela limpou as lágrimas e Bucky concordou.
  Ela se arredou e Bucky a olhou questionador.
  "Você quer que eu deite ao seu lado?" Perguntou, soltando a mão da garota.
  "Sim."
  Com uma incerteza enorme, Barnes foi para o lado da moça. se encostou no Soldado Invernal e segurou sua mão.
  "Você está machucada." Ele sussurrou, passando a mão por seu braço.
  "Estou bem." Respondeu no mesmo tom.
  "Não está."
  A moça o olhou, mas ele não repetiu o gesto. Ela colocou uma mecha de seu cabelo atrás da orelha do rapaz. Seu rosto continha um semblante sombrio, mas estava tudo bem.
  "Se eu tiver outro pesadelo, você me salva?"
  Agora sim, Bucky a olhou. Não podia estar se importando tanto com uma desconhecida. Não era de sua natureza. Com um leve aceno, o Soldado concordou.
   sorriu e se aconchegou ainda mais a ele e Black pulou em seu colo, deitando a cabeça na perna de sua dona.
  A noite estava fria, porém, onde eles estavam, o frio não chegava. A não ser o frio nos olhos e no coração de Bucky Barnes.
  Passou se uma semana antes de ele sorrir para ela verdadeiramente e não poderia estar mais feliz. As noites em que a moça tinha pesadelos, Barnes a acalentava. Até que, certa noite, ele virou seu herói.
  A moça começou a gritar e rolar na cama, Bucky e Black tentaram acordá-la, mas não conseguiram.
  ". . , acorda. , está tudo bem! Ninguém está te machucando. Está tudo bem!" Ele a sacudiu, falando mais alto que seus gritos.
  Quando a moça, por fim, acordou, ela o abraçou e chorou na curva de seu pescoço. Bucky acariciou seu cabelo e Black apertava o focinho contra a barriga da menina.
  "Não vai embora. Não me deixa aqui. Por favor. Não me deixa dormir." Sussurrou desesperada.
  "Foi só um pesadelo. Nada mais." Ele respondeu no mesmo tom.
  Bucky já não era tão frio com a moça, havia aprendido a fazer carinho.
  O rapaz a colocou em seu colo e a fez lhe olhar. O cabelo caía no rosto da morena, ele o tirou e colocou atrás de sua orelha.
  "Com o que você sonhou?" Perguntou e a moça respirou fundo.
  "A morte do meu pai. Megan o matou. Eu estava presente, ela me ameaçou, me bateu. Tudo o que podia fazer de ruim com um pedaço de madeira. Até hoje ela me trata mal e me ameaça, falando que se eu falar para alguém o que eu sei, vou me arrepender."
  Bucky encostou sua testa na de . Ele acariciou sua bochecha, e ela segurou sua mão no lugar.
  "Eu estou aqui. Posso ter feito coisas ruins, mas posso fazer o certo. Posso ser um herói se você precisar." Sussurrou. Ela assentiu.
  A moça olhou para os lábios de Barnes e passou a ponta dos dedos neles. Ele fechou os olhos. Talvez não se lembrasse, mas nunca haviam lhe tocado com carinho antes de .
  "Então você vai ficar?" Perguntou e ele não respondeu. "Bucky?"
  "Até que não me queira mais." Confessou e depois sorriu, debochado. "Isso foi idiota." A moça sorriu também.
  "Foi." Ela concordou.
  Os sorrisos foram sumindo dos lábios dos dois. mordeu o lábio. Havia uns dias que os lábios de Barnes lhe chamavam a atenção. Não sabia como ele reagiria se ela o beijasse.
  Bucky deixou seu braço metálico envolver a cintura da garota e a mão que estava em seu rosto cair para o seu pescoço.
   fechou os olhos e usou seus vinte segundos de coragem. O toque dos lábios de Bucky eram diferentes. Não eram exatamente macios, mas eram gostosos. Como um algodão doce.
  Barnes não se afastou. Não sabia exatamente como agir, então repetiu os gestos de .
  Os lábios do rapaz eram grossos, porém, quase não cobriam os da moça. Os lábios dela estavam salgados por causa das lágrimas e conseguia sentir o gosto de suco de amora nos lábios dele.
  Quando precisaram de ar, se separou relutante, se surpreendendo quando o Soldado resmungou com o gesto.
  "Isso é bom." Ele sussurrou e a moça assentiu.
  "Sim. Muito." Ela sorriu sem mostrar os dentes.
   colocou os braços no pescoço do rapaz e afundou novamente seu rosto no pescoço dele.
  "Quer que eu fique aqui?" Perguntou, passando a mão de leve em sua costa.
  "Só até eu dormir."
  Eles se ajeitaram de forma que a moça ficasse no colo de Barnes. Black se colocou na ponta, como se soubesse que estava sobrando ali.
  Apesar daquela noite, os dois não tomaram aquilo como um hábito. Ambos tomaram a decisão de deixar o beijo no passado, fingir que nada aconteceu. Mesmo que estivessem mais unidos, não estavam juntos.

3. Shut Up Stark!

  Uma semana e meia se passou desde o beijo. Nada de mais aconteceu desde então. Bucky caçava com todas as manhãs. Os pesadelos se acabaram aos poucos, até que Bucky só ficava na cama com por costume.
  Aquele dia começou normal. Bucky, e Black saíram para caçar no mesmo horário de sempre. Tudo estava normal. Porém, acabou rápido a normalidade.
  No caminho de volta para a cabana, um barulho ensurdecedor parou o trio. e Bucky olharam para cima, encontrando uma sombra negra e grande no céu claro.
  À medida que a sombra descia, a forma de uma aeronave ganhava forma. Na clareira próxima a eles, a nave pousou.
  Bucky segurou a moça quando ela tentou correr até lá. Pressentia quem seria.
  Todos os três ficaram parados no lugar até que seis pessoas desceram. Nenhum deles estavam mascarados. olhou curiosa para Barnes.
  "Bucky! Não fuja, por favor!" Uma voz gritou e Barnes segurou a garota.
  "Precisamos sair daqui." Ele falou para a moça.
  "Barnes, se você fugir, não vou ter pena de matar vocês!" Outra voz gritou e fez Bucky ficar no lugar.
  O grupo correu até eles e os cercaram. Barnes soltou um palavrão e segurou no pescoço de Black, que se armou para atacar.
  "Como me acharam?" O rapaz perguntou, furioso.
  "Você não é exatamente alguém que pode passar despercebido." O cara com flechas falou com um sorriso irônico.
  "Quem são vocês?" perguntou e o de barba loira sorriu.
  "Eu sou Thor. Aquele loiro ali é Steve Rogers. O de barba é Tony Stark. A moça é Natasha Romanov. Clint Barton é o com as flechas e aquele é Bruce Banner." Ele falou e a moça franziu o cenho.
  "Os Vingadores? Aqui?" Disse mais para si mesma.
  "Sim, querida. Somos nós. Quem é você, moça bonita?" Stark falou, sorrindo galanteadoramente.
  "Stark, se não se importa, acho melhor conversarmos em um local quente. Conhece algum?" Steve perguntou e a moça olhou para Barnes.
  "O que querem?" Bucky perguntou e Natasha revirou os olhos.
  "Eu sei que não nos damos bem, mas isso é do seu interesse. Precisamos de ajuda. Então, se puderem nos levar a um local onde não congelássemos, seria muito bom." Ela falou e se pôs à frente de Barnes.
  "Podem vir a minha cabana." Disse e todos a seguiram.
  O caminho foi silencioso. Bucky foi ao lado de Black, que estava logo atrás de . Assim que eles chegaram na cabana, Steve começou a falar.
  "Achamos um covil da Hydra em Los Angeles. É uma divisão de ciência. Precisamos detê-los. Recebemos informações que planejam criar outro super-Soldado com base nas suas amostras de sangue."
  "Não me interessa em nada." Barnes cortou e Romanov revirou os olhos.
  "Bem, braço de metal, digamos que eles tenham uma forma de recuperar sua memória. Isso sim lhe interessa, certo?" Stark falou e olhou o Soldado, esperançosa.
  "Não tem. Vocês só querem me convencer a ir." Disse e se intrometeu.
  "Bucky, nós podemos tentar. Você pode ter toda a sua memória de volta!"
  Todos olharam para ela. Nos olhos de Rogers, havia uma mágoa ao ouvir o nome.
  "Você não sabe, , mas eles realmente só querem a minha ajuda para quebrar tudo." Falou.
   mordeu o lábio inferior e sentiu o rosto ficar vermelho com a atenção de todos.
  "Parece que vocês estão criando laços. Que bonitinho. Viu isso, Cap? A moça bonita conseguiu derreter o gelo que é o coração da fera." Tony disse e mirou de cima a baixo. "Também, qualquer um poderia ser derretido por ela. Adoraria testar."
  "Stark." Banner, Rogers, Romanov e Barnes falaram juntos e o bilionário os olhou questionador.
  "Estamos aqui pedindo ajuda, não estrague tudo." Steve pediu, passando a mão no rosto.
  "Não estou fazendo nada, apenas apontando o quão bonita essa moça é e que gostaria de saber quantos graus foram necessários para derreter o picolé de metal ali."
  Assim que Stark concluiu a fala, Barnes o imprensou na parede com o braço de metal, enquanto apontava sua faca para a barriga do Homem De Ferro.
  "Isso foi impressionante. Adoraria que vocês finalizassem a cena." Barton sorriu. Natasha deu um tapa em sua cabeça.
  "Barnes, precisamos de ajuda. Por favor." Bruce implocorou. Bucky semicerrou os olhos.
  "Bucky, eles realmente precisam de você. Além do mais, é uma chance para recuperar sua memória." sussurrou, mas Barnes negou.
  "Não vou."
  A moça se afastou e guardou a faca.
  "Muito bem. Eu vou, então." Falou e Thor gargalhou.
  "Você?" Steve perguntou incrédulo e a moça arremessou a pequena faca na parede, dois centímetros da orelha de Stark.
  "Sou muito boa com facas, armas e flechas. Além de ter quinze anos de treinamento corporal. Não reclamo de dor e, apesar de não ter poderes, posso ser muito útil em um combate." Falou colocando as mãos na cintura.
  Barton se levantou e segurou em seu ombro, a olhando atentamente.
  "Gostei de você. Por mim, tudo bem." Respondeu, com um sorriso paternal. Natasha bufou.
  A ruiva andou até onde estavam e socou o braço do arqueiro.
  "Deixa a paternidade para casa, Barton. E, realmente, não seria mal ter outra mulher no grupo, estou cansada da bagunça de vocês."
  O queixo de Stark caiu.
  "Bem vinda." Banner saudou, sorrindo sem mostrar os dentes.
  "Concordo com o Dr. Banner. Bem vinda." Thor falou e Rogers trocou olhares com Stark, que continuava preso na parede por Bucky.
  "Somos voto vencido, Capitão." O bilionário disse, com a voz forçada.
  ", eu não vou deixar você ir sozinha." O Soldado largou Stark.
  "Então venha comigo. Porque eu vou!" Falou, decidida.
  Rogers se pôs na frente de Barnes.
  "Você vem?"
  Bucky olhou para , que levantou uma das sobrancelhas, numa pergunta silenciosa.
  "Não deixarei ir só."
  "Ótimo. Então se arrumem, porque a missão está marcada para amanhã." Stark anunciou e o queixo de caiu.
  "Amanhã?" Perguntou, chocada.
  "Para Steve e Stark, quanto mais cedo melhor. Você se acostuma com o tempo." Barton disse apertando um pouco o ombro da moça.
  "Saiam. Precisamos arrumar nossas coisas." Barnes comandou. Todos saíram sem reclamar.
   chegou perto de Bucky e acariciou o braço dele. Ele segurou a mão dela.
  "Está preocupado." Ela sussurrou e Bucky assentiu.
  "Você não deveria ir." Respondeu, frio. Amoça se aproximou mais.
  "Só quero que você lembre."
  Bucky segurou a cintura dela e puxou a trança para o lado.
  "Posso esquecer de você." Confidenciou. acariciou o rosto dele. "Temos que ir." Bucky se afastou.
  Eles arrumaram as coisas. Barnes não tinha muito o que levar, então ajudou a levar sua sacola abarrotada de armas. Black ia junto com eles.
  Quando chegaram ao avião, se sentaram no local mais distante. Mas isso não afastou Stark.
  "Então. Qual o seu nome?" Perguntou, se sentando ao lado da moça.
  " ."
  "? Seu avô ou pai era Josha ? Que trabalhou no projeto que criou o Cap?" Os olhos de Stark brilhavam.
  "Sim. Meu avô. Meu pai era Louis , o empresário." Respondeu olhando para baixo.
  "Deixa ela, Stark." Barnes rosnou. Tony o olhou com deboche.
  "Parece que você virou a Fera do conto A Bela e a Fera..." Debochou. apertou o braço do bilionário. "Ai! Você me feriu!" Exclamou. Ela o encarou séria.
  "Não fale assim com ele. Por favor, nos deixe em paz um pouco." Pdiu. Tony assentiu.
  Quando o bilionário saiu, Barnes pegou a mão de e olhou a pequena faca encaixada entre o dedo médio e o anelar.
  "Você realmente é muito boa." Sorriu minimamente. Ela repetiu o gesto.
  A viagem foi longa, afinal, teriam que cruzar o país, por isso passaram a noite no avião. As acomodações não eram realmente confortáveis, mas serviam para descansar.
  Barnes não dormiu. Ficou sentado ao lado de Black a noite inteira. Os dois protegiam .
  Na manhã seguinte, eles acordaram antes do sol brilhar no céu. Todos ajeitavam suas armas enquanto o Capitão América dava as ordens.
  "Stark e eu vamos descer na frente, para verificar a segurança do local. Barton, Romanov, vocês vão depois. Barnes e , vocês vão assim que os dois estiverem embaixo por cinco minutos. Caso haja uma briga séria, o sinal verde vai ser dado." Finalizou, olhando para Banner. Ele assentiu.
  "Certo, vamos lá." Stark sorriu meio maníaco, e logo as peças de metais da armadura começaram a se colar em seu corpo.
  O ataque aconteceu exatamente como eles planejaram. Já havia cientistas na base, que mais parecia um galpão abandonado do que uma divisão de ciência. Stark achou um alarme de última geração e não conseguiu desarmá-lo.
  "Pessoal, vamos precisar que vocês entrem sem disparar nenhum alarme, Stark ainda não conseguiu desligar o sistema." O Capitão informou através do comunicador e a risada de Barton soou pelos ouvidos deles.
  "Está perdendo a prática, Stark!" Provocou.
  "Cala a boca, idiota!" Stark rebateu.
  "Meninos, não temos tempo para isso. , você e eu vamos entrar pelo telhado. Anda." Romanov interrompeu. a seguiu.
  Barnes ficou com Clint no chão, agachados, em um ponto de observação.
  As duas subiram pelo telhado e acharam uma chaminé, aquilo ia ser ridículo, mas teriam que fazer.
  "Eu entro, se você ouvir duas batidas na parede de dentro, você me segue. Se ouvir barulho de socos, você desce também." Natasha explicou, se posicionando com as pernas para dentro da construção.
  "E se não tiver nenhum barulho?" A garota perguntou. Natasha deu de ombros.
  "Volte para onde estávamos e comunique o Cap que precisam invadir." assentiu.
  A espiã desceu e parou pouco antes da abertura da chaminé. Havia barulho de metal do outro lado, barulho de várias pessoas andando e pequenos sussurros. Natasha se virou de cabeça para baixo para ver o que lhe esperava.
  Nas portas, ao fundo, havia guardas com armamento pesado, mas, fora eles, não havia ninguém armado. Todas as outras pessoas eram cientistas que pareciam ser forçados a estar ali.
  Natasha voltou ao normal e bateu duas vezes na parede, logo estava acima dela, de cabeça para baixo.
  "Tem pelo menos uns trinta doutores e quatro seguranças, dois para cada porta." Relatou. Amais nova fez careta.
  "Como vamos lidar?" Romanov sorriu.
  "Vamos ter que usar a mira." Natasha pegou uma de suas armas. "Vou atirar primeiro e aí você desce e atira também."
   pegou sua arma e se preparou, sorrindo animadamente.
  Natasha atirou em dois dos guardas que caíram mortos, logo depois, todos corriam e tiros de fuzis subiam pela sala. desceu e atirou nos dois que sobraram, mas eles não morreram. Romanov desceu e segurou o ombro da garota.
  "É, nada mal. Só não foi fatal. Gostei." Parabenizou. sorriu.
  "Capitão, entramos. Estamos num tipo de laboratório!" A menina anunciou no comunicador.
  "Tentem achar um alarme por aí. Nos destravem." Pediu. Romanov olhou em volta.
  "Vocês estão aqui forçados. certo?" Todos os homens no local assentiram.
  Os cientistas estavam todos localizados numa parede dos fundos.
  "Como podemos desarmar o alarme aqui de dentro?" perguntou.
  "Tem um alarme ali. Se não me machucarem, posso desarmá-lo." Um senhor falou e as duas assentiram.
  Elas o seguiram até a parede, onde uma máquina quadrada brilhava com o símbolo da Hydra. Em menos de três minutos, os alarmes estavam desarmados e uma luz vermelha começou a brilhar.
  "Capitão, precisamos ir rápido! Um sinal silencioso foi acionado. Temos pouco tempo!" Natasha gritou no comunicador.
  Steve se preparou. Stark ativou os propulsores.
  "Barton, Barnes. Entrem em cinco segundos." Capitão América gritou. Bucky revirou os olhos.
  "Arqueiro, tem uma janela bem ali, eu quebro e você deixa quem estiver lá dentro inconsciente!" O Soldado Invernal gritou, já começando a correr.
  Clint concordou e assim eles fizeram. Em menos de dois minutos estavam dentro do prédio.
  A sala em que eles entraram estava cheia de papéis, murais e quadros. Muitas fotos de Barnes congelado estavam espalhadas pelas superfícies e equações genéticas as acompanhavam.
  Sem ter tempo de uma piada, Barton correu até o corredor, continuando a invasão. Bucky ficou mais um tempo ali.
  Não entendia muito o que estava escrito, não estava em russo nem em inglês. Parecia latim ou português. Mas havia algo sobre ele na base de tudo.
  Deixando, relutantemente, de lado a sala, Barnes continuou a invasão. Mas era um pouco tarde. Os cientistas já estavam livres e o chefe da divisão, preso.
  Steve segurou o homem pelo pescoço.
  "O que vocês realmente planejavam?" Indagou, furioso.
  "Uma cópia do nosso ex-braço esquerdo." Os olhos do cientistas caíram sobre Bucky. "Falando nele... Como vai, Soldado?" Sorriu. Barnes franziu o cenho.
  "Quem é você?" A voz de Bucky saiu rouca.
  "Você não lembra de mim? Eu cuidava que você esquecesse quando começava a lembrar. Acho que posso chamar de ironia do destino!" Sorriu.
  Barnes socou o homem, que gargalhou.
  "Do que você tanto ri?" Natasha cerrou os dentes.
  "De vocês. Perdem tempo comigo enquanto o reforço chega. Acreditem, eles não poupam nem as crianças!" Olhou de cima a baixo e gargalhou mais ainda.
  Stark o socou e o homem parou de rir, pois estava quase desmaiando. Steve segurou Clint quando ele ia repetir o gesto.
  "Se isso for verdade, a briga vai ser feia." Falou, olhando para todos.
  "Passei por ele, passo por tudo." Romanov arqueou a sobrancelha, olhando para Barnes.
  "Pessoal, tem quatro helicópteros e dez vans vindo para cá. Estão há dez minutos daqui." Stark relatou. Todos bufaram.
  "Certo, não temo tempo para planejar então, vamos dar cobertura um para o outro, se um tiver em perigo, livre os civis e vá salvá-lo." O Capitão ordenou. Bucky olhou sério para .
  "Não tente se arriscar por mim ou por Stark ou até mesmo por Steve. Vamos ficar bem." Ordenou, mas a garota negou.
  "Faço o que eu quiser. Agora temos que ir." Retrucou, puxando uma faca e recarregando a arma.
  Clint assobiou e riu.
  "Você está feito." Falou e todos correram, o ignorando.
  Quando chegaram a porta, já podiam ver as vans e os helicópteros, todos pretos, já no final da ponte que havia ali perto.
  Barnes foi o primeiro a atacar. Com um tiro perfeito, acertou uma hélice de um dos helicópteros. Stark voou e continuou a destruí-los. Eles eram a preocupação maior, por serem blindados e altamente carregados.
  Natasha correu com Clint e os dois começaram a acertar as vans da frente.
  "Vou ajudar eles." disse, se preparando para correr, mas Bucky a segurou pelo pulso.
  "Tente não se machucar." assentiu.
  Ela correu e pulou na mureta da ponte, saltando sobre uma das vans. Com a faca, a moça conseguiu abrir a porta de trás e entrou. Haviam dois bandidos na parte de trás e dois na frente.
   desviou dos tiros e derrubou os dois. Ela nocauteou o motorista, mas o passageiro cortou de sua costela esquerda até o umbigo, fazendo o sangue manchar os bancos. gritou de dor e cortou o pulso do homem, socando-o logo depois.
  A luta foi longa. Capitão América conseguiu parar quatro das vans, Barnes o mesmo número. As outras duas foram divididas entre Clint, Natasha e .
  Não havia muitos civis machucados, mas Steve e se recusaram a consultar.
  De volta ao avião, Barnes quase se igualou ao Hulk em fúria com o ferimento da moça.
  "Você está perdendo muito sangue! , você pode morrer!" Gritou, andando de um lado para o outro.
  Todos estavam calados na parte central do avião. Ninguém ousava defender a moça, com medo de virar o alvo da raiva.
  "Bucky, eu estou bem. O sangramento diminuiu e já vamos chegar em casa!" Rebateu, pressionando uma camisa de Tony no ferimento.
  Estava fundo e muito dolorido, com hematomas ao redor. sentia dor ao respirar e ao se mover. Mas não ia admitir isso ao Soldado furioso que se encontrava a sua frente.
  ", você está ferida! Até Black está longe de você para não sentir o cheiro do sangue!" Berrou. O lobo que estava ao lado de Bruce na parte de frente da cabine levantou a cabeça.
  "Eles são sempre assim?" O cientista perguntou ao animal, que fungou e abaixou a cabeça.
  Mal pousaram na clareira de antes, Barnes arrastou pelo caminho que levava a cabana, sem nem dizer adeus. Black seguiu depois de lamber Bruce. Afinal, o cientista tomara conta dele mais cedo.
  Assim que chegaram em casa, Bucky mandou a moça ir tomar banho, porque ele iria fazer o curativo.
  A garota saiu, colocou o pijama e levantou a camisa até o início do machucado. Bucky começou a trabalhar.
  "Ai! Isso arde!" Reclamou. O Soldado revirou os olhos.
  "Mandei você não se machucar! Agora vai ter que aguentar a dor!" A moça bufou.
  Black estava deitado com a cabeça na mão dela, ganindo cada vez que a moça gemia de dor.
  Quando o trabalho foi terminado, Barnes foi tomar banho. se sentou, encostada na cabeceira da cama. Bucky se sentou ao lado dela quando voltou.
  "Desculpe." Ela falou, sem saber o que realmente dizer.
  "Está tudo bem. Também fui muito duro. Só não queria que você se machucasse!" Revelou. se aproximou do rapaz.
  "Não importa. Você descobriu algo sobre o aparelho de apagar a memória?" Sussurrou, mexendo no cabelo de Barnes.
  "Não. Mas achei anotações sobre o que eles faziam lá. Estava escrito em uma língua latina, se não o próprio latim!" Suspirou.
   beijou o rosto do rapaz, que a puxou pela cintura para o colo. Ele apertou as coxas da moça e acariciou o rosto dela.
  "Não trouxe nada?" Perguntou. Barnes negou.
  Não estava mais focado na conversa, mas, sim, nos lábios da garota, num tom de vermelho vivo. Ele encostou a testa na dela.
  "Eu quero te beijar." Murmurou. Ela corou.
  Ela colocou as mãos no pescoço dele e puxou de leve seus cabelos.
  "Beija." Ordenou. Bucky obedeceu.
  Não havia muito gosto naquele beijo, a não ser o da pasta de dente que os dois usavam, mas aquilo não era relevante. Os lábios de Barnes estavam quentes de encontro com os frios de , o que causou um arrepio nela.
  Eles se separaram para recuperar o fôlego, mas logo Bucky selou seus lábios novamente.

4. They Don't Know You Like I Do.

  Bucky havia ficado para trás naquele dia. acordou mais cedo e resolveu ir caçar sem ele, sentia falta da solidão da caça.
  A moça conseguiu pegar dois coelhos. Daria para o almoço e para o jantar.
  Já estava próxima quando Black começou a rosnar para o caminho de acesso à civilização.
  "Black? O que foi?" Perguntou, empunhando sua arma.
  "Ora, ora, ora. , você estava muito bem semana passada na TV. Mas, aparentemente, você não tem vinte e um anos, isso, em alguns estados, implica em punição aos pais ou tutores da pessoa." A mulher suspirou falsamente. "Ou seja, você terá que vir para casa comigo, para eu não ser presa. Ah, não se preocupe, só deve ser pelo resto da sua vida." Falou e logo depois segurou o queixo, pensativa. "Nossa, não pensei que falaria tanto clichê de madrasta da ficção quanto falei." Deu de ombros.
  Black se abaixou e mostrou os dentes para Megan. A mulher sorriu, debochada.
  "Ah, cachorrinho, você não pode vencer armas!" Bateu palmas e três seguranças enormes com fuzis e armas saíram da floresta.
  "Eu não irei com você, Megan." afirmou decidida e Megan fingiu tristeza.
  ", você não tem escolha. Você não quer que eu seja presa por sua irresponsabilidade, quer?"
  Ambas sabiam o que vinha depois. Black tentou atacar, mas um dos seguranças foi mais rápido e atirou um dardo tranquilizante nele. Megan avançou até , que tentou segurar o braço de Megan, mas a loira foi mais rápida. A mulher segurou a trança de e puxou com força, a fazendo olhar sua própria mão.
  "Você não me pega mais com esse truque." Sussurrou, arrancando a luva da mão da garota.
  Megan tirou as duas facas que carregava e ficou apenas com a menor na mão.
  ", será que você sempre vai me forçar a fazer esse tipo de coisa?" Perguntou, colocando a faca na barriga da moça.
  "Eu não forço você a nada, sua vadia idiota!" Retrucou. A mulher sorriu.
  Com um simples aperto, gritou de dor. Sentia o sangue escorrer por sua roupa e os pontos que Bucky havia feito sendo abertos.
  Na cabana, Bucky acordou com o grito. Olhou para todos os lados para ter certeza que era e, infelizmente, era.
  O Soldado Invernal nem colocou a camisa, apenas pegou suas armas e saiu para atender o pedido de socorro da garota.
  "Você vai servir muito bem. As meninas saíram para ver as coisas da faculdade e não há ninguém em casa. Sabe o que significa, não é?" O sorriso malicioso cortou o rosto de Megan.
  "Nem tente encostar as mãos em mim!" avisou com certa dificuldade por causa da dor.
  "E por que não?"
  "Porque ela não é sua propriedade, Megan." Bucky se manifestou, mirando na cabeça da loira.
  "E quem é você, belo espécime do sexo masculino?" A mulher perguntou, olhando Bucky de cima a baixo.
  "Largue ela."
  Megan puxou para sua frente, acabando com a linha de tiro do Soldado.
  "Desculpe, mas não vai dar. E, se você se mover mais um pouquinho, o lobo morre. Pena." Suspirou. "Você é bem gostoso... Tragam o carro. Vamos embora." Comandou, andando de costas.
  Bucky continuou parado. Se Black morresse, não valeria nada o esforço para salvar . Quando eles entraram no carro, o Soldado correu até o lobo.
  "Black, hey amigo, acorda. Temos que salvar !" Disse, colocando o lobo em seu colo.
  Sabia que ele não iria acordar tão cedo, mas afastou aquilo de sua mente. Ouviu o barulho do carro se afastando e fechou os olhos. Havia deixado ser pega.
  Bucky se levantou com Black no colo e voltou para a cabana. Precisava pensar no que fazer e, com toda certeza, precisaria da ajuda do animal. Duas horas depois, Black acordou.
  Bucky pegou uma das blusas de e deu para o lobo cheirar.
  "Me leva até ela, rapaz." Mandou, abrindo a porta da cabana.
  O lobo saiu correndo e Bucky seguiu. Os dois correram mais de dez quilômetros, sem descansar, até achar a casa enorme e cheia de seguranças.
  "Muito bem, Black." Bucky elogiou, passando a mão na cabeça do lobo.
  Ele não podia invadir naquele dia, seria uma grande irresponsabilidade. O Soldado se escondeu no meio das árvores e ficou de vigia dois dias seguidos.
  Havia falhas de segurança quando um carro entrava ou saía, algo que acontecia muito ali. O portão era facilmente aberto, pois só havia uma câmera na fachada e guardas apenas nas portas de entrada, há metros de lá. Aquilo estava muito fácil.

  Bucky voltou a cabana e pegou suas armas, facas e a bazuca que havia trazido da última missão, além de uma armadura de ferro que havia feito para Black quando sumiu. Com o uniforme completo, Barnes voltou a ser o frio e mortal Soldado Invernal.
  Chegou À mansão na hora exata que um carro saia e entrou correndo. Os dois guardas da porta vieram para cima dele, atirando furiosamente, mas, com um tapa do braço metálico, Bucky se livrou deles.
  O Soldado entrou na casa e se deparou com três militares, o capitão da guarda e Megan. O rapaz mirou na cabeça do capitão.
  "Cadê ela, Megan?" Perguntou com a voz transbordando de raiva. A loira sorriU e abraçou o capitão da guarda. Havia uma dúzia de snipers mirando para o Soldado e ele não sabia se daria conta.
  "Andei procurando sobre você nos arquivos do meu falecido marido. Parece que, tirando esse seu braço metálico, você não é à prova de bala... Que pena! Estava querendo te testar!" Deu de ombros.
  Bucky revirou os olhos e Black rosnou ao seu lado.
  "Pare de frescura. Onde está ?" Falou, preparando a bazuca.
  Havia um lustre de cristal negro pendurado no teto, seria uma ótima distração.
  "Você sabe que eu sempre odiei esse lobo? Ele é igualzinho a dona..." Enrolou. Bucky atirou.
  Pedaços de vidro voaram por todos os lados e todos os snipers atiraram. Barnes agarrou Megan e Black atacou o capitão da guarda, banhando de sangue tudo o que havia por perto, inclusive o Soldado e a mulher. Bucky levou Megan até um dos quartos e a prensou na parede, colocando uma faca em sua barriga e uma arma em sua testa.
  "Não me faça perguntar duas vezes. Onde está ?" Rosnou . Os olhos dela marejaram.
  "Por que vocês sempre a escolhem? Até meu marido só se casou comigo para dar a ela uma mãe!" Gritou. Bucky apertou a faca, cortando a pele.
  "Onde ela está?" Berrou. Ela apontou para o armário.
  Olhando ao redor, eles estavam num quarto de hóspedes todo empoeirado e abarrotado de livros, filmes e CDs. Poderia até estar errado, mas o Soldado podia jurar que aquele era o quarto de . Bucky levou a loira até o armário e a empurrou na porta.
  "Abra." Mandou. Megan obedeceu. "Entre na frente." Novamente, ela obedeceu.
  Havia uma escada enferrujada que descia em linha reta até uma sala de tijolo sem tintura e com uma lâmpada simples distribuindo um faixo fino de luz. Estava frio lá embaixo.
  "Não saia daqui." O Soldado empurrou a mulher para o lado da escada, num canto escuro.
  "Bucky?" Uma voz fina chamou. Barnes se aproximou da cela escondida na penumbra da sala.
  "Calma, . Não fala." Pediu. A garota se aproximou da grade.
  O Soldado puxou cinco barras, as arrebentando, e a puxou para fora da cela, colocando-a em seu colo.
  Havia machucados por seu pescoço, braços e pernas. Pela camisola podia se ver as marcas de sangue na altura da barriga. Havia um corte em seus lábios e sua bochecha estava roxa. Bucky acariciou o local. Ela fechou os olhos.
  Do alto da escada, ouviu-se um latido e logo o pêlo branco de Black juntou-se à armadura de metal, brilhando na luz fraca do local.
  "Black!" sorriu. O lobo foi até ela.
  Naquele momento, havia uma faísca de felicidade no coração do Soldado Invernal. Mesmo com o uniforme, a frieza que sempre houvera nele não estava ali.
  "Melhor irmos." Ele sugeriu. Amoça assentiu fracamente.
  O lobo rosnou de repente para o local onde Megan estava. A loira havia ido para a luz e seu rosto estava contorcido em raiva.
  "Sempre você. Sempre!" Apontou para , que se encolheu nos braços de Bucky.
  "Cale a boca!" Barnes respondeu no mesmo tom.
  "Não! Ela sempre sai como a boazinha! Sempre é a melhor! Não importa! Ninguém nunca enxerga minhas meninas ou eu!" Retrucou e, antes que qualquer um falasse algo, Black atacou.
  Ouviu-se um grito e o som de pele sendo rasgada e o sangue manchando paredes não vistas depois disso. fechou os olhos e escondeu o rosto no peito de Bucky. O rapaz continuou inerte.
  Barnes levantou com no colo e saiu daquele lugar com Black na retaguarda.
  Quando eles chegaram a sala, o cenário era de guerra. Havia sangue para todos os lados e mais ou menos sete snipers mortos, além de todos os militares. prendeu a respiração. O cheiro de sangue era enjoativo naquele lugar.
  Eles saíram da mansão e não avisaram a ninguém sobre a matança que havia tido ali. Provavelmente os snipers sobreviventes fariam algo, eles precisavam se afastar dali o mais rápido possível. Ao final da tarde, o trio entrou na cabana. Bucky acendeu a fogueira e preparou o banho da garota.
  "Você vai me banhar?" Ela perguntou, com a voz rouca.
  "Achei que já confiasse em mim." Respondeu sem sorrir. Black fungou em sua cama, apoiando o Soldado.
  "Não é isso! É que..."
  ", você mal consegue se mexer. Pare de moralismo! Até parece que nasceu do Rogers!" Brincou, mas continuou sério.
   sorriu. Barnes a carregou até a banheira e tirou a camisola suja que ela vestia, jogando-a na fogueira. o olhou questionadora.
  "Não quero deixar provas de que aquela mulher existiu. Nem quero deixar provas de que você já esteve machucada." Respondeu. Ela desviou o olhar.
  Havia muita sujeira no corpo da garota. Além de que parecia bem mais magra. Barnes acariciou um de seus hematomas do braço.
  "Dói." Ela reclamou e ele continuou a tirar todas as lembranças do cativeiro.
  Ao final, Bucky a secou e colocou sua camisa na garota, deixando-a coberta pela manta de peles.
  "Vou fazer algo para comer. Precisa se alimentar." Ela gemeu.
  "Meu estômago está embrulhado. Vou vomitar se comer." Barnes virou-se para .
  "Mas você está fraca!" Retrucou.
  A moça negou com a cabeça e fez sinal para ele se aproximar. Bucky se sentou na cama.
  "Só fica aqui. Por favor, Bucky." Implorou. O rapaz se sentou de frente para ela, aninhando-a contra si.
  "Faz tempo que não sinto seus lábios." Bucky confessou. ruborizou.
  "Eu também." Concordou. Barnes colou suas testas.
  "Não sei exatamente o que estou sentindo. Quero tocar em você. Em você. Quero te beijar e nunca mais deixar você sair daqui." Sussurrou. o beijou de leve.
  A moça colocou as mãos do Soldado em suas coxas e suas mãos no peito do rapaz.
  "Eu sei o que estou sentindo. É o mesmo que você." Falou de encontro aos lábios de Bucky.
  Barnes apertou as coxas dela e a puxou mais para si. Ele a beijou com vontade.
   gemeu de dor, fazendo Bucky se afastar.
  "Você pode se machucar, ."
  "Eu nunca quis isso com ninguém. Não até agora." falou, colocando o rosto no pescoço do Soldado e beijando o local.
  Bucky engoliu em seco. Desde que conheceu , seu lado mais humano estava aflorado, mas ele ainda podia machucá-la.
  "Posso te machucar ainda mais." Tentou. Sentiu-a raspar os dentes em sua pele.
  "Não mais do que eu já estou."
  Foi o suficiente. Barnes fechou os olhos e subiu suas mãos para o bumbum dela. voltou a posição de antes e o beijou. Ela puxou o Soldado para a cama, de forma que ele ficasse sobre ela.
  "Eu te amo." Ela sussurrou. Ele abriu os olhos.
  Sem uma palavra, Barnes colocou as mãos na costa da moça, por dentro da camisa, subindo até o meio. desceu suas mãos para a calça de Barnes, abrindo-a com facilidade. A garota sabia que ele não responderia suas palavras, mas tinha esperanças de que ele sentisse o mesmo.
  Bucky tirou a camisa da moça e arremessou em um lugar do quarto. Ele olhou para o corpo moreno claro dela, coberto apenas pela calcinha. Barnes molhou os lábios.
  O Soldado passou a mão pelas laterais do corpo de e se abaixou, beijando o ferimento que havia na barriga da garota. Ela se arrepiou. Com um movimento rápido, a calça do rapaz jazia no mesmo lugar indefinido que a blusa da moça.
  Deveri estar frio do lado de fora, mas, para os dois, parecia ser o próprio inferno ao qual Barnes estava condenado.
  Bucky tirou a calcinha de e a olhou sem levantar.
  "Nunca fiz isso antes. Me pare se algo acontecer." Pediu. segurou em seu pescoço e fechou os olhos. Bucky se alinhou, respirou fundo e penetrou a garota lentamente, sentindo ela tremer de leve e se apertar contra si.
  O Soldado ia tentar sair, mas o segurou no lugar.
  "Por favor, fica. Está tudo bem." Falou enterrando o rosto no pescoço do rapaz.
  Ele continuou ali, parado, até a moça relaxar um pouco. Na primeira estocada, gemeu de dor. Com o aumento das penetrações, passou a gemer de prazer. Barnes ia devagar e a moça não pedia por mais, aquele momento já era tudo o que eles precisavam. Dez estocadas depois, os dois vieram juntos.
  "É possível que eu esteja amando você." Sussurrou, ofegante, no ouvido da garota.
   se afastou um pouco e analisou o rosto de Barnes. Estava frio como a neve, mas seus olhos pareciam confusos.
  Ela pressionou seus lábios contra os dele.
  "Talvez o frio não seja tão ruim para você no final." Falou, sorrindo. Barnes revirou os olhos.
  O Soldado se virou, a colocando por cima, e fechou os olhos.
  "Não existe frio aqui." Retrucou num tom tão baixo que quase não ouviu.
  Ela preferiu ignorar essa fala. Estava tudo tão bem. Não teria mais que se preocupar com Megan nunca mais. Bucky estava ao seu lado. Black estava vivo também. Sua vida ganhava um rumo e ele não era mais solitário.

5. The Blood Turned Into Tears.

   acordou com o arrepio que correu de sua cintura por todo seu corpo. Bucky a acariciava de leve com o braço metálico. Havia duas semanas desde que os dois copularam pela primeira vez.
  "Bom dia." Ela saudou num tom preguiçoso.
  "Bom dia." A voz do Soldado estava rouca.
   beijou o rapaz e olhou para a janela. Já estava começando a primavera e as flores das árvores estavam em cores vivas.
  "Vamos caçar hoje?" Perguntou. Bucky negou.
  "Temos visitas." se sentou.
  "Quem?"
  "Podemos entrar?" Steve perguntou, abrindo a porta.
   puxou as cobertas mais para cima e assentiu. O Capitão virou para trás e fez um gesto, chamando o resto do esquadrão.
  "Hey, !" Clint a cumprimentou, entrando e se sentando na cadeira perto dela.
  "Olá, Freewolf!" Stark sorria.
  "Oi." Banner disse com um meio sorriso, parando ao lado do bilionário.
  Natasha e Thor apenas acenaram com a cabeça. arqueou uma das sobrancelhas.
  "Vocês estão diferentes. O que houve?" Perguntou . Steve suspirou, desconfortável.
  "Natasha, Thor e eu fomos enfeitiçados durante uma patrulha. Procurávamos dois mutantes gêmeos que fugiram de uma divisão inimiga durante um ataque. A moça, denominada Feiticeira Escarlate, tem o poder de mexer com a mente." Explicou. Tony bufou, irritado.
  "Eles estão criando um exército junto com outro mutante, Magneto, mas o objetivo deles é nos destruir." Finalizou . olhou para todos eles.
  "Mais uma missão?"
  Clint sorriu sapeca e se levantou, indo até a garota.
  "E ai, Freewolf, topa?" sorriu.
  "Não. Mutantes está muito além do que ela pode enfrentar." Bucky falou. Os visitantes o encararam.
  "Mais uma vez isso?" Tony indagou, cruzando os braços.
  "Não conversamos sobre isso da primeira vez?" Thor se pronunciou. Natasha se aproximou do Soldado.
  "E, além de tudo, você não é o dono dela." Ameaçou-o com um olhar mortal.
  "Não sou o dono dela, mas ela é a única coisa que eu tenho." Retrucou. Steve se aproximou da moça.
  "Precisamos de ajuda. São muitos." O Capitão implorou. suspirou.
  "Meu apelido é Freewolf?" Rogers sorriu.
  ", por favor." Implorou. Ela o olhou, decidida.
  "Não há nada que possa me machucar com vocês por perto." Proferiu. Barnes se ajoelhou ao lado da garota.
  "Não quero te perder outra vez." Ela acariciou o rosto dele.
  "Clichê não combina com você." Virou-se para os Vingadores. "Preciso me vestir!"
  "Temos mesmo que sair?" Tony perguntou. Natasha revirou os olhos.
  "Stark!" Barton, Rogers, Banner e Thor falaram juntos. Steve puxou o bilionário consigo.
   se levantou e tirou a camisa de Barnes do corpo, indo em direção ao banheiro. O Soldado a olhou de cima a baixo.
  "Você me faz pensar em sexo selvagem antes do café da manhã." Ela parou de andar.
  Pela vermelhidão na orelha direita, que estava a mostra entre o cabelo castanho da moça, Barnes sabia que ela estava envergonhada.
  "Não me faça entrar de greve." Devolveu. O Soldado soltou uma risada curta.
   foi tomar banho e Bucky saiu da cabana. Steve estava encostado em um pinheiro. Barnes cruzou os braços.
  "Você realmente gosta dela." O loiro afirmou com um meio sorriso nos lábios.
  "O que tem isso?"
  "Nada. É bom te ver bem."
  Bucky arqueou um das sobrancelhas e fez uma cara confusa.
  "Por que importo tanto para você? Quase te matei e ainda sim você está aqui, sendo legal comigo!" Exclamou. O Capitão olhou para baixo, mordendo o lábio inferior.
  "Você costumava ser meu melhor amigo." Barnes negou com a cabeça, molhando os lábios.
  "Eu não sei quem você é!" Disse num tom mais alto.
  "Mas eu sei quem você é. Sei que você não é um assassino com sangue frio." A mágoa na voz de Rogers era evidente.
  "Stark está vindo. Preciso ajudar ." O Soldado disse em um tom baixo e entrou.
  Tony cruzou os braços e olhou para seus pés.
  "Está tudo bem, Cap?" O loiro concordou.
  "Melhor impossível!" Rogers foi embora.
   estava terminando de guardar as armas quando o Soldado entrou. Ela o olhou questionadoramente.
  "Rogers." Murmurou. fez careta.
  "Sério, vocês dois deveriam parar com a viadagem e tentar se acertar!" Resmungou. Bucky arquejou.
  "Se você tivesse que aguentar um melodrama daqueles todas as vezes que o visse, talvez entendesse porque o evito!" Rebateu.
  "Estão prontos?" Stark colocou a cabeça para dentro.
  "Já sim, Tony." respondeu, pegando suas coisas e saindo.
  Bucky revirou os olhos e a seguiu.
  A viagem foi totalmente focada na estratégia de batalha. ficou perto de Stark, que dirigia a aeronave. A moça gostava da companhia do bilionário.
  "Então vocês estão mesmo juntos." Tony afirmou olhando rapidamente para trás. corou.
  "Delicadeza em pessoa você..."
  "Fala sério, essa raspadinha está quase sociável e você quer que eu pense o quê? Que ele aceitou Jesus?" Ironizou. riu.
  "Sim, estamos... Tendo algo?" Falou, incerta.
  "Acredite em mim, com caras da época dele, se rolar um beijo, vocês já estão namorando!" Stark sussurrou. o olhou, debochada.
  "Ora, ora, ora. Parece que Tony Stark sabe muito sobre esses homens!" Implicou. Tony revirou os olhos.
  "E?"
  "Você e o Capitão. Dá para ver que vocês se gostam!" A garota disse, fazendo olhos de cachorro.
  "Estamos há uma hora do local de pouso." Desconversou. abriu a boca.
  "Meu Zeus! Vocês já ficaram?" Perguntou, curiosa.
  "O que isso te interessa mesmo?"
  "Qual é, Stark! Vocês dois são muito fofos juntos!" Pulou na cadeira.
  "Você realmente é uma criança!" Resmungou.
  "Stark. . Vocês vão ficar juntos. São os primeiros." Capitão interrompeu. Stark se virou para ele, ligando o piloto automático.
  " faz o reconhecimento por terra e eu por ar?" Questionou. Steve negou.
  "Você vai com ela por terra. Não podem ter o mínimo de suspeitas que estamos ali." e Stark assentiram.
  Quarenta e cinco minutos depois, mais ou menos, eles pousaram. Stark e desceram.
  Eles seguiram pela mata por vários minutos, até ouvirem movimento. preparou as facas.
  "A Feiticeira não quer liderar a gente. Nem ela, nem Mercúrio!" Um homem reclamou.
  "Ela está fazendo o que é certo. Se o pai manda, os filhos obedecem!" Uma mulher retrucou.
  Seus passos podiam ser ouvidos e estavam se afastando, assim como suas vozes. virou para Stark.
  "Se isso for verdade, estamos enfrentando o inimigo errado." Tony a olhou através da armadura.
  "Se derrubarmos os filhos, o pai se enfraquece." Murmurou.
   mordeu o lábio inferior e guardou as facas. Não estava pronta para matar pessoas, mesmo que sem querer.
  "Vamos avisar o Cap?" Perguntou. Tony concordou.
  Logo o homem avisou Steve pelo comunicador e o loiro respondeu que ele e Thor estavam do outro lado.
  "Provavelmente, Nat e Clint vão vir pelo centro." Comentou.
  "Bucky vai entrar com Black, ." Steve falou no ouvido da garota.
  Todo o corpo da moça ficou rígido. Black nunca havia enfrentado algo assim. Ele não estava pronto.
  "O que?" Sussurrou.
  "Não se preocupe, o vesti com a armadura de ferro, ele vai ficar bem." Bucky falou, sério.
  "Ataquem!" Steve gritou antes que pudesse falar algo.
  A partir daquilo, tudo foi muito rápido. Stark carregou e a levou até o centro, soltando-a. Ela pegou as armas e saiu atirando em todos que vinham para cima dela.
  Os tiros de Stark faziam grandes estragos no local. Ele tinha o máximo cuidado de não atirar em .
  Haviam muitos mutantes ali. Uns muito fortes e outros atordoados. Estava fácil demais se considerar a imagem que eles tinham da batalha.
  Antes do que imaginavam, eles estavam reunidos no centro do acampamento. Black ficou à frente de .
  "Isso foi fácil demais." comentou, tomando fôlego.
  A moça estava com um corte no rosto, vários machucados pelos braços e muitos cortes pela barriga. Bucky foi até ela.
  "Só está começando." Steve limpou a garganta, fazendo Barnes sair de perto.
  "Você está completamente certo." Apontou para o céu.
  Três figuras desciam voando. Uma vermelho escarlate, outra vermelho escuro e uma cinza claro. Clint se preparou para atirar, mas suas flechas voaram para longe, junto com as armas de Bucky, Steve e Natasha, as facas de e o martelo de Thor. Tony ficou travado no lugar.
  "Bem, vocês caíram na armadilha." Uma voz masculina grave ressoou.
  "Você planejou isso? Planejou matar todos seus aliados?" Steve gritou enquanto os três alcançavam o chão.
  "Mas quem falou que estão todos mortos?" O rapaz de cinza claro sorriu e estalou os dedos.
  Pelo menos cem mutantes apareceram atrás deles. Os Vingadores reconheciam alguns, muitos que eles pensaram estarem mortos. fixou o olhar na moça.
  "Foi ela. Feiticeira Escarlate. Ela tem esse poder."
  A ruiva sorriu para ela. Havia veneno no sorriso, mas também havia espanto. A Feiticeira não intimidava .
  "Muito esperta essa moça com vocês." Magneto elogiou.
  "Você não tem poderes." A moça de vermelho observou e segurou em Black.
  O lobo estava preparado para o ataque, mas sabia que Magneto o pararia se ele tentasse algo. Black tinha a armadura de ferro sobre seu pêlo.
  "Não preciso de poderes." Retrucou. Magneto sorriu.
  "Mas é claro que precisa! Contra o Soldado Invernal, suas habilidades não valem nada!" Anunciou Mercúrio, cruzando os braços.
  Todos olharam para Bucky. O Soldado estava parado no lugar, seus olhos brilhavam e logo ele olhou para . A moça não conseguia se mover, algo a prendia ali.
  Tony sabia que não iria acabar bem, mas não podia fazer nada. O bilionário gritou para Steve, que pulou à frente de Barnes. O Soldado Invernal apenas o bateu com o braço metálico e o empurrou pela barriga, fazendo o Capitão América cair para o lado. Thor o empurrou, mas Barnes não parou. Não era ele ali.
  O deus tentou com todas as suas forças desacordar o rapaz, mas Bucky não estava nem aí para os ferimentos. O Soldado socou a boca do estômago de Thor e o jogou para o lado. Clint pulou por trás e Natasha tentou puxa-lo para baixo. Não deu certo.
  Finalmente, se viu a menos de meio metro de Bucky. Uma faca voou e o Soldado a pegou no ar. A garota fechou os olhos e esperou. Mas, de alguma forma, Black atacou.
  O sangue do lobo jorrou. olhou para o animal caído aos seus pés, com a pata esquerda dianteira mostrando um dos ossos totalmente quebrado. Ela gritou de dor.
  Não durou muito. Menos de meio segundo depois, sua pele foi dilacerada. Era um corte fundo em seu estômago, iria morrer logo.
  "!" Bucky gritou, puxando a faca de volta.
  A moça caiu sobre ele. Não tinha mais apoio e o sangue voltava por sua garganta, ela não conseguia controlá-lo. Bucky a pegou no colo e sentou no chão.
  Com a distração, um grupo de mutantes atacou Magneto e prendeu os gêmeos. Tony correu para cima do casal assim que se viu livre.
  "Black. Salvar. Black!" balbuciou, sentindo a dor adormecer seus membros.
  Bucky olhou para o lado e viu Stark, um pedido silencioso correu ali. O magnata consentiu.
  Barnes mordeu o lábio inferior e olhou de novo para a moça. Ele não havia feito aquilo porque quis! Ele tentou lutar o máximo que pôde quando viu os planos da Feiticeira, mas o impulso era muito forte.
  "Me desculpe!" Implorou, colando a testa com a de .
  A moça levantou uma mão trêmula para tocar seu rosto.
  "Está tudo bem, Bucky." Falou, se entalando no final.
  O Soldado negou, virando-se para o lado e beijando a palma da mão da garota. Os olhos dela lutavam para permanecer abertos.
  Steve se ajoelhou a frente deles.
  ", Thor pode tentar levar você a Asgard. Tentar te salvar." O loiro disse baixo.
  Havia se apegado a garota, assim como todos ali. negou.
  "Sei o quanto é perigoso ir para Asgard." Tossiu. "Não conseguirei!" Respirou fundo.
  Com um último olhar para Bucky, fechou os olhos. Sentia que sua vida a deixava, mas não o fez por causa disso, apenas não conseguia mais mantê-los abertos.
  "Abre os olhos ! Abre!" Bucky a sacudiu e gritou.
  A garota não conseguia responder a ele. Ela estava consciente, mas seu corpo não respondia. Era como estar presa em um pesadelo. O sangue que saia por seu estômago fazia-o rodar.
  Steve segurou sua mão com força e deixou uma lágrima cair. Não era para ela estar ali.
  "Por favor. Abre os olhos. Só abre. Não me deixa. Não." Bucky afundou o rosto no pescoço da garota.
  Podia sentir sobre seus lábios a pulsação fraca de , que diminuía ainda mais. Cada vez mais. Até parar.
  Bucky se deixou chorar como nunca, mas não gritou. Apenas ficou ali, apertando a moça em seus braços, sem ter forças para levantar.
  Os Vingadores fizeram um círculo em torno do casal, se ajoelhando e sofrendo em silêncio. Todos gostavam de .
  Mais ou menos, meia hora depois, Stark chamou Bucky.
  "Precisamos ir. Black está mal também. Precisa de uma prótese para a pata o mais rápido possível!" Sussurrou. Barnes assentiu.
  Com o corpo de nos braços, o Soldado levantou e seguiu para o avião. Ninguém falou uma palavra durante o trajeto.
  Bucky colocou o corpo de numa das macas que havia ali e sentou-se na frente dela. Stark trouxe Black e o colocou no banco ao lado de Barnes, com um olhar de simpatia.
  Bucky acariciou o pêlo, agora, manchado do lobo. Havia manchas de sangue por todo seu corpo e a pata quebrada estava enfaixada com cuidado. Trabalho de Banner.
  "Foi mal, Black. Ela se foi garoto." O lobo ganiu.
  Assim que eles voltaram a Torre dos Vingadores, Stark levou o canino para moldar a prótese junto com Bruce.
  Barnes ficou na varanda, num lugar à sombra do sol. O movimento da cidade o ajudava a distrair.
  Olhando para suas mãos, havia traços de sangue em todos os locais possíveis. Assim como em seu corpo e coração, estava marcada em todo ele.



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