Amor Paralelo

Escrito por Amanda Antônio | Revisado por Mah

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Prólogo

  

  Acordei com um cabelo em meu rosto, percebi que era o cabelo mais cheiroso e sedoso que eu já havia tocado e era da mulher da minha vida.
  - Desculpa ter lhe acordado, amor! - disse .
  - Tudo bem! Adoro ser acordado por você! - respondi.
  - Já que estamos acordados... O que vamos fazer hoje? - perguntou com um ar de excitação.
  - Por quê? O que você quer fazer? - perguntei curioso e a olhando cheio de segundas intenções.
  - É que a falou que... Mas acho que não vai dar... Deixa pra lá! - respondeu , confusa.
  - Fale, amor! - incentivei-a.
  - É que a falou que ia estrear aquele filme sobre a sua vida, que foi escrito por aquela sua prima e que ela poderia arrumar uns ingressos pra gente, mas bem lá atrás - disse animada – Mas eu vou entender caso você não queira que eu veja o filme também. – completou tristonha.
  - Como se você tivesse me obedecido, tenho certeza que leu o livro... Você quer ir mesmo? - perguntei.
  - Quero! Mas o problema que a estreia só vai ser em Los Angeles e não vai valer à pena a gente pegar várias horas de estrada pra ver o filme de um lugar ruim - disse desapontada.
  - Não sei se você percebeu, mas eu sou um cara muito importante e rico, então eu consigo qualquer lugar que você queira, então, o que você me diz? - perguntei sorrindo safado.
  - Digo que você é o melhor namorado do mundo e que quando a gente for para Los Angeles, certas coisas muito prazerosas vão acontecer com você... - disse beijando-me.
  - Vou ligar para Lisa e dizer que queremos quatro lugares para ver o filme e dois quartos para a noite, enquanto isso, liga para e Matheus e diga para eles se arrumarem, e você comece a arrumar suas coisas também! - ordenei.
  - Ah, ! Você é o melhor - disse , encaixando-se em meus braços - Eu te amo! - disse beijando-me.
  Eu havia convencido a não ler o livro de Lisa, porque se tratava de uma época que eu era problemático e fiz coisas que me arrependo até hoje, e que fizeram meu irmão e eu nos separarmos bruscamente. Eu podia até falar que acabei com a felicidade dele, e até hoje ele me culpa e faz de tudo para que me sinta ainda mais culpado do que já me sinto, mas conhecendo a minha namorada do jeito que eu conheço, ela com certeza leu. Ou pelo menos pediu para que sua melhor amiga e ex-companheira de quarto, , fizesse um resumo e lhe contasse.
  Enquanto ia arrumando as nossas coisas e ia ligando para Matheus e , eu estava atrás do telefone da Lisa, que estava escrito em meu diário, então li a última aventura que tivemos com ela.
  Eu e estávamos furiosos com ela por ter escrito sobre nós, sobre nossas histórias, sobre os motivos pelos quais nós tínhamos essa briga, bom, pelo menos ela tinha trocado várias coisas, e os nomes que eram os mais importantes. E ela fez mais por ódio e para chamar a atenção de , já que ela sempre fora louca por ele, mas ele nunca lhe dava uma chance porque como era da família, lhe respeitava. Pode-se dizer que nunca foi um “moço para casar.” Enfim, a fizemos assinar um contrato de sigilo e no dia em que aparecer uma nota dizendo que era nossa história, a deixaríamos morando embaixo da ponte.
  - Lisa?
  - Sim?
  - É o ...
  - ? Oh, meu Deus! Tudo bem?
  - Tudo ótimo! É que eu soube que vai ter um filme sobre seu livro e queria...
  - Mil perdões... Eu não sabia que haveria filme, depois que meu agente me informou disso.
  - Tudo bem! Na verdade, eu queria quatro ingressos e dois quartos para noite...
  - vai vir? Ele está namorando? Vocês já me perdoaram?
  - Na verdade, eu vou levar minha namorada e alguns amigos.
  - Nossa, você com amigos e namorada? Faz muito tempo mesmo que a gente não se fala... Então, mas e ? Você tem tido notícias dele?
  - Ele está morando aqui em casa, mas duvido que queira ir. Ele está trabalhando como um louco, como sempre.
  - Vou mandar uma mensagem para ele, de qualquer jeito. Se você me perdoou, imagino que ele faça isso também.
  - Ótimo, vamos chegar por aí lá pelas quatro da tarde!
  - Ok, vou esperar por vocês!
  Desliguei e fui checar com se estava tudo certo, e ela disse que Matheus não podia ir porque ele iria trabalhar e não podia faltar, a já estava com as malas na sala da casa dela, então terminei de ajeitar algumas coisas do trabalho e coloquei as malas no carro. Uma das melhores coisas que eu consegui desde que veio morar comigo há um ano, era que ela sempre arrumava minhas coisas, começando por malas quando eu viajava, tanto a lazer, quanto a negócio, até coisas como a lista de convidados de um jantar de negócios. Ela era uma estudante de Medicina, mas ainda sim arrumava um tempo de sempre me ajudar e cuidar de mim. Quando estávamos indo para casa da , resolveu aparecer.
  - Irmãozinho... Vai viajar? - perguntou .
  - Vou! E você chegou bem na hora que eu estou partindo! Muito obrigado por vir se despedir, até depois de manhã! - falei indo em direção à porta.
  - Seja mais carinhoso, irmãozinho! Cadê a educação que eu te dei? - perguntou , fingindo estar ofendido.
  - Tchau, ! Tenha um ótimo final de semana! – disse, dando um sorriso falso.
  - Melhorou! Minhas malas já estão no carro! Tava louco de saudades da Lisa mesmo, tava pensando em fazer uma visitinha, e pela mensagem que ela me mandou, o sentimento é recíproco - disse dando um sorriso convencido.
  - Eu não te chamei! - respondi.
  - Eu estou me convidando! Eu sei que você ia me convidar, mas esqueceu. Ainda bem que eu lembrei! - disse , dando um sorriso sarcástico.
  - Você tem certeza que você quer ir, ? - perguntei para minha namorada que apareceu na porta.
  - Sim! - respondeu confiante - Não deixe acabar com nosso passeio! Vamos dar uma carona pra ele e só! Por favor, ? Eu quero muito ir! - implorou .
  - E eu consigo dizer não pra você? - perguntei carinhoso.
  - Eu amo você - disse , beijando-me. Eu me empolguei, a abracei e começamos a nos beijar intensamente.
  - Dá pra acabar com essa sessão de beijos? - perguntou com cara de enojado - Se não, não vai ser hoje que vamos chegar. Do jeito que o dirige pior do que uma tartaruga, vamos chegar só amanhã! - fez mais um comentário desagradável.
  Então pegamos o carro e fomos até a casa de . Chegando lá, peguei suas malas e foi cumprimentar as suas antigas companheiras de apartamento, já que dividia o quarto com , enquanto continuava no carro.
  Quando abriu a porta do carro, ela perguntou para mim:
  - O vai?
  - Sim, , eu vou! Você pode falar diretamente comigo - respondeu , com um sorriso vitorioso e convencido.
   entrou no carro calada e séria, e colocou um dos fones de ouvido num dos ouvidos e partimos.

Capítulo 1 - Apenas uma viagem

  

   ‘‘Calma, ! Só são cinco horas no carro ao lado desse monstro vestido de roupa de marca, sorriso encantador, cabelos ruivos sedosos, corpo definido, olhos azuis como o céu, e meu desejo de consumo’’, pensei ouvindo música.
  - Vamos ter que parar para abastecer, vocês estão com fome? Tem uma lojinha no posto, se vocês quiserem, eu vou lá! - falou parando o carro.
  - Tô com muita fome! Deixa que eu vou - falei saindo do carro.
  - Vou acompanhá-la - comunicou , saindo do carro.
  Entrei na lojinha e peguei um monte de besteiras, inclusive meu melhor amigo, o chocolate. Peguei também umas revistas de fofocas de famosos e outra com caça-palavras. Quando estava tirando o dinheiro para pagar minhas coisas, o caixa disse que não tinha troco, colocou uma revista no balcão e disse que pagaria. Pegou a carteira e deu o dinheiro para o vendedor. Quando estávamos no carro, separei o dinheiro trocado que tinha no bolso da frente da minha bolsa, e entreguei para , não queria aceitar nada vindo dele, já que ele era o tipo de pessoa que jogava na cara qualquer mínima coisinha.
  - Não preciso do seu dinheiro, já tenho bastante - disse convencido, se recusando a aceitar o meu dinheiro.
  - Mas você vai pegá-lo de qualquer jeito. – decidi e coloquei o dinheiro em seu bolso, ato que me fez corar devido ao seu olhar intenso quando minha mão tocou sua coxa, e eu congelei.
  - Você não precisava arrumar essa desculpa para me tocar, , era só pedir – soltou com um sorriso sexy, e eu notei que minha mão ainda estava em seu bolso.
  - Idiota, desculpa te desiludir, mas eu tenho inteligência e autoestima suficientes para não cair nos seus papos de conquistador barato – rebati retirando minha mão rapidamente de seu bolso.
  Sorri vitoriosa e ele ficou sem resposta, então apenas bufou e abriu sua revista. Então peguei uma barra de chocolate e dei o saco para , enquanto comia, ia lendo a revista de fofocas.
  Fomos o caminho conversando sobre lugares que e já tinham ido, já que eles eram podres de rico, e como eram donos de uma das empresas mais importantes do país no ramo da arquitetura, viviam viajando, nem que fosse para apenas resolver problemas profissionais e voltar no mesmo dia. Enfim, foi agradável, até o foi civilizado, ele nenhuma vez tentou falar mal de , ou provocá-lo. Apesar de os dois viverem se alfinetando, eles no fundo se amavam.
  Quando estávamos a duas horas da cidade, paramos em um posto e saiu e voltou com uma garrafa de vinho e copos de plástico. Quando ele saiu, percebi que era ótimo que ele tivesse vindo com a gente, porque eu não seguraria vela do casalzinho perfeito sozinha. tinha os cabelos castanhos, um sorriso infantil, olhos castanhos e um corpo magnífico, enquanto era loiro, tinha umas covinhas e um sorriso super infantil, mas um físico de homem másculo. Eu tinha certeza que os filhos deles iam ser lindos e super mimados. O que eu estava pensando? , sendo mãe? Ela não podia ser mãe ainda, faltava apenas um ano para que nos formássemos, se acontecesse isso, ia com certeza atrapalhar, mas do jeito que sua relação com estava, acho que eles só estavam esperando a faculdade acabar para então casar e construir sua família.
  - Você quer? - perguntou , me oferecendo um copo de plástico com vinho.
  - Que deprimente! Vinho no copo de plástico? Quero, obrigada! - respondi pegando o copo da mão dele e ele sorriu.
  - Vamos deixar as coisas mais deprimentes? - perguntou quando o carro já estava de volta à estrada.
  - Como? - perguntei curiosa.
  - Você e ele combinam? Confira aqui! São trinta perguntas para testar a química entre vocês - falou gargalhando.
  - Já que não tem nada para fazer mesmo, e estamos tomando vinho no copo de plástico! Qual é a primeira pergunta? - perguntei ansiosa.
  - Qual é a sua cor favorita? - perguntou .
  - Preto! - respondi.
  - Preto também!
  - Qual a música que mais você mais gosta?
  - The Flame, do Cheap Trick.
  - Enjoy the Silence, do Anberlin.
  - Pelo menos tem um bom gosto musical!
  - Comida favorita?
  - Pizza!
  - Tenho que concordar com você.
  - Nossa, já concordamos em duas coisas...
  - Melhor filme?
  - Um Amor Pra Recordar.
  - Sério? Prefiro o Conde Drácula, mas como não tem como opção, vou ficar com O Massacre da Serra Elétrica então.
  - Fala sério! Cadê o seu romantismo? Sempre que vejo esse filme, eu choro!
  - Morreu! Então... Melhor seriado?
  - One Tree Hill
  - True Blood!
  - Claro!
  Passamos o resto do caminho todo fazendo esse estúpido teste, pelo menos ele fazia com que eu conhecesse mais o , a gente nunca tinha se aproximado tanto assim! Quando passamos pela placa que dizia: Welcome to Las Vegas, eu e rimos e falamos juntas:
  - Chegamos!
  - Chegamos! - repetiu .
  - É, chegamos! Mas se o não tivesse dirigido nós estaríamos aqui na hora do almoço! - falou .
  Tava demorando pra começar, mas como nada na vida é perfeito! O ruim é que a casa da Lisa era do outro lado da cidade, então demoramos mais uma hora pra chegar a sua casa, o trânsito estava impossível! Quando estávamos chegando, gargalhou e falou:
  - Olha o nosso resultado: apesar de vocês não possuírem todos os gostos iguais, dá pra sentir a química, a paixão de vocês de longe, o que vocês estão fazendo separados? Vocês já podem marcar a data do casamento!
  - Me dá isso aqui! – falei, pegando a revista da mão de , que ria escandalosamente.
  Li exatamente o que ele tinha dito, respirei fundo e não falei nada, apenas o segui gargalhando. Como aquela revista estúpida podia fazer aquilo comigo? Ficar alimentando minhas ilusões na frente do , mas que ridículo! Essas revistas são a maior fraude, não tem nenhuma química entre ele e eu, mas bem que eu queria! Apesar de saber como ele é, eu sabia que ele não era assim porque ele queria, ele tinha razões para ser daquele jeito. Segundo o livro de Lisa, quando ele era adolescente, espalhou para todos da escola que ele estava pegando a irmã da menina que estava namorando escondido, só porque ele não aceitava que a menina preferia ficar com seu irmão e não com ele, e a menina era a mais bonita da escola, então ele armou uma situação toda para confirmar sua história, até pediu para um amigo fazer montagem, e ela para se vingar ficou com , e viu. então com remorso contou toda a história para seu irmão, que quando foi atrás de seu amor, descobriu que o pai da menina havia sido transferido para o Afeganistão, e consequentemente a família inteira foi, e nunca teve a chance de falar com ela novamente, porque ela havia morrido, devido a um ataque de uma bomba.
  Quando finalmente chegamos à casa da Lisa, fiquei encantada, era imensa e linda, era perfeita. Tocamos a campainha e a empregada abriu a porta e convidou-nos a entrar, entramos e na sala havia um salão de beleza montado.
  - Oi, sejam bem-vindos! - cumprimentou Lisa.
  - Oi, Lisa! - falou .
  - Oi, prima querida! Ficou com saudades? - perguntou .
  - Não sabe quanta! Venha aqui me dar um abraço! - falou Lisa indo em direção a , ela o abraçou e deu um beijo na boca dele. Nossa, que atirada!
  Tudo bem que o era um gato, mas ela era prima dele! Tudo bem que ela era uma gata, olhos verdes, pele branquinha parecida com veludo, magra, cabelos loiros, boca vermelhinha e ainda tinha um sorriso lindo. Parecido com os sorrisos dos irmãos , mas aquilo era incesto, certo? Quer saber, não era da minha conta.
  - Essa é , minha namorada! - apresentou para Lisa.
  - ! Ela é a linda. Prazer em conhecê-la - falou Lisa, sorrindo para .
  - Essa é , melhor amiga da - apresentou-me para Lisa.
  - Fique a vontade – me cumprimentou com um tom frio e um olhar de desprezo. Era bem ciúmes do seu priminho querido, já que ele veio o caminho inteiro ao meu lado. Se eu não me engano, havia comentado que ela era louca por ele.
  - Então meninas, temos tudo o que vocês precisam para se embelezar aqui na sala, só não tem maquiador, porque o meu vai me maquiar na limusine! - falou Lisa.
  - Obrigada! - falamos e eu juntas.
  - , você e ficam naquele que você ficava sempre. , você fica no meu quarto, e você, , fica no de hóspedes no andar de baixo. Os vestidos de vocês estão no quarto em que irá ficar e os smokings de vocês, meninos, estão no lugar de sempre! - falou Lisa admirando e sorrindo para o mesmo.
  - Obrigada! - falou e eu sorri concordando, não podia falar nada, já que estava de favor na casa da mulher.
  - Obrigado pela gentileza, mas prefiro ficar em um quarto de hóspedes, preciso de meu espaço, prima – se manifestou e eu dei um sorriso satisfeita, mas Lisa fechou a cara e concordou, já que não queria forçar nada com , que odiava se sentir pressionado.
  Os meninos subiram para arrumar uns assuntos da empresa e depois iam se arrumar, eu e ficamos com a Lisa fazendo as unhas, o cabelo e tudo para melhorar a aparência. Quando fiz esse comentário, ela soltou que a mais necessitada daquele dia de beleza era eu, sorri sem graça, não queria brigar, e ela começou a rir, dizendo que era brincadeira. Ela iria ver a brincadeira quando eu lhe desse um soco, mas enfim, suspirei brava e entrei na brincadeira.
  Quando terminamos de nos produzir, já estava perto da hora de irmos para o filme, então subimos para vestir nossos vestidos. Quando entrei no meu quarto, corri e pulei na cama, era enorme e super macia, então eu fui maquiar e a ajudei a pôr o vestido, ela disse que iria lá com o para ele opinar sobre como ela estava, então comecei a me maquiar e quando estava colocando meu vestido, ouvi a porta se abrir, pensei que era , pedi então para que ela me ajudasse a fechar meu vestido, mas quando as mãos tocaram minhas costas, soube que não era que estava fechando o zíper, era quem eu queria que fosse, era o . Olhei pelo espelho e fiquei o encarando.
  - Você está uma gata - constatou .
  - Você também não está ruim! - acabei soltando e me arrependi mentalmente.
  - Sério que você só vai dizer isso? Eu estou perfeito! Como sempre. Nossa, às vezes até eu me espanto com minha beleza - falou ajeitando a gravata olhando para o espelho.
  - Esqueceu de falar que você é modesto também! - falei sarcasticamente.
  - No fundo, eu sei que você me quer. Quando eu chego perto de você, posso ouvir o seu coração bater muito forte de longe - falou chegando perto de mim.
  - É... Porque... É... O medo! - falei sem pensar.
  - Medo? Mas eu não mordo – fingiu estar ofendido – Prefiro usar minha boca para fazer coisas mais prazerosas – sussurrou , andando para ficar de frente para mim.
  - Hum...! - não consegui falar nada, apenas respirar forte e sentir meu corpo se arrepiando.
  Ele chegava mais perto a cada segundo, só que ele não me beijava, e eu estava ficando impaciente com aquilo já, e quando eu deixei meu controle ir pro espaço e ia me impulsionar para frente em sua direção, ele em questão de segundos havia voltado para trás de mim dizendo alto:
  - De nada! Tchau!
  Que estúpida eu sou! Deixei meu controle fugir e eu ficar de tola na frente do , que bosta! Por isso e outras coisas que eu não posso ficar perto dele, ele deve ter adorado me desprezar! Que burra eu sou! Então percebi que estava na porta do quarto me encarando e eu troquei a expressão de ‘‘quem comeu e não gostou’’ e coloquei a expressão ‘‘vamos ir pra festa e só sair quando amanhecer’’. Ela preferiu não comentar nada sobre a minha cena com , com certeza ela havia visto, então me chamou para descer, que a Lisa já estava nos esperando na limusine, então descemos e estava na sala e disse:
  - Uau! Vocês estão lindas!
  - Obrigada! Você está lindo como sempre, amor! - falou .
  - É! Tpa tão charmoso! - falei e olhou enciumada e rimos.
  Então fomos pra limusine, era lindo e enorme dentro, tinha dois bancos com dois lugares cada um e tinha tipo uma cadeira de cabeleireiro onde a Lisa estava sentada enquanto o maquiador dela a maquiava.
   sentou ao lado de e sentou ao meu lado, e eu virei o rosto para o outro lado para não ter que encará-lo, já tinha sido muita humilhação para um dia.

Capítulo 2 - A Noite das Noites

  Enquanto íamos para a estreia, a Lisa ia sendo maquiada, e iam conversando baixinho e e eu estávamos calados. Quando chegamos lá, Lisa falou:
  - Gente... Vocês têm que entrarem acompanhados, , você vai de braços dados com o , obviamente, eu vou com o , e você, , vai com um amigo que ia comigo, mas como o veio, você vai com ele, tudo bem? – não era bem uma pergunta, estava mais para imposição.
  - Tudo bem! - falei tímida.
  Primeiro saiu e , então um braço envolveu o meu quando eu estava saindo do carro e por último saiu Lisa de braços dados com . Estávamos andando no tapete vermelho e tínhamos que ficar rindo para todos enquanto Lisa ia mandando beijos e dando autógrafos para os fãs.
  Quando entramos, muitas pessoas já iam atrás da Lisa, então eu, , e o meu acompanhante cujo nome eu não sabia ainda, sentamos em uma mesa enquanto esperávamos pelo filme.
  - Oi, meu nome é John! - apresentou-se o meu acompanhante.
  - Prazer em conhecê-lo! – falei.
  Quando eu ia me apresentar, virou e perguntou:
  - El Segador?
  - É! Como é que você ainda lembra meu apelido? - John respondeu.
  - Nunca esqueceria esse apelido, cara, quanto tempo! - falou , abraçando John.
  - Nossa, pensei que você nunca me reconheceria. Quando Lisa me convidou, não sabia que você já estava falando com ela de novo, cara, senti saudades de você! - falou John abraçando .
  Enquanto eles se abraçavam, chegou com um copo de whisky e falou:
  - Será que as duas bichinhas não poderiam ir para um quarto? Mas de emergência tem o banheiro aqui perto!
  - Ah, ! Taí uma coisa que eu não sinto falta! Como é que você está, ? - perguntou John, voltando sua atenção para o namorado da minha melhor amiga.
  - Estou muito bem, essa é minha namorada, . Amor, esse é um amigo meu dos tempos de escola – fez a apresentação.
  - Prazer em conhecê-lo! - falou apertando a mão de John.
  - O prazer é todo meu! - respondeu John.
  - E essa é a sua acompanhante da noite e melhor amiga de , - apresentou-me , e eu sorri sendo simpática.
  - , nome lindo! - respondeu John beijando minha mão.
  - Obrigada - falei envergonhada e corando.
  - Nossa, vocês conseguem ser muito entediantes! - falou , virando o copo.
  - Você aceita uma bebida? - perguntou John para mim.
  - Sim! - respondi animada.
  - Pode acompanhar-me até o bar? - perguntou John, cavalheiro e oferecendo o braço.
  - Será um prazer! - respondi sorrindo.
  - Pode me trazer um whisky, ? - perguntou me encarando.
  - Claro - falei secamente sem fazer contato visual com aquele idiota que estava deliciosamente lindo com aquele smoking.
  John e eu ficamos sentados no balcão bebendo, conversando e então notei a beleza de meu acompanhante. Ele tinha cabelos pretos, era branco meio bronzeado, tinha um sorriso lindo, os olhos eram de uma tonalidade cinza, tinha um físico mais definido que o de e não tirava os olhos de mim. Estávamos tão perdidos na conversa, que acabamos nos sentando no balcão e ficando por lá mesmo. Depois de uns dez minutos, eu acho, chegou e parou ao meu lado, perguntando grosseiramente:
  - Cadê o whisky que eu lhe pedi?
  - Está aqui, pega! - falei entregando o copo para aquele ser abusado.
   pegou o copo e colocou o braço pela cintura de uma mulher loira, alta e que estava com um vestido amarelo deslumbrante, olhei para ele com um ódio por ele estar com outra, ainda bem que eles estavam de costas para mim, como eu disse, já foi humilhação demais eu ter tentado beijá-lo e ele me rejeitar, mas enfim, se ele percebesse que eu também estava com ciúmes, ele ia infernizar minha vida, ainda mais que eu vivia afirmando que nós nunca nos pegaríamos porque eu era inteligente e tal, e sabia que era furada. Desde que nos conhecemos, que ao total são dois anos, ele sempre vinha com esses joguinhos de sedução. Ele só queria que eu me apaixonasse por ele para que ele provasse que estava certo, para reafirmar que ele era o cara.
  - Você está bem? - perguntou John.
  - Estou ótima - falei sorrindo e virando o copo de whisky.
  - Ei, isso não é água não, moça - brincou John dando seu sorriso irresistível.
  - É que eu estou... Entediada. Será que esse filme vai demorar? - disfarcei.
  - Ainda uma meia hora para começar - respondeu John.
  - Ainda bem que é pouco tempo – disse animada.
  - Você me daria honra de ir para a pista de dança comigo? - pediu John carinhosamente.
  - Ai, tenho vergonha! - falei escondendo um sorrisinho.
  Nesse momento, e a garota loira começaram a dançar no meio da pista, então peguei na mão do John e fomos dançar. Enquanto dançávamos, sem querer, quero dizer, propositalmente, eu esbarrei no , pedi desculpa e voltei para os braços de John. Ficamos ali até dar a hora de irmos ver o filme.
  Quando entramos na sala, fiquei de boca aberta, literalmente. A tela era enorme e as cadeiras eram espaçosas e pareciam ser muito mais confortáveis do que as cadeiras normais de cinema. Em cada cadeira tinha nome da pessoa que iria sentar, a minha cadeira ficou ao lado da cadeira do e do outro lado ficava a do John. Sentamos e antes de começar o filme, a Lisa falou umas palavras e depois a luz se apagou.
  Enquanto passava os trailers de outros filmes, percebi que a mão do estava para cima apoiada no braço da cadeira, quando virei para o outro lado, a mão do John estava do mesmo jeito, olhei para cima e o John estava sorrindo, ele olhou nos meus olhos e estendeu a mão para que eu desse a minha, então eu fiquei de mãos dadas com ele. Um pouco antes de começar o filme, olhou nossas mãos juntas e bufou.
  Durante todo o filme, e não tiravam os olhos da tela, parecia que estavam hipnotizados. O filme acabou com a morte de , bem que me falou que esse filme era uma forma de Lisa irritar , porque ele nunca quis nada sério com ela, e que modo mais clichê de mostrar sua frustração do com uma morte tão dolorosa quanto a do personagem que se matou se queimando vivo, a morte que eu considerava mais dolorosa, porque quando a outra principal morreu devido a uma bomba, ele não aguentou e disse que morreria da mesma forma que ela, ou seja, queimado. Quando estávamos saindo, Lisa foi abordada por jornalistas, que perguntavam se sairia outro filme, ela sorriu e disse que talvez. Após eles terem deixado a Lisa de lado, eles começaram a cercar o John e fazer umas perguntas, só que eu não prestei muita atenção, devia ser sobre o filme.
  John, ainda segurando minha mão, perguntou se eu podia ir com ele para casa da Lisa, porque ele havia vindo sozinho para cá no seu carro, eu olhei para , que sorriu, e aceitei.
  Quando estávamos no carro, ele colocou uma música bem lenta e com um ritmo muito legal e começou a cantar, então percebi que a voz dele era igual ao da música que estava tocando.
  - Você é cantor? - perguntei surpresa.
  - Sou! Foi por isso que a Lisa me chamou para acompanhá-la no tapete vermelho, além de eu ser como um irmão para ela, eu meio que sou um pouco famoso por aqui. - falou John sorrindo.
  - Sério? Nós conversamos a noite inteira sobre tudo, e você nem me falou. Você tem uma banda? - perguntei curiosa.
  - É! Eu tenho banda, mas estou na carreira solo! Um dia desses eu posso te mostrar o estúdio e alguns cds! - falou John animado.
  - Claro - respondi sorrindo.
  - Você não ouviu quando aqueles jornalistas me perguntaram sobre meu próximo cd? - perguntou John curioso.
  - Desculpa! É que eu estava distraída e nem entendi o que eles falaram, achei que era alguma coisa sobre o filme! - respondi envergonhada.
  Passamos o resto do caminho conversando sobre música e bandas, ele tem um gosto musical muito parecido com o meu e ele me prometeu mostrar alguns dos ídolos dele que eu não conhecia.
  Quando chegamos à casa da Lisa, estava sentado ao lado dela, e e já estavam se despedindo indo para o quarto. Sentei onde estava sentada e John sentou ao meu lado.
  - Então, , você gostou do filme? - perguntou Lisa curiosa e acariciando a coxa de , meio que marcando território. Mulher ridícula.
  - Adorei! Nossa, eu amei o relato que você deu, é tão real! E sem falar do jeito de como você matou o - falei rindo e encarando aquele ser idiota e lindo.
  - Eu estava meio chateada com ele naquela época, e querendo ou não deu um toque mais sentimental para o filme - falou Lisa sorrindo sem graça para . E o clima ficou pesado.
  - Mudando de assunto, que horas que vocês vão amanhã, ? - perguntou John com um sorriso em expectativa.
  - Vamos dormir aqui amanhã, eu acho, mas acho que só vamos domingo bem cedo. Não sei bem, porque estou de carona – sorri em saber que ele queria saber da minha agenda.
  - Você tem planos para amanhã? - perguntou John.
  - Ficar na casa da Lisa - respondi.
  - Você quer passear comigo então depois do almoço? Tenho a manhã lotada de trabalho, mas a tarde sou todo seu - pediu John carinhosamente.
  - Claro! - afirmei e seu sorriso se alargou.
   lançou um olhar de indiferença e Lisa sorriu para mim, claro que a vagabunda ficaria feliz de ver que a companheira de viagem de seu querido primo estava tendo um rolo com seu amigo. Passamos mais algum tempo falando sobre os pontos turísticos para se visitar na cidade, John enquanto falava segura minha mão e sorria para mim.
  - Gente, eu tô muito bêbada! - falou Lisa rindo.
  - Dá pra perceber! - constatei rindo.
  - Me ajuda a ir pro quarto, ? - pediu Lisa manhosa.
  - Claro - falou , sorrindo safado e olhando para mim. Aquele idiota queria me provocar.
  Quando e Lisa foram para o quarto, eu falei para John que estava ficando tarde e que eu estava com muito sono, então eu o levei até a porta e ele beijou minha mão e deu “boa noite”, então quando eu estava fechando a porta ele falou que havia esquecido algo, então ele veio em minha direção e quando chegou à porta, ele me agarrou e só se despediu quando percebemos que estávamos bem animadinhos. Fechei a porta, encostei-me à mesma e sorri fechando meus olhos. Quando abri, tive uma surpresa.
  - Que coisa fofa! - falou ironizando.
  - Ah, ! Vá arrumar o que fazer! - me estressei.
  - Hum... Gostou do beijo dele? - perguntou .
  - Você quer mesmo saber? - perguntei o encarando.
  - Quero! - falou .
  - O melhor que eu já provei! - respondi com convicção.
  Nesse instante, me agarrou e me beijou. No começo, eu tentei escapar daqueles braços fortes, então eu parei de lutar e curti aquele momento. Quando ele se afastou de mim, começou a falar que o beijo que ele havia dado em mim tinha sido bem melhor do que o John havia dado, então entendi o porquê dele ter me beijado, era só uma competição dele com o John, então arfei e me dirigi ao quarto. Quando estava me preparando para me arrumar para dormir, apareceu tirando a blusa e falando com um sorriso no rosto:
  - Como você é apressadinha! Já quis vir pro quarto!
  - Não é isso! Eu vim para o quarto para ficar longe de você! – respondi secamente.
  - Não entendi! Hoje à tarde você queria me beijar, e eu tenho certeza que quando estávamos lá embaixo, você queria que nós ficássemos bem perto. E eu tenho certeza que meu beijo foi o melhor que já experimentou, muito melhor do que o daquele cara – explicou , mostrando sua confusão.
  - Só que aquele cara não me beijou só pra provar que é melhor, me beijou porque ele queria! – expliquei gritando, mostrando toda minha irritação.
  - Mas eu não fiz isso, eu só queria lhe mostrar que existe coisa melhor do que aquele idiota metido a cantor – disse com um tom sereno.
  - Obrigada, , por me mostrar que você realmente só se importa em inflar seu ego e consequentemente consegue acabar com o pouco encantamento que eu tenho por você – acabo soltando e me arrependendo profundamente. Como é que eu tinha sido idiota a ponto de falar que eu era encantada por ele?
  - Ficou desapontada, foi? – perguntou com um tom de deboche.
  - Eu sinceramente fiquei! E você pode até encher meu saco pelo resto da vida, mas eu realmente achei que você... nem sei o que eu esperava de você – ri da minha própria idiotice.
  - Oh, coitadinha! A senhora inteligente, estudante de Medicina foi desiludida? – continuou debochando de mim.
  - Okay, ! Você decide o que você quer da sua vida, eu não vou mais falar nada e nem ficar me iludindo pensando que você algum dia pode melhorar e parar com esse seu sarcasmo – suspirei derrotada.
  - Hum… Ficou irritada? – perguntou divertido.
  - Não, apenas sonolenta. Agora você pode sair do meu quarto, por favor? – falei na maior calma que podia transparecer.
  - E se eu não quiser? – me desafiou.
  - Então eu serei obrigada a procurar outro quarto de hóspede, tenho certeza que é o que não falta nessa casa – constatei o óbvio.
  - Você tem tanto medo do seu descontrole a ponto de nem conseguir dormir na mesma cama que eu sem me agarrar? – continuava com seu jogo de sedução.
  - Olha... Eu... Saia do meu quarto, por favor? – ia começar a entrar no seu jogo, mas apenas o expulsei.
  - Tudo bem, mas antes eu preciso fazer uma coisa – falou antes de ir embora.
   foi andando devagar, colocou suas mãos ao redor da minha cintura e me beijou. Passamos um bom tempo agarrados nos beijando, então comecei a lembrar do que havia acabado de acontecer e fui me separando dele.
  - O que você quer, ? Quer provar que é melhor do que o John? Quer me enlouquecer? – perguntei já com raiva e mágoa.
  - Não, é que... Eu... – tentou se explicar.
  - Já sei, você precisa de todos aos seus pés, principalmente eu, que sou uma idiota que sente atração por você. Tá feliz, ? Eu gosto de você! E sim, você é melhor que o John, agora dá pra sair do meu quarto? Por favor? Você já tem sua confirmação, e eu vou fingir que isso nunca aconteceu – eu o interrompi abrindo a porta e apontando para a mesma, indicando que queria ele fora de lá.
  - Tudo bem, esfrie sua cabeça, amanhã conversamos – disse de uma forma carinhosa e me deu um último beijo antes de sair do quarto.
   saiu do quarto satisfeito e com um sorriso nos lábios.
  Tirei o vestido e pus a camisa de , que havia deixado em cima da minha cama. Deitei em posição fetal e dormi abraçando um dos milhares de travesseiros que tinham na cama, eu era muito tapada mesmo. Mas estava cansada, e se eu não admitisse meus sentimentos para aquele ser prepotente, ele não sairia do quarto, então preferi me poupar e acabar de me humilhar. Depois de me declarar, levar um fora, aguentar a prepotência do dito cujo, e ainda notar que você apenas foi mais uma usada para aumentar a autoestima de um idiota, eu ainda consigo ser mais patética ao dormir com a camisa do idiota que pisou em mim. Ótimo!

Capítulo 3 - Franqueza

  Colchão macio, edredom macio, abraço macio, espera, eu realmente senti alguém me abraçando? Levantei meu pescoço e o virei lentamente, tendo uma surpresa super agradável. estava dormindo tão angelical e me abraçando como se tivesse medo de me perder. Ele ficava tão lindo assim, calmo e carinhoso, me virei de frente, deixando seu braço ao redor do meu corpo ainda, toquei seu rosto, e vi que ele se mexeu. Não, ele não podia acordar agora, queria aproveitar para acariciá-lo. Me aconcheguei mais em seus braços e fingi que estava dormindo. Ele aos poucos foi se mexendo mais, e então o senti acariciar minha bochecha, e quando ele se aproximou para me beijar, eu não consegui me segurar e acabei retribuindo o beijo.
  - ! – falei abrindo os olhos e tentando me afastar de seus braços.
  - Oi! – respondeu sorrindo e me puxando para mais perto.
  - O que você faz aqui tão cedo? - perguntei desistindo de sair dos seus braços, afinal, não era o que eu queria mesmo, e apenas deitei em seu peito.
  - Desculpa por ontem! É que eu fui um idiota com você sobre o assunto do John, acabei deixando o fato de ele ter sido o responsável por ter editado a foto em que eu e a irmã de Sarah estávamos nos beijando ter influenciado na decisão de te beijar – ele confessou sincero, e afrouxou seu abraço para que eu o encarasse.
  - Tudo bem, não precisava vir tão cedo por isso – respondi e aproveitando que havia me soltado um pouco, levantei da cama e corri para o banheiro. Espero que ele tenha entendido e que assim que eu saísse de lá, já tivesse ido embora. Fiz xixi e escovei meus dentes, no caso se ele estivesse cogitando me beijar novamente, do que eu estou falando? Eu não podia deixá-lo me beijar, não depois de ontem. Quando saí do banheiro, depois de verificar minha aparência umas cinco vezes, ele continuava deitado na cama e olhando para o teto.
  - Desculpa, estava apertada para fazer xixi – falei me sentando na beira da cama.
  - , vem aqui – falou estendendo uma mão, me puxando para que eu me aconchegasse em seus braços - Eu tô cansado de ficar remoendo o passado, sabe? – perguntou carinhoso.
  - Eu sei, , mas querendo ou não isso machuca, ainda mais porque ela foi seu primeiro amor, e infelizmente, é realmente como todos dizem, primeiro a gente nunca esquece, e ainda mais que a história de vocês foi interrompida – tentei consolá-lo.
  - Eu nunca vou esquecê-la, mas eu tô cansado de sempre ficar jogando na cara do meu irmão, eu sei que ele se sente culpado, mas sabe, tá muito chato já, muito tedioso – confessou .
  - E você quer fazer o que pra passar o tédio? – perguntei lançando um olhar safado para ele.
  - Deixa eu ver, estou aqui na sua cama, com seu corpo todo acolhido pelo meu, são sete da manhã, só voltamos para casa às nove, acho que posso pensar em algo... – sussurrou em meu ouvido e dando uma leve mordida no lóbulo da minha orelha.
  - Mas nós não íamos voltar só no domingo? – perguntei curiosa e acariciando seus braços que estavam em volta da minha cintura.
  - É, mas ocorreu um problema na empresa e temos que voltar mais cedo. Tanto que até vamos voltar no jatinho – me comunicou com uma naturalidade que me fez rir.
  - Do que você esta rindo? – perguntou confuso.
  - Dessa sua naturalidade em falar “ah, vamos voltar no jatinho” – tentei imitar sua voz e nós dois caímos na gargalhada.
  No momento em que pensei em me virar para encarar , meu celular toca. Era uma mensagem de John querendo confirmar nosso programa, então eu o comuniquei que estaria indo embora às nove e que eu havia me divertido muito, mas que ficava para próxima. estava inquieto nas minhas costas, acho que ele havia percebido que era uma mensagem de John, mas ele não estaria com ciúmes, é o tipo de cara que é tão confiante a ponto de nem se preocupar com traição. Quer dizer, quem em sã consciência o trocaria por outro? Ele atingia um nível de excelência que era difícil de achar.
  - Sabe, , ontem você disse que ia esquecer tudo o que aconteceu ontem, e eu não quero que isso aconteça – soltou e me ajudou a virar para que eu o encarasse.
  - Eu estava com raiva de você, poxa, eu meio que tava me declarando, dizendo que você me encanta, então você vem e debocha de mim – tentei me justificar.
  - Desculpa, mas eu preciso confessar que há dois anos, eu conheci uma mulher muito bonita, sabe? Ela era uma maluca perfeccionista que vivia enfurnada nos livros, mas que eu sempre fazia o possível para chamar atenção, já que ela não queria nem saber de mim, nem que fosse para fazer uma brincadeira idiota. Nossa, como eu adorava vê-la irritada. Como ela era bem branca, sempre ficava em uma tonalidade de vermelho super fofa – meio que se declarou e sorriu ao me beijar – Ainda bem que ela ficava bem ocupada e não queria saber de ficar indo atrás de macho, acho que apesar de não ser ciumento, com ela, eu apenas não aceitava o fato de ela se contentar com os outros, quando ela podia me ter, fala sério.
  - Me conte mais, essa mulher parece ser uma deusa – brinquei, entrando em seu jogo e ignorando a última parte de sua declaração.
  - Eu sempre quis fazê-la minha, sabe? Mas tinha muito medo de levar um pé na bunda, ela era toda feminista e tal, autossuficiente, creio que nenhuma de minhas cantadas ou atributos a fariam cair no meu charme – disse divertido.
  - Você tentou agarrá-la? Duvido que ela resista... – sorri carinhosa.
  - Você diz agarrar assim? – me beijou apaixonadamente, senti seus dedos puxavam os cabelos de minha nuca e nosso beijo se intensificava, só paramos quando não conseguíamos mais respirar.
  - Exatamente – respondi com uma voz falha pela falta de ar do beijo.

Capítulo 4 - Possibilidades

  Passaram-se dois meses, eu e estávamos meio que nos entendendo, ele ainda não havia feito o pedido oficial, mas nós já nos tratávamos como casal. Todos os dias nos víamos, nem que ele desse apenas uma passadinha em minha casa para dar um beijo de boa noite, já que eu e ele éramos muito ocupados. Tanto que hoje ele viajou para a Grécia, e eu estava em sua casa preparando um jantar romântico de boas vindas, e até já havia expulsado o e a da casa, para poder tê-la para mim e para o gostoso do meu namorado, quer dizer, meu ficante. Mano, queria ter a casa para mim e para meu amante, quer dizer, nós fazíamos amor, então ele consequentemente seria meu amante, certo?
  Engoli meu orgulho feminista, coloquei um vestido estilo aquelas mulheres dos anos cinquenta que ficavam esperando seus maridos com o jantar pronto e todas arrumadas com aqueles vestidos de bolinhas. Como já havia aprontado o jantar, fui me arrumar, adorava quando eu me arrumava um pouco mais feminina, estilo princesinha. Me maquiei e coloquei um vestido branco de renda, meio rodado, e fiz uma trança embutida. Coloquei um colar e brincos de pérolas. Assim que terminei de me arrumar, recebi uma mensagem de , avisando que estava no aeroporto, e que a viagem tinha sido um sucesso. Respondi dizendo que estava terminando um trabalho e que daqui a duas horas ia visitá-lo, que não era para ele ir para minha casa, que eu estava na casa de uma menina da faculdade. Conhecendo como eu conheço, tenho certeza que ele passaria pela minha casa para ter certeza, já que ele tinha a chave, ou seja, daria tempo de eu esquentar a comida e arrumar os últimos detalhes.
  - Demorou, querido – falei com uma voz angelical e levantando do sofá assim que abriu a porta – Deixa que eu te ajudo – segui para ajudá-lo a tirar seu casaco, enquanto seu olhar surpreso e luxurioso me devorava.
  - Sabe como é, meu amor, estava comprando uma joia para minha namorada – respondeu sorrindo e entrando no personagem.
  - Ai, amor, não sabia que você tinha uma namorada – brinquei e me deliciava com seu sorriso safado – Será que terei que ligar para o John para me consolar quando você me trocar por essazinha? – brinquei e assumiu um olhar sério.
  - Você não deveria brincar com SEU namorado ciumento, ainda mais quando ele está segurando um anel de compromisso – disse voltando a sorrir carinhosamente para mim.
  - Para sua informação, apesar de eu estar fantasiada de esposa passiva dos anos cinquenta, eu tenho a palavra final, e sim, eu aceito ser sua namorada – disse sorridente, enquanto colocava um anel com uma pedra transparente, super delicada em meu dedo.
  Terminado esse ato, seguimos para cozinha e ficamos conversando sobre o nosso dia. Era muito engraçado de ver falar sobre suas reuniões, sempre aconteciam coisas hilárias, como perucas voando, dentaduras caindo em copos, cachorros fazendo xixi em seus clientes, e enquanto isso não parava de elogiar a minha comida. Assim que terminamos, recolhi os pratos e enquanto eu guardava os restos de comida dentro da geladeira, estava com meu avental rosa lavando louça e cantando alguma música bem feminina, e abusando de seu agudo.
  - Adoro quando meu homem usa esse avental, fica tão sexy – abracei por trás e comecei a desabotoar os botões de sua camisa por debaixo do avental mesmo.
  - Seu homem adora ser sexy para sua mulher que é tão boa cozinheira – respondeu , se virando para mim e me prensando no balcão da cozinha.
  - Mas o que eu mais adoro é quando ele me carrega até o quarto para então me fazer sua – falei e lancei um olhar de desafio que logo foi acatado. Ele passou os braços por debaixo das minhas pernas e me levou para o quarto como se fosse um saco de batatas para então me fazer a mulher mais feliz e satisfeita do mundo.

FIM



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