Another Frequency

Escrito por Melissa W. | Revisado por Cáàh (Até capítulo 21) | Andressa (Até capítulo 30) | Natashia Kitamura

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Capítulo 01

  Já havia se passado dois meses após aquele acidente terrível de carro. As marcas ainda restavam em meu corpo, as cenas daquela noite ainda passavam pela minha memória fazendo o meu sofrimento aumentar cada vez mais.

Flashback on
  Era sexta- feira do mês de Dezembro. Tudo corria maravilhosamente bem. Eu e meus pais estávamos nos preparando para passar o final de semana em Angra dos Reis. Eu simplesmente adorava aquele lugar, praia, trilha, e meninos super gatos. Era uma raridade não irmos lá há cada 2 semanas. Preparei minha mala e caminhei até a varanda, apenas sentindo a brisa do mar bater em meu rosto. Eu morava no Rio de Janeiro desde que me entendia por gente. Copacabana e seu calçadão onde eu fazia minhas caminhadas diárias junto com a minha inseparável e fiel escudeira, . Sempre fazíamos isso pela manha, mas justo nesta sexta ela não pode ir. Fiquei ali por alguns minutos olhando aquela maravilhosa vista, parecia tudo perfeito, o sol se pondo e pessoas se divertindo na areia. Ouvi a porta do quarto abri e sai desse transe.
  - Oi querida - era minha mãe - Preparada pro final de semana? - ela se acomodou em minha cama afastando minha mala
  - Claro... Aquela vez que fomos na semana retrasada não foi muito divertido - me sentei ao seu lado segurando sua mão, e demonstrei um sorriso involuntário. Senti uma sensação fria subir em meu corpo me fazendo arrepiar toda.
  - Algum problema ? - minha mãe falou me olhando com cara de preocupada
  - Não... Eu acho que é só a ansiedade - soltei sua mão e voltei á varanda
  - Ok, então. Termina de arrumar suas coisas que partimos de madrugada - ela me deu um beijo na bochecha e saiu.
  Fiquei pensando o motivo daquela sensação horrível que veio der repente. Mas logo me desviei desses pensamentos ruins. Arrumei minha mala com tudo o que tinha direito, afinal sou uma adolescente de 17 anos bastante vaidosa. Partiríamos às 3 da manha, tentei ligar para mas ela não me atendia. Deitei na cama e rapidamente dormi. Acordei com meu pai gritando em meu ouvido.
  - Vamos, miss preguiça - ele falava batendo em meu pé com força - Já está na hora - puxou meu cobertor e jogou longe.
  - PAI!!! - me levantei bufando.
  - Calma filha, vamos pegue suas coisas.
  - Você não vai me ajudar? - olhei sarcasticamente para ele.
  - Claro que não, tenho cara de ser seu empregado? - com essa frase ele fechou a porta do quarto me deixando ali sozinha.
  Peguei minhas malas e desci para sala. Meus pais já estavam dentro do carro. Deu um abraço em Agatha (nossa linda cozinheira) e entrei no carro, a sensação ruim voltou novamente. Por um momento resolvi falar para meus pais aquilo, mas fiquei com medo de deixa- los preocupados. Deitei no banco de traz e acabei pegando no sono....
  - O que tá acontecendo? - falei olhando pra cara de meus pais apavorados.
  - O carro está sem freio e estamos descendo a serra - minha mãe falou e eu vi uma lágrima escorrer em seu rosto.
  - Calma mãe, vai ficar tudo bem - como assim? Tudo bem? O carro está sem freio e estamos em uma serra, simplesmente foi a pior coisa que eu poderia ter dito. Falei pensativa.
  Até que meu pai perdeu o controle do carro e o mesmo foi capotando serra a baixo. Fui arremessada para fora, ainda ouvi gritos da minha mãe. Tentei ajudar, mas tudo foi ficando embaçado e só deu tempo de ouvi a explosão. E acabei adormecendo ali mesmo.
Flashback off

  Ouvi a companhia tocar, era o nosso advogado.
  - Olá - ele falou esticando a mão.
  - Oi - apertei sua mão - é entra, o que o senhor deseja?
  - Bom seus pais morreram e como você é menor de idade, precisa de um tutor - ele pegou uma carta que havia dentro de sua maleta e me entregou. Peguei a carta e estava escrito o seguinte texto:
  "Olá querida, se estiver lendo esse testamento significa que partimos dessa para melhor. Bom, se for maior de idade ignore isso, mas se não leia até o final. Precisávamos arrumar uma pessoa para cuidar de você. Então, minha linda, arrume as malas que Londres a espera. Você ira morar com sua linda tia e seus primos e . Não fique desapontada, está viajando, então não vai precisar suportar o mal humor dele. Já com a você se entende, só te peço que seja delicada com eles. Aguente apenas 1 ano, depois de completar 18 anos você decide o que irá fazer da vida. Nossos bens estão em seu nome e de , só que para movimentar a conta precisa da senha. Não confiamos deixar a senha com então só você vai ficar sabendo. Espere que esteja bem e não se preocupe estraremos te olhando daqui."
  Dica da senha: "Levanta da cama, está na hora, pegue sua mochila, lanche e vá pra escola. Acorda Miss Preguiça."
  Beijos da Mamãe e do seu pai - (ele não quis me ajudar a escrever esse testamento ¬¬)

  Senti algumas lágrimas escorrerem em meu rosto após ler a nossa música, que meu pai havia feito pra mim quando tinha 5 anos. Mas sorri depois que li o comentário da minha mãe. Fui interrompida pelo advogado.
  - , amanha você parte para Londres - ele pegou o testamento e apertou minha mão e entregou a passagem.
  - Obrigada - fechei a porta e subi as escadas contando os degraus.
  Cheguei ao corredor e parei em frente o quarto de meus pais. Estava exatamente tudo do jeito que havia sido deixado naquela noite. Pensei em entrar, mas o meu sofrimento iria aumentar mais ainda. Corri para meu quarto peguei o telefone e liguei para .

~Ligação On~
  - Oi sumida - falei tentando disfarça minha tristeza.
  - Oi amiga, como você está, meu bem? - ela falou com tom de preocupação.
  - Mais ou menos.... Amiga vou ter que me mudar para Londres! .- uma lágrima escorreu em meu rosto.
  - COMO ASSIM? LONDRES? - o tom de voz de estava extremamente alterado.
  - Calma é só 1 ano, depois eu volto - tentei tranquiliza- la.
  - Tá, mais vai morar com quem?
  - Nem te conto. Lembra da tia ?
  - Se lembro, ela fingia ser educada com todo mundo, Tiazinha de 2 faces - e eu caímos na rizada. - Ah amiga, mas você acha que eu me esqueci do em?! - ela falou rindo.
  - !! - gritei - Eu nem lembro mais daquele idiota...
  - Ok, desculpa fror do meu jardim. - falou que nem criança. - Você vai que dia?
  - Amanha. - ficamos em silencio por alguns segundos e resolvi quebra- lo. - E todos choram - falei fazendo nós duas rimos de novo.
  - Ah, amanha já?! Hey fro depois eu vou ai me despedir de você. - senti sua voz ficar fraca.
  - Ok, meu bolinho, até amanha.
~Ligação off~

  Senti- me muito melhor depois de ter conversado com , vamos dizer que ela é meu ponto de paz. Depois da nossa conversa era hora de arrumar minhas malas, só tinha um problema. Tinha pouca mala e muita roupa. Bom, comprar mala é fácil o difícil foi achar uma loja aberta às 9 da noite. Até que por sorte havia uma aberta, comprei as malas e voltei para casa. Abri meu guarda- roupa e comecei a tirar as roupas, estava quase no fim, quando achei bem no fundo uma caixinha que estava atrás de roupas que eu nem sabia que existiam. Sentei- me na cama e comecei a vasculhar para ver o que tinha dentro. Encontrei várias fotos minhas com meus pais, algumas com e até de e , vasculhei mais um pouco e encontrei um bilhete escrito "O mundo vai ver que quando estamos juntos nada pode nos vencer". Virei os mesmo e vi que atrás estava assinado pelo . Bem, naquela época ele ainda podia ser considerado meu primo querido, mas confesso que, talvez, passei os melhores momentos da minha vida ao lado dele e de . Guardei as fotos e o bilhete novamente na caixinha e coloquei dentro de minha mala, terminei de arrumar tudo já ia dar dez da noite e meu voo partiria no outro dia às nove e meia da manha. Deitei- me e encarei a porta, lembrando de como era o boa noite de meu pai ou quando ele vinha me acordar com a nossa música. Fiquei assim pro um tempo até que peguei no sono.

Capítulo 02

  Acordei já era 9 da manha, sabe o que isso significa?Que eu estava atrasada. Mal tive tempo de escovar os dentes quanto mais trocar de roupa. Peguei minhas malas e desci as escadas com toda a minha delicadeza que até cai, sorte que Agatha e estavam lá para me socorrer.
  - Nem um pouca desastrada né, ? - falava debochando de mim.
  - Ah para, eu estou mega atrasada. - falei me levantando.
  - E você vai assim, de pijama? Para LONDRES? - falou dando ênfase em Londres.
  - Querida, meu voo sai daqui a exatamente 25 minutos e eu não tenho tempo de me trocar. - caminhei indo em direção ao jardim.
  - Ok, minha linda. Duas coisas básicas para você. - falou ficando em minha frente. - Me ligar assim que chega lá e prometer vir aqui nas férias.
  - Bom, prometer eu não prometo. Sabe tenho que trazer minha tia e a junto, mas vou fazer de tudo. - dei- lhe um abraço apertado, como se fosse o último em nossas vidas.
  - Se cuida - ela depositou um beijo em minha testa e deixou eu ir abraçar Agatha.
  - Vou sentir falta da sua comida. - abracei ela.
  - Oh , também. - Agatha me deu um beijo na bochecha e abriu a porta do carro.
  - Vou sentir falta de tudo. - falei e observei a rua, e lembrei dos momentos que passei ali.
  Fechei a porta do carro, encostei minha cabeça na janela, peguei meu celular e coloquei para tocar "Another World - 1D". Posso dizer que foram os 10 minutos mais longo da minha vida. Da onde surgiu tanta distancia da minha casa para o aeroporto? Finalmente chegamos, desci e peguei minhas malas e entrei no saguão. Claro que eu já esperava todo mundo olhando para mim, afinal não é todo o dia que se vê uma menina de pijama com zebras desenhadas e pantufa de cachorrinho. Andei até o check in e avistei meu advogado vindo.
  - Olá - ele me cumprimentou.
  - Oi. - respondi meio sonolenta.
  - Bom, vou lhe explicar algumas coisas. Você vai chegar a Londres por volta da meia- noite . Vai ter uma moça te esperando e por volta das cinco da manha você chega a Bradford. Entendeu?
  - Claro. - apertei sua mão e o vi ir embora. Terminei o que tinha que termina ali e fui para sala de embarque.
  Entrei no avião e me acomodei do lado de uma senhora. As primeiras horas de voo passaram normalmente, mas depois comecei a sentir um mal estar terrível. A senhora do meu lado chamou a aeromoça que trazia consigo três pílulas para dor e uma para dormir. Tomei e fiquei ali por alguns minutos vegetando até tudo escurecer. Teve momentos que a turbulência era tão forte que eu acordava assustada e a senhora do meu lado me acalmava. Definitivamente esse voo foi o pior que eu já fiz.
  Despertei do sono o comandante já anunciava a chegada em Londres, mas a minha viagem ainda continuaria. Sai do avião, peguei meu celular, e ainda ia dar meia- noite e dez. Fui até a esteira recolhi minhas malas e fui procurar a tal mulher que me levaria para Bradford. Andei até a entrada e vi uma moça aparentemente bem arrumada segurando uma placa escrita "Mrs. ". Apresentei- me e ela me guiou até o carro. Durante toda a viagem não trocamos nenhuma palavra, mas pondera, eu acho que dormi a viagem toda.
  Acordei e olhei para fora e já estávamos em Bradford. O sol ia surgindo aos poucos e iluminado o carro por dentro, bem devagar, como se não tivesse pressa alguma. A cidade era realmente muito bonita e arrumada. Demorou alguns minutos para chegarmos no condomínio onde minha tia morava. Confesso que me assustei um pouco, lá parecia mais uma cidade, várias casas e arvores por toda a parte. A mulher parou em frente uma casa muito luxuosa, bom era a cara de tia . Não sei o motivo de ficar sem reação dentro do carro, mas aquela sensação voltara de novo, agora 3 vezes mais intensa, fazendo com que eu me desliga- se completamente.

Capítulo 03

  Desci do carro e veio alguns funcionários da minha tia pegar as malas. Vi ela vindo em minha direção com os braços abertos e ainda vestida em um pijama.
  - , querida. - falou me dando um abraço.
  - Oi tia . - retribui o abraço. Por mais que eu e falássemos mal dela. Eu gostava de passar o dia com minha tia, ela era muito carinhosa comigo.
  - Vamos entrar, você deve estar cansada.
  - Pode ter certeza. - entramos em casa.
  Passei pela sala e vi deitada no sofá dormindo com um pote de biscoito do lado. Subimos até o primeiro andar e minha tia apontou para meu quarto que ficava no final do corredor.
  - Tentei faze- lo igual ao seu no Rio de Janeiro.
  - Não precisava. - dei- lhe um abraço e continuei seguindo pelo corredor deixando minha tia para traz. Andei, até que passei em frente a um quarto, a sensação ruim voltou novamente, mais com a mesma intensidade de alguns minutos antes.
  - Algum problema ? - disse tia vindo em minha direção.
  - Não, não, está tudo bem. - tentei disfarçar para não preocupar ela.
  - Qualquer coisa, estou no quarto. - ela entrou em seu quarto e fechou a porta.
   Entrei em meu novo quarto, e simplesmente era igual ao meu antigo. Mudava apenas o lugar dos moveis. Um homem veio me entregar as malas. Peguei- as e coloquei em um canto do quarto, me deitei durante alguns minutos fiquei pensando em minha nova vida e acabei pegando no sono. Durante a noite tive um pesadelo terrível, e o que me fez ficar com mais medo ainda... [...]
  - ACORDA . - falava enquanto gritava e pulava em cima da minha cama.
  - O que foi!! Aconteceu algo? - falei e acabei me desequilibrando e cai da cama.
  - Não sua boba, só estava com saudades. - ela me ajudou a levantar e me deu um abraço.
  - Ah . - retribui seu abraço.
  - , quero me dar bem com você novamente.
  - Eu também. - a puxei para sentarmos na cama.
  - Como você está minha linda? - falou colocando uma mecha do meu cabelo para traz da orelha.
  - Levando, mas estou bem melhor. - a olhei e encarei o chão.
  - Ah não fica assim, vamos nos divertir muito por aqui. - ela falou levantando meu rosto para encarara- la.
  - Espero...
  - Ei, animo. - ela falou se levantando da cama.
  - Vou sair com a minha mãe, vamos ao mercado e daqui a pouco voltamos. Aproveite seu tempo de solidão nessa casa imensa viu, antes que a gente chegue e não se preocupe não vai chegar tão cedo. - me deu um abraço e saiu do quarto.
   Resolvi tomar um belo banho. Entrei no chuveiro e deixei a água escorrer em meu corpo, fazendo assim que todas as suas extremidades ficassem relaxadas. Terminei, abri a mala e peguei a primeira roupa que eu vi. Um short curto e uma blusa longa preta, afinal o dia estava ensolarado e não estava frio, o que era raridade. Desci e fui direto para cozinha, mexi em todos os armários até que achei um pacote de biscoito. Peguei- os e resolvi assisti um filme, bom até ai tudo normal, tirando a parte em que minha tia só tinha filme de suspense e drama. Realmente o filme era chato, a história não tinha nenhum sentido. Voltei para cozinha e guardei os biscoitos no lugar em que eu havia achado. Queria que minha tia chegasse logo, por mais que tivesse me falado que não iria chegar tão cedo, eu realmente não queria encontra- lo, ainda não havia superado o que ele tinha me feito. Ouvi alguém estacionando o carro, pensei logo que era minha tia que já havia chegado. Fui em direção à porta, e...

Capítulo 04

  Vi um menino entrando, não sabia quem era então fui em sua direção. Continuei seguindo, mas parei no meio do caminho porque sentir aquela sensação ruim voltar. Senti tudo que estava em minha frente girar, eu estava perdendo os sentidos, minha visão estava embaçada. Até que cai no chão e só deu para ver uma sombra em minha frente.

Flashback on
   - Vamos agora para os slides. - gritava para que todos fossem para a sala.
  Estávamos em uma festa de aniversario de meu vizinho, que completava 13 anos. Era a hora dos slides, eu tinha passado a semana todinha preparando essa surpresa para . Aproveitei que e estavam passando férias no Rio e decidimos fazer tudo juntos.
  - Hey e , está na hora, vamos .- Puxei ele e segurei sua mão. Eu acho que ele não sabia, mas eu sempre amei ele, e o pior era que ficava me jogando em cima dele. Bem, nós tínhamos entre 11 e 12 anos, muito novos para termos alguma coisa. Apesar dele não ser meu primo biológico meus pais sempre diziam que não podia me relacionar com ele porque era da família.
  - Galera é agora. - falou e ligou o data show.
   Começou com os slides dos familiares e logo chegou nos de , meu e de . No começo foi normal, havíamos separados varias fotos e vídeos nossos com .
  - Bom agora vem a melhor parte. - falava para todo mundo presente na sala.
  Começou a passar fotos minhas escritas várias coisas terríveis, naquela época eu usava aparelho e óculos e era acima do peso. Fotos horríveis e com legendas que me humilharam. Olhei em volta e todos riam de mim, alguns jogaram tinta e tomate em mim. Sai dali aos prantos, andando sem rumo na rua, me virei e vi todos na rua rindo , inclusive ele. O motivo de ter brigado com foi apenas porque ela não foi atrás de mim. Depois disso nunca mais vi ele e . Eles voltaram para Londres e então eu decidi mudar totalmente. Exatamente no outro dia, o que se mais comentava na rua era minhas fotos, odiei virar o assunto do dia. Entrei em depressão e cheguei a me altomutilar por causa dessa brincadeira de mal gosto, com a ajuda de meus pais consegui superar isso. Mas ainda há feridas dentro de mim que vão ser incuráveis, independentemente de ter se passado 5/6 anos ainda haveria minha vingança.
  Já estava decidido, onde eu o encontrasse, tentaria fazer de tudo para que passasse por coisas muito piores.
Flashback off

  - Ela vai ficar bem. - foram as primeiras palavras que eu ouvi depois de ter acordado. Foi meio difícil ver quem estava no quarto, a luz do sol batia diretamente em meu rosto não me permitindo abrir meus olhos direito.
  - Ah, , querida. - minha tia falava me dando um abraço apertado. - Por que não me disse que estava passando mal? - ela falou me soltando.
  - Porque eu não estava passando mal. - falei meio confusa com aquela situação.
  - Como não? te encontrou desmaiada na cozinha. - para tudo, como assim? Eu fui socorrida por ele? Então era ele que estava entrando em casa no momento que eu cai?
  - , a senhorita teve uma queda de pressão, mas daqui a pouco já vai poder ir embora. - o médico falava enquanto chamava minha tia para assinar minha saída.
  - Então tchau. - o vi saindo de um canto do quarto e indo em direção à porta. - Fique bem. - foi as ultimas palavras que eu ouvi dele. Pensei até em agradecer pelo o que ele tinha feito. Mas a raiva ainda falava mais alto em minha em minha mente.
  Chegamos em casa no final de tarde. Sério, não aguentaria mais um dia de vida naquele hospital, comendo aquela comida com gosto de plástico. Entrei e fui direto para meu quarto. Segui indo normalmente no corredor, mas parece que tem um imã que me atrai para aquele quarto, o pior que o quarto era de . Fiquei parada igual a um poste em frente à porta, nesse momento meus corpo estava travado e minha mente a toda velocidade.
  - ? - era .
  - Oi. - olhei pra ela confusa.
  - Algum problema? - ela falava fechando a porta do quarto dele, como se tivesse algo ali que eu não pudesse ver.
  - Não, nenhum. Acho que é só cansaço. - dei passadas mais longas e entrei no quarto fechando a porta com força. Bom eu não gostava nenhum pouco o fato de saber que ele ainda morava ali, mas vi nisso uma grande oportunidade de colocar meu plano de vingança em ação, e eu já tinha em mente um. Eu precisaria de dois dias para coloca- lo em prática.
   Tomei banho e vesti uma calça jeans com uma blusa escrita "Hate You". Isso era mas que uma indireta, acho que chegava a dar um tapa na cara da pessoa. Desci e me sentei- me à mesa de jantar esperando a comida. O jantar foi apenas em silencio, nenhuma palavra e pergunta. Até que desceu.
  - Vai aonde filho? - tia lhe perguntava.
  - Não te interessa. - ele falou com raiva. Sério destratar minha tia na casa dela jamais.
  - Ow, olha a educação. - falei me levantando da mesa.
  - Não se mete garota. - ele me olhou com um olhar estilo visão de calor. Fiquei com medo, mas não podia dar para trás.
  - Me meto sim, ela é minha tia e você vive no teto que ela te deu.
  - Vai defender ela agora? - ele vinha caminhado em minha direção.
  - Claro que vou, não vou deixar um idiota como você falar desce jeito com ela. Se ela não te ensinou o que é respeito eu ensino. - pronto mal encontrei ele e já arrumei briga. Ele continuava vindo em minha direção, até que se levantou e o segurou.
  - Nada de brigas. - ela disse empurrando ele.
  - Não se preocupa, não vou perder meu tempo discutindo com essa pirralha. - ele disse e saiu em direção à porta.
  - Pirralha? - agora ele me desafiou, me chamar disso já é sacanagem. Meu plano agora que sai.
  - Obrigado querida por me defender. - tia me agradecia.
  - De nada. Ele é sempre assim? - falei me sentando de novo na mesa. e tia se entre olharam.
  - Sim, mas não se preocupe. - falou se levantando da mesa e colocando o prato na pia.
  - Então tá. - falei e coloquei meu prato na pia e subi. Peguei meu caderninho e anotei meu plano A. Parte número 1 do plano: Observar que horas ele chega. Passei longas duas horas em frente à janela, já ia dar umas 3 da manha, quando eu o vi estacionando o carro. tirava de sua jaqueta sua suposta chave reserva e entrando em casa. Agora só faltava a parte 2, que na minha opinião era a melhor parte.

Capítulo 05

  O dia amanheceu rapidamente. Eu acordei já ia dar meio dia, nunca dormi até esse horário. Abri a porta do quarto e vi um bilhete grudado atrás do mesmo escrito o seguinte "Quando você menos esperar, tudo vai mudar e não vai ter desejado ter vindo para cá". Só podia ser brincadeira da . Desci as escadas e me sentei do lado dela no sofá. Resolvi não comentar nada do bilhete.
  - Bom dia . - ela disse colocando o braço em volta do meu pescoço.
  - Bom dia . - lhe dei um abraço.
  - Dormiu bem?
  - Como um bebê. - dei um sorriso enorme.
  - Ah, vou dar uma festa em uma boate aqui perto, que ir? - disse se levantando indo em direção à cozinha e eu apenas a segui.
  - Claro, estou precisando sair um pouco de casa.
  - Então combinado. Esse final de semana vai bombar. - ela disse saindo da cozinha super feliz.
  - Espero. - falei como um sussurro para que ela não ouvisse.
   Resolvi dar uma volta pelo condomínio, conhecer um pouco o lugar, afinal já ia fazer 2 dias que eu havia chegado e ainda não tinha saído de casa. Realmente era muito bonito e arrumado, devia ter umas 30 casas e todas tinham um belo gramado com arvores e brinquedos. Minha tia morava na casa de numero 35, ou seja, quase no final do condomínio, que por minha sorte ficava perto da área de lazer. Sentei- me em um banco que ficava de frente ao parque onde havia várias crianças brincando. Peguei meu celular e o papel de parede era uma foto minha com meus pais, ainda pequena. Levantei o rosto para que nenhuma lágrima caísse, mas foi tudo em vão. Sempre tive esse ponto fraco, ser muito emotiva, isso me dava a chance de chorar com qualquer coisa, até mesmo ouvindo uma musica triste em algum dia em que eu estava extremamente feliz. Senti uma mão sobre meu ombro, me virei.
  - Fazendo o que aqui sozinha? - era acompanhada com um garoto, que aparentava ter a mesma idade de nós duas.
  - Pensando na vida. - falei meio sem jeito. Mas confesso que o menino era realmente um deus grego.
  - É, para não parecer que eu sou mal educada, te apresento Josh .- falou apontando para ele.
  - Oi, sou , mas pode me chamar de - o cumprimentei formalmente.
  - Bom eu vou deixar você a sós. - falou se afastando. Fiz varias caretas para que ela não me deixa- se ali, ainda mais com alguém que eu havia acabado de conhecer.
  - Então, você vai fazer o que nesse final de semana? - Josh falou meio tímido e encarou um ponto qualquer.
  - Vou à festa da . - senti minhas bochechas pegarem fogo.
  - Ah, que bom, eu também vou estar lá.
  - Já está ficando tarde, eu tenho que ir. - falei me levantando.
  - Espera. - ele segurou minha mão e me puxou para um pouco mais perto. - Me passa pelo ao menos o seu número gata.
  - Sério, eu tenho que ir, mas nos vemos de novo. - tentei me soltar de suas mãos.
  - Calma, eu não mordo. - ele me puxou para mas perto e tentou me beijar.
  - VOCÊ ESTÁ MALUCO?? TE CONHECO HÁ POUCO TEMPO GAROTO. - dei- lhe um tapa e sai correndo.
  - Você ainda vai ser minha. - ele falava gritando, e fez com que todos dali olhassem. Ótimo, vou ficar falada no condomínio.
   Entrei em casa furiosa, atrás de . Ela ia ter que me explicar tudinho e quem era aquele menino.
  - . - entrei e depois bati na porta do quarto. Encontrei- a em uma situação nada agradável. Seminua e com um garoto igual a ela.
  - . - ela falou puxando o cobertor para se cobrir.
  - D esculpa, dá próxima vez vê se tranca a porta do quarto. Hoje sou eu, amanha pode ser sua mãe. - falei e fechei a porta do quarto. Mas eu fui a errada, sai abrindo a porta do quarto dos outros sem bater antes.
   Entrei no quarto e tentei esquecer o que havia ocorrido. Peguei meu caderno e anotei meu plano de vingança contra . Tentei até fazer aquela risadinha malvada que todo vilão faz, mas sem grande sucesso. Resolvi terminar de arrumar minhas coisas. Passaram alguns minutos até que ouvi barulho de carro chegando, era , vestido em uma jaqueta, calça jeans preta e tênis branco. Por mas que eu o odiasse teria que admitir que ele estava muito L- I- N- D- O. Sai desse transe e mal acreditei que finalmente havia chegado a hora da minha vingança.
   Parte 1 : Pegar a chave reserva de dentro da sua jaqueta.
   Estava me sentindo uma espiã, abri uma brecha da porta do meu quarto e o vi andando em direção ao seu quarto. Esperei ele entrar e ligar o chuveiro. Fui até lá, vi que sua jaqueta estava em cima da cama (que na minha opinião era a preferida dele) peguei as chaves e sai o mais rápido. Pensei até que seria mas difícil completar essa parte. Peguei meu caderno e risquei a parte 1 escrevendo do lado "Completo" e agora só faltava a parte 2.
   Parte 2 : Deixar ele trancado do lado de fora.
   A tarde demorou a passar, ou era porque eu estava muito ansiosa para que a noite chegasse. Não sai do quarto até que saísse, afinal foi só a gente se ver que rolou briga. Vesti uma camisola, e então ele saiu e eu sai em seguida. Passei pelo quarto de e vi que ela ainda estava trancada lá dentro, passei pelo de minha tia e ela estava colocando as fofocas em dia. Desci e resolvi ver um pouco de TV, até que a companhia tocou. Era .
  - O que você quer? - tentei ser a mais educada possível.
  - Bom eu moro aqui, voltei pra pegar minhas chaves.
  - Aé, esqueci desse detalhe. - sai da frente da porta para ele passar.
  - Você podia ser educada. - ele falou indo em direção à cozinha e eu o segui.
  - A perdi na hora em que você destratou minha tia. - falei me encostando no balcão.
  - Então é melhor você procurar ela de volta. - ele falou pegando água na geladeira.
  - Me obrigue. - falei saindo de lá.
  - Se eu fosse você eu pedia desculpa, seria bem melhor. - ele falou segurando me braço e me olhando daquele jeito.
  - Nem morta eu pediria desculpa para você. - falei tentando me soltar.
  - Então essa é a sua resposta?
  - Sim. - falei confiante e a sensação ruim voltou novamente.
  - Ok, então, ótima escolha. - ele falou me soltando e dando um sorriso de lado e saindo dali.
   Ótima escolha, isso martelava na minha cabeça. Minha respiração estava ofegante. Então bebi água e pensei na segunda parte do plano, mesmo estando apavorada por dentro eu ainda não havia desistido. Olhei para o relógio ia marcar oito horas da noite. Caminhei até a sala e voltei a ver o que estava passando na TV.
   Já ia dar uma e meia da manha quando minha tia me acordou.
  - . - ela falava me dando leves tapinhas no pé.
  - Oi. - acordei assustada.
  - Vai dormir na cama querida. - ela falou me ajudando a levantar.
  - Já estou indo, vou só fazer um lanchinho aqui. - fui em direção à cozinha.
  - Ok, durma bem. - ela saiu e eu fiquei sozinha.
  Tranquei todas as portas e janelas possíveis para que ele não conseguisse entrar. Terminei o que tinha que fazer e subi. Entrei no quarto e apaguei todas as luzes e fui até a janela para começar ver o espetáculo, juro que pensei em até fazer pipoca para acompanhar. Não demorou muito para ele chegar, ora do show. Ele mexia no bolso da jaqueta, da calça ia em direção ao carro e voltava. Essa cena foi com certeza a melhor até agora, ver ele tentando abrir a porta e andando de lá pra cá procurando as chaves, não consegui segurar os risos e fiquei assim durante alguns minutos, voltei a olhar pela janela e lá estava ele, olhando para mim com uma expressão de raiva. Sério, me assustei, mas valeu muito a pena ter feito tudo isso. Ele simplesmente entrou no carro e saiu cantando pneu.
  Deitei e aquela sensação ruim voltou a me perturbar de novo, mas consegui pegar no sono.

Capítulo 06

  Acordei ainda era oito da manha, fiz minha higiene matinal e desci. Estava chegando perto da cozinha quando vi que e tia conversavam algo muito tenso na cozinha, pois tanto a expressão dela quanto dele não era nada boa. Resolvi não interromper.
  - Você ainda não fez o que eu te pedi. - ela falava com o tom de raiva.
  - Mãe eu não posso - ele também falava com um tom triste.
  - POR QUE NÃO? VOCÊ VAI ACABAR DE VEZ COM ISSO OU EU CHAMO OUTRO. - ela falou irritada. se levantou e foi com toda sua fúria em direção a minha tia, rapidamente fui em sua direção e tentei o segurar, mas foi sem sucesso, ele era bem mas forte do que eu. Até que apareceu para ajudar.
  - PARA , PARA.. - falava o puxando.
  - Me solta. - ele falou, nesse momento eu estava atrás dele. - Sai daqui. - ele simplesmente me empurrou, fazendo com que eu caísse no chão.
  - Dá para vocês me explicarem? - falei cruzando os braços e sentando à mesa.
  - Eu também queria explicações.. - falou saindo da cozinha e eu subi para o meu quarto.
   Subi e cheguei ao começo do corredor e segui em frente, meu celular tocou e era Josh, deduzi que foi que havia dado meu número. Distrai- me completamente até que lá estava ele, na minha frente, parado me olhando com aquele olhar que vê até sua alma. Fingi nem ter visto ele, mas foi em vão.
  - Você acha que eu esqueci de ontem? - ele falou segurando meu braço sujeito a deixar marca.
  - Me solta e eu não sei do que você está falando. - falei tentando me soltar.
  - Você acha que eu sou idiota? - ele apertava mais o meu braço.
  - Para, tá me machucando. - realmente ele me segurava com força.
  - Essa é a intenção. - com a outra mão apertou meu maxilar com força, levando meu rosto a lhe encarar.
  - O que você está falando garoto? - eu estava assustada, rezando para que alguém chegasse e interrompesse esse momento.
  - Você acha que é legal dormir fora de casa? Bom eu não achei.
  - Ah que pena né?! Achei que você ia adorar. - falei sarcasticamente. As palavras saiam da minha boca sem controle.
  - Achou errado. Mas é só você pedir desculpa. - ele falou chegando mais perto de mim e continuava apertando meu braço e meu maxilar.
  - Lembra da minha última resposta? Então aquela será minha resposta. - o que eu estou fazendo?, pensei comigo mesma.
  - Você não sabe com quem se meteu, . - ele falou dando ênfase a meu nome.
  - E você muito menos. - meu celular tocou até que ele me soltou. Mas ele tirou- o da minha mão.
  - Me devolve. - falei esticando a mão.
  - Um Josh, bom saber. Por acaso ele é seu namorado novo?
  - Não te interessa minha vida pessoal.
  - Você que acha. - ele segurou novamente meu braço.
  - Me solta ou eu grito. - senti a sensação de novo voltar e fiquei um pouco tonta.
  - Tudo bem, mas só uma coisinha. Vai ter troco. - ele me soltou e entrou dentro do quarto.
   Fiquei com medo, mas até isso não me fez desistir do meu plano. Entrei no quarto e bati a porta com força, então percebi que havia entrado no banho, aproveitei a chance e peguei sua jaqueta predileta. Desci e coloquei na máquina de lavar junto com água sanitária. Isso faria com que a mesma manchasse todinha. Escorei- me no balcão e fingi que estava tudo bem. Tia e tinham aparentemente saído. Não gostei da ideia de ficar ali sozinha com aquele maluco.
  - . - falava descendo as escadas com a maior fúria possível, e isso apenas significava apenas uma coisa "Plano B - Completo".
  - O que é? - tentei parecer confusa com a situação e segurando os risos.
  - Cadê minha jaqueta? - ele veio em minha direção com raiva. Como eu estava perto da gaveta peguei uma faca sem que ele percebesse, afinal eu tinha que me proteger. Coloquei atrás de mim.
  - Tenho cara de vidente para saber isso? - falei sarcasticamente.
  - Eu não estou brincando. - ele se aproximou e segurou meu braço novamente e no mesmo lugar com mais força.
  - Aiiiii... - gemi de dor.
  - Eu não estou brincando.
  - Nem eu. - apontei a faca para ele que logo me soltou.
  - Você não é capaz nem de matar uma mosca, . - ele falou zombando de mim.
  - Aé.. - fui em sua direção, mas tropecei sem querer e acabei passando a faca em seu braço, o ferindo. Depois disso soltei a faca longe e dei alguns passos para trás.
  - Olha o que você fez. - não pude perceber mais ele foi em direção a faca e pegou- a novamente e agora vindo em minha direção.
  - Larga essa faca, . - falei assustada.
  - Agora está com medo? - ele me imprensou na parede levantou meu pescoço e ia encostando a faca em meu pescoço.
  - Ótimo, agora me mate e viva feliz. - dei um sorrisinho para dispersar meu medo.
  - É só pedir desculpas. - ele me imprensou mais na parede me fazendo sentir muita dor. Agora eu tinha que deixar meu orgulho de lado e encarar a realidade.
  - Desculpa. - falei como um sussurro.
  - Não ouvi direito. - ele me apertou mais e eu pude sentir a faca em meu pescoço.
  - Desculpa por tudo. - senti algumas lágrimas descerem em meu rosto.
  - Aé... - ele chegou mais perto e foi direto em meu ouvido. - Tarde demais senhorita . - ele falou sussurrando me fazendo arrepiar. Mas logo me soltou quando ouviu o barulho de carro chegando.
  - Apenas finja que nada aconteceu. - ele disse saindo de perto de mim.
  - CHEGUEI.. - gritava da rua.
  - Oi. - falei me ajeitando.
  - Que clima tenso em? - ela falou olhando diretamente para que estava um pouco afastado de mim.
  - Que nada, está tudo normal. Só estava conversando com a . - ele falou me encarando.
  - Bom eu vou dormir fora e minha mãe chega mas tarde. - me deu um beijo subiu e pegou algumas roupas e saiu.
   Passamos um tempo eu e nos encarando, até que ele decidiu sair para fazer, talvez, um curativo.
  - Eu não acredito que o machuquei. - falei me escorando no balcão da cozinha.

Capítulo 07

  Já havia se passado dois dias após aquele acidente na cozinha. Nesse período tentei evitar ao máximo, até porque não era difícil, eu sabia as horas que ele estava em casa. Amanheceu e lembrei que hoje era festa de . Levantei- me e fui fazer minha higiene matinal.
  - Hey querida, cheguei. - falava entrando.
  - Bate, mas na porta não?! - falei saindo do banheiro.
  - Por quê? - ela perguntou confusa.
  - Nem vou comentar sobre ontem né, dona . - falei lhe dando um abraço.
  - Para sua boba. - ela falou se jogando em minha cama. - Sabe hoje é minha festa, que tal fazermos compras?
  - Claro, vou só me trocar. - peguei uma calça jeans, uma blusa florida e bota cano médio.
  - Agora sim... Let's go, baby. - parecia bem animada com sua festa. Descemos e eu aproveitei e dei um beijo em tia e fomos em direção à porta e dei de cara com , mas decidi o ignorar.
   Passamos o dia fora, fazendo compras. faltou comprar o shopping todinho. Eu apenas comprei um vestido preto e bem colada na altura do joelho e uma gladiadora, comprou um vestido brando e um cinto vermelho. Voltamos já era de tarde e para meu azar ainda estava em casa, pois percebi que seu carro estava ali ainda. Entrei e nem cumprimentei minha tia, queria subir e me arrumar logo.
  - Vou me arrumar. - dei um beijo em e fui para meu quarto. Continuei seguindo normalmente até que senti uma tontura muito forte e senti que ia cair, mas senti uma mão me segurando por traz.
  - Cuidado, você demais em todo lugar assim mesmo? - falou me segurando.
  - Ai que droga garoto, todo lugar que eu vou você está. - falei saindo de perto dele.
  - Eu moro aqui e naturalmente você também né?! - ele falou se aproximando mas.
  - Sai de perto de mim, seu maluco. - dei alguns passos para traz e encostei- me na porta do quarto.
  - Não vai me agradecer?
  - Preferia que você tivesse me deixado cair ali mesmo. - dei um sorriso de lado e abri a porta.
  - Não podia, até que eu podia mas não quis. - ele falou agora puxando minhas mãos. Mas logo me soltei e fechei a porta do quarto. Alguém batia na porta, abri e era ele de novo.
  - Ai menino o que você quer? - falei com a paciência se esgotando.
  - Tudo. - ele me olhou de cima a baixo e mordeu o canto da boca.
  - Ah desculpa, mas querer não é poder. - falei e fechei a porta com a maior força.
   Encostei- me de trás da porta e fiquei assim por alguns minutos até que alguém bateu novamente na porta.
  - EU JÁ DISSE PARA ME DEIXAR EM PAZ. - falei abrindo a porta e vi que era .
  - Nossa , parece até que viu um gato preto hoje. - ela falou entrando.
  - Um gato preto não... - falei sentando na cama. - Então o que desejas?
   - Daqui a pouco tem a festa e eu.. Blábláblá. - não prestei atenção em nada que ela falava, sinceramente eu não estava com paciência para ouvir o que ela estava comentando sobre a festa.
  - , eu estou falando. - ela falou estalando os dedos perto do meu rosto.
  - você pode me dá licença, eu tenho que me arrumar. - falei me levantado e indo em direção a porta.
  - Ok, há só mais uma coisa. - ela falou segurando a porta. - Eu irei mas cedo então, você pode ir sozinha.
  - Tudo bem, tchau. - entrei para o banheiro e fiquei lá durante uma hora, para ser exata. Quando sai do banheiro lá estava ele deitado em minha cama e mexendo em meu celular.
  - QUEM TE DEU AUTORIZAÇÃO? - falei gritando e partindo para cima dele.
  - Calma , cuid... - antes que ele terminasse a frase eu já estava caída sobre ele. Talvez eu tivesse tropeçado em algo, afinal meu quarto parecia uma zona de guerra de tanta desorganização.
  - , ME DÁ MEU CELULAR, SEU RETARDADO. - falei me levantando de cima dele.
  - Não fica com raiva, eu tentei te avisar, mas você é cabeça dura.
  - Tudo bem, me devolve o celular agora. - falei esticando a mão.
  - E se eu não estiver afim? - ele falou e deu um sorriso de lado.
  - ME DEIXA EM PAZ. - continuei gritando.
  - Olha o tom de voz mocinha. - ele falou se aproximando de mim.
  - NÃO VOU ABAIXAR ELE PARA FALAR COM VOCÊ.
  - Foi você quem me obrigou a fazer isso, se tivesse me pedido desculpa dá primeira vez nada disso estaria acontecendo. - ele disse passando a mão em minha nuca.
  - E se você tivesse me perdoado na segunda.. - falei tirando sua mão da minha nuca.
  - Mas garotas como você tem que aprender a me respeitar, ou se não será muito pior. - ele apertou minha cintura contra o seu corpo.
  - Eu vou gritar se você colocar mas um dedo em mim.
  - Do que vai adiantar, não tem ninguém em casa. - nossas bocas já estavam a poucos centímetros de encostar uma na outra.
  - SAI DE PERTO DE MIM!! - dei um soco em sua barriga com que fez ele cair e se afastar de mim, me dando a liberdade de correr para fora do quarto.
  - , VOCÊ ME PAGA POR ISSO. - ele falou e me seguiu.
  - NÃO PAGO NADA. - falei gritando e indo em direção a porta só que estava trancada. Me virei e não vi ele, andei até o corredor que dava direção a cozinha e fui pega de surpresa.
  - você andou brincando com fogo. - me segurava por traz.
  - Me solta ou... - fui interrompida.
  - Ou o que, eu sou mais forte que você.
  - Me larga, por favor. - senti que minhas lágrimas estavam escorrendo.
  - Agora é educada. Mas errou comigo uma vez não tem mas volta. - ele apertou meu pescoço com força.
  - Você está me sufocando. - falei quase sem voz.
  - Ótimo. Era isso mesmo que eu queria. - ele falou sussurrando em meu ouvido.
  - Porq...- alguém batia na porta.
  - Droga. - me soltou e foi em direção a porta. Era Josh.
  - , já está pronta? - Josh falava olhando para mim.
  - Estou quase. - fui em sua direção e dei- lhe um beijo na bochecha.
  - Você parece nervosa. - Josh falou segurando minha mão.
  - Impressão sua. - o puxei para subir junto comigo.
  - Ow, tem certeza disso ? - me olhou com um olhar de indignação.
  - Bom, Josh me espera aqui. - falei e subi, veio logo atrás de mim.
  - Você ia trazer ele aqui pra cima, na minha casa? - falava e paramos em frente meu quarto.
  - Por acaso eu pedi sua linda e bela opinião? - falei erguendo as sobrancelhas.
   - Você não tem medo mesmo né. - ele falou e segurou meus dois braços.
  - Me mata, e você vai preso por ter testemunhas.
  - Ótimo argumento. - ele me soltou e foi para seu quarto.
  - Eu sei... - falei como um sussurro. Não sei porque, mas quando estou perto de eu não consigo conter as palavras. Entrei no quarto e me arrumei rapidamente pois Josh me esperava lá em baixo. Vi que o carro de já não estava mais ali, fiquei aliviada por isso.

Capítulo 08

  Realmente a festa de bombava, a boate estava lotada.
  - Finalmente chegaram ein. - falou me dando um abraço.
  - Obrigado por ter mandado o Josh me buscar. - sussurrei em seu ouvido.
  - O que houve ? - ela falou com um tom de preocupação.
  - Nada. - tentei desviar meu olhar.
  - Foi o ?
  - Não, depois daquele dia eu nunca mais falei com ele. - menti para ela, queria descobrir ainda o porque dele ter tanta raiva de mim a ponto de querer me matar.
  - Ah, então tá. Se divirtam. - ela falou e se despediu.
  - Quer dançar? - Josh falou me puxando.
  - Tenho escolha? - falei meia sem empolgação nenhuma.
  - Claro que não.
   Estava tocando uma música realmente muito lenta. Josh me abraçou e eu apenas me aconcheguei em seus braços, encostando minha cabeça em seu ombro e fechando os olhos. Queria apenas me desligar de tudo o que estava acontecendo desde que eu havia chegado, e para piorar não atendia aquela droga de telefone.
  - , me desculpa por ter feito aquilo. - Josh pedia desculpas.
  - Nada não, já passou. - coloquei meu dedo indicador sobre sua boca. Ele se aproximou mas de mim e me deu um beijo suave, não queria beija- lo mas não me afastei para poder evitar. Nos soltamos devagar e nos entre olhamos.
  - Josh, eu acho que já vou. - falei indo em direção a saída.
  - Espera, vou te dar uma carona. - ele falou segurando minha mão.
   Durante todo caminho não trocamos nenhuma palavra. Até que chegamos no condomínio.
  - Bom , está entregue. - ele disse vindo para cima de mim.
  - Obrigado, e vamos devagar. - falei o empurrando e saindo do carro.
   Entrei em casa e encontrei um bilhete de tia , que dizia que não dormiria em casa. Acendi o abajur da sala, tirei meu salto e deixei ali mesmo. Fui até a cozinha e vi que estava na área de serviço.
  - Satisfeita? - ele falou me mostrando a jaqueta.
  - Sim, mas eu posso comprar outra. - falei o encarando.
  - Você não tem medo né garota?- ele falou vindo em minha direção e quando e aproximou passou a mão em minha nuca novamente me fazendo arrepiar. Não sei o que deu em mim, não recuei, a única coisa que fiz foi ficar parada ali.
  - De você, nenhuma. - falei chegando agora mas perto dele.
  - Pois devia ter. - ele falou se afastando.
  - Por quê? - falei confusa.
  - Não posso falar. - ele não me encarou em momento algum.
  - Eu só queria saber onde foi parar aquele meu primo legal que eu conheci há alguns anos atrás. - falei ficando em sua frente.
  - Ele morreu, agora só existe esse novo, que está na sua frente. - ele falou subindo as escadas.
  - Por quê? Eu sei que você pode ser melhor que isso. - falei segurando seu braço.
  - Não posso, desculpa. - ele falou soltando minha mão do seu braço.
  - Ah deixa de ser idiota, é só você querer. - falei irritada.
  - Como é mesmo aquela sua frase? - ele falou voltando e vindo em minha direção. - Ah é, querer não é poder.
  - Então fique com seus problemas e me deixe em paz. - falei saindo.
  - Vai me ignorar mesmo?
  - Vou. - na hora meu celular tocou e era Josh.
  - É ele né, aquele que te faz feliz e o que te beijou na boate hoje.
  - Como você sabe? - falei surpresa.
  - Não é da sua conta.
  - Vai me ignorar mesmo? - utilizei a sua frase.
  - Ei essa frase é minha. - ele falou dando um sorriso de lado e eu apenas retribui.
  - Desculpa pelo passado. - falou e me deu um abraço.
  - Não desculpo. - falei dando um tapa em suas costas.
  - É sério . - ele falou se soltando do abraço. - Depois que a me falou que você gostava de mim, eu me arrependi. - ele falou fitando o chão.
  - O quê? Eu não gosto de você, da onde ela tirou isso? - falei me virando e saindo em direção á sala.
  - Então tudo bem, achei que gostasse. - ele falou me seguindo.
  - Achou errado. - me sentei no sofá e voltei minha atenção ao celular.
  - Ok, pensei errado né. - ele se sentou do meu lado e virou meu rosto para encara- lo. Estávamos á centímetros de nos beijar até que a companhia tocou.
  - Oi meu bem. - era uma menina loira de olhos verdes.
  - Oi. - ele falou sem graça.
  - Vou deixar vocês sozinhos. - subi até meu quarto com apenas um objetivo "dormir". Mas ele tinha uma namorada e queria me beijar, que safado. Meu celular tocou me tirando desses pensamentos. Era Josh.

Ligação on
   - Oi .
  - Josh quer vim passar a noite comigo?- falei sem pensar.
  - Nossa que prazer. - ele parecia contente com isso.
  - Ok então. Até mais. - desliguei e me sentei na cama.
Ligação off

  - Não acredito que fiz isso. - falei pensativa.
   Desci para esperar Josh e vi e a tal menina deitados no sofá, dormindo abraçadinhos, fiquei com raiva ao ver aquilo. Será que eu estava com ciúmes dele? Mas teria troco e eu ainda não desisti da minha vingança, por mas que ele tenha me pedido desculpas. Ouvi a companhia tocar.
  - Oi . - Josh falou me agarrando.
  - Calma, aqui não. - falei o puxando para meu quarto.
   Mal entramos no quarto, Josh já começou a me beijar e tentar tirar minha roupa. Não me senti confortável com Josh daquele jeito comigo, ele não me passava segurança. Passei o resto da noite acordada. Até que o dia amanheceu para a minha felicidade. Desci e encontrei acordado já.
  - Acordada essa hora? - ele falava enquanto arrumava a mesa.
  - Nem dormi a noite. - dei um sorriso involuntário.
  - Bom dia . - Josh falava me abraçando por traz me deixando um pouco incomodada.
  - Entendi, o porque de você não ter dormido a noite. - ele falou saindo da cozinha.
  - Não vai terminar de arrumar? - o olhei e encarei.
  - Tenho cara de seu empregado?
  - Devia ter. - sorri sarcasticamente mas eu adorava implicar com ele.
  - PEDE PRO SEU NAMORADO. - falava gritando.
  - Ou educação com a minha namorada. - Josh falava indo em direção a .
  - Pera ai, sua namorada? - falei o seguindo.
  - Vocês se merecem. - falou parando na sala.
  - Eu sei. - Josh falou e deu uma risada. se aproximou e deu um soco no rosto de Josh o fazendo cai no chão.
  - TÁ MALUCO? - falei levantando Josh. Mas fui impedida por que me puxou para o canto da sala.
  - Você vai terminar com ele agora. - ele falava segurando meu braço com todo ódio.
  - Desde quando você manda em mim?
  - Depois não me pergunte porque eu vou fazer isso agora. - ele me soltou e saiu de casa.
  - , ESPERA, ISSO O QUÊ? - fui atrás dele.
  - Você um dia descobre. - ele entrou no carro e saiu em alta velocidade. Voltei para dentro e ajudei Josh se levantar.

Capítulo 09

  Estava decidido, eu ia descobrir o porque de ser tão arrogante comigo e o fato dele ter falado que ia fazer aquilo agora. Esperei até a noite, a hora que ele sempre volta e nada. Resolvi conversar com tia a respeito desses surtos que ele tem. Caminhei até a cozinha e vi que minha tia estava com visitas.
  - Bom você já sabe o combinado? - ela falou entregando um copo de café para um homem aparentemente mais velho.
  - Só falta seu filho fazer o resto.
  - Essa parte ainda tá difícil, mas eu vou convence- lo. - ela falou encarando qualquer ponto.
  - Olha, ele é de confiança né? Tem coisas preciosas em jogo. - ele falou encarando minha tia.
  - Claro, não é a primeira vez que ele vai fazer isso.
  - Mas agora é diferente..
  - Porquê? - Minha tia se levantava.
  - Você sabe que...- ela o interrompeu apontando para mim que entrei na cozinha.
  - Estava ai há muito tempo meu bem? - tia falou me abraçando.
  - Não, acabei de descer. - me sentei ao lado do tal homem.
  - Esse é o nosso vizinho, . - ele estendeu a mão e eu apenas sorri.
  - Então você é a famosa . - falava apontando para mim. - Sua tia fala muito de você.
  - Hum, legal. - a companhia tocou e eu me levantei para atender. Eram dois irmãos e uma menina que aparentava ter 6 anos de idade.
  - Oi eu sou , esses são e . - ela falou apontando para cada um e me deu um sorriso simplesmente encantador.
  - Oi e sou , mas pode me chamar de . - acenei para os três.
  - Meu pai está aqui? - se pronunciou.
  - É o não é? - falei apontando para a cozinha.
  - Sim. - responderam em coro.
  - Podem entrar. - falei dando passagem. - Querem alguma coisa, olha eu sei fazer chocolate quente que é de lamber os dedos. - falei os acompanhado até a cozinha.
  - Queremos. - todos responderam . - mesmo te conhecendo a pouco tempo iremos te proteger do mal. - a garotinha falava segurando minhas mãos.
  - Mal, que mal? - falei assustada. Mas antes que eles me respondessem fomos interrompidos por tia .
  - Olá crianças, sentem- se. - elas apenas acenaram com a cabeça e recusaram- se.
  - Pai a mamãe está lhe chamando . - agora era que falava.
  - A sim, sua mãe. - falou se levantando. - Tchau para vocês.
  - Tchau. - falei junto com minha tia. - Depois quem sabe o senhor traz as crianças para tomarmos um c chocolate quente. - falei os guiando até a porta.
  - Quem sabe. - falou e me olhou de um jeito tão estranho.
  - Vamos querida, que dar uma volta comigo amanha? - tia falava me levando de volta para cozinha.
  - Desculpa, mas eu tenho algumas coisas para resolver ainda.
  - Que coisas? - ela perguntou curiosa.
  - Sabe faz só 1 semana que eu cheguei e as férias estão acabando.
  - Você quer se matricular na faculdade querida?
   - Sim, mas ainda vou ver alguns cursos. - falei me levantando.
  - Qualquer coisa é só pedir.
   Legal, aquelas crianças eram adoráveis, apesar de termos passados alguns minutos juntos. A única coisa que me deixava preocupada era a garotinha ter falado que iria me proteger do mal, isso me assustou bastante. Entrei em meu quarto e decidi que iria dormir, apesar de ser muito cedo. Caminhei até a janela para fechar a cortina e vi que as três crianças olhavam diretamente para mim e seus rostos não apresentavam nenhum tipo de reação, eles estavam de mãos dadas e sentados no gramado da casa. Andei para o lado e agachei assustada, mas decidi voltar para ver. , e estavam no mesmo lugar com a mesma expressão, acenei para ser educada e eles retribuíram sem ao menos dar um sorriso.
  - . - era .
  - Oi. - fechei a cortina e me sentei na cama.
  - Parece assustada. - ela se acomodou ao meu lado.
  - Não, é só tenção do dia mesmo.
  - Josh me falou que dormiu aqui. - ela me encarou.
  - Que fofoqueiro. - isso fez com que nós duas ricemos.
  - Vejo que você está feliz com ele. - segurou minhas mãos.
  - Ah ele é gentil, a companhia dele é adorável.
  - Já esqueceu o meu irmão foi? - ela me perguntou e deu um sorriso.
  - Faz 6 anos, claro que eu o esqueci. - falei encarando um ponto qualquer.
  - Se esqueceu, porque não fala isso olhando para mim. - ela virou meus rosto para encarar o seu.
  - ele me magoou muito. Mesmo não querendo esquecer ele eu tive, e também somos parentes.
  - Não de sangue. - ela tentou argumentar.
  - Mas ele é da família. - falei segurando sua mão.
  - Ele anda tão estranho ultimamente. - me olhou com a expressão de tristeza. Ela sempre foi cuidadosa com , irmã coruja.
  - Sério?! Nem percebi. - falei fazendo cara de surpresa.
  - Ele e minha mãe andam com muitos segredos. Mas é coisa deles então eu nem me intrometo.
  - Pois é. - ficamos em silencio por alguns minutos até um carro buzinar.
  - Minha companhia chegou, beijos e se cuida. - ela me deu um beijo na bochecha e saiu...[..]
  Fui até a janela para vê se as crianças ainda estavam lá, mas agora tinha um menino aparentemente da minha idade sentado no gramado e ele também me observava. Ao seu lado tinha um caderno e do outro um coração em formato de almofada todo sujo. Ele me chamava e falava alguma coisa que eu não podia ouvir, então decidi ir até ele. Meus passos estavam lentos, por mais que eu quisesse ir rápido algo me impedia. Abri a porta e fui em direção ao menino, mas quando cheguei perto ele desapareceu em minha frente, ele evaporou. Olhei para todos os lados e nada. Acho que fiquei assim por alguns minutos até ser quase atropelada por um carro.
  - SAI DA RUA MALUCA. - falava descendo do carro.
  - Desculpa, acho que me desliguei. - falei indo em sua direção.
  - Eu sei, mas agora é que você vai se desligar totalmente. - ele apontou um arma em minha direção. Eu tentava gritar mais ninguém me ouvia. Só eu que podia escuta- los, todos gritavam meu nome.
  - Chegou a hora, vamos cantar para subir. - alguém me segurou com força por traz.
  - Me larga, SOCORRO. - falei tentando me soltar, uma tentativa em vão. vinha em minha direção e eu pude ver novamente o mesmo menino acenando para mim e segurando um papel escrito "Eu te avisei, você não quis me ouvir". Só me lembro de ter ouvido um disparo e quem me segurava me soltou no chão, passei a mão em meu peito e estava sangrando e então cai ali mesmo.

Capítulo 10

  - ME AJUDEM. - falei gritando.
  - , DO CÉU ACORDA. - falava me cutucando.
  - Ele que me matar. - a olhei assustada.
  - Ele quem? - falava preocupada.
  - El... Onde eu estou? - falei me sentando na cama.
  - Em casa. No seu quarto e dormindo na cama. - ela falou como se fosse óbvio.
  - Mas então foi um sonho. - falei indo em direção à janela.
  - Te acordei porque você estava gritando "Me ajudem" e começando a suar frio.
  - Foi só um pesadelo. - desci e fui até a cozinha beber um copo de água. vinha um pouco atrás de mim. Abri a geladeira peguei a garrafa e tinha um bilhete grudado, estava escrito o seguinte "O pesadelo se torna realidade" . O amacei antes que visse, então olhei em direção a porta e no vidro refletia a imagem do mesmo menino do sonho. Fui até a porta, mas a sombra desapareceu. Isso tudo está me assustando muito.
  - . - falava me chamando a atenção.
  - AI QUE SUSTO . - falei gritando e na mesma hora derrubei o copo de vidro no chão.
  - Que desastrada em... - ela falou indo pegar a vassoura para juntar. Nesse momento fiquei com medo dele e me afastei, esqueci que tinha cacos no chão e sem querer pisei em alguns fazendo com que eu corta- se um dos meus pés.
  - AI, AI, AI. - falei pulando igual a um saci.
  - O que aconteceu? - falava me segurando.
  - Se você não percebeu eu pisei nos cacos. - o olhei com raiva.
  - Que clima é esse? - falava entrando na cozinha.
  - Que clima?! Não tem clima nenhum. - falei me soltando de e segurando no balcão.
  - Vou deixar você a sós. - falou pegando uma fruta e subindo.
  - Na... Que droga. - resmunguei comigo mesma.
  - Vem, você precisa de um curativo. - ele falou me pegando no colo.
  - Não precisa me pegar no colo. - falei me afastando dele.
  - Então suba as escadas e demore um ano para chegar lá em cima. - ele falou saindo.
  - NÃO. - gritei. - Realmente eu preciso da sua ajuda. - estiquei minhas mãos e ele me pegou no colo.
  - Deixa de ser cabeça dura. - ele falou rindo.
  - Cala a boca e faz logo o curativo. - dei um leve tapa em suas costas. Ele nem parecia mais aquele menino que havia me ameaçado ou coisa parecida, parece que ali só estava aquele menino doce que eu conheci há alguns anos. Entramos em seu quarto e ele me colocou sentada na cama e foi em direção ao guarda- roupa. Olhei o quarto e vi que o mesmo caderno do sonho que aparentemente era do menino, estava jogando no canto. Fiquei mas assustada ainda.
  - Bom, vai doer mais depois passa. - ele falou vindo com um remédio e curativo.
  - Aiiiii. - gemi de dor, realmente o remédio fez doer até minha alma.
  - Calma, eu sei que dói, mas é assim mesmo. - se aproximou e passou a mão em meu rosto. - Não posso fazer isso. - ele falou isso como um sussurro, mas eu pude ouvir.
  - Algum problema? - falei me afastando.
  - Todos, mas talvez você descubra ou não. - ele falou se levantando e indo em direção à porta.
  - Você podia me ajudar né?! - o olhei e sorri sarcasticamente.
  - Mas se aproveita da situação. - ele me pegou no colo e quando íamos saindo tia aparece na porta.
  - O que está acontecendo? - ela olhou com reprovação.
  - Só estou ajudando a .
  - pode nos dar licença. - tia me pedia.
  - Claro, pode me soltar . Meu quarto é aqui do lado. - sai de seu colo e fechei a porta. Não que eu fosse uma menina curiosa, mas eu decidi ouvir a conversa.
  - Você sabe né... - tia falava.
  - Claro que sei. Não é a primeira vez.
  - Mas está demorando. - ela falava tentando argumentar algum fato.
  - Eu não consigo. - ele parecia falar com um tom de decepção.
  - Tem outra na frente. Te dou mas um tempo.
  - Pode deixar, eu irei fazer isso.
  - Espero que sim. A gente vai ter a ajuda dele.
  - Tudo bem, mas a outra não pode ficar sabendo.
  - Aquela dali só se preocupa com balada.
  - Espero, mãe pode deixar em breve...
   Percebi que tia estava saindo do quarto, então entrei rapidamente para o meu. Eu tinha que descobri que era a outra e o que exatamente eles falavam. Alguém batia na porta.
  - Vim deixar o remédio. - falava me mostrando- o.
  - Obrigada. - peguei e coloquei na mesinha que tinha perto da janela. Olhei para fora e tinha um menino do sonho segurando uma placa que estava escrito "O perigo mora do seu lado". Afastei- me da janela e dei alguns passos para trás, até senti uma mão sobre meu ombro.
  - , você está pálida! - era .
  - Sai do meu quarto, por favor. - não tive coragem de encara- lo.
  - Nossa, assim que você me trata?
  - Por favor.
  - Por que uma hora você está toda educada e outra arrogante? - falava parado na porta.
  - Se você não percebeu eu pedi educadamente. - me virei para olha- lo e tentando disfarçar o nervosismo.
  - , você está nervosa. Aconteceu algo? - ele falou se aproximando.
  - Não acon... - travei na hora em que vi o mesmo menino que há alguns instantes estava lá fora, agora parado na porta do quarto me encarando. Até que ele ia saindo e resolvi segui- lo.
  - Onde você vai? Ainda não terminei de falar com você . - falou me seguindo.
  - Espera aí. - falei para o tal menino. Continuei o seguindo pelo corredor, até que ele atravessou a porta que dava direto em um quarto de hospedes (bom eu acho que era). Coloquei a mão na maçaneta só que fui impedida por de abrir a porta.
  - Não. - ele falou puxando a minha mão e me encarando.
  - Por quê? - falei ainda em frente à porta.
  - Já disse que não. - falou me puxando em direção ao meu quarto.
  - Mas ele está lá. - olhei para trás e vi o menino me olhando.
  - Não tem ninguém naquele quarto. - ele falou abrindo a porta do meu.
  - Mas eu vi. - tentei argumentar, e com esperança de que ele acreditasse.
  - Você bebeu, porque eu não vi ninguém. - ele falou me sentando na cama.
  - É, mas eu tenho toda a certeza do...
  - Já pensou em se tratar? Você anda vendo coisas inexistentes. - ele falou me interrompendo.
  - CLARO QUE EU NÃO ESTOU LOUCA. - falei gritando e me levantando.
  - CLARO QUE ESTÁ. - ele acompanhou meu tom de voz.
  - TINHA UM MENINO ALI. - falei apontando para a porta.
  - J á pensou em se tratar? - ele falou um pouco mais calmo.
  - EU NÃO ESTOU LOUCA E AGORA SAÍ DAQUI. - falei gritando e indo em direção a porta e ele me seguindo.
  - Se quiser eu ligo para um psiquiatra. - ele falou pegando o celular. Mas em um ato involuntário dei um tapa em seu rosto. - Doeu, sabia? - ele falou passando a mão sobre o local.
  - Bati para doer mesmo. - falei o encarando.
  - Agora já chega. - ele falou levando a mão para o bolso da sua calça de onde tirou um estilete.
  - larga isso. - falei me afastando e andando em direção à escada e ele apenas continuou vindo. - O que você pensa que vai fazer? - parei do lado de uma mesa.
  - O que você anda merecendo desde que chegou. - ele veio agora correndo. Rapidamente olhei para a mesa e vi que tinha um vaso, peguei- o e joguei em sua direção, mas para meu azar ele conseguiu desviar e veio andando normalmente e apontando o estilete para mim. Então sem opções, decidi pegar a mesa, já que não era grande e pesada. Esperei ele chegar mais perto e joguei- a em sua cabeça, fazendo com que ele caísse imediatamente no chão desacordado. Desci até a sala e vi que não tinha ninguém em casa, fui em direção à porta só que a mesma estava trancada e isso significava ponto para . Caminhei para a cozinha e peguei uma faca e decidi voltar ao corredor onde tinha deixado ele caído e para meu desespero não estava mais lá. Olhei em volta e nada, então consegui ouvir alguns passos e entrei dentro do quarto de , deixando uma pequena brecha aberta para que eu pudesse ver a movimentação.
  - Não se esconda, eu vou te achar. - falava andando devagar no corredor e desceu as escadas. Minha respiração estava ofegante e meu medo só aumentava. Olhei novamente pela brecha e vi que o menino estava ali, parado e me chamando.
  - Vem eu te ajudo. - ele falou indo em direção as escadas e eu apenas lhe segui ainda segurando a faca com mas força. Distrai- me e pisei em um caco de vidro do vaso, cortando meu outro pé. Olhei novamente e já tinha me perdido do tal menino.
  - Te achei! - falou me assustando e com isso me fez desequilibrar e como eu estava no topo da escada sai rolando ela abaixo. Com um descuido meu, eu ainda segurava a faca na mão e com um ato errado a mesma acabou perfurando meu abdômen. Cheguei ao chão perdendo os sentidos e com sangue em toda minha roupa.
  - . - falava vindo correndo em minha direção. - Fala comigo, por favor. - essas foram as últimas palavras que eu ouvi.

Capítulo 11 - Parte I

   Era um lugar branco e silencioso, apenas ouvia um barulho que parecia toc- toc. Não tinha ninguém ali, era como se fosse meu universo secreto, o interior da minha mente solitária. Percebi que estava vestida de branco e descalça. Resolvi seguir em alguma direção. Der repente o lugar muda totalmente, ia criando uma espece de cenário. Até que o mesmo se torna um corredor vazio onde havia apenas uma porta. Caminhei até lá, mas parei ao perceber que saia sangue da fechadura.
  - Você não quis me escutar. - era o menino.
  - Você me deixou lá sozinha. - falei indo em sua direção.
  - Por total falta de atenção sua. - ele tentou argumentar.
  - Onde eu estou? - tentei mudar de assunto.
  - Não se preocupe. - ele falou se sentando em frente à porta.
  - Como não? - me sentei ao seu lado e o olhei assustada.
  - Ele lhe protegerá. - ele falou segurando em minha mão.
  - Ele quem? - falei confusa.
  - Quem você menos espera. Mas posso te garantir que ele vai lhe provar. - ele falou se levantando.
  - Quando? - falei curiosa.
  - No momento mais difícil da sua vida, quando você menos esperar, ele lhe ajudará. - ele falou indo em direção à porta.
  - Mas quem é você? - falei o seguindo.
  - Sou apenas a sua outra frequência. - ele falou abrindo a porta. - Desculpe, mas aqui você não pode entrar. - o menino fechou a porta e o lugar mudou totalmente, me levando de volta para o tal lugar branco.
   Quem iria me proteger? Onde eu estou? E o que é outra frequência? Essas simples perguntas me atormentavam. Sentei- me em um banco que tinha por ali e percebi que estava desaparecendo lentamente. Agora eu estava em frente a uma porta de hospital, o cenário mudava como se quebrasse e como quebra- cabeça se juntava formando outro local. Parei em frente à uma porta de hospital onde estava escrito meu nome com o número 200 em baixo. Atravessei a porta e vi meu corpo com vários machucados e ligado em algumas máquinas e meus batimentos cardíacos não aumentava e nem diminuía. Olhei para o lado e vi e sentados em um sofá. Você deve ter imaginado que ele estava consolando ela, errado, os dois consolavam Josh. Logo deduzi que ele seria meu protetor. Até que o levou para fora deixando ali sozinho comigo.
  - SEU IDIOTA, SATISFEITO? - falei gritando e aos prantos, mas ele não podia me ouvir.
  - Não adianta, ele não te ouvi. - era o mesmo menino.
  - Mas afinal quem é você? - falei o encarando.
  - Eu sou o .
  - Ah que , querido facilita. - falei rindo.
  - O , lembra- se de mim mais não? - ele me olhou com um olhar de indignação.
  - ? O meu vizinho? - falei confusa com a situação.
  - O mesmo.
  - Mas, o que aconteceu? - perguntei curiosa.
  - Um dia você descobre. - e ele desapareceu novamente.
  - Tudo é: um dia eu descubro. - falei bufando de raiva.
   Voltei a me observar. Vi chegando mais perto, tentei impedi- lo, sem sucesso eu apenas atravessei seu corpo.
  - Se você soubesse. - ele falou segurando minha mão, estranho, eu pude sentir aquele pequeno aperto, por mais que eu não estivesse conectada com meu corpo. Foi mais estranho ainda olhar para o rosto de e ver que uma lágrima escorria em seu rosto. Achei que ele não tinha sentimentos.
  - Vamos , você já passou tempo demais aqui. - falou levando- o para fora.
   Josh entrou e fez a mesma coisa que , pegou minha mão e apertou levemente, mas dessa vez eu não senti absolutamente nada.
  - Só tenha paciência. - era novamente.
  - Ai meu pai amado, eu acho que estou precisando comprar paciência viu.
  - Por quê? - falou confuso.
  - Mente lenta né?! Esquece.
  - Só tenha paciência. - ele repetiu novamente.
  - Por quê? Eu estou morrendo e você que quer eu tenha paciência? - falei o encarando.
  - Relaxe, isso é só apenas uma experiência.
  - Tomara... - voltei a olhar meu corpo. Até que , minha amiga que nunca mais tinha me ligado ou atendido meus telefonemas entrou no quarto.
  - Amiga, que saudades de você. - falou segurando minha mão e aparentemente chorando. - Por que isso aconteceu? Acho que só assim para me fazer vir te visitar. - ela falou dando um pequeno sorriso.
  - Acabou o horário de visitas. - uma enfermeira entrou e disse para .
   Nesse momento eu pensava o quanto minha vida tinha mudado deste o acidente. Os problemas e mistérios me rodeavam. O simples fato de saber que o tinha morrido também me deixou um pouco intrigada. Acho que só agora me toquei que estava realmente mal, em coma, e sem saber há quantos dias e se eu viveria ou morreria.
  Algumas horas depois.
  - Temos que reanima- la rapidamente. - o médico falava.
  - Ela está realmente muito mal. - a enfermeira falava enquanto auxiliava o médico.
  - Os batimentos estão diminuindo. - o médico disse parando de fazer as massagens cardíacas. - Não temos mais o que fazer aqui.
   Eu podia já me considerar morta? É isso mesmo? Ouvir aquelas palavras me deixaram sem chão, um vazio me consumia.


Capítulo 11 - Parte II

  Uma luz forte estava apontada para o meu rosto, eu estava deitada, uma janela aberta fazendo com que o vento balançasse a cortina. A cama era dura e eu sentia muita dor em meu abdômen. Nunca pensei que o céu fosse tão normal assim. Levantei- me da cama e quando olhei em volta me liguei que ainda estava no hospital. Fui em direção à porta quando me deparo com e que me olharam surpresas.
  - . - as duas gritaram. - Graças a Deus. - falou me sentando na cama.
  - Achamos que estivesse morta. - falou me dando um abraço.
  - Eu também. - falei rindo, mas parei ao perceber que e me olhavam sérias.
  - Bom vamos falar aos outros que você está bem. - saiu e a acompanhou. Elas me deixaram ali sozinha, bom eu achei.
  - Já se recuperou né. - falou entrando.
  - SAI DAQUI. - falei gritando e jogando o travesseiro nele.
  - Ei, calminha ai . - ele falou vindo em minha direção.
  - Não consegui me matar, e vai aproveitar agora? - falei ironicamente.
  - Não me dê ideias. - ele falou dando um sorriso de lado.
  - Se deu mal. Eu sobrevivi a queda. - falei soltando um riso.
  - Você caiu sozinha. - ele falou sentando na cama.
  - Você me ameaçou. - tentei argumentar.
  - Se não tivesse me dado um tapa. - ele falou como se estivesse com toda razão.
  - Mas você estava merecendo. - continuei em pé na sua frente.
  - E também você estava louca.
  - EU NÃO SOU LOCA. - aumentei o tom de voz.
  - NÃO FOI O QUE PARECEU. - ele acompanhou meu tom.
  - Olha a culpa é sua. - falei um pouco mais calma.
  - Quem caiu sozinha foi você.
  - Mas quem me assustou? - cruzei os braços e fiquei o encarando.
  - Deveria ter morrido mesmo.
  - Ótimo, então porque não me deixou lá?
  - Não é da sua conta.
  - Claro que é. - falei como se fosse óbvio.
  - Já disse que não te interessa. - ele falou irritado.
  - eu fui a acidentada.
  - Grande coisa.
  - Eu tenho o direito de saber o por que.
  - Mas não vai. - ele falou se levantando.
  - Deixa de ser inútil.
  - Não vai me agradecer? - ele deu um sorriso de lado.
  - Não muda de assunto. - falei em um tom ameaçador.
  - Da próxima vez eu te deixo lá.
  - AH, e vai ter próxima vez?
  - Sei lá, tenho cara de quem prever futuro?
  - Devia. Você parece ser de outro mundo. - ri do que tinha acabado de dizer.
  - Está me chamando de extraterrestre? - ele apontou para si mesmo.
  - Você que colocou palavras na minha boca. - encarei qualquer ponto.
  - Tenho cara de macumbeiro?
  - Você poderia ser mais sensível.
  - Não tenho sentimentos.
  - Se perdeu junto com a sua educação né? - voltei a encara- lo.
  - Olha aqui, quem é você para me tratar desse jeito.
  - Tem que pedir autorização agora? - falei sarcasticamente.
  - Caramba, você continua aquela mesma chata de antes.
  - E você continua sem coração.
  - Se eu não tivesse já teria morrido. - falou e deu alguns risos.
  - Bem que você podia ter passado dessa para melhor.
  - Por quê? - ele falou confuso.
  - Sobraria mais oxigênio no planeta se pessoas inúteis como você morressem. - deu um mega sorriso o deixando mais irritado.
  - Se eu morresse você iria comigo.
  - Não sabia que eu era o Harry Potter e você o Lord Voldemort?(n/a .ignore essa parte se você não gosta de Harry Potter e nem sabe o motivo dele ter uma ligação com Voldemort.) - fui em sua direção. - Tenho uma conexão com você agora? - parei um pouco mais perto.
  - Não brinca senhorita . - ele se aproveitou e chegou mas perto também.
  - Está me ameaçando é? - cheguei um pouco mas perto.
  - Quem sabe. - já podia sentir sua respiração se misturando com a minha. Senti um desejo imenso de tocar em seus lábios, sentir seu corpo mais próximo do meu.
  - Eu vou gritar. - saiu como um sussurro. Nesse momento ele colocou suas duas mãos em minha nuca e chegou mais perto, assim deixando nossos lábios a centímetros de distancia.
  - Você me deixa louco. - ele falou sussurrando em meu ouvido, me fazendo arrepiar todinha. Bom, não tinha mais como evitar, fui em direção a sua boca e...

Capítulo 12

  - !! - e falaram gritando fazendo com que me soltasse e fosse para um pouco longe.
  - Bom tem visita para você. - tentou mudar o clima que estava no quarto.
  - Pode mandar entrar. - estava totalmente sem graça, enquanto achava engraçado a situação.
  - Ok então. - foi chamar.
  - Será que dá para você dá licença seu idiota. - falei me virando para .
  - Perdeu a educação foi?
  - Perdi junto com seu coração. - dei um sorriso enorme.
  - Tá vi...
  - Dá para parar. - falou com raiva e interrompendo- o. - Anda , deixa ela em paz. - ela falou puxando ele.
  - Sonhe comigo gatinha. - ele falou e piscou para mim.
  - Vou ter é pesadelo!
   Fiquei alguns minutos esperando a tal visita. Surpreendi- me ao ver que era , e .
  - Oi . - todos os três falaram em coro.
  - Oi gatinhos e gatinha. - falei sorridente.
  - Que bom que você está bem. - me deu um abraço e em entregou um bilhete.
  - O que é isso?
  - É um endereço, você tem que está lá as 22:00 em ponto.
  - Por qual motivo? - falei assustada.
  - Bom é p...
  - chega de visitas. - Tia falou entrando no quarto e interrompendo .
  - Mas tia eu estava conversando com .
  - Depois vocês se falam. O pai deles está lá fora. - ela falou os acompanhado até a porta.
  - o médico disse que você vai embora apenas amanha, ainda precisa fazer alguns exames. - Tia disse enquanto saia do quarto.
  - AH, mas aqui eu não fico mesmo. - me levantei, vesti uma roupa que estava em cima da mesa do quarto. Bom não tinha como fugir pelos corredores então só tinha a janela então era a janela. Agradeci pelos anos passados eu ter tido o costume de fugir várias vezes de casa com pela a janela. Sem dinheiro e não podendo voltar para casa, da hora a vida. Resolvi pedir ajuda para .

Ligação on
   - Oi bolinho. - o apelido que mais odiava.
  - Ah não . - ela falou com raiva.
  - Amiga, S.O.S.. Preciso da sua ajuda mas rápido possível.
  - Você está passando mal?- ela falou um pouco preocupada.
  - Não. É outra coisa. - falei tentando acalma- la.
  - Então fala.
  - Preciso que você venha me buscar aqui em frente ao hospital.
  - O médico já lhe deu alta?
  - Não, eu fugi porque preciso resolver uma coisa pendente.
  - olha lá o que você vai aprontar.
  - É serio , eu só preciso que você confie em mim.
  - Ok, te pego ai daqui a 30 minutos.
  - Ah e não conta para ninguém.
  - Tudo bem, beijos minha fror. falou desligando. Fiquei com medo que ela contasse para alguém sobre a minha escapada. Mas eu precisava ir nesse tal lugar, saber o que queria me falar sobre isso.
Ligação off

   Na minha opinião esses 30 minutos da foi uma eternidade. E ainda tive que ficar escondida para que nenhum funcionário me visse, pois eu aposto que nessa hora todos já podiam ter notado minha falta.
  - Anda . - falou abrindo a porta do taxi.
   - Você não contou para ninguém né?
  - Claro que não.
  - Obrigada. - dei- lhe um beijo na bochecha.
  - Qual o plano?- falou animada.
  - Desculpa amiga, mas é coisa minha. - pronto acabei com sua animação.
  - , é encrenca né? - ela fez cara de preocupada.
  - Não. É, bom. Eu não sei. - falei confusa.
  - Como assim? - ela continuava preocupada.
  - Isso que eu vou descobrir. - tirei o bilhete que havia me dado e entreguei para o motorista que me olhou surpreso.
  - Algum problema. - olhei sua expressão.
  - Bom, eu posso te deixar lá perto. - ele disse voltando a encarar a estrada.
  - Tudo bem. - eu simplesmente não gostei da resposta dele.
  - eu vou com você. - voltou a me encarar com medo.
  - Não, já disse que é coisa minha.
  - Ok. Mas não me ligue quando estiver em perigo. - não me encarou depois disso. Ficamos assim durante uma hora até chegarmos ao tal local.
  - Chegamos mocinhas. - o motorista falou parando o carro em uma rua totalmente deserta.
  - É aqui mesmo? - falei assustada.
  - Bom é perto. Você vai seguir reto e virar a direita e chegara aonde deseja. - ele falou me explicando.
  - pega esse dinheiro para poder voltar. - falou me dando 100 reais.
  - Tchau. - dei um beijo em sua bochecha.
  - Já sabe né. - ela disse me encarando.
  - Sei muito bem. - sai do carro e segui para onde o taxista tinha me falado. Ok era uma casa realmente muito bonita e também assustadora. Era a única do quarteirão. Fiquei por alguns minutos ali parada, até que ouvi barulho de carro e me escondi atrás de algumas árvores para que ninguém me visse. Vi que saia da casa a mesma menina que tinha dormido com na semana passada. Ela sai toda alegre em direção á um garoto, não deu para ver pois estava muito escuro. Ele abraçou ela e deu um beijo em sua bochecha e ela fez o mesmo. Uma mulher aparentemente mas velha estava em pé na porta e gritou.
  - Filha volte cedo. - a mulher falou preocupada.
  - Não enche mãe. - ela foi extremamente grossa.
  - Se cuida querida. - pude ver o desespero da mãe.
  - Não preciso que ninguém cuide de mim. - ela virou e foi para um canto mas escuro e desapareceu. Resolvi ir conversar com a mãe da menina, afinal eu tinha que descobrir alguma coisa, não nadei tanto para morrer na praia. Cheguei na porta e bati. Fui recebida por uma menina mas nova do que eu, acho que uns 3 anos.
   - Posso falar com a sua mãe. - falei educadamente.
  - Espere ai. - ela foi em direção á, talvez, cozinha.
  - Posso ajudar? - a mulher falou secando a mão.
  - Bom é sobre a sua fil... - ela simplesmente começou a chorar na minha frente e me deu um abraço.
  - Desculpa. - ela falou me puxando para dentro e me sentando no sofá.
  - Que isso. Apenas se acalme.
  - Me ajuda com a minha filha. - ela falou implorando.
  - Mas a senhora nem me conhece.
  - Sinto que posso confiar em você. - ela falou e me deu um copo de água.
  - Você sabe com quem ela anda saindo? - falei como se não quisesse saber nada.
  - Esse é o problema. Eu não sei com quem ela anda saindo. - parecia que ela estava mas calma.
  - A senhora sabe pelo ao menos onde ela foi? - coloquei o copo na mesa de centro e voltei a olhar a mulher.
  - Tem um parque aqui perto. Fica a umas duas quadras daqui.
  - Parque de que? - com era aparentemente obvio que fosse aqueles com gramados, onde pessoas levavam cachorros para brincar. Pensei comigo mesma.
  - Diversões. - ótimo um parque de diversões e a noite.
  - Abandonado. - ela falou completando. Socorro, cadê a minha coragem toda? Um parque de diversões abandonado e uma noite sombria e talvez com dois adolescentes.
  - Querida. - ela falou me tirando dos meus pensamentos.
  - Eu preciso ir. - me levantei e sair sem ao menos esperar ela dizer algo.
   Andei durante 10 minutos até chegar ao tal parque. Parei e fiquei pensativa, se entrava ou não entrava. Bom eu realmente não sabia o que encontraria ali ou se encontraria algo, e o pior de tudo é que eu havia perdido contato com a nave "". Ouvi alguns barulhos vindos de lá e resolvi entrar. Passei pelo pequeno portão e achei um bastão no chão, peguei- o para me proteger se algum engraçadinho tentasse algo. Andei entre alguns restos de brinquedos até achar um galpão onde havia uma luz acesa. Entrei com as pernas bambas, olhei em volta e vi uma janela aberta aonde uma cortina manchada de algo que eu não consegui identificar flutuava com o chegar do vento. Fui até a mesma só que pisei em uma espécie de cordão onde dentro de um coração havia uma foto de duas crianças abraçadas, virei o coração e estava escrito "Que seja eterno..". Guardei- o dentro do meu bolso e olhei novamente para a janela, aparentemente agora fechada. Virei- me e levei um susto. Tinha um sac  o preto à minha frente. Ok, , é só manter a calma. Dei pequenas passadas e segurei a boca do saco, abri devagar e der repente tinha restos mortais ali dentro, parecia de um menino. Continuei calma quando o rosto do garoto se virou rapidamente e disse "Você é a próxima".
  - Ahhhhhhh.... - soltei a boca do saco e me encostei- me à parece ficando assim por alguns minutos, extremamente assustada. Meu coração estava na minha boca e ainda pensei que alguém pudesse ter me escutado. Levantei- me e sai dali, estava escuro, frio e a lua não aparecia, continuei andando sem direção quando me dei conta estava perdida. Continuei andando mesmo sabendo que estava perdida até que avistei uma cabana bem distante do parque. Ouvi novamente alguns barulhos lá de dentro e cheguei até a janela, vi uma menina e um menino. Eu me sentia um detetive procurando pistas. Eles pareciam felizes, bem a menina parecia feliz. Distingui isso devido os risos que ela dava, só não consegui ver seu rosto, mas um feche de luz apareceu em seu rosto delicado. Fiquei os observando durante um tempo até ver que o menino se levantou e pegou uma bebida para a garota. Ele esperou ela adormecer e cuidadosamente colocou uma luva em uma das mãos e sacou um revolver que estava em sua cintura e apontou para o peito da menina. Eu deveria ter feito algo se não tivesse ficada paralisada de medo. O garoto terminou o que tinha que fazer ali e foi trocar de roupa. Em uma reação sem pensar entrei na cabana e me ajoelhei ao lado da menina que se rebatia no chão e tentava falar algo. Eu não consegui entender, então peguei meu celular e resolvi ligar para o corpo de bombeiro, mas estava sem sinal. Pedi para a garota esperar alguns minutos que eu iria chamar a policia.
  - Nem pense em fazer isso. - senti uma coisa encostada em meu pescoço. Não tive nem tempo de pensar, peguei cuidadosamente o bastão de ferro que estava ao meu lado e joguei para traz acertando o menino e ele ficou ali gritando de dor. Corri para fora da cabana e em uma tentativa de olhar para ver se ele vinha atrás de mim passei em uma felpa de arame que acabou atingindo o mesmo local do machucado que a faca tinha feito. A adrenalina corria em minhas veias, impedindo que eu sentisse dor alguma. Continuei correndo percebi que o garoto já tinha me visto e agora corria também atrás de mim, mas estava um pouco longe. Parei e dei longos suspiros até me virar e ver que ele estava em pé na minha frente, com certeza esperando algum movimento meu. Comecei a correr novamente e me virei para traz mas acabei tropeçando em algo, talvez uma pedra, mas não importava o que fosse. Cai imediatamente no chão e para completar comecei a sentir dores no abdômen e na perna.
  - Ai ai ai ai. - tentei me arrastar para atrás de alguns barris que tinha ali do meu lado, mas não obtive sucesso.
  - Te achei. - o garoto vinha calmamente em minha direção.
  - Ai droga. - eu já estava chorando.
  - . - ele se surpreendeu ao me ver. Quando ele se aproximou mas consegui identifica- lo.
  - . - pronto agora que eu estou ferrada, ele já havia me ameaçado antes e a gora eu estava vulnerável.
  - O que que você está fazendo aqui? - ele colocava a mão na cabeça desesperado.
  - Eu que te pergunto. - falei um pouco calma. Como assim calma criatura divina? Não é porque ele é seu primo que vai te perdoar pelo o que você fez. - pensei comigo mesma.
  - Você viu tudo né? - olhou para mim com uma expressão de desespero e aliviado ao mesmo tempo.
  - Não importa. - segurei minha perna e com a outra mão livre passei sobre meu abdômen que sangrava muito.
  - Você está sangrando? - ele se ajoelhou ao meu lado.
  - Imagina, isso é ketchup. - fui irônica.
  - Olha que eu não te ajudo. - ele me encarou.
  - Ótimo me deixa aqui então. - ele me olhou apenas com raiva e pegou a arma que estava no chão.
  - Acaba por aqui.

Capítulo 13

Parecia que eu havia dormido 100 anos. Ainda senti umas leves pontadas no abdômen e dores na minha perna que estava para cima com um gesso.
- Bela adormecida acordou. - saiu da poltrona e se sentou ao meu lado na cama.
- Está no céu junto comigo? - falei tentando me sentar.
- Você não pode. - ele colocou as mãos em meu ombro e me encostou- se à cama delicadamente. - Ainda está machucada.
- Me responde! - o encarei.
- Se você não percebeu estamos em um hospital.
- Então você não me matou igual fez com a garotinha?
- Mas eu não matei ninguém. - ele me olhou sério e se levantou.
- Ah, conta outra.
- Pode mudar de assunto, por favor. - ele falou bastante incomodado.
- Ok então. - desistir de falar sobre aquele assunto, por agora.
- Sério?! - parece bem surpreso. - Achei que ia me fazer um monte de perguntas.
- Ainda não. - Dei um leve sorriso de lado e ele apenas retribui. - E valeu por ter me salvado né.
- Não tem de quê. - ele deu um mega sorriso, e que sorriso. - Achei que tivesse morrido. - ele passou a mão em meu rosto me fazendo arrepiar.
- Eu também. - nós dois rimos e ele novamente sorriu, mas agora era simplesmente sincero, como se estivesse aliviado por eu estar viva. Ficamos assim por alguns minutos então quebrei o silencio.
- Eu espero que você mantenha esse sorriso. - falei sentindo minhas bochechas queimarem de tanta vergonha. Ele apenas me olhou e sorrio de novo e fitou o chão.
- Alguém me procurou? - quebrei o silencio novamente.
- Só a . - ele falou me entregando o celular.
- Ela te ligou?
- Sim, eu disse que você estava bem.
- E o..
- Josh, não ligou. - ele me interrompeu.
- Legal. - sei lá, eu às vezes gostava da companhia de Josh e saber que ele não ligou me deixou triste.
- Por que você ainda está com ele?
- Pode mudar de assunto. - isso fez com que nós dois ricemos.
Passamos bom tempo conversando. Ele falou sobre a vida que levava na faculdade, sobre as brigas super engraçadas que já teve com , eu falei sobre minha vida no Brasil que lá no Rio tinha belas praias e como eu vivia feliz. Tinha momentos em que eu perguntava sobre o que o fez sair da faculdade, ele fazia de conta que não tinha ouvido a pergunta, parecia que ele lembrava de algo nada bom.
- . - o medico batia na porta nos interrompendo.
- Oi. - eu e falamos juntos.
- Bom, você já está bem melhor, só precisa ter cuidado com o pé e manter os cuidados com o curativo do abdômen.
- Quando vou poder ir embora? - falei animada.
- Hoje mesmo e eu só espero não te ver tão cedo. - o médico e riram.
- Por quê? - falei confusa com a situação.
- Já é a 3º vez que você vem parar aqui. - o médico falou bastante sério.
- Nossa, eu acho que vivo mais aqui do que em casa. - nós rimos.
- Preciso levar seu namorado para assinar os papéis.
- Meu namorado? - olhei para que ria de mim.
- Sim, pelo ao menos foi o que ele me disse. - o médico me olhou confuso.
- ... - me olhou e eu entendi que nada de explicações agora.
- Anda , vai ficar ai parado? Quero ir embora logo. - já estava sem paciência.
- Calma , estou indo. - ele fez um sinal de espera.
Os dois saíram e uma enfermeira veio me ajudar a trocar a roupa, depois disso sair e encontrei a minha espera.
- Vamos. - ele falou esticando os braços e me segurando pela cintura, afinal eu não consegui andar e preferi não optar pela muleta.
- Pode me soltar? - eu sei, sou muito cabeça dura.
- E você cair?! Aí quebra o outro pé...
- Ok então. - me segurei nele e passei um de meus braços pela sua nuca chegando ao outro ombro para me apoiar.
- Tá me desejando é ?
- Claro, eu te desejo lindo. - Sussurrei em seu ouvido o fazendo arrepiar.
- Sério? - Ele me olhou malicioso.
- Claro que não. - Dei um leve tapa em seu ombro.
- Mas eu sou seu namorado.
- Só eu que não sabia disso? - fui irônica.
- Tinha que ficar com você no quarto né?! - Argumentou.
- Eu te perdoo porque você me salvou e se assistir um filme comigo depois que chegarmos a casa. - Dei um beijo em sua bochecha e ele apenas sorriu e me levou até o carro.
O caminho todo não trocamos uma palavra. O cheiro do perfume dele no carro chegou a me dar náuseas de tão forte que era. Percebi que ele estava contente e chegou a cantarolar uma música que eu não pude distinguir, até que finalmente chegamos em casa.
- Lar doce lar. - falei quebrando o silencio. não falou nada, apenas desceu e abriu a porta me pegando no colo. Se eu adorei isso? Claro que sim.
- Bom minha mãe viajou. foi para Londres e foi acampar com o Josh. - falou me sentando no sofá, colocando meu pé apoiado na mesa de centro e se sentando ao meu lado.
- Somos só eu e você? - Me virei para olha- lo.
- Só você, eu vou viajar. - Ele não me encarou.
- Vai me deixar aqui sozinha com um pé quebrado? - Franzi a sobrancelha e ele me encarou.
- Seu namorado é o Josh, não eu.
- Mas no hospital era você. - Dei um leve sorriso.
- Ali era de mentira agora é de verdade. Quem tem que cuidar de você é ele.
- Mas ele não está aqui agora. - Me virei e encarei a TV que estava ligada passando um tele jornal.
- Tá, eu vou cuidar de você. Só não abusa. - Ele me deu um beijo demorado na bochecha e se levantou. - Vou colocar o filme.
- Aproveita e me faz uma pipoca. - me encarou com um olhar de irritação. - Sabe né, não posso. - apontei para meu pé e ele apenas deu um sorriso de lado e foi em direção a cozinha. Demorou uns 10 minutos e ele voltou com duas tigelas cheias de pipoca e refrigerante em lata junto com alguns doces. - Uau, depois não reclama que eu estou mimada.
- Quer assistir que filme? - Ele se levantou e foi até uma gaveta da estante onde havia vários filmes.
- Dependo do gênero. - Falei mesmo sabendo que ali só tinha drama e suspense.
- Pode ser de suspense? - Ele falou jogando o dvd em cima de mim.
- Pode. - mal consegui falar devido a minha boca estar cheia de pipoca.
- Ei eu também vou querer. - Ele veio pegou o dvd de cima de mim e colocou para rodar.
- Anda logo. - se sentou ao meu lado.
- Vai ficar com medo? - Ele perguntou apreensivo esperando minha resposta.
- Depois de tudo o que eu vi, suspense é fichinha.
- Qualquer coisa estou aqui. - Ele começou a encarar a TV. O filme começou e claro eu fiquei assustada a ponto de me acolher nos braços de que parecia se aproveitar da situação me puxando mais para ele através da minha cintura e claro me fazendo arrepiar. Na metade do filme ele já estava deitado em meu colo e eu acariciando seu cabelo, talvez ele nem tivesse percebido, pois já deveria ter dormido. Depois de um tempo o filme acabou para o meu alívio.
- Bora acorda. - Dei um tapa em sua cabeça o fazendo acordar.
- Carinho a gente vê por aqui. - Ele se sentou passando a mão onde eu havia batido.
- Queria o quê?
- Um beijinho não ia cair mal. - Ele veio se aproximando, mas eu me afastei.
- De mim você nunca terá isso. - Peguei o controle e desliguei a TV.
- Aposta quanto? - Ele falou de maneira sapeca.
- Nada. - Dei um tapa em seu ombro e encarei o chão.
- Como você é do mal. - segurou meu rosto para encara- lo.
- Vou guardar essas coisas. - Falei quebrando o clima. Levantei- me só que minha perna doeu um pouco e sentei novamente.
- Esquece, essa semana você vai depender de mim, . - Ele disse vitorioso.
- Que vida a minha, em. - Forcei um sorriso. Por mas que ele parece meigo e fofinho eu ainda não tinha esquecido o que ele tinha feito na noite passada e as vezes que ele tinha me ameaçado.
- Quer ir para o quarto? - Ele quebrou o silencio.
- Se puder me levar.
- Nem que eu não quisesse. - ele me pegou no colo e subiu devagar, talvez com medo que acontecesse algo.
- Se continuar nesse ritmo, vamos chegar lá amanha. - Dei um sorriso involuntário.
- Mas como reclama em. - Ele fez uma cara de bravo que me deu medo de verdade.
- Desculpa. Agora da um sorrisinho para a aqui.
- Nossa . - Ele deu o sorriso que eu pedi.
- Falando meu apelido. - Apertei sua bochecha.
- Fala sério, . - parecia incomodado.
- Desculpa.
- Chegamos. - Ele me deitou na cama e ligou a luz. - Vou fazer o curativo em seu abdômen. - Apenas balancei a cabeça fazendo um sim. Para tudo, ele se preocupa comigo, será que isso é truque e quando eu menos esperar, ele me mata?! Esses pensamentos rodeavam- me.
- Voltei. Sentiu minha falta? - Ele trazia consigo uma maletinha.
- Quem sabe né. - Eu sorri e ele apenas retribuiu.
- Posso levantar sua blusa. - Ele pediu educadamente.
- Pode. - Ele sentou ao meu lado e tirou- a colocando no canto da cama. - Não me olhe maliciosamente, ok?
- Ai, ai, ai, . - Ele riu e começou a tirar o curativo.
- Ai quem diz sou eu. - Fiz bico, pois havia doído um pouco.
- Eu sei que é chato, mas calma. - Ele passou um remédio delicadamente e colou o novo curativo. - Prontinho, agora veste a blusa antes que eu perca a linha. - Ele passou a língua entre os dentes e deu uma leve mordia em seu lábio inferior.
- Até parece que aconteceria algo entre nós. - Estiquei os braços para pegar a blusa e me sentei ao seu lado, pois eu estava deitada e fiquei com medo que ele partisse para cima de mim me fazendo ficar sem reação.
- Por que não? - Ele chegou um pouco mais perto.
- Você é meu primo. - Afastei.
- Não de sangue. - Agora ele estava quase em cima de mim. Fiz um esforço para me sentar e não adiantou nada, poxa.
- Mas de família. - Tentei afasta- lo.
- Só um beijo . - Ele fez cara de pidão e eu dei um beijo em sua bochecha.
- Está ótimo assim...
- Não valeu. - Ele agora fez cara de quem ia chorar.
- Não .
- Mas eu só durmo com beijo de boa noite! - Ele se levantou e me encarou.
- Então vai passar a noite acordado. - Eu queria beija- lo, esperei por isso durante os primeiros 11 anos da minha vida e agora que eu tive a oportunidade dei para traz, mas eu não poderia ceder a cada desejo que ele tivesse, tenho que impor limites.
- Qualquer coisa é só me chamar. - Ele saiu e encostou a porta.
- Boa noite, pequeno. - Falei mesmo sabendo que ele não iria escutar.

Sonho on
A porta do quarto se abria, mas eu realmente não via nada, isso só me fez ficar assustada. Alguns barulhos viam da escrivaninha. Olhei em direção a mesma e algo se aproximava, aparentemente se arrastando até a minha cama. Essa "coisa" colocou uma mão na minha coberta a sujando de sangue e puxous, e levantou e consigo segurava uma faca e sempre repetia a mesma frase "Agora é a sua vez dona ".
Sonho off

- você está bem? - falou me acordando.
- . - Falei sonolenta e assustada. - O que foi?
- Vim ver se você estava bem e parecia que você estava se debatendo na cama então resolvi lhe acordar. - Ele se sentou ao meu lado.
- Obrigada. - Tentei disfarçar meu medo.
- Parece assustada. - Ele se virou na cama para me encarar.
- Tive um pesadelo horrível.
- Quer que eu durma aqui?
- Se você não tentar nada. - Dei um espaço na cama para ele se deitar.
- Pode deixar, senhora . - Ele se deitou ao meu lado e me puxou para perto fazendo com que eu deitasse minha cabeça em seu peito.
- Obrigada de novo. - Saiu como um sussurro. Assim adormecemos, às vezes eu acordava durante a noite assustada e o olhava dormindo tranquilamente, brinquei um pouco com seu cabelo bagunçado e depois conseguir dormir [..]
- ACORDA, MEDROSA. - falou puxando minha coberta.
- Só mais 3 dias. - Me cobri novamente.
- Ah, , eu fiz seu café. - Ele puxou a coberta novamente e jogou em algum lugar do quarto longe de meu alcance.
- Traga aqui em cima mordomo. - Me sentei na cama.
- Não. Lugar de comer é na cozinha. - Ele e pegou no colo e me levou para cozinha.
- Ok papai. - Dei um beijo em sua bochecha.
- Mas isso tudo vai sair bastante caro. - Chegamos e ele me sentou na cadeira.
- Quanto? - Fiquei um pouco apreensiva.
- Um beijo. - Ele falou se sentando e colocando um pouco de suco em meu copo.
- Você não vai desistir mesmo?
- Você ainda vai me beijar. - Ele falou como se fosse fazer de tudo para que eu o beijasse.
- D- U- V- I- D- O. - Fiz bico e ele me deu um selinho.
- Metade eu já consegui. - Ele se levantou e colocou as coisas na pia.
- Você me paga por isso. - Fiz cara de brava. Assim lanchamos normalmente.
- Agora você precisa de um banho. - Ele me pegou novamente e me levou para o quarto.
- Quando o pessoal volta? - Tentei mudar o assunto do beijo.
- Umas duas semanas todos estão de volta. - Ele disse vindo do banheiro.
- Duas semanas? - Enquanto eu falei ele tirou minha blusa.
- Daqui a 7 dias você estará novinha em folha. - Ele disse me olhando de cima a baixo.
- Ei. - Virei seu rosto. - Limpa a baba.
- Desculpa. - Ele apenas me levou ao banheiro. - Faz o resto aí.
- Obrigada, pequeno.
- Pequeno, é? A única pequena aqui é você. - ele gritava lá do quarto. Sim, eu era um pouco baixa, eu ficava na altura do ombro do .
- Cala a boca. - Terminei meu banho e me vesti. - Pronto mordomo pode vim me buscar.
- Mordomo? Ai eu mereço você, em, . - Ele me pegou e me sentou na cama.
- Algum problema? - Falei secando meu cabelo om a toalha.
- Sim. - Ele mordeu o lábio novamente.
- Qual? - Mordi o meu só para provocar.
- Minha boca está longe da sua. - Ele chegou mais perto.
- E vai continuar. - O empurrei e tentei me levantar, mas ele me puxou de volta.
- Tem certeza, ? - Ele deu aquele sorriso encantador. Eu sei que eu deveria ter me afastado, mas eu desejava aquilo, mesmo sabendo que talvez seria só um beijo com grandes riscos de ficar mais quente e a situação sair do meu controle e eu acabar dormindo com ele. aquele que tinha acabado com a minha vida no passado e que se tornou meu pior pesadelo.
- saia do meu quarto, por favor. - Falei e comecei a fitar o chão para não me perder definitivamente naqueles olhos perfeitos que tiravam qualquer garota da minha idade do sério.
- Vou repetir: Tem certeza, ? - Ele passou a mão em minha cintura e a outra foi em direção a minha nunca fazendo com que ele me puxasse para si. Já podia sentir sua respiração ofegante e seu hálito percorrer meu rosto de uma forma suave.
- Não. - Saiu curto e grosso da minha boca.
- Diz que você me quer, porque eu te quero. - Ele falou sussurrando em meu ouvido, já é demais abusar assim de mim.
- Te quero. - Falei e só pude ver um sorriso em seu rosto.
- Que bom. - Ele encostou sua testa na minha e soltou minha cintura. Ele passou levemente o dedo indicador em meus lábios. É agora que você marca seu gol de placa e a galera vai vibrar. Eu estava igual a fogos de artifícios, explodindo de desejo e felicidade por dentro. Parecia que era a primeira vez que eu iria beijar alguém. Primeiro ele mordeu meu lábio inferior me olhou e sorrio e eu apenas retribui de volta e quando íamos partir para o beijo mesmo...

Capítulo 14

A companhia tocou. Sério eu queria estourar os miolos de quem tivesse nos atrapalhado. Demorou um pouco e voltou.
- está lá embaixo. - ele disse me pegando no colo.
- Nossa ela já voltou. - então foi ela né? Descemos e encontramos ela parada olhando algumas fotos.
- DO CÉU, SUA DESASTRADA. COMO VOCÊ QUEBROU O PÉ? - ela disse quase voando em cima de mim e .
- Respira e inspira. - me sentou na poltrona e saiu. - Calma .
- Como calma? - falou me fitando.
- Olha eu estava prestes a ter o meu grande momento e você atrapalhou. - eu estava um pouco mais calma.
- Desculpa dramática. - ela se sentou ao meu lado.
- Como foi em Londres? - tentei mudar de assunto.
- Legal.- ela me deu um beijo na bochecha e se sentou ao meu lado, na outra poltrona. - Vamos mais tarde no centro?
- Compras? - falei sem animo.
- É bobona. - ela me deu um tapa e segui para a cozinha.
- Ajuda seria benvinda. - falei e olhei diretamente para ela.
- Já vou. - ela me ajudou e fomos para a cozinha.
- Aonde fica o banheiro?
- Pode ir no meu quarto. - não respondeu nada. - Ah sim, fica no final do corredor. - ela subiu e quando estava descendo, parou no meio da escada e fez um sinal de "O que é isso" e se abanou. Realmente eu tinha um primo lindo dentro de casa e ele ainda andava sem camisa o que fazia qualquer uma pirar, inclusive eu.
- Essa é a ? - ele pegou um copo de água e se sentou ao meu lado.
- A escandalosa, é sim ela. - dei um sorriso tímido.
- Bonita em. - ele disse como que não queria nada.
- Hum. - eu também não sou de se jogar fora. Pensei comigo.
- Com ciúmes ?
- Eu ciúmes de você. Acorda garoto. - revirei os olhos e encarei um ponto qualquer.
- Mas você falou que me queria.
- Falei do passado, agora estamos no presente.
- Ninguém muda de opinião assim tão rápido. - ele disse me encarando com um olhar de fúria.
- Eu mudo na hora que eu quiser. - disse sarcasticamente.
- Mas quando se trata de mim, as pirralhas só mudam na hora que eu quero. - ele segurou meu maxilar com força.
- Pois eu nunca vou mudar, porque primeiro eu não sou PIRRALHA. - ele me olhou e me soltou.
- quer alguma coisa? - ele disse colocando o copo na pia e mudando de assunto.
- Que você morra serve? - falei e sorri.
- Não brinque com isso, vai que as palavras ficam contra você.
- Cala boca. - fiquei com medo do que ele disse.
- Pode lavar essas coisas para mim? - nossa agora ele estava todo meigo.
- Por acaso você é bipolar?
- Como? - ele me olhou confuso.
- Pode deixar eu lavo, não estou fazendo nada né. - mudei de assunto e ele me ajudou a levantar me levando até a pia.
- Tome cuidado . - ele me deu um beijo na bochecha e saiu, sim eu fiquei assustada com esse "Tome cuidado". Continuei lavando a louça tranquilamente, só havia um pequeno detalhe, a pia estava cheia de louças e a água cobria- las totalmente.
- De vagar e com cuidado. - falei comigo mesma e comecei tirando os copos e colocando na secadora, passei minha mão dentro da pia para ver se tinha mais algum acabei cortando meu pulso em algo. - AHHHHHHHHHHHHHHH SOCORRO. - gritei e tentei sai andando me segurando nos móveis. - AI TEM ALGUÉM EM CASA? - me sentei na mesa e meu pulso continuava sangrando muito. Mas como doía. Olhei para a escada e lá estava, parado e com um sorriso de lado.
- Quer ajuda ? - ele veio com uma seringa na mão.
- SOCORRO. - ai é agora que eu estou frita. - LARGA ISSO SEU MALUCO, . - gritei na esperança que ela ouvisse.
- Não adianta, ela também não vai te ouvir. - ele pegou um pano e pressionou meu pulso e veio com a seringa para aplicar em meu braço.
- Nãooo. - as lágrimas rolavam tanto de medo e de dor.
- Calma . - ele aplicou o líquido que tinha na seringa e eu não me lembro de mais nada.
[..]

Acordei com o alarme que vinha do meu celular.
- Que barulho infernal. - peguei- o e joguei em algum lugar do quarto. Levantei- me devagar e vi que meu pé não tinha mas nenhum gesso e que meu pulso estava ainda com um curativo, caminhei em direção à cozinha, senti uma leve tontura e senti que ia cair mas me segurou.
- Bom dia luz da alegria. - falou rimando. Eu sei ela é péssima.
- Que dia é hoje? - perguntei sonolenta.
- Quarta- feira.
- Facilita. - a olhei com raiva.
- Dia 11.
- Quanto milênios eu dormi?
- Bom 1 semana. disse que era para você parar de se mutilar então te deixou dormindo esse tempo todo.
- Mutilar? Como assim? Eu não me corto desde os 11 de idade. - falei confusa.
- ele te encontrou se cortando. - ela disse séria. Ele não contou sobre o que havia acontecido.
- CADE ESSE IDIOTA? - me soltei dos braços de e desci as escadas na maior correria. O encontrei tomando café.
- Bom dia . - ele disse sorridente, que cretino. Não respondi apenas peguei uma xicara de café e coloquei no micro- ondas. - isso já está bastante quente.
- Eu sei, mas eu gosto pegando fogo. - o micro- ondas apitou e eu apenas peguei a xicara e me sentei na frente de , o encarei alguns segundos e joguei o café quente em sua face.
- ESTÁ LOUCA MENINA. - ele disse apavorado levando as mãos para sua face.
- Não sei. - dei um mega sorriso que o deixou irritado.
- O que aconteceu? - me olhou assustada.
- Sua amiga jogou café quente em meu rosto. - disse enquanto passava água gelada.
- você pirou? Coitado. - disse indo ajudar ele.
- VOCÊ VAI DEFENDER ELE?
- Pelo ao menos alguém gosta de mim. - ele soltou um sorriso.
- ÓTIMO, VOCÊS SE MERECEM. - sai de lá com uma raiva da . Ela me traiu e foi defender ele. Votei ao quarto e decidi ligar para , só tinha um problema, de manha eu havia jogado meu celular na parede e ele quebrou todinho.
- AHHHHHHH. - peguei o abajur e joguei no chão. Encostei- me em um canto do quarto e cai no choro, acho que foi ai que eu me toquei que não ia ter o colo da minha mãe para desabafar. Desde que me mudei só me machuco ou acontece coisas ruins comigo.[...] Eu estava de costas então ele me puxou pelo cabelo.
- VOU ACABAR COM VOCÊ GAROTA. - disse entrando.
- ME SOLTAAA. - tentei me livrar dele mas foi em vão.
- Chega. - ele me levou para a sacada do quarto e me imprensou.
- SO..
- Não adianta gritar, me bater e implorar. - me interrompeu.
- E quem disse que eu ia fazer isso. - se ele queria me matar que fosse agora, cansei de sofrer. Ele me olhou surpreso e se afastou.
- Desculpa. - ele disse como um sussurro.
- Desculpa, agora você me pede desculpa. - falei confusa.
- Sim. - ele fitou o chão.
- Você apenas fala e não cumpre. Isso é ser covarde. - o encarei.
- Como é?
- Foi isso mesmo o que você ouviu. Quer que eu repita? - o desafiei.
- Não precisa.
- Ótimo. - dei um sorrisinho.
- Eu só quero que você .- ele se voltou a mim e apontou seu dedo indicador.- Saiba que. - ele voltou a me imprensar na parede e foi em direção ao meu ouvido. - Eu vou destruir sua vida aos poucos, vou lhe infernizar e me tornar seu pior pesadelo.
- Não precisa perder seu tempo. Vamos ver quem desiste primeiro. - dei um meio sorriso.
- Hum, vai mesmo querer brincar?
- E quem disse que vai ser brincadeira?
- Olha pequena o buraco é realmente mais em baixo, pirralhas igual a você não chega longe. - ele disse se sentando em minha cama.
- Mesmo que eu não chegue, não vai ser um desequilibrado igual a você que vai me fazer desistir.
- Vamos ver quem resiste! Você até pode ter vencido essa batalha, mas a guerra só está começando. - sim agora me desafiou, vou fazer de tudo para acabar com ele.
- Esqueceu que eu estou com um ponto a mais? - me coloquei em sua frente.
- Como assim? - ele disse confuso.
- Faz algo comigo que vai ser como entregar sua cabeça em uma bandeja para a policia.
- Você não tem provas contra mim. - ele disse vitorioso. Realmente eu não tinha provas contra ele, o que me deixava mais fraca no jogo. - Mas eu posso. Acabar. Com. Você. - ele disse pausadamente.
- SAI DAQUI AGORA. - aumentei meu tom de voz.
- Duvido que você vá adiante com isso. - ele disse sarcasticamente.
- Não confia em mim? - fui irônica.
- Não.
- Pois devia.
- E por que eu deveria? - ele perguntou.
- Já imaginou Bradford toda descobrir que tem um assassino na cidade.
- Você não vai me entregar. - ele se levantou e foi em direção a porta, mas eu fui mais rápida e a fechei.
- Como pode ter tanta certeza?
- A única carta que você tem na manga contra mim.
- TE ODEIO GAROTO. - o que me deixava com mais raiva era saber que ele sempre tem razão.
- Eu sei . - ele segurou meu braço e me jogou em cima da cama ficando por cima de mim.
- SAI DE CIMA DE MIM. - gritei tentando tira- lo de cima de mim.
- A única desequilibrada aqui é você. - ele pegou um estilete de dentro do bolso e ia cortando meu pulso, mas em um momento seu de distração peguei um vaso de flor que tinha ao lado de minha cama e quebrei em sua cabeça, consegui me livrar dele. Desci correndo e encontrei Josh e na cozinha.
- Hey e Josh. - falei ofegante.
- Aconteceu algo? - parecia preocupada.
- Nada de importante. - tentei mudar de assunto.
- Então eu preciso conversar com você. - Josh falou sério.
- Já estou saindo. - nos deu licença.
- Pode falar. - me sentei na mesa e ele ao meu lado.
- Eu queria te pedir desculpa por tudo. Por ter te deixado na mão quando você mais precisou. - ele parecia mesmo arrependido.
- Desculpado. - eu não estava a fim de discutir com Josh sobre relacionamento ou melhor nossa amizade com benefícios afinal eu tinha coisas piores para me preocupar e resolver.
- Tenho uma surpresa para você. - ele disse animado.
- Para mim? - falei surpresa.
- Me encontra amanha, onde a gente se conheceu as 9 da manha.
- No parque do condomínio?
- Sim. - ele deu um imenso sorriso.
- Vou estar lá. - retribui o sorriso.
- Ótimo. - ele me deu um beijo na bochecha e eu pude sentir as mesmas queimarem de tanta vergonha e saiu.
- Quem era o gato? - falou puxando assunto comigo.
- Amigo. - não a encarei.
- , desculpa? - ela se sentou aonde Josh estava á alguns segundos atrás.
- Pelo o que mesmo? - fingi não saber.
- Hoje de manha.
- Olha eu só não quero que você passe pelo mesmo que eu. - falei preocupada.
- que problema é esse? - ela me encarou.
- ... - a olhei e fiz uma expressão de, chega de perguntas.
- Ok. Então compras?
- Só se for agora. - falei animada.
Eu e nos arrumamos e pegamos um taxi e fomos direto ao centro. Entramos em várias lojas e compramos roupas e sapatos. Aproveitei e comprei meu celular novo. Decidimos ir em uma cafeteria que tinha ali perto, lanchamos e uma moça me entregou um convite, abri e parecia ser de uma festa de sexta- feira 13.
- O que diz? - perguntou animada.
- Uma festa.
- De quê? - ela pegou o convite da minha mão.
- Sexta 13. Terror e fantasias.
- Rola? É depois de amanha.
- Sim, estou precisando me divertir. - falei tomando um pouco de café.
- Oba. E as fantasias?
- Vou ver onde compra com a . - ficamos um bom tempo sem falar nada até que quebrou o silencio.
- , eu sei que você não quer que eu comente nem nada, mas sobre a história de se muti..
- , POR FAVOR. - a interrompi.
- está preocupado.
- Ele devia se preocupar com ele e parar de inventar histórias.
- Mas Mi...
- EU QUERO QUE ELE EXPLODA, ENTENDEU? - a interrompi e me alterei.
- Por que tanto ódio? - parecia confusa com tudo.
- Não vou comentar sobre isso. - encarei meu café.
- Você sempre foge do assunto. - ela tentou argumentar.
- Vamos parar por aqui?! - a olhei com fúria.
- Tudo bem. - ela tomou um gole de seu café. - Gosto do celular novo?
- Nada como coisa nova. - dei um sorriso.
Terminamos e voltamos para casa e como era cedo ainda decidimos assistir um filme.
- Filme. - se jogou no sofá.
- Suspense ou drama? - falei sem animo.
- A casa de cera rola? - adora filmes de terror.
- Não . - me sentei ao seu lado.
- deixa de ser medrosa. - me deu um leve tapa na nuca.
- Ok, mas promete passar a noite acordada? - perguntei apreensiva.
- S.. - foi interrompida pelo toque da companhia.
- Eu atendo. - me levantei e atendi a porta. - Josh. - falei surpresa.
- Ainda não está pronta?
- Não era amanha? - perguntei.
- Liguei aqui faz mais ou menos uma hora e deixei recado com seu primo de que eu te levaria ao nosso encontro mas cedo. Ele não te avisou?
- Não, mas eu me arrumo em 10 minutos. - eu não acredito que não me avisou, ele tinha o número de . Fui até seu quarto e o encontrei dormindo. Peguei meu celular e coloquei uma música eletrônica e cheguei perto de seu ouvido.
- ACORDAAAAAAA, ESTÁ NA HORA. - gritei ao pé do seu ouvido enquanto a música rolava. Ele levou um susto e caiu da cama.
- YYY. - ele disse gritando.
- Isso é por não tem me dado o recado do Josh. - fechei a porta correndo e fui me arrumar.
O tempo estava frio, então vesti uma calça Jeans com uma bota e uma blusa florida e coloquei meu casaco.
- Vamos Josh?
- Você está linda. - ele disse e eu senti minhas bochechas ficarem vermelha.
- Obrigada e a ? - olhei para o sofá e vi que ela tinha saído.
- Foi para o hotel.
- Ah sim.
Fomos ao lugar em que nos conhecemos. A tarde estava nublada e ventava forte, havia um pano esticado sobre o gramado e uma cesta.
- Um piquenique. - ele disse sorridente.
- É sim. - fiquei maravilhada com aquilo tudo, nunca tinha recebido uma surpresa tão romântica igual a essa.
Nos sentamos e conversamos sobre assuntos aleatórios.
- eu quero que você saiba que eu gosto muito de você. - ele retirou um anel do bolso.
- Josh...
- eu quero que você seja minha namorada. - ele disse em alto e bom som.
- Mas Josh..
- eu sei que é pouco tempo, mas eu venho pensado em você desde aquele dia em que nos conhecemos. No acampamento era você que dominava meus pensamento. - senti as lágrimas rolarem em meu rosto quando ele disse isso. - Eu te amo.
- Josh. Tem certeza? - perguntei confusa.
- ,claro qu... - Josh foi interrompido pelo barulho de uma nova mensagem em meu celular.
- Só um momento. - peguei o celular e era uma foto. Antes de abrir a foto havia um texto " e Josh no acampamento". Achei que não fosse nada importante mas fiquei curiosa para ver. Abri e era uma foto de e Josh se beijando. Isso mesmo no maior amasso, enganada por palavras bonitas.
- O que foi? - ele perguntou ervoso.
- OLHA ISSO AQUI. - quase passei o celular em seu rosto.
- Eu posso explicar.
- Vai me dizer que não é o que eu estou vendo? - me levantei. - Me ama, me ama né? Sei agora seu amor. - sai correndo em direção a minha casa.
- , , ESPERA. - ele veio atrás de mim, mas não dei ouvidos. Cheguei na porta de casa e lá estava em pé segurando o celular e me olhando sorrindo.
- Vai me agradecer? - não respondi nada, apenas entrei e fechei a porta do meu quarto com toda força.
- DROGAA. - gritei para todos ouvirem.
- calma. - disse entrando no quarto e tentando me acalmar.
- Calma, vocês não prestam, só servem para nos usar.
- Você está falando do Josh e não de mim. - ele tentou se defender.
- EU ODEIO VOCÊ, EU ODEIO ELE. SOME DA MINHA VIDA. - falei me alterando de novo.
- Eu não tenho culpa, só quis te alertar. - ele disse como se fosse o dono da razão.
- EU QUERO QUE VOCÊ MORRA.
- Você precisa se tratar menina. - ele disse dando uma gargalhada.
- Não brinque comigo. - o encarei.
- Por que não? Esse jogo já tem um ganhador. - agora ele estava sério.
- Não se precipite, você pode rodar a qualquer momento. - argumentei.
- Mas por enquanto você dança conforme minha música.
- Vamos ver por quanto tempo.
- Por muito tempo. - ele pegou meu braço e me levou até seu quarto.
- O que eu vim fazer aqui? - ele não respondeu nada. Pegou o controle da tv e ligou, me amarrou em uma cadeira e me colocou de frente a mesma. - O que está acontecendo? - perguntei sem entender nada.
- Olhe e observe. - ele sussurrou em meu ouvido. Na tv passava várias meninas até chegar a uma sala escura. Olhei fixamente e percebi que estava na sala.
- O que você fez com ela? - perguntei nervosa.
- Isso é um castigo por ela ter aberto a linda boca dela. - ele parecia com ódio.
- Solta ela, por favor. - deixei as lágrimas rolarem.
- Não.
- Por quê?
- A parti de hoje eu comando o jogo, entendeu? - ele se colocou a minha frente.
- O que vai fazer com ela? - perguntei novamente.
- Não te interessa.
- Não vou te ajudar. - falei com toda certeza. Ele pegou o celular e falou o seguinte. (- Pode dar inicio.) Ele saiu da frente e mostrou um rapaz batendo nela.
- PARA POR FAVOR. - gritei o implorando.
- Vai fazer o que eu quiser?
- Sim, solta ela. - já era crueldade demais, a garota só tinha 6 anos e eu não podia deixa- la sofrer por um erro meu, talvez.
- Não vou soltar... Por enquanto não. - ele disse pausadamente.
- O que eu tenho que fazer?
- Nada, até a segunda ordem. - ele disse me desamarrando.
Sai do quarto e fui até a cozinha beber um pouco de água. Assustada agora? Sim, ele me surpreendeu, pensei que fosse nada de mais, mas agora ele havia brincado com uma pessoa que eu realmente gostava. Vou fazer de tudo para ajudar nem que para isso eu precise dar minha vida em troca.
- Oi bolinho. - era me tirando de meus pensamentos.
- Oi. - falei nervosa.
- Aconteceu algo? - ela perguntou preocupada. Decidi contar á ela pode ser que me ajudasse, ela sabe lutar Karate. Resolve?! Não sei.
- Sim.
- Me conta então.
- Então, desde que..- não continuei pois vi em pé encostada na entrada da cozinha segurando o celular e me encarando.
- Continua . - ele disse e se sentou ao meu lado e eu senti algo em minha cintura.
- Oi . - falou sorridente.
- Desde que eu cheguei eu gostei muito daqui. - senti uma facada em meu peito por não poder contar a verdade para .
- Sério? Eu também. - ela se levantou e foi pegar algo na geladeira.
- Ótima garota, continue assim que a não sofre nada. - ele sussurrou no meu ouvido.
- Se encostar um dedo nela eu acabo com você. - encarei ele.
- Você não é forte o suficiente.
- Vamos ver. - me levantei e fui até a sala. Ele me acompanhou e saiu para algum lugar. se sentou ao meu lado e continuamos a ver o filme e ela acabou adormecendo. Não paro de pensar no que ele me disse, o que levou ele a ter tanto ódio de mim a ponto de querer matar pessoas que eu gosto. Se passou aproximadamente umas duas horas até eu ouvir um barulho de carro. Pronto o inferno vai começar novamente. Resolvi ir até a porte e encontrei todo sujo de sangue e aparentemente bêbado.
- O que você fez. - fiquei parada na sua frente sem reação.
- Ah, ou né. - le veio até mim mas eu dei longos passos para trás. - Pensa que pode fugir?
- Sai, você está todo sujo. - cheguei até a cozinha e parei encostada no balcão.
- CALA A BOCA, É TUDO CULPA SUA. - ele apontou uma faca para mim.
- Larga isso. - falei nervosa.
- Pequena . - ele me agarrou com força impossibilitando que eu me soltasse dele.
- ME SOLTA. - o empurrei e ele caiu no chão.
- QUEM É FORTE AGORA? - ele se levantou e veio até mim, não consegui correr a tempo. Ele segurou meu cabelo com força e me derrubou no chão.
- ME LARGA, ME LARGA. - gritei freneticamente na esperança que acordasse.
- Chegou sua hora pequena, . - ele passou uma mão em meu pescoço o apertando, depois passou o braço envolta do mesmo e me arrastou pela cozinha então mordi seu braço.
- AIIIII SUA IDIOTA. - ele gemia de dor. Tentei me levantar, mas ele me segurou pela perna, me virei para ele e lhe dei um soco e me afastei dele.
- PARA, PARA. - gritei e já estava chorando. se levantou e ficou parado em minha frente.
- Sua amiguinha vai sofrer as consequências por sua causa, mas agora é a sua vez. - ele veio em minha direção com a faca apontada, mas caiu no chão ao levar um golpe na cabeça que o fez cair imediatamente no chão.
- Obrigada, obrigada. - me acoli no chão.
- Nada de obrigada. Vai banhar e vamos ter uma conversinha muito séria...
- Droga.

Capítulo 15

Pov.

- Obrigada, obrigada. - disse enquanto se acolhia no chão.
- Nada de obrigada. Vai banhar e vamos ter uma conversinha muito séria. - fui rude, porém determinada.
- Vamos deixar ele aqui? - disse se levantando.
- Não. Vamos leva- lo para o quarto. - Pegamos e conseguimos levar ele até seu quarto.
- Coloca ele na cama? - ela perguntou enquanto abria a porta.
- Claro que não. Ele vai ficar aqui no chão. - depois de tudo o que ele havia feito a ela, ainda queria coloca- lo na cama, fala sério.
- Mas...
- Nada de mas, ele vai ficar aqui e pronto. - falei enquanto o colocava no chão.
- Então eu vou para meu quarto. - disse tentando escapar da nossa conversa.
- A gente ainda vai conversar sobre os problemas dele e sobre ainda agora.
- ...
- Não quero explicações. - a interrompi.
saiu do quarto bufando de raiva. Fiquei alguns minutos olhando o primo dela desacordado no chão. Desci e me sentei no sofá esperando que ela descesse para conversarmos. Está acontecendo algo realmente muito sério, desde que veio morar aqui já é a 3º vez em que ela vai parar no hospital; O primo dela entra e a ameaça. Essa família só pode ser desequilibrada. Despertei ouvindo o barulho da campainha.
- Pois não? - falei sem reconhecer quem era.
- A está? - o menino perguntou.
- Quem é você primeiro? - perguntei.
- Namorado dela. - ele disse dando um sorriso.
- E ela tem namorado? - perguntei confusa.
- Sim, meu nome é Josh. - ele esticou a mão, mas eu não a apertei.
- Entra. - dei um espaço para ele passar. - Senta, ela já deve estar descendo.
- Obrigado. - ele parecia um pouco nervoso, suas mãos tremiam e ele olhava de um lado para outro.
- Você está bem? - falei apreensiva.
- Sim, claro. - ele disse sem me encarar.
- Espero... - falei como um sussurro.

Pov.

não vai descansar enquanto eu não falar para ela os problemas de . Eu não posso deixar correr risco, ela me ajudou então eu tenho que ajuda- la, mas pensando bem, eu poderia convencer a me ajudar também, sim seria bastante arriscado, pois talvez ela estivesse gostando de . Mas ela sabe que... Não, não, eu não amo mais ele. Terminei de banhar e passei alguns minutos criando coragem para falar com . Desci e antes de chegar à sala vi Josh sentado no sofá aparentemente conversando com .
- Ai não... - pensei comigo mesma. - Vou voltar para o quarto.
- . - falou. Suspirei e fui até a sala. - Te vi bem ali.
- Que pena. - falei alto e revirei os olhos.
- . - Josh disse se levantando e vindo até mim.
- Não encosta em mim, não chega perto de mim. - falei nervosa.
- Eu quero conversar. - ele disse voltando se sentar no sofá.
- Eu não tenho nada para conversar com você.
- Sobre a foto eu... Eu... - ele tentou e explicar.
- Viu nem sabe se explicar. - falei enquanto abria a porta. - SOME DAQUI. - gritei.
- Calma . - falou tentando me acalmar.
- DÚVIDO SE VOCÊ FOSSE A TRÁIDA NÃO FICARIA ASSIM.
- Mas a gente ainda não estava namorando. - Josh disse.
- Mas para os outros a gente estava né?! - falei um pouco mais calma.
- Ele disse para mim que vocês estavam namorando, quer dizer, ele se apresentou como seu namorado. - entrou na conversa, ou melhor, discursão.
- Mas..
- Nada de mas, SOME DAQUI. - gritei com Josh.
- Você vai me pagar caro por isso. - ele disse e saiu com toda a fúria. Ótimo, se não bastasse um me ameaçando, agora tenho dois.
- Que menino louco. - disse se sentando no sofá.
- Pois é. - fui até a escada na esperança de me livrar da conversa.
- Senhorita . - falou da sala.
- Sim.
- Aonde vai?
- Quarto, noite e dormi. - falei rindo e ela me olhou séria. - É, não sou boa com piadas.
- Não mesmo. - ela continuou séria. - Pode começar a contar.
- Não vou contar. - falei sabendo que talvez aquela fosse a nossa última conversa e que poderia deixar de ser minha amiga por não confiar nela.
- eu sei que você precisa de ajuda. - ela disse preocupada.
- NÃO , EU NÃO PRECISO. - me alterei.
- CLARO QUE SIM. - ela levou seu tom de voz ao mesmo que o meu.
- Olha o problema é meu e eu tenho que resolver. - falei um pouco mais calma. Pronto acabei com a nossa amizade.
- Ok, é assim então né? - disse com expressão de decepcionada.
- Não . Poxa. - falei triste.
- Me fala . Quero saber, confia em mim.

Pov.

Acordei com uma enorme dor de cabeça, todo sujo e deitado no chão. Apenas lembro de minha discursão com e de alguém me dar um golpe por traz, aposto que foi aquela amiguinha metida dela, mas isso vai ter troco, afinal quem dita as regras aqui sou eu e a primeira coisa que eu vou fazer é me livrar dessa tal de .
Levantei- me e ouvi uma gritaria meia abafada que vinha do andar de baixo. Reconheci apenas a voz da . Resolvi descer e encontrei as duas brigando, me escondi atrás da parede.
- NÃO POSSO FALAR. ME ENTENDE?- gritava e parecia super nervosa.
- Não posso te entender. - parecia calma. Ela então deu um abraço em .
- Tenha paciência, por favor, só lhe peso isso. - disse aparentemente calma também.
- Por que não pode desabafar? - como essa é insistente.
- Ela... - disse como um sussurro e começando um choro. - A culpa é minha, toda minha.
- Para de se culpar e lamentar. - disse se soltando do abraço de e enxugando as lágrimas dela.
- Por que eu? Porque comigo, em? - As duas se sentaram no sofá.
- é seu primo, não é? É ele que faz você ficar assim? - parecia apreensiva.
- Eu tenho raiva e pena de dizer que é ele. - agora fitava o chão e tinha um expressão triste.
- Pena dele? Pirou? - disse aparentemente revoltada depois do que ouviu.
- Sim, pena dele.
- Olha o que ele fez e faz com você. Como você vem me dizer que tem pena dele? - se levantou e começou a andar de um lado para outro.
- Eu só queria que ele soubesse o tanto que eu sofro, o tento que os atos dele me mata por dentro. - disse e se acolheu no sofá.
- Ele é um idiota em não perceber isso. - disse e ajoelhando ao seu lado.
- Apesar de tudo eu ainda quero que ele fique bem. - disse a encarando.
- Como um desequilibrado igual a ele fique bem? - parece sempre estragar o que a diz.
- Ninguém vai entende- lo como eu. - disse e deu um abraço apertado em .
Sim, ouvir isso da foi como barulho de vidro se quebrando em meus ouvidos, como seu eu fizesse aquilo por gostar de ver ela sofrer, como se fosse uma faca atravessando meu peito. Por mais que eu soubesse o quanto ela estava sofrendo eu não posso falhar. Estou em uma fase de deixar sentimentos de lado e segui com a razão. Subi novamente para meu quarto para um banho.

Pov.

- Ele subiu. - falei percebendo que não estava mas ali.
- Boa a interpretação?- falou orgulhosa.
- Achei que nem fosse de mentira. - dei um sorriso para ela.
- Será que ele acreditou? - perguntou enquanto se sentava ao meu lado.
- Não sei, mas por via das dúvidas, estamos brigadas. Subimos até o meu quarto.

~10 minutos antes on ~

- Se eu te contar você pode tentar me ajudar? - perguntei.
- Como assim?- falou confusa.
- Plano de vingança. - falei animada. Bom eu iria, ou melhor, nós iriamos correr bastantes riscos com esse plano, mas se fossemos cuidadosas ele não descobriria que estávamos mentindo em relação á eu sentir dó dele. Ok, essa parte é verdade, não falei para se não ela iria me encher de perguntas e reprovação.
- Adoro. - disse me tirando dos meus pensamentos.

~10 minutos off ~

- , . - disse enquanto gritava ao pé do meu ouvido.
- Oi, o quê? - falei meio distraída.
- Parecia que estava longe. - disse indo para a cozinha.
- Sim, estava. - a segui.
- O que foi bolinho? - Julei pegou um copo de água e me entregou.
- Nada. - ai o que aconteceu comigo? Der repente senti um aperto enorme em ter enganado .
- ... Esse seu nada. - disse duvidando.
- Não vou falar, você vai me criticar. - falei encarando o copo.
- Prometo tentar não criticar.
- Ok. - suspirei fundo. - Estou arrependida de ter o enganado. - fiquei aflita com a resposta de .
- Por quê? - ela disse calma, como assim? calma.
- Eu tenho sempre para mim que ele não tem culpa. Sim eu tenho pena dele. - para tudo o que eu estou falando?
- Jura que ele é inocente? - disse irônica.
- , por favor. - voltei para sala e ela me segui.
- me responde uma coisa? - ela perguntou.
- Mesmo minha consciência dizendo que não...
- Tá, você gosta do ? - ela fez uma cara de assustada. Essa pergunta me pegou de jeito.
- Eu, claro que não. - tentei fugir da pergunta.
- Já chegou a rolar algo, ou quase? - perguntou curiosa.
- Te interessa? - perguntei já sem paciência.
- Que grosseria em. Vai já rolou né? - continuava insistindo.
- NÃO , NÃO ROLOU OKAY?! . - me alterei. - Sim ia rolando, mas você atrapalhou... - Pensei comigo.
- e quando eu cheguei em? Você disse que eu atrapalhei algo! - insistia.
- ME DEIXA . - me revoltei e subi para o quarto e ela deve ter seguido para o hotel. Se eu fiquei mexida com a pergunta de ? Sim, muito. Eu não posso ainda ser apaixonada por ele, eu fiquei bolada por ter nos atrapalhado aquele dia, mas eu sinto que eu tenho que descobrir o porque dele me tratar assim, e a mudança do seu humor repentino. Tirei a conclusão de que não poderia mais brigar com ele, porque toda vez que isso ocorria ele me ameaçava.

Josh Pov.

~Ligação on ~

- Fez o que eu te pedir? - ela dizia do outro lado da linha.
- Está difícil, eu trai ela. - respondi.
- Não quero saber, você tem que dar seu jeito e cumprir o que me prometeu. - ela disse nervosa.
- Calma, eu vou conquista- la e leva- la até você. - prometi.
- Espero.... - então ela desligou o telefone.

~Ligação off~

Triste, quebrado, decapitado eu deveria estar assim por ter levado um fora de . Mas eu estou pouco me importando, apenas estou chateado por ter que conquistar aquela chata e ganhar sua confiança novamente. Fui até a casa de sua tia e percebi que todos já haviam ido dormir, estava tudo escuro e o primo dela estava em casa. Apertei a campainha e rezando para o primo dela atender, afinal meu papo era com ele agora. Talvez com a ajuda dele poderíamos nos livrar de e a amiga insuportável juntos.
- Oi. - disse sonolento, bingo ele atendeu a porta.
- Posso entrar? - perguntei.
- está dormindo essa hora. - ele disse desbloqueando a passagem da porta.
- Não vim conversar com ela.
- Então por que veio? - perguntou enquanto se sentava no sofá.
- Talvez tenho uma coisinha para você. - respondi.
- Como? - ele parecia confuso.
- Espera... - fui até uma almofada e tirei um gravador e lhe entreguei.
- Para que eu quero isso?
- Aperte o play e descobrirá. - falei ansioso para que tivesse algo bombástico na gravação.
- Ok. - e assim ele apertou.

~Gravação da conversa de e on ~

- Se eu te contar você pode tentar me ajudar? - perguntei.
- Como assim?- falou confusa.
- Plano de vingança. - falou animada.
- Adoro. - disse.

[..] A discursão de e rolou aqui :) (pov do seu favorito).

- Ele subiu. - .
- Boa a interpretação?- falou orgulhosa.
- Achei que nem fosse de mentira.
- Será que ele acreditou? - perguntou.
- Não sei, mas por via das dúvidas, estamos brigadas. - .

~Gravação da conversa de e off~

Foi hilário vê- lo pasmo. Ele segurou o gravador com tanta força que eu achei que iria quebrar.
- COMO ELA PODE TER FEITO ISSO COMIGO? - disse revoltado e jogando o aparelho longe.
- Calma, quer que ela acorde. - tentei acalma- lo.
- Sou um idiota. - ele disse se sentando no sofá.
- Pondera, achar que ela iria sentir pena de você depois de tudo o que fez para ela. - dei uma gargalhada.
- Como sabe? - ele perguntou assustado.
- Não tem nada que aconteça aqui que eu não saiba. - falei vitorioso.
- E o que você ganha me mostrando isso?
- Talvez a sua ajuda em me livrar dela!
- Não vou ajudar ninguém. . - ele disse com toda certeza.
- Ok, só para avisar que quem me contratou também deseja , tanto viva ou morta. - falei e me dirigi a porta.
- E quem te contratou? - perguntou um pouco curioso.
- Não te interessa. - falei e senti a fúria transbordar só no olhar dele. - Ah, só para avisar também, que pisou na bola ou atrapalhou meus planos, eu conto tudo para a . Inclusive quem mandou você acabar com ela. - sai e voltei para casa.

Pov.

Não acredito que senti pena dela, que raiva, mas uma coisa me agradou, o fato de ter mas um competidor querendo a , esse jogo está começando a ficar realmente emocionante e interessante. Esse Josh é um idiota em ter vindo me falar que também foi contratado para acabar com ela, mal sabe que quem vai rodar nesse jogo primeiramente é ele. E lembrando dá gravação em que ela disse que vai me enganar, isso já é bastante ridículo, mas vou experimentar entrar em seu jogo só para no final sentir o gosto da vitória. apenas se prepare, agora você vai pagar bastante caro por ter me feito de otário e é à partir de agora, e eu já tenho um plano em mente.

Capítulo 16

Pov.

Quinta- feira, 12 de fevereiro, 06:00 da manha

O dia amanheceu rapidamente. Era hora de colocar meu plano em prática. Sai do meu quarto e preparei um café para . Sim, eu vou tentar primeiro fazê- la se sentir culpada por ter mentido para mim, se não funcionasse bom, isso o tempo vai resolver.
- . - falei entrando no quarto.
- Oi. - ela disse sonolenta.
- Tudo bem? - perguntei colocando a bandeja ao lado dela.
- Eu que pergunto para você. - disse se sentando na cama.
- Por quê? - perguntei por perguntar.
- Nada. - ela desviou seu olhar e encarou um ponto qualquer.
- O que foi? - perguntei enquanto tentava olhar em seus olhos.
- O quê? Nada não.
- Tem certeza?- perguntei.
- Não. - ela suspirou e me encarou. - Briguei com a e acho que ela nunca vai me perdoar.
- Jura? - fui irônico.
- Por que foi irônico? - ela perguntou confusa.
- Eu, imagina. - continuei. - Sério mesmo que vocês brigaram, que pena né?
- O que você sabe? - perguntou se levantando.
- Eu? De nada e você? - continuei irônico.
- Eu te conheço muito bem. - ela apontou o indicador em meu rosto.
- Se conhecesse não iria mentir para mim. - dei um sorriso.
- Mentir sobre o quê? - ela parecia apavorada por dentro.
- Não sei, me fala você. - me levantei e fiquei na sua frente.
- Eu não tenho nada para falar. - ela disse desviando o olhar.
- Se não tivesse me encararia né, dona . - ela não respondeu, ficou encarando o nada. - Então você não vai mesmo me contar?
- Para, que você já sabe. - ela disse se sentando e aparentemente tranquila.
- Gostaria ouvir de você. - me sentei ao seu lado.
- Não vou gastar minha saliva com você. - a peguei pelo braço. - Onde está me levando?
- Um lugar muito especial. - ela acha que eu estou brincando. A levei até o carro e saímos.

Pov

Ele não respondeu nada. Droga ele descobriu, será que contou só para se vingar.
- Quem te contou? - quebrei o silencio que dominava o carro. não respondeu nada, apenas ligou o rádio.

Lies - McFly

Better run for cover
(Melhor buscar abrigo,)
You're a hurricane full of lies
(Você é um furacão cheio de mentiras)
And the way you're heading
(E a maneira pela qual você conduz,)
No one's getting out alive
(Ninguém saíra daqui vivo)
So do us all a favor
(Então nos faça um favor)
Would you find somebody else to blame?
(Você encontraria alguém mais para culpar?)
Cause your words are like bullets and I'm the way your weapons, aim
(Porque suas palavras são como balas e eu sou a mira da sua arma)

cantarolava a música, parecia contente e aquilo me irritava bastante. O olhei com fúria.
- Não está gostando da música? - ele perguntou me encarando.
- Era para gostar? - perguntei.
- Podia ao menos fingir. - ele voltou a cantar.

I guess I can fill a book
(Sim, eu posso encher um livro)
With things that I don't know about you, baby
(Com coisas que não sei sobre você, baby)
You're not misunderstood
(Você não entendeu mal)
But you got, you got to go!
(Mas você tem que ir, tem que ir)

- Primeiro não gosto de rock e segundo essa letra está me dando medo. - falei e ele continuou sem falar nada apenas cantando.

Lies, Lies! Living in a fantasy
(Mentiras! Vivendo em uma fantasia,)
Lies! Don't even know reality
(Mentiras! Nem mesmo conhece a realidade,)
Lies! When you start talking, I start walking
(Mentiras! Quando você começa a falar, eu começo a andar)
Lies! Lies! Lies!
(Mentiras! Mentiras! Mentiras!)
Don't even wanna know the truth
(Nem quero saber a verdade)
Lies! Lies! The devil has his eye on you, girl
(Mentiras! O diabo tem os olhos em você, garota)
When you start talking, I start walking.
(Quando você começa a falar, eu começo a andar)
Lies! Lies! Lies!
(Mentiras! Mentiras! Mentiras!)

- AONDE VOCÊ ESTÁ ME LEVANDO? - gritei e ele me olhou. Já estávamos bem afastados de Bradford, a estrada era vazia e nenhum sinal de vida por ali.
- Não se preocupe, . - ele disse calmo. - Ainda não vou te matar. - sorriu.
- Me fez ficar nada preocupada agora. - sussurrei. O que se passa no psicológico desse garoto?
- , relaxa. - ele disse depositando a mão em minhas coxas que estavam descobertas por está usando short, a tirei rapidamente. - Algum problema?
- Todos pelo visto. - paramos em um sinal e ele voltou sua atenção a mim.
- Você poderia fingir ser uma pessoa simpática. - ele disse como se fosse dono da razão.
- Não posso fingir ser quem eu não sou. - o olhei e vi seus olhos transbordar fúria. Ele voltou a encarar a rua e o sinal abriu.

So don't forget your seatbelt
(Então não esqueça seu cinto de segurança,)
Don't you think of picking up the phone
(Você não pensa em pegar o telefone)
Better say your prayers
(Melhor fazer suas orações)
Cause you're never gonna make it home
(Porque você nunca chegará a tempo em casa)
Did you miss the stop sign?
(Você não viu o semáforo?)
And our last decision was your last
(A última decisão foi sua última,)
Cause you can't come back
(Porque você não pode voltar atrás)
Once you're lying in the broken glass
(Uma vez que você está deitada nos vidros quebrados)
And I hope, you get to hear me say
(Você tem que me ouvir dizer, quem rirá por último)
Who gets the last laugh now
(Quem rirá por último agora?)

- Pode mudar de estação, por favor. - pedi.
- Por quê? Eu gosto tanto dessa música. - ele disse rindo.
- Mas eu não. - falei irritada.
- Ela descreve tanto sua situação nesse momento né? - eu estava com o sangue fervendo, podia sentir minhas veias em contração a qualquer momento explodir, mas me controlei apertando minhas próprias mãos.
- Garoto como você consegue ser tão irritante? - perguntei.
- E você só sabe reclama. - ele disse desligando o rádio.
- Claro, você me arrastou do quarto e está me levando para algum lugar que eu não sei onde fica. - respondi nervosa.
- Relaxa . - ele sorrio bastante calmo. Ah e que sorris... Foco , foco.
- Como? - perguntei o olhando com raiva. - ME RESPONDE. - gritei.
- Por que você não cala a boca?
- Porque não se cala se fecha. - retruquei. (n/a parece até discursão infantil, rsrsrsrsrs).
- ENTÃO FAÇA ISSO. - falou irritado.
- NÃO VOU. - o olhei e lancei um olhar de quem não iria fechar a boca.
- CHEGA. - ele gritou e freou o carro bruscamente na estrada. - DESCE.
- Como desce? Não percebeu, estamos em lugar deserto. - falei.
- Ótimo, agora você vai gritar com o vento. - ele me encarou e riu.
- Você não vai me deixar aqui? - perguntei assustada.
- Jura? - ele disse ironicamente e desceu do carro abriu a porta ao meu lado e me segurou pelos braço. - Anda logo.
- Não. - ele me largou na beira da estrada e me deixou ali. - PARA O CARRO. - gritei ao mesmo tempo correndo atrás do carro, não adiantou muito. - Ai meu Deus. - desesperada agora, largada em uma estrada deserta, nenhuma alma vivente por ali. - Não pode ficar pior. - pensei comigo mesma tentando manter a calma. Senti algumas pingos caírem sobre meu ombro. Olhei para o céu e estava tudo nublado. - ÓTIMO, AGORA O QUE PODE PIORAR? .- resmunguei e me virei para frente, havia um placa escrita "Bradford, 49 km". - Palhaçada! - segui em frente, ficar ali não ia me levar à lugar algum. A cada passo que eu dava a chuva se intensificava ainda mais e o frio aumentava.

Pov.

Arrependido de ter deixado em uma estrada deserta? Nem um pouco. Esse era o preço por ela ter mentido para mim e por não ter me obedecido. Talvez se ela tivesse pedido desculpas na primeira vez isso talvez já teria terminado, mas não, ela tem que ser orgulhosa. Realmente onde eu havia deixado era longe da cidade, capaz dela demorar 2 dias para chegar se não arrumasse carona...Cheguei em casa e encontrei parada na varanda de casa.
- O que será que essa chata veio fazer aqui? - resmunguei comigo mesmo. Estacionei o carro, desci peguei o guarda- chuva.
- Entra, . - sorri e ela nem me olhou. Entramos e encontrei em casa.
- Bom dia, mano. - respondeu sorridente. - Oi, .
- Olá. - respondeu se sentando no sofá.
- , cadê a ? - perguntou.
- Era para saber dela? . - sentei- me no outro sofá.
- Eu te liguei pedindo para levá- la a loja de fantasias. - se intrometeu.
- Sim eu a levei, mas lá a encontrou um amigo e disse que voltaria com ele. - inventei qualquer história.
- Que garoto? - perguntou.
- Não sei. - respondi.
- Como você deixa ela com um garoto qualquer? - perguntou um pouco aflita.
- Ela disse que o conhecia. - me defendi.
- Só porque eu decidi escuta- la. - levou as mãos ao rosto. - Me odeio!
- Já volto. - falou saindo da sala.
- Deixei na mão. - disse aparentemente triste, belo teatro. - Eu deveria ter a escutado.
- Por quê? - perguntei.
- A culpa é sua e você sabe. - disse me encarando.
- Sempre tem que ser minha! Não tenho nada a ver com o sumiço dessa idiota. Espero que ela não volte nunca mais. - me defendi.
- Agora eu me sinto culpada. - ela disse enquanto rolava algumas lágrimas em seu rosto.
- Hum! - a única coisa que eu falei.

Pov.

Mesmo dia, 9:35 da manha

~Ligação on~
- Hey Josh. - falei.
- , tudo bem?- ele perguntou.
- está com você ou a viu hoje? - tentei disfarçar minha preocupação.
- Não, algum problema?
- Ela... - tentei puxar o ar e completar. - Desapareceu.
- Droga. - o ouvi sussurrar do outro lado da linha.
~Ligação off~

Voltei para sala e encontrei desesperada andando de um lado para o outro e nem um pouco preocupado. Não que fosse dever dele se preocupar, mas a naturalidade que ele estava e essa história de encontrar um amigo, sendo que nem faz um mês direito que ela chegou. Ele não teria sido capaz de fazer algo com ela, ontem mesmo ele me disse que... Ah, esquece não hora de se preocupar com isso.

Josh Pov.

Droga, receber aquele telefone de não estava em meus planos e ainda, mas descobrir que havia desaparecido. Isso só podia ser coisa do primo dela, ele foi bem mais rápido do que eu.

Pov.

desaparecida, saiu e não voltou e nem ai. Desconfiada de tudo e de todos. Me distraí com o barulho da campainha tocando freneticamente. Ouvi os passos pesados de no andar de cima. Olhei para a porta, menos que parecia estar no mundo da lua. foi até a porta e antes de abri- la me olhou, parece que ela respirou fundo e abriu, quando vimos era...

Capítulo 17

Pov.

Era Josh na porta, infelizmente não era .
- Notícias dela? - ele perguntou.
- Não. - encarei o chão e fiquei por alguns instantes em silêncio.
- Posso entrar? - Josh disse me tirando de meus pensamentos.
- Claro. - dei um espaço e ele entrou.
- Olá. - ele falou sendo educado e eu pude sentir ele e trocarem olhares pesados.
- Algum problema? - perguntei.
- Nenhum. - os dois responderam. Josh ia se acomodando ao lado de quando o mesmo se levantou e subiu. Olhei para que também parecia confusa com essa situação, fiz um sinal para ela i para a cozinha me acompanhando.
- Só e senti um clima pesado na sala? - ela falou se sentando à mesa.
- Não, eu também senti. - respondi enquanto me sentava ao seu lado.
- O que será que aconteceu para eles se olharem daquele jeito? - perguntou.
- Não sei.
- Será que os dois estão com ciúmes? - ela disse soltando uma leve risada.
- Por quê? - perguntei sem entender nada.
- Sabe... Esse Josh parece gostar dela e o seu irmão também.
- Meu irmão não gosta dela, sabe não gosta e o Josh talvez não também. - falei me enrolando.
- Hum... - disse desconfiada, dei bandeira demais.
- Onde será que a foi? - mudei de assunto.
- Se eu soubesse não estaria preocupada. - rebateu.
- Educada nem um pouco... - sussurrei.
- Será bom chamar a polícia? - ela perguntou.
- Claro que não... Não. - falei assustada.
- , por que não? - ela se levantou e me encarou indignada.
- Porque não, sabe não. - tentei disfarçar que estava aflita.
- Você já sabe do que eu sei?
- Depende do que você sabe... - falei.
- Então tem mais coisa nessa história? - lançou um olhar de surpresa. Já estou falando até demais...
- Não, só tem o que a te falou. - falei mesmo sem saber o que havia falado para ela.
- Você só pode ser loca igual ao seu irmão. - ela falou com um ar de deboche.
- Não sou e você não sabe o porquê dele ser assim. - argumentei. Aí tentando livrar a pele do maninho, vai ficar me devendo um favor.
- Não importa. Esse ódio que ele traz desconta todo na pobre da . - disse dando ar de que tivesse toda a razão do planeta, pobre da , hahaha.
- Porque ele... - não continuei.
- É um assassino. - ela completou.
- Não fala assim dele. - o defendi.
- FALO SIM! - gritou.
- Ele é mais vítima que ela. - o defendi novamente.
- Não vem defender ele. - ela apontou um dedo indicador para mim. Então é assim, chega na minha casa e acha que esta no poder de falar alto com qualquer um.
- Venho sim. - me coloquei na sua frente. - Quem você acha que é para chegar na minha casa e falar mal dos outros sem querer que alguém defenda a pessoa e sendo que essa pessoa é meu irmão? - me manti calma, não sou uma pessoa de brigar.
- Amiga da e uma pessoa que quer o bem dela, e falo mal mesmo desse seu irmão desequilibrado. - respondeu e me lançou um olhar mortal, a coitada.
- Cala a sua boca. - respondi. Corre agora fiquei nervosa mesmo.
- Vem calar. - ela falou. (n/a a amiga se sentindo a "Vim aqui pra causar u.u")
- Vou mesmo. - falei.
- Vem que eu acabo com você. - disse soltando uma rizada. Não aguentei e parti para cima dela. Briga digna daquelas meninas ( lê- se: Bitch) que ficam brigando a tapas pelo cara mas desejado da escola.

Pov.

Meu pés já não estavam mais aguentando, o frio só aumentava, mas para a minha sorte a chuva diminuiu. Andei mas alguns metros e avistei uma placa que tinha escrito "Bem vindo á Bradford". Me deu vontade de pular e gritar ao mesmo tempo. Agora só faltava chegar ao condomínio e me jogar na cama e ficar trancada em meu quarto até completar meus 18 anos e sumir da vida daquele desequilibrado.

Pov.

Estava no quarto da . Tudo estava exatamente do jeito que havia deixado de manha. O cheiro de seu perfume delicado estava em cada canto dali. Me sentei em sua cama e observei tudo em volta, nem sei porque exatamente ali, talvez tentando achar algo que possa me fortalecer em minha batalha pessoal contra ela. Levantei- me e decidi vasculhar seu guarda- roupa atrás de alguma coisa que demonstrasse ser seu "ponto fraco". Vasculhei até achar uma maleta com senha, ninguém teria uma maleta com senha se não tivesse algo de importante ali dentro. Resolvi mas tarde levar até uma loja para abri- la, der repente escutei alguns barulhos vindo do andar de baixo. Desci, olhei na sala e não tinha ninguém, me voltei para o corredor que dava direto na cozinha e pude ouvir os barulhos de lá.
- ME SOLTAAA. - gritava enquanto estava por cima dela e puxava seu cabelo e Josh tentava separa- las.
- Me ajuda cara. - Josh falou.
- Sim. - puxei enquanto Josh segurava . - Podem me explicar o que estava acontecendo aqui?
- Foi essa que começou. - disse tentando ir para cima de novamente.
- Por quê? - Josh perguntou.
- Ela falou mal do eu o defendi. - falou calma.
- Claro que falei mal de...
- Olha está em minha casa e se acha no direito de falar mal de mim, quem você pensa que é? - perguntei indignado.
- Só um aviso para todos vocês aqui. - Josh a soltou. - A máscara de cada um vai cair e vamos ver quem estará rindo no final. - falou e me deu vontade de acabar com aquele pescoço lindo.
- Sai daqui. - falou e levou até a porta segurando seu braço.
Voltamos eu e Josh para a sala. se acomodou ao meu lado. Ficamos em silêncio por um bom tempo.
- Bom galera eu vou saindo. - falei dando um beijo na bochecha de .
- Vai aonde? - ela perguntou preocupada.
- Uma mala minha está com defeito, vou levar para arrumar. - falei enquanto seguia para a escada.
- Nessa chuva? - Josh perguntou.
- Você está na minha casa e eu não lhe devo satisfações. - respondi.
Subi ao meu quarto e peguei a maleta, voltei e sai até a loja do meu amigo para abri- la. O transito da cidade estava intenso, lembrei que o único motivo seria aquela festa de sexta feira 13 dos Poppets (família de riquinhos da cidade na qual Josh era um dos herdeiros). A chuva já estava um pouco mas fraca, olhei pela a janela e vi como um reflexo parado do outro lado da calçada, ele vestia um longo pano branco e em seu rosto abaixo dos olhos estava roxo e tinha uma expressão de ódio ou algo relacionado.
- É apenas fruto de sua imaginação. - repeti comigo umas 3 vezes. Desci e fui até a loja.
- Posso ajudar? - um garoto me perguntou.
- Sim. - coloquei a mala em cima do balcão. - Sabe cheguei de viagem e esqueci a senha de minha maleta, será que você pode abri- la para mim? Sabe, tem documentos importantes. - falei.
- Claro, pode demorar um pouco. - o garoto pegou a maleta e levou até um sala. Me sentei em uma cadeira que havia ali e resolvi ler uma revista. Demorou 40 minutos e o garoto voltou com a maleta.
- Pronto, aqui está. - ele me entregou e me direcionou até o caixa. - Custa 50 libras.
- Aqui está. - o entreguei o dinheiro.
Na saída passei em frente á uma loja de fantasias, olhei uma na vitrine que cairia perfeitamente em , já que eu e ela iriamos a festa de Josh. Uma vampira, extremamente sexy, antes de mata- la eu gostaria de aproveita- la em todos os sentidos , ela era realmente muito bonita e sexy, qualquer garoto piraria nela. Escolhi a fantasia no tamanho certo e voltei para casa. Entrei pelos fundo para não perguntar o motivo da fantasia.
- Já voltou? - perguntou.
- Sim. - respondi. - Noticias da ?
- Infelizmente não. - ela respondeu triste.
- E Josh? - perguntei.
- Foi para casa arrumar os preparativos da festa.
- Vou para meu quarto. - falei e não disse nada, ela realmente estava preocupada com , agora estou me sentido culpado por deixar minha irmã nesse estado. Me livrei desses pensamentos e peguei a maleta, bom havia vários documentos dentro, olhei todos mas não era nada de importante até eu sem querer derruba- la no chão e um fundo se abrir.
- Olha o que temos aqui. - caiu vários papéis e uma foto de uma garota que não era , entre os papéis havia um cartão de memória e uma carta. Decidi ver o que tinha no cartão de memória, peguei meu notebook e coloquei. Abri uma pasta e lá tinha apenas um vídeo, apertei play e comecei a vê- lo. No começo tinha algumas gravações nada de importante delas, parecia ter uns 15 anos nessa época, quando chegou na metade do vídeo minha única reação foi de surpresa, talvez eu estaria pálido nesse momento, não acredito no que eu tinha acabado de ver.

Capítulo 18

Mesmo dia, 13:04 da tarde

Pov.

Nem acreditei quando cheguei em frente ao condomínio, estava feliz e ao mesmo tempo com receio do que me espera quando chegar em casa. Dei uma boa tarde ao porteiro e pedi que não avisasse minha chegada. Dei oi a algumas pessoas que ali estavam. Bom, o tempo estava se abrindo e a chuva já não era tão intensificada. Cheguei e parei em frente à porta e pensei umas mil vezes antes de apertar a campainha.
- É agora . - apertei e esperei alguém abrir e que essa pessoa não fosse... - ! - exclamei enquanto ele abria a porta.
- . - ele disse surpreso. - Ótimo que chegou. - ele disse soltando um sorriso.
- , quem era o garoto? Onde estava e o porquê de estar toda molhada? - perguntou fumaçando de raiva e eu óbvio não entendi nada. - Vou buscar uma toalha e vamos conversar viu?! - subiu e eu me virei para .
- O que você inventou? - o repreendi.
- Apenas confirme o que eu falar. - ele respondeu me olhando de cima a baixo e mordendo o lábio inferior, aposto que ele estava me maliciando.
- Não vou confirmar nada. - retruquei.
- Se eu fosse você confirmava. - ele disse com um pequeno tom de felicidade.
- Me de argumentos convincentes.
- e uma coisinha nova que eu descobri, ou melhor, achei guardado. - ele sussurrou em meu ouvido.
- Como? O que você achou? - perguntei aflita.
- Surpresa. Só respondo uma coisa, vai sair realmente muito caro. - ele se afastou ao ouvir os passos apressados de descendo as escada.
- Voltei. - disse trazendo consigo 2 toalhas.
- Obrigada. - agradeci.
- Vem, eu quero conversar com você. - falou me puxando.
- Posso descansar antes? - perguntei. Andar durante mais de, o que, 5 horas talvez deixa qualquer um acabado.
- ... - me repreendeu.
- Por favor, . - faltei me ajoelhar.
- Deixa ela descansar um pouco, . - falou entrando na conversa.
- Tudo bem então.
Subi correndo para o quarto e banhei logo. Vesti meu pijama e me sentei na cama pensando em que descobriu sobre mim, que eu me lembre eu não tenho nada a esconder dele, mas ele disse que achou guardado...
- Não pode ser. - me levantei e abri o guarda- roupa. Estava tudo revirado e a maleta que eu tinha deixado no fundo já não estava mas lá. - Não pode ser. - levei as mãos ao meu rosto ao ver que ele tinha encontrado meu segredo.
- Procurando isso? - disse segurando a maleta.
- Me devolve. - estendi as mãos.
- Pode pegar. - opa, ele me devolveu tão naturalmente. Abri a mala e vi que não tinha mais nada lá dentro.
- Cadê tudo que estava aqui? - perguntei o olhando com raiva.
- Adoro ver você com raiva. - ele me segurou bruscamente pela cintura colando nossos corpos. - Sabe, te deixa mais excitante.
- Responde minha pergunta. - falei tentando me soltar.
- Por ai.. - ele chego mais perto e virou meu rosto. - Minha perigosinha. - ele sussurrou em meu ouvido.
- Desde quando eu sou sua? - perguntei virando meu rosto para olhá- lo.
- Desde sempre. - ele respondeu.
- Não vai desisti mesmo? - perguntei sarcasticamente.
- Não enquanto você não me der o que eu quero. - ele respondeu de uma forma sexy, volta à realidade.
- O que você quer de mim outras garotas têm.
- Mas elas não são você. - ele argumentou.
- Infelizmente. - falei e ouvi- o falar droga bem baixinho e me soltar.
- Tenho uma surpresa para você. - ele disse feliz.
- De você eu até tenho receio dessa surpresa. - bufei.
- Espera. - ele saiu do quarto e em segundo estava de volta. - Pega. - me entregou uma sacola aparentemente com um vestido dentro.
- Para que isso? - perguntei enquanto abria, era um vestido curto e uma capa bem longa. - Um vestido?
- Sim, para você ir comigo a festa de Josh. - ele disse enquanto pegava o vestido.
- Quem disse que eu vou para a festa?
- Eu disse que você tem escolha? - ótimo minhas discursões com sempre leva ele a vitória. - Agora veste que eu quero ver como você fica.
- Não. - respondi.
- pela . - ele fez cara de cachorro sem dono. Pode parecer que eu não me preocupo com , mas eu estou ganhado a confiança dele porque na hora do deslize dele eu descubro onde ele a escondeu.
- Você só vai me ver vestida nele amanha à noite. - respondi enquanto pegava o vestido dele e colocava em meu guarda- roupa.
- Então quer dizer que você vai? - ele perguntou enquanto se jogava em cima da minha cama.
- Você mesmo disse que eu não tenho escolha. - respondi. - Agora pode sair do meu quarto.
- Sua cama é tão confortável. - disse se agarrando ao meu travesseiro.
- Some do meu quarto. - falei quase gritando.
- Nossa , eu tento ser delicado com você e assim que me trata. - ele disse vindo em minha direção com um olhar de fúria.
- Calma . - acho que minha expressão era de apavorada.
- Você tinha que ver sua cara. - ele disse zombando de mim.
- SOME DAQUI. - o empurrei até a porta e ele saiu.
A última coisa que eu queria no mundo era ter que ir nessa festa ainda, mas como acompanhante de . Resolvi dormir um pouco mais alguém batia na porta.
- Já vai. - bufei.
- Oi. - era .- Que tal conversarmos? - ela perguntou se acomodando em minha cama.
- Agora? - eu estava muito cansando para receber broncas.
- Sim.
- Jura? . - tentei fazer uma expressão de cansada, será que rolou?
- Sim, anda pode me contar. - ela deu um espaço na cama para eu (n/a. pode ser estanho, mas a forma correta é Eu não Mim, pois está sendo uma ação) poder sentar. Bom o que eu falo?, Não faço a mínima ideia do que havia contado para .
- Então pode me relembrar de tudo. - falei.
- Como assim? - ela perguntou confusa.
- Bom, é, ah . - falei meio atrapalhada. Realmente eu não tinha nenhuma desculpa para dar.
- foi o meu irmão? - perguntou aparentemente esperando que eu dissesse que sim.
- Não, imagina. - menti.
- Então quem era o garoto que você saiu hoje? - garoto? Pensa rápido.
- Um conhecido meu do Brasil. - acho que ela acreditaria nessa desculpa.
- Por que chegou molhada? - estava com cara de que não iria descansar enquanto não soubesse a verdade.
- O carro desse meu amigo quebrou e eu tive que vim a pé. - tentei responder o mais natural possível.
- E a demora? - ela perguntou ainda desconfiada.
- A gente ficou conversando e a hora passou tão rápido que nem vimos. - forcei um sorriso.
- Só isso? - perguntou querendo saber algo.
- Sim, teria, mas alguma coisa? - perguntei.
- Não, assim está ótimo. - falou e se levantou. - Qualquer coisa estou lá embaixo. - ela me deu um beijo na bochecha e saiu.
Joguei- me em cima da cama e esperei o sono vim. Dormir muito mal acordei às vezes muito assustada e com uma sensação horrível, até que uma hora me deu um enjoo tão grande que tive que ir ao banheiro me segurando nas paredes. Curvei- me e vomitei no vaso, assim não vomitei nada, fazia mais de 8 horas que eu não via comida. Voltei a deitar na cama mais a dor no estomago não deixava, resolvi descer e comer alguma coisa. Encontrei no telefone e assistindo filme. Pessoa assassina também leva uma vida normal. Fui até a cozinha e fiz um sanduiche. Voltei e me sentei ao lado de .
- Estou com fome. - ele disse quase secando meu sanduiche.
- Lamento por você. - de pirraça mordi o sanduiche apreciando cada pedaço.
- Faz um para mim. - ele disse enquanto brincava com meu cabelo.
- Não sou sua empregada e além do mais você tem pernas e mãos, pode ir muito bem à cozinha e fazer um para você. - encarei a TV. Ah venci!
- Por que você não faz para mim? - ele perguntou.
- Não estou afim. Olha já é demais você me obrigar a ir com você nessa maldita festa ainda tenho que ser sua empregada? - peguei o sanduiche e a parte que tinha manteiga passei toda em sua face. Meu deus como é bom ser vida louca.
- Chega agora você brincou. - ele se levantou furioso e saiu. desligou o telefone e se sentou ao meu lado. Encarei um ponto qualquer até olhar uma fotografia que tinha na estante. Espera, e na mesma foto. Bom, que eu me lembrei se mudou do Rio quando tínhamos 15 anos, não me dei o trabalho de perguntar para onde ele estava indo nesse tempo havíamos brigado. Chegamos a namorar, mas ele me traiu. Eu deveria ter remoço por isso, mas meu problema é que eu perdoo as pessoas muito rápido pelo que fazem. Mas nesse caso não foi o que aconteceu, foi a primeira vez que eu me vinguei, afinal ele me traiu com minha ex- amiga.
- . - disse chamando minha atenção.
- Fala. - respondi sem dar atenção.
- Desculpa por ter ficado com o Josh.
- Olha cansei de todo mundo vir me pedir desculpa e eu aceitar. - me levantei e fiquei na sua frente. - Ser boazinha e pensar "Oh estão arrependidos e eu devo desculpar". Ser sempre a vitima nessa história.
- calma, pensa na burrada que você está fazendo. - disse.
- Ah também está envolvida nesse complô é?
- Você não sabe o que está falando.
- Ok, acho que me alterei. - já que eu tinha o credito de ser a vitima da história vou usar contra todos.
- Eu vou sair e qualquer coisa me liga.
- Tchau. - lembrei de que não havia dado sinal de vida, há para que ligar para ela, vou ouvir as mesmas reclamações de sempre. Deitei- me no sofá e fiquei olhando o filme que assistia, poxa drama, odeio filmes assim. Dormi e acordei com o barulho do telefone.

~Ligação on~
- Alô. - falei sonolenta.
- Então é assim? - a voz do outro lado perguntou.
- Assim como? - perguntei.
- Só liguei para avisar que eu sei cada passo que você da dentro dessa casa. Eu sei de tudo. - quem estava do outro lado da linha estava nervoso(a).
- Hm, é mesmo? - perguntei irônica.
- Não brinque comigo o seu fim está próximo. - ele ou ela falou.
- Que bom, porque o seu também. - desliguei o telefone.
~Ligação off~

Posso parecer forte e corajosa, mas realmente a ligação me deu medo. Não sei por que, mas para mim não era . Ele não seria burro de falar que sabe cada passo que eu dou dentro de casa sendo que moramos juntos. Que ótimo, agora eu não tenho um na minha cola e sim dois ou mais. Subi para meu quarto e peguei no sono.

Capítulo 19

Pov.

- Bom dia, . – disse enquanto me acordava.
- Mal dia para você também. – falei enquanto me virava na cama.
- Falta de educação agora? – ele perguntou enquanto colocava uma bandeja de café em minha cama.
- Não, só estou sendo sincera. – olhei para bandeja e fiz cara de nojo.
- O que foi? – ele perguntou confuso pela minha expressão.
- Quem não me garante que você envenenou isso? – o reprendi.
- Por que eu te envenenaria? – ele perguntou rindo.
- Jura?! . – fui irônica.
- Você acha mesmo que eu deixaria você morrer sem ter uma morte dolorosa, sem sofrimento? – ele disse.
- Nossa assim fiquei bem mais tranquila né?! – respondi. Gente help me.
- Ótimo, não vai querer o café? – ele perguntou enquanto tirava a bandeja da cama.
- De você eu nem gostaria de um oi.
– Poxa aprenda a ser educada.
- Mas consciência como ser educada com um ser que quer te matar? Pense.
- Tudo bem então. É assim agora não é? – ele respondeu parando na porta.
- É sim, as coisas são assim, entendeu? – parecia mais legal na minha mente isso.
- Com todas as letras. – ele falou e saiu fechando a porta com força.
- Ótimo começando uma sexta- feira 13 com o pé esquerdo. – resmunguei comigo mesma. Fiz minha higiene matinal, vesti uma calça jeans e uma camisa polo e sapatilha. Resolvi não ficar em casa, aguentar e hoje não seria nada legal, peguei minha bolsa e desci.
- Bom dia, . – falou.
- Bom dia. – falei sorridente e olhei diretamente para que me olhou com raiva.
- Por que você da bom dia para ela e não dá para mim? – ele perguntou.
- Ela merece e você não. – sorri e ele ficou sem resposta. Ponto para mim.
Sai e o dia estava claro, o condomínio estava todo enfeitado, parecia dia das bruxas só faltava às crianças vir pedir doces. Dei uma olhada e meu olhar se encontrou diretamente com o de Josh. Que droga ele viu e veio em minha direção. seja educada e finja não estar com raiva dele.
- Oi, . – ele disse sorridente.
- Olá, Josh. – respondi.
- O condomínio está bonito não? – ele perguntou enquanto passava a mão na nuca.
- Sim. – falei enquanto começava a andar na calçada, Josh me acompanhou. – Então como está para os preparativos de hoje a noite?
- Andando, só não tenho acompanhante. – ele respondeu.
- Que pena. – respondi.
- Você vai com alguém? – sabia que ele ia perguntar isso.
- Sim, meu primo me chamou primeiro.
- Então vai te fazer companhia a noite toda? – ele perguntou e paramos de andar.
- Algum problema? – franzi o cenho.
- Sim, eu queria passar a noite com você. – querer não é poder, há.
- Mas não vai. – respondeu enquanto apareceu atrás de mim. Gente esse garoto se tele transporta é? Ou tem uma bola de cristal que sabe cada passo que eu dou.
- Seja educado com Josh. – falei.
- Bom onde estava indo? – Josh perguntou encarando , opa tem algo ai. Feel a like detetive.
- No centro, dar uma volta. – respondi.
- Mas ela vai comigo. – se intrometeu novamente.
- Para quê? Está pensando em me deixar novamente no meio de uma estrada deserta. – falei demais. Eu e minha boca enorme.
- Foi ele que te deixou? – Josh perguntou surpreso. Não eu gosto de mentir.
- Depois ela fala com você. – segurou meu braço com força e me levou de volta para casa. –Vamos dar uma voltinha.
- Vai me deixar na estrada de novo? – perguntei enquanto ele pegava a chave do carro.
- Vou te levar em um lugar que você vai amar. – ele respondeu. Pegou meu braço e me colocou no carro. Uma observação muito importante: eu não vou gostar desse lugar.
Dessa vez eu não comentei nada, não estava a fim de voltar a pé de algum lugar. Ele também não se deu o trabalho de falar ou perguntar nada. Encarei o tapete do carro e vi que tinha uma foto debaixo do mesmo. Olhei para ele e vi que tinha a atenção total à estrada e em um pequeno movimento peguei a foto e guardei em minha bolsa. Depois de alguns minutos paramos em um autoposso.
- Vou comprar água e algumas coisas, me espera aqui. – ele disse me olhando.
- Até parece que eu vou fugir para algum lugar. – debochei e ele me olhou com reprovação. – Anda, vai fazer o que você tem que fazer. – saiu e eu aproveitei para ver a foto. Uma foto dele e . Tinha uma mancha na foto que cobria a data.
- Você devia devolver a foto para o lugar onde estava. – falou me dando um susto.
- Por quê? – perguntei.
- Não deve mexer nas coisas dos outros. – ele argumentou.
- Ele mexeu nas minhas, tenho o direito. – falei com razão.
- PARA DE ACHAR QUE TEM RAZÃO EM TUDO. – ele gritou comigo. Der repente ele ficou com a aparência branca e desapareceu. Medo, medo, medo.
- Voltei. – disse entrando no carro e eu escondi rapidamente a foto.
- Então, e o ? – perguntei sem rodeios.
- Como? – me olhou.
- Sabe o ? – falei.
- O que você quer saber? – ele estava nervoso.
- Tudo. – respondi.
- Como tudo?
- Sabe você tem uma foto com ele manchada de sangue em seu carro e parece ser bastante velha, morreu aparentemente há alguns anos atrás e pelo que eu soube ele se mudou do Rio e a foto indica que ele veio morar aqui, isso não é estranho? – tirei minhas conclusões. Detetive fofoca tudo que ela ver ela comprova. (n/a. ignorem esse comentário totalmente desnecessário u.u )
- Você está insinuando que eu o matei? – ele perguntou.
- Não sei, me diga você. – há. Razão comigo agora.
- E você que...
- Nem ouse terminar essa frase. – o interrompi.
- Então fica quietinha aí. – ele voltou a encarar a estrada.
Obedeci a ordem dele mesmo contra minha vontade. Passamos o resto do percurso calados, bom eu estava rezando para não ser meu dia a dá adeus ao mundo e subir aos céus, céu? Acabei adormecendo, quando acordei, não estava mais no carro. Olhei para fora e vi que ele conversava com... Sr. , isso mesmo o pai de , estou em um beco sem saída. Eles conversavam algo até apontar para o carro e vim em direção ao mesmo, fingi ainda estar dormindo.
- Aqui está a encomenda. – falou enquanto me pegava no colo.
- Ótimo. – falou. Meu deus proteja- me de qualquer mal, sei que não fui uma pessoa muito boa nessa vida, mas alivia vai. Hora de pagar meus pecados só pode.
- Mas tarde eu volto para buscá- la. – me levou para dentro da casa.
- Acorda adormecida, anda dormindo demais em. – ele disse enquanto me sentava em uma cadeira, de rodinhas, sabe tem momento infância. Legal estou prestes a morrer fazendo um comentário desses mentalmente. Se eu escapar vou me jogar de um penhasco.
- Onde eu estou? – já percebi que essa é a segunda frase que eu mais falo depois de “Onde está me levando”, pois é.
- Uma casa. – ele disse como se fosse óbvio.
- Jura, nem percebi. – fui irônica. Eu gosto de viver ao extremo.
- Você não tem jeito mesmo. – ele disse sorrindo.
- Sou assim e não vou mudar por você e nem por ninguém. – pode até parecer estranho, mas isso é uma forma de me proteger e não me senti por baixo.
- , . – ele disse me amarrando na cadeira.
- Por que está me amarrando? – perguntei sem entender nada.
- Garanti que você não fuja.
- Eu ainda não entendi nada. – falei.
- Não é para se entender e sim ver. – ele virou a cadeira bruscamente, se eu não estive amarrada teria caído na certa. – Olhe. – ele apontou para um lugar escuro da casa, quando uma cadeira igual a minha vinha com alguém sentada e essa pessoa era .
- . – gritei. A garota estava amarrada igual a mim e bastante machucada. – Você machucou ela seu imbecil? – falei com .
- Sabe toda a vez em que você me tratava mal acontecia isso com ela. Pensou que eu estava brincando? – ele disse rindo. Ai como uma pessoa ri um uma hora dessas? Antes que eu falasse mais alguma coisa ele passou uma fita em minha boca – Vou sair e vai ficar do lado de fora vigiando, mas tarde eu volto para te buscar para irmos à festa. – ele disse e saiu. Jura que depois disso tudo ainda tenho que ir a festa com ele?
- De olho nas duas. – falou. Pronto esse já é o segundo da minha lista.
Ficamos em silencio, até eu consegui tirar a fita que me impedia de pronunciar algo. Estranho, ela me observava de uma maneia estranha, parecia com ódio. A eu fiz de tudo para protegê- la até ter que aguentar os insultos de , tudo bem que eu deslizei algumas vezes, mas não sou de levar desaforo para casa.
- Então. Como veio parar aqui? – perguntei.
- Dá mesma forma que você. – ela respondeu sem tirar a atenção de mim um minuto.
- Quer dizer que você estava conversando com alguém e apareceu e te colocou dentro de um carro? – há conta a história direito.
- Não foi assim.
- Me conta direito então. – falei.
- E se eu não estiver a fim de falar algo? – ela disse com raiva.
- Olha, eu sei que você está chateada e bolada por eu não ter feito nada para te salvar, mas você tem que entender que é só eu sozinha contra e um monte de pessoas.
- Se vira, eu quero sair logo daqui. – ela disse com raiva.
- Se vira? Ninguém mandou você abrir a boca. – respondi, não vou aguentar reclamação de pirralha.
- Você ainda vai me agradecer por ter te falado isso aquele dia e se arrepender de ter me tratado mal. – falou e saiu se movimentando com a cadeira para um lugar escuro da sala. Culpa da , tudo que acontece é culpa da , poxa isso já está ficando bastante chato.

Pov.

Queria voltar rápido para casa, talvez assim as horas passassem bem mais rápido e chegaria a hora de me diverti um pouquinho com . Fui interrompido de meus pensamentos insanos pelo celular.

~Ligação on~
- Sou eu. – nossa sério nem percebi já que meu celular tem identificador de chamada.
- Pode falar.- respondi.
- É hoje. – parecia feliz.
- O que mesmo. – sou muito esquecido.
- o dia chegou. Sexta- feira dia 13 de fevereiro.
- Mas, que horas então? – estragou com meus planos.
- Qualquer hora, o que importa é que esteja morta. – desligou o telefone.
~Ligação off~

Como assim seria hoje, não pode ser, logo agora que eu ia aproveitar, só pode estar brincando. Agora que eu acelerei o mais rápido possível. Cheguei em casa e me tranquei no quarto. Sente- me na cama e é hora de atualizar o caderno. Abri e quando olhei a foto dela me deu um aperto tão grande, mas se ela soubesse o verdadeiro motivo disso iria me entender. Não faço isso porque eu quero, faço isso por obrigação.
- , abre a porta. – falou.
- Agora não. – falei.
- Por favor. – decidi abrir a porta se não iria ficar ali até sabe se lá.
- Fala. – abri a porta e vi que o olhar dela se direcionou para o caderno.
- Não me diga que... – ela me olhou apavorada. assim?
- Digo sim. – completei suspirando.
- Mas não era para ser agora. – ela entrou e se sentou na cama.
- Mas é sim. – tentei disfarçar meu medo.
- Sabe que não precisa fazer isso. – ela disse me encarando e vindo de braços abertos.
- Você sabe que sim.- a abracei com toda força possível.
- As outras tudo bem, mas ela. – disse.
- Uma boa causa, não estou fazendo isso por diversão. – falei tentando me livrar da culpa.
- Você que sabe. Estou lá embaixo. – ela disse e saiu.
Já que eu tinha algumas horas ainda para a festa resolvi ao quarto de . Bagunça, bagunça, acho que desde que chegou, ela não arrumava esse quarto, ela ainda continua a mesma bagunceira de sempre. O quarto era bem amplo, luz o dia todo, estranho não tinha nenhuma foto dos pais dela, talvez ela não quisesse relembrar tudo o que aconteceu naquela noite. A cama grande, fui até o seu banheiro até que achei um pedaço de vidro sujo e a água da banheira suja de sangue. Assustado? Nem um pouco depois do que eu vi naquele vídeo, só fiquei com receio de está se cortando. Bom limpei a banheira e voltei ao quarto. Olhei no relógio e ia marcar 14:00, bom o tempo passa rápido. Decidi pegar o vestido que ela usaria na noite da festa, peguei- o, mas achei interessante uma caixinha que tinha ali. Ela era bem colorida, estilo menina mesmo. Abri e dei logo de cara com uma foto nossa da época em que éramos criança, ok minha parte da foto estava rabiscada e furada, virei- a e no verso tinha a frase “O mundo vai ver que quando estamos juntos nada pode nos vencer” e embaixo tinha uma frase que aparentemente foi que escreveu “Pois é, mas o mundo dá voltas e agora quem vai vencer sou eu, ele vai ver com quem brincou.”


Quinta-feira, dia 12, 23h53min da noite.

Capítulo 20

Pov.

Fiquei pensando sobre o vídeo. Acho que foi um erro tão fútil da minha parte com ela. Sabe tirar a vida de uma pessoa que tinha tudo para seguir com sua vida de uma maneira brilhante e então eu chego e acabo com isso. Às vezes pode parecer que eu sou fria ou até fraca demais, porem existe um lado meu que quer vingança, um lado que só eu mesma conheço um lado ferido que a cada critica a ferida se abre e eu preciso cicatrizá- la de uma maneira que nem eu mesmo gosto de pensar sobre isso. A essas alturas já deveria ter descoberto o que eu fiz na noite anterior, ainda bem, só assim ele vai saber com quem anda brincando. Cansei de ser a coitadinha da história, cansei agora é a minha vez de rodar a roleta e jogar na sorte.

Pov.

Estava na sala vendo qualquer coisa na tv quando me assusto com descendo as escadas correndo.
- Onde vai? – perguntei.
- Resolver algumas coisas. – ele respondeu. Ok, ele levava um vestido e um par de sapatos.
- Para que isso? – perguntei desconfiada.
- Nada não, depois te explico. – e assim ele saiu com o carro cantando pneu.
- Maluco. – falei me voltando a prestar a atenção na tv quando a companhia toca.
- Oi. – Josh falou.
- Oi. – falei meia sem graça. Será que ele veio me convidar para a festa, sabe fiquei sabendo que ele não tem acompanhante.
- Tudo bem? – ele perguntou dando um sorriso divino.
- Sim e a festa? – perguntei.
- Bom, eu quero levar a , mas seu irmão vai com ela. – ele respondeu. Cara eu estou aqui na frente dele e ele tem a coragem de falar da besta da .
- Ah tá. – falei meio desanimada.
- Tem acompanhante? – omg, sério?
- Não. – respondi como não quer nada.
- Vem comigo. – ele falou. Posso morrer?
- Claro. – falei tentando conter minha felicidade.
- Te vejo mais tarde. – ele falou e saiu.
Já falei que tenho um abismo pelo Josh, sabe eu odiei ter que apresentar ele a , mas fiquei feliz quando ela deu um fora nele. Hoje eu vou aproveitar e me declarar para ele.

Pov.

Chegue rápido a casa. Agora é a hora das explicações.
- Senhor . – disse me cumprimentando.
- Oi. – respondi não dando muita atenção a ele.
- Dona ? – ele perguntou me acompanho até dentro de casa.
- Sim. – entrei e encontrei em um canto da casa apreciando a parede.
- . – falei e ela nem se deu o trabalho de se virar para me olhar.
- Fala. – ela disse.
- Está na hora. – falei e dei sinal para que a desamarrasse.
- Sim.
- Tchau. – se virou para e dei uma leve encarada.
Levei- a até o carro e decidi não trocar uma palavra até metade do caminho. Parei o carro em um acostamento, em uma parte deserta da estrada e a encarei.
- Então... - falei e ela continuou sem falar nada. – Vamos .
- O quê? – ela continuou encarando o nada.
- Me conta qual é a do seu jogo? – fui direto ao ponto.
- Como? – ela me encarou.
- Sabe seu jogo, explicações sobre ele. – falei.
- Não sei de jogo nenhum. – falou, obvio que ela estava mentindo.
- Jura? – fui irônico.
- O que você quer saber? – ela disse já sem paciência.
- Tudo. – respondi vitorioso.
- Não tenho jogo. Já percebeu que eu sou a inocente aqui e quem me deve explicação é você.
- Se fazendo de coitadinha, não é . – ela me olhou com espanto.
- O que você sabe? – ela perguntou.
- Por enquanto de nada. – colocou as duas mãos sobre suas pernas e eu pude perceber que em seu pulso não havia nenhum corte. – Me conta sobre a banheira cheia de sangue.
- Já descobriu isso? – ela soltou uma leve risada.
- Sim. E não foi você se mutilando. – falei e ela me olhou com fúria.
- Era tinta.
- Hum. – falei e soltei um olhar de pode abrir a boca se não eu descubro sozinho.
- Tem certeza que quer saber?
- Tenho.

Pov.

Ok, já que ele queria saber, vamos lá. Vou contar antes que ele descubra tudo sozinho.

~Flashback on ~
Ali estava eu, encarando nossa foto, me deu um ódio tão grande. Porque sempre essas coisas ruins acontece comigo? Será que é a divida do meu passado que voltou a tona. Tudo bem, mas todos acham que podem fazer isso comigo e eu sair por ai achando lindo, bom agora vamos descobrir um lado de que ninguém conhece. Fui interrompida pelo barulho da sacada.
- Quem esta aí? – perguntei. Ao lado de fora havia pedaços de vidro. Me virei e encontrei a porta da sacada quebrada. – Que ótimo. – voltei para o quarto e me deparei com . – Menino que susto.
- Oi . – ele me olhava furioso.
- Isso é hora de criança da sua idade estar acordado?– falei fechando as cortinas.
- Você não é minha mãe para definir a hora que eu durmo. – ele disse.
- Cadê sua educação, esqueceu na creche? – perguntei.
- Não. – ele respondeu.
- O que você quer?
- Minha irmã . – ele respondeu com ódio.
- Ah é, sua irmã. – falei me lembrando de . Gente eu sou esquecida.
- VIU JÁ SE ESQUECEU DELA. – ele gritou
- Ou abaixo o tom de voz que você não esta em sua casa. – fui com raiva para perto dele.
- CALA A BOCA, EU QUERO MINHA IRMÃ.
- Também gostaria de saber onde ela está. – falei
- VOCÊ É UMA INUTIL. – opa.
- Se acha tão útil então vai lá e salva ela. – falei como se fosse fácil.
- Às vezes eu acho tão merecido você sofrer na mão do seu primo. – ele disse soltando um riso e aparentemente mais calmo.
- Quem você acha que é para vim aqui e falar isso de mim?
- Medrosa igual ao pai. – ele disse. Falar da minha família, já é...
- Olha você não o conhece. – senti uma raiva.
- Hahaha, cala boca você não vai sair viva daqui.
- Viva? – perguntei confusa.
- Sim, porque princesas como você nas mãos da sua tia e dos seus primos são como um bafo. Nunca é forte o suficiente para abalar com o tufão. – ele disse debochando.
- Você não me conhece garoto, não sabe do meu passado.
- Aposto que nada de interessante. – ok, chega. Olhei para o chão e vi um caco de vidro.
- Chegou a hora. – sorri e ele me olhou assustado.
- Você n... – antes de ele terminar de falar, segurei seu braço com força e coloquei um de meus braços em volta de seu pescoço.
- Você não conhece meu passado, a princesa morreu e agora só existe a bruxa má. – falei sorrindo.
- Me solta. – ele agoniava.
- Vamos cantar para subir, . – falei.
O levei até o banheiro e enchi a banheira. Podia ver o pavor em seus olhos. Mas coitadinho né, coitadinho nada, a coitada sou eu que tenho que aturar esse povo sem poder acabar com cada um. Antes de ele falar algo o deitei na banheira e... Puf, morreu afogado. Mas não seria simples assim, peguei o caco de vidro e o cortei todinho. Para mim aquilo era como se fosse minhas feridas cicatrizando enquanto a de alguém surgia.
- Pronto. – me levantei e lavei o caco de vidro. Não foi difícil me livrar dele, contei com uma ajudinha.
~Flashback off~

Pov.

matou . Bom, estamos quites, sabia que essa garota não era nenhuma garota vulnerável a qualquer coisa. só aparenta ser frágil. O mais estranho é a maneira que ela fala, tão natural, como se aquilo fosse normal.
- Então... – ela falou.
- O quê? – perguntei ligando o carro e voltando para a estrada e seguindo para casa.
- Não vai fazer nenhum comentário? – ela perguntou.
- Não, você o matou porque quis. – argumentei.
- Ok então. – ela falou e encostou a cabeça no vidro.
- Algum problema? – perguntei.
- Todos, mas quem liga. – respondeu.
- Hum. – falei apenas isso.
Voltamos para casa em silencio. Chagamos lá e vi Josh vinda em direção ao carro.
- Lá vem me atormentar. – resmungou ainda dentro do carro.
- Não gosta dele? – perguntei.
- Ficar é ficar e gostar é outra história. – ela falou e desceu do carro e eu também.
- Boa tarde . – Josh falou contente.
- Oi. – ela nem deu atenção.
- O que você fez com ela? – ele me perguntou.
- Cara, se afasta dela entendeu. – falei.
- Por quê? – ele perguntou.
- Você não sabe realmente quem é . – falei e entre em casa.
- Josh me convidou para ir a sua festa e como sua acompanhante. – quase falou isso pulando em cima de mim. Vi revira os olhos e subindo. A segui.
- Revirou os olhos por quê? – perguntei enquanto ela se jogava na cama.
- Porque eu quis. – ela respondeu.
- Bom, seu vestido está ai e seu sapato ali. – apontei e ela se levantou e olhou.
- Não vou com esse sapato, vou de bota. – ela falou.
- NÃO. - gritei. – Eu quero você do jeito que eu planejei. – expliquei.
- Não, eu vou de bota e não é você que vai me impedir. – ela falou e pegou o sapato que eu havia lhe dado, foi em direção à sacada e jogou de lá mesmo.
- ESTÁ MALUCA? – gritei.
- SIM, EU ODEIO TODOS VOCÊS, O- D- E- I- O, VOU ACABAR COM TODOS VOCÊ. – veio com fúria e bagunçou seu quarto inteiro, Quebrou vasos, mesa, bagunçou sua cama.
- Desequilibrada. – falei me afastando dela.
- ODEIO VOCÊS. – ela continuava até que veio e segurou .
- Calma , calma. – a abraçou e ficaram assim por alguns minutos.
- Licença. – falou e eu obedeci ela.
Fui para sala e tomei um copo de agua, nunca vi a daquele jeito, descontrolada, uma hora calma e outra totalmente nervosa.

Pov.

- o que estava acontecendo? – me perguntou, ai que garota chata.
- Nada . – gente fazendo isso tudo por um descontrole meu.
- Sério? – ela perguntou.
- Olha tenho que me arrumar para festa. – me levantei e fui até a porta e parei lá.
- Tudo bem então. – saiu.
Bom passado o episodio fui me arrumar para festa. Pode ainda parecer cedo, mas eu demoro muito. Banhei, vesti minhas roupas intimas, coloquei uma meia, vesti o vestido que dava basicamente na altura do joelho, era preto com um decote pouco vulgar, coloquei a capa longa que dava maios ou menos em meus pés, e calcei a bota. Fiz uma maquiagem forte (n/a. não coloquei muitos detalhes, afinal você se imagine como bem entender). A cá estou eu pronto para ir nessa festa que digamos, vai ser a mais chata de todas. Olhei para fora e já era a noite, como o tempo passa rápido. Desci para sala e encontrei já pronta. Ela vestia um short curto e uma blusa minúscula, e estava toda manchada de tinta vermelha.
- Está melhor ? – ela perguntou.
- Por acaso eu estava doente? – perguntei.
- Nossa educação em, cadê ela? – perguntou emburrada.
- Ficou no mesmo lugar onde você deixou o resto desse short. – retruquei. Antes que ela falasse algo, vi descendo as escadas de terno, ok, nada convidativo a uma festa, mas vamos combinar que ele estava extremamente seduzente.
- Uau . – ele falou. Só uma coisa, essa festa agora começa a prometer.

Capítulo 21

Pov.

Chegamos à casa de Josh rápido, estava lotada. Muitas pessoas desconhecidas me olhavam, senti minhas bochechas queimarem.
- Vem. – me puxou para o bar. Senti o olhar do barman sobre mim, aposto que ele estava me maliciando. – Uma vodka e uma água.
- Vai beber água? – perguntei.
- Não, você. – ele respondeu.
- Mais uma vodka por favor. – falei.
- Nada disso. – resmungou.
- Cala a boca e eu vou beber sim. – falei.
- Aqui está. – o barman falou nos entregando os copos. – Como a senhora é bonita. – ele falou. Bom ele tinha aparentemente 20 anos, alto, musculoso e loiro dos olhos azul.
- E você também. – pisquei para ele.
- Vai mesmo se jogar em cima dele? - perguntou.
- Que eu saiba não sou comprometida com ninguém. – me levantei e fui dançar na pista. Rapidamente todos os garotos ficaram em volta de mim. Estou abalando.
- Mas esqueceu de um pequeno detalhe. – ele disse me agarrando pela cintura colocando nosso corpo.
- Qual? – não excitei em sussurrar em seu ouvido.
- De que essa noite você é apenas minha. – ele também não excitou em sussurrar isso em meu ouvido.
- Nossa como você anda carente. – ele não comentou nada – Aposto que você tem sonhos eróticos comigo todas as noites – passei as unhas em seus ombros e desci as mãos até seu peito - Aposto que você sonha com meu beijo – mordi o lábio inferior e seus olhos caíram até minha boca – Aposto como sonha em me ouvir gemendo seu nome de uma forma louca. – cheguei perto do ouvido dele e então sussurrei da maneira mais provocante que conseguia – Mas o que eu quero mesmo é que você suma da minha vida. – falei isso e ele simplesmente me olhou transbordando de raiva.
- Mais uma vodka. – falei ao barman e ele me entregou.
- Devagar gatinha. – ele disse.
- Fica na sua. – falei e assim fiquei. Observei conversando com algumas meninas, ótimo. Ele olhava para uma, talvez, a comendo mentalmente.
- Se eu fosse você mostrava para ele quem você é. – o barman disse, não é que ele tinha razão.

Pov.

Afastei- me de após ela ter me tratado mal. Estava conversando com algumas meninas, bonitas até todos da festa se voltarem a um aglomerado de gente, ou melhor, garotos em volta de... . Todos a olhavam com desejo, não posso deixar fazerem isso com a minha garota.
- Vamos , acabou a festa. – falei a puxando pelo braço.
- Não, eu vou ficar. – ela disse tentando se soltar.
- acabou por aqui. – tentei a convencer, mas foi em vão.
- Boa noite galera. – Josh falou em cima de uma mesa.
- Boa noite. – todos falaram.
- Algum pedido ao Dj? – ele perguntou.
- SIM. – gritou, tentei a segurar mais ela se soltou.
- Ora , o que desejas? – Josh perguntou. Ela falou algo em seu ouvido e ele assentiu com a cabeça. – Vamos de S&M, Rihanna.
- O que você esta fazendo. – perguntei. Ela veio em minha direção, colocou os braços em volta do meu pescoço e colou em meu corpo.
- Você não disse que eu sou sua hoje, então aproveite. – ela sussurrou em meu ouvido, não sei o que ela queria, mas se a intenção dela era me deixar louco, parabéns você consegui após me falar isso.

S&M - Rihanna

Na na na na come on
(Na, na, na, na venha)
Na, na, na, na, na come on
(Na, na, na, na, na venha)
Na na na na come on, come on, come on
(Na, na, na, na venha, venha, venha)

Ela movimentava os quadris conforme o ritmo da música e passava as mãos em minha nuca de uma forma em que eu me arrepiei todo. sussurrou em meu ouvido:

Feels so good being bad
(É tão bom ser má)
There's no way I'm turning back
(De jeito nenhum vou voltar atrás)
Now the pain is my pleasure cause nothing could measure
(Agora a dor é o meu prazer porque nada pode medir)

Ela continuou movimentando os quadris e levou as mãos até o pescoço e agora estava de costas para mim. desceu devagar até o chão e depois subiu no mesmo ritmo que a música pedia.

Na na na na come on, come on, come on
(Na, na, na, na venha, venha, venha)
I like it- like it
(Eu gusto, eu gusto)
Come on, come on, come on
(Venha, venha, venha)
I like it- like it
(Eu gosto, eu gosto)

voltou a se virar para mim, enquanto eu a observava minuciosamente, não queria perder nenhum detalhe. Bom ela consegui atrair a atenção de todos que estavam na festa, mas parecia nem ligar, ela queria mesmo era me provocar e está conseguindo. As mãos dela fazia um percurso pelo seu corpo, passando pelo quadril, coxas, e as subindo em seguida até o vestido levantando um pouco. se aproximou mais um pouco e me puxou pela gravata e cantou em meu ouvido:

Oh, I love the feeling you bring to me, oh, you turn me on
(Ah, eu adoro a sensação que você me dá, oh, você me excita)
It's exactly what I've been yearning for, give it to me strong
(É exatamente o que eu desejo, dê pra mim com força)
And meet me in my boudoir, make my body say ah ah ah
(E me encontre no meu quarto, faça meu corpo dizer ah ah ah)
I like it- like it
(Eu gosto, eu gosto)

- Pode parar por aqui. – falei para ela enquanto ainda se movimentava no ritmo da música.
- Por quê? – ela perguntou enquanto mordia o lábio inferior.
- Porque você conseguiu me deixar loucamente excitado por você. – falei e a segurei pela cintura com força.
- Ótimo, mas um dever cumprido. – falou e se soltou. Parecia que ela estava indo embora.
- Vai me deixar assim mesmo? – perguntei a seguindo.
- Algum problema? – perguntou enquanto entravamos em casa.
- Todos, você disse que seria minha. – falei.
- Já fui sua, mas você não me deu valor. – ai lá vem dr agora.
- Mas agora sim. – a segurei pelo pulso e a imprensei contra a parede. não falou nada, apenas envolveu seus braços em meu pescoço e encostou nossas testas. Bom, pensei até que ela podia estar bêbada, mas ela parecia muito consciente do que estava fazendo. Já não conseguíamos ouvir o barulho que vinha da casa de Josh, mas cantou a mesma musica de alguns minutos atrás, agora devagar e sem ser no ritmo.

Na na na na come on, come on, come on
(Na, na, na, na venha, venha)
I like it- like it
(Eu gusto, eu gusto)
Come on, come on, come on
(Venha, venha, venha)
I like it- like it (Na na na)
(Eu gosto, eu gosto)

- Aproveita antes que eu me arrependa. – falou e em segundos já estávamos com os lábios colados um no outro. Era um beijo aparentemente sem sentimentos e mais físico, um beijo com desejo e fervoroso. Minhas mãos saíram da sua cintura e seguiram até as coxas e subiram até sua cintura apertando- a com força e ela embrenhou seus dedos pelos cabelos de minha nuca os puxando com força. Minha língua passeava pela sua boca em movimentos rápidos, já estávamos sem ar, quando se soltou e dei um sorriso malicioso. Ela levou sua cabeça até meu pescoço e começou a morder levemente, soltei alguns gemidos leves aprovando o que ela fazia. Nem pude perceber mais em menos de 1 segundo meu paletó já estava em qualquer lugar da sala.
- Não podemos fazer isso aqui. – falei enquanto ela beijava meu pescoço me fazendo arrepiar.
- Então vamos para o quarto. – falou e em segundos envolveu suas pernas em minha cintura e a levei ao seu quarto. Chegamos lá e a deitei na cama e eu ficando por cima. Beijamo- nos novamente de uma forma mais intensa, me afastei dela e a encarei, mas como ela é mais rápida do que eu me puxou pela gravata e voltou a me beijar. Procurei o fecho do seu vestido e o tirei com os dentes e a vendo delirar de prazer. me trouxe de volta puxando meu cabelo e assim seguimos com a nossa noite.

Pov.

- Josh. – falei enquanto ele estava sentado do lado de fora.
- Oi. – ele parecia distraído.
- Algum problema?- perguntei me sentando ao seu lado.
- ... – ele falou, tinha que ser.
- O que foi?
- Ela gosta do seu primo né? – ele falou.
- Acho que depois dessa noite, acho que sim. – respondi.
- A perdi para ele.
- Ninguém nunca pode vencer contra ele, você devia saber. - argumentei.
- Pois é, eu o desafiei e perdi. – ele falou e sua expressão foi de derrotado.
- Não fica assim, vem cá. – o puxei e o abracei. E assim nossa noite passou.

Pov.

Acordei com muita dor muscular. Levantei- me e me olhei no espelho, estrago da noite, cheia de hematomas. Olhei para e ele estava dormindo. Nossas roupas estavam espalhadas pelo quarto. Fui ao banheiro e encontrei meu cabelo todo bagunçado. O prendi com um rabo de cavalo, vesti minhas roupas intimas e coloquei um short e uma blusa regata, voltei ao quarto e já não estava mais ali, mas nem dei muita atenção.
- . – ele falou vindo da varanda.
- Fala. – falei enquanto dobrava os panos da cama.
- Posso te contar um segredo? – ele perguntou.
- Sim. – falei. – Eu também tenho que te falar um. – bom resolvi falar logo para ele também meu motivo de ser descontrolada.
- Posso confiar em você, é muito importante . - ele me abraçou tão forte que cheguei a ficar sem ar.
- Claro . – falei. É muito sério o assunto.
- Bom, o único motivo para eu ter que te matar é...
- e . – nos interrompeu. Posso estourar os miolos dela, logo agora que eu iria descobrir o motivo.
- Oi. – bufou.
- O advogado está lá em baixo. – ela falou e saiu.
- O que será? – perguntei.
- Não sei. – ele falou aflito.
- Vamos lá. – fui em direção a porta e antes de sair ele me puxou e me deu um beijo, agora calmo.
- Agora sim. – ele falou e praticamente me arrastou ate a sala. Chegamos e encontramos o advogado.
- . – ele disse esticando a mão.
- Pois não. – falei apertando sua mão e me direcionando para o lado de .
- Tenho uma noticia para dar a vocês 3. - a expressão dele não foi nada confiável.

Capítulo 22

Pov

- Então? – perguntou aflita.
- Carina pediu para que vocês arrumassem as malas que vou levá- los para Worcestershire. – o advogado respondeu.
- Por quê? – perguntei.
- , posso conversar a sós com seus primos? – o advogado pediu.
- Ok. – mas é claro que eu iria escutar o que o assunto tratava.
- Explica. – falou um pouco nervoso.
- Eles acharam vocês. – três palavras apenas para fazer e andarem de um lado para o outro.
- Como vocês avisam isso agora? – perguntou quase voando em cima do pescoço do advogado.
- Descobrimos há pouco tempo. – o advogado argumentou.
- Quanto tempo temos? – perguntou tentando ficar calmo.
- Mais ou menos uma semana. – o advogado disse se acomodando no sofá.
- Porém temos a aqui em casa. – falou. – Ela não tem nada a ver com isso.
- Podemos deixá- la aqui e nos acoberta. – sugeriu.
- ? – o advogado perguntou espantado.
- Sim. – os dois responderam.
- Nunca vão acreditar na . – o advogado falou soltando uma gargalhada.
- Como? – os dois perguntaram junto.
- é uma psicopata. – ele disse calmo.
- Você só pode estar confundindo ela. – falou tentando aparentar calma.
- Sabe aquela garota que está lá em cima agora? Então, essa menina tem sérios problemas.
- Que problemas? – disse tentando aprofundar mais o assunto.
- Ah, ainda não sabem? – ele perguntou.
- Não.
- Ela pode até parecer ser uma garota normal, até vocês vasculhar o passado dela. – o advogado falou e e continuaram sem entender nada.
- Como sabe disso? – perguntou aflita.
- Meu amigo foi psicólogo dela. – ele respondeu. Pronto, aqui acaba minha história de dias de luta. Minha vontade foi pular no pescoço desse advogado. Lembrei- me de algumas vezes vê- lo no consultório conversando com meu médico. Não ficaria ali para ouvir as barbaridades que ele provavelmente contaria para e . Voltei ao meu quarto, decidida a ir embora daquela casa para um lugar desde que seja bem longe deles.

Pov.

- Então, nos conte tudo. – falei. Chegou a hora de ouvir a história do passado de , com certeza aquela garota não era normal.
- Bom, vamos lá. – o advogado respirou fundo e ao invés de falar algo, tirou de sua maleta uma pasta com vários documentos. Fiquei meu desconfiado pelo fato dele ter aquilo em suas mãos, mas isso não importa agora. – Aqui está. – ele disse me entregando uma ficha de .
- Anda, lê. – falou.
- , 15 anos. Aparenta ser uma garota normal até seu primeiro assassinato, na qual matou sua melhor amiga por motivos fúteis. Suas características são: Agir com cautela e sangue frio. Sofre de depressão, transtorno de bipolaridade, alucinações e mentalidade de uma assassina. Entrada na clinica: 21 de Janeiro. Saída: 29 de Dezembro.” – li em voz alta e até me impressionei ao ver o que estava escrito ali.
- Mas isso aconteceu há dois anos. – falou tentando contornar a verdade.
- pode ter até razão pelo fato de tempo que ela passou na clinica. – o advogado concordou com ela.
- Não. – falei. – Ela continua a mesma pessoa.
- Você está sabendo de algo? – perguntou.
- Não vem ao caso agora. – respondi.
- Ótimo, vocês dois tem uma pessoa super perigosa dentro de casa e nem sabem. – o advogado debochou. – Talvez dessa garota esteja planejando matar vocês a qualquer momento.
- Ela não pode ser tão perigosa assim. – falou tentando defender .
- , para de defender ela, não ouviu o que eu acabei de ler? – falei me irritando com ela.
- Claro que ouvi. – ela respondeu. – Mas e se por um acaso ela pudesse nos ajudar, por que ela faria isso? – ela me questionou.
- Pelo simples fato de eu ter uma prova que pode a fazer ficar em uma clínica pelo resto da sua vida. – respondi. Estou me sentindo vitorioso.
- Cuidado, ela é uma espécie de obsessão assassina. Olhem lá onde vocês andam se metendo. – o advogado disse.
- Eu sei muito bem. – falei.
- Como assim? – e o advogado perguntaram juntos.
- Vamos simplesmente jogar o jogo dela. – expliquei.
- Resumi melhor. – disse.
- Sabem aquela garota que está lá em cima? Ela vale mais de 100 trilhões de dólares.
- Isso é muito arriscado. – o advogado falou ainda não se dando por convencido.
- Todos tem um ponto fraco, e ela deve ter o dela. – falou. Finalmente me ajudando em algo.
- É só saber domar a fera. – falei.
- Mas você tem que ma...
- Isso não vem ao caso agora. - interrompi .
- Bom, vocês quem sabem. – o advogado falou.
- É com vocês maninho. – falou e acompanhou o advogado até a porta.
- Sim. – falei mesmo sabendo que ela não ouviria. Subi até o quarto de e a encontrei arrumando as malas.
- Viajar? – perguntei e ela não me deu atenção. – Vai mesmo me ignorar?
- Vou. – ela respondeu seca.
- Eu já sei de tudo. – pensei que ela ficaria surpresa, mas sua reação foi totalmente diferente.
- Interessante. – ela disse ainda dando atenção às roupas que colocava na mala.
- Não vai ficar com medo? – me aproximei dela e peguei sua mão.
- De você? Nunca. – ela falou debochando.
- Devia. – falei.
- Já percebeu que essa é a palavra que você mais usa desde que eu cheguei aqui? – ela perguntou.
- Me explica? – falei tentando entender.
- Nossas discursões sempre começam assim. – falou e riu. Ela tinha razão.
- Sempre. – falei. – Viajamos em uma semana.
- Vá em paz e pela sombra junto com . – ela disse soltando sua mão da minha e dando atenção a sua mala novamente.
- Nós vamos. – falei me aproximando mais dela sem que percebesse.
- Não tenho culpa pelos erros da sua família. – ela disse.
- Tem sim. – em fração de segundos segurei seus dois braços e a levei contra a parede.
- Não tenho. – ela disse tranquila.
- Só não te mato agora porque tenho mais problemas para ser resolvidos e que...
- Eu valho 100 trilhões de dólares. – ela disse soltando uma risada.
- Errado. – falei e a vi me encarar com indignação.
- Então me conta qual é o seu grande motivo. – ela disse se soltando de mim. – Aposto que é bem fútil, afinal, tentar matar uma pessoa sem pensar na herança que ela tem é bem esquisito.
- Se você soubesse o motivo nunca falaria assim. – falei tentando me defender.
- E nem me interesso saber. O problema é seu e você que o resolva. – disse voltando dar atenção a sua mala novamente. Isso já esta me irritando.
- Meu problema é você. – falei e ela deixou sua mala de lado e me olhou com raiva. – Vem , me faz sua vítima. – debochei.
- Não vou fazer isso. Seria perder meu tempo. – ela disse rindo.
- Aposto que quando menos eu esperar, você me mata. – falei caçoando dela.
- Já disse que não vou fazer isso seu bobinho. – ok, uma reação nada legal da .
- Por que não? – perguntei.
- Você é tão lerdo. – ela disse se sentando na cama e encarando o chão.
- Não sou lerdo. – me defendi.
- Me fala o seu motivo de ter que me matar a mando da minha tia. – disse me encarando. Eu não sabia que ela já estava por dentro de todo o assunto.
- Como descobriu? – perguntei aflito.
- Não responda minha pergunta com outra. – ela disse.
- Você não ia entender mesmo. – falei e me acomodei ao seu lado.
- Do mesmo jeito que você não entenderia se eu te contasse o motivo de não querer te matar e ter tantos problemas. – ela disse e eu a senti fitar o chão se lembrando de algo nada bom.
- Algum problema? – não que eu me importasse com ela, mas eu teria que entender ela para poder entrar e seu jogo e conseguir salvar meus... Fui interrompido pela resposta dela.
- Sim. – senti seus olhos marejarem e ela olhou para o teto em uma tentativa de não deixar as lágrimas caírem.
- Me conta. – a olhei e senti do nada que ela precisava de alguém para falar o que estava escondido ali dentro, isso seria ponto para mim. Estou começando a missão “se fingir de bonzinho para a prima solitária”.

Pov.

- A história é chata. – falei tentando me livrar dele.
- Mas eu quero saber. – ele disse insistindo.
- Ok. – o entreguei meu diário que estava guardado há bastante tempo.
- Para que isso? – ele perguntou.
- Leia. – abri na página e assim ele fez.

“Hoje completo meus quatorze anos de idade. Sozinha, apenas com um pedaço de bolo e uma velhinha. Tem sido assim desde que eu tive minha ultima festa de aniversário que no caso foi de treze. Durante esse um ano que se passou aconteceu várias coisas ruins. Meu pai começou a beber e brigava constantemente com minha mãe. Decidi escrever aqui para aliviar minha angustia. Falar. Dizer. Nem que seja para mim mesma, afinal não teria ninguém me criticando ou dizendo que isso seria incerto. Tenho meus livros. Tenho minha televisão. Tenho o meu celular. Não tenho gente. Minha mãe vive fazendo suas sociais para as famílias de elite. Mal a vejo. Meu pai é um estranho para mim. Toda vez em que tento manter um dialogo, ele sempre me dá um dinheiro e diz que eu preciso me divertir enquanto ele banca as sociais da minha mãe e trabalha naquela maldita empresa. Mesmo assim eu tento batalhar por um sorriso ou mesmo um carinho que venha dele, mas simplesmente o carinho que ele me dá é através do dinheiro. Assim me tornei uma pessoa solitária. As vezes que eu tentava manter uma conversa de filha para mãe, ela simplesmente dizia que não tinha tempo para futilidades de uma garota de treze anos e que suas visitas era bem mais importantes que eu. Nunca reclamei disso, era legal não ter aquela mãe chata reclamando e te perturbando sobre os deveres da escola ou até mesmo se sua roupa está curta. Aprendi muitas coisas sozinhas, pode imaginar de tudo o que presta até o que não presta. Meu pai às vezes dava atenção para mim, mas infelizmente a atenção que ele me dava era para aprender a ministrar os negócios na falta dele para sustentar eu e minha mãe. Também nunca reclamei disso, era legal saber aonde investir e se saber se isso daria certo ou não. Eu poderia viver assim, até chegar um determinado dia em que meu mundo simplesmente caiu sobre minha cabeça. Esse dia me lembro como se fosse hoje, meus pais tiveram a pior briga do século, nem se importavam em saber se eu estava ali ou não. O motivo foi apenas sobre uma retirada de dinheiro imensa da conta conjunta que eles tinham. Pelo o que eu entendi minha mãe fez isso para bancar uma festa de casamento que até aquele momento não me interessava muito até ela falar que a noiva seria eu. Desde então não tenho contato com ela e nem com meu pai. Passei um ano trancada dentro do me quarto pensando como eu faria para me livrar desse casamento que aconteceria quando eu completasse 18 anos. Ok faltava quatro anos para isso acontecer, mas para dar certo um plano precisa de anos de antecedência. No começo eu não achei muito interessante ele, mas com o tempo me convenci de que aquilo seria o certo. E essa noite eu coloco em prática. Meu noivo tem um ponto fraco e todos sabiam. Hora de atingir ele.

- Nossa. – foi só isso o que ele falou.
- Pois é. – peguei o diário da mão dele e o guardei.
- Quem era o noivo? – ele perguntou. Ok, ele não sabia.
- Você.
- Eu? – ele pareceu surpreso.
- Sim, querido era você. – respondi calma e rindo mentalmente da cara que ele fez.
- Ainda bem que você colocou esse plano em prática, já pensou eu tendo que casar com você? – ele disse debochando.
- Teria algum problema? – perguntei.
- Claro. Eu te odeio e você me odeia. – ele respondeu.
- Eu não te odeio. – falei e fiquei com medo da sua reação.
- Ah, para com isso. - falava em meio de risadas
- Não te odeio. Eu fiz isso pelo simples fato de não querer casar com você depois daquilo que você fez comigo na festa de . – falei não querendo lembrar tudo.
- E que ponto fraco era esse? – ele perguntou. E agora, o que eu respondo?

Capítulo 23

Pov.

- Nada não. – falei tentando me livrar do assunto.
- Você sabe que eu vou descobrir.
- Me deixa em paz. – levantei- me e fui até a porta. – Já te dei ontem o que você queria, agora some.
- querida, entenda, eu nunca vou te deixar em paz. – ele veio até mim e parou ao meu lado.
- E o que você quer? – perguntei.
- A verdade.
- Você não suportaria a verdade. – falei bufando.
- Ora, então tem algo a mais ai? – ele disse rindo.
- Se eu fosse você não brincava com isso. – falei em um tom de ameaça.
- Me conta, vai, tenha pelo ao menos à coragem de contar e assumir seus erros. – ele disse debochando de mim.
- Me da um tempo. É só eu reorganizar tudo. – implorei.
- Vou cobrar.
- Some. – falei e bati a porta com força.
Vamos dizer que aqui que eu termino essa história e começo do zero. Parabéns, acabou o meu mundinho de um faz de conta. Por anos eu vive nele cercada das minhas próprias dores e angustias, pela minha cede incontrolável de vingança para aquele que me fizesse mal. Ora, não me julgue, aprendi tudo sozinha na vida. Vamos dizer que a viagem que iriamos fazer em dezembro era meio que uma forma de meus pais tentarem se desculpar pelos anos que me deixaram sozinha, eu posso parecer fria e não ter sentimentos, mas eu estava realmente feliz com a nossa viagem. Meus pais me apoiaram com meus digamos que “problemas” mais ai veio aquele acidente horrível. Sinceramente para viver isso que eu estou vivendo agora preferia ter subido dessa para melhor, cansei de sofrer nas mãos de meu primo, que de uma hora para outra aparece todo meigo e de repente aparece com quatro pedras na mão. Não importa o tempo que dure, não importa o que mais de sombrio tenha essa história eu irei me vingar de todos e descobrir o motivo dele ser tão grosso comigo. Ok, não talvez me vingar, digamos que vai depender de como a banda ira tocar de agora em diante, é o momento de começarmos uma vida nessa cidade que eu nem lembro o nome, e claro que para acabar com a alegria deles eu levaria comigo, não pretendo ficar cercada por duas cobras e aguentar tudo sozinha.
Livrando- me desse momento “desabafo” resolvi ligar para e contar as novidades.

~Ligação On~

- Quem é vivo sempre aparece em senhorita . – disse quase gritando do outro lado da linha.
- Claro, até agora estou viva. – indaguei.
- O que conta?
- Vamos nos mudar. – falei sem animo.
- Nossa legal. – ela disse meio desinteressada.
- Devia ficar feliz.
- Motivos?
- Simples, você irá comigo. – ri e o único barulho que eu ouvi do outro lado foi o seu silencio.
- Olha seus primos não gostam de mim.
- Não pedi a opinião deles. – falei. – Você vai comigo?
- Não.
- Por favor, você sabe o quanto eu preciso de você agora. – quase chorei.
- Eu sei, então tudo bem, eu vou.
- Vem logo amanha para cá.
- Ok, mais eu tenho uma coisa muito importante para te falar.
- Me diga então. – falei curiosa.
- Não é assunto de telefone.
- Adianta. – falei aflita.
- Você não vai gostar nenhum pouco.
- Ai , então faz o seguinte, de noite você vem e a gente conversa.
- Ok, até
- Beijos.

~Ligação Off~

Aflita com o que descobriu? Sim, sim. Mas vai que não é nada de importante e ela fica só colocando pilha.
- Ora de dar a noticia. – falei rindo só pensando a reação de e iria conosco. Logo sai de meu quarto e do nada, olhei diretamente para a porta do quarto de hospedes, eu havia me esquecido de que aquele quarto tinha algo que eu não podia ver e eu só digo uma coisa, antes de ir embora eu descobrirei o que tem ali.
Desci as escadas correndo e encontrei e na cozinha cochichando.
- Oi gente. – falei animada.
- Oi. – falou assustada.
- Então, tenho uma novidade. – falei enquanto me sentava à mesa de frente para e .
- Que vai nos matar? – perguntou incrédula.
- O que é isso priminha, você sabe que eu não farei isso. – ela suspirou aliviada. – Ainda. – brinquei.
- Novidade, por favor, . – se pronunciou.
- ira morar conosco nessa cidade ai. – falei e fui em direção aos dois e fiquei entre eles. – Imagina, vamos ser uma família muito feliz. – abracei ambos.
- Nem na sua morte a levaríamos. – sem que eu me desse conta eu já estava imprensada contra a parede pro .
- Nossa como você gosta de fazer isso em. – sorri sarcástica.
- chega das suas brincadeiras.
- Jura? Vai mesmo me ameaçar despois de descobrir meu passado sombrio.
- Ela vai, mas desde que fique bem longe de nós. – ele me soltou e se sentou.
- Não se preocupem. Vocês dois nem vão ver sombra minha ou de . – sorri e voltei ao quarto.
- Espero. – falou.

Pov.

- Ela não vai. – falou assim que se retirou da cozinha.
- Deixa a garota. – falei tentando não dar importância.
- Como deixa, já percebeu que essa sempre chega para estragar tudo? - perguntou aflita.
- Pelo ao menos nem vamos ter que aguentar a , como ela mesma já disse. Não iremos ver a sombra de nenhuma das duas. – ia me levantar quando me sentou novamente.
- Eu estou com muito medo da .
- Nem precisa se preocupar, dessa ai eu cuido.
- Então você não vai precisar sumir com ela?
- Por enquanto não. – encarei meu café.
- Como assim? – parecia confusa. Lerdeza mode on.
- Eu ainda tenho que descobrir uma coisinha. – falei.
- Que “coisinha” é essa? – fez aspas no ar.
- Não sei. – respondi. – Só sei que não deve ser coisa boa. – falei e subi ao meu quarto.
Porque sempre que eu tento ter um laço de amizade no mínimo que seja com sempre aparecesse algum problema? Talvez nossa relação não seja de amizade. A cada dia que passa eu sinto que tudo o que acontece de ruim na minha vida pode ser culpa dela. A partir do momento em que eu descubro sobre seu passado, mais uma sensação ruim me cerca, é como se a cada palavra falada com ela o ar faltasse, é como se meu coração se quebrasse em pedaços a cada vez em que tenho que coloca contra a parede e ela se defende com suas palavras nada convidativas. não tem nada a ver com o tipo de garota que aparenta ser frágil. Vou confessar que eu posso ter essa pouse de mal, de frio, mas dentro de mim tem apenas tristeza, solidão e culpa por ter que fazer isso com ela. Desde que eu descobri que perdi o amor da minha vida de uma maneira tão cruel tento não me relacionar com ninguém, seria horrível ter uma pessoa e ao mesmo tempo perde- la tão rapidamente eu ainda tenho a mesma jura de sempre, se eu descobrir quem tivesse feito isso com ela pragaria muito caro. Tudo andava normal até eu descobrir que certa prima minha viria morar conosco. Para mim não aparentava ser uma ideia nada ruim, até chegar com a noticia de que ela seria a e de que eu seria o responsável pelo fim trágico da mesma. Toda vez em que eu tinha que ameaçar ela eu sentia uma dor inadmissível surgir de mim. Eu tenho apenas que ligar os pontos, tem algo nessa história que não se encaixa perfeitamente. Mas eu tenho que admitir que é linda. Ela é sexy, Ela é inteligente. Sim, muitas qualidades a pertencem. Mas ninguém é perfeito e ela também não tinha exceção. Olhar no fundo de seus olhos é uma sensação diferente, ao mesmo tempo em que apresenta calma apresenta um misto de culpa e de dor, talvez como aquela folha de diário contrasta. Talvez o motivo de ela ter tantos problemas foi o fato de não ter a atenção que queria, de não ter alguém ali para lhe dar carinho ou dar um beijo de boa noite. Chega ser estranho falar que as aparências enganam. A cada vez em que eu fico a sós com ela, parece que o oxigênio falta, parece que o mundo para de girar. Se eu contasse isso a , ela com certeza não acreditaria. Pondera uma pessoa que lhe ameaça desde o dia em que te viu. Temos uma ligação muito forte, passado obscuro, perigosos e intensos. Ninguém imagina o que tem por de traz daquela garota ferida com a morte dos pais, mas uma coisa eu tenho certeza, seu olhos aparentam sede de vingança, seu passado é comprometedor, e eu confesso que isso só me faz sentir atraído por ela ser misteriosa e nada previsível. Apesar de tudo, ela é amável, perigosamente amável.

~Flashback on~

Era uma tarde chuvosa. Eu e estávamos esperando chegar para nos contar como tinha sido sua visita ao Brasil. Estava ansioso para saber do que se tratava. Tudo estava correndo perfeitamente, havia parado de se culpar por ter feito o vídeo humilhando a . Eu completaria meus dezesseis anos ao lado da minha irmã, minha mãe e o amor de minha vida que viria com ela.
- Chegaram. – gritou enquanto dava pulos histéricos em frente à porta.
- Calma, é só manter a calma. – eu falava comigo mesmo. Já sentindo borboletas em meu estomago. Quando a cena que eu vejo não me agrada muito.
- Então onde está ela? – perguntei.
- Ela não vem. – disse em um tom triste.
- Como não? – perguntei sentindo minha pressão cair e desmaiar ali mesmo.
- Aconteceram alguns imprevistos. – tentava rodear o assunto.
- Que tipo de imprevistos? – perguntou.
- Entenda ela nunca mais virá. – apenas repetia isso.
- Por que não? – será que ela não gosta mais de mim.
- Você não gostaria de saber. – ela remediava.
- Claro que sim. Você sabe que ela é o amor da minha vida. – falei quase tendo um colapso.
- Você quer realmente saber? - ela perguntou fitando o chão.
- Sim.
- Ela morreu. – duas palavras e tudo acabado.
Como assim morreu? Não poderia ser verdade, Quem fez isso seria muito cruel. Eu juro que à partir de hoje eu nunca mais vou ser o mesmo.

~Flashback off~

Não me alegrava nada lembrar desses momentos, preciso ocupar minha mente. Resolvi sair um pouco de casa.
- Aonde vai? – perguntou se arrumando para sair também.
- Espairecer. – respondi. – E você?
- Vou com Josh. – ela disse sorrindo.
- Divirta- se. – falei dando um aceno e saindo. Antes de chegar ao carro pude observar que estava em pé na varanda me encarando, seus olhos estavam aparentemente inchados. A encarei preocupado e pude ver que ela apenas sussurrou:
- Fique bem, meu amor. Você não suportaria a verdade. – assim que ela sussurrou, voltou para o quarto e fechou as cortinas. Fiquei grilado com aquilo, mas um motivo para me divertir.

Pov.

- Fique bem meu amor. Você não suportaria a verdade. – sussurrei para ele e pude perceber que ele havia entendido. Voltei ao meu quarto e joguei- me na cama. Já tinha confirmada com para ela vim correndo para cá e não demorou muito a companhia tocou.
- Já vai. – falei descendo as escadas em frações de segundos.
- Oi . – disse me dando um beijo na bochecha.
- Olha antes de você me falar o que tem que falar, quero entrar logo naquele quarto. – falei animada.
- Nós não vamos entrar lá. – ela disse segura.
- Como não? – perguntei.
- você não suportaria ver o que tem ali. – ela disse se sentando no sofá.
- Ainda não entendi. – me acomodei ao seu lado.
- você tem que parar de revirar essa história.
- Como assim? Uma hora você fala para eu descobrir tudo e de uma hora para outra diz para não tentar. – me descontrolei.
- eu descobri tudo, e se eu fosse você pararia com isso. – disse se levantando e me abraçando.
- Não encosta em mim. – falei.
- Por quê?
- Porque sua história está ali dentro. – falou nervosa.
- ...
- você deveria para de culpa- lo.
- Vai defender ele novamente? – perguntei.
- Vou porque agora eu sei que é o verdadeiro culpado aqui. – disse tentando se controlar.
- E quem é esse ser?
- Você.

Capítulo 24

Pov.

- Chega, eu não aguento mais todos me criticando e principalmente você. – nesse momento eu já estava nervosa.
- Você não gosta de ouvir a verdade, esse é o seu belo problema. – disse sorrindo.
- Isso não é a verdade.
- Tenho que afirmar que a culpa também não é só sua, tem seus primos.
- Primo, nunca teve nada a ver com isso. – a defendi.
- Ele mata por obrigação e você por divertimento.
- Claro. – debochei. – Passei aquele tanto de tempo em uma clinica com vontade de ficar isolada de todo mundo. – fui irônica.
- Quer saber. – me olhou bufando de raiva. - Cansei dessas suas loucuras, desse seu planinho de vingança. Faça mil favores , cresça e haja como uma pessoa madura.
- Queria ver você aqui no meu lugar se ficaria calma sabendo que a qualquer hora pode estar morta. – fui sarcástica.
- Um conselho básico. Se você quer continuar viva, para de se meter em confusão e bater de frente com ele.
- Ai que inferno , me deixa em paz.
- Não vou te deixar em paz. Eu quero que você tenha a plena consciência dos seus atos.
- Eu tenho. – gritei com ela.
- Não tem.
- Some da minha vida. Quer saber, volta para o Brasil e some de vez.
- Agora que eu vou com você e seus primos para Worcestershire. – ela disse convencida.
- Fazer o que lá? – ri. – Eles te odeiam.
- Eu vou e não adianta me impedir.
- Ótimo, só não chegue perto de mim e não me dirija à palavra.
- Isso quer dizer que...
- Nossa amizade acaba por aqui. – a interrompi.
- Não acredito no que eu ouvi.
- Pois eu acho melhor você ter ouvido direitinho.
- Você só pode estar brincando. – me olhou séria.
- Nunca falei tão sério.
- Eu só quero te ajudar. – ela veio até mim e fez sinal de que iria me abraçar só que eu me afastei.
- Me culpando por tudo não estar ajudando em nada.
- Então essa é a sua decisão?
- Por enquanto sim.
- Não tem por enquanto, ou você é minha amiga ou não é.
- Não sou então. – falei seca.
- Não pense que eu vou deixar você em paz.
- Ok.
- Eu quero que você mude, e que seja para melhor.
- Vou tentar. – revirei os olhos e bufei.
- Deixa de ser grossa .
- Se acha que me chamando pelo meu apelido vai me fazer mudar de ideia está muito enganada.
- É assim agora? – me perguntou incrédula.
- Como eu sempre gosto de falar. É assim as coisas acontecem assim, entendeu?
- Claro, . – quase me matou com os olhos.
- Perfeito. – dei um leve sorriso.
- Deixa eu te ajudar, por favor. – falou se ajoelhar aos meus pés.
- NÃO.- explodi de raiva. – Eu quero tentar sozinha, eu quero fazer sozinha. Eu quero pelo ao menos uma vez na minha vida resolver um problema meu sem a ajuda de ninguém.
- Ser independente? Está ai uma coisa que você nunca vai conseguir ser. – ela disse debochando.
- Tenho pena por você não acreditar em mim.
- , me livre dessas suas encenações.
- Está insinuando que eu não posso ir até um psicólogo e marcar uma consulta, sentar na sua cadeira e passar uma hora e meia falando da minha vida e ele me dando dicas?
- Praticamente sim. – ela respondeu. Que ódio dela.
- Até parece que eu não tenho pernas.
- Você não vai conseguir isso se ninguém te apoiar. Eu não apoio e seus primos muito menos.
- Posso muito bem fazer isso sozinha, não preciso de você e nem deles.
- Não pode. Você sempre teve alguém que fizesse tudo por você, como é mesmo “Agatha pega minha sandália. Agatha faz isso ,faz aquilo”.
- Não é verdade. – para tudo, minha amiga está me humilhando?
- Você sempre foi mimada, sempre teve tudo o que quis. Todos os garotos aos seus pés.
- Para de falar besteira . – tentei me defender.
- Mas o que eu mais gosto de falar é que o que você sempre quis nunca deu a mínima para você.
- Porque ele é um imbecil.
- Imbecil é você que continua derretida de amores por ele, enquanto o mesmo que te ver partindo dessa para melhor ou pior.
- Ele tem seus motivos. – eu estou defendendo ele?
- E você também tinha quando matou a “Mulher da vida dele”.
- Eu vi ela na cama com o , lembra que nessa época eu estava enfrentando problema na minha família?
- Não explica o fato de você ter matado ela.
- Eu tinha quatorze anos e prestes a me casa com meu primo idiota que havia me humilhado.
- Você sabe o quanto ele sofreu, isso te fez mais feliz em ? – ela perguntou fervendo de raiva.
- Uma felicidade de mais ou menos não ter passado quatro anos da minha vida ao lado dele.
- E um mês para querer estar ao lado dele de volta.
- Para de debochar, me deixa em paz.
- Só quando você esquecer ele.
- Me perturbe pelo resto da minha vida.
- Não acredito que eu ouvi isso. – ela disse como se fosse tortura saber que eu ainda amo a besta do .
- Acredite se quiser.
- Cada louco com seu problema. – riu.
- Suas malas podem ficar no meu quarto. – tentei me livrar desse assunto nada conveniente. – E tem um colchão ao lado da minha cama e cobertas em meu guarda- roupa.
- E nossa conversa?
- Acho que já deixei bem claro minha decisão.
- Sim. – ela se convenceu finalmente. – Só espero que não a mude, porque para mim não tem mais volta.
- Pode confiar em mim. – falei.
seguiu com as malas para o quarto e eu fui beber água na cozinha. Eu nunca havia brigado com ela assim, também foi à primeira vez em que eu me impus sobre meus problemas. Sabe aquele momento em que se abra a geladeira e para pensar na vida?.. então. Olhei para o relógio e ia marcar duas da manha. Sinceramente não sei porque eu olhei. Peguei a garrafa de água e coloquei sobre a bancada, abri o armário para pegar o copo quando uma caixa de cereal vem junto.
- Droga, droga. – resmunguei porque teria que limpar tudo. No meio dessa sujeira havia uma chave. – Estranho, uma chave dentro do cereal. – antes de guardá- la vi que um papel também havia caído. – Fique de olhos abertos... Ele estará em lugares que você menos espera. – li em voz alta.
- . – falou em voz alta.

pov.

- . – chamei ao encontrar agachada no chão. – . – a chamei novamente.
- Oi. – ela se levantou bruscamente e parecia assustada.
- Algum problema? – perguntei.
- Nã... Nehu... Está é, tudo bem. – ela tropeçava nas palavras.
- E o que faz aqui a essa hora da noite? – perguntei enquanto encarava o chão.
- Tive sede então decidi vim beber água. – ela estava encostada no balcão e me olhava nervosa.
- Por que está nervosa?
- É que eu levei um susto quando ia pegando o copo e a caixa de cereal veio junto.
- Então por isso o motivo da sujeira? – perguntei como se não fosse óbvio.
- Sim. – eu achei que ela teria uma resposta bem mais elaborada como “não, um furacão veio aqui só para comer cereal” ou “claro que não, eu gosto de pegar caixas de cereais e jogar tudo no chão para depois ir limpar”.
- Hum. Pode deixar eu limpo aqui.
- Nada disso eu que sujei eu que limpo.
- Eu já falei que eu limpo. – fui mais agressivo com o tom de voz.
- Nossa, foi mordido hoje? – ela perguntou debochando.
- Para. – a encarei e ela me olhou incrédula.
- Ok, já vi que tem gente de TPM hoje. – se desencostou da bancada, foi à área de serviço e voltou com uma vassoura e uma pá.
- Por que não aproveita e tenta sair voando? – não pude deixar de irritar ela. bufou.
- Anda empregado. – ela deixou jogou a pá e a vassoura no chão.
- Na minha mão. – pedi.
- Não. – ela respondeu. – Você não quer limpar? Então você que pegue, não sou sua empregada. – ia saindo mais a segurei pelo pulso.
- Por que quando eu tento ter um laço de amizade, você sempre dificulta?
- Se não debochasse de mim ou me irrita- se.
- Com você nem rola conversa né?
- Você sabe muito bem que e a gente não serve para ser amigo.
- Você tem razão. – a soltei.
- Eu sei. – ela disse vitoriosa e subiu as escadas correndo. Cansei dela sempre sair por cima, agora vamos descer montanha abaixo .

Capítulo 25

Pov.

A cá estou eu, sentada em minha cama e encarando essa maldita chave. Infinitas possibilidades do que ela abria passavam pela minha mente. Fiquei encarando a chave até que me dei conta de que já estava de manha. Desci as escadas e encontrei e tomando café.
- Princesa caiu da cama? – ele disse debochando.
- A única coisa que eu queria que caísse agora era você de um penhasco. – retruquei.
- Que mau humor em, parece que nem dormiu a noite. – disse.
- Você tem toda a razão. – falei me sentando ao lado de .
- Com essas olheiras está parecendo uma bruxa mesmo. – debochou novamente.
- Se você gosta desse seu lindo rostinho é melhor não falar mais nada. – a olhei com raiva.
- Bom dia. – disse aparecendo na cozinha com uma felicidade imensa.
- Bom dia. – e responderam educadamente.
- Dia... – falei.
- Planos para hoje? – ela disse tentando puxar assunto.
- Ficar em casa. – me manifestei.
- Resolver alguns problemas. – respondeu.
- Ver uma pessoa. – falou.
- Não vejo a hora de nos mudarmos. – se sentou na minha frente.
- Não vejo a hora de completar 18 anos e me livrar de todos vocês.
- Nós também te amamos . – foi irônica.
- Dispenso o amor de vocês. – levante- me da mesa sem ao menos tocar em nada.
- Onde vai? – perguntou.
- Ao banheiro. – respondi sem a mínima vontade.
- Fazer? - perguntou e eu a olhei com reprovação.
- Abrir a cama secreta. – bufei. – Acabei de receber essa missão do Harry Potter que não deu conta do recado. – sorri.
- Interessante, não precisa de ajuda? – perguntou.
- Não porque eu sei me virar sozinha. – sorri e subi para meu quarto.
- Nunca pensei que veria você tratando sua amiga assim. – disse adentrando o quarto e me encarando surpreso.
- Sempre tem a primeira vez.
- Certo. – dei atenção a arrumar o quarto enquanto ele continuava parado me encarando. – Não tem nada para fazer não? – perguntei.
- Até tenho, mas precisa de outra pessoa. – ele me encarou de cima abaixo.
- Interessante aposto que é com alguma daquelas que você pega na rua.
- Que eu me lembre, eu não lhe peguei na rua.
- Oi?! – o olhei incrédula.
- Oi. – ele repetiu.
- O que foi que você disse? – perguntei.
- Falei “oi” se não escutou. – riu.
- Ai com licença, não tenho tempo de ouvir suas idiotices.
- Miley querida, convenhamos que tempo você tem de sobra.
- Mas paciência não.
- Pois dev...
- Sério que vai começar com esse “Pois devia”. – o interrompi. – Acho que já está na hora de trocar de roteiro, não acha?
- Não quando a história continua a mesma.
- Se você gosta de me irritar, parabéns, você conseguiu.
- Obrigada, mas retire o “parabéns” porque hoje nem é meu aniversário.
- Nossa você deveria trabalhar em um circo de tão engraçado que é. – debochei.
- Você poderia parar de me zoar?
- Você poderia me esquecer de vez.
- Poder posso só não estou com vontade. – ele se aproximou ficando a centímetros de mim.
- Que ótimo. – gargalhei. – Agora eu preciso esperar pela sua boa vontade?
- Por que não pode?
- Só posso ter colado chiclete na cruz. – levei uma mão à testa.
- Não se crucifique por isso.
- Como não? – o encarei. – Já ouviu falar que cada um tem seu inferno astral? O meu só pode ser você.
- Pelo ao menos concordamos em algo. – agora ele já estava perigosamente perto.
- Pode me dar licença?
- E se eu não quiser?
- E o que você exatamente quer?
- Não é bem óbvio?
- Desculpa mais ainda não aprendi a ler pensamentos.
- Como você é lenta. - sem ao menos ter tempo de responder eu e ele já estávamos nos beijando. Ele segurou minha nuca com força trazendo- me para mais perto dele, roçou nossos lábios e partiu para um beijo mais profundo. Tentei não ceder, mas foi impossível, pois ele pressionou seus lábios com força contra os meus. Sem ao menos perceber levei uma de minhas mãos até sua nunca e arranhei de leve e senti ele se arrepiar. Depois de alguns minutos, senti- o apertar minha cintura muito forte sujeito a deixar marcas no local, morder meu lábio inferior e puxar meu cabelo com força.
- Está... me... machucando. – tentei para o beijo mais foi quase impossível. – Está me machucando. – o empurrei e ele me olhou incrédulo.
- Achei que estivesse gostando. – sorriu.
- Est... quer dizer não. Você estava me machucando. – me atrapalhei.
- Mas estava gostando.
- Claro que não, apenas fui pega de surpresa.
- Mas...
- . – o interrompeu. – Preciso que você venha comigo. – ela aparecia aflita.
- Não está vendo que estou ocupado agora. – ele não falou. Ele gritou.
- Deve ser importante. – me intrometi.
- Ninguém pediu sua opinião. – ele falou arrogante.
- Mas eu dou mesmo assim porque ninguém me impediu.
- Deix...
- Parem vocês dois. – gritou. – É muito importante.
- E o que de tão importante é isso? – ele perguntou.
- Um detetive está lá embaixo querendo conversar com você. – falou quase como um sussurro. Não sei por que mais me deu uma imensa vontade de rir dele.
- Finalmente a máscara caiu. – falei me segurando para não cair na gargalhada. Recebi o olhar de fúria dos dois. – Desculpa. – claro que eu não pedi desculpa de verdade.
- Eu vou lá. – ele ia saindo quando parou na porta. – Ainda temos muitas coisas para conversarmos. – piscou para mim.
- Como assim, coisas para conversarmos? – perguntou.
- Sinceramente, nem eu sei. – não entendi nada sobre essas “coisas para conversamos”. Dei atenção a bagunça de meu quarto. Fui ao banheiro arrumar algumas coisas em minha bolsa, quando voltei para o quarto encontrei o detetive e me olhando.
- Pois não. – falei.
- Posso lhe fazer algumas perguntas? – o detetive perguntou.
- Sobre? – perguntei desconfiada.
- Um assassinato que ocorreu á algum tempo. A mãe da vitima disse que antes de sua filha morrer você a procurou. – ele falou e vi quase gargalhar.
- Sim, procurei. – falei e rapidamente a expressão de mudou.
- Então você chegou a ver o menino que supostamente estava namorando ela e que é o principal suspeito pela morte dela? – encarei e dei um sorriso malvado.
- Pelo que eu me lemb...
- Ela não viu. – me interrompeu.
- Como sabe disso? – detetive perguntou.
- É como sabe? – repeti a pergunta. Agora eu quero o ver sair dessa.
- Por que não se pode confiar nela.
- E por quê? – o detetive continuou a interrogar.

Pov.

Matando a por pensamento. Como ela faz isso comigo? Só porque eu estava disposto á largar tudo para ficar com ela. Iriamos conversar sobre isso, mas não, ela sempre tem que estragar com tudo.
- Porq... – fui interrompido pelo toque do celular do detetive.
- Só um momento. – ele disse e saiu do quarto. foi acompanhá- lo mais a segurei pelo braço.
- Ficou louca? – perguntei.
- Sim, cansei desses seus joguinhos de uma hora querer me beijar e outra não me querer viva. – ela estava séria. – Tomara que agora você dance e que esse detetive descubra o que você fez com aquela menina, comigo e talvez com outras.
- Você não tem jeito mesmo. – a segurei mais forte. – Só por que eu tinha pensando em deixar tudo para trás para ficar com você.
- Como? – ela perguntou confusa.
- Sério eu tinha pensado bastante sobre isso, em fazer você sofrer, mas agora eu acho que você merece e bastante.
- Não dou a mínima se você ia ou não parar de me perturbar. – me olhou.
- Eu sei que você ai no fundo, se importa e ainda me ama.
- Amo mais posso deixar de amar. – ela se soltou. – Sabe por quê? – balancei a cabeça negando. – Porque eu sou forte o bastante para isso, porque eu não nasci para ficar presa a uma pessoa que só deseja meu mal. – percebi as lágrimas rolarem em seu rosto. – Eu sempre pensei que não fosse capaz de amar outro alguém que não era você. – ela suspirou. – Mas eu acho que agora me dei conta de que você nunca seria capaz de me amar. Porque na sua mente eu sou um brinquedinho que você movimenta do seu jeito.
- Não fala isso. – a repreendi. – Você não sabe o que está falando.
- Sei sim. – ela serrou seu olhar no meu. – Porque agora talvez eu saiba, que em algum lugar no fundo da minha alma que o amor nunca dura e temos que arranjar outros meios de seguir em frente sozinhos, mesmo sabendo que isso irá machucar o coração. – ela chorou ainda mais. - Eu sempre vivi assim, mantendo uma distância confortável de você até agora. Eu tinha jurado a mim mesma que eu estava contente com a solidão, até eu vim morar aqui e me encontrar novamente com você e minha vida virar de ponta cabeça.
- Quer dizer que você nunca namorou ou disse um “eu te amo” a outro?
- Disse, mas nenhum deles foi verdadeiro, porque quem eu amava não estava comigo, porque em eu amava me humilhou, porque quem eu amava, gostava de outra.
- Mas agora eu vou ficar com você. – segurei seus dois braços e encostei nossas testas.
- Pena que você percebeu isso tarde demais. – a encarei com os olhos marejados. É eu vou chorar.
- Você tem noção do que está falando? - quase gritei com ela.
- Tenho. Eu sei que estou deixando você partir, mas isso é o certo. – ela se soltou.
- Mas eu gosto de você.
- E o que adianta a gente ficar junto sendo que eu o AMO e você simplesmente gosta de mim. – ela enxugou as lágrimas. – O que adianta eu amar por duas pessoas?
- Mas...
- Não tem mas. – me interrompeu. – Você nunca vai me amar, porque ainda ama aquela que n...
- Não quero entrar nesse assunto.
- Claro, você não suporta a verdade.
- Então quer dizer que você está desistindo de mim, quer dizer de nós? – perguntei.
- Nunca existimos, sempre existiu eu e eu.
- entende. – a abracei. – Eu estou largando tudo, estou disposto a tudo por você eu juro Mimi.
- Problema é seu. – ela foi arrogante. – Cansei, sabe cansei.
- Eu nunca quis que tudo terminasse desse jeito, mas você tem a incrível facilidade em transformar um céu azul em cinza.
- Não pense que essas suas palavras iram me afetar. – a soltei.
- Eu acabei de jurar que faria o melhor para mudar, mas você não se importa não é?
- Isso mesmo. – ela me encarou. – Sabe qual é o seu problema? Só saber dar valor quando perde.
- Você está me magoando.
- Sabe o que aconteceu? Você acordou e percebeu que não pode ter mais meu coração.
- Eu só quero que você saiba uma coisa. – enxuguei minhas lágrimas e deixei a raiva passar por cima do meu amor. – Se você não é minha, não será de mais ninguém.
- Suas ameaças não me atingem.
- Você ainda me ama , admita isso. – falei com tom de vitória.
- Amo, mas posso me apaixonar por outro.
- Não, não pode, porque não tem ninguém aqui para me substituir.
- Não cante vitória antes do tempo. – ela falou e bateu a porta.

Capítulo 26

Pov.

Vazia? Essa seria a palavra para me descrever nesse momento. Sim eu estava vazia, como seu tivesse despejado tudo que havia dentro de mim em algum lugar. Não sei descrever se eu estava feliz ou estava triste. Mil perguntas vagavam pela minha mente, “ele mudaria por mim” “mais ele não me ama” “ e se eu desse uma chance?” “mais agora é tarde demais”, pensei. Ele transparecia sinceridade em cada palavra dita, mas meu orgulho falou mais alto e minha raiva. A partir de hoje irei começar uma nova vida, sei que será difícil, pois a cada instante que eu me viro, ele está lá me encarando. Mas eu ainda tinha uma certeza, eu o amava e como amava.

Pov.

Sentando no chão de seu quarto chorando igual a uma criança que perde seu brinquedo favorito.
Olhei para sua mesinha e ali havia um pequeno caderninho, decidi lhe deixar um recado.
“Esse tempo, esse lugar, tantos erros meus, tantos erros nossos, grandes desperdícios, mas agora parece ser tão tarde para tentar. E afinal, quem eu sou para te fazer esperar até decidi lhe amar? Apenas uma chance, apenas um suspiro, porque você sabe que eu posso te fazer feliz, porque você sabe que dentro de mim em alguma parte te deseja intensamente. Mal brigamos e eu já sinto sua falta, eu sei que estive tão longe, mas agora eu acho que voltei atrasado para nosso encontro. Eu ainda continuo sonhando que você está comigo e quando eu acordar e me virar na cama, você estará lá dormindo calmamente como eu sempre sonhei e você não iria embora. Se tiver alguma chance, de joelhos eu pedirei uma última dança, porque eu sei que com você eu resistiria a todo o inferno para apenas segurar sua mão e dizer que tudo iria ficar bem. Você não sabe o que eu deixei para ficar com você. A cada ameaça eu sentia um pedaço de mim se quebrando como algo frágil. A cada vez em que eu ouvia ou lia algo sobre sua vingança contra mim, me senti mais culpado por tudo. Só lhe peso para me mostrar o caminho certo que eu lhe seguirei sem nenhuma opinião porque você é a luz que me mostra o fim do túnel. Se eu sou tão errado é porque tive meus motivos. Por favor não me diga “siga em frente” pois realmente eu não saberei para onde ir. Eu estou quebrado, você percebe? Isso tudo é meio romântico, me de apenas uma chance de aprender a te amar que eu nunca irei te decepcionar. Fui um lerdo em não perceber que você me amava , depois que li seu diário todo (desculpa) encontrei frases como “eu gostaria de te sentir, de te ouvir cochichar algo em meu ouvido e me fazer arrepiar, mas tudo não passa de um sonho.” Fale comigo pela ultima vez, não me deixe aqui sem resposta e me desculpa por tudo.”
Terminei de escrever e sai dali, não quero lembrar de tudo novamente.
- , viu a ? – perguntei enquanto me sentava ao seu lado.
- Ela passou toda chorosa por aqui e nem falou nada.
- Hum.
- Seus olhos estão inchados. - ela comentou.
- Eu estava chorando.
- Você contou a ela? – ela me perguntou perplexa.
- Só a parte em que eu desisti de tudo.
- Não fica assim, você vai ver que logo tudo vai se ajeitar. – me acolhi em seu abraço.
- Espero.
- O que você disse para ela ficar assim?
- Eu disse que não amava ela.
- Mas você a ama?
- Não sei, é muito complicado, estou confuso com tudo.
- Entendo.
- Mas ela não me ama mais. – fiquei aos prantos.
- Ama sim. – levantou meu rosto para encara- la. – Ela te ama só que agora o orgulho anda falando mais alto.
- Não me ama, ela não me ama, ela me odeia.
- Ela não te odeia.
- Mas vai me odiar quando descobrir tudo.
- Eu acho melhor ela ouvi de você do que de outra pessoa.
- Que outra pessoa?
- .

Pov.

Já estava à noite quando decidi voltar para casa, felizmente ela estava vazia. Subi para meu quarto e encontrei um bilhete, nem preciso comentar de quem era.
Li e reli o mesmo mil vezes, eu não acreditei no que estava escrito ali. Isso só me fez chorar ainda mais. Decidi então escrever um para ele também. Coloque aqui para tocar.
“Faça o seguinte. Vá até a cozinha, pegue um copo de vidro, agora o jogue no chão, olhe para ele e peça desculpa, agora veja se ele se concertou e pense que ele é meu coração. E ai? Ele juntou os pedaços, não, ele ainda continua quebrado é assim que eu estou. Um simples “desculpa por tudo” não muda nada e sim você percebeu isso tarde demais. Eu ainda te amo, mas agora é hora de dizer adeus. Adeus meu ex- amor, eu tenho que ir, eu não posso esconder meus sentimentos, eu tenho que deixa- lo sozinho, mas sempre saiba eu te amei tanto, mas do que eu mesma. Adeus olhos que um dia já foram fonte de inspiração para minhas poesias, adeus raios de sol, adeus sorriso que um dia já foi motivo do meu, quero apenas que cuide de si mesmo. Sim, você já acalmou as tempestades. Eu poderia ficar aqui com você e esquecer tudo, mas eu simplesmente não consigo. Não se preocupe, eu pedirei as cações de ninar para me fazerem dormir nessa noite tão sombria. Eu vou quebrar seu coração mais ainda, mas... Eu quero que se afaste de mim, se não eu irei lhe magoar mais. Não me dirija a palavra, não me olhe, me deixe em paz. Me deixe quietinha em meu canto, feche a porta pois eu não quero ser lembrada e nem ouvida, deixe- me fazer companhia a solidão. Apague a luz e tranque a porta, minha mente e meus sentimentos estão tão sombrios como o céu está noite. Você terá sua chance de se explicar, mas não irei voltar atrás com a minha decisão, irei te deixar hoje.”
Por mais que isso tenha doido em meu coração foi o certo. (pare a música)
Fui até seu quarto e coloquei o bilhete em sua cama. Voltei ao meu e percebi que chovia, sentei- me na cama e esperei- o chegar, com certeza ele viria conversar comigo.

Pov.

Cheguei em casa já era de madrugada. Tudo estava apagado, com certeza já teria ido dormir.
Fui ao meu quarto e tomei um belo banho, ainda chovia lá fora. Quando voltei encontrei um bilhete em minha cama.
- . – murmurei enquanto começava a ler. – “adeus” “ me deixe sozinha” “terá a chance de se explicar, mas isso não vai mudar minha decisão”. – sai em disparada para seu quarto. A porta estava entre aberta e ela sentada em sua cama de costas encarando a chuva que caia. Ela vestia um pijama e seu cabelo estava preso em um coque frouxo. – ... – entrei e me sentei atrás dela. – Me escuta, por favor. – falei e ela apenas se virou.
- Fala. – ela foi seca.
- Vou começar. – respirei fundo. – Á algum tempo atrás, eu era apaixonada por uma garota que não me dava à mínima. – bufou. – Mas mesmo assim eu ainda a amava. Tinha uma prima que eu sempre soube que morria de amores por mim, só que ela era impulsiva, mimada e chata. Nunca dei bola a ela, apenas a tratava como uma amiga. – ela prestava atenção. – Certo dia, eu fiquei sabendo que ela havia contado para “a garota que eu amava” que eu tinha um abismo por ela. – deu um leve sorriso. – Então eu fiquei com muita raiva dela e decidi me vingar fazendo aquele vídeo e te humilhando na frente de todos. – sua feição voltou a ficar triste novamente. – E eu consegui. Depois disso, eu nunca mais tive noticias dela. sempre me falava que você estava em um internato na Suíça e eu acreditava. – ela franziu o cenho. – Naquela época você tinha doze anos e eu quatorze. Depois, a me deu a noticia de que você tinha voltado “do internato” e que eu deveria pedir desculpa pelo o que eu tinha feito. Eu então concordei só que teve um problema que eu não sei qual foi que não me deixou ir. – ela me olhou assustada. – Em uma segunda eu recebi um telefonema de dizendo que “a garota que eu amava” iria vim morar conosco e claro que eu quase tive um ataque quando descobri. – rimos. – Uma semana depois disso, foi o dia em que iria chegar com ela. Eu tinha apenas dezesseis anos e um garoto inseguro. Nesse dia eu já tinha tomado acho que uns cinco copos com açúcar e vários calmantes. – ficou surpresa. – Só que quando chegou eu notei que “a garota” não estava com ela, então eu perguntei o que havia acontecido e apenas me disse que ela nunca mais viria. Claro que eu insisti e veio à bomba. – respirei fundo e fitei o cobertor. – Ela tinha morrido.
- Eu, eu... – começou a chorar repentinamente.
- Calma. – a abracei. – Me deixa continuar minha história de vida. – rimos.
- Tudo bem. – ela falou se soltando.
- Tive que me conformar com isso. – agora vem à parte que eu mais detesto. – Três anos depois, veio com a noticia de que seus pais tinham morrido e ela ficaria como sua tutora. Não liguei muito até... – fiz uma pausa imensa.
- Até... – repetiu.
- Eu. – respirei. Agora é a hora da verdade. – Descobrir que não era realmente quem eu pensava ser.
- Não entendi. – ficou confusa.
- Algumas semanas antes da sua chegada, eu ouvi conversando com o senhor , fiquei muito confuso com tudo, até a noite ela vim em meu quarto e me dizer que... – deixei algumas lágrimas rolarem. – Ela tinha sequestrado meus pais e a única maneira de mantê- los vivos era te matando. – me encarou surpresa, passou o dedo em minhas lágrimas para secarem. – No começo eu não aceitei, até que ela me levou até onde eles estavam presos e me mostrou o que acontecia com eles a cada vez em que eu não obedecia a uma ordem sua. Eu não tive outra escolha a não ser fazer tudo o que ela queria. Só que o que me impressionou foi quando ela disse que não teria apenas você para “matar” e sim outras meninas.
- Nossa, eu não sei o que dizer. - fitou o coberto.
- Eu só ainda não sei o porquê dela querer fazer isso com você.
- Meu dinheiro? – ela perguntou.
- Não, ela não precisa de dinheiro, mas tem algo muito estranho.
- É melhor deixar isso quieto. – ela parecia aflita por dentro.
- o que você sabe?
- Eu de nada.
- Continuando. Eu desisti de tudo isso por você, por ver você sofrer, eu não aguentava mais isso.
- Por que você desistiu por mim? Você nem me ama. – encarei seu olhar e ele estava triste.
- Não sei. – mentira, eu sei sim.
- Imagina o que ela pode fazer com seus pais.
- Eu cansei de tudo, e o pior é que já tinha uma nova garota.
- Ela é um monstro.
- Eu sinto tanta falta da “garota que eu amava”. – falei besteira. me encarou, seus olhos ficaram marejados e ela saiu correndo do quarto. Sem nem pensar eu a seguir. – Espera .
- Não. – ela gritou e foi em direção à porta e saiu na chuva.
- Desculpa. – agora estávamos no meio da rua e chovendo.
- Você leu a primeira parte do bilhete? – ela perguntou ainda de costa para mim.
- Sim, mas...
- Então eu estou desse jeito.
- O que eu posso fazer para concertar?
- Nascendo de novo. – ela continuou andando na rua.
De repente eu senti um vazio tão grande em mim, era como se cada passo que ela desce eu perdia ela. Uma dor no meu coração surgiu e eu comecei a chorar do nada. Flashes começaram a passar na minha mente. Lembrei de toda vez em que eu viajava para o Brasil antes da nossa briga, como ela me ajudava dormi quando eu tinha medo do escuro, quando ela fingia estar triste só para me fazer companhia, quando ela dizia que me amava. E agora eu estou deixando partir uma pessoa que sempre me amou. Quando dançamos no quarto dela sem nenhuma música foi à primeira vez em que nos beijamos. De toda vez em que eu chego perto dela meu ar falta, em encarar seus olhos e vê- la sorrindo, eu só podia estar amando ela.
- . – corri até alcança- la. – Eu te amo.

Capítulo 27

Pov.

- .- ele me alcançou. – Eu te amo. – três palavras para fazer ficar estática sem reação nenhuma. – Eu te amo tanto, só nunca percebi isso.
- Tarde d...
- Não diga isso, por favor, eu, eu estou sofrendo. – ele me abraçou.
- Você só está fazendo isso porque me magoou. – falei seca.
- Não. Eu te amo. – encostou nossas testas e segurou meu rosto. – Eu sinto que estava te perdendo. Eu perco o ar quando estou com você. Quando dormimos juntos eu estava tão feliz. Toda vez que nos beijamos eu sentia borboletas no meu estomago. – não falei nada, parecia que o ar tinha desaparecido. – Fale comigo. Eu quero te sentir. Eu quero te ouvir. – ele levou sua boca até meu ouvido e começou a sussurrar. – Você é a luz que está me guiando para um lugar onde eu encontrarei a paz novamente. – senti lágrimas escorrerem, só posso estar sonhando. – Você é a força que me faz andar. Você é a esperança que me faz confiar. Você é meu proposito, você é simplesmente meu tudo. – ele deu uma pausa. Pude ouvir alguns soluços vindo dele. – Você me dá repousou. Você pode segurar minha mão e me levanta. Você roubou meu coração. – ele passou seus braços em minha cintura. Apoiei os meus em seu ombro. – Você é simplesmente tudo o que eu quero.
- Eu posso ter sido fria, sem coração, dura. – sussurrei. – Mas você sabe que com você não é assim. – senti ele me apertar mais. – Há uma menina, que se importa, atrás dessa parede e que você simplesmente atravessa. – respirei. – Você sabe que eu te perdoaria. – o senti sorrindo. – Você sabe que não está sozinho. Eu estou aqui, sempre estive. – o abracei mais forte. – Eu ainda te amo. Tanto, tanto. Eu só preciso de você agora, só isso.
- Eu quero você agora. – disse ele.
- Eu preciso de você. – falei.
- Eu desejo você.
- Eu estou aqui. – falei.
- Eu também.
- Você sabe que eu serei sua vida, sua voz, seu coração, sua razão de me amar. – solucei. – Eu ainda de te amo, meu bebe.
- Minha princesa. – grudamos nossos lábios em um selinho demorado e depois partimos para um beijo. Foi simplesmente perfeito. Eu puxava de leve seus cabelos e ele minha cintura trazendo- me mais para si, se isso era possível. Logo tudo começou a ficar mais quente. Era como só existíssemos nós ali, naquele momento, ambos aproveitávamos o beijo como se fosse o último. Eu sentia uma emoção tão grande, meu coração estava acelerado igual a um carro de formula 1. Beijávamos agora com ardor, minhas mãos deslizando por seu corpo. Ele desceu os beijos para meu pescoço, eu deslizava as mãos em suas costas e comecei a dar leves arranhões, e o ouvi gemer.
- A gente está no meio da rua. – falei tentando desgrudar nossos lábios.
- Mas estava tão bom. – ele fez bico.
- Sim, mas não iremos transar no meio da rua.
- É mesmo, e até porque eu quero ir devagar.
- Também. – ele não respondeu nada. De repente me pegou no colo.
- Vamos antes que alguém fique doente. – dei um leve tapa em sua costas. – Outch, doeu.
- Se não fosse para doer, não tinha batido. – fingir estar brava.
- Nervosinha.
- Chatinho.
- Meu amor.
- Ainda tenho que me acostumar com isso.
- Por quê?
- Sei lá, não é meio estranho?
- Sim, mas tudo há seu tempo. – chegamos em frente a casa. – Pé direito. – rimos.
- Estamos molhando a casa inteira. – ri enquanto ele me colocava no chão.
- vai virar uma fera.
- É eu queria que ninguém ficasse sabendo. – falei e vi- o ficar triste. – Assim por momento que estamos meio que ficando. – ele bufou.
- Não estamos ficando.
- Sim, e...
- Estamos namorando. – ele disse. Fui pega de surpresa.
- Acho melhor tirarmos essas roupas. – mudei de assunto.
- você quer namorar comigo? – se ajoelhou. Que romântico.
- Ainda está vestido. – falei. ia subindo sem falar nada, apenas o segurei pelo braço. – O que foi?
- Nada. – ele respondeu seco.
- Posso tirar a roupa do meu namorado? Ou será que ele quer ficar gripado? - perguntei e vi um imenso sorriso aparecer em seu rosto.
- Claro que pode. – ele respondeu e senti um tom de malicia.
- Nada de segundas intenções. – levantei sua blusa.
- Ai como não, olha a namorada que eu tenho em casa. – fez cara de cão sem dono.
- Por favor. – tirei a minha. – Anda sobe banha e depois eu vou.
- Eu quero banhar com você. – me abraçou.
- De roupa? – perguntei e ele revirou os olhos.
- você fala como se nunca tivéssemos feito sexo.
- Mas agora é diferente.
- Por quê?
- Vai continuar me perguntando ou vamos banhar? Olha que eu desisto.
- Opa, a gente já era para estar dentro do banheiro.
Subimos e banhamos vestidos, tipo roupa intima, não maliciem. Claro que teve provocações, tanto da minha parte, quanto da dele. Foi quase impossível resistir, mas eu consegui. Vesti outro pijama e ele saiu para se vestir em seu quarto.
- Vamos dormir, vamos dormir. – ele falou cantarolando enquanto se deitava em minha cama.
- Santo, são quatro e meia da manha e você cantarolando. – sentei- me na cama e o encarei.
- Acostume- se, pois você vai ouvir isso até o fim da sua vida. – ele me puxou e envolveu seu braço em minha cintura. Anw vamos dormir de conchinha.
- Como?
- Você acha que não vamos nos casar?
- Não é muito cedo. – falei.
- Claro que não. – sorriu. – Já pensou a Jr. correndo pela casa.
- Só você mesmo viu.
- Sim, só eu. – se gabou. – Boa noite meu anjo.
- Boa noite meu amor.
Ele estava ali e isso o que importava. Em seus braços sempre foi o meu lugar, e espero que assim continue.

Pov.

Ela estava comigo isso já estava bom demais. Sim eu sempre a amei, só precisei de um toque de realidade. Agora ela era minha namorada, só minha, apenas minha. Ela sempre foi minha direção, sempre minha luz. Não consegui dormi. dormia feito um anjo, do jeito que eu tinha sonhado. O reflexo da lua batia diretamente em seu rosto, era como seu eu pudesse ver o céu estrelado todo ali. Finalmente tínhamos encontrado o amor. Senti uma lágrima cair e de repente um vento forte atravessar o quarto, uma sensação estranha percorreu meu corpo. E novamente eu senti que eu perdia a cada momento.
- Eu te amo. – sussurrei em seu ouvido. – Fica aqui comigo e eu irei lhe proteger. – puxei- a para mim e senti- a me dá um beijo na bochecha.
Uma coisa, algo muito ruim está por vim e eu posso sentir.

Capítulo 28

Pov.

O resto da semana passou rápido, digamos que foi muito romântico e engraçado. Romântico porque estou na faze de “minha pitchuquinha” “meu docinho” “minha princesa”. Sim, tem levado essa história de namoro muito a sério, não que eu odeie esses apelidos, mas faz tempo que eu não vivo um romance, ainda mais quando é com seu primo que á alguns dias atrás queria te matar e você o odiava. Isso dá até um livro, com o nome “A história de vida de – baseada em fatos reais”. Pulando a parte romântica entramos no universo da semana engraçada, sim foi engraçada porque nós dois tivemos que fingir brigas, ameaças, um pulando no pescoço do outro e quando acabávamos com o teatro, passávamos a noite comentando e rindo. Sim, a gente tem sérios problemas. Agora vem a parte que eu realmente não gostei, estou doente, depois daquela chuva peguei um leve resfriado que eu não dei a importância e que virou uma gripe forte. Ontem passei a noite no hospital me medicando, tive que aguentar e perguntando onde eu tinha arrumado uma gripe e toda hora me controlando na hora de tomar alguma coisa que esteja gelado, tomar os medicamentos na hora certa. A e tem uma grande novidade, eu vou agora a um psicólogo, se eu odiei essa novidade? Claro que sim. E quem me obrigou a ir? Se pensou na , errou, foi o próprio . Aceitei numa boa só para não magoar ele. Minha relação com...
- . – passava mão em frente ao meu rosto. – , amor.
- Oi. – despertei.
- Estava voando ai?
- Sim. – respondi.
- Pensando sobre o quê? – perguntou.
- Sobre a vida.
- A, que bom que eu ando ocupando seus pensamentos.
- Mas não se acha nem um pouco. – dei um leve tapa em seu ombro.
- É difícil ser gostoso e lindo ao mesmo tempo.
- E iludido também. – rimos.
- Ou essa magoou. – fez bico.
- E se eu fizer assim. – dei um leve selinho nele. – Passa?
- Só um pouquinho.
- E assim. – puxei- o para um beijo mais profundo que logo foi interrompido por certa pessoa.
- você viu... – parou na porta e nos encarou. – Meu salto que estava na área de serviço?
- Vi sim. – levantei- me. – Está aqui. – peguei- o e entreguei a ela.
- Bom, felicidade aos pombinhos e protejam- se se acontecer algo a mais. – rimos e ela saiu.
- Proteja... – cai no chão gargalhando.
- Nossa idiota. – ele revirou os olhos e se deitou ao meu lado.
- Imbecil. – virei- me para ele e fez o mesmo. O encarei.
- Com esse seu olhar parece que você está lendo minha mente.
- Bem que eu gostaria de poder fazer isso.
- Por quê?
- Você não acha estranho? Assim, uma hora você me odeia e não me ama ai depois estamos aqui deitados nos encarando e namorando?
- E você? Uma hora diz que não vai mudar sua decisão e agora estamos aqui, deitados nos encarando e namorando.
- O amor supera tudo.
- É, supera tudo mesmo. – repetiu.
- Eu sou gay.
- Como?!
- Achei que você ia repetir o que eu disse. – ri.
- Retardada.
- Ok então. – fiz menção em me levantar só que ele me puxou.
- Te amo, amo, amo, te amo muito. – ele fez uma trilha de beijos até chegar a minha boca.
- Amor como você é exagerado. – sorri.
- Repete.
- O que? Exagerado? – perguntei confusa.
- Não, a parte do amor.
- Amor, amor, amor, amor besta.
- Agora sou besta?
- Claro que não amor. – o abracei. Logo senti um aperto tão grande no coração, faltou ar, faltou tudo.
- algum problema? – perguntou aflito.
- Sei lá. – respirei profundamente.
- Quer conversar? – nos sentamos.
- Acho que sim.
- Então...
- Pode parecer besteira, mas eu sinto algo muito estranho desde que eu cheguei aqui. Até um tempo não aparecia, mas agora voltou com tudo. – fitei minhas mãos que estavam sobre minhas pernas.
- Como se algo ruim fosse acontecer? – ele perguntou.
- Sim, um aperto tão grande. Sabe quando está tudo dando muito certo e você desconfia.
- por que não pode dar certo? Seja otimista.
- Eu cansei de criar expectativas.
- Entendo.
- Vamos mudar de assunto?
- Não antes de eu falar que também sinto que a cada dia eu te perco. – vi uma lágrima em sua face e rapidamente o abracei.
- Vai ficar tudo bem. – claro que não vai. – Cala boca mente idiota. – falei alto.
- Em? – me encarou incrédulo.
- Nada. – nos soltamos.
- Vou banhar e arrumar as malas, Worcestershire nos aguarda. – me deu um leve selinho.
- Aguarda mesmo. – deitei- me no chão novamente e encarei o teto. Sabe que depois que eu comecei a ir ao psicólogo minha mente anda dando opiniões que eu não pedi. É sempre assim eu falo algo e logo minha mente vem e entra no meio. Um dia desses eu falei para Sofie que nunca mais ia voltar ser amiga da e a minha mente idiota meio que disse ou melhor me fez pensar “claro que vai, é só o tempo” e isso não é ruim, a pior parte é quando ela me faz pensar alto e acabo falando.
- Posso entrar? – me tirou de meu mundo.
- Já está dentro do quarto mesmo. – me levantei e a encarei.
- Quanto tempo vamos ficar nessa?
- Até o fim do mundo. – respondi.
- Desculpa vai. – pera me pedindo desculpas?
- Cadê seu orgulho?
- Deixei por que eu não quero ficar sem sua amizade. - me abraçou e ao mesmo tempo eu senti segurança e retribui o abraço. – Você está me abraçando.
- Eu sei.
- Então...
- Sim, você ainda é minha amiga, sempre foi. - nos abraçamos novamente. Olhei para a porta e estava em pé e sorrindo. Depois voltou ao seu quarto.
- Vamos dormir? Já está bem tarde e saímos amanhã cedo.
- Só vou beber água.
- Ok. – claro que eu não fui beber água. Fui até o quarto do meu namorado lindo.
- Posso entrar? – abri a porta e o encarei vestindo uma calça moletom e sem camisa. Péssima hora que eu vim.
- Claro. – ele sentou- se na cama e pegou um livro. Sentei- me ao seu lado.
- Um posso ver o livro?
- Sim. - me entregou o mesmo.
- Nossa o nome é bem diferente. – o livro tinha como titulo “Make Me Wanna Die” (você me faz querer morrer). – Conta sobre o que?
- Sobre um garoto que tinha um amor platônico pela sua vizinha que o esnobava e então ele decide se vingar dela matando cada pessoa que ela ama, depois a sequestra e mata ela. Depois de um tempo ele acha um diário dela que dizia que ela o amava, mas ele não ligava e se arrepende. E por isso que o livre se chama make me wanna die.
- Ele se arrepende e tem vontade de morrer por isso?
- Sim.
- Ele morre no final?
- Ainda não terminei de ler curiosa.
- Ok. – ficamos em silencio. – Bom só vim dar boa noite e dizer que você não vai poder dormir no meu quarto.
- A então você fez as pazes com a ?
- Sim. – sem eu falar nada, ele selou nossos lábios com muita precisão. Parecia que ele não me beijava há séculos. Deitou- me na cama ficando por cima de mim. – Pera, vamos parar antes que isso vá longe demais. – o empurrei.
- Essa é minha intenção. - ele deu um sorriso safado, voltou a colar nossos corpos e dessa vez foi direto ao ponto, minha boca. A beijou com tanta vontade que em pouco tempo eu estava sem ar. Ele apertava minha cintura, e eu tentava conter a nossa empolgação, mas não estava ajudando. Eu sentia o “amiguinho” dar sinais de vida logo abaixo da cintura e aquilo me fazia perder ainda mais o ar. Que se dane tudo que eu tinha dito, eu não estava mais aguentando as provocações dele. Agarrei- o pelos cabelos, e separei nossas bocas, levando a minha até o seu pescoço e beijando, passando a língua e mordendo só para ouvi- lo gemer baixinho no meu ouvido.
- larga seu namoradinho e vem dormir. – gritou do outro lado da porta. me encarou surpreso.
- Ela sabe? – sussurrou em meu ouvido. Não é hora, mas eu tive um colapso com isso. Arrepiei- me inteira.
- Eu não contei.
- Só porque estava tudo tão bom. - fez cara de cachorro que cai do caminhão de mudança.
- Eu sei, agora vai arrumar isso ai que eu vou dormir.
- Está me devendo uma. – ri.
- Pode deixar que da próxima vez. – fui até o seu ouvido, mordi seu lóbulo e o senti ofegar. Ponto para mim. – Vai ser bem mais interessante.
- Como assim?
- Só espero que você goste de vermelho e de striptse.
- Não acredito no que você está falando. – riu.
- Acho melhor acreditar. – o tirei de cima de mim.
- Eu quero um beijinho. – dei apenas um selinho. Sabe podemos nos animar de novo.
- Boa noite. – nem esperei ele responder, apenas sai do quarto. Voltei ao meu quarto. - Como descobriu?
- Sério que vocês acham que enganam com aquele teatro super engraçado que andavam fazendo. – riu.
- Ow sua besta. – a empurrei de leve.
- Pelo ao menos você está feliz. – deitamos e minha cama.
- Sinceramente , eu não sei por quanto tempo. – falei triste.
- Por que ?
- Eu tenho um mau pressentimento, eu sinto que a cada dia eu o perco.
- Estranho...
- Eu estou com medo que algo do passado volte a me atormentar.
- Você fala da “garota que ele amava”? – perguntou. Explicando, não gostamos nenhum pouco de comentar o nome dela, porque falar em coisa ruim o diabo aparece.
- Sim, eu acho.
- Mas que eu saiba você deu um fim nela.
- Estou começando a desconfiar disso.

Capítulo 29

Pov.

~Sonho mode on~

Você pode me sentir, eu sei que sim. Você pode- me ver chegando. Você sabe o quanto eu estou próxima. Você sabe que com um toque de mágicas eu posso acabar com sua vida. Eu conheço seus passos, eu vejo seus erros, não existe nada de novo. Onde você menos esperar eu vou estar. Chegou a hora da minha vingança, se prepare. Agora sua sobrevivência está em minhas mãos.
A voz conhecida ecoava em minha mente.

~Sonho mode off~

Acordei assustada com o sonho (lê- se pesadelo). Suava frio, minha respiração estava desconcertada, e uma forte dor de cabeça. Levantei- me com cuidado para não acordar , quando eu piso em algo no chão.
- Ai, ai, ai. – resmunguei baixinho. Curvei- me para pegar o tal objeto e era a chave que eu tinha encontrado na caixa de cereal. Guardei no bolso do meu pijama e decidi beber um pouco de água para me acalmar. Abri a porta com cuidado e segui no corredor. Passei em frente o quarto de hospedes, sinceramente aquele quarto te um imã que me atrai, meu coração falava “não entra, não tem nada de interessante” já meu subconsciente dizia “descobre logo de uma vez o que tem ai”. Coloquei a chave na fechadura e girei duas vezes e puff, a porta se abriu. Não tinha nada de diferente, era um quarto normal, com uma cama de solteiro, um guarda- roupa gigante, uma varando bem ampla, e um notebook. Claro que eu fui mexer no notebook, não nadei para morrer na praia. Liguei o mesmo quando me deparo com uma foto da minha inimiga na tela, engoli seco. Meus batimentos cardíacos estavam acelerados.
- Mantenha calma.. – falei para mim mesma. Abri a pasta de arquivos quando encontro uma pasta com o nome “lembranças da festa de dez anos da minha filha”. Abri e encontrei várias fotos dela com Carina. – Isso não está acontecendo. – senti que ia desmaiar ali.
Infelizmente cheguei a uma conclusão de que a minha inimiga, a ex- paixonite do meu primo era filha da minha tia. Ouvi alguns barulhos, mas felizmente era um galho que batia na janela conforme o vento o balançava. Sai às pressas, preciso pensar um pouco, quando do de cara com . Sorte que ele não viu de onde eu vinha.
- Fazendo o que acordada há essa hora? – ele me encarou. Calma, respira e inspira.
- Eu não estava, é conseguindo dormir, então fui beber um copo de água. – mentira mais bem elaborada do século. Mas eu ia mesmo beber água.
- Que dormir no meu quarto?
- Vou deixar a sozinha?
- Ela já é bem grandinha, você não acha?
- Nossa. – revirei os olhos.
- Vamos, você vai dormir comigo. – ele me puxou e me abraçou. – Amor você está pegando fogo.
- Como?! – olhei incrédula.
- Acho que você está com febre. – colocou a mão em meu pescoço e depois em minha testa. – Vem, vou medir sua temperatura.
- Ok. – ele me levou até o quarto e me sentou em sua cama.
- Tira a blusa para mim. – tirei e ele me olhou malicioso.
- Ei, eu estou doente.
- Desculpa, mas é que...
- Eu sei que sou linda. – me gabei.
- Eu também sei disso. – colocou o termômetro abaixo da minha axila. Demorou um pouco para apitar. Ele tirou e me encarou surpreso.
- O que foi? – perguntei nervosa.
- 38.5 de febre. – guardou o termômetro e eu vesti minha blusa. – Vou buscar seu remédio.
- Tudo bem.
- Deita e fica quietinha. – deitei na cama e encarei o teto. Respirei fundo o cheiro de seu perfume, há e que perfume. – Aqui. – me entregou e ainda bem que era em comprimido. – Pronto, agora vamos dormir?
- Sim. – dei um espaço para ele na cama e me abraçou por trás.
- Se sentir algo é só me cutucar.
- Pode deixar.
Assim dormimos, ou melhor, eu passei o resto da noite encarando o nada, ainda custa acreditar no que eu tinha visto mais cedo.
- Pensamentos positivos, positivos, apenas positivos. – repeti para mim mesma umas mil vezes... [...]
- Vamos namorar a luz de polo petroquímico. – cantava, ou melhor, gritava do andar de baixo. – Vamos remar contra corrente, vamos esquecer o dia da semana. – levantei- me e já não estava mais ao meu lado... Fui até o inicio da escada e de lá mesmo gritei.
- Isso aqui não é um programa de talentos, e mesmo se fosse você participaria do “Ridículos” de tão bem que canta. – ouvi alguns risos.
- Bom dia para você também senhora. – apareceu na escada, debochou fazendo reverencia.
- Engraçadinha. – desci ao seu encontro. – A e quando chegarmos a Worcestershire quero ter uma conversinha com você.
- Primeiro não vamos exatamente a Worcestershire. – era engraçado o modo que ela pronunciava a palavra. – O nome da cidade Weelshire (n/a inventei esse viu) no interior.
- Tipo fazendas, ar puro?
- Tirar leite de vacas, essas coisas. – rimos. – Imagine a gente correndo atrás de porcos.
- Não viaja, aqui não é o Brasil gata. – a empurrei de leve.
- Jura?! Achei que fosse Paris. – seguimos para a cozinha.
- Até que não seria uma má ideia.
- Seria o que? – perguntou.
- Estava comentando sobre a nova cidade com . – respondeu.
- Então todos já lancharam e nem me chamam, muito bom saber disso. – olhei para furiosa que olhou para o lado.
- É que você estava dormindo feito um anjo e eu não quis te acordar. – que fofo. - Amor desculpa por favor?
- Claro. - mandei um beijinho no ar.
- Momento açúcar. – riu.
- Ih sobramos como tocha olímpica. – e se retiraram nos deixando a sós. Sentei- me de frente para ele.
- Que horas partimos? – perguntei enquanto colocava café e leite em minha xicara.
- Só você terminar de comer. – ele colocou sua xicara na pia e a lavou.
- Ui, namorado mil e uma utilidades. – brinquei.
- Sua besta. – jogou água em mim.
- Ei estou doente, não posso mexer com água. – reclamei. Fui até a pia e coloquei minha xicara.
- E como você anda tomando banho?
- Está me chamando de porca?
- Imagina. – ele foi irônico.
- Idiota. – peguei o pano de seu ombro e comecei a enxugar as louças.
- O amor não precisa fazer isso. – pegou o mesmo da minha mão.
- Mas eu q.... – ia me beijando só que eu empurrei. – Cof, cof, cof, estou doente, não pode me beijar.
- você me beija ou... – pus a mão sobre a sua boca o impedindo de falar.
- Ou..? – sussurrei em seu ouvido.
- Vai ficar sem encostar em mim durante um mês. – se fez de durão.
- Tem certeza? – perguntei. – Porque, olha que eu consigo.
- Duvido.
- Se eu fosse você não duvidava da minha capacidade.
- Desafio aceito?
- Aceito. – me afastei dele, abri o armário, peguei a caixinha de primeiros socorros e tirei de lá o termômetro.
- O que está fazendo? – me encarou encostado na pia.
- Medindo minha temperatura. – tirei a blusa.
- Na minha frente?
- Algum problema? – o encarei.
- Todos possíveis do mundo. – ele veio me abraçar, mas eu afastei.
- Lembra é nosso desafio.
- Problema dele. – puxou- me pela cintura e selou nossos lábios com um beijo rápido, mas logo parou quando encarou a porta.
- O que foi amor? – perguntei.

Capítulo 30

Pov.

- Nada, não foi nada. – ele disse um pouco aflito se afastando de mim. – Preciso sair agora.
- Como assim? – perguntei. – Amor, nós vamos viajar nesse exato momento.
- Eu mando alguém vir buscar vocês ou a dirige.
- Quem você viu na porta?
- Ninguém. – respondeu.
- Viu sim, olha seu estado. Quem era? – perguntei novamente.
- Já disse que não era ninguém, que droga . – ele gritou e saiu fervendo da cozinha.
- espera. – gritei e o segui até lá fora, onde ele se preparava para sair. – O que está acontecendo?
- Nada, agora sai da frente do carro. – gritou com a cabeça do lado de fora.
- Não. – continuei no mesmo tom de voz. – Você é meu namorado, me deve explicações.
- Há. Você adora jogar na cara que eu sou seu namorado. – ele foi sarcástico.
- Isso se chama preocupação e é bem diferente.
- Não, não é. – falou um pouco mais calmo. – E agora eu vou dar a partida e sugiro que saia da frente.
- Então vai ser assim?
- Como você é tagarela. – reclamou. – Anda, sai da frente do carro.
- Ok então. – sai da frente e entrei bufando de raiva, ódio, tristeza.
- DR já? – debochou enquanto eu terminava de secar as louças.
- Sinceramente, pensa em um relacionamento difícil eu vou enfrentar de agora em diante. – suspirei e sentei-me.
- Isso se ele sobreviver depois dessa.
- Cara , como você gosta de colocar os outros para cima, adoro sua atitude. – fui irônica.
- Só não vai chorar. – ela riu e saiu.
- Se controla... – falei para mim mesma.
- Vamos galera. – desceu vestindo uma saia rosa, bota com desenhos de cachorros, um colete cor de rosa e um chapéu de pião. – Estou mega animada. – disse pegando um copo de água enquanto eu a encarava. – Não vai trocar de roupa?
- Não, vou de pijama mesmo. – respondi.
- Cadê meu irmão?
- Aquele ali? Quero nem ver pintado de ouro na minha frente. – resmunguei e fui para sala me jogando no sofá ao lado de . O telefone tocou e correu para atender.
- Oi. Ah claro, eu entendo perfeitamente. Posso sim. Não estou levando meu amigo. Ela está bem, eu acho. Vocês... Encontramos você lá, beijos. – ela disse.
- Então... – se manifestou.
- Vamos com o Josh para Weelshire, meu irmão teve um problema e não vai poder nos levar.
- ... – falei. – Teve alguém aqui mais cedo, digo, antes do seu irmão sair? – perguntei.
- Seu namorado? – riu. – Não sei, eu estava lá em cima com a arrumando os quartos. Por quê?
- Nada não. – lancei um olhar cumplice para .
- Vamos até a casa de Josh. – disse e saiu carregando sua mala e logo em seguida eu e a acompanhamos.
- Ela está levando roupa ou a casa inteira ai dentro? – perguntou.
- Não sei. – respondi seca.
- Por que você e brigaram?
- Porque ele é um idiota que não confia em mim. – apressei o passo, não quero discutir isso com .
- Josh... – gritou assim que viu o menino na calçada já com o porta-malas aberto. – Amor da minha vida. – o abraçou.
- Melzinho que roupa linda. – a olhou com os olhos brilhando.
- Obrigado bebê. – deram um leve selinho.
- Oi . – ele me cumprimentou apenas com um aceno.
- Oi. – respondi.
- Vamos cambada. – Josh disse de uma maneira engraçada e me fez rir.
- Let’s go! – falou. Ele colocou as malas em sua ranger rover. Fomos eu e atrás e na frente com ele. Josh e conversavam animadamente durante a metade da viagem, metade porque eram mais ou menos oito horas de viagem. Eu e quase não trocávamos uma palavra, era ela com seu ipod e eu olhando a paisagem. Começou tocar alguma música no som.
- Mudaram as estações, nada mudou... Mas eu sei que alguma coisa aconteceu, tá tudo assim, tão diferente. – a cantora parecia transmitir tudo o que sentia. – Se lembra de quando a gente chegou a acreditar que tudo era para sempre sem saber que o para sempre, sempre acaba? – algumas lágrimas lutavam para sair, mas eu simplesmente não queria chorar por ele. – Mas nada vai conseguir mudar o que ficou. Quando eu penso em alguém, só penso em você. E aí, então, estamos bem? – mas infelizmente a música descrevia tudo o que estava acontecendo agora. - Mesmo com tantos motivos pra deixar tudo como está. Nem desistir, nem tentar, agora tanto faz...
- Alguém pode desligar o rádio, por favor. – tentei não transparecer a vontade de chorar.
- Por que , essa música é tão linda? – perguntou.
- Só desliga. – encarei o nada.
- Tudo bem. – ela aceitou e desligou o som.
[...]
- você quer algo? – me sacudia.
- Oi?! – acordei assustada. – Onde estamos?
- Paramos para abastecer e eu queria saber se você quer algo.
- Não, obrigada.
- Ok, eu estou lá com o Josh e a , estamos lanchando.
- Tudo bem. – falei encostando a cabeça no vidro e tentando voltar a dormir.
- Amor... – não preciso nem falar quem era.
- Fala. – fui rude.
- Vem comigo, no meu carro.
- Não, estou bastante confortável aqui.
- Até quando você vai me tratar assim?
- Até quando você merecer. – respondi sem encará-lo.
- Desculpa por ter feito aquilo mais cedo.
- Jura?! – virei-me para olhá-lo. – Eu estava quase chorando na frente de todos, meu coração está em pedacinhos. – algumas lágrimas conseguiram sair. – Eu preciso saber por onde você anda para eu poder ficar tranquila. – ele tinha o olhar mais triste que o meu.
- Eu queria poder te contar, é tão agoniante para mim te ver sofrendo.
- Mas parece que você nem se importa.
- Eu acho que a gente não devia ter tentado ficar junto. – ele ia saindo do carro só que eu segurei seu braço.
- Não custava nada tentar. – o abracei.
- Eu te amo tanto... – ele disse quase como um sussurro.
- Eu também.
- . – nos separou. – Aconteça o que acontecer, eu te amo viu.
- O que pode acontecer?
- E...
- Opa atrapalhei o casal. – disse rindo e o interrompendo.
- Pode ter certeza que sim. – revirei os olhos.
- , quer ir comigo?
- Vou sim. – sai do carro.
- Só eu e você. – senti uma pontadinha de medo quando ele colocou um braço em volta de meu pescoço.
- Sim... – sussurrei.
- Você está melhor? – perguntou preocupado.
- Com o médico que eu tenho em casa, como não melhorar?
- Ai que amor. – me pegou no colo. – Amor meu, só meu.
- Ok me coloca no chão seu louco. – ri descontroladamente.
- Não, princesa minha anda no colo.
- Ai meu deus...
- Chegamos, a madame já pode entrar na sua carruagem.
- Obrigada príncipe. – fiz reverencia.
- Vamos, e o resto já estão no carro.
- Claro. – entrei no banco do passageiro.
[...]
- Quer escutar alguma música? – ele perguntou depois de bastante tempo de silêncio.
- Pode ser... – ligou o rádio.
- Se tudo ainda está perfeito, se tudo ainda não desmoronou cuidado pode ser armação... – uma banda que eu não conhecia tocava, a música tinha um ritmo rápido. – Ora garota não se engane, ele tem seu coração em suas mãos, ele tem o poder de brincar com o fogo. – não gostei muito da música. – Uma hora vocês são perfeitos e depois nem tanto assim. parecia um pouco incomodado com a música. – O pior está por vim, e aquele que você menos espera lhe salvara e lhe levara para o paraíso, mas você não tem mais seu cora... – desligou o som.
- Por que desligou? – olhei incrédula para ele.
- Não gostei da música. – respondeu sem me encarar.
- Vamos ficar nesse silêncio chato?
- Falar sobre a vida? – sugeriu.
- Sinceramente... – bufei e encarei a paisagem que agora já estava entardecendo.
- ...
- Olha esse é um assunto que eu não gosto de comentar e além do mais é que eu estou de TPM, então se puder me evitar até chegarmos a Weelshire eu agradeceria.
- Tudo bem, eu acho que você tem todo o direito de ficar com raiva.
- Desculpa é que eu estou, sei lá. – comecei a chorar sem motivos.
- Princesa não fica assim. – segurou minha mão e deu um beijo sem deixar de prestar atenção na estrada.
- Obrigada.
- Vou ligar o rádio. Procura uma música legal para mim?
- Claro. – depois de procurar algumas rádios, achei uma que tocava até uma música razoável.. – Amor...
- Sim.
- Posso te perguntar uma coisa? – fiquei com medo da resposta dele.
- Depende do que vai vim dessa sua mente brilhante. – rimos.
- Assim, a tia teve só a como filha?
- Que eu saiba sim. Por quê?
- Ela nunca comentou sobre ter tido outra, ou algo do tipo?
- Você está me assustando.
- Calma, só fiquei curiosa... – tentei não transparecer meu nervosismo.
- E da onde você tirou isso?
- Como você mesmo disse, da minha mente brilhante. – dei um beijo em sua bochecha.
- Só você mesmo . – nos entreolhamos e voltei minha atenção a paisagem quando avisto “Bem vindo a Weelshire, a cidade do country”.
- Country? – olhei para .
- Sim, aqui tem muitas festas desse estilo, alguns cantores não famosos.
- Nossa, interessante. – entramos em uma estrada de chão até pararmos em frente á uma imensa casa. – , bem vinda a Weelshire.
- Uau. – a única coisa que eu consegui pronunciar depois de descer do carro. – Isso aqui é perfeito, maravilhoso.
- Sim, passei vários momentos legais aqui quando novo. – me abraçou por trás.
- Sério, isso parece um lugar mágico. – a casa era realmente imensa (n/a pensem em casas estilo medieval só que moderno *- *). Um enorme jardim se situava a frente da mesma. apresentava Josh e aos empregados. Encarou-nos e fez sinal para irmos até lá.
- Vamos. – entrelaçou nossas mãos.
- Bom, essa daqui é a , minha prima. – me apresentou e eu apenas dei um aceno. – E esse é o...
- Namorado e primo dela. – apertou a mão do senhor para qual nos apresentávamos.
- Namorado e primo? – o senhor perguntou confuso.
- Longa história. – falei e rimos.
- A vou chamar meu filho. - o senhor falou.
- , ? – perguntou aflito.
- Teria outro burro? – debochou dando um tapa em sua cabeça.
- Ou para. – o abracei fazendo carinho.
- Pelo ao menos alguém me ama. – deu-me um beijinho na bochecha.
- Gente aquele é o ? – se manifestou e eu me virei para encará-lo e me arrependi eternamente por ter feito isso. Parece romântico, mas logo meu olhar se encontrou com o dele. Foco .
- Fecha a boca , a baba está escorrendo. – zuou.
- Para eu não estou babando. – logo me soltou e fechou a cara.
- Amor... – o repreendi.
- Relaxa . – deixei ele para lá.
- Oi. – o tal de disse meio tímido, que fof... Opa.
- Oi. – respondemos.
- Eu sou o , sou o caseiro da casa.
- Sou .
- .
- Josh.
- . – falou revirando os olhos.
- A sou , mas pode me chamar de . – deu um leve aceno e nossos olhares se encontraram de novo, isso já está me irritando.
- Mas conhecida como minha namorada. – disse todo irritadinho.
- , para que coisa feia. – briguei com ele.
- Mas vocês não são primos? – perguntou.
- Longa história. – repeti novamente.
- É vou abrir a casa para vocês. – saiu na frente e seguimos ele.
- eu quero você bem longe dele. – e eu ficamos para trás.
- Tem alguém com ciúmes. – apertei suas bochechas.
- Estou sim, sabe você é minha e o jeito que ele te olhou...
- Besta, você sabe que eu só tenho olhos para você. – lhe dei um selinho.
- É bom mesmo. – fez pirraça.
- Te amo. – parei de frente para ele, coloquei meus braços em seus ombros.
- Eu que te amo. – me rodopiou no ar.
- Parece cena de filme. – falei rindo.
- Um filme onde só existe nós dois. – encostou nossas testas.
- Onde o amor é que prevalece...
- Onde o amor nasce onde menos se espera...
- Onde um perdoa o outro...
- Onde a palavra “medo” não existe...
- Onde só existe eu e você e mais nada..
- Que nos impeça de ficarmos juntos. – completou.
- Sim. – começou a chover.
- Lembra de quando eu te disse “eu te amo” na chuva?
- Quando você se tocou que me amava.
- A gente se beijou.
- E eu fiquei doente. – rimos.
- Besta. – nos entre olhamos.
- Preciso dizer te amo tanto, que você é tudo o que eu sempre quis. Que seu sorriso é o motivo do meu, que...
- Você é a luz que ilumina meu caminho.
- Minha princesinha sem coroa...
- Meu... – fomos interrompidos.
- Acho que interrompi algo. – disse todo sem graça e corando.
- Ah a gente já estava entrando.
- posso conversar com você? – perguntou. Um rolou um clima bem estranho.
- Claro que pode. – se aproximou.
- pode nos dar licença?
- Sim.

Capítulo 31

POV

- Então... – se pronunciou.
- Não quero ver você perto de , entendeu?
- Será que alguém está com ciúmes e medo que ela se apaixone por mim? – debochou.
- Ela ME ama.
- Não vou fazer nada para prejudicar seu “relacionamento” com sua prima. – riu. – Afinal, o destruidor de amores aqui é você não eu.
- Acho melhor você ficar quieto se não quiser que eu acabe com seu belo rosto. – me controlei para não partir para cima dele.
- Eu fico imaginando se você consegue ser romântico.
- Isso não é da sua conta.
- Sabe o que eu acho? – perguntou.
- Sua opinião não é benvinda. – revirei os olhos.
- Mas mesmo assim vou falar. – cruzou os braços e me encarou. – O relacionamento de vocês não vai durar nem um mês direito. – riu.
- Se eu fosse você não acreditava muito nisso...
- Não vou falar mais nada.
- Uma boa ação que você faz.
- E também não vou me afastar da , se ela quiser ser minha amiga, será.
- Eu não vou permitir isso.
- É? E vai fazer o quê? – desafiou-me. – “, não chegue perto do porque ele é um mau caráter”. – apontou o dedo indicador em minha face. – Aposto que se você fizer isso eu conto tudo à ela que sei sobre o seu respeito e adeus conto de fadas senhor .
- E vai falar o quê? Eu não escondo nada da .
- Não? – foi irônico. – Ela pelo ao menos sabe que foi você que mandou m...
- Não se atreva terminar essa frase.
- Ora, por quê? Vamos , cadê seu espirito explosivo, vem para cima.
- Não vou perder a cabeça com você.
- Aposto que você inventou a maior mentira para a ...
- Para você é senhorita . – o interrompi.
- Se fingiu de coitadinho só para impressionar ela. Pobre , nem sabe o mau caráter que namora... – riu.
- Você não vai contar nada para ela, senão eu acabo com seu pai e depois com você.
- Vai em frente. – partir para cima de . Dei-lhe dois socos e ele revidou.
- Para os dois, para. – gritou nos separando.
- Ele que começou. – disse enquanto o empurrava para trás.
- Eu não comec...
- Começou sim. – se pronunciou.
- Vai defender ele? – perguntei surpreso.
- Não estou defendendo ninguém, estou do lado da razão.
- Ótimo, aproveite o . Durma com ele, ou melhor, se apaixone por ele... – me retirei bufando. Antes de entrar vi me encarar incrédula.

POV

- Ele só ficou nervoso e eu também provoquei. – disse passando o dedo por cima de seu corte perto da boca.
- Relaxa. – virei- me para ele. – Vem, vamos fazer um curativo.
- Não, acho melhor você ir cuidar do seu namorado, eu sei me virar.
- Nada disso, dele eu cuido depois. – puxei pela mão e o levei ate a cozinha. – Sabe onde tem alguma caixa de primeiro socorros? – perguntei.
- Armário na porta da esquerda. - peguei uma caixinha.
- Pode arder um pouco, mas nada que você não aguente. – rimos.
- Quando eu me machucar já sei quem procurar.
- Besta. – coloquei um algodão com o remédio no corte e o vi fazer uma cara de dor muito engraçada. – Motivo da discussão?
- Acho melhor você falar como , eu não quero me intrometer no namoro de vocês...
- Ok, eu falo com aquele cabeça dura. - coloquei um curativo em seu machucado. - Novinho em folha senhor .
- Obrigada . – ele agradeceu.
- Pode me chamar de . – falei guardando a caixinha.
- Não, melhor não...
- Melhor sim. – falei o encarando. – É e pronto.
- Ok. – levantou- se. – Muito obrigada e tenha uma boa noite. – me deu um abraço e um beijo na bochecha.
- Boa noite também... – falei, o vi pela última vez dando um aceno de leve e saindo. – Hora de enfrentar a fera...
- Ainda bem que você tem consciência disso. – falou me encarando encostado na entrada da cozinha.
- Ah sim, tenho. – fitei o chão.
- Já cuidou do seu doentinho? – veio andando em minha direção e sem ao menos perceber ele já estava a centímetros de mim me encarando furioso.
- Vai começar tudo de novo? – perguntei. Não me movi em nenhum segundo.
- Depende de você.
- Como assim de mim? – ri. – Vai querer me dizer que não posso ser amiga do ?
- Sim, entendeu o recado rápido hein?
- Você pode até ser meu namorado e tudo, mas que eu me lembre você não é meu dono, ou seja, eu escolho com quem eu vou ter amizade.
- Ah não escolhe não. – segurou meu maxilar com força e me empurrou contra a geladeira.
- Pirou de vez. – gritei o empurrando com força.
- Nenhum pouco . – riu.
- Acho melhor você parar de fazer esse teatrinho, você sabe do que eu sou capaz. - ameacei mesmo sabendo que no fundo eu não faria nada.
- Haha coitada. – gargalhou alto. – Você acha o quê? Que pode me vencer?
- Não estamos jogando.
- É, não estamos.
- Não vou discutir com você.
- Perdedora. - disse alterado.
- Vou dormir hoje no quarto em que a está. – falei indo em direção à porta, quando senti uma mão segurando meu braço.
- Vai me deixar dormir sozinho? – ele fez menção de me beijar e eu apenas me esquivei.
- Sim, você está muito estressado. Amanha a gente conversa.
- Não, eu quero conversar agora! – gritou novamente.
- Está vendo seu estado? Como você quer ter uma conversa civilizada nervoso desse jeito? – perguntei.
- Amanhã. – apontou o dedo para mim. – Amanha , amanhã. – seu tom de voz era ameaçador. Saiu da cozinha furioso.
- Droga, droga... – encostei-me no balcão e suspirei fundo. Não quero acreditar que vai começar o mesmo inferno de antes e tudo, talvez, por um ciúmes bobo.
- ... – levei um susto ao sentir uma mão em meu ombro. – Parece nervosa. – Josh disse retirando a mão e pegando um copo no armário.
- Um pouco. – respirei profundamente e virei- me de frente, senti uma leve tontura.
- Está bem? – Josh perguntou me encarando.
- Sim, só estou um pouco cansada por causa da viagem. – murmurei.
- É, acho melhor você ir dormir.
- Sim. – subi e fui direto ao quarto de . Decidi não ficar no meu pelo simples fato da janela de dá bem em frente a minha. – Oi. – abri a porta do quarto de lentamente e a encontrei suspirando na janela.
- Como alguém consegue ser lindo? – ela perguntou.
- Quem? – fui até ela e a encontrei encarando o que arrumava algo na iluminação do jardim. – Há ele.
- Será que eu tenho chance com ele? – ela perguntou animada.
- Sei lá. – respondi.
- Nossa , obrigada pela parte que me toca.
- De nada. – falei quase que automático. não falou mais nada. Encarei lá em baixo, ele olhou para nós. Eu sorri automaticamente e ele também. Deu um leve aceno e foi em direção a sua casa.
- Ele já tem dona. – murmurou.
- Oi? – perguntei a encarando.
- O jeito que ele olhou para você e vice versa.
- Pirou, eu amo o e você sabe disso.
- . – ela se sentou na cama. – Já parou para pensar que esse “amor” não anda muito gasto?
- Claro que não. – sorri sem graça.
- Olha, se eu fosse você pensava novamente sobre isso. Tem um garoto lindo lá em baixo te esperando e você perdendo tempo com o idiota do seu primo. – ela entrou para o banheiro e eu fiquei pensando nisso. Dependendo do que acontecer amanhã... não acredito que estou pensando nessa possibilidade. – Vamos dormir baby?
- Não antes de eu tomar um banho. – rimos.
- Não se afogue no banheiro viu... – entrei para o banho e encarei meu reflexo no espelho.
- Um nada mal.. – pensei alto. Liguei o chuveiro e quando passei pelo espelho de novo. –AHHHHHHHHHHHH. – dei um pulo para trás quando encarei o que estava escrito no espelho.
- , abre essa porta. – gritou do outro lado. Estava escrito no espelho com vermelho sangue as palavras “Perto” e "Perigo". Tentei normalizar minha respiração que estava falha, cheguei perto do espelho e apaguei as palavras.
- Calma , foi só uma barata. – improvisei.
- E desde quando você tem medo de barata?
- Desde quando ela não é uma simples barata. – gritei já sem paciência.
- Traduz...
- Tem asas e voa , só isso. – a ouvi gargalhar do outro lado. Tomei meu banho às pressas.
- Finalmente. - me encarou colocando o livro que estava lendo em cima do criado-mudo. – Sobreviveu ao “Ataque da barata voadora”?
- Não brinca idiota. – resmunguei.
- Matou ela?
- Por que a pergunta? – olhei sem entender.
- Vai que você estreia o “Ataque da barata voadora 2 – O retorno”.
- Nossa suas piadas me fazem rir. – ri.
- Eu estou vendo você rir agora.
- Nunca ouviu falar em “Rindo para me socializar”. – sentei- me ao seu lado.
- Azeda nem um pouco em...
- Há pior que limão.
- Está com a aparência abatida.
- Cansaço. – respondi me deitando ao seu lado.
- Achei que iria dormir com seu namorado.
- Também.
- Briga de novo? – ela se deitou e me encarou.
- Ciúmes, eu acho...
- Até eu sentiria ciúmes de você se de repente um “” te engolisse com os olhos.
- Não começa.
- Ok, já percebi que você hoje não está para conversa.
- Nem um pouco. – ela apagou a luz e logo pegou no sono. Não consegui dormir, revirei-me diversas vezes na cama. Decidi assaltar a geladeira. Desci até a cozinha. – Uau, sorvete... – peguei o pote e uma colher. Quando virei-me para sentar na mesa encontro só de boxer. O encarei e puxei a cadeira com má vontade.
- Tudo bem? – ele perguntou.
- Não. – respondi seca.
- O que aconteceu? – sentou a minha frente.
- Você pergunta como se não soubesse.
- Pode refrescar minha memória?
- Não, se quiser lembre sozinho.
- Triste? – perguntou.
- Por que você está perguntando? – o encarei incrédula. – Agora você se preocupa?
- Muito. – levantou- e e se ajoelhou ao meu lado. Diria romântico se não fosse o momento.
- Amanhã a gente conversa. – levantei-me guardei o pote de sorvete e coloquei a colher na pia.
- Hoje já é amanhã. – falou como se fosse óbvio.
- Para mim só é quando eu acordo.
- Legal.
- Legal. – ia saindo quando ele me surpreendeu. – ... – me imprensou contra a parede e colocou uma mecha do meu cabelo para trás. – Olha para mim. – o encarei. – Desculpa é que, eu sinto tanto ciúmes de você. – beijou minha bochecha.
- Sinal de que não confia em mim.
- Meu amor, me desculpa, por favor. - pediu implorando.

Capítulo 32

Pov.

- Me solta, por favor. – pedi tentando o afastar.
- Não faz isso comigo.
- Eu te amo, e não o , entenda isso. – o abracei.
- Ninguém mandou eu ter uma namorada tão linda.
- Galanteador. Ainda estou com raiva de você. – fiz bico.
- Como posso fazer você ficar de bem comigo? – perguntou cheio de malícia.
- Indo dormir. – soltei-me dele. – Vamos, está tarde.
- Vai dormir comigo, não é?
- Sim, eu durmo. – vi um sorriso imenso em seu rosto.
- Então vamos. – subimos para o quarto. – ... – abraçou-me por trás.
- Nem vem.
- Ah, por quê?
- Estou cansada, quero apenas dormir.
- Mas...
- Não tem nada de ‘mas’. Agora podemos dormir? – a olhei já um pouco alterada.
- Nossa, o que deu em você? – deitou-se e eu logo o segui.
- Deita e dorme.

[...]

Acordei com um barulho irritante vindo do quarto ao lado. Virei na cama e não encontrei ninguém. Tentei voltar a dormir mais o barulho continuava.
- Ai que raiva... – levantei bufando da cama. Coloquei uma calça moletom e uma blusa regata. Caminhei até o quarto ao lado e bati na porta, ninguém respondeu. Bati novamente.
- O que é? – gritou lá de dentro.
- Pode parar com esse barulho irritante? – gritei. Demorou alguns segundos até a pessoa abrir a porta.
- Bom dia, senhorita . – disse.
- O que você está fazendo? – perguntei.
- É que pediu para colocar uma prateleira ali, desculpe o incomodo. – fitou o chão envergonhado. – Achei que a senhorita não estava em casa.
- . – fiz ele me encarar. – Nada de senhorita, por favor. – rimos. – Então... Nossa, a casa está silenciosa.
- Todo mundo saiu hoje cedo.
- Você sabe onde foram?
- e Josh foram na casa de uma amiga; foi até o centro resolver alguns problemas e bom.... – ele fez uma pausa.
- Bom... – repeti.
- Eu não perguntei isso a ele.
- Não tem problema, já vi que vocês não se dão muito bem.
- Sim...
- Por quê?
- É, bom, eu acho que... – enrolou para responder. – Ciúmes, é ciúmes.
- Há sim. – falei. – Bom, acho que vou lanchar, você me acompanha? – perguntei.
- É que eu ainda não terminei.
- Tem nada não. – o puxei pelo braço. – É rapidinho.
- Ok.

Pov.

- Está atrasada trinta minutos. – falei ao vê-la entrar no carro.
- Foi difícil sair sem que ninguém visse. – ela falou com raiva.
- Por que a raiva?
- Olha, se for para continuar cuidando de , eu quero que você me pague bem. – bufou. – Ela é chata, irritante, pirralha e hoje jogou café em mim...
- Calma, ela vai ter o que merece. – A encarei. – E você não vai precisar mais cuidar dela. – acariciei seu rosto.
- Então eu estou livre de tudo?
- Não. Vai precisar cuidar de outra pessoa.
- Criança? – perguntou.
- Não. Sua próxima será .
- Aquela sua prima irritante? Olha, ela já tentou me matar uma vez.
- Oras , isso já faz tanto tempo não é?
- É, mas não foi você que teve que passar um mês internada no hospital entre a vida e a morte.
- Vai começar o drama?
- Olha , ela é uma psicopata, além de tentar me matar, a louca ainda fez um vídeo para me ver sofrendo toda vez em que sentisse remorsos por você nunca gostar dela.
- Eu sei da história toda , não precisa ficar repetindo para mim toda vez. – Bufei. – Você tem que agradecer por ela ter feito isso, imagina se eu me caso com ela.
- Eu poderia ter sido a “amante” ou outra coisa.
- Claro que não.
- Você deveria me agradecer por ter aparecido e te contado tudo.
- Mas ela agora vai ter o que merece não vai?
- E se ela...
- , entenda de uma vez por todas, a está indo a um psicólogo para resolver esse distúrbio que ela tem.
- E onde eu entro nessa história?
- Você será a enfermeira dela em casa.
- E quem garante que ela não vai me reconhecer?
- É bom que ela te reconheça.
- Como? – perguntou incrédula.
- Assim você vai poder ameaçar ela.
- Traduz...
- Ameaçar contar tudo para mim. – expliquei. – Contar que ela que tentou te matar. Dizer que se ela não fizer certas coisas você ira contar para mim. Entendeu?
- Sim.
- Eu já combinei com o médico dela e tudo.
- E que dia eu apareço lá?
- Hoje à noite. De preferência no jantar. – Ri. – Quero ver desesperada.
- Mas e ?
- Eu cuido dele.
- Ok então. – ia saindo do carro, quando a segurei pelo braço.
- Não está esquecendo-se de nada?
- Ainda estou com raiva. Ah, e ?
- Não se preocupe, eu já sei como sumir com ela.

Pov.

- Então , você estuda? – perguntei depois de colocar um imenso pedaço de bolo na boca.
- Sim, estou fazendo cursinho para entrar na faculdade.
- Legal. – respondi.
- E você? – perguntou.
- Ainda nada, mas eu acho que vou terminar o ensino médio por aqui mesmo.
- O cursinho que eu faço fica na escola Sant Lyras, você pode terminar lá. – tomou um gole de seu suco. – E ainda vai ter um amigo.
- Ah sim, vou pensar nisso.
- E como ficou você e o ? – perguntou me fitando.
- Estamos muito bem. – sorri. – Acho que é só ciúmes.
- , tome cuidado, por favor. – disse e eu encarei sem entender nada.
- Por que ?
- Ele pode estar...
- Bom dia, família. – gritou ao entrar na cozinha. – Nossa, que clima tenso.
- Tenho que ir. – ia se levantando.
- Não. – gritei. – Você ainda não terminou de me contar.
- Contar o quê? – perguntou.
- Nada. – respondeu.
- ... – falei.
- Outra hora , outra. – saiu da cozinha correndo.
- Então? – ficou de frente para mim.
- Não enche. – subi para o quarto de . Demorou mais ou menos uma hora e já estava plantada igual a um poste em minha frente.
- Pode começar a contar...
- . – respirei. – Acho que é filha da tia . – me encarou sem entender nada.
- Você está louca.
- Não, antes de virmos para cá, eu abri o quarto que nunca me deixavam entrar. – comecei a contar. – Lá achei um notebook que tinha fotos de com .
- Pode ser que...
- Não. – a interrompi. – Estava escrito “lembranças da festa de dez anos da minha filha”.
- Oh meu Deus. – ela se sentou ao meu lado. – ...
- Pensa comigo. – a encarei. – sequestrou os pais de e o chantageou, que se ele não me matasse os pais dele morriam.
- Eu não sabia dessa parte.
- Me deixa continuar.
- Ok.
- Ela pode ter tentando me matar para descontar o que eu fiz com .
- Mas , ninguém sabe que foi você que matou .
- Tem razão...
- Vamos pensar um pouco.
- Você pensando, milagre acontece. – brinquei.
- Tem alguma coisa de estranho acontecendo? – perguntou.
- Nã... – pensei. – Tem. Hoje de manhã ia me contar alguma coisa sobre o , mas nos interrompeu.
- Mas...?
- Ontem, na hora em que eu gritei no banheiro, estava escrito no espelho “Perto e perigo”.
- Pode parecer loucura. – me encarou. – Mas nós temos que ficar de olho no e no .
- É loucura. – levantei-me. – é inocente.
- Pensa na possibilidade de não ser.
- Ok, e se ele não for...
- Vamos investigar. ele tem algo contra o . quer te contar algo a respeito de ...
- disse para eu ter cuidado. – completei.
- Isso só significa...
- Que o sabe algo sobre a vida do , e que pode acabar com ele. – completei novamente.
- Isso.
- Não faz sentido .
- Já pensou na possibilidade de não ter matado a ?
- Mas...
- Ou de...
- O sabe do vídeo.
- Você está frita.
- Não, mas se ele soubesse que era eu já estaria no céu há muito tempo.
- E se ele soubesse disso, mas está tentando dar o troco.
- Não...
- Mais uma possibilidade. Fica esperta.
- Ok.
- Amanhã a gente vê o que faz. – sai do quarto e fui atrás de .
- Amanhã é uma coisa... – fui até a casa de . – ? – gritei. – ? – gritei novamente.
- Procurando o por quê? – levei um susto.

Capítulo 33

POV.

- Procurando o por quê? – perguntou. Virei-me para olhá-lo.
- É que eu....
- pediu para que eu colocasse uma cortina nova em seu quarto. – apareceu.
- É, eu havia pedido. – completei.
- Posso colocar para você . – disse.
- Não. – falei, e me encararam. – É que eu já havia pedido a e...
- Bom, eu não ia ter tempo de colocar mesmo.
- Eu não queria te incomodar amor. – sorri amarelo.
- Erm... – foi interrompido pelo celular de que tocava.
- É. Eu preciso ir lá dentro. – ele disse e saiu, deixando-me a sós com .
- Vai começar por onde? – perguntei.
- Não vou começar nada. – ele ia saindo, mas eu fiquei corri para sua frente o impedindo.
- Ou você me conta, ou eu nunca mais vou confiar em uma palavra que sair da sua boca. – ameacei.
- Tudo bem. – tinha um olhar a fixo a janela. – Daqui a meia hora em frente ao Sant Lyras.
- Por que você está olhando tanto pa... – virou- me e logo observei nos encarando na janela. – Não sei onde fica.
- sabe.
- Como? O que a tem a ver com isso?
- Depois eu explico.
- Não.
- Se seu namorado perguntar algo, diga que estamos brigados.
- Por quê? Nós não estamos.
- Faz o que eu mando. – gritou e saiu bufando.
Voltei para dentro de casa e encontrei em pé a minha espera.
- O que você estava conversando com ?
- Nada. – lembrei que teria que fingi estar brigada com ele. – Com aquele ogro não tem como ter um conversa civilizada.
- Ogro? – me encarou surpreso. – Achei que vocês fossem amiguinhos.
- Eu também havia pensado. – fitei o chão. Como eu seu atuar bem. – Você tem razão.
- Em quê?
- Em ter dito para ficar longe dele.
- Eu sempre tenho razão. – disse me abraçando. Um frio enorme percorreu meu corpo.
- Algum problema?
- Não.
- Você está arrepiada.
- Só o frio. – soltou-me e me encarou.
- Jura? – me olhou incrédulo. – Está fazendo vinte e sete graus agora e você com o frio?
- Sou muito sensível. – revirei os olhos.
- Que fofa, minha menininha é sensível. – me abraçou. Por que o abraço dele é tão confortável e ao mesmo tempo me dá medo.
- Besta.
- . – disse aparecendo.
- Oi.
- É que eu gostaria que você me acompanhasse até o centro da cidade.
- Você se incomodaria amor? – perguntei a .
- Não, não, afinal eu não vou passar o dia em casa mesmo.
- Ok. – dei um selinho rápido nele e subimos.
- O...
- Já me contou. – fechei a porta do quarto e fui até o guarda- roupa.
- Tudo bem então.
- Por que nunca me contou que andava conversando com o ? – falei enquanto trocava minha blusa e a calça.
- Porque ele veio me procurar ontem. E também ele me...
- , cuidado, as paredes podem ter ouvidos.
- Então de pressa com isso ai... – terminei de trocar de roupa e desci acompanhada por .
- Já vão? – perguntou enquanto tirava a atenção do celular.
- Sim.
- Cuidado e , esteja aqui antes das oito, tenho uma bela surpresa para você.
- Ok. – sair sem nem me despedir dele.
- Precisamos de um taxi. – falei.
- Serve aquele dali? – apontou para um parado do outro lado da rua.
- Muito... – entramos e logo estávamos em frente ao Sant Lyras. pagou o taxi e descemos. – E agora?
- Olha ali o carro do . – fomos até o mesmo. – Abre ai. – ela disse.
- Ele desconfiou de algo? – perguntou já quando estávamos no carro. na frente e eu atrás.
- Não, pelo que eu percebi.- disse.
- Alguém pode me explicar o que está acontecendo? – manifestei-me.
- Resume. – disse ligando o carro e olhando para .
- descobriu hoje mais cedo que seu namorado anda encontrando uma garota.
- E... – falei rindo. – Pode ser qualquer garota, ele não me trairia.
- Ai que você se engana. – disse.
- Como?
- Poderia ser todas as meninas se ela não fosse a. – fez uma pausa. – .
- Quem? – perguntei.
- , amor de infância do seu primo, menina que você tentou matar. Te lembra alguma coisa.
- Vocês só podem estar enganados.
- Veja com seus próprios olhos. – disse ao parar em uma esquina. – Olha, lá vem ela. – olhei para um casa quase no final da rua e
- Não pode ser ela. – olhei bem para uma garota alta e loira que entrava no carro de. – .
- É amiga, eu acho que você dançou legal agora.
- Não ainda. – disse.
- Como? – e eu perguntamos juntas.
- Você pode se vingar por ele ter mentido para você.
- Nossa , você e essa mente brilhante né. – fui irônica. – Ficou louco, ele já matou várias pessoas e a gente? Somos pessoas que andam na lei, não podemos simplesmente chegar e acabar com ele.
- Você já matou .. – disse.
- Obrigada por me lembrar desse passado maravilhoso. – irônica novamente.
- De nada.
- Meninas, por favor. – tentou nos acalmar. – Temos a polícia ao nosso lado.
- Oi? Como? Eu entendi bem?
- Sou detetive e estou há algum tempo na cola de seu primo.
- Namorado.
- Ai , com um namorado desse eu preferia ficar para titia.
- Quem namora com ele? Eu ou você?
- Continuando. Eu me formei há algum tempo e estou aqui para ajudar vocês.
- Então quanto anos você tem? – perguntei.
- Vinte e um.
- Hum...
- Eles saíram. – disse olhando para a casa.
- Temos que voltar antes do jantar. – falei.
- Por quê? – perguntou.
- Ele tem uma surpresa para mim.
- Você sabe o que é? – perguntou.
- Posso até ter uma noção.
- Podemos combinar um plano. – deu a ideia.
- Qual? – perguntei.
- Não sei...
- Por enquanto , você tem que fingir não saber de nada. – disse.
- Tá. Podemos voltar para casa agora?
- Sim. – o resto do percurso ninguém disse nada. Eu não poderia imaginar que estava sendo enganada desse modo, ele brincou com meus sentimentos. – Aqui estamos. – disse parando o carro já em casa. – eu gostaria de falar com a .
- Ok, vou deixá-los sozinhos. – ela desceu e eu fiquei.
- Fica bem?
- Vou ficar . – falei e bati a porta com a maior força do mundo.
- controle-se. – disse se jogando no sofá.
- Eu tenho um namorado que mente para mim e a qualquer momento pode me matar, realmente irei ficar super calma.
- Só não exploda na frente dele. – subiu e foi minha vez de se jogar no sofá.
- ...
- Oi . – falei sem levantar para olhá-la.
- Pode me ajudar com o jantar?
- Tant... Claro, querida. – começamos a preparar o jantar, pelo ao menos era a minha especialidade, lasanha. Sinceramente minha vontade era de colocar algum veneno ali dentro e matar logo todas dessa família e eu poder viver feliz para sempre.
O tempo passou rápido e já era quase sete e meia e nada do idiota do meu primo chegar, sim, eu não o considero mais meu namorado.
- Vai se arrumar . – disse colocando a mesa.
- Mas por que o motivo disso tudo?
- Um jantar para você e uma visita que vamos receber.
- Ok então. – ao subir encontrei dormindo em minha cama, tão meigo e...
- Eu sei, fofo e meigo, mas não vale nada. – disse passando pelo corredor. Tomei um banho e quando voltei ele já estava acordado.
- Oi amor. – disse.
- Amor, que roupa eu visto para esse jantar? – perguntei encarando-o.
- Pode ser uma simples ou um vestido, você que sabe. – peguei uma calça jeans escura e coloquei uma blusa escrita “wide awake”. – Hum.. wide awake, gostei dessa blusa.
- Ela me descreve nesse exato momento. – sorri.
- Legal. – levantou-se. – Vou descer.
- Vou também. – peguei um allstar surrado e calcei.
Ao descer encontrei , Josh e já na mesa de jantar. e eu nos sentamos.
- Está faltando alguém muito especial. – disse e logo virou para me olhar e sorriu de uma forma assustadora.
- Sim, o . – falei e todos me encararam surpresos. É hoje que eu não escapo.
- Como? – perguntou.
- me disse que o jantar é para mim, então quero convidar o .
- Não. – gritou. – Você disse que não é amiga dele.
- Por isso mesmo, através desse jantar eu posso voltar a ser amiga dele. – se segurava para não rir, me olhava surpresa e Josh, bom continuava com a cara de nada dele.
- Você que sabe. – se manifestou. Pedi a uma empregada ir chamar .
- Me chamaram? – entrou vestido em uma calça jeans e uma blusa xadrez social.
- Eu chamei. – pisquei para ele.
- Ah, você... – fez cara de entediado.
- Pode se sentar. – Josh disse.
- Obrigada. – ao se sentar a companhia tocou, logo eu e ele trocamos olhares cúmplices.
- Eu atendo. – manifestei-me.
- Não amor, deve ser a visita.
- Eu faço questão de atendê-la.
- Não . – se levantou e eu o acompanhei.
- Eu atendo. – fiz um tom ameaçador.
- Não. – encarei .
- Calma, deixa ele. – sussurrou.
- Tudo bem. – sentei-me e atendeu a porta e logo voltou com a loira oxigenada.
- Bom, essa aqui é a...
- , querida, sente-se ao meu lado, vamos conversar. – completei. , me encaram sem entenderem nada.
- Como você sabe meu nome? – ela perguntou. Olhei para e sorri da melhor maneira possível.
- Eu estou acordada. – todos nos entreolhamos.
- Amor, a é a sua enfermeira. – sorriu nervoso.
- Jura? – levantei- me novamente. – Pode parar com o teatrinho todos vocês, acham o quê? Que eu sou lerda?
- Você, cala a sua boca. – veio para cima de mim, mas foi segurando por .
- Nada de agressão aqui. – disse.
- Vamos nos sentar aqui e jantarmos como se fosse uma família. – gritou.
- Não, nós não somos uma família, coloca isso na sua cabeça. – gritei.
- Vamos ser porque eu quero que seja.
- Desde quando você tem que querer algo? – disse.
- Desde que todos vocês estão presos aqui dentro.
- Como? – foi à vez de Josh se pronunciar.
- Isso mesmo. – riu. – Apenas um sairá daqui.
- Você pirou de vez. – falei.
- Não, querida , a partir de hoje todos vocês estão sobre as minhas regras.
- E se a gente não seguir? – foi à vez de falar.
- Sofrerão as consequências.
- Até eu meu amorzinho? – perguntou. Oi, volta para realidade, amorzinho? Como assim?
- Sim, até você. – riu.
- Então você me enganou o tempo todo. – começou a bater em . – Cretino, idiota, você me paga. – a segurou. Eu tive uma crise de risos tão grande, tão grande.
- Por estar rindo dos outros, você sofrerá a primeira consequência . – disse. Ops, alguém me chamou.
- Você não pode fazer isso com ela. – disse.
- Quem vai me impedir?
- Eu. – disse quase partindo para cima de quando dois homens o segurou.
- , aqui não tem como você fazer contato com seus amiguinhos policiais.
- E o que eu vou ter que fazer? – perguntei. Não acredito que minha vida vai se tornar um pesadelo novamente...

Capítulo 34

Pov.

- Nada de mais. – falei rindo.
- ... – falou.
- Vamos seguir as mesmas rotinas, vamos viver como se nada tivesse acontecido.
- Fácil essa consequência. – sussurrou mais eu pude ouvir.
- Incluindo a parte em que você, , ainda é minha namorada e que somos um casal unido e forte. – fiz alguns gestos com as mãos.
- Nem morta. – ela gritou.
- Mas eu quero você viva querida. – acariciei seu rosto. – Quero você de uma forma que eu nunca quis. – sussurrei ao pé de seu ouvido.
- Não, vai querer sua amiguinha ali. – apontou para .

- Não acredito que você ainda tem ciúmes de um idiota desse. – gritou. - Cala a sua boca. – fui até ela. – Ou vai querer ser a primeira a sair daqui sem vida?
- Calma, muita calma. – Sofie disse. – O que está acontecendo com você?
- Cansei de fingir que sou o mocinho nessa história.
- O que você quer dizer com isso? – perguntou assustada.
- Que tudo o que eu contei para você, desde a parte em que sua tia sequestra meus pais e me obriga a te matar é mentira.
- Mas...
- Cansei, nasci para ser vilão e vou terminar vilão. – ficamos alguns segundo em silêncio. – Podem voltar aos seus quartos, amanhã eu quero todos acordados exatamente às cinco da manhã, irei ditar as minhas regras e mais... Quem não cumpri-las. – olhei para que respirava profundamente, certamente assustada com tudo. – Pagara muito caro. E sem reclamações.

Pov.

Sem palavras, apenas isso. Ódio, raiva, tristeza, série de sentimentos que estou sentindo. Todos subiram, quando eu estava indo, segurou-me.
- Meu quarto. – sussurrou de uma forma sexy. O olhei com reprovação e apenas subi. Cheguei ao seu quarto e sentei-me na ponta da cama.
- Por que é tão difícil minha vida ser perfeita?... – perguntei a mim mesma como um sussurro.
- Porque você não merece ter uma vida perfeita. – disse sentando-se atrás de mim e sussurrando em meu ouvido.
- Deixe-me em paz.
- Não mesmo. – depositou um beijo em meu pescoço. – Eu quero tudo de você está noite. – abraçou-me por trás.
- Não faça isso. – supliquei.
- Oras, . – alterou o tom de voz. – Parece que nunca fez isso.
- Mas...
- Mas nada. – puxou-me pelos braços e me deitou de uma forma brusca na cama ficando por cima de mim, me encarou por alguns segundos e beijou- me de uma forma que fizeram meus lábios doer imediatamente. Enquanto me beijava, suas mãos percorriam todo meu corpo até chegarem à barra de minha blusa. Subiu a mesma devagar e logo já estava do outro lado do quarto. A cada toque seu uma lágrima escorria em meu rosto, aquele que estava ali não era o homem que eu amava, era um psicopata, uma pessoa desconhecida. Quebrou nosso beijo e me olhou com raiva. – Faça algo, não fique que nem uma idiota.
- O quê? – perguntei quase sem voz.
- O que você sabe fazer de melhor, querida. – acariciou meu cabelo e beijou-me mais uma vez. Mesmo não querendo, tirei sua blusa de má vontade, que fez ele me olhar com reprovação. Quando ele ia fazer menção de retirar meu sutiã escutamos alguns barulhos no corredor.
- O que foi isso? – perguntei inocentemente.
- Nada, apenas continue o que estava fazendo. – os barulhos só aumentaram e logo alguém bateu na porta. – Droga, droga. – levantou-se e colocou sua blusa. – Se vista imediatamente e não se mova. – saiu do quarto. Claro que eu não obedeceria nenhuma ordem vinda dele. Vesti- me e fiquei atrás da porta para escutar a conversa.
- Eu espero que tenha um belo motivo para ter me tirado do meu momento de diversão. – brigava com um segurança.
- Senhor, e sumiram.
- Como, é impossível.
- Lamento senhor .
- Eu quero os dois aqui em menos de uma hora ou se não todos morreram, sem exceções.
- Ok.

Pov.

- Acha que já estamos afastados? – perguntou enquanto andávamos sobre um dos corredores subterrâneos da casa.
- Não muito. – respondi como um sussurro.
- Será que conseguiremos escapar? – ela perguntou.
- Pegue. – entreguei a ela meu celular. – Ligue para policia, enquanto eu acho a porta de saída.
- Ok.

Pov.

- Oi, eu gostaria de informar um sequestro na rua 200, última casa d... – antes de terminar levei um forte pancada na cabeça.

Pov.

- Os encontramos senhor. – um segurança disse para .
- Ótimo. – ele fez menção de entrar e eu apenas afastei-me da porta. – Desça.
- Mas...
- Agora. – gritou.
- Tudo bem. – respondi e sair com ele logo atrás de mim. Descemos até uma pequena sala, onde e estavam amarrados em cadeiras.
- Sente-se . – disse apontando para uma cadeira. Não falei nada apenas me sentei.
- Bom, eu gostaria de sabe o que se passa na cabeça de vocês dois a ponto de tentarem fugir de mim? – riu ironicamente.
- Não machuque , eu sofrerei as consequências. – disse.
- Claro que sim. – trocou olhares com um dos seguranças, que logo me puxou pelo braço.
- O que está havendo? – perguntei enquanto era arrastada pelo homem.
- Venha querida. – sorriu. – Pegue. – entregou-me uma arma.
- Quê? – guiou-me até em frente à cadeira de .
- Aponte a arma para ele.
- Não. – falei seca. Segurou minha mãe com força e me levou até e encostou a arma em sua testa.
- Mate-o agora. – sussurrou e riu.
- Não posso. – falei soluçando.
- Agora.
- Não, não vou fazer isso. – choraminguei.
- Ele ou você. – disse se afastando um pouco, logo sacou uma arma e colocou na altura de minha cintura.
- ... – ia dizer algo, porem deixou a frase no ar. O encarei por alguns segundos e analisei a sala. Havia apenas um segurança, olhei novamente que fez um sinal mínimo confirmando o que eu deveria fazer. Virei em segundos, bati a arma em que se virou com a dor e no mesmo giro atirei no segurança que logo caiu no chão.
- cuidado. – gritou e atirou em mim, a bala acertou em cheio meu peito. Mesmo sentindo dores horríveis, ainda tive forças de atirar em . Cai no chão e encarei o sangue. Pude ouvir o desespero de e .

[...]

Abri meus olhos lentamente, ao receberem os fechos de luz que entrava doeram imediatamente. Senti algumas pontadas em minha cabeça.
- ... - alguém sussurrou. – ...
- Diga. – falei quase sem voz.
- Vai ficar tudo bem, ok?
- Onde eu estou? – perguntei.
- Em um quarto de hospital. – ouvi gritar assim que entrou. Ok, estou viva, confere.
- Poderia falar mais baixo?
- Já acordou estressada.
- Para ... – disse rindo.
- ?
- Sim, eu em carne osso, sexy e bonito como sempre. – rimos.
- Exibido. – falei. – Quantos milênios eu dormi?
- Está em coma há dois meses.
- Nossa, e Sofie, Josh, ? – perguntei.
- Sofie e Josh se casaram, obrigou depois de descobrir que ela estava grávida. sumiu do mapa. – disse rindo.
- Isso tudo em apenas dois meses?
- Sim. – e se entreolharam.
- Pode me contar tudo... – falei com voz autoritária.
- Hoje é seu aniversário. – forçou um sorriso.
- Estou falando sério.
- Você matou o , simples assim. – flashes daquela noite voltaram com toda a força e me fez desacordar novamente. Sinceramente, depois tudo que ele fez, eu ainda o amava, do jeito dele, com seus defeitos que na minha visão se tornavam perfeitos. Essa notícia foi o pior presente de aniversário que eu recebi.



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