A Request For The Stars

Escrito por Bia J. | Revisado por Angel

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Capítulo Único

  “Um dia, todos se vão. Eu sei disso. Mas nunca pensei que ela iria tão rápido.” Esse foi o primeiro pensamento de quando faleceu. 12 de setembro não foi um dia muito legal para ele. A vida não foi legal com ele. Tirou dele a única mulher que ele amava. Tirou dele a felicidade. Quando se foi, uma parte dele também tinha ido. Ele se sentia vazio, sem vontade de viver.
  Sentado à meia noite, olhando para o céu, pensou em como gostaria que ela estivesse ao lado dele. Como gostaria de ver o sorriso dela. Ah, o sorriso dela...
  Era incrível. Era o tipo do sorriso que você não consegue não sorrir junto. E seus olhos? tinha aquele tipo de olhos que algumas pessoas têm. O tipo de olhos tristes que deixam a gente com vontade de fazer com que não fiquem tão tristes.
   olhava as estrelas com os olhos marejados. Estar perto das estrelas era o meio mais perto de estar ao lado dela. Doía. Doía saber que ele estava tão perto dela, mas ao mesmo tempo tão longe. A verdade é que as pessoas nunca estão prontas para dizer adeus. Deve realmente doer, você ligar para a pessoa e saber que sempre vai cair na caixa postal. Ou quando você simplesmente esquece que a pessoa está morta e vai a casa dela e ninguém atende, porque não tem ninguém lá, ou apenas pensar que nunca mais vai ouvir a voz dela; Ou o sorriso. E então só o que nos restam são memórias, lembranças. E o ruim é isso, são apenas lembranças. São como uma foto. Ela sempre estará presa naquele momento.
  “– Sabe, quando eu morrer eu vou ser uma estrela.
  - Por quê?
  - Para você sempre se lembrar de mim.
  - Ainda não entendo.
  - Oh, . As estrelas são eternas. E é isso que eu quero ser para você.
  Ele olhou para ela sem dizer nada, mas logo sorriu e a beijou.
  - Sendo assim, você será a estrela mais brilhante do céu.
  - Com certeza. – Ela sorriu e abraçou mais forte seu namorado. ’’
  No alto do prédio, dava para ver toda cidade. Tinha pessoas que caminhavam e riam. Outras que dormiam, pois já estava tarde. Mas tinha várias pessoas na rua, afinal, é nova York, a cidade que nunca dorme. suspirou pesadamente e foi até a ponta do telhado. Estava na hora. Ele tinha tentando, tinha mesmo. Mas não tinha razão para viver sem ela aqui. A vida não tinha sentido, não tinha direção. Em um piscar de olhos, ele pulou.
  Dizem que quando você morre você vê uma luz. Outras pessoas dizem que você vê sua vida diante seus olhos. Isso aconteceu com ele.
  A única coisa que se passou em sua cabeça foram lembranças, mas só com ela. Vocês devem estar estranhando, mas está certo, afinal, ela era a vida dele.

17 de Setembro de 2010.

  – Ela é gata. – Falou .
  - Ela não é nada mal. - Concordou .
  - De quem vocês estão falando? – Perguntou.
  - Da gatinha ali.
  Apontou para uma menina de cabelos castanhos que estava rindo, lendo alguma coisa. Ela parecia estar em outro mundo, não ligando para as pessoas ao seu redor. sentiu seu coração acelerar. O que ele estranhou, mas seguiria sua intuição.
  - Ela é realmente linda. – Disse encantado.
  - Tá esperando o quê? Se você não for, vou eu. – Riu .
   arregalou os olhos e correu até a menina. Ouviu a gargalhada de atrás de si, mas não ligou. O menino parou em frente à garota que ainda lia, nem notando sua presença. E se tivesse notado, tinha ignorado. Ele pigarreou, meio sem jeito.
  - Posso ajudar? – Ela perguntou, fechando os livros, dando um sorriso tímido.
  - É, na verdade sim. – Ele sorriu largamente. – Está lendo o quê?
  A menina franziu o cenho com a mudança repentina de assunto, mas respondeu ao garoto, não deixaria o menino no vácuo. Não fazia seu estilo.
  - Percy Jackson, conhece?
  - Claro, tenho uma prima que é louca por essa saga. – Ele riu. – Qual é?
  - Eu já li todos, mas estou relendo de novo, esse é O Último Olimpiano.
   olhou para trás e viu dar um passo em direção aos dois, o fuzilou e sibilou para o amigo se afastar. Virou-se para a menina sorrindo, precisava agir rápido, se não a roubava. E se não fosse , seria . Aquele não perdia tempo, mesmo...
  - Hey, escute, quer sair comigo hoje?
  Parecia realmente muito precipitado, mas ele não ligava, gostou da garota, mesmo conhecendo ela há segundos.
  - Desculpe, não saio com estranhos.
  - Sorte sua que eu saio. Te pego às nove.
   riu enquanto se afastava, pois sabia que aquela cena era de algum livro. Saiu o mais de pressa de lá, não sabia de onde tinha saído tanta coragem, mas agradecia por ela ter vindo nesse momento.
  - Ah, por falar nisso, me chamo . – Ele gritou já distante.
  - ! – Ela gritou de volta, agora rindo.

28 de Junho de 2011

  - Aham, então quer dizer que você a acha bonita? – Murmurou a menina irritada.
  - Eu não disse nada. – Ele levantou as mãos, rendendo-se.
  - Porém pensou. O que dá no mesmo.
  - Qual é . Para de drama.
  - Drama, eu? Agora eu sou dramática, ?
  - Pequena, eu...
  - Você o quê? – Ela perguntou irritada.
  - Isso é paranoia sua.
  - Ótimo, agora é doida e dramática. Mais alguma coisa a acrescentar, ?
  - Poxa , vamos devagar. E daí se eu olhar para outra menina? Nós nem temos nada e...
  Percebeu que tinha dito algo errado quando viu que a menina ficou quieta. Mau sinal. Ela nunca parava de falar, então quando parava, ou estava dormindo ou... Bom, estava puta da vida. Eram essas as opções. Andou apressadamente até ela, mas a mesma se afastou com urgência.
  - Me deixa em paz. – Fungou.
  - Por que acha que eu faria isso? – Ele perguntou, ainda correndo atrás dela.
  - Porque não temos nada. – Ela o imitou.
  - , espera...
  - Me deixa em paz! Por que eu tinha justo que ter me apaixonado por você?
  E então ela saiu correndo, chorando. ficou estático, no meio da rua, a olhando ir embora. Eles se conheciam a mais de um ano e desde aquele dia, viraram amigos, com o tempo, melhores amigos. sempre teve uma queda pela menina, mas nunca pensou que era correspondido, mas ao ouvi-la dizer aquelas palavras...
  Ele sentiu seu coração bater mais rápido, algo em seu estômago, que fazia cócegas, suas pernas bambearem e a melhor parte de todas, a alegria rasgando seu peito.
  Como ele não poderia estar feliz? , a garota dos seus sonhos, sua melhor amiga, era apaixonada por ele, assim como ele era por ela.

+++

  A menina lia um livro qualquer, tentando se distrair. Já era tarde, quase nove horas da noite. Como amanhã era sábado podia ficar acordada até tarde. Lia tranquilamente, já sentindo seus olhos arderem. Estava com sono, se levantou, foi até a cômoda e deixou seu livro lá, já estava de pijama, então não precisou se trocar. Quando ia deitar, ouviu algo bater em sua janela. Franziu o cenho e ignorou, mas o barulho voltou. Suspirou irritada e abriu a janela de uma vez. E para sua surpresa, viu que quem estava lá em baixo era . Seu , segurando algumas pedrinhas na mão.
  - O que faz aqui? – Ela sussurrou para não acordar os pais.
  - Vim te ver, oras.
  - , vá embora...
  - Eu preciso te falar algo e preciso falar hoje.
  - Não pode deixar para amanhã?
  - Não, . Eu já venho adiando isso há um bom tempo...
  - ...
  - Posso subir?
  - Sem fazer barulho.
  Ele sorriu alegremente e subiu pela árvore que tinha ali, que dava na varanda da menina. Ela suspirou irritada consigo mesmo, por que diabos não conseguia negar nada a ele? Porque ela o amava, claro. Droga de amor, sempre atrapalhando tudo...
  Ele subiu e entrou no quarto da menina, sem fazer barulho, como ela pediu. Olhou para o quarto e ela estava sentada da cama, o olhando séria, de pernas cruzadas.
  - E então?
  - Antes de tudo, eu queria me desculpar. – Ele falou, apressadamente.
  - Você não tem o porquê de se desculpar...
  - Na verdade, tenho. Fui um babaca hoje.
  - Você falou a verdade, só isso.
  - Não, eu não falei. – Ele suspirou. – Nós temos algo. Algo forte. Temos algo tão forte que sei que vai ultrapassar as barreiras da morte. E sabe o que é esse negócio, ?
  - O quê? – Ela perguntou tão baixinho que foi como um sussurro.
  - O amor que sentimos um pelo outro. Não importa o que aconteça no futuro, pequena. Mesmo que se algum dia ficarmos separados, sempre pertenceremos um ao outro. Eu sempre gostei de você. Desde a primeira vez que eu te vi, lendo um livro qualquer, parecendo estar em outro mundo, eu soube que você era única. Você é chata, . Neurótica, completamente pirada da cabeça... Mas tudo isso me fez gostar ainda mais de você. Eu simplesmente não sei mais viver sem você. E quer saber de uma coisa? Eu não quero. – Ele sorriu.
  Os olhos dela transbordavam lágrimas, ele se aproximou da menina com cuidado e as limpou com o polegar, antes de cair.
  - Não chore.
  - É que... eu sempre sonhei em ouvir isso, mas nunca imaginei que tornaria realidade.
  - Bem, sonhos viram realidade. – Ele sorriu. – Mas... E você, é apaixonada por mim?
  Ela sorriu. E ele ficou lá como um bobo, admirando seu lindo e belo sorriso. E quando viu ela estava em seus braços, o abraçando forte, surpreso, retribuiu com a mesma força e então ela o beijou. E acho que aquilo tinha sido um belo de um sim.
  O melhor “sim” de todos, ele pensou, ainda a beijando.

10 de Janeiro de 2012

  Ele não sabia cozinhar, mas estava tentando. Hoje era um dia especial, e completariam um ano de namoro. Já tinha queimado o arroz três vezes, mas conseguiu na quarta. Agora preparava a sobremesa. Um bolo de chocolate lindo e delicioso. Só que obvio, estava dando errado. Ele suspirou pesadamente, culinária não era seu forte. Não mesmo. Mas era para , então daria seu máximo para que tudo saísse perfeito.
  Estava tão concentrado que nem percebeu uma pessoa atrás dele, logo o abraçando por trás. Ele sabia que era , mas... Por Deus, você quer me matar? – Ela riu. – Deixa eu te ajudar, deixa com a profissional aqui, baby.
  - Convencida. – Murmurou emburrado.
  Ela o abraçou.
  - Mas fico feliz por ter tentado, isso é melhor que qualquer coisa e tenho certeza que o jantar está ótimo.
  - Puxa saco.
  - Grosso.
  - Chata.
  - Pentelho.
  - Princesa.
  - Sapo.
  - Linda.
  - Feio.
  - Anjo.
  - Amor?
  - Hm?
  - Cala a boca e me beija, vai.
  Ele riu e a beijou, os dois no final não comeram o bolo que nem foi feito, nem a comida, que ele se esqueceu de tirar do forno e bem, queimou. Os dois acabaram agarradinho juntos no sofá, comendo pizza e vendo um filme qualquer. Não tinha sido como o planejado, é verdade... Tinha sido muito melhor.

29 de Julho de 2013

  - 19 anos, hein, amor?
  - É, estou ficando velha. – Ela riu. – Mas é sério, vem logo!
  - Calma amor. Eu estou indo. – Ele falou atrapalhado, com a câmera da mão, filmando esse momento.
  - Amor, vamos, a gente vai perder a reserva.
  - Pronto, já estou aqui. – Ele chegou à sala.
  - Ainda bem, né? – Ela puxou sua mão, para entrar no carro, mas logo parou.
  - O que foi?
  - Amor, meu bebê, minha vida...
  - O que você quer? – Ele foi direto ao ponto.
  - Posso... Dirigir?
   encarou boquiaberto. Afinal, ela tirou a carta uma semana atrás e... Bom, ela era péssima. Nunca disse isso a ela, claro, mas... Ela era. Ficou chocado quando ela disse que conseguiu tirar a carta. Só que hoje era aniversário dela, como recusar um pedido? Olhou para a menina, que fazia um bico lindo. Ele bufou e entregou as chaves, um pouco relutante de sua Ferrari.
  - O que você não pede sorrindo, que eu não faça chorando?
  - Ah, cala a boca, vai. – Ela disse gargalhando e entrando no carro preto, do namorado.
  - Certo amor. Toma cuidado, ok?
  - Relaxa amor. – Ela respondeu, revirando os olhos. – E cadê o e a ? Eu não tenho a vida inteira.
  Depois de um segundo, os dois saíram de mãos dadas do prédio. sorrindo a respondeu.
  - Estamos aqui, Darling.
   era namorada de , sim, aquele mesmo pegador. Mas acontece que ela conquistou aquele coraçãozinho tão disputado. E não era nada mais e nada menos que melhor amiga de , tornando tudo mais divertido. Os quatro iriam a um restaurante chique comemorar o aniversário de . Assim que a amiga avistou quem iria dirigir, fez uma careta. Aquilo não ia acabar bem...
  - , você sabe que eu te amo, mas... Deixa o dirigir, eu não quero morrer! –Implorou.
  - Deixa que eu dirijo, vai! – Se intrometeu .
  - NEM FERRANDO! – e berraram, apressadamente.
  O menino revirou os olhos, com a reação da namorada e do melhor amigo, mas depois riu. Sabia que não dirigia bem. , por outro lado, não estava achando tanta graça. Entrou no banco do motorista, já cansada da discussão. Ela provaria para eles que dirigia bem. É.
  Os outros entraram hesitantes. foi ao banco do motorista e os dois outros atrás. ligou o carro e pisou no acelerador, mas em vez de o carro ir para frente, foi para trás. Todos gritaram, mas logo mudou a marcha apressadamente, então o carro foi para frente, mas em alta velocidade. A menina, em pânico fechou os olhos. olhou para ela abismado, ela era a motorista, caramba!
  - TIRA O PÉ DO ACELERADOR, ! – gritou, em pânico.
  - NÓS VAMOS MORRER! – Gritou , desesperado.
  - EU AVISEI! – Gritou uma , furiosa.
  - NADA DE PÂNICO, OUVIRAM? – disse totalmente em pânico.
  Com o carro indo a uma velocidade grande, quando viram já estavam andando nas ruas de Nova York. Viu que senhora atravessava a rua e o carro ia à mesma direção. Ops. Gritaram todos, prevendo uma grande merda. Mas desviou a tempo, fazendo todos suspirarem aliviados. Tirou o pé do acelerador e puxou o breque, parando o carro em qualquer lugar.
  - Isso foi... – Começou , sendo interrompido por .
  - DEMAIS! PURA ADRENALINA.
  Todos olharam para , bravos. olhou para frente e sorriu, o restaurante era uma quadra dali.
  - Vem, vamos.
  - Viu, eu disse que sabia dirigir... – Ela rodou as chaves no dedo.
  Todos olharam para ela com uma cara séria. Ela se encolheu, perguntando:
  - Posso dirigir na volta?
  - NÃO!

+++

  No restaurante, estava tudo bem. Todos tinham se esquecido do episódio do carro. Conversavam animadamente, comendo a sobremesa. contava piadas idiotas, fazendo todos rirem. às vezes batia no namorado por ele olhar para as garçonetes, já esse ria e dizia que não estava fazendo nada, logo depois beijava a namorada demoradamente, dizendo que era ela que ele amava, então, o mesmo estava perdoado. e estavam um ao lado do outro, já que a mesa que estavam os quatro era redonda. Ela dava a sobremesa na boca dela, fazendo a menina rir do gesto romântico do namorado. Ele às vezes errava e ia na bochecha dela, a fazendo dar uma tapinha no ombro dele de brincadeira e também pegar uma colher de sorvete e enfiar na cara do namorado, ele riu e então os dois começaram a fazerem uma guerrinha de comida. Do outro lado da mesa, os amigos os observavam com um terno sorriso.
   pagou a conta, com muitos protestos vindos da namorada, que disse que era a aniversariante que pagava não o namorado, mas parou de discutir, pois sabia que não mudaria de ideia. Aquele cabeça dura...
  Saindo do restaurante, passearam pela cidade, foram ao shopping, depois passear em um parque e enfim para casa. e deixaram os amigos em suas respectivas casas e foram para o apartamento que dividiam juntos. Sim, eles moravam juntos, faziam mais ou menos seis meses. Ele estacionou o carro na garagem e os dois foram para o apartamento. A menina disse que ia tomar um banho, ele apenas assentiu. Quando ela saiu da sala, indo para o quarto, o menino esperou ouvir o barulho do chuveiro para começar a fazer a surpresa, e essa surpresa daria certo... Ele esperava.
  Pegou as velas que comprou outro dia, e desajeitadamente colocou espalhadas pela sala. Pegou o bolo que tinha comprado mais cedo, também, enquanto dormia. Colocou no centrinho da mesa. Espalhou tulipas vermelhas, sua flor preferida, pela sala e acendeu as velas, apagou a luz da sala e se sentou no sofá, apenas esperando sua amada. Depois de alguns minutos, a mesma saiu do quarto com um moletom e um pequeno short elástico. Olhou para o namorado surpreso, ele apenas a chamou, para sentar no sofá com ele.
  - O que é isso? – Perguntou, olhando ao redor do apartamento, sorrindo.
  - Achou que não ia ganhar presente de aniversário, é?
  - , eu disse que...
  - Relaxa amor. Na verdade, eu acho que esse presente é para nós dois...
  E então, ela o olhou mais confusa ainda. O menino riu e se aproximou mais ainda dela.
  - Dizem que todo mundo no mundo tem uma alma gêmea, eu achava isso uma grande mentira, sabe? Mas aí eu te conheci, então eu acreditei naquilo. Começamos a namorar e então eu tive a certeza que aquilo era verdade. E tive certeza que eu tinha encontrado a minha alma gêmea. O fato é que eu não posso, não sei e não quero viver com outra pessoa além de você. Eu duvido que encontre alguém no mundo como você, minha pequena. – Ele sorriu, fazendo carinho em seu rosto. – Você é como uma estrela, amor. Sabe por quê? Elas são únicas, assim como você é para mim. Eu sei que você merece alguém melhor, mas... Eu posso te garantir que ninguém no mundo vai amar mais você do que eu amo. Eu até deixaria você dirigir minha Ferrari de novo se você pedisse...
  - Sério que faria isso por mim? – Ela sorriu, emocionada.
  - Eu faria qualquer coisa para te ver sorrir.
  Ela o olhava apaixonadamente, já sentindo lágrimas brotarem em seus olhos. O menino não estava tão diferente. Como alguém podia ser tão perfeito? Ele não podia ser real... O menino continuou com seu discurso.
  - Eu só quero que você saiba amor, que eu sempre vou amar você. Que eu quero passar a minha vida inteira ao seu lado. Eu quero acordar e ver você dormindo agarradinha a mim, quero chegar em casa, depois de um dia exaustivo do trabalho e ver você aqui, sorrindo para mim, fazendo tudo ficar melhor. Quero ter filhos com você. Seis ou mais. – Ele riu. – Quero ter uma vida com você. Quero você inteiramente para mim. Dizem que nada dura para sempre, então, você quer ser meu nada? – Ele sorriu de lado, depois se levantou e se ajoelhou em sua frente. - , você aceita se casar comigo?
  Foi como se o mundo tivesse parado, como se não existisse nada além deles. Seu namorado, o amor de sua vida, a estava pedindo em casamento. Lá estava ele, de joelhos, mostrando o anel mais lindo do mundo. Tudo para ela. Tudo por ela. Realmente, ela não tinha duvidas de que era a mulher mais feliz do mundo. Olhou para o namorado, com os olhos cheios de lágrimas e com o sorriso largo.
  - E se você pedisse mil vezes, mil vezes eu diria sim.
  E então, com os corações acelerados, os olhos transbordando alegria, se abraçaram e agradeceram a Deus por terem um ao outro. Beijaram-se e ficaram rindo que nem bobos, como toda pessoa quando se está feliz. Ele colocou o anel em seu dedo, que era o mesmo que tinha uma veia ligada ao coração. Beijaram-se mais uma vez e então aproveitaram aquele momento juntos. Afinal, para eles, seria eterno.

12 de setembro de 2014

  Nada podia ficar melhor. Tudo estava dando certo para os dois. Muitos foram contra o casamento, já que todos achavam que eles eram muitos jovens, pois tinham apenas vinte anos, mas ambos concordaram que eles se casariam, sempre souberam disso. Mais cedo ou mais tarde, o que importava, afinal das contas? Eles eram feitos um para o outro, e todos que olhassem para eles poderiam ver isso. O casamento aconteceria no final do ano. Estão certos, eles estavam no terceiro ano da faculdade, mas o que isso importava? Dividiam um pequeno apartamento e pagavam as despesas por conta própria, além disso, os dois tinham bolsa na faculdade, o que ajudava um bocado. Eles eram independentes. Sabiam se virar e se no futuro passassem por dificuldades, eles não se importariam, não se eles tivessem um ao outro.
  - Amor! – Gritou a menina, chegando ao pequeno lar dos dois. – Como eu senti sua falta, achei que iria morrer. – Choramingou a última parte.
  O garoto que estava no sofá lendo um livro quieto, gargalhou, o deixando de lado e pegando sua noiva e a colocando em seu colo e a beijando por todo rosto e enfim seus lábios. Ela, gostando do carinho o abraçou mais forte e deixou que ele a continuasse beijando.
  - Eu acho que você pegou minha mania de leitura. – Ela comentou risonha.
  - Eu tinha que ler esse livro, todo mundo só fala dele, inclusive você.
  - A Culpa É Das Estrelas realmente é um livro lindo. – Comentou. – Mas ainda sim é estranho vendo você ler ele.
  O noivo fez um careta e ela riu, o beijando. Os dois se abraçaram e por minutos ficaram assim, trocando carinhos e palavras de amor. Ele não sabia, mas estava se sentindo estranho. Não era uma sensação agradável. Era como se... Se algo ruim estivesse prestes a acontecer. A mulher que ele tanto amava, percebeu isso. Ela o conhecia mais que ninguém, jamais conseguiria esconder algo dela.
  - O que aconteceu?
  - Nada, apenas...
  - Hm?
  - Estou com um mau pressentimento, só isso.
  - Não fique. Eu estou aqui com você.
  Em vez de acalma-lo, isso pareceu o deixar mais nervoso. Não sabia o que estava sentindo e nem porque, mas algo lhe dizia que... Não. Aquilo era apenas uma sensação idiota. Nada de ruim iria acontecer, precisava desencanar. A menina percebeu isso, por isso o abraçou mais forte e sussurrou em seu ouvido.
  - Eu sempre vou estar com você. É uma promessa.
  E então, ele relaxou um pouco. É nada estava de errado. Tudo acabaria bem. Ele assentiu e deu um sorrisinho, aquele que tanto amava. Aquele que quase sempre ela era o motivo. Conversaram como foi o dia um do outro e riram de algumas coisas, quase sempre por causa do motivo das palhaçadas de. E sim, ele ainda namorava . Já ... Continuava solteiro. Ele pertencia ao mundo, como ele mesmo dizia.
  Mas ninguém, nenhum dos amigos, ninguém da família podia negar que eles eram o casal mais apaixonados que conheciam. e eram praticamente um só. Separados parecia que... Não estava certo. Parecia que algo estava faltando. Parecia incompleto.
  - Amor, eu estou com preguiça de cozinhar... – já ia se levantar, se candidatando, mas ela o interrompeu. - E como não quero morrer de intoxicação alimentar, vou comprar lasanha, pode ser?
  Riu e assentiu, sabia que no fundo, bem no fundo ela gostava da comida dele. A menina prontamente foi para o quarto dos dois e se trocou. Ele continuou a leitura. Era realmente um livro maravilhoso, profundo, tocante e reflexivo, merecia toda a fama e elogios que estava ganhando. John Green era brilhante.
  Depois de alguns minutos, ela saiu, com um vestido de alça fina e todo florido, sapatilhas pretas e uma pequena bolsa.
  - Estou indo, ok, amor?
  - Ok, tome cuidado. – Ele se levantou indo até ela.
  - Eu vou aqui à esquina. – Ela riu.
  - Eu sei, mas...
  - Tudo bem, eu vou me cuidar.
  Ele sorriu mais confortável. Ela sorriu também, amava quando o noivo mostrava que se preocupava com ela até mesmo quando ia à padaria. Deu um selinho nele quando já estava saindo, ouviu-o murmurar.
  - Eu te amo.
  - Eu te amo mais. – Ela falou, o olhando carinhosamente, antes de partir.
  - Impossível.
  E então ela se foi. Ele, ainda meio desconfortável, se sentou e mergulhou na leitura. Precisava se distrair e convenhamos, tem algo melhor do que ler? Perdeu a noção do tempo, pois quando ele se concentrava, ele se concentrava mesmo. Estava lendo um trecho do livro que realmente o fez pensar nos minutos de antes.
  - “sempre” era uma promessa! Como é que você não pode cumprir uma promessa desse jeito?
  - Às vezes as pessoas não têm noção das promessas que estão fazendo no momento em que as fazem.
  - Tá, tem razão. Mas você cumpre a promessa mesmo assim. Amar é isso. Amar é cumprir a promessa mesmo assim.”

  Lembrou-se de e da promessa que ela tinha acabo de fazer para ele minutos atrás e sorriu sozinho. Assim que acabou, ouviu seu celular tocar. Sorriu ao pensar que era sua pequena, na duvida de qual lasanha comprar. Atendeu rapidamente.
  - Fala amor. – Ele disse carinhoso.
  - Olá. – Respondeu uma voz masculina, fazendo o garoto franzir o cenho. – Falo com algum conhecido de ?
  - Sim. – O homem respondeu já sentindo o coração saltar pela boca. – Sou o noivo dela. O que aconteceu?
  - Houve um acidente. Parece que ela estava atravessando a rua e então um carro em alta velocidade passou e nenhum dos dois viu e então...
  - C-como ela está? – Perguntou com a voz falha.
  Ele já sabia. Mesmo antes de o homem responder, ele já sabia. Não, não... Aquilo tinha que ser um pesadelo. Seu corpo estava paralisado, ainda tinha esperanças... Não, ele sabia que não. Apenas não queria admitir a si mesmo.
  - Ela não resistiu. Sinto muito.
  “Ela não resistiu...” Uma frase tão curta, mas com o poder de acabar com um coração de uma pessoa. Capaz de fazê-la perder a vontade de viver. Fazê-la sofrer. Fazer ela se perguntar “porque ela e não eu?”. Capaz de fazer uma pessoa nunca ser mais a mesma.
  Ele deixou o telefone cair, totalmente incapacitado de pegá-lo de volta. Ele estava paralisado. Foi como se tudo ficasse em câmera lenta. Foi como se tudo realmente não estivesse acontecendo, como se fosse um pesadelo. Mas não era. Ele sabia que não.
  Tinha acontecido. Sua menina, sua pequena, sua amada, sua noiva tinha falecido.
  E então, quando constatou isso caiu de joelhos no chão, sentindo as lágrimas rolarem por seu rosto e o aperto em seu coração que não passava de jeito nenhum.
  Por quê? Essa era a única pergunta que vinha em sua mente. Por que ela?

+++

  O velório tinha sido horrível. Todos usavam preto e aquilo parecia errado, já que ela odiava preto. O clima foi pior ainda, mas queriam o quê? Aquilo era um velório. Era a despedida de alguém querida. Um por um colocavam flores no caixão, onde ela estava. Ele foi até lá lentamente e colocou sua flor preferida, um buquê de tulipas vermelhas. Olhou pela última vez o rosto da amada, tentando gravar todos os detalhes possíveis. As pessoas passavam e davam os pêsames a família e principalmente a ele. . Oh, pobre . Era com certeza o pior de todos ali. Quando morreu, uma parte dele também tinha morrido. Avistou , vindo com . Os dois estavam horríveis, mas ganhava do namorado.
  O menino abraçou a garota forte e ela retribuiu com a mesma intensidade, pois ela o entendia.
  - Vai ser horrível viver em um mundo sem ela. – A garota murmurou.
  Ele apenas concordou, silenciosamente. Estava incapaz de falar. se aproximou do amigo e o abraçou forte sussurrando palavras como “Aguente firme, eu estarei aqui para o que precisar.” Ele agradeceu e se afastou de todos. Ocorreu tudo normalmente, como em todos os velórios. não parava de chorar. Ele queria abraça-la, queria toca-la, queria beija-la, mas nada disso era possível. Nunca mais aconteceria. Ela nunca mais chegaria na hora do almoço, toda alegre falando que sentiu a falta do garoto, nunca mais xingaria sua comida, nunca mais diria que o amava, nunca mais sorriria, nunca mais pediria para dirigir, nunca mais o arrastaria para uma livraria. Ele nunca mais ouviria sua voz. Tudo aquilo seria apenas uma lembrança.
  - Queríamos pedir para algumas pessoas falarem...
  Primeiro foi sua mãe. Ela chorava desesperadamente e contava como a filha era maravilhosa, como a amava e que aquele era o pior dia de sua vida. Depois foi o pai e algumas pessoas da família, em seguida, foi . Que emocionou todo publico, depois foram alguns amigos, como e , e então, ele.
  Todos o encaravam com pena e pesar no olhar, fazendo o menino se sentir mais nervoso. Mas ele não ligava. Tudo que ele falaria agora seria para .
  - E-eu... –Ele suspirou fundo. – Me desculpe, eu estou nervoso. Ainda não acredito que isso é real. Uma parte de mim espera que eu acorde e veja que tudo isso foi um pesadelo. Eu não sei o que dizer. Gostaria que ela estivesse aqui para me ajudar e me acalmar. Mas ela não está. Ela nunca mais vai estar. – Sentiu um nó em sua garganta. – Eu queria dizer que foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Eu nunca vou esquecê-la, nem que eu quisesse isso seria possível. Ela faz parte de mim. Ela está em meu coração e lá ficará permanentemente. Ela... Puxa, ela era incrível. Ele arrancava olhares pode onde passava, sabe? Com aquele jeito meigo e aquele sorriso só dela. Todos queriam tê-la, e eu a tinha. Ela era a pessoa mais carinhosa da face da terra. Importava-se com o próximo, nunca falava mal de alguém, a menos que realmente merecia... Não era vulgar, amava ajudar os outros, sempre queria o bem de todos. Ela podia não ser a menina mais linda do mundo, mas para mim, ela era. Seu sorriso? Fazia qualquer um sorrir junto só de olhar. Sua risada? Contagiava qualquer um. Seus olhos? Eles me enfeitiçavam. Sua voz? Era como a de um anjo. Ela? Ah, cara... Ela é e sempre vai ser inteiramente minha. Ela era única. Única no mundo e única no céu. sempre segurava minha mão e dizia que um dia, ela cruzaria a linha do céu, e seria uma estrela. Ela não está mais comigo, a morte a levou pra longe. Mas eu olho para o céu, e posso vê-la olhando pra mim.
  Todos fizeram um minuto de silêncio. E ele continuou.
  - Ela tinha medo de ser esquecida, acreditam? Como alguém poderia esquecê-la? Para mim, isso é uma tarefa impossível. Eu a amo. Eu sempre vou ama-la. Para sempre, na verdade, até depois dele. Todos que estão aqui tem a sorte de tê-la conhecido. Como vocês sabem, ela era... Única. Uma joia rara. Agradeçam por terem tido a oportunidade de tê-la em suas vidas. Então, , onde quer que você esteja, saiba que meu coração sempre pertencerá a você. Somente a você. – Sua voz falhou, por causa do choro. – É uma promessa.

  Dois meses se passaram. As pessoas ainda estavam tristes com a morte da mulher, mas estavam tocando a vida. Tinham que seguir em frente, afinal, a vida não parava pra ninguém. Mas ...
  Ele não conseguia. Não podia e não queria. Continuar uma vida sem ? Com certeza não seria viver, seria apenas... Sobreviver. Tudo parecia não fazer sentido. Ele sentia saudades dela e esperava ansiosamente toda noite para conversar com ela. toda noite olhava para o céu, a procura da estrela mais brilhante e então toda vez que a achava, ficava lá, conversando com ela por horas.
  Ele prometeu que nunca a esqueceria. E estava cumprindo a promessa.
  - Sinto sua falta. – Declarou, olhando para a única estrela do céu. – Aqui não tem graça sem você, sabia?
  Silêncio. Ele respirou fundo.
  - Eu estou perdido. – Ele sorriu sem humor. – Estou ficando louco sem você. É como se... Como se eu não tivesse mais motivos para estar aqui, entende? Quando minha mãe soube que eu conversava com você, ela quis me internar, acredita? Disse que eu estava ficando louco, mas disso eu já sabia... E você, pequena, está bem? Como é aí em cima?
  O céu continuava normal. Ele suspirou fundo, de novo.
  - Eu tenho que dormir, amanhã tem psicólogo, minha mãe marcou. Eu não estava brincando... – Murmurou. – Eu amo você.
  E se ele pudesse fazer um pedido às estrelas... Bom, seria ficar junto com ela para sempre.
  Aquela tinha sido a ultima lembrança. Finalmente o corpo de Jonathan, já sem vida, chegou ao chão. Naquele mesmo dia da última lembrança foi o dia em que se suicidou que foi logo após a conversa. Percebeu que não conseguiria mais. Ele estava exausto daquilo. Exausto da dor que sentia. Exausto de continuar sem ela. De tudo. Só depois de trinta minutos encontraram . Uma mulher passava na rua e tropeçou em algo, quando viu que era um corpo... Gritou. Ele não sabia como as pessoas reagiriam, provavelmente mal, mas uma coisa era certa, cumpriu sua promessa. Sempre esteve com ele. Nas canções que ela costumava cantar, nas fotos, em seu perfume no seu travesseiro, nas lembranças, no sorriso, nos livros... Em tudo. Em cada mínimo detalhe. Mas principalmente em um lugar em especial: Seu coração. Assim como ele cumpriu sua promessa. Seu coração sempre pertencera a ela. O corpo dele ainda continuava lá, mas sua alma... Ela tinha encontrado seu sonho. A alma do homem tinha encontrado o lugar que sempre pertencera: ao lado de sua amada. Ele encontrou as estrelas.
  Independente de qualquer coisa, de qualquer dúvida... Uma coisa era certeza, eles seriam eternos um para o outro.
  A noite continuava a mesma, se não, mais escura... Tudo ocorria normalmente, cada um com seus problemas, cada um com suas mágoas, cada um com suas vidas. Pessoas andavam na rua e observavam o céu estrelado. Observavam mais atentamente duas estrelas lindas uma ao lado da outra. Mais conhecidas como e , as estrelas mais brilhantes do céu.

FIM



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