Are u Sure?

Escrito por Luiza Valente | Revisado por Mariana

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  - O que faz aqui, ?
  - Vim conseguir minha garota de volta.
   o olhou de cima a baixo, vendo o quão desolado o garoto estava.
  - Ela não quer falar com você.
  - Eu preciso disso.
  Ele tentou entrar mais uma vez, mas ela o impediu travando o braço no batente da porta.
  - Por favor...
  A voz firme e forte de se transformou em um fraco sussurro, ele levantou a cabeça e a encarou, os olhos marejados.
  - Não fui eu quem te deixou entrar.
  Ela retirou o braço, dando passagem ao garoto, que lhe deu um projeto de abraço enquanto sussurrava um rápido e atrapalhado agradecimento para ela. Passou voando pelas escadas.
  Chegou à porta do quarto da garota, parando instantaneamente. A observou: Os cabelos e embaraçados jogados pelo travesseiro, ainda de pijamas, de costas para a porta.
  - .
  Ele sussurrou, o que causou a ela um arrepio. Ela se virou para o garoto, a maquiagem borrada, os olhos vermelhos, o rosto inchado.
  O encarou de cima a baixo: o All Star surrado nos pés, a calça jeans pendendo em seu quadril, do jeito que ela mais amava, um moletom do Nirvana, o mesmo que ela vestia quando ia a casa dele e que ainda devia ter seu cheiro, e os cabelos totalmente despenteados. Estava incrivelmente lindo.
  - O que faz aqui?
  - Vim conseguir a minha garota de volta. - Deixou os lábios se curvarem levemente para cima por repetir o diálogo com .
  - Meio tarde, não acha?
  - Nunca é tarde para o amor.
  - Clichês não fazem o seu tipo, ...
  Ele deu um passo à frente encarando a garota, mais um passo e assistiu estremecer e levantar da cama, fazendo com que os cabelos embaraçados lhe caíssem sobre os ombros da forma que ele mais gostava: emoldurando seu rosto.
  - Já pode ir.
  - Já tenho minha garota de volta?
  - Não mesmo.
  - Então acho que ficarei um pouco mais...
  - , por favor...
  - Eu simplesmente não posso... – Sentiu seus olhos arderem – Você sabe que seria muito mais fácil para mim, esquecer tudo isso e seguir a vida, mas eu não posso, eu não consigo, eu não quero...
  - Você terminou comigo, foi você quem disse que se sentia sufocado.
  - Eu sei... Foi o maior erro de toda a minha vida.
  - Tem certeza que seu maior erro não foi ter ficado comigo?
  - O quê? Mas é claro que não! Eu te amo, e você sabe disso, de onde tirou isso?
  - Você disse que se sentia sufocado!
  - Eu sei disso! Eu só não me lembro o porquê...
  - Como assim não se lembra?
  - Eu estava bêbado.
  - Como? – Era incrível como ela estava atônica.
  - Eu não lembro o que disse, nem por que disse, eu só sei que o me ligou ontem à tarde para me perguntar se eu estava muito mal por ter terminado com você e depois teve de me explicar a história toda.
  - Então quer dizer que você fez tudo isso, e estava bêbado?
  - Falando assim parece muito pior.
  - E é, saia da minha casa, . Agora!
  - , por favor, me escuta.
  - Você é inacreditável, sabia?
  - , eu estava bêbado!
  - Exatamente! Você se embebedou antes de ir se encontrar comigo, pegou uma piriguete qualquer e depois me tratou daquele jeito! É imperdoável, !
  - ...
  - Não! – Ela o interrompeu – Só saia da minha vida pode ser?
  - Não! – Foi a vez dele de gritar – Você não pode me pedir para sair por aquela porta e deixar tudo o que eu tenho para trás!
  - Acho que posso sim.
  Finalmente deixou as lagrimas escorrerem por seu rosto, ela estava mesmo lhe pedindo isso?
  - Tem certeza disso?
  - Não me peça para ter certeza de nada agora, ...
  - Então acho que ficarei por aqui até você se resolver.
  - Eu não te quero aqui, .
  - E eu te quero em todos os lugares... Você é a coisa mais importante para mim, você é tudo que eu tenho, e também é só o que eu preciso
  - – Ela o interrompeu novamente.
  - Eu preciso de você – Ele continuou, interrompendo-a – Preciso do seu cheiro, preciso de você acordando ao meu lado de manhã, preciso te sentir, preciso que você me ame loucamente, do mesmo modo desesperado que te amo.
  Ela sentiu-se confusa e um pouco tonta, ele continuava ali, seu cheiro continuava a entorpecendo, sua calça ainda mais baixa na cintura. Ela realmente queria pensar, colocar todos os pensamentos em ordem. Sua cabeça borbulhava de raiva, ele a fez sofrer, sofrer muito. Porém ela ainda o amava, e ele ainda o amava. Ela sabia disso.
  Mas sua insegurança falava mais alto, por que ele tinha se embebedado antes de encontrá-la? Essa pergunta ecoava em sua cabeça...
  - , me deixa pensar ok? Só me deixa pensar, porque eu estou entrando em combustão com tanta informação. Por favor...
  Ela o suplicou, a voz ficando mais fraca a cada palavra. Os olhos começando a arder pelas lagrimas presentes.
  Ele o olhou novamente, os pijamas curtos e justos completamente amaçados no seu corpo, descalça, o rosto com marcas do travesseiro.
  Se virou e caminhou até a porta, olhou novamente para ela e saiu, batendo a porta atrás dele.
  Ela o assistiu saindo por aquela porta e se jogou ao chão, deixando as lagrimas escorrerem livremente por seu rosto. Deitou sobre o chão gelado, rastejou até o carpete e se aninhou ali. Chorou, chorou durante horas até pegar no sono.
  Quando acordou ainda podia sentia o cheiro agridoce dele no quarto, estava completamente dolorida. Havia dormido no chão durante horas e horas. Acordou perto das 3h00 da manhã, seu estomago roncava.
  Levantou e estalou as juntas doloridas, caminhou até a porta enquanto tentava prender seus cabelos, a abriu e viu a cena em câmera lenta:
   estava jogado, literalmente jogado, ao chão, apoiado na porta. Se assustou quando ela a abriu. Estava ali, acordado o tempo todo, não conseguia dormir, e também não conseguia levantar dali e ir para casa enquanto sabia que a garota chorava do outro lado da porta.
  Ela o encarou surpresa e um pouco assustada. Ele tinha os olhos inchados, havia chorado também, olheiras pela falta de sono, e seu rosto nunca esteve tão abatido.
  - O que faz aqui, ?
  - Te esperando terminar de pensar.
  Ela passou por ele e desceu as escadas com ele em seu encalço.
  - Não acredito que está aqui até agora.
  - Não consegui me mover depois que sai daquele quarto.
  Ela parou assim que chegou a sala de estar. Sentia aquela maldosa pergunta a atormentando novamente.
  - Por que se embebedou antes de ir se encontrar comigo? Sou ruim assim?
  - CLARO QUE NÃO! Eu só precisava de coragem... Eu sou um idiota mesmo...
  - Coragem para quê, ?
  - Para realizar o meu sonho.
  - Fazer um tour pelos Estados Unidos?
  - Não, isso é apenas um desejo idiota. Sonho é aquela coisa que te fara feliz pelo resto da vida, apenas pelo fato de ter sido realizado. Sonho é aquilo que te destrói, só pela mera hipótese de não consegui-lo. Sonho é a melhor coisa que você pode fazer na vida.
  - E qual é o seu?
  - Me casar com você.
  Ele se ajoelhou, retirando uma pequena caixinha de veludo do bolço traseiro da calça.
  - É tudo que eu quero na vida.
  - Eu... Eu... Você...
  - Se lembra do que eu te dizia? Só você pode ser meu tudo, o meu para sempre...
  - Mas... Você... Você
  - Sim, eu. O que me diz, ?
  - O seu tudo, o seu para sempre.
  - Só minha?
  - Só sua.
  Ele se levantou rapidamente e a agarrou pela cintura, colando seus corpos e encostando suas testas. Ele observava seus lindos olhos enquanto ela se deliciava nos dele.
  Finalmente juntaram os lábios, a saudade estava no controle e havia urgência em cada movimento. As línguas em uma guerra suave e deliciosa, as mãos dele acariciando sua cintura, as dela em seu pescoço e os dedos entrelaçados em seus cabelos.
  Foi sem dúvidas, a melhor decisão de suas vidas.

FIM



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