Capítulo único
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— Não adianta se fazer, %Jake%. Eu sei que você tá mordido de inveja. — A voz de %Joana% ecoou logo atrás dele no refeitório. — Se faz de durão, e de que isso não te abalou, mas nós dois sabemos que sim. Aposto que até chorou no vestiário.
%Jake% bufou alto quando ela colocou as duas mãos nos ombros dele, iniciando uma falsa massagem relaxante.
— Acorda para a vida %Joana%. Eu não perco meu tempo lamentando por você. Sabe o que isso me deu? — Ele fez um estalo com a boca. — Ainda mais gana de humilhar você no próximo jogo. Sabemos que isso foi apenas sorte de principiante, seu time e das meninas, só tiveram sorte. Além do que, nós ficamos com pena de vocês. Por isso deixamos que avançassem daquele jeito.
A risada alta de %Joana% ecoou por todo o refeitório, que observava o embate em total silêncio. Nem o barulho dos talheres ou de bocas mastigando conseguia ser ouvido.
Os embates de %Joana% e %Jake% sempre tinham plateia… metade da Universidade amava ver a tensão que exalava dos dois sempre que se provocavam. Fosse por causa de uma nota maior que o outro tirava, fosse por causa de um trabalho em grupo em que os dois caíam juntos, fosse por causa da performance de um durante um seminário… ou fosse agora pelo jogo de futebol que o time feminino estreava contra o time masculino que tinha %Jake% como capitão desde sempre.
%Joana% abaixou-se até o ouvido dele, a voz baixa e carregada de ironia.
— Sorte ou não, o placar foi nosso. E você ficou com a cara no chão, amor.
%Jake% virou o rosto devagar, encarando-a por sobre o ombro. O sorriso cínico já conhecido no canto dos lábios, mas os olhos... os olhos entregavam a faísca que estava acesa há tempos.
— Amor? — Ele repetiu, rindo baixo. — Cuidado com esse tom carinhoso, %Joana%. Vai acabar confundindo o pessoal. Vão achar que você tá apaixonada.
Ela deu dois tapinhas no ombro dele, depois o soltou.
— Engraçado você falar isso. Quem vive me stalkeando no Instagram é você. Todo dia assistindo meus stories. No mínimo esperando eu postar mais uma vitória pra você engolir seco.
%Jake% se levantou devagar da cadeira, como se estivesse prestes a entrar num ringue. E de certa forma, estava.
— Seus stories são péssimos. Eu só assisto pra contar quantas vezes você fala besteira por minuto.
— Então você deve estar com um caderninho lotado, bonitão.
As risadas ao redor voltaram, discretas. Os amigos dos dois já sabiam como isso sempre acabava: num embate verbal, uma troca de farpas, e cada um indo embora com a respiração um pouco mais acelerada do que deveria.
Mas hoje parecia diferente.
%Jake% se aproximou, quebrando a distância pessoal entre eles. O corpo tão próximo que %Joana% conseguia sentir o calor da respiração dele.
— Se quiser me desafiar de novo, me avisa. Mas escolhe melhor a prova da próxima vez. — Ele inclinou o rosto. — Ou você vai querer passar outra vergonha?
%Joana% ergueu o queixo, os olhos cravados nos dele.
— Que tal um desafio agora? Só você e eu.
A tensão no ar era quase visível.
%Jake% arqueou uma sobrancelha, o sorriso preguiçoso nos lábios.
Ela se inclinou um pouco mais, tão perto que o nariz quase encostava no dele.
— Jogo da garrafa. Hoje à noite. Apartamento da Lia. Se a garrafa parar em nós dois… desafio.
%Jake% mordeu o lábio inferior, pensativo. Depois respondeu com aquele tom que só ela conhecia:
— Espero que a sorte esteja do meu lado, princesa. Porque se cair em nós dois… eu não vou pegar leve.
🍾🍾🍾
O apartamento da Lia estava lotado — música alta, gente rindo, latas de cerveja em todos os cantos, e um cheiro de pizza que vinha da cozinha. O tipo de festa universitária onde tudo podia acontecer… e geralmente acontecia.
%Joana% chegou com as amigas, usando um vestido justo e um sorriso ainda mais provocativo. %Jake% já estava lá, jogando sinuca na varanda com os amigos, e quando a viu entrar, quase errou a tacada. Mas se recompôs a tempo, erguendo o queixo em desafio quando ela passou por ele sem nem olhar.
— Isso é luto, %Jake%? Tá de preto por ter perdido pra mim?
Ele sorriu, fingindo não se abalar.
— Vim de preto porque é a cor da minha alma depois de ter que dividir sala com você.
— Pois a minha tá rosa. A cor da vitória. — Ela piscou e entrou.
🍾🍾🍾
Durante a festa, os dois se cruzavam o tempo todo. No corredor apertado, na fila para o banheiro, disputando o último pedaço de pizza. Cada esbarrão era uma desculpa para provocar.
— Tá me seguindo, %Jake%? — ela perguntou, após trombar com ele pela terceira vez.
— Você que tá no meu caminho, %Joana%. Mas posso te mostrar a saída... ou o quarto, se preferir.
Ela riu, balançando a cabeça.
— E você é péssima em disfarçar que me quer.
🍾🍾🍾
O apartamento da Lia estava lotado. O som alto fazia o chão vibrar, e as luzes coloridas criavam um clima elétrico no ambiente. Gente dançava na sala, outros se espremiam na varanda com copos na mão, e o corredor estava tomado por conversas e risadas altas.
%Jake% chegou mais cedo, como sempre, e já dominava o centro da roda de amigos, rindo de algo que provavelmente só ele achava tão engraçado. %Joana% apareceu pouco depois, usando um vestido colado que atraiu olhares — inclusive o dele, que não conseguiu disfarçar. Mas ela fingiu não notar. Passou direto por ele e foi abraçar Lia.
— Veio se vingar, princesa? — ele provocou, já se aproximando com um copo na mão.
— Se vingar do quê? Da sua tentativa fracassada de vencer o debate da última aula? — %Joana% arqueou uma sobrancelha e pegou a bebida de um dos coolers no chão.
— O pessoal do meu grupo disse que eu arrasei.
— Claro que disseram. Pena que o professor não achou o mesmo. — Ela deu um gole e piscou. — De nada, aliás.
— Metida. — %Jake% sorriu, mas havia um brilho nos olhos. O mesmo brilho que sempre surgia quando os dois estavam perto demais.
🍾🍾🍾
Ao longo da noite, as provocações seguiram. %Jake% dançou com uma colega do time de futsal só pra ver se %Joana% olhava — e olhou. %Joana% trocou beijos na bochecha com um calouro bonitinho só pra fazer %Jake% bufar — e ele bufou.
A tensão entre os dois era nítida.
Então, em determinado momento, quando o som diminuiu e as luzes foram ficando mais amenas, Lia gritou do sofá:
— Jogo da garrafa na sala! Quem não vier, é covarde!
O pessoal se animou e logo o círculo estava formado no tapete, com a garrafa no centro.
— Bora colocar uma regra extra hoje — disse Junsu, amigo de %Jake% e veterano em causar confusão. — Se cair entre duas pessoas que vivem brigando, a gente escolhe o desafio, não tem essa de verdade, beleza?
— É isso! — concordaram em coro, olhando diretamente para %Jake% e %Joana%.
%Jake% soltou uma risada baixa, recostado contra o sofá.
— Estão muito interessados na nossa vida… tá parecendo torcida.
%Joana% revirou os olhos.
— Ninguém liga tanto assim, %Jake%. Relaxa.
Mas o destino — ou a garrafa — não relaxou.
Apontando direto para %Jake% e %Joana%.
Um silêncio cheio de antecipação tomou conta da sala.
Lia, com um sorriso quase diabólico, olhou para os dois.
— Manda — disse %Jake%, já esperando algo bobo.
— Vocês vão passar duas horas juntos. Trancados no quarto de hóspedes. Sem celular. Sem ninguém mais. Sozinhos.
— Isso é uma tortura — resmungou %Joana%.
— Isso é entretenimento puro — rebateu Junsu, com risadas ecoando ao redor.
%Jake% ergueu o copo, fingindo um brinde.
— Espero que tenha escovado os dentes, princesa.
— Espero que tenha trazido cérebro, %Jake%. Vai precisar.
Os dois se levantaram sob aplausos e vaias irônicas. Quando a porta do quarto se fechou atrás deles, a tensão finalmente ficou a sós com os dois.
🍾🍾🍾
— Contando! Valendo! — Lia gritou do lado de fora do quarto, no corredor e então eles ouviram os passos dela indo embora.
Sozinhos. Os dois se encararam em silêncio, com %Jake% em pé, escorado na porta com os braços cruzados e %Joana% sentada na cama de forma displicente.
— Calado %Jake%. Sabia que gosto mais de você assim? Em silêncio… você fica até bonitinho assim.
%Jake% arqueou uma sobrancelha, o sorriso cínico surgindo nos lábios assim que ela falou.
—
Bonitinho? — Ele empurrou as costas contra a porta, como se estivesse acomodado ali por tempo indeterminado. — Não me subestime, %Joana%. Você sabe muito bem que “bonitinho” nunca foi a palavra certa pra mim.
Ela cruzou as pernas, inclinando o corpo para trás e apoiando os braços atrás da cabeça. Um sorriso provocador surgiu no canto da boca.
— Verdade. Tem razão.
“Enjoado”, “metido”, “insuportável”… acho que qualquer uma dessas se encaixa melhor.
— Engraçado… — Ele deu um passo lento em direção à cama. — Você me chama de tudo isso, mas nunca perde a chance de olhar pra minha boca quando eu falo.
%Joana% desviou os olhos por um segundo — só um segundo — e voltou a encará-lo com desafio.
— Talvez eu esteja tentando descobrir de onde vem tanta besteira. Vai que um dia consigo impedir a saída.
%Jake% soltou uma risada baixa, já perto dela. Ele passou uma mão pelo cabelo, fingindo relaxar.
— Vai ser difícil impedir alguma coisa hoje, %Joana%. Principalmente com você trancada aqui comigo por duas horas inteiras. — Ele se inclinou um pouco. — Com essa roupa minúscula e esse ego gigante.
Ela sentiu o estômago virar. Mas não era medo. Nem vergonha. Era excitação.
— Eu ainda posso pular a janela. — rebateu, tentando manter a voz firme.
— E admitir que perdeu? Logo você? — %Jake% inclinou-se um pouco mais, os rostos perigosamente próximos. — Não é do seu feitio.
%Joana% sentiu o calor subir pelas bochechas. Mas não recuou.
— Eu não perco pra você, %Jake%. Nunca perdi. E não vai ser hoje.
— Ótimo. — Ele roçou o nariz no dela, sem tocá-la de verdade. — Porque eu adoro quando você luta antes de se render.
Se ela quisesse, poderia empurrá-lo. Sair da cama. Desviar. Mas não fez nada disso. Em vez disso, ela respondeu na mesma moeda:
— E eu adoro quando você acha que está no controle.
Os olhares se encontraram. E ali, sem aviso, sem permissão, sem mais nenhuma palavra… ele a beijou.
E o beijo não foi calmo. Não foi leve. Foi como tudo entre eles: urgente, carregado, impulsivo.
O beijo era tudo o que eles prometiam um ao outro desde o primeiro dia: selvagem, impaciente, cheio de raiva contida e desejo mal disfarçado. As línguas se encontraram com um choque quente, molhado, urgente. %Jake% segurou o rosto dela com uma das mãos, como se precisasse mantê-la ali, sob seu controle. Mas %Joana% não era de se deixar dominar tão fácil — uma das mãos dela já estava na barra da camisa dele, puxando para cima com fome.
— Tira isso logo — ela murmurou contra a boca dele, a voz rouca de antecipação.
Ele riu entre dentes, afastando-se só o suficiente para puxar a camiseta pela cabeça. O abdômen firme e o peito quente ficaram expostos diante dela, que não perdeu tempo em passar as unhas por ali — traçando, provocando.
— Então era isso que você escondia nas camisas de grife? — ela provocou, os dedos passeando até a cintura da calça.
%Jake% prendeu o pulso dela com firmeza, os olhos semicerrados.
— Vai me provocar ou vai fazer alguma coisa com essa boca?
%Joana% arqueou uma sobrancelha, aproximando os lábios da clavícula dele.
— E se eu disser que gosto de ver você implorar um pouco?
— %Joana%… você realmente quer jogar esse jogo comigo agora?
Ela riu. Um riso abafado contra a pele dele. Um riso que virou mordida. Beijo. E então as mãos de %Jake% desceram pelas coxas dela, firmes, até encontrar a barra da blusa. Levantou com um só movimento, tirando a peça pela cabeça.
— Merda… — ele murmurou, encarando os seios dela com um desejo tão descarado que a fez morder o lábio.
%Jake% colou os lábios nos dela outra vez, ao mesmo tempo que a empurrava com o corpo para trás, até que ela deitasse na cama. Seus beijos desceram pelo pescoço, entre os seios, descendo pela barriga enquanto suas mãos desabotoavam o short jeans dela com facilidade ensaiada.
Ela gemeu baixo quando sentiu os dedos dele tocarem por cima da calcinha. Um toque firme, circular, provocante.
— Sempre tão convencida, né? — ele murmurou contra a pele da barriga dela. — Mas tá molhada por mim.
— Eu vou te foder, princesa. — Ele sorriu, os olhos brilhando enquanto descia o short e a calcinha de uma vez só.
A língua dele encontrou o centro dela como se soubesse exatamente o que estava fazendo. E sabia. Ele alternava o ritmo e a pressão, ouvindo os gemidos dela, respondendo aos movimentos do quadril, provocando, saboreando, fazendo %Joana% esquecer até o próprio nome.
Quando ela arqueou com força contra a boca dele, ele prendeu os quadris com mais firmeza.
— Não foge agora — ele sussurrou. — Aguenta.
Ela gemeu alto, puxando os cabelos dele entre os dedos.
— %Jake%… — era quase um pedido. — Agora.
Com os olhos colados nos dela, ele subiu, os lábios ainda úmidos das provocações, os dedos passeando pelas laterais do corpo dela. Estava ofegante, quente, mas não ia simplesmente ceder. %Joana% sentou-se sobre os joelhos e o empurrou de leve até que ele se sentasse na beira da cama.
— E se for minha vez de brincar um pouco? — ela perguntou com a voz baixa,carregada de desejo.
%Jake% abriu um sorriso torto, o peito subindo e descendo.
— Vai me provocar até o fim, é isso?
Ela se ajoelhou entre as pernas dele, os olhos firmes nos dele. Tirou a cueca devagar, como se o toque fosse mais uma provocação. Ele estava duro e pronto, e o jeito como ela o encarava fazia os músculos do abdômen dele tensionarem ainda mais.
%Joana% passou a língua pelos lábios antes de se inclinar. Começou com beijos suaves na parte interna das coxas, subindo lentamente, os dedos percorrendo sua cintura. %Jake% rosnou baixo quando a sentiu passar a língua pela base de seu membro, lenta, provocativa, antes de envolvê-lo com a boca quente.
— Caralho… — ele murmurou, jogando a cabeça para trás. — %Joana%…
Ela alternava o ritmo, experimentando o que o fazia soltar gemidos mais graves, mais tensos. Sentia o controle escapar dele a cada movimento, a cada estocada lenta da boca.
%Jake% segurou os cabelos dela, os dedos firmes, mas não forçou — só a guiou. Os olhos dele a observavam com uma mistura de surpresa e reverência. Quando não aguentou mais, afastou-a com cuidado, ofegante.
— Se continuar assim, vou gozar na sua boca — ele sussurrou. — E acho que você quer mais do que isso.
Ela sorriu, os olhos ardendo em provocação, enquanto ele se levantava, terminando de tirar a calça com pressa. Pegou a camisinha da carteira no criado-mudo, rasgou a embalagem com os dentes e vestiu com urgência, o olhar ainda cravado nela.
— Deita pra mim — ele ordenou, a voz baixa, rouca.
%Joana% se deitou de costas, as pernas entreabertas, o peito arfando. %Jake% se posicionou entre elas, os lábios colando nos dela em um beijo profundo antes de penetrá-la devagar.
Ambos gemeram ao mesmo tempo — um som abafado, cheio de alívio e luxúria. Os quadris se encontraram com precisão, e o corpo dela o acolheu com uma intensidade quase assustadora.
— Porra… — ela sussurrou, agarrando os ombros dele. — Por que demoramos tanto?
%Jake% começou a se mover com um ritmo firme, cadenciado, sentindo cada contração dela a cada estocada.
— Porque você é teimosa. E eu gosto de fazer você perder — ele respondeu entre os dentes.
Ela soltou uma risada curta, quase sem ar.
— É? — Ele acelerou o ritmo, os olhos fixos nos dela. — Então olha pra mim. Quero ver sua cara quando você gozar.
Ela tentou resistir ao olhar, mas o prazer a dominava. As mãos dela arranharam as costas dele, o corpo colado, os quadris se encontrando como se estivessem sendo coreografados pelo desejo acumulado. Ele alternava a profundidade, os ângulos, como quem conhece cada detalhe do corpo que está explorando — e está determinado a deixá-lo em ruínas.
%Joana% mordeu o lábio inferior, os olhos meio cerrados, o corpo inteiro em chamas. Mas %Jake% não deixaria que acabasse tão rápido.
Ele a observava como quem saboreia um prato que esperou anos para provar — os olhos percorrendo cada curva dela, o peito arfando no mesmo ritmo que o dela. Então, com um gemido rouco, saiu devagar de dentro dela, fazendo-a protestar com um som quase suplicante.
— %Jake%... — ela gemeu, a frustração nítida na voz. — Por que tá me torturando assim?
Ele desceu os lábios para o pescoço dela, mordendo devagar antes de responder com a boca colada à pele quente:
— Porque você me provocou por três semestres inteiros. É a sua vez de aguentar. — E enquanto dizia isso, o membro dele, rígido e úmido, roçava propositalmente sua intimidade, deslizando pelas dobras sensíveis, fazendo-a estremecer sob ele.
%Joana% arqueou o quadril, tentando encaixá-lo novamente, mas %Jake% segurou seus quadris firmemente contra a cama, impedindo.
— Acha mesmo que vai mandar aqui agora? — ele sussurrou com um sorriso torto. — Não tão fácil.
Ele passou a glande bem devagar sobre o centro dela, de cima a baixo, pressionando, circulando, provocando sem piedade. Ela ofegava, os dedos agarrando os lençóis com força.
— Isso é tortura... — ela gemeu, sem conseguir conter os quadris que tentavam buscá-lo.
— Isso é o que você merece, %Joana%. Por cada vez que me chamou de babaca na frente de todo mundo. Por cada vez que me fez te imaginar assim — ele afundou novamente dentro dela com um gemido grave — E não podia ter.
%Joana% gritou, as pernas se enroscando na cintura dele.
— Idiota… — ela arfou, mordendo o ombro dele. — Me provoca mais e eu juro que…
%Jake% riu baixinho, o som abafado e quente contra sua clavícula. Começou a se mover de novo, devagar, como quem marca território, saindo e entrando completamente, sem pressa.
— Jura o quê? Vai gozar no meu pau de novo?
Ela o arranhou com força pelas costas.
— Fica quieto e fode direito.
Ele grunhiu ao ouvir aquilo, puxando as coxas dela com mais firmeza, e voltou a estocar com mais força. Mas, de repente, saiu outra vez, o membro rígido deslizando com facilidade agora, provocando-a enquanto roçava seu centro sensível.
— %Jake%... para com isso — ela implorou, o corpo já trêmulo.
— Para com o quê? Isso aqui? — Ele esfregou a glande sobre o clitóris dela com pequenos círculos lentos. — Ou isso aqui? — E voltou a penetrá-la, dessa vez até o fundo, fazendo-a arquear as costas num gemido estrangulado.
Ele repetiu o movimento mais duas vezes — saindo, provocando, voltando — até que ela o agarrou pelos ombros com tanta força que ele soube que não podia mais brincar.
— Fica. Dentro. De mim. — ela exigiu, as palavras entrecortadas por gemidos e respirações pesadas.
%Jake% obedeceu, com um gemido entre os dentes, e começou a acelerar o ritmo. Agora, as estocadas vinham ritmadas e profundas, seus quadris batendo contra os dela em movimentos quentes, suados, intensos.
Os gemidos preenchiam o quarto, misturados aos sussurros de palavras indecentes, ao som do corpo contra corpo, ao cheiro de sexo e tensão acumulada por tempo demais.
— Olha pra mim de novo — ele pediu com a voz rouca. — Quero ver sua cara quando você gozar.
%Joana% tentou resistir, mas os olhos se abriram e encontraram os dele. E ali havia tudo: raiva, desejo, rendição, vitória.
— Porra… — ela murmurou, e veio primeiro, o corpo inteiro se contraindo em espasmos intensos, a boca aberta num grito sem som.
%Jake% não demorou. A sensação dela se apertando ao redor dele, os olhos dela presos nos seus, o gosto da vitória na boca — tudo fez o clímax o alcançar de forma bruta e avassaladora. Enterrou-se fundo, gemendo contra a boca dela, o corpo tremendo com o impacto.
Caíram juntos, colados, ofegantes, os corpos ainda vibrando.
E ainda faltava mais de uma hora.
🍾🍾🍾
Os corpos ainda colados, os peitos subindo e descendo em respirações descompassadas, enquanto o calor do quarto parecia dobrar.
%Joana% foi a primeira a se mexer, empurrando o peito dele com uma das mãos, os olhos ainda pesados pelo prazer, mas a expressão… cheia de sarcasmo.
— Isso foi só seu aquecimento, %Jake%?
%Jake% riu baixo, os dedos brincando com os fios de cabelo colados na testa dela.
— Ué… achou que duas horas eram pra quê? Pra gente jogar Uno?
Ela mordeu o lábio, rindo apesar de si mesma, e logo empurrou o corpo dele para o lado. Sentou-se na cama, o cabelo desgrenhado, as marcas dos beijos ainda vermelhas em sua pele.
%Jake% observava, descarado.
— A minha derrota mais bonita — ele respondeu, com aquele sorrisinho torto e desgraçado que sempre a tirava do sério.
%Joana% lançou um travesseiro na direção dele, mas %Jake% o segurou com facilidade e logo se levantou também, indo até a pequena bancada onde havia duas garrafas de água.
Entregou uma a ela. %Joana% aceitou, sem dizer nada. Bebeu quase metade de uma vez só, ainda ofegante, e depois limpou os lábios com as costas da mão.
— Aposto que você acha que ganhou, né?
— Eu ganhei. — %Jake% se aproximou devagar, se sentando atrás dela na cama e colando o peito nu em suas costas suadas. — Você gozou gritando meu nome, ou já esqueceu?
Ela riu, mas a resposta veio com malícia:
— A noite ainda não acabou, %Jake%. Dá tempo de virar o jogo.
Ele mordeu levemente o ombro dela.
— Que sorte a sua que eu gosto de revanche.
As mãos dele deslizaram pela cintura dela devagar, e logo estavam na curva dos seios. %Joana% inclinou a cabeça para trás, os olhos fechando com o toque.
Ela o obedeceu, como se cada célula de seu corpo já soubesse exatamente o que esperar. Mas o que veio foi diferente.
%Joana% gemeu contra a boca dele, e %Jake% a virou de costas com firmeza, mas sem pressa. Ela foi com gosto, os joelhos se acomodando no colchão, o quadril empinado.
— Você é viciado em mim, %Jake% — ela provocou, olhando por cima do ombro, os cabelos caindo em ondas bagunçadas pelas costas nuas.
— Sou viciado em ganhar — ele respondeu, as mãos firmes segurando sua cintura. — E você ainda não implorou.
Antes que ela retrucasse, ele passou o membro pela intimidade dela, deslizando devagar, provocando. Só a ponta. Repetidas vezes.
— Porra… — %Joana% arqueou as costas. — Para de provocar…
— Fala o que você quer — ele murmurou, pressionando só um pouco mais.
— Fala, %Joana%. Quero ouvir da sua boca. A mesma boca que me irrita todo santo dia.
Ela mordeu o lábio, os dedos agarrando os lençois.
— Quero você. Dentro de mim. De novo. Agora.
Ele sorriu. Um daqueles sorrisos malditos.
Enterrou-se nela devagar, aproveitando cada segundo. Os dois gemeram ao mesmo tempo, os corpos se reconhecendo mais uma vez — mais urgente, mais cru, mais íntimo.
%Jake% começou com estocadas lentas e profundas, só para ver o quanto ela aguentava sem implorar de novo. As mãos dele percorriam as costas dela, subiam para os ombros, puxavam pelos cabelos com força controlada.
%Joana% empurrava o corpo para trás, encontrando o dele, sem pudor. Queria mais. Precisava de mais.
Ele puxou os quadris dela para si e acelerou. O som do impacto ecoava pelo quarto abafado, suado, úmido. Cada gemido dela fazia seu membro latejar ainda mais.
— Isso… — %Jake% arfava. — Sente como você me aperta? Eu sabia que você ia ser assim. Sabia que por trás daquela pose toda, você era só… luxúria pura.
%Joana% virou o rosto de lado no colchão, os olhos fechados.
— Cala a boca… e me fode.
%Jake% puxou os cabelos dela para trás, fazendo-a erguer o rosto enquanto se inclinava sobre o corpo dela, ainda enterrado até o fim.
— Você manda bem nas provocações, %Joana%. Mas no final… sempre acaba pedindo por mais.
Ele saiu completamente e a virou de novo, empurrando as pernas dela para o alto, abrindo espaço para se enterrar de novo. Ela gemeu alto, agarrando os lençóis, o corpo inteiro tremendo.
— Olha pra mim — ele ordenou, o quadril se movendo firme, cada estocada mais intensa.
Olhos nos olhos. Respirações falhadas. Suor escorrendo pelas têmporas. Beijos molhados entre uma estocada e outra, como se quisessem devorar um ao outro.
— Goza pra mim — ele murmurou entre os dentes, colado à boca dela. — Quero sentir você me apertando, toda fodida por mim.
O corpo dela se arqueou, o gemido preso na garganta, os olhos cerrados. %Jake% seguiu, os movimentos mais irregulares até ele também se desfazer dentro da camisinha, com um gemido grave e sôfrego.
Ficaram assim, colados, suados, exaustos, mas rindo. Um riso cúmplice, como se estivessem descobrindo uma nova versão de si mesmos.
Até que ouviram as batidas na porta:
— ACABOU O TEMPO! — gritou a voz de Lia, rindo do lado de fora.
%Jake% respirou fundo, a testa colada na dela.
— Eu perdi — ele sussurrou, ainda ofegante. — Perdi completamente.
%Joana% o encarou, um sorriso vitorioso nos lábios inchados.
🍾🍾🍾
A sala de aula estava quase cheia quando %Jake% entrou. Ele normalmente chegava atrasado, espalhafatoso, com uma piada pronta nos lábios e um boné virado para trás. Mas naquela manhã, ele chegou cedo. E calado.
Seus olhos varreram o ambiente até encontrarem %Joana%. Ela estava na terceira fileira, sentada com uma postura displicente, a caneta girando entre os dedos como se não estivesse prestando atenção. Mas ele sabia. Ela estava tão inquieta quanto ele.
%Jake% caminhou até ela, como se fosse o único lugar que fazia sentido. Puxou a cadeira ao lado com a mesma confiança de sempre, mas, dessa vez, sem provocação.
%Joana% não virou o rosto, mas sorriu de canto.
— Vai fingir que nada aconteceu? — sussurrou, sem encará-lo.
%Jake% apoiou os cotovelos na mesa, virando o rosto na direção dela. A voz saiu baixa, rouca.
— Pelo contrário. Tô tentando não te puxar pra fora dessa sala.
Ela finalmente o olhou. O olhar que tantas vezes carregava sarcasmo e desafio, agora estava mais suave. Mas ainda brilhava.
— Tenta mais forte. — ela disse, mordendo levemente o canto do lábio inferior, como se estivesse testando os limites dele outra vez.
%Jake% riu. Baixo. Um som grave que ela reconhecia bem demais agora.
— Se você me provocar desse jeito, %Joana%, a gente não chega nem até a chamada.
Ela não respondeu. Só cruzou as pernas de forma lenta, quase ensaiada, e virou o rosto de volta para o professor que acabava de entrar.
Mas o sorriso no canto dos lábios… esse não foi embora.
%Jake% ajeitou-se na cadeira, respirando fundo, e mesmo sem olhar diretamente pra ela, murmurou baixo, só pra que ela ouvisse:
— Só pra constar… eu ainda vou ganhar de você.
— Duvido. — ela sussurrou de volta.
Mas agora, nenhum dos dois estava mais falando das notas.
Fim