And Hold Me In Your Arms

Escrito por Biiah Fletcher | Revisado por Natashia Kitamura

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Capítulo 1 - Lie down with me...

  Thomas sorriu. Encostado no batente da porta marfim de entrada do quarto ele tinha visão perfeito de todo o cômodo. A cama bagunçada com a coberta roxa quase caindo no chão. Almofadas verdes jogadas por todo o quarto e peças de roupa espalhadas pelo carpete pêssego. Lembrando- se da noite anterior, não sorrir era impossível. Ela tinha as melhores ideias. Um gorro de papai Noel, uma barba de chantilly, como ele nunca tinha pensado nisso? Depois de lavar bem o rosto, desceu para o térreo preparando um ótimo café da manhã, mas por um motivo desconhecido, não conseguia encontrar o pó de café.
  - Acorda . - engatinhava pela cama até chegar aos joelhos dela.
  - Não! - saiu abafado pelo travesseiro.
  - Acorda vai! - disse colocando uma mão em cada lado do corpo dela no colchão.
  - Não quero, Tom. - escondeu mais o rosto entre a coberta e o travesseiro.
  - Por favor. - Thomas descobriu as costas da namorada aos poucos revelando a pele arrepiada. - Por favor, . - passou a distribuir beijos sobre os pequenos sinais espalhados nas costas nuas dela.
  - Isso não é justo. - reclamou arrepiada.
  - Eu fiz café da manhã. - ele se jogou ao lado dela puxando-a para mais perto.
  - Por que você faz isso comigo? - por meio dos cabelos espalhados no rosto, ela soltou um muxoxo.
  - Porque eu te amo! - com os dedos da mão recolheu os fios que caiam em cascata no rosto sonolento dela.
  Em recompensa, beijou Thomas. Um beijo delicado, carinhoso e doce. Movimentos pequenos e lentos, como um sol nascente, um beijos de bom dia.
  - Eu te amo também.
  Abraçaram- se, apenas. Por enquanto era o suficiente. Sentindo a respiração, os batimentos harmônicos, as unhas dela passeando pela tatuagem de estrela, contornando- a. Os dedos calosos e firmes movendo- se em círculos pelo ombro dela como se criasse um desenho em espiral ou tribal, algo sem forma real.
  - Tô com fome. - quebrou o silêncio.
  - Eu sei! - Thomas gargalhou ouvindo um ronco.
  - Quero comida, preciso alimentar meu espírito Fletcher. - Sorriu ela sapeca segurando o peso do tronco com os cotovelos.
  - Que piadinha mais sem graça.
  - Eu gostei.
  - Claro, já era de se imaginar.
  - Vai me dar comida ou tá difícil?
  - Vem, tem panqueca. - Sentou na cama exibindo a covinha.
  - Meu Deus! O que aconteceu aqui? - Pela primeira vez, seus olhos castanhos encararam a bagunça em que se encontrava o quarto.
  - A sala está bem pior. - A covinha apareceu novamente seguida de um sorriso bobo.
  - #-
  - Muito bem só falta achar a árvore. - Tom repousou as mãos na cintura.
  - Ah sim, o mais difícil sempre pro final, bem coisa do Fletcher. - se jogou no sofá bufando.
  - Eu sempre prefiro um desafio. - caminhou até ela desviando das tralhas decorativas.
  - Sempre? - perguntou ela sorrindo com os olhos castanhos.
  - Sim. E sabe qual foi meu maior desafio até hoje? - Um sorriso safado, uma covinha metida e bochechas vermelhas aproximavam-se lentamente.
  - Qual?
  - Você!
  - Eu?
  - Aham. - Lábios foram comprimidos contra o dela. Um selinho longo, demorado que se transformou em beijo calmo. - Acho melhor ir procurar a árvore. - Ele se afastou coçando a nuca.
  - É uma boa ideia. - Esfregava as mãos na calça jeans nervosa.
  - Alguma ideia? - ergueu as mãos em dúvida.
  - Tom, a casa é sua. Realmente não espera que eu saiba onde você colocou a árvore de natal, não é?
  - Não, é verdade.
  - Porque não tenta no sótão?
  - Foi o único lugar onde eu não olhei.
  - Por isso mesmo. - piscou e sorriu. O som do telefone rompeu no ar chamando a atenção. - Eu atendo.
   correu até o telefone sem fio, parado em cima da bancada de frente para a cozinha. As meias escorregavam no chão fazendo- a derrapar. Puxou o aparelho do gancho eletrônico e apertou no botão verde.
  - Alô?!
  - Filha, finalmente. Sabia que ia te encontrar na casa do Thomas.
  - Mãe? - disse surpresa.
  - Sim.
  - Porque está ligando pro Tom? - parecia confusa e intrigada, a voz uma oitava mais baixa.
  - Te liguei o dia inteiro , poderia atender seu celular? Para que serve um desses se não para receber chamadas?
  - Têm várias outras utilidades mãe.
  - E nenhuma delas vem o caso.
  - Certo. O que quer? - bufou impaciente.
  - Saber se você vem mesmo dia 25.
  - É claro que vou.
  - E o Thomas?
  - Arh! - encarou a escada do sótão, vazia. - Eu...vai. Ele vai comigo. - respondeu ficando de costas para a escada no meio do corredor.
  - Perfeito, vou fazer torta de chocolate para dia 24 então.
  - Arh, tudo bem.
  - Até lá filha.
  - Até lá mãe. - colocou o telefone no gancho novamente encarando o aparelho preto de plástico.
  - Que foi? - Apareceu ás costas da namorada ofegante.
  - Meu deus Thomas, que susto. - Levou a mão direita ao coração e a esquerda aos cabelos, jogando-os para trás. - Está todo vermelhinho, o que houve?
  - Essa coisa pesa uns 5 quilos. Estou morto. - bufou cansado. Deixou a boca aberta pegando ar e expondo covinha.
  - Coitadinho do meu amor. - segurou o rosto dele com as duas mãos e distribuiu selinhos ao redor da face.
  - Quem era no telefone? - após uma longa rodada de selinhos lentos e demorados, perguntou curioso.
  - Nada, só a minha mãe. - saiu de perto do aparelho fugindo do assunto como se ele fosse permanecer em cima da bancada.
  - Sua mãe? - ergueu uma sobrancelha em dúvida e entrouxou os lábios no canto esquerdo trazendo à tona a covinha novamente.
  - É ela estava me procurando. - Sentou no sofá e abriu uma caixa empoeirada em sua frente.
  - E o que ela disse? - Coçou o nariz um pouco e começou a abrir a árvore artificial.
  - Perguntou sobre - espirrou. - o natal.
  - E o que você disse?
  - nada de mais, só confirmei nossa presença.
  - Nossa presença onde?
  - No natal, lá em casa.
  - Na casa dos seus pais? - Tom entrou em choque.
  - Sim. - encarava os pés como se tentasse memorizar cada desenho das meias de lã.
  - , eu não vou passar o natal com seu pai.
  - Porque não Tom? Ele te adora.
  - Me adora? Ele me odeia.
  - Não é verdade.
  - Ele me deu pimenta . Isso é tentativa de assassinato.
  - Que bobagem, foi apenas um pouquinho Thomas.
  - Eu fiquei uma hora sem poder falar.
  - Eu devia ter avisada que fosse era fraco com pimenta.
  - Não tente justificar. - o queixo enrugou com a boca entrouxada.
  - Tom, por favor. Você não poderia deixar isso pra lá? - olhar sofrido e cenho erguido.
  - Não, eu preso a minha vida sabia? - apontou para si mesmo com a mão direita.
  - Eu não disse que não, mas esquece isso. - meneou a cabeça pendendo para a esquerda.
  - Não posso esquecer, teu pai não deixa. - bagunçou os fios loiros.
  - Tom, para de bobagem. Ele nunca te disse nada. - franziu o cenho
  - Ele não precisa dizer, eu sinto. - a covinha ficou a mostra com a boca fechada em uma linha fina.
  - Ah e agora virou vidente? - ergueu uma sobrancelha.
  - , eu tenho medo dele. - tremeu com a voz falha.
  - Tom, para com isso. De uma chance a ele. - bufou bagunçando os cabelos castanhos
  - Ele não me deu chance alguma.
  - Ele é complicado.
  - Complicado? Ele é um carrasco.
  - Ele na verdade foi militar.
  - Exatamente.
  - Isso esta virando mania de perseguição. - advertiu cruzando os braços.
  - Não é verdade. - virou de costas como uma criança birrenta, cruzando os braços.
  - É sim. - Caminhou até ele abraçando-o por trás. - Será que você não poderia fazer isso só dessa vez? Por mim? - Massageou as costas dele, os ombros e os braços.
  - Tudo bem. Mas é a última chance dele. - Hesitou, mas concordou.
  - Obrigada. - beijou a nuca do namorado em agradecimento.
  - Você não devia ter feito isso. - Thomas virou rápido para ela e a pegou no colo. Jogou-a sobre as luzinhas espalhadas no sofá e a beijou.

Capítulo 2 - So I Hold You Close To Help You Give It Up

  Foi uma viagem calma até Watford. A neve estava prevista para cair logo mais a noite, então não atingiu o casal que viajou logo cedo visando almoçar na casa dos . estava animada em rever a família e contava sobre os parentes que Thomas ainda não conhecia. Ele apenas sorria e balançava a cabeça concordando. O pobre Tom suava frio só de pensar no sogro e seu vidro de pimenta rosa. Pararam no meio do caminho em Ealing para um lanche e seguiram a estrada até Watford- Hertfordshire. Já em Three Rivers, ligou para a mãe avisando que estavam muito perto. O trajeto que durou 4 horas teve fim em frente a uma casa típica britânica com o gramado verde perfeito, a pintura das paredes em um branco brilhante e a porta em um vermelho sangue. Uma mulher de cachos redondos e largos na altura dos ombros, na cor preta apareceu com botas de neve, e um cardigã vinho, na porta sorrindo. Rugas da idade apareciam, mas não deixava de ser bonita. Os olhos castanhos avelã, como os da filha, o nariz arredondado dos lados, feito os da primogênita. Tinha ombros pequenos e cintura fina como , mas era bons 10 centímetros mais alta. Na verdade qualquer um era mais alto do que a moça. Luciane também tinha o quadril maior. Lábios mais preenchidos e bochechas mais proeminentes. Um sorriso de dar gosto, que iluminava o local e aquecia por dentro. Ela abanava ainda próxima a porta chamando o casal para perto do aquecedor.
  Tom sorriu, ele adorava Luciane. Adorava também a cunhada, . Se tinha alguém na família da namorada que realmente gostava dele, essa era . Ainda não tinha certeza se a garota gostava dele, ou de implicar com ele. Mas não se importava se debicavam como bons irmãos emprestados e se apoiavam como bons cunhados. Além do precipício que tinha por Dougie, desde o almoço de páscoa do ano passado quando o amigo se aventurou pelas terras de Watford com eles. Sérgio que era o problema. O sogro sempre fora muito rude com o músico. Menosprezando seu trabalho, diminuindo suas conquistas, não dando a mínima para suas letras e pouco se importando com prêmios e shows sérios. Já havia tentado conquistar o homem com presentes bons, ingressos para shows e apresentações de bandas mais antigas. Mas nada dera certo. Ao entrar na sala rústica da casa, pode sentir- se acuado. Sentia que a qualquer momento poderia ser ele ali, com sua cabeça na parede e não o urso amarronzado. Caça era o "esporte" favorito do sogro, depois de amedrontar os genros e mimar as filhas. Entraram na casa e a sensação congelante derreteu junto com a neve dos sapatos. Passos pesados eram ouvidos da escada e então uma loira magricela se jogou contra o corpo da irmã perto do sofá. Era uma mistura de cores aquelas duas. tinha os cabelos castanhos como chocolate ao leite, e algumas mexas carameladas, olhos grande que parecia avelãs e um nariz arredondado, era baixinha de cintura muito fina e pequena. a irmã segundos mais nova era loira como areia molhada, um loiro um pouco mais escuro. Tinha os olhos como pequenas bolitas de gude verdes e castanhas, uma mescla entre camomila e hortelã, nariz fino e arrebitado, alta com a cintura quadrada, parecendo uma modelo da Secrets. Eram tão diferentes, uma mistura perfeita dos pais. Pais. Pai. Sérgio entrou na sala e sorriu com a cena. Foram poucas às vezes Fletcher presenciou um sorriso saindo daquele rosto calejado. Duas na verdade. E por meio dos olhos verde esmeralda, nariz e lábios finos e pequenos como os de , cabelos como areia, de , e ombros largos o sorriso até que amenizava a barba cerrada e as duas pequenas cicatrizes. Uma perto do olho esquerdo e outra no centro do queixo. Aquelas cicatrizes metiam muito medo em Thomas, era o agravante na verdade. Thomas, assim que os olhos do Sr. pousaram sobre o loiro magricela e queixudo, o cenho franziu, o sorriso sumiu e a postura ficou ereta. Isso fez o pobre guitarrista tremer.
  - Pai! - caminhou até o homem e se deixou abraçar protetoramente.
  - Meu pequeno chocolate. - O homem mais velho abraçou a filha, muito forte.
  - Estava com saudades. - Saiu abafado pelo tronco do pai.
  - Eu também.
  - E aí cunhado! - deu um soquinho no braço direito de Tom.
  - Oi loira. - Tom bagunçou os cachos loiros da menina.
  - Mexe de novo e eu arranco a única coisa que presta em você, do meio das suas pernas.
  - Minha voz não presta? - questionou cruzando os braços.
  - Não, prefiro a do Danny. - desdenhou com a mão esquerda.
  - Dougie vai adorar saber disso. - ameaçou procurando o celular no bolso.
  - Nem pense em fazer isso. - segurou o braço direito dele.
  - Então diga que sou o melhor cunhado que você teve.
  - Já tive melhores.
  - Acho que posso ligar pro Poyn- -
  - Você é o melhor cunhado do mundo inteiro.
  - Eu já sabia. - Covinha e sorriso, combinação Fletcher.
  - Otário. - Tom abraça pelos ombros enquanto ela resmunga.
  - Vamos almoçar família? - Luciane perguntou por trás de todos.
  - Claro! - estendeu a mão para a irmã gêmea, mais nova por segundos e as duas foram juntas até a mesa sentando uma em diagonal para a outra.
  - Fletcher! - Sérgio cerrou os olhos na direção do garoto.
  - Senhor ! - Thomas estendeu a mão para o sogro.
  - O que anda fazendo garoto? - recusou a mão estendida colocando- as no bolso.
  - Escrevendo, senhor. - coçou a nuca em sinal de nervosismo.
  - Você não trabalha garoto? - cruzou os braços em frente ao corpo.
  - Esse é o meu trabalho, senhor. - escondeu as mãos nos bolsos da calça.
  - Pai, Thomas. Venham comer. - gritou no meio de uma risada.
  Senhor examinou Fletcher por duros 4 segundos antes de negar silenciosamente e caminhar a passos decididos para a mesa. Tom engoliu em seco tremendo, demorou ainda alguns segundos para lembrar como se caminha e parar de sacudir as pernas como galho de videira. Sentou ao lado da namorada em frente à cunhada, mas não encarou ninguém, apenas seu prato de cerâmica, branco com pássaros azuis.
  - Está tudo bem? - apertou a perna dele por baixo da mesa.
  - Aham. - Respondeu no automático.
  - Você está branco, Tom. - Ela buscava os olhos do garoto encarando o rosto pálido dele.
  - É sério, tudo bem. - deu um selinho rápido nela sem pensar.
  A expressão do sogro era de ultraje, ofensa, fúria. Mas nada apagaria o sorriso radiante que ostentava no rosto pelo gesto. Tom nunca teve coragem de beija- la sequer no rosto em frente aos seus pais. Ela sentia que ele estava ficando mais corajoso mais decidido.
  Sérgio em resposta, serviu-se de frango e despejou uma grande quantidade de pimenta rosa sobre o prato, encarando Thomas.
  - #-
  - Aqui! - Tom largou a mala cinza sobre a cama.
   estava desfazendo- as, organizando algumas roupas no armário. Seu quarto verde e roxo continuava o mesmo, alguns bichinhos de pelúcia na cama, pôsteres dos Backstreet Boys, Coldplay, Marron 5 , Busted e N'Sync espalhados pela parede atrás da porta. A cama de casal com uma colcha branca e os milhares de travesseiros verdes.
  Tom observava os gestos delicados da garota redobrando peça por peça, e tentava imaginá- la naquele mesmo lugar alguns anos no passado. Como devia ser a sua com 17 anos? Provavelmente uma lunática apaixonada por boybands. Ela gostava de McFly? Não gostava? Foi surpreendido por uma almofada batendo em seu tórax e caindo aos seus pés.
  - Thomas, acorda! 'Tô falando contigo. - Chamou .
  - Desculpa. - respondeu pegando a almofada.
  - Poderia, por favor, colocar no armário? - estendeu uma pequena pilha de roupa a ele.
  - Claro. - colocou as peças empilhadas em uma das prateleiras vazias.
  - No que estava pensando? - voltou a dobrar mais roupa.
  - Que falta um pôster do McFly aqui. - Ele jogou verde escondendo os olhos castanhos mel dele dos castanhos chocolate dela.
   largou tudo o que estava fazendo e caminhou até a porta, fechou a mesma e afastou- se um pouco deixando à mostra a figura que cobria toda a madeira.
  - Desde- -
  - Danny conseguiu pra mim. Coloquei no dia das mães.
  - Como eu não fiquei sabendo?
  - Você não veio mais aqui.
  - Ficou muito legal.
  - Ficou né? Melhor que antes.
  - Antes?
  - É, antes de me mudar para Londres eu tinha essa parede inteira de pôsteres. No dia da mudança choveu e eu perdi todos, tenho só estes poucos que ficaram.
  - Mas antes não tinha nenhum do McFly.
  - Não, eu os tinha levado para Londres.
  - Então você gostava de McFly?
  - Que garota britânica de 16 anos nunca pintou i cabelo com cinco cores diferentes?
  - Cinco cores? Não acredito.
  - Eu até quis tatuar uma estrela.
  - Mas você tem uma estrela tatuada.
  - No pulso, mas na época eu queria no ombro.
  - Isso significa que- -
  - Não, o meu favorito era o Harry!
  - #-
  - Hey Fletcher, sente- se aqui. - Sérgio bateu delicadamente no braço do sofá parado ao lado de sua poltrona reclinável xadrez.
  - Olá Senhor . - Thomas respirou fundo e sentou.
  - Quer um pouco de Tinto? - Sérgio ofereceu uma taça ao garoto.
  - O que? - em dúvida Tom perguntou.
  - Cabernet, vinho, Tinto. Prefere Branco talvez? - Falava rápido tentando deixar Thomas aflito.
  - Não obrigado. Eu não sou de beber sem motivo. - Declinou encarando a porta da cozinha.
  - Vai recusar um convite do seu sogro? - Sérgio engrossou a voz e erguer a sobrancelha.
  - Quem sabe não seja agora uma boa hora para uma taça? - Sorriu revelando a covinha para o sogro.
  - Me conte Thomas, já abateu um cervo? - Sérgio servia a taça.
  - Não senhor. - bebericou pouco segurando uma careta.
  - Urso?
  - Não.
  - Raposa.
  - Não
  - Veado?
  - Não.
  - Lebre.
  - Não.
  - Já caçou alguma fez Fletcher? - encarou o garoto.
  - Não senhor. - bebericou mais uma vez encarando o homem.
  - Então é contra a caça?
  - Como senhor.
  - A lei contra caça. Você é a favor da lei?
  - Eu nunca parei para pensar nisso senhor.
  - Ah, claro. Ocupado de mais com suas musiquinhas.
  - Não eu- -
  - Não tem tempo suficiente para os interesses alheios?
  - Eu nem sabia da lei contra caça senhor.
  Sérgio encarou sua cabeça de urso exposta perto da lareira, depois para o espaço vago que nunca seria preenchido. A cabeça de Fletcher caberia ali? Ou o queixo do garoto seria proeminente de mais para sua sala repleta de requinte, peles e animas de grande porte, decorativos. Seria desvalorizar suas peças, e isso não poderia permitir.
  - E o que me diz sobre futebol Fletcher?
  - É interessante. - encarava a taça decidindo como colocaria aquilo fora sem o sogro perceber.
  - Viu o jogo do Arsenal na última rodada? - recostou- se mais a cadeira de modo confortável.
  - Eu não torço pelo Arsenal, senhor. - todas aquelas malditas conversas do Harry sobre a porcaria do Arsenal fazia uma bendita falta agora.
  - Não torce pelo Arsenal? Qual seu time? - Perguntou sugestivo esperando a resposta.
  - Eu não tenho um senhor. - se engasgou com o vinho forte.
  - Não tem um time? - o sogro ficou perplexo por alguns segundos.
  - Eu não assisto futebol. - Maldito esporte. Porque foi proibir Harry de falar dessa porcaria perto dele?
  - Rúgbi?
  - Não.
  - Polo?
  - Não.
  - Futebol americano?
  - Não.
  - Você conhece algum esporte?
  - Golfe.
  - Pelo menos.
  Sérgio bufava por dentro. Que espécie de homem era aquele sentado ao seu lado? Não poderia ser um homem de verdade? Um verdadeiro britânico? Ele parecia uma mulher, sentava como uma, bebia como uma, falava como uma só faltava dizer que lia coisas de mulher. O homem sentado ao seu lado se misturava na figura de um garoto acuado com seus bonequinhos de ação e seus gostos femininos. Ele podia ser qualquer coisa, menos um legítimo lorde inglês
  - Você é um maricas?
  - Não senhor!
  - É sim. Um maricas, que cruza as pernas e escreve musicas para garotinhas de 15 anos.
  - Eu- -
  - Thomas, finalmente te encontrei. Sobe! - apareceu na porta da sala chamando o cunhado.
  - Mas- -
  - Sobe logo, vou levar vocês para um lugar hoje. - piscou sorridente.
  - Tudo bem. Obrigado pelo vinho senhor . - Thomas fugiu do sogro deixando a taça praticamente inteira na mesinha de centro.
  Quando já não restava mais sombra de Fletcher na sala começou.
  - O que deu em você? Quer que a não venha mais aqui? - Começou a falar irritada.
  - Não eu-
  - Você nada, pai. Ela ama o Tom, e Tom faria tudo pela . Mas ela não vai obriga- lo a se submeter a você. Ela não vai pedir que ele ature você, não é obrigação dele. Seja legal, pelo menos dessa vez.
  - Eu escolho quem eu recebo na minha casa mocinha. - a voz irritada e baixa.
  - Seja legal ou eu conto a mamãe. - ameaçou com as mãos na cintura.
  - Você não faria isso.
  - Faria sim. E você não pode beber mais que uma garrafa por semana, essa já é segunda. - Pegou a garrafa e as taças e levou para longe do homem.
  Sérgio bufou e ligou a televisão para assistir. Começou a assistir o jogo do Arsenal, gravado desde o último final de semana.
  - #-
  - Dougie eu não viajei para outro país, eu estou em Watford. - Tom falava ao celular com o amigo enquanto a namorada terminava o banho. - Sim você conhece. A casa da fica aqui. - coçava os olhos, sentado á cama. - Dougie, eu não vou comprar um presente para você, você já veio aqui. - O queixo apoiado na mão direita. - Não Dougie, eu não vou passar para a , ela 'tá no banho. - Bocejou. - Eu não vou tirar uma foto. - Gritou furioso. - Eu vou desligar, tenho mais o que fazer Poynter, Tchau! - jogou o telefone nos pés da cama e derrubou o próprio peso no colchão.
  O trinco do banheiro soltou um barulho e entrou no quarto de roupão e cabelos molhados. Tom manteve os olhos fechados quase dormindo. caminhou até a cama e sentou ao seu lado. Beijou o pescoço do namorado com carinho, depois o queixo seguido da bochecha para aproveitar os lábios finos e expressivos dele. A boca que soltava aquela perfeita voz também dava ótimos beijos. Ele enroscou os dedos no cabelo molhado dela e as unhas, dela, perfeitamente pintadas de vermelho trilhavam um caminho entre nuca e cabelos loiros. Mas foram interrompidos por uma batidinha na porta.
  - Já vai. - gritou ainda grudada ao namorado.
  - Vou pro banho! - ele beijou mais uma vez os lábios pequenos da garota e correu com uma toalha para o chuveiro.
  - Entra! - gritou novamente agora secando os fios escuros com outra toalha.
  - Só pra avisar que vou secar o cabelo - fez uma pausa. - E alisar. No mínimo uma hora. - A cabecinha com um turbante balançou.
  - Perfeito, da tempo de tirar um cochilo até. - sorriu procurando a escova.
  - De jeito nenhum, se tu dormir, daí ninguém mais sai. - Gritou negando com as mãos em frente ao rosto.
  - Tá, vai logo. - enxotou a irmã dali jogando a toalha em sua direção.
  - Té mais. - A porta foi fechada.

Capítulo 3 - Settle Down With Me

  - Bom dia - sorriu se espreguiçando.
  - Só se for pra você. - Thomas cruzou os braços e fez bico.
  - Thomas?
  - Eu
  - Não acredito que ainda está bravo. - Virou de frente para ele.
  - E não era para estar? - Ainda encarava o teto.
  - Não, claro que não. - Apoio a cabeça na mão esquerda por entre os cabelos castanhos
  - Você aceitou uma bebida daquele idiota. - Virou apenas o rosto para ela, cheio de magoa.
  - O Brain é meu amigo. Estudamos juntos.
  - Grande coisa, agora você pode estudar comigo.
  - Mas eu não tenho o que estudar.
  - Exatamente.
  - Você está mesmo com ciúmes do Brain babão? - deitou de bruços rindo.
  - Babão? - ficou de frente para ela
  - É ele usava aparelho e babava em todo mundo. - imitou um aparelho e a baba com as mãos.
  - E você ainda se dava com ele. - arregalou os olhos surpreso.
  - Ele sentava atrás de mim. - se defendeu.
  - E daí? Não precisava falar com o babão. - indignado retrucou.
  - Tom, ele me pagou uma garrafa d'água enquanto você ia ao banheiro.
  - Eu não gostei disso.
  - Era só água.
  - não quero saber.
  - Por favor, é natal. Sua data favorita no ano.
  - Esse natal tem se tornado um pesadelo, isso sim. - deitou com força, a cabeça jogada no travesseiro, olhos fechados.
  - Não diga isso. - aproximou o corpo do dele.
  - Eu só queria dormir de novo e acorda na nossa casa- -
  - SUA casa
  - NOSSA casa, fazer panquecas com açúcar pra você. E assistir a neve cair sentado em frente à lareira abraçadinho. É pedir muito? - choramingou deixando a covinha a mostra.
  - Eu prometo que vamos fazer isso, logo. - beijou a covinha segurando o rosto pelo lado direito.
  - Não vejo a hora. - sorriu dando um selinho nela.
  - Vem vamos descer e comer alguma coisa.
  - E os presentes?
  - Vamos abri- los.
  Saíram da cama apressados, calçaram pantufas confortáveis e desceram as escadas. A árvore era um montareu de embrulhos. Todos em cores cintilantes, fortes e chamativas, como se fogos de artifício tivessem sido estourados por ali mesmo. Os presentes que e Tom enviaram há uma semana já estavam ali por volta de uns três dias, apenas esperando. A distribuição foi rápida. Sérgio entregou embrulhos pequenos, arrastou os grandes e cantou os nomes em alto e bom som. Os presentes para Thomas, todas entregavam diretamente para ele com um abraço e palavra de bons desejos. Fazendo de tudo para que Sérgio e Tom não precisassem se encarar por muito tempo. Sr. o observava de perto, sempre de olho no garoto, buscando um errinho que fosse. Mas nada encontrava nenhuma careta, nenhuma palavra torta ou uma revirada de olhos. Apenas sorriso, covinha, e agradecimentos. Algumas risadas do presente falso de , que era um aquecedor de queixo;. Segundo ela, o queixo do rapaz deveria passar muito frio por ficar de fora na neve. Logo as garotas sentaram no chão parecendo crianças, mas ao invés de Barbies e roupinhas, os brinquedos da vez eram bolsas de marca e roupas de coleções exclusivas. A criança cresce e o valor do presente também. Luciane se retirou sorrindo feita boba, para a cozinha. Cantarolava alguma música de natal que Tom julgava ser White Christmas. Deixou a namorada que parecia ter oito anos novamente admirando seu brinquedo novo, e foi oferecer ajuda a sogra. Nunca era bom ficar no mesmo lugar que o sogro, não por muito tempo.
  - Sra. precisa de ajuda? - Tom entrou pela porta da sala.
  - O que já falamos sobre esse Sra. Thomas? - Luciane encarou o garoto parando o que fazia.
  - Luciane? - em dúvida. - Sogra? - Tentou ao ver a sobrancelha bem desenhada dela se erguer para ele.
  - Melhor assim. - sorriu para ele.
  - Posso ajudar em alguma coisa sogra? - chegou mais perto do fogão onde Luciane colocou para aquecer, o óleo.
  - O que sabe fazer, meu filho? - encarou o menino sorrindo maternal.
  - Panquecas! nunca reclama das minhas panquecas. - lembrou- se do seu pequeno desejo.
  - Ela nunca gostou das minhas. Então faça as suas. - deu duas batidinhas de incentivo nos ombros dele.
  - Certo. - caminhou até os armários aéreos recolhendo ingredientes.
  Luciane começou a fritar ovos e bacon e Tom a fazer a massa de panquecas. Enquanto fritava os ovos, Luciane fez as torradas e preparou os cogumelos. Tom se concentrava na sua panqueca de receita secreta cantarolando Deck The Halls feito um garotinho animado.
  Luciane segurava a vontade de rir do genro. Sabia da paixão que tinha pela data, mas dai a cozinhar cantarolando Deck The Halls já era demais. Ela pediu que o garoto cuidasse das frituras enquanto ia até os fundos em sua horta particular pegar tomates. Ele aceitou de bom grado com um sorriso. Fletcher continuava cantando feito um bobo, agora até a letra já saia quando do nada, braços se enrolaram em sua cintura confortavelmente. abraçou o namorado por trás.
  - Não faça mais isso? - Tom disse ainda de costas com uma mão no peito.
  - O quê? Entrar de fininho ou te abraçar sem avisar? - encostou o queixo nas costas do garoto.
  - Me assustar enquanto cozinho. - mexeu na massa.
  - Parece sensato. - soltou as costas dele dando a volta com os braços pelos ombros dele.
  - Já cansou dos seus brinquedos? - zombou rindo gostoso.
  - Seu imbecil, eu estava apenas admirando minha nova Hérmes. - bateu nele com um tapa leve.
  - Hum. - segurou a risada.
  - É uma bolsa cara. - constatou se justificando.
  - Eu sei. - a voz saiu espremida pela vontade de gargalhar.
  - Mas não deu bola. - soltou um muxoxo, furiosa.
  - Nossa amor, que legal que você ganhou uma bolsa Hérmes, a qual eu te dei. Você vai ter que me emprestar um dia. - gargalhou, respirou fundo e soltou o Danny Jones que há dentro de si.
  - As ordens. - entrou na brincadeira rindo.
  - Gostou do seu presente? - virou de frente para ela.
  - Lógico. - sentiu sua cintura ser envolvida por braços fortes, manteve os troncos afastados encarando os olhos mel dele.
  - Que bom. - brincava com a barra da blusa de pijama dela.
  - O que está fazendo ai? - passava as mãos pelos braços dele.
  - Ajudando sua mãe.
  - Com...
  - Panquecas.
  - Já ouvi falar delas hoje. - abraçou o pescoço dele.
  - É, espero que goste. - sorriu com a covinha a mostra.
  - Feitas por você? É óbvio que eu vou gostar. - a voz denunciava obvialidade.
  - Fico lisonjeado. - pomposo meneou a cabeça.
  - Eu sempre goste de tudo que você faz. - fez um carinho nos cabelos da nuca dele.
  - Bom saber disso. - apertou mais o abraço.
  - Até da sua sopa de batatas. - sorriu feito criança sapeca.
  - Até da sopa de batata. - sorriu malicioso.
  - Aham. - balançou a cabeça rindo.
  - Bom- -
  Se beijaram. Uma mistura de braços finos e fortes, abraços apertados, mãos no cabelo, sorrisos tímidos no meio dos beijos.
  - Como está... - Luciane pisou na cozinha e viu os dois juntos. - o bacon? - Terminou a frase encarando o casal.
  - Mãe! - gritou.
  - Oi filha, veio ajudar também? - Sorriu como quem não quer nada brincando com a situação.
  - Pois é. - coçou o pulso, nervosa.
  - Tudo bem, poderia me ajudar com os tomates? - perguntou apontando a cesta em mãos.
  - Claro. - Se afastou de tom indo até a pia.
  Tom vermelho feito um dos tomates da horta da sogra, abaixou a cabeça depois de uma coçadinha básica na nuca e voltou até suas panquecas.
  - Toma mais cuidado , já pensou se fosse seu pai? - A mãe advertiu lavando os tomates.
  - Eu sei mãe, mas não deu. - abaixou a cabeça secando os tomates.
  - Só cuida da próxima vez. - piscou para a filha.
  Cortaram os tomates e cochicharam mais, deixando Thomas cada vez mais desconfortável. Adorava a sogra, mas ser pego na cozinha com a mão enrolada nos cabelos da namorada não era uma coisa muito bonita. Não conseguia encontrar uma forma, em sua cabeça, de se desculpar com Luciane. O que ele acreditava ser muito importante.
  - Eu e o pai vamos buscar o Bê no aeroporto depois do almoço. - entrou como um furacão na cozinha gritando.
  - Estão falando com ele? - perguntou atônita.
  - No telefone. - confirmou.
  As duas saíram correndo como carros de fórmula um até a sala de estar. Tom viu nisso a hora perfeita para conversar com quem devia. Respirou fundo, uma, duas, três vezes tomando coragem. Pensou bem nas palavras deixando-as esquematizadas para não travar e começou.
  - Luciane--
  - Achei que já tínhamos conversado sobre isso. - Luciane preparava uma travessa para os tomates.
  - Sogra, - sorriu ao ver a mulher mais velha sorrir. - eu queria me desculpar.
  - Pelo quê? - A mulher o encarou.
  - Pela cena que viu. - sentiu as bochechas pinicarem, ficando rosadas.
  - Ah, aquilo? Não foi nada. Já fiz coisas piores com Sérgio. - gargalhou recordando.
  Thomas ficou vermelho. Logico que já sabia disso, ninguém tem filhos do vento, ou por partenogênese. Mas não precisava que a ela falasse de suas aventuras com o marido justamente agora.
  - Ahr--
  - Ah, Tom. Não é a toa que temos três filhos. - organizava as torradas em um refratário.
  De fato eles tinham. Bernardo, e . Bernardo, que era o mais velho, vivia viajando pelo trabalho e nas horas vagas morava na casa dos pais. O que era muito menos custoso para um biólogo de 29 anos, sem esposa ou namorada e sem endereço fixo sempre trabalhando em campo.
  - Eu não--
  - Por favor, não fique constrangido. - Ela sorriu materna para o garoto vermelho como um pimentão.
  - Eu não...
  - Oh querido, me desculpe. - secou as mãos no guardanapo.
  - Tudo bem. - engoliu em seco.
  - Apenas tomem cuidado com meu marido, ele não é muito flexível. - sorriu amena, conformada.
  - Eu sei, às vezes acho que ele não gosta de mim. - sincero abaixou a cabeça.
  - Não é verdade. Ele só tem medo. E além do mais, quem importa mesmo é a . Não tem que se importar com Sérgio se estiver ao seu lado. - confortou o genro sorrindo.
   voltou e os ajudou a colocar a mesa para o café que havia virado um brunch, pelo horário. Todos comiam e conversavam animados. O principal assunto era Bernardo que voltava para a casa. Era o primeiro ano depois da morta da vovó Beth que todos passavam juntos. se dividia entre França e Inglaterra de quinze em quinze dias mantendo seus consultórios em Paris e em Westminster e seu apoio odontológico para um orfanato em Versalhes. ficava trancada na editora, lendo manuscritos para aprovação. Algo do que ela não podia se queixar, quando o livro era bom. Dava até para levar trabalho para a casa que Thomas não reclamava. Ela tinha suas pequenas viagens com autores para propaganda, mas não se comparavam com as dele, e era sempre muito paciente. e Sérgio saíram para buscar Bernardo, e Luciane retiraram a mesa e começaram o almoço, algo leve e bem britânico para matar a saudade de Bê. Tom foi até a varanda fechada atender o celular.
  - Fala Dougie.
  - Na verdade é o Danny.
  - O que você está fazendo com o celular do Poynter, Danny? - estranhou encarando o aparelho e depois voltando a falar.
  - Perdi o meu. - disse Danny.
  - Porque eu não me surpreendo com isso? - sorriu cruzando os braços.
  - Deixa de ser mala Tom, escuta. O Dougie disse que você vai trazer algo pra ele, mas não me disse o que é. Eu quero um também. - reclamou.
  - Danny, eu não vou levar nada pro Poynter. - retrucou bravo.
  - Não tenta me mentir, eu também quero um. - cortou o raciocínio de Tom.
  - Você não sabe nem o que é quem dirá se é verdade. - simplesmente disse.
  - Apenas, me surpreenda. - foi possível ouvir Danny sorrir.
  - Vocês são uns idiotas mesmo.
  - Também te amo Tom. Feliz Natal! - E Danny desligou.
  - #-
  - E o bom filho, a casa torna. - Um homem jovem, de cabelo raspado, jeans, camisa xadrez vermelha e colete para neve vermelho, entrou largando uma mala azul na porta da casa.
  - Bernardo! - Luciane largou o livro que lia e correu para abraçar o filho.
  - Oi mãe, feliz natal! - Abraçou a mãe com força sorrindo com os olhos verdes esmeralda.
  - Como você está magro meu filho. - bagunçou os cabelos cobre do filho, não eram tão loiros nem tão castanhos.
  - Tende fugir de um canguru faminto e um leopardo furioso. - gargalhou gostoso.
  - Você fugiu de um leopardo? - perguntou preocupada.
  Na realidade o canguru era mais perigoso, nessa relação. - brincou novamente.
  - Bê! - gritou e pulou em cima do irmão mais velho.
  - Baixinha. - Segurou a irmão com os dois braços.
  - Você esta gordo. - bateu na barriga do irmão quando chegou ao chão.
  - E você uma bola. - ele fez o formato de uma bola com as mãos em volta do corpo.
  - E velho! - gritou .
  - Como vocês são carinhosas, senti falta desse amor fraternal. - colocou as mãos no bolso.
  - Tem muito mais de onde veio esse. - entrou na cozinha.
  - Thomas! - Bernardo disse ao vê- lo perto da lareira. Essa qual Fletcher fora obrigado pela namorada a ajudar o sogro a acender.
  - Bernardo. - Thomas se aproximou e iniciaram um comprimento de homens. Aperto de mãos e batidinha nas costas, típico.
  - Visitando o quartel general? - Bê sorriu apontando para o pai com a cabeça.
  - Basicamente. - riu com as mãos no bolso.
  - Olha, agora que eu estou aqui posso até amenizar as coisas. Mas ele é osso duro de roer. - constatou cruzando os braços.
  - Eu sei as coisas não tem sido muito boas. - abaixou a cabeça conformado.
  - Vou dar motivos suficientes para que ele se preocupe com outras coisas. - piscou.
  - O que estão cochichando ai, menininhas fofoqueiras? - perguntou se aproximando.
  - Estávamos falando de como sua bunda parece uma melancia partida no meio e de como você ficou gorda nesses últimos três messes. - Bernardo sorriu.
  - Você não fica atrás galã de safari. Está inrrugado e murcho como uma uva passa e parece que vai virar pó a qualquer momento. - sorriu cínica.
  - Que gentileza a sua, depois que rouba toda a comida do mundo quer falar dos pobres subnutridos. - ergueu uma sobrancelha.
  - Vai te ferrar Bernardo. Eu não tô gorda. - bateu nele, forte.
  - Não, está obesa. Até- -
  - Chega vocês dois, estão constrangendo o convidado. - Luciane gritou da cozinha.
  - Ah o Tom, convidado, mãe? Ele já é de casa. - colocou o braço sobre o ombro do cunhado.
  - Ele já faz parte da família, nem vergonha da roncando ele tem. - Bernardo riu.
  - Eu não ronco. Ronco, Tom? - perguntou aflita.
  - Olha, eu nunca vi, . Mas posso perguntar ao Dougie. - gargalhou divertido.
  - Quer morrer Fletcher? - Bateu nele com força também.
  Tom jogou a cabeça para trás rindo com gosto. Bernardo engatou em uma gargalhada alta e contagiante, quase como a risada de Danny. se juntou a eles sorrindo e abraçando o irmão.
  - Essa daqui está encolhendo, só pode. - Bernardo brincou.
  - Na verdade eu cresci mais um centímetro nos últimos seis messes. - respondeu animada.
  Os três gargalharam, cada um a sua maneira. com a mão na barriga, Thomas com a cabeça pendendo para trás e Bernardo alto e escandaloso.
  - Que foi? - perguntou.
  - Você continua caindo nas piadas que a gente faz. - Bernardo respondeu limpando uma lágrima.
  - Você deveria ler menos e viver mais. Quem sabe assim entenderia o que dizemos? - Ponderou a irmã.
  - É o meu trabalho, . - lembrou à gêmea.
  - Tudo bem amor, você fica linda concentrada. - Tom expos a covinha sorrindo fofo.
  - Ah, sessão melação. - Bernardo retrucou vendo abraçar o namorado e receber um beijo na testa.
  - Vocês são uma nojeira só. - protestou.
  - Eu cansei de vocês. - puxou Tom para a varanda fechada.
  Sentaram ao redor da fogueira a gás que aquecia o lugar deixando-o confortável. Tom escorado na parede, escorada no tronco do Tom.
  - Você me acha linda concentrada? - perguntou curiosa.
  - Muito, ainda mais com os óculos de professora sexy, o cenho franzido e mordendo o lábio. - Tom disse abraçando-a mais forte.
  - Eu faço tudo isso quando leio?
  - Só quando chega ao clímax da história. Durante o resto fica focada e sorrindo de canto.
  - Você vem me observando?
  - Todos os dias.
  - Por quê?
  - Porque o que é bonito tem que se olhar. - riu anasalado.
  - Não, Tom. Sério. - reclamou.
  - É sério, amor. Acho você linda lendo, em cada detalhe. Cada linha que você lê é uma expressão nova e apaixonante que aparece. Consigo perceber quando você gosta de um livro sem mesmo me dizer. - beijou o topo da cabeça dele.
  - Parece você escrevendo. Quando pega uma caneta e uma folha, se transforma em uma obra de arte. Meu objeto de estudo favorito. - sorriu sem perceber.
  - Você fica me estudando é? - perguntou ao pé do ouvido.
  - Sempre que te pego escrevendo ou desenhando. O queixo fica tenso, os lábios mais finos escondendo um sorrisinho de satisfação, que eu sei. - respondeu arrepiada.
  - Sabe o que eu mais gosto de desenhar? - brincava com os dedos dela.
  - Coisas sobre filmes? - pendeu a cabeça para a direita encaixando entre o ombro e o pescoço dele.
  - Você. - escapou da boca dele.
  - Eu? - confusa cerrou os olhos.
  - Você, dentro de todos os meus filmes favoritos, minha princesa Leia, pequena sereia, Sally. Você é uma ótima modelo. - sorriu acariciando os cabelos dela.
  - Mas eu nunca te deixei me desenhar. - desenhava formas com as unhas no antebraço dele.
  - Mas lê muito na cama, é perfeito. - sorriu anasalado.
  - E eu posso ver algum desses desenhos? - virou o rosto para ele.
  - Só se prometer posar pra mim um dia. - acariciou a bochecha dela.
  - Quando quiser. - selaram os lábios de forma calma, devagar, carinhosamente.
  Foram interrompidos pelo celular dele que tocou no bolso da calça.
  “Como assim compra presente pro besta do Danny, o tarado do Dougie e eu, o seu amigo mais normal, fico sem? Aparece na minha frente de mão vazias e eu te corto os pulsos, Do seu querido amigo, Harry.
  Ps.: Feliz Natal para você e a desnaturada da minha melhor amiga, beijos, .”
  Leu a mensagem duas vezes. Uma para si, e riu, gargalhou sorrindo com os olhos. E outra em voz alta para , que riu no primeiro momento, mas lembrou da fúria da amiga.
  - Preciso sair para comprar presentes, percebeu?
  - Boas compras
  - Não vêm comigo
  - Imagina. Se eu não ligar pra Vitória agora é capaz dela me arrancar um rim por telepatia.
  - Vou ter que sair por Watford sozinho? Com o perigo de ser agarrado por milhares de fãs?
  - Pode ir à vontade.
  - Boba. Volto logo. - Ele deu um último beijo nela e saiu apressado.
  - #-
  Tom demorou aproximadamente duas horas na rua, comprara presentes para os três amigos e para Fletch. Cansara de ignorar as mensagens de Danny durante o dia todo, apenas respondera um dizendo que comprou sim algo para eles. Chegou à casa dos sogros e algumas pessoas já estavam lá. Uma prima mais nova, Becca, Tia Liz, Vovó Dana, mãe do Senhor , os primos Peter e John, Tia Clô e Tio David. Esperavam pelo menos mais cinco pessoas. Thomas cumprimentou todos e subiu para tomar um banho. Encontrou as roupas de em cima de uma poltrona e a namorada dormindo de roupão, cabelo molhado e cara amassada, na cama de casal.
  - Amor, acorda.
  - Não.
  - acorda você dormiu de roupão.
  - Aham.
  - , seu cabelo está molhado.
  - É.
  - Eu vou tirar uma foto e colocar no Twitter.
  - Não, já levantei. - perdida ela ergueu apenas a cabeça com o cabelo jogado no rosto.
  - Vou tomar um banho, vê se acorda. - Beijou a testa da namorada e correu para o banheiro.
   remou por mais alguns segundos deitada de bruços. Deitou de barriga para cima e encarou o teto com um sorriso infantil no canto direito. Encarava as marcas do pé direito alto lembrando como tudo começou. Era melhor amiga do sobrinho de Fletch, Jason. E numa manhã sem nada para fazer, os dois foram para a casa do Tio dele em Londres para aproveitar a sala de jogos. A surpresa ao encontrar seus ídolos secretos foi total. Não sabia como agir perto deles, e Jason que sempre fora um ótimo amigo, fez questão de apresenta-la a todos. No meio de tanta diversão e Thomas passaram a tarde se conhecendo, não ligava para fliperama, quem estava ganhando, o que estava sendo apostado. Abriam latinhas de coca cola, sentados mais afastados do grupo e trocavam informações banais e curiosidades sobre si.
  Tom tinha a peculiaridade de sorrir feito criança, com os olhos fechados sorrindo e a boca aberta em O. Tinha uma gargalhada infantil que te forçava a rir junto, e uma covinha charmosa e nada pequena que se mostrava a quase todo segundo. o admirava com os olhos brilhando, sorria do nada com os olhos enquanto o ouvia falar e gargalhava feito louca. Ri descontroladamente, com a mão em frente ao rosto, olhos fechado e bochechas vermelhas. Ela achava graça de tudo.
  Os assuntos eram dos mais variados, Harry Potter, Disney, livros, seus empregos, seus maiores micos, histórias engraçadas de família. Coisas que todos conhecemos. Deram-se bem logo de cara, marcaram de continuar a conversa outro dia, pois sem perceber já amanhecera o dia seguinte. Foi como acender um fósforo, o fogo só se alastrou. Passavam a se ver toda semana, quase todos os dias, sair para passear, cinema e boom, mídia em cima. Afastaram- se por um tempo, mas a vontade de ficar perto foi maior e em uma sexta feira à noite foi acordada com um Thomas todo desmantelado, com cara de sono, cabelos sujos e olhos tristes em sua porta, por volta das três da manhã. Desde então estão juntos. Com estes pensamentos levantou suspirando, vestiu seu vestido de natal deixou o cabelo ao natural. Foi ao quarto da irmã e se maquiou por lá mesmo. Desceram juntas. usava um belo vestido vermelho com mangas compridas de renda, o que deixou espantada. A irmã nunca usava vermelho, não por vontade própria. Desceram a desbravar uma sala lotada de familiares e apenas a mãe para servir.
  - Oi mãe, quer ajuda? - perguntou escorada na bancada.
  - Eu adoraria meninas. - Luciane aceitou terminando uma bandeja.
  - Vou colocar esses na sala. - levou alguns canapés para os convidados.
  Estavam todos comendo, rindo, sentados em vários cantos da casa, tocava uma coletânea de natal do Michael Bublé, as crianças mais novas brincavam correndo pela sala e observando o presépio montado minuciosamente por Sérgio. Mirabela, Tiffany, Andrew, James e Mark pareciam mais hiperativos que da última vez. Passavam pela garota roubavam uns canapés e corriam pra a direita, minutos depois voltavam, roubavam mais canapés e corriam para a esquerda. Largou as duas bandejas na mesa de cetro entre dois sofás de couro marrom. Quando se virou para a escada encontro Tom descendo-a. Ele estava lindo com um blazer preto e gola rolê cinza. Cabelos alinhados como ele adora arrumar os óculos de armação escura deixando- o mais bonito que o possível. Admirava a namorada de forma encantada, vidrado. chamou para a cozinha cortando o contato visual. A bagunça na casa era geral, não conseguia falar com Thomas de jeito nenhum. A cada passo que dava na direção do garoto, um parente distante a segurava do lado para conversar, matar tempo, perguntar coisas inúteis, parabenizar pela ceia. Agora ela entendia porque Tom queria voltar para casa. Ela nunca gostou do natal, ou das aglomerações das festas de família. Gente de longe que pensa pequeno fazendo picuinha entre um parente e outro. Odiava passar datas comemorativas com todos os , a família da mãe era muito mais calma e menos sanguessuga. Primas mais novas de mantinham Tom entretido com risinhos e bajulações deixando o coitado acuado perto da árvore de natal. As tias mais velhas comentavam para como o menino era bonito que tinha tirado a sorte grande. Ela apenas revirava os olhos e esperava ser agarrada por outra mão curiosa. A noite passou basicamente nisso. Tom vermelho e cercado como um gatinho com medo, ouvindo bobagens das rodinhas formadas na sala, e ajudava na cozinha quando podia.
   apareceu para salvar o cunhado quando a pena lhe abateu.
  - Chega meninas, vão brincar de Barbie e deixem o Thomas respirar, ok? - Enxotou as garotas dali.
  - Muito obrigado, te devo uma. - sorriu agradecido.
  - Não foi nada, sou uma ótima cunhada. - sorriu se vangloriando com as mãos na cintura.
  - Certo. Por que está de vermelho? - Ergueu uma sobrancelha, curioso.
  - Uma aposta, Poynter idiota. - bufou escondendo um sorrisinho.
  - Idiota, sei. - zombou cruzando os braços.
  - Não começa Fletcher, ou eu chamo as garotas de novo. - Apontou para a sala.
  - Não, tudo bem. - ergueu as mãos em frente à cunhada.
  - Agora vem ajudar na cozinha. - puxou ele pela mão.
  Os dois e Luciane colocaram a ceia na mesa maior, na sala de jantar decorada em vermelho e dourada, pinhas espalhadas pela mesa, fitas vermelhas amarradas as cadeiras, as cortinas abertas para a neve que caia na rua. Tom não pode deixar de suspirar conformado, com o olhar caído. Ainda não tinha falado com e estava ficando inquieto. O momento perfeito já passará a séculos e não sabia se teria mais neve caindo até o final da noite. Queria melhorar esse natal de qualquer forma, mas parecia que as coisas só pioravam. Esfregou as mãos no rosto frustrado e colocou a champanhe no balde de gelo perto da cabeceira da mesa. Luciane caminhou para sala e sua voz fez-se ouvir. Todos foram chamados à mesa e por obra do destino ou azar no mesmo, e Thomas não sentaram juntos. Ela foi levada a sentar ao lado das crianças para ajudar a servir, e Tom sentou entre Bernardo e , como tentativa de afastar as primas de hormônios ativos. Olhavam- se a todo o momento, com carinhas tristes, sorrisos amarelos, e piscadas. Sérgio era o único feliz com aquilo, adorava quando não precisava ficar de olho na mão boba do genro.

Capítulo 4 - From Hate To Love, From Love To Lust, From Lust To Truth...

  Comida. Por mais de duas horas tudo o que a família falava era sobre a ceia, comiam e repetiam todos, sem exceção. O peru de quatro quilos tinha se tornado uma ossada no meio da mesa. A sobremesa era servida e continuava encarregada das crianças, agora com a ajuda de Bernardo, ou todas pulariam na garota pelas taças de sorvete de chocolate. Thomas foi para a cozinha pensando em desistir e deixar seu natal ir pelo ralo com suas expectativas para a noite. Já tinha começado a beber para esquecer, ou tentar se manter sorrindo o resto da festa. Como queria dormir e deixar o tempo passar. Este natal estava saindo pior que a encomenda. Não estava com a sua família, não conseguiu ver a irmã cantando em sua cidade, os seus melhores amigos estavam reunidos juntos e sem ele e ainda tinha o sogro chato a tiracolo. O pior natal de todos. Pior do que o primeiro que passo sem Giovanna, pior do que o primeiro que a banda passou separada, pior do que o natal que passo com o braço engessado. O pior da história dos piores natais do mundo. Fechou os olhos, inconformado, e deu um soco na bancada a sua frente.
   notou que Thomas havia sumido, mas todas as suas primas estavam na mesa. Ficou preocupada, sabia que havia pedido mais uma chance para sua família nesse natal, mas tudo fugiu de suas mãos no momento que entraram em casa. Seu pai tão controlador e possessivo estava acabando com seu natal e a vontade de pegar suas coisas e dirigir a noite toda para Harrow como pedido de desculpa a Thomas, latejava sua cabeça. Vou chamada realidade quando Andrew estendeu as mãos pequenas para pegar a taça que estava em sua mão. Sorriu para os olhos caramelo do menininho e entregou a taça.
  - #-
  - Thomas, está tudo bem? - A voz da sogra o atingiu como uma luz no fim do túnel. Uma chama de esperança se acendeu dentro dele. Era sua última chance de fazer aquela noite valer a pena.
  - Sim... não. - Lutou para ser sincero e mostrar o que realmente sentia.
  - O que aconteceu? - ela se aproximou do garoto de olhar caído.
  - Eu não consegui falar com até agora. Tenho algo muito importante para dizer. - suspirou.
  - É muito sério? - Não tentou se meter ou descobrir o que era.
  - Digamos que sim. - sorriu sem vontade.
  - Então vá falar com ela.
  - Eu vou precisar da sua ajuda.
  - #-
  Luciane mandou que Bernardo e levasse até a varanda sem perguntar nada, e saírem na mesma hora. Caminhou até o marido, com o intuito de distrai-lo. Os irmãos arrastaram para a varanda tirando-a de sua cassada pelo namorado pela casa. Já tinha procurado no segundo andar e na cozinha. Ele parecia ter evaporado e isso a deixava insegura. Quando a porta da varanda foi fechada ouviu um pigarro atrás de si.
  - Thomas! - espantada.
  - ! - Sorriu nervoso.
  - Amor. - pulou nos braços do namorado abraçando- o.
  - Amor eu- -
  - Tom respira. Você vai enfartar assim.
  - Eu preciso te dizer uma coisa. - suspirou
  - Tudo bem. - correu a mãos pelo cabelo de areia dele.
  - Eu, eu só não sei como começar. - nervoso ainda
  - Por que não tenta simplesmente dizer o que é? - afagou as bochechas dele.
  - Eu te amo!
  - Eu também te amo.
  - Não , eu te amo. Eu te amo mais que tudo, eu faria qualquer coisa por você. Enfrentaria seu pai todos os dias com assuntos dos quais eu não entendo nada. Aturaria suas primas estranhas por várias horas, eu deixaria de cantar e tocar, eu me mudaria para Watford, suportaria milhões de natais como esse eu me jogaria na frente de um trem, qualquer coisa. Eu faria muito mais, se eu tivesse a certeza de que no final do dia eu poderia te ter nos meus braços, que eu poderia te desenhar sempre que você não estivesse prestando atenção. - tomou fôlego. - Eu quero acordar e saber que te tenho do meu lado, te ouvir chamar minha casa de nossa, sonhar com ela cheia dos nossos filhos, te fazer panquecas com açúcar todas as manhãs, te escrever um milhão de músicas. Dormir abraçado com o barulho da chuva, assistir De Volta Para o Futuro e todos os seus filmes antigos favoritos, viajar para a Disney todos os anos, jogar no pottermore, ler os livros que você gosta. Eu quero ficar com você, eu te amo muito, te amo mais que o natal, porque não importa a data, todas são perfeita se do seu lado. Estou me amando muito mais agora, porque você já faz parte de mim.
  - Tom. - segurava o choro vendo- o ficar de joelhos.
  - , você aceita ser minha garota estrela, correr por um campo de morangos, dançar na nossa cozinha todas as manhãs, ter cinco cores no cabelo?
  - Aceito! - balançou a cabeça chorosa. - EU ACEITO! - Gritou a plenos pulmões.
  - Eu te amo.
  - Eu te amo.
  Se beijaram de forma romântica. Segurando um o rosto do outro com as duas mãos. Ele chorou e ela limpou a lágrima com a ponta dos dedos gelados.
  Fungadas e assoadas quebraram o silêncio do momento. e Bernardo lideravam uma parentada na janela da varanda. Bê tentava acalmar a irmã mais nova com os olhos vermelhos. Luciane sorria na porta e Sérgio de olhos cerrados escondia um sorriso no canto direito, da mesma forma que fazia.
  - #-
  O casal ficou sozinho na varanda enquanto algumas primas de foram colocadas para ajudar, por que cansara de ouvir suspiros e resmungos na sala. Os noivos, agora aquecidos pela fogueira a gás, se beijavam com mais privacidade. Trocava carinhos, arrepios e provocações. Sentados no sofá com uma manta de tricô feita por vovó Dana.
  - Droga. - Tom bufou separando o beijo e tirando celular do bolso.
  - Seu celular tocou o tempo todo que esteve no banho. - lembrou esfregando as mãos.
  - É o Danny, ele perdeu o celular e fica me mandado mensagens do aparelho do Dougie. - colocou o próprio aparelho no silencioso.
  - Ele não perdeu o celular. Esqueceu caído no vão do sofá da . Ela esta guardando até que ele pare de mentir que não perdeu e confessa para ela. - Riu anasalada.
  - Não acredito, ele é mesmo muito burro. - gargalhou abraçando mais a namorada.
  - É o Jones, não se pode esperar muito. - Apertou os braços no pescoço dele.
  - Vamos parar de falar do Danny.
  - Vamos parar de falar.
  Beijaram- se novamente, com carinho, mas desejo, com calma, mas pressa. A mão dela fazendo carinho na nuca dele. A mão deles espalmada nas costas dela.

Epílogo - I Guess That’s How I Know You

  Todos os convidados já haviam ido embora. A casa estava praticamente vazia e bagunçada. Papel de presentes no chão, pratos empilhados na cozinha, a mesa da sala com toalha suja. Copos e papeizinhos de comida espalhados pelos cômodos do andar de baixo. Seis pessoas se encontravam na sala de estar, todos sorrindo de uma forma ou de outra. Uma melodia suave tocava no piano. O cheiro de pinheiro, mirra e Scott inebriava a sala. A lareira crepitando dava uma sensação de calor e conforto. Sérgio estava sentado ao lado do piano com sua poltrona reclinável e um cálice de uísque, Luciane sentada no braço à cadeira com o braço do marido envolvendo sua cintura. Bernardo em pé do outro lado do sofá tomava uma taça de vinho tinto. deitada de bruços no sofá balançava os pés no alto, enrolada em uma manta de pele. e Thomas sentados no banco do piano. Ele tocava e cantava All I Want For Christmas Is You encarando os olhos de avelã da namorada. sorria a cada verso que Thomas cantava. Era delicado, era calmo e apaixonante. Todos aproveitavam a noite, o calor da lareira, a boa música e o momento de paz. Sem brigas, louça para lavar, tempo ruim, pressa. Apenas o final da noite de natal, uma noite com surpresas, que superou todas as expectativas. Tom só tinha a agradecer a , ela salvara seu natal, ela resgatara sua vida.

FIM



Comentários da autora


Queria agradecer ao pessoal que participou, leu, a minha Amiga Secreta, a equipe do site e por ter dado certo. Pensei que não terminaria a tempo, mas consegui. Espero que aproveitem bastante do meu Tom, curtam a fic e gostem da capa. Qualquer coisa deem uma olha no Tumblr: http://bittersweetfanfics.tumblr.com/ XOXO, Biiah.