À Primeira Vista

Escrito por Line T. | Revisado por Mary

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The cars all stop wherethey are...
  (Os carros todos param onde eles estão)

  A menina caminha apressada em direção à recepção do hospital. Assim que vê a mesa da secretária relaxa o corpo e se aproxima com um sorriso no rosto.
  - Boa tarde, tenho uma consulta marcada com o doutor... – fica encarando a mulher à sua frente; havia esquecido o nome do maldito médico.
  - Doutor ?
  - Isso! – dá um pulo e sorri sem graça por uma atitude tão infantil.
  - Certo, você é a última paciente do dia, vou anunciá-la. – apenas assente, batendo os pés. A secretária desliga o telefone e se levanta. – Me siga, senhorita .
  Caminha pelo corredor branco, mordendo a bochecha interiormente; seu nervosismo é visível. Assim que entra na sala dá uma volta vendo o lugar todo.
  - Bonita, né? – se assusta. Assim que vira, dá de cara com um homem alto, com o cabelo preto bagunçado e a barba por fazer. Ele deve ter uns 20 e poucos anos.
  - Você tem idade pra ser médico? – arqueia a sobrancelha e ele sorri com a pergunta. A mania da língua afiada, nem ela mesma consegue controlar essa maldita mania, é a única mania que ela jamais perderia.
  - Tenho 25 anos, se isso te interessa tanto assim. – cruza os braços magros e sorri prepotente. A menina bufa automaticamente.
  Seu pensamento foi rápido: com certeza um filhinho de papai com dinheiro para dar por aí, que se achava o fodão; e não era pra menos, ele podia ser o fodão, com sua beleza diferente e tão chamativa. Alto, com cabelo preto, olhos cor de mel e magro - não tão magro, magro no tamanho certo. Espantou seus pensamentos quando viu ele indicando a cadeira e ela se sentou.
  - Me diga algumas informações: seu nome, idade, se estuda, se sabe seu tipo sanguíneo, se é virgem... – ele sorri malicioso ao dizer a palavra “virgem” e ela finge não perceber.
  - , 19 anos, estudo e trabalho. – encara ele que apenas sorri abertamente. – Sou virgem e meu sangue é O+.
  - Virgem! – ele fala aquilo baixo, mas ela pode ouvir. Coça a garganta dando a entender que está incomodada. – Me diga o que lhe incomoda.
  Você. Ela pensa.
  - Só estou aqui pra fazer um checkup.
  - Certo, senta na cama e tira sua blusa, por favor. – ela arregala os olhos, mas fez o que ele pediu. – A calça, e o tênis também.
  Ela pensa em discordar, mas prefere sentar calada. Assim que ele se aproxima, umedece os lábios e dá uma boa checada no corpo da garota.
  Ele toca seu corpo com a mão gelada e ela sente uma corrente elétrica passar. Ele examina cada parte de seu corpo e quando termina roça uma mão em seus seios e a outra em sua bunda. Ela bufa e ele sorri.
  - Aparentemente está tudo certo! – ela começa a se vestir e ele observa atentamente, como se aquilo fosse a melhor coisa.
  - Que bom! – ela diz terminando de colocar a blusa e abotoar.
  Sexy. Ele pensa.
  - Vou te passar os exames. – ela assente e ele termina a papelada, lhe entregando, suas mãos se roçam e ela sente a corrente elétrica mais uma vez.
  Ela agradece e sai da sala com o coração na mão. O que tinha acabado de acontecer?

  

When you take my hand, there is no time...
(Quando você toma a minha mão, não há tempo)

  Continuo arrumando algumas prateleiras da biblioteca. O calor está horrível, nem o arcondicionado está dando conta.
  - , tem um moço esperando para você dar baixa lá na frente. – assinto largando tudo o que estou fazendo e corro até a recepção.
  Arrumo meu vestido e dou a volta no balcão. Assim que subo o olhar vejo o médico. Arregalo os olhos, ele continua com o sorriso do outro dia. Parece estar feliz em me ver.
  - Você trabalha aqui?
  - Sim! – pego os livros e dou uma checada em cada um, indo até a cadeira e sentando. A impressora estava sem papel. Então, me impulsiono até o armário e posso ver de canto dele olho ele encarando minhas pernas.
  Pego o necessário e volto até o computador. Digito algumas coisas e finalmente volto a encará-lo.
  - Você não tem cara de que gosta de ler. – ele solta, me olhando nos olhos. Seus olhos azuis são de uma cor tão intensa que me dá vontade de arrancá-los e pegar pra mim. Credo, isso me faz parecer uma psicopata.
  - Eu praticamente li quase essa biblioteca toda. – já que aqui é minha casa também e eu não tinha nada pra fazer quando não estava trabalhando ou na faculdade.
  - Legal! – ele disse espiando algo entre meu decote. Algo? Claro que são meus peitos.
  Me arrumo, meio incomodada, e termino de assinar os papéis que saem. Lhe entrego para assinar e entrego sua cópia.
  - Seu nome?
  - Sério? – olho confusa. – Você é minha paciente.
  - Desculpa, mas eu tenho muitas coisas para decorar. – dou de ombros e ele sorri, idiota.
  - , .
  . Esse é o nome dele. Uau! Belo nome para alguém tão... Gostoso? Foco, !
  Procuro o nome dele pelo servidor e finalmente acho. Coloco um ok e passo a ficha de livros online para a ficha no papel.
  - Pronto. Você tem quinze dias para devolver ou para renovar. – pego um cartão da biblioteca e lhe entrego. – Aqui estão os números para contatos.
  - O seu está ai?
  - É o último. – ele assente. – Pra que quer meu número?
  - Gosto de tratar as coisas com quem eu fiz o trato.
  - Isso não foi um...
  - Agora foi, . – ele não me dá tempo para responder nada, simplesmente sai como se nada tivesse acontecido.
  - Que merda foi essa?

  Algumas semanas depois

Every moment that passes by with you, I wish I could rewind...
(Cada momento que passa com você, eu gostaria de poder voltar atrás)

  Assim que o elevador abriu no andar da sala do médico, meu corpo todo se arrepiou e a vontade de sair correndo foi maior do que eu pensei que seria.
  As pequenas palavras dele se repetiam em minha cabeça e eu não entendia porque justo aquilo estava acontecendo comigo.

“Agora foi, .”

  Respiro fundo e paro em frente à secretária. Ela sobe o olhar até mim e sorri brevemente.
  - O doutor mandou você entrar assim que chegasse, então, pode ir! – assinto sorrindo forçado e começo a caminhar até a sala dele. Meu coração está acelerado, e eu não entendo o que está acontecendo comigo.
  Paro em frente à sala e fico encarando a placa com o nome dele.
.
Clinico Geral.

  Abro a porta lentamente e assim que coloco minha cabeça para dentro, vejo ele parado com o cenho franzido olhando para seu celular. Dou duas batidinhas e ele me encara, mas me encara de uma forma que eu me arrepio toda. Seus lábios se abrem em um sorriso largo e eu automaticamente sorri.
  - ! – ele disse se colocando em pé e indicando a cadeira à frente.
  - Doutor! – repito seu cumprimento e ele entorta a boca. Me sento à sua frente e ele fez o mesmo.
  - Como se sente?
  - Bem e você?
  - Ótimo, eu diria! – ele sorri novamente e eu faço o mesmo. É tão contagiante. – Seus exames, por favor! – entrego os papeis e nossas mãos se encostam por alguns segundos, uma corrente elétrica passa por mim e eu afasto minha mão rapidamente, deixando ele com uma expressão confusa.
  - E-estão todos aí! – gaguejo e ele semicerra os olhos me encarando de uma forma preguiçosa.
  Os minutos que ele passa olhando meus exames e anotando algo em seu computador, são horríveis. Eu não consigo definir sua expressão, nem consigo entender o que ele está tentando passar pra mim.
  - Tudo certo! – ele sorri de lado e diz apenas essas duas palavras.
  - Como?
  - Você está bem melhor do que imagina, ! – ele pousa as mãos em cima da mesa e encara meus olhos de um jeito que eu estou tentando me acostumar. – Sua saúde é perfeita, assim como você!
  Arregalo meus olhos ao escutar sua frase. Ele me encara sorrindo malicioso e eu solto o ar pelo nariz balançando a cabeça negativamente.
  - Você é um médico, eu sou a paciente, nada mais que isso!
  - Você é uma bibliotecária, eu sou um leitor e eu quero ser muito mais que isso, !
  - Você está de gozação comigo. – levanto batendo as mãos na mesa e bufo. – Você é um médico e eu a paciente, entenda, é só isso, !
  Ele também se colocou em pé, mas dá a volta em sua mesa e para ao meu lado. Minha respiração começa a falhar e eu arregalo meus olhos com a sua aproximação. Começo a me afastar, mas a cada passo que eu dou para trás, ele dá três para frente.
  Quando sinto algo gelado em minhas costas, entendo que estou encurralada e que ele está cada vez mais próximo de mim.
  - Merda! – praguejo baixinho, mas ele sorri, ele com certeza tinha me escutado, aquele sorriso significava isso. Assim que ele coloca uma mão de cada lado da parede meu corpo se estremece e eu sinto um desejo horrível de beija-lo.
  - Não adianta fugir, ! – ele sussurra perto da minha boca. – Acha que naquele dia que você veio aqui eu não reparei no quanto você é bonita? – foi uma pergunta retórica, tenho certeza que foi. – Você é uma mulher muito atraente, não tem como não reparar em você.
  Engulo em seco e sinto seu polegar direito passar por meus lábios lentamente. Fecho meus olhos automaticamente e agradeço por estar encostada em uma parede, porque eu tenho certeza que se eu não estivesse, ia cair, de tão mole que minhas pernas estão.
  - , seus lábios são tão convidativos! – ele soprou com aquele hálito maravilhoso de menta. Desço meu olhar para sua boca e ele vê aquilo como um convite, pois umedece seus lábios e se aproxima de mim.
  Alguém bate na porta e ele rapidamente se separa de mim, indicando a cama, corro até lá tirando meu tênis. Balanço as pernas como se tudo estivesse ok.
  - Desculpa, Clary ligou para o senhor. – engulo em seco e arregalo meus olhos.
  - Obrigado, diga a ela que eu estarei lá para levá-la.
  A porta se fecha e eu pulo da maca, colocando meu tênis e dando um sorriso amarelo. Eu não posso pensar no que acabou de acontecer aqui, não posso mesmo.
  - , eu...
  - Estou de saída, acho que já acabamos. – pego minha bolsa e os exames. – Sua namorada não pode ficar te esperando também.
  - Oi? Namorada?
  - , sua burra! – solto isso em voz alta e ele me encara confuso. – Desculpa, eu sou meio louca assim. É sua namorada, Clary!
  - Clary? – assinto e ele começa a gargalhar, tipo, gargalhar mesmo. Cruzo meus braços e fico encarando ele com raiva. – Clary é minha avó.
  - Ah! – minha vergonha é tanta que eu sei que estou vermelha. Abaixo a cabeça, mordendo o lábio inferior, e sinto ele segurar meus ombros.
  - Será que dá pra você olhar pra mim? – me viro para ele e encaro seus olhos. Dou um sorriso e ele retribui.
  - Seu primeiro sorriso verdadeiro. – solto uma risadinha e ele dá de ombros. – Preciso ir.
  - Certo! – ele me solta e eu começo a caminhar até a porta, mas antes de chegar nela, sua mão puxa meu pulso e eu me choco com seu peitoral.
  Ele encara meus lábios e não espera por uma reposta, simplesmente me puxa para mais perto e amassa seus lábios contra os meus. Estou surpresa com essa atitude. Abro minha boca, dando passagem para sua língua, ele explora toda a minha boca e eu tento fazer o mesmo, mas ele parece querer aproveitar esse beijo mais do que eu. Sinto ele chupar minha língua e dou um sorriso entre o beijo. E que beijo! O ar começa a faltar para ambos, então ele prende meu lábio inferior entre seus dentes. Abro meus olhos lentamente e encaro o sorriso dele. Sinto meu rosto esquentar, eu estou morrendo de vergonha. Ele é meu médico.
  - Para, foi só um beijo! – o polegar dele escorrega entre meus lábios, fazendo eles abrirem um espaço, e eu me dou conta que aquilo tinha sido só um beijo.
  - Preciso ir. – tento mudar de assunto; eu quero esquecer que isso aconteceu. Volto a andar em direção a porta, mas ele me pressiona contra ela e eu encaro seus olhos.
  - Sai comigo?
  - Sair com você?
  - É, sair comigo.
  - Tipo um encontro?
  - Tipo isso! – ele morde o lábio inferior e eu desvio meu olhar do dele.
  - Você não tem cara de que gosta de encontros.
  - Eu não gosto.
  - Então?
  - Mas eu acho que estou começando a gostar de você!
  - Como isso pode ser possível? – apoio minhas mãos em seus ombros e ele leva as dele para minha cintura.
  - Amor à primeira vista, talvez? – sorrio de lado e dou de ombros.
  - Tudo bem! – ele rouba um selinho e eu sorrio como uma idiota. Malditos livros de contos de fadas que me iludiram esse tempo todo com o homem perfeito; é com certeza um desses malditos príncipes.

  Horas mais tarde

Let go of your ways, and forget today, just follow me tonight...
(Deixe de lado suas maneiras, e esquecer hoje, apenas siga-me hoje à noite)

  Como um encontro com uma pessoa repugnante pode ser tão bom? Essa é a pergunta que eu estou me fazendo nesse momento. apesar de ter uns pensamentos machistas e defecar pela boca, ainda está fazendo esse encontro ser um dos melhores.
  - Olha, eu sei que eu sou bem ridículo quando quero, mas não estou afim de estragar isso.
  - Isso? O que seria isso? – pergunto divertida, olhando minha taça de vinho e cheirando o liquido vermelho.
  - Esse encontro, isso que está acontecendo.
  - Tenho total certeza de que você nunca levou ninguém para um encontro.
  - Por quê? – arqueou uma sobrancelha e bebeu o liquido vermelho calmamente.
  - Porque você disse “isso” ao invés de algo como... – depois de fazer aspas com as mãos, eu apoiei meu queixo em minha mão pensando. – Não precisava nem falar encontro, podia ser: esse nosso jantar ou esse nosso...
  - Encontro. , só tem esse termo e, cá entre nós, eu nunca usei ele da forma correta.
  - Isso já ficou muito claro, mas, por quê? – dou uma garfada em meu salmão poché, já que estamos em um restaurante francês, que deve custar os olhos da cara.
  - Você deve pensar que eu sou assim por conta de alguém que partiu meu coração, mas está errada. – entorto a boca, afinal, é realmente isso que eu penso. – Mas foi quando Clary perdeu o marido há alguns anos, ela ficou tão perdida, eu também, afinal, ela é minha única família, meus pais morreram em um acidente quando eu tinha 3 anos. Clary e Robert, me criaram desde pequenos. Então, ele morreu e ela perdeu o chão. E eu entendi que não devia fazer isso, não devia me prender a uma pessoa ou querer algo sério, afinal, a pessoa iria partir e isso ia me quebrar.
  - E por que eu?
  - Eu falei de você para Clary. – ele sorri de lado e eu juro que quase derreti. – Ela me disse que está na hora de pensar que a perda de Robert foi algo só dela e que eu levei a sério algo tão banal, afinal, ela permanece viva e ele morto.
  - Sabias palavras! E qual foi sua conclusão? – beberico meu vinho e descanso a taça na mesa, encarando ele.
  - Eu fiquei pensando naquele dia, você me parecia encantadora demais, meu medo era quebrar seu coração, mas quando eu te vi na biblioteca, eu percebi que o meu medo era que você me quebrasse; e você fez isso desde a primeira vez. Acho que sou atraído por sofrimento.
  - Como eu posso ter feito isso?
  - Você me ignorou, me tratou da mesma forma que eu te tratei, eu não estava acostumado com isso. Mas naquele dia eu senti algo estranho, era como se eu estivesse me libertando de tudo que me matou por anos.
  Assinto, sem ter coragem de falar uma só palavra. O resto do jantar foi silencioso, parece pensativo e isso me dá um certo medo. Terminamos de comer e agora estamos andando pelas ruas geladas de Liverpool, seu casaco descansa em meus ombros e suas mãos se mantem em seus bolsos.
  Com uma súbita coragem, pego sua mão direita e entrelaço com a minha esquerda, o olhar dele cai em nossas mãos e o espanto é visível. Dou um sorriso singelo e continuo caminhando com ele, até finalmente chegarmos em frente à biblioteca.
  - Como você pode morar em uma biblioteca? – ele pergunta quebrando o gelo.
  - Meus pais nunca gostaram de saber que a filha mais nova ia sair por aí com uma mochila, então, antes deles ficarem ainda mais putos, eu resolvi correr pelo mundo, eu economizei durante sete anos, mas não foi suficiente, minha última parada foi aqui, conheci Doroth, a dona da biblioteca, ela me deu abrigo e um emprego.
  - Você é louca. – assinto sorrindo e ele faz o mesmo. Seus olhos pousam em meus lábios e eu os umedeço automaticamente. A mão que permanecia em seu bolso vai para minha cintura, apertando ela e me puxando para mais perto, ele solta sua mão da minha e puxa minha nuca com um pouco de força, então ele simplesmente me beija.

...

  - Tem certeza que não tem ninguém aqui? – ele pergunta assim que fecho a porta da biblioteca atrás de nós.
  - Nah... Está tarde. – ele assente e me puxa para seu braços, suas mãos percorrem meu corpo e eu sorrio com o arrepio em minha espinha.
  Vamos andando no escuro até finalmente encontrarmos algo duro, uma mesa, finalmente. Suas mãos passeiam por meu corpo e eu mordo seu lábio inferior. Suas mãos param na barra da minha blusa e ele rapidamente se livra dela. Sua boca explora meu pescoço, dando leves mordidas e chupadas. Tiro sua camiseta, deixando aquele peitoral definido a amostra. Suspiro mordendo o lábio inferior e passando minhas unhas ali, deixando algumas marcas.
  Quando sinto ele tirar minha calça, empurro seu peitoral e ele cambaleia para trás.
  - Desculpa. – passo as mãos em meu cabelo nervosa. – E-eu...
  - Ei. – ele se aproxima segurando minhas mãos. – Eu sei que é virgem, sou seu médico, lembra? – assinto. – Não vou te pressionar, posso ir embora se quiser. – ele solta minhas mãos e vai atrás da camiseta.
  - Não! – puxo ele de volta e ele sorri. – Eu estou pronta. – fecho meus olhos suspirando. – Vamos lá.
  Ele toma meus lábios com os seus e suas mãos voltam a passear por meu corpo, relaxo e resolvo me entregar de vez.
  Ele joga as últimas peças que faltavam, estou nua, como vim ao mundo, seus olhos me analisam e ele dá um sorriso enorme.
  - Tão linda! – coro imediatamente, escondendo meu rosto entre minhas mãos. Ele tira minhas mãos e beija elas, me fazendo sorrir e voltar a ficar relaxada.
  Sinto seus dedos tocarem minha intimidade e arqueio minhas costas. Minha intimidade pulsa e sinto um aperto entre minhas pernas, isso é tesão, só pode ser. Dois dedos seus estão em meu clitóris, me estimulando, jogo meus cabelos para o lado e fecho os olhos apertando meus seios.
  - ... – solto seu nome entre suspiros e sinto um selinho em minha virilha. Meu Deus, como isso pode ficar melhor? Minha pergunta é respondida quando sinto sua boca em minha intimidade, ele chupa e lambe ela com uma velocidade lenta, isso é tortura. Seus dedos circulam em meu clitóris e sua boca chupa meus grandes lábios, é como se ele estivesse beijando minha boca, mas de uma forma mais excitante.
  Sinto seu membro em minha perna quando ele se arruma entre minhas pernas, duro, extremamente duro, e por mim. Um sorriso escapa e ele se afasta, buscando sua calça; assim que acha o pacotinho, ele o rasga e eu juro que essa é a melhor cena que eu já vi em toda minha vida.
  - Se doer você fala, vou ir devagar. – assinto nervosa e ele junta nossas mãos, entrelaçando elas com força, a cabecinha de seu membro roça em minha entrada e eu estremeço. Ele me dá um selinho e transforma ele em um beijo. Sinto seu membro entrando em mim e suspiro entre o beijo, sinto uma dorzinha, mas nada tão ruim assim, logo sou tomada pelo prazer. – Tudo bem?   Não consigo responder, começo a suspirar alto, alguns gemidos escapam e eu solto minhas mãos levando ambas para meus ombros e fincando minhas unhas ali. Ele solta um gemido um pouco agudo, mas continua com os movimentos vai e vem. Meu Deus aquilo é melhor que algodão doce, e olha que eu amo algodão doce.
  Não sei por quanto tempo ficamos naquela posição, com ele dentro de mim e meu gemidos altos, mas eu sinto meu corpo relaxar, é estranho. O que será isso? Então minha resposta chega com um jato de gozo. Eu havia tido um orgasmo? Porra, isso é maravilhoso! Sinto os olhos de presos em mim e vejo ele relaxar seu corpo, caindo ao meu lado na mesa.
  - O que foi isso?
  - Isso, foi sexo! – ele diz naturalmente e eu me encosto em seu corpo.
  - Isso eu sei, mas você não tem cara de que faz isso do jeito que fez.
  - Que tal você parar de falar essas coisas e irmos para sua cama, e fazermos mais disso? – levanto minha cabeça e encaro o sorriso safado dele, dou um tapa em sua barriga e ele murmura algo inaudível. – Vou entender isso como, “Foi ótimo transar com você, , então vamos fazer isso até ficarmos velhinhos.”
  - Quer mesmo ficar velhinho comigo?
  - Não, eu disse que quero ficar velhinho fazendo sexo com você. – gargalho disso e ele sorri. – Vamos deixar as coisas rolarem, quem sabe um dia vamos nos casar?
  - Quem sabe, cowboy...

  Anos depois

Do you understand why I put all my plans on hold? And doesn't the night go slow? When we are here alone, something inside you shows
(Você entende porque eu coloquei todos os meus planos em espera? E não a noite ir devagar? Quando estamos aqui sozinhos, algo dentro de você mostra)

  - ?
  - Oi. Estouaqui na última prateleira. – dou um grito para me achar. Estou fechando a biblioteca.
  - Amor, vamos logo pra casa. – ele aparece no corredor e eu solto os livros bufando.
  - Calma, estou acabando.
  - , vamos logo!
  - Está muito impaciente hoje, vamos! – deixo tudo o que preciso fazer e vou pegar minha bolsa. Assim que olho para cima, posso ver uma cartolina enrolada em cima do balcão. Caminho até lá e a abro, mordo o lábio inferior e uma lágrima cai.
  - Aceita?
  - Aceito! – um pedido de casamento? Quando eu ia imaginar isso. e eu estamos juntos há dois anos, eu moro com ele há dois meses e estamos mais felizes do que nunca. – Te amo!
  - Te amo. Amor à primeira vista! – ele sussurra me abraçando e selando nossos lábios. Quebro o beijo apenas para dizer mais alguma coisa.
  - À primeira vista!

FIM



Comentários da autora

  Bom, pra começar quero dizer que eu sonhei com essa fic, claro que era algo bem maior, mas eu resumi tudo o que sonhei e transformei ela nessa short, super short hahaha. Essa short é um presente de amigo secreto para a Júlia Castro, a nossa amada beta e querida amiga de equipe do site. Espero que goste, Jubs! Beijos, Line.

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