Aquela do Chefe

Escrito por Marcela Marche | Revisado por Mariana

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  Tudo começou quando Raul, meu amado melhor amigo gay, resolveu me mostrar um vídeo pornô que havia visto recentemente e disse ser incrível. Calma, eu sei que ver um vídeo desse tipo perto de qualquer amigo é, no mínimo, estranho, mas explico que havia todo um contexto. Acontece que Raul e eu sempre fomos unha e carne, desde pirralhos, e mesmo com as vidas corridas agora que estamos mais velhos, fazemos questão de nos vermos ao menos uma vez por semana – normalmente em um jantar na casa de um dos dois – pra podermos colocar os bichos pra fora. Nesses encontros nós não só comemos um monte de besteiras sem culpa como dançamos e fofocamos sobre quem estamos saindo. E foi em uma dessas nossas festinhas a dois que Raul veio desabafar sobre um suposto cara muito gato que ele estava pegando, mas que, muito infelizmente, gemia tão estranho que ficava inviável rolar um segundo round. Isso desencadeou um debate sobre como o cara ideal deveria expor em caras e bocas seu prazer, e foi assim que eu acabei assistindo ao dito cujo vídeo. Segundo Raul, apesar de aquele não ser o tipo de pornô que ele aprecie – afinal, era um pornô hétero – o cara tinha simplesmente o sonho de consumo de performance na cama, principalmente no que dizia respeito a grunhidos e gemidos baixinhos. Bem, eu sou uma boa amiga afinal, e resolvi averiguar.
  O vídeo começava com a mulher – uma gostosona na casa dos vinte e tantos com uma roupa social, digamos, inapropriada para se trabalhar – se revirando na própria escrivaninha no que parecia um escritório. Ela parecia agoniada. O telefone sobre a mesa tocou, e ela atendeu prontamente. O filme era nacional então eu pude entender pelo diálogo que se estabeleceu ali que era o chefe dela pedindo que levasse uns relatórios para ele. Ela concordou prontamente, se levantando com alguns papéis na mão, endireitando a saia e rumando à porta que ali havia.
  No próximo tape, a secretária/assistente/whatever estava depositando o que tinha em mãos em uma bonita mesa de mogno. O homem atrás dela girou a cadeira lentamente até estar frente a frente com a garota. Ele tinha um olhar feroz, o qual desviou nada sutilmente pelo corpo da mulher, quase despindo-a sem sequer usar as mãos. A mesma tremeu e mordeu os lábios, afrouxando como pôde o nó da própria gravata.
  No segundo seguinte tudo que havia na mesa ia parar no chão e os dois transavam como dois coelhos. E tenho que admitir que o cara realmente sabia gemer.
  Fui embora não muito depois disso, mas uma pergunta ficara na minha cabeça: por que tantos homens e mulheres têm esse fetiche chefe-secretária? Algo a ver com domínio e subordinação, provavelmente, e de quebra uma pitada de proibido. Realmente, não parece nada mal. Especialmente quando seu chefe é novo e malhado como o do vídeo. No entanto, pago pra ver quantas pessoas são realmente abençoadas com um homem daqueles no seu ambiente de trabalho. Sou assistente executiva da diretoria de um grande banco e te asseguro: só vejo velhos carecas por todos os lados. A grande maioria com uma aliança gigante no dedo anelar e uma fome de comer criancinhas que me parece nojenta. Blergh.


  No dia seguinte, uma quarta-feira, haveria uma reunião importante no auditório privado do banco. Tive que acordar um pouco mais cedo que o usual, já prevendo que o Sr. Doyle me faria de barata tonta, colocando todos os preparativos nas minhas mãos. Com três secretárias só para a diretoria e mais a equipe de eventos à sua disposição e o homem ainda me fazia encarregada de tudo. Não dá pra entender. Mas bem, o jeito era aturar.
  Cheguei ao auditório praticamente quicando sob meus scarpins pretos, tamanha a pressa. Haviam algumas cadeiras já preenchidas e no palco uma faixa grande dizia “Seja bem-vindo Sr. ”. Dei de ombros, não fazendo a mínima ideia de quem seria esse, e fui pra coxia conversar com o pessoal do áudio e iluminação sobre os procedimentos que precisaríamos ali. Passei o mesmo roteiro de sempre, esperando que a reunião não passasse do Sr. Doyle e os outros diretores dando um encabeçamento das metas do semestre ou apresentando um projeto novo.
  Um hora e pouco depois, com cada coisa em seu devido lugar, todos os lugares na plateia já estavam ocupados e tudo estava pronto para começar. Fiquei com o headphone e uma prancheta nas mãos escondida no canto direito do palco para melhor coordenar o andamento das coisas. Sr. Doyle parou ao meu lado fazendo sinal para que eu desligasse a escuta, pois queria falar comigo. Fiz o que me foi pedido e acabei sendo encaminhada para fora do auditório para receber o tal Sr. que chegaria em breve para a apresentação. Não me disse o que ele faria, apenas que era meu trabalhado recepcioná-lo e trazê-lo para a coxia até que o próprio Sr. Doyle o chamasse para o palco.
  Enfrentei o frio que fazia sem minha jaqueta, estava otimista que o homem não fosse demorar e sem paciência de passar na minha mesa para pegá-la. Abracei-me à prancheta e cruzei minhas pernas, pois apesar da meia de seda, ainda não estava completamente aquecida. Uma bonita BMW preta parou no meio fio e um rapaz de cerca de 30 anos desceu da mesma.
  Uma palavra: Uau. Ele tinha os cabelos castanhos bagunçados caindo pela testa e usava um terno cinza extremamente elegante. O caimento da roupa social pelos ombros largos e barriga reta parecia quase injusto, como se não houvesse modelo melhor para vesti-lo. Quando levantou os olhos azuis eletrizantes e me viu ali parada, veio na minha direção. Aquele não podia ser o tal Sr. ... Podia?
  - Err... Senhor ? – tentei. Ele me avaliou ainda sério e em silêncio antes de responder.
  - Não. – Suspirei em compreensão. Não podia mesmo ser ele. Sr. deve ser um manco bigodudo e não um cara perfeitamente apresentável de braços fortes e olhos cor de piscina. – Pra você, sou . – Ele completou estendendo a mão. Olhei confusa em sua direção. Então ele era mesmo o convidado do Sr. Doyle?
  - ? – Perguntei. Ele assentiu desistindo da minha boa vontade para cumprimentá-lo e agarrando minha mão gelada que apertava um dos lados da prancheta. Depositou um beijo cálido e úmido no dorso dela. Eu tremi. Que ridícula.
  - Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai à Maomé. – Disse com o risinho debochado. Sacudi a cabeça, finalmente me recuperando do choque. Ok, ele era muito gato. Calma, hormônios!
  - Me desculpe, Sr. . – Ele me olhou feio. – Quero dizer, . – Corrigi. - É só que eu esperava que você fosse... Diferente. – Completei com um sorriso de lado. Ele gargalhou.
  - Eu entendo. Bem, vamos? – Concordei e o direcionei da forma como me tinham indicado. Em poucos minutos eu estava de volta ao meu posto, com o headphone ligado.
  A apresentação começou. Os diretores se revezaram pra explicar que haveria algumas mudanças no banco, pois haveria uma sucessão de cargos na presidência e coisa e tal. Até ai, nenhuma surpresa. O Sr. Stump, até então presidente do banco, estava mais caquético do que sei lá o que. Havia até um bolão correndo pelo marketing de quando ele iria bater as botas. Meio cruel, mas estava na cara que isso seria logo, logo.
  A surpresa na verdade estava no fato de ninguém conhecer o misterioso vice-presidente. Ao que todos sabíamos, ele controlava as coisas de NY por conta da bolsa de valores, mas nunca havíamos sequer visto o rosto do dito cujo. Se não me engano, em uma reunião que eu participei, lembro-me de ter escutado mencionarem o VP pelo nome de .
  Mas, espera, não pode ser que...
  - E sem mais delongas, apresento-lhes o novo presidente: !
  Uma salva de palmas invadiu o auditório, enquanto eu permanecia perplexa. Vi subir ao palco pelo outro lado e um spot de luz pairar sobre ele. Ele cumprimentou educadamente os diretores e, ao olhar em frente, seu olhar cruzou com o meu. Ele me deu uma piscadela de um olho só, ainda com um sorriso no rosto esculpido de traços fortes. Tomou posse do microfone e começou um discurso sobre as coisas mudarem pra melhor, e que ele queria tempo para conseguir a confiança de todos os funcionários, mas que se esforçaria para isso.
  Eu ainda estava desacreditada. Acho que o vídeo que eu assisti com Raul deve ter repercutido nisso, só pode. Isso é carma. Eu disse que queria entender o fetiche e voilá. Me mandam um deus grego como chefe. Nada mal. Se eu pedir pra virar milionária, será que também se concretiza?
  - Eu sei que pra muitos de vocês é uma surpresa que o presidente não tenha mais que trinta anos. – Ih, acho que essa foi pra mim. – Mas explico que eu me envolvi com investimentos desde muito cedo por arbitrariedade dos meus pais e avós, e com isso adquiri conhecimento para comandar um banco desse porte. Peço que me deem o beneficio da dúvida, pois estou certo que vou lhes convencer do meu potencial o quanto antes. – E cá estou eu pensando besteira. Às vezes tenho vontade de me dar um chute.
  Depois do susto, a apresentação foi logo encerrada. A multidão se dispersou e os holofotes apagaram. Respirei aliviada com a sensação de mais um dever cumprido, arrumei algumas coisas e fui vagarosamente em direção à minha mesa no penúltimo andar do prédio. Estranhei que minhas coisas não estivessem ali. Jazia apenas um pequeno post-it amarelo grudado na tampa.
  “Você foi promovida. Suba um andar.”
  Ah, ótimo. Minha promoção vem com gosto de jogo de tabuleiro. Opa, espera aí, EU FUI PROMOVIDA? Como, quando, onde? Hm. Subir um andar. Mas o último andar do prédio é o da... PRESIDÊNCIA?! Ai, papai.
  Fiz o que me mandava o bilhete. Peguei o elevador e fui averiguar o que cazzo estava acontecendo. As portas se abriram e eu fui falar com Margareth, uma senhora na casa dos quarenta e muitos, que estranhamente havia acabado de voltar da licença maternidade, e que exercia o cargo de secretária da presidência.
  - Ah, minha querida, fico feliz que teremos mais contato agora que você também vem trabalhar aqui. Parabéns, viu?! – É, acho que eu fui promovida mesmo. Pra... Assistente executiva da presidência? Que chique. Ela me indicou onde colocaram minhas coisas e me informou que “Sr. ” pediu que eu fosse falar com ele assim que eu chegasse. Ai, papai 2.
  Bati na grande porta dupla de madeira escura e em resposta ouvi um clique da tranca digital abrindo. Respirei fundo e empurrei a porta, colocando minha cabeça timidamente para dentro da sala. estava aparentemente em sua cadeira de costas para onde eu estava e fez apenas um sinal com uma das mãos para que eu prosseguisse minha entrada. Fechei a porta e andei silenciosa até sua mesa.
  Puta que pariu, isso estava muito parecido com o vídeo pornô do dia anterior. A mesa de mogno, o chefe de costas na cadeira imponente, a pobre assistente indo ao seu encontro. E eu definitivamente não devia estar pensando nisso agora. Quietos, hormônios, quietos.
  - Gostou da novidade, ? – Ele questionou enquanto girava lentamente na cadeira até colocar os olhos hipnotizantes sobre mim. Tinha uma caneta Mont Blanc em mãos, a qual ficava passeando entre seus dedos. Eu não sabia se a novidade a que ele se referia era a minha promoção ou o fato de ele ser o novo presidente. Fosse o que fosse, a resposta era sim. Mil vezes sim. Assenti com um sorriso singelo. – Sabe, você tem muito potencial para subir nessa empresa, . Administrou o evento no auditório com maestria, e sequer é seu dever cuidar desse tipo de coisa. Mesmo antes de hoje já fui bombardeado com palavras boas de você, vindas de todos os setores. E mesmo que isso tenha elevado minhas expectativas com relação à você... Estou impressionado. – Ele disse. Cada elogio me atingia como uma onda de ar quente, me fazendo sentir confortável e feliz. Sim, ele tinha esse poder. Eu estava sendo reconhecida, e não tem nada melhor do que se dedicar de verdade em algo e as pessoas te reconhecerem por isso. – Além disso, é um colírio para os olhos. Tão linda e inocente, e ao mesmo tempo absurdamente sexy. Tudo em você é na medida certa, . Beleza, inteligência, sensualidade, capacidade. – Ai, meu Deus. Era agora que ele empurrava as coisas sobre a mesa e me agarrava? Eu não ia me opor, de verdade mesmo. Senti minhas bochechas esquentarem, ganhando um tom rosado. Bem, elas não eram a única parte do meu corpo passando por esse processo.
  - Hm, obrigada, Sr. . – Resolvi só agradecer já que não sabia bem como responder a tudo que ouvi. – Mas o senhor me conhece há apenas um dia, estou certa que tenho muito ainda que provar da minha competência e habilidades. – E viva o duplo sentido. Não queria que ele pensasse que eu iria simplesmente ignorar a segunda parte do discurso dele, mas eu não poderia ser muito direta para não ficar vulgar. Também não podia perder o profissionalismo.
  - Estou certo que sim, . Preciso provar de você tanto quando você precisa se provar. – Ok, depois dessa eu tive que discretamente apoiar minhas mãos na mesa dele, já que minhas pernas deram uma leve fraquejada. A simples imagem mental dele “me provando” foi um pouco demais pra mim. Eu precisava sair daquela sala antes que corresse o risco de perder meu emprego atacando o ser de luz na minha frente. Gente, quanto tempo fazia que eu estava em abstinência? Essa necessidade toda não é normal não, credo.
  - Aham. – Disse, e em seguida limpei a garganta já que minha voz saiu um pouco rouca. – Bem, eu... Vou indo. Pra minha mesa, quero dizer. Se precisar de mim... Pra qualquer coisa... É só chamar. – Ele subiu uma sobrancelha ao me ouvir frisar “qualquer”. É, sutileza não é o meu forte. Em seguida abriu um sorriso de canto incrivelmente sarcástico e sensual. Que homem!


  Três semanas haviam se passado desde que se tornou meu chefe. Eu poderia afirmar com toda certeza do mundo que estava ficando louca. As indiretas e jogadas de duplo sentido estavam cada vez mais descaradas. E, no entanto, nada mais acontecia. Trabalhávamos junto o tempo inteiro, afinal, como assistente executiva, eu estava sempre presente nas reuniões ao lado dele, anotando o que me era pedido, caçando dados e documentos que eles precisassem na hora de uma discussão, etc. E ele era muito profissional nessas horas. Falava baixo e pontual, era determinado e convencia fácil os outros das coisas.
  Mas era só direcionar a palavra a mim que a coisa mudava. Ele não fazia a menor questão de disfarçar na frente de ninguém, apenas mudava o tom de voz para um que exalava prepotência e enfiava o máximo de trocadilhos sexuais que pudesse nas frases que tinha que dizer. E então, assim que eu estivesse corada até o dedão do pé, voltava a olhar para os outros presentes com um sorriso debochado, o que puxava a risada deles fazendo parecer que aquilo era uma brincadeira apenas, que ele gostava de me tirar do sério e só, como se ele não fizesse aquilo também quando sozinhos.
  Aquilo me deixava puta. Puta com ele e principalmente puta comigo. Porque eu não conseguia me segurar, era praticamente instintivo ficar excitada quando ele falava sujo daquela maneira, mesmo já sabendo que um segundo depois ele iria agir como se aquilo não fosse nada mais do que uma brincadeira e eu ia ficar com cara de taxo. Não dava pra continuar sendo idiota desse jeito. Onde tinha ficado o meu amor próprio? Ah, sim, na soleira daquele fatídico dia no qual eu conheci .
  E foi pensando nisso e discutindo minha fonte de insônia com Raul, que cheguei à conclusão de que algo naquele padrão precisava mudar, e que euzinha era a única capaz de expurgar tal mudança. Fosse pra passarmos a ter uma relação estritamente profissional que não abrisse espaço para esse tipo de conversa mole, fosse para, como Raul destacou, nos atracarmos de vez no chão polido do escritório da presidência.
  Raul sugeriu que eu o atiçasse. Ficasse me insinuando, agachando para pegar a caneta que caiu da forma mais promíscua possível e coisas do gênero. Eu neguei. Não era capaz de arriscar meu emprego dessa forma. Se , no fim das contas, não quisesse concretizar nada entre nós dois, eu não podia correr o risco de dar mole descaradamente e criar um clima estranho o suficiente para que ele me demitisse ou para que as pessoas começassem a me mal falar. Portanto eu tentaria o contrário. Eu o barraria, de forma que o deixasse tão sem chão que ele das duas uma: ou desistiria e começaria a me tratar com respeito profissional, ou jogaria tudo pro ar e tentaria reafirmar aquilo que no fundo ele já sabe – que eu sou louca por ele, provando ser louco por mim também.


  Meu plano estava para ser colocado em prática pela primeira vez. Era uma segunda-feira chuvosa, e tinha acabado de solicitar pelo telefone que eu comparecesse à sua sala. Como de praxe, dei dois toques na porta e o som da tranca digital sendo desativada pode ser ouvido. Adentrei o cômodo de cabeça erguida, postura confiante. fazia algo em seu computador e apenas desviou o olhar rapidamente a mim antes de voltar a encarar a tela.
  - Sabe, , acho que vou ser obrigado a mudar o código de vestimenta da empresa se insistir em esconder essas pernas maravilhosas em calças. – Ele disse, conforme eu me acercava de sua mesa.
  - Desculpe, senhor , mas não acho que usar saias seja uma demanda necessária ao ambiente comercial. – Cortei, tornando o tom da conversa profissional. Ele franziu as sobrancelhas e virou seu olhar desconfiado a mim. – O senhor me chamou... Em que posso ajudar? – Ele agora esboçava surpresa nas feições.
  - Bem, , se quer manter as coisas estritamente profissionais, assim as manteremos. – Ele respondeu sem se abalar. Aparentemente o plano havia dado certo mais cedo que o esperado. Eu só não tinha conseguido decidir ainda se estava feliz pelo término dos abusos ou decepcionada por ele não ter insistido um pouco mais em mim. – Inicialmente eu tinha te chamado aqui por um motivo que agora não é pertinente, portanto ao invés disso quero que redija as planilhas de custo e desenvolvimento de todo o setor nos últimos dez anos... – Decretou, com um brilho suspeito no olhar. Nossa, dos últimos dez anos... Eu levaria uma eternidade para fazer aquilo. Lembro que ano passado o Sr. Stump contratou uma empresa terceirizada para fazer o trabalho, e eles dispuseram de mais de duzentas pessoas para que pudesse ficar pronto no tempo de uma semana. E isso foi só para aquele ano. -... Para amanhã.
  - Hm... Senhor , não acho que seja possível em tão curto prazo... Eu... – Gaguejei, não querendo perder toda a pose profissional que tinha cuidadosamente formado, mas quase me jogando aos pés dele e implorando clemência.
  - , vamos revisar o seu dever nessa empresa. Você é a Assistente Executiva da Presidência. Pelo que diz o nome do cargo você deve assistir, ajudar, o Presidente em qualquer assunto de cunho executivo. Estou certo? – Ele perguntou, o brilho em seus olhos cada vez mais evidente. Levantou-se enquanto falava e passou a me rodear calmamente. Eu me sentia encurralada.
  - S-sim, senhor. – Respondi apertando minhas mãos nervosas uma contra a outra.
  - Pois bem, é nisso que eu quero que você me ajude, Senhorita. Te promovi sabendo da sua competência, e espero não ter me enganado. – Parou na minha frente, uma sobrancelha arqueada. – E bom, caso não esteja apta ao serviço... Terei que puni-la. A menos, é claro, que arranjemos outro meio de lhe mostrar valiosa para o cargo, não é mesmo? – Eu estava estática olhando para ele, sem esboçar qualquer reação. – Dispensada.


  Ai meu deus, ai meu deus, ai meu deus. E agora? Eu não sabia se ele estava falando sério, se tinha mesmo alguma jogada sexual por trás das últimas frases ou se eu já estava imaginando coisas. Eu não sabia o que fazer. Maldito plano. Maldita hora que eu fui tentar dar uma de espertinha. O cara é o presidente de um dos bancos de maior projeção mundial aos trinta anos e eu ainda achava que podia dar um nó nele? Ele deve ser inteligente feito o inferno, e eu, uma mera assistente achando estar no controle... Pobre de mim.
  Bom, uma coisa era certa: Eu nunca, nunquinha, ia conseguir entregar as planilhas a tempo. Eu precisava fazer controle de danos agora. Infelizmente, minha cabeça aterrorizada não conseguia pensar em nada no momento, o que me levou a ligar para a única pessoa que sabia da minha empreitada e pedir alguma luz.
  - Alô?
  - Raul, meu anjo, eu preciso muito da sua ajuda. Eu estou ferrada, não sei o que fazer...
  - , calma. Aonde é o incêndio?
  - Bem, sabe como eu tinha te dito que tentaria impor um rigor profissional ao meu relacionamento com o meu chefe?
  - Aham, aquele seu contraponto à minha ideia brilhante de fazê-lo ficar duro e com as mão coçando. O que houve? Agora está com medo que ele tenha desistido de te comer?
  - Raul, olha as palavras, por favor. Eu sou uma dama.
  - Ah, pipoquinha, você está longe de ser santa que eu sei.
  - Que seja, vai me ajudar ou não?
  - Sou todo ouvidos.
  - Ele me chamou na sala dele agora há pouco. Começou a falar as besteiras provocantes de sempre e eu o cortei. Um segundo depois eu estava saindo de lá com um trabalho que nem mil pessoas seriam capazes de executar pro dia seguinte e uma promessa de punição caso eu não o fizesse. Eu já nem sei se minha cabeça colocou teor sensual na fala dele ou se teve mesmo. E se eu for demitida?
  - Meu amor, por Deus, acorda pra vida! Ele te deu uma tarefa impossível e disse que vai te castigar no dia seguinte, isso tem fetiche escrito por toda parte!
  - Será mesmo?
  - , eu sou homem, acredite em mim. Ele está arrumando uma desculpa pra te foder. Tudo que você tem que fazer agora é incorporar o papel. Bancar a pobre assistente que não pode fazer o que lhe foi pedido, mas que quer agradar o chefinho de qualquer jeito para que ele não a demita.
  - Mas...
  - Nada de “mas”. Vá pra casa agora, tome um banho bem demorado e descanse; amanhã haverá muita atividade nesse escritório. E não deixe de separar sua melhor lingerie e uma saia bem provocante.
  - Raul, você não existe.
  - Use a cinta-liga que eu te dei de aniversário. Love ya, bitch.


  Eu ainda não acreditava que estava fazendo isso. Andava pelos corredores do banco como se todo mundo soubesse o tamanho da calcinha que eu usava. Eu estava morta de vergonha e ao mesmo tempo em um estado de ansiedade impossível. Estava prevenida para o caso das coisas andarem da forma como Raul tinha premeditado, mas o receio de acabar saindo de lá pior do que entrei não me abandonava.
  O relógio bateu dez horas. estava em reunião via Skype, e aquele era o horário marcado para ela terminar. Seu próximo compromisso só se daria dali a seis horas, o que me fazia acreditar que logo eu seria chamada. Minhas pernas tremiam feito corda bamba. O telefone sob minha mesa soou.
  - Presidência?
  - , compareça à minha sala, por gentileza.
  Oh, céus, era agora. Levantei-me e ajustei a saia no meu corpo – sim, eu tinha feito o que meu amigo sugeriu – e rumei à tão conhecida porta do escritório de .
  Quando entrei, encontrei em pé encostado em frente a sua mesa, pés e braços cruzados. Me aproximei.
  - E então, tem o que eu te pedi? – Indagou, a voz baixa e profunda. Neguei com a cabeça. Ele levantou uma sobrancelha de forma a indagar meus motivos.
  - Sinto muito, senhor, o prazo era curto e o trabalho extenso. Tenho certeza que devem haver outras maneiras de eu provar minhas habilidades. – Respondi de cabeça baixa.
  - E você está disposta a qualquer coisa para que eu não a demita? – Ele perguntou, uma sombra de sorriso brincando no canto dos seus lábios.
  - Sim, senhor. O que achar devido. – Respondi agora mais confiante, levantando o rosto para o mesmo e retribuindo a malícia de seu olhar. Raul estava certo. Ele sempre está.
  - Venha cá, . – Ordenou, e eu fui sem titubear. Em três passos estava parada diante dele. Sua mão colocou uma mecha de cabelo atrás da minha orelha e em seguida acariciou meu rosto com suavidade e devoção. – Tão linda... – Sussurrou, me deixando corada, como sempre. Sua mão deixou minha pele por um instante, esticando-se em direção ao botão na lateral da mesa. Um barulho soou no cômodo: a tranca digital havia sido ativada. Pude me sentir tremer levemente. Novamente sua mão me alcançou, agora descendo provocativamente pelo meu braço até segurar meu pulso. virou minha palma da mão para frente e a trouxe, sem cerimônias, de encontro à braguilha de sua calça social. Um volume assustador começava a preencher qualquer espaço do tecido por dentro. Uau. – Sinta, minha querida. Sinta o tamanho e rigidez do seu castigo. Acha que consegue aguentar? – Disse enquanto comandava o movimento da minha mão para cima e para baixo. Eu dei leves apertões na região em resposta. Ele sorriu.
   largou o meu pulso e me rodeou como no dia anterior. Quando chegou atrás de mim, pousou uma de suas mãos no centro das minhas costas e empurrou sem qualquer delicadeza, de forma que eu, no susto, me curvei para frente e apoiei os antebraços na grande mesa. Ele faria mesmo o que eu estava pensando? Suas mãos grandes e ásperas delinearam superficialmente minha cintura e meu quadril, parando naquela região para calmamente franzir o tecido da minha saia social até que o cumprimento da mesma não escondesse mais que o começo do meu traseiro. Pude ouvir um tipo de grunhido de aprovação escapar do meu chefe ao ter se deparado com a cinta-liga promíscua que eu acabei decidindo por colocar em preparação para aquele encontro. Ele seguiu os dedos longos pela extensão das tiras que prendiam as meias 7/8 ao suporte acima da calcinha com admiração. Eu estava inebriada. me acariciava como se eu fosse o mais belo troféu da sua estante de aquisições. Cada toque seu na minha pele me fazia acreditar que eu era dele, propriedade de direito de usufruto imediato. E por estar tão imersa naquele ambiente de sedução e tomada de posse, eu quase esqueci uma indagação que rondava minha mente poucos minutos atrás. Isto é, até ele confirmar minhas suspeitas ao descer a mão contra minha nádega direita com força.
  Outch.
  O tapa ardido formigou algum tempo sob minha pele sensível, causando imediato aquecimento da região e rubor. Uau, como aquilo era erótico. Eu nunca tinha apanhado durante o ato sexual e, portanto, não fazia ideia do quanto aquilo era excitante. Claro, eu tinha bastante contexto ali, e isso ajudava aos montes. E também, era o tipo de homem capaz de fazer com que qualquer coisa carregasse um caminhão de tesão junto. Mas o fato era que eu tinha gostado, e desejava discretamente pelo próximo tapa.
  Ele não me deixou esperando. Dessa vez senti a dor aguda na parte superior da minha coxa esquerda, seguido de um apertão entusiasmado. Oh, também não conseguia controlar as vontades de seu corpo. Eu achava aquilo fantástico. Mais uma sequência de tapas continuaram o processo, alternando-se rápido e mecânicos por toda a extensão de pele exposta entre a saia e as meias. Naquele ponto eu já não escondia os gemidos abafados pela minha própria mão – que eu mordia fielmente, e arqueava as costas para extravasar. O ataque cessou e as mãos dele acariciaram calmamente a região dolorida, como se assim pudesse curá-la. Mas eu sabia que ele na verdade apreciava ver minha carne vermelha por sua causa e sem qualquer protesto da minha parte.
  Como em um último golpe fatal, desceu o dedão direito contra o fundo vergonhosamente molhado da minha minúscula calcinha, acariciando grosseiramente meu botão do prazer que pedia desesperadamente por atenção. Meus joelhos quase cederam. Ele percebeu. No mesmo instante me enlaçou pela cintura e puxou em sua direção até que estivesse ereta. Seu peito duro grudou-se às minhas costas e sua masculinidade se fez presente entre minhas nádegas. Suspirei. Ele era grande. Talvez o maior com quem já estive.
  Meu cabelo foi posto para um lado só pela mão livre de , que passou a explorar meu pescoço recém-exposto. Primeiro inspirou profundamente, como se meu cheiro fosse o mais afrodisíaco do mundo, e depois esfregou por um momento o nariz no mesmo, até passar a estimular a pele sensível com língua e dentes. Eu me perdi. Foi então que senti sua mão agarrando-me um seio. Ele pressionou o mesmo com rigor, mas as várias camadas de roupa entre seu tato e o montículo assediado pareciam incomodá-lo tanto quanto a mim, e foi assim que perdi alguns botões da minha camisa social preferida, além dos prováveis danos que o sutiã rendado deve ter sofrido. Não que eu ligasse, afinal, tinha coisa mais importante acontecendo naquele momento, como a prisão na qual meu mamilo rosado se encontrava, sendo beliscado entre um indicador e um dedão determinados a me levar à loucura. Eu apostava que não fosse demorar.
  Repentinamente, me virou para si, dando fim às carícias que me proporcionava. O castigo não havia acabado, foi o que pude ler em seus olhos eletrizantes. Ele próprio abriu o botão da calça social negra de corte reto e desceu o zíper da braguilha, deixando a mostra uma boxer branca de qualquer marca de grife que não me interessava no momento. O volume que a preenchia fez-me saltar os olhos e inconscientemente umedecer os lábios. Ah, aquilo ia ser bom. Aquilo ia ser épico. me olhava como um predador estudado sua presa, e tirava botão por botão de suas casas na camisa azul clara no processo. Eu já estava salivando em excesso antes mesmo de perceber. O corpo dele era ainda mais desejável do que eu imaginara no dia que botei meus olhos nele pela primeira vez. Abençoados músculos, espalhados por todo o tórax na medida certa, e todos ao meu alcance. Eu tinha ganhado na loteria e esqueceram de me avisar.
  No entanto, tinha outros planos para mim que não envolviam o contato entre minhas mãos sedentas e seu abdômen definido. Ou, pelo menos, não ainda. Ele me puxou pelos cabelos em sua direção e ordenou praticamente contra minha boca um “Me chupe” que provou-se mais tentador do que o imaginado. Eu mal pude conter o sorriso malicioso que tomou minha face, imediatamente ajoelhando à sua frente. Coloquei minhas unhas na barra da única coisa que me afastava do meu objetivo e, depois de uma dose saudável de tortura, abaixei-a lentamente. Seu membro praticamente saltou para fora, aliviado por não estar mais enclausurado, e acertou minha bochecha. Estava duro como pedra, as veias que o compunham pulsando agoniadas. Eu colocaria um fim ao sofrimento. Segurei-o em minha mão e a passeei por toda a extensão, conhecendo o território a ser desvendado.
  Antes de mais nada, depositei um beijinho na glande olhando diretamente nos olhos do meu novo chefe gostoso e mandão. Ele inflou as narinas. Segurando na base, encostei minha língua nele e o saboreei do começo ao fim, aproveitando para lubrificar a área onde logo minha boca inteira estaria. expirou com força, impaciente. Ainda não se conformava com a rebeldia da assistente, aparentemente. Resolvi acabar logo com a demora e o abocanhei antes que pensasse em tomar providências, indo o mais fundo que eu aguentava e sugando com a força necessária. O ruído mais erótico que eu já tinha ouvido escapou da sua boca, me fazendo crer que ele talvez fosse uma espécie de deus do sexo ou similar. O homem do vídeo pornô gemia gloriosamente sexy, mas não era páreo para . Talvez ninguém nunca fosse.
  Motivada pela clara demonstração de aprovação, passei a fazer movimentos de vai e vem com a cabeça, engolindo-o quase inteiro ao relaxar os músculos da garganta e chupando sua essência ao retirá-lo da minha boca. Minhas mãos completavam o serviço, acariciando qualquer área estimulável ao redor. Alterava entre sequências rápidas e lentas, tornando a experiência mais proveitosa para ambos. O aperto de em meus cabelos parecia indeciso entre apenas afaga-los ou prendê-los nos dedos de forma a orientar meus movimentos, mas quando enfim se decidiram foi para me afastar de si e levantar rapidamente. Subi limpando o contorno dos lábios, mas mal tive tempo de fazer qualquer outra coisa já era jogada sobre a parede mais próxima, rosto espremido de lado contra a mesma e mãos presas em um aperto firme na base das costas. Ele me tomaria por trás, eu sabia. Tem posição mais dominadora do que essa? Ah, , não há nada em que você me desaponte.
  As tiras laterais da minha calcinha foram prontamente soltas e logo eu já o sentia se acomodar entre as minhas pernas. Roçou energicamente a cabeça na minha entrada, me provocando além do limite que eu achava possível aguentar. E, quando eu já estava prestes a exclamar algo que o apressasse, senti a pressão familiar da penetração rasgando meu interior e o enchendo de lava quente. Tão bom. Nunca antes havia sido tão bom. Ele em seguida não se dispôs a brincar mais, pois logo passou a investir sem dó nem piedade em um ritmo frenético que só apertava cada vez mais o nó que se estabelecera no meu baixo ventre. Eu ia desmaiar. Era prazer demais, prazer em cada fibra do meu ser, em cada canto da minha alma, em cada parte esquecida do meu corpo em chamas. girava os quadris com uma habilidade que era desconhecida para mim até então. E nada mais importava. Minhas mãos estarem imobilizadas era irrelevante, os possíveis hematomas que seus dedos deixariam em eu quadril visto a força com que se segurava ali, igualmente. Eu só queria mais. Mais, mais, mais, mais, mais...
  Ele parou. Protestei apertado minhas paredes internas em torno de seu membro, o fazendo gemer em resposta. Dois podem jogar esse jogo.
  - Me deixa ir, . Quero gozar olhando pra você, essa posição já deu. Chega de ser malcriada. – Rebateu precariamente, a voz sensual e falha. Fiz o que pediu. Ele saiu de dentro de mim e me puxou pelo braço em direção à sua mesa. Abriu o zíper da minha saia e a tirou do meu corpo antes de sentar-me ali. Eu agora vestia apenas a cinta-liga e as meias. Uma perfeita atriz pornô, se me perguntarem. Não me incomodava. Ele também se livrou de vez do seu resto de roupas, que embora abaixadas ainda pendiam seus quadris. Finalmente, veio ao meu encontro.
  A primeira coisa que fez, para a minha surpresa, foi me beijar. foi seco e certeiro em direção aos meus lábios, e eu, claro, retribuí. Só assim me toquei que ainda não havíamos nos beijado até ali. Era estranho e fora do normal transar com alguém sem essa parte tão específica do ritual preliminar de sedução, mas a coisa com se desenvolveu de maneira tão insana que aquele passo até pôde ser pulado. Eu só me dei conta naquela hora do quanto queria aquilo. Sua língua na minha, sentir o pedaço de carne do seu lábio inferior escapar por entre meus dentes, ter o corpo inteiro agarrado ao dele. Podia passar horas e horas apenas beijando-o. Infelizmente ou não, nosso estado não nos permitia aquele regresso, como bem ele me lembrou ao esfregar sua ereção em minha intimidade. Logo invadia meu corpo novamente, dessa vez em ataque duplo visto que ainda nos beijávamos. Toda a aura de dominante-submissa deu uma trégua e o momento pode ser apreciado de forma distinta, embora o prazer continuasse presente no mesmo patamar enlouquecedor de antes. A mudança era na conexão. Aquela posição, aquele ritmo e nível de contato tornavam o ato mais íntimo e até mesmo carinhoso. E eu estava decidida a também acrescentar aquela modalidade de transa à lista das minhas favoritas com repetição urgente e indiscutível.
   segurou minhas coxas me puxando um pouco mais para a beirada da mesa. A mudança sutil do ângulo das investidas provocou uma onda de furor dentro de mim, que fui incapaz de não puxar os cabelos sedosos do meu chefe entre mãos e soluçar de prazer. Ele empurrou seu dedão dentro da minha boca, talvez para me calar, pois não queria correr o risco de alguém escutar. Fosse o que fosse, eu abrangi seu dedo com entusiasmo, passando minha língua por todo ele e mordendo a ponta. Os olhos de deram uma leve escurecida, me fazendo acreditar que seu limite estava chegando. Ele me penetrava agora com velocidade impar, tão forte e rápido que tudo que podíamos fazer era encostar nossas bocas um ao ouvido do outro e gemer lascivamente. Eu já me sentia cada vez mais quente, cada vez mais torturantemente perto de um orgasmo que eu sabia que seria incrível, mas foi só quando levou seu dedão úmido ao meu clitóris que eu pude notar que nenhuma previsão minha chegaria perto do que realmente foi. Eu me deixei vir, derramei-me por completo sobre ele. Minha cabeça girava, as pernas mexiam-se em espasmos involuntários e eu balbuciava palavras incoerentes. Uau. O melhor orgasmo da minha vida, sem sombra de dúvidas.
  Ele permaneceu investindo mais algum tempo, tomando mais cuidado agora que minha passagem estava infinitamente mais sensível e por fim urrou satisfeito meu nome, deixando seu líquido fervente se apossar do meu interior. Eu não sabia como ele tinha se aguentado em pé no processo, mas logo depois o senti me juntar em seus braços e jogar-se comigo em seu colo na grande cadeira imponente de couro.
  Não saberia dizer quanto tempo ficamos ali tentando normalizar as respirações e descansar um pouco do ato tão intenso que protagonizamos. Eu acariciava os cabelos de , que tinha a testa encostada em meu ombro e segurava quase inocentemente um dos meus seios. Toda sua presença me intoxicava, mesmo agora satisfeita.
  - . – Ele chamou. Respondi com um som qualquer para que soubesse que eu estava ouvindo. – O que acha de ter um cargo vitalício? Eu poderia me acostumar tranquilamente com sua presença por aqui... – Completou levantando a cabeça para olhar nos meus olhos com um sorriso maroto delineando seu rosto bonito. Nós dois rimos, sabendo que resposta não era necessário, e nos beijamos uma última vez.
  Saí da sala da presidência quase uma hora depois com algo martelando em minha cabeça: Precisava me lembrar de agradecer Raul por ter me proporcionado uma fantasia sexual que nem eu sabia ter potencial de ser tão maravilhosa. Agora eu definitivamente entendia esse fetiche em específico. E algo me dizia que eu ainda tinha muitos outros para desvendar.

FIM



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